Você está na página 1de 3

Elas são as nossas emoções básicas.

São respostas do nosso corpo aos


estímulos (situações e objetos) e pensamentos que vamos tendo ao longo de
cada dia. E estão tão presentes na nossa vida que, na maior parte do tempo,
nem damos conta delas! No entanto, o reconhecimento da sua presença é
fundamental para que consigamos geri-las e responder às situações de forma
adequada.
Mas será que sabe o suficiente sobre elas para as entender e explicar aos mais
pequenos? Qual é a função de cada uma e para o que tanto nos alertam elas?
As emoções influenciam os nossos pensamentos e, consequentemente, as
nossas ações e reações físicas (ritmo cardíaco, contração muscular, etc.),
psicológicas e sociais (convívio, isolamento, etc.).
Quanto mais cedo se conseguir compreender cada uma delas, mais rápido se
conseguirá lidar adequadamente com as contrariedades da vida, tomar
decisões acertadas e ser mais feliz.
Então, ensine desde já a sua criança a compreender cada uma dessas
emoções.
Comece por lhe explicar que todas as emoções são amigas e que têm uma
mensagem importante a transmitir-nos. Cada emoção emite um alerta
específico que deverá ser aprendido, a partir dos 3 anos de idade.
Deixamos-lhe aqui um pequeno resumo sobre as funções das emoções
primárias.
1. ALEGRIA. Surge quando conseguimos alcançar algo que valorizamos.
 Tem a função de nos fazer querer repetir acontecimentos positivos e de
os partilhar com os outros.
 Mensagem: “Parabéns pelo teu sucesso. Continua assim, tu consegues!”
Exemplo da vida real:
Depois de ter cumprido uma tarefa, Francisco de 3 anos consegue o que tanto
quer:
– “Ééééé! Viva, viva! Vou comer ‘tatas fitas’ com ovo!”
– "Vês." – diz a mãe. "Valeu ou não valeu a pena fazeres as coisas bem?"
– "Sim, mamãzinha. Vou portar-me sempre muito bem!"
2. TRISTEZA. Manifesta-se quando temos uma sensação de perda ou
desilusão.
 A sua função é integrar-nos de novo nas situações, apelando a atenção
dos outros sobre nós.
 Mensagem: “Para e reflete sobre o que te está a fazer sofrer. Pede ajuda,
apoio e o conforto dos outros.”
Exemplo da vida real:
– “Tou tiste.” – diz Carolina de 3 anos.
– “Porquê, meu amor?” – pergunta a tia.
– “Tenho fome. Quero bolacha.”
Esta queixa em forma de pedido de ajuda valeu uma risada e duas bolachas.
De uma só vez, espantou-se a tristeza e a fome.
3. MEDO. Aparece quando nos sentimos em perigo; o que não significa que
esse perigo seja real.
 A sua função é proteger-nos.
 Mensagem: “Alerta, segurança! Presta atenção à tua volta e avalia se
algo te pode fazer realmente mal.”
Exemplo da vida real:
– “Oh, filho! Porque é que voltaste a vir para a cama dos papás?” – pergunta o
pai pela manhã.
– “Porque tenho medo! Tenho muito medo!”
A meio da noite, Francisco de 4 anos teve um pesadelo com monstros.
Estremunhado e com medo, fez a sua avaliação do que lhe estava a acontecer.
Como percecionou perigo (dos monstros) defendeu-se o melhor que sabia
fugindo para um local seguro – a cama que oferece a proteção dos papás.
4. RAIVA. Dá lugar quando sentimos frustração por não termos conseguido
algo (que queríamos muito), devido a um obstáculo injusto, ofensivo ou que
nos desrespeita.
Está a lembrar-se das famosas birras das crianças? É um bom exemplo.
 A função da raiva é de defesa. Sentir-se atacado faz com que reaja. Tal
como qualquer reação, terá um comportamento momentâneo, irrefletido
e até com alguma violência.
 Mensagem da raiva: “Defende-te já. Enfrenta o que não gostas e repõe a
justiça. Tu consegues.”
Exemplo da vida real:
Tomás de 1 ano está a terminar a sua refeição quando aponta para única
banana da fruteira. É a sua fruta preferida! Quando a mãe lhe oferece a tal
banana, a sua irmã de 2 anos e pouco diz que também quer.
– “Então, vamos dividir a banana.” – diz a mãe, partindo-a ao meio e dando
uma metade a cada um.
Nesse momento, Tomás eleva-se da cadeira e, muito indignado por ver a
banana partida, estica o dedo à mãe e mostra a sua revolta através de um
“Nha nha nha nha...” de entoação repreensiva e uma expressão de censura
que não engana. Embora a sua comunicação verbal seja ainda impercetível, a
sua linguagem gestual expressou bem o que sentia. Tomás terá se sentido
injustiçado.
5. SURPRESA. Resulta de um imprevisto, bom ou mau.
 A sua função é a de orientar a nossa atenção para o que se está a passar,
de forma a encontrarmos uma resposta ajustada à nova realidade.
 Mensagem: “Repara no que mudou e adapta-te rapidamente à mudança.”
Exemplo da vida real:
– “Hoje não vou à escola?!? Porquê?”- pergunta a Joana de 5 anos, antes de
se sentar à mesa do pequeno-almoço.
– “Os avós vão à praia e querem levar-te. Queres ir com eles?” – responde-lhe
o pai.
– “Sim, sim, sim... E tenho de levar a boia, os brinquedos, ... Onde está o meu
fato de banho? E tenho de pôr protetor, não é?”
Joana adaptou-se muito bem a esta mudança de planos.
6. AVERSÃO. Surge quando algo nos desagrada profundamente.
 A função da aversão é rejeitar tudo o que sentimos ser prejudicial à
nossa saúde e bem-estar.
 Mensagem: “Afasta-te do que pode ser nocivo para ti.”
Exemplo da vida real:
Imagine que tem uma sopa de aspeto delicioso à sua frente. Com um apetite
devorador, começa a saboreá-la mas logo na primeira colherada, percebe que
o sabor é muito mau. Vai continuar a comê-la?
Escute e respeite as emoções que sente. Elas ser-lhe-ão bastante úteis na
concretização dos seus objetivos e da sua felicidade.

Você também pode gostar