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​ ​ ​ ​19-03-2020

Sumário

1. Conceito de imposto
2. Noção
3. Característica

​Não veremos o imposto sobre uma perspectiva económico-financeira, mas sim


veremos a figura do imposto como uma obrigação jurídica que decorre de uma relação
de natureza obrigacional. Iremos analisar o conceito de imposto não numa perspectiva
económico-financeira, mas sim numa perspectiva estreitamente conceber o imposto
como sendo uma obrigação que decorre de uma relação entre o contribuinte por um
lado e o Estado por outro lado.

Abrindo as austeridade nós iríamos trazer aqui a colação entre o conceito ou a


definição que o nosso legislador oferece no Código geral tributário, nomeadamente
no nº 5 do artigo 3º da referida lei.
São impostos os recursos com natureza unilateral em virtude da sua obrigação não
constitui a contrapartida de qualquer prestação individualizado do Estado e de mais
ente-público.

Este é um conceito legal de imposto, os conceitos legais nem sempre coincidem


com os conceitos doutrinários, e já assim, a primeira apreciação que nós fazemos da
norma desse nº 5 do artigo 3º do código geral tributário é a de que o legislador peca por
defeito, nesta definição não abarca todas as notas típicas que integram o verdadeiro
conceito de imposto, aí como podemos ver o legislador faz assento tónico a dimensão
unilateral a figura do imposto.

Já não se pronuncia sobre as demais características sobre as de mais notas


típicas que integram um verdadeiro conceito de imposto, então aqui é uma dimensão
incompleta, e assim sendo, estamos em face de uma definição que não nos permite
compreender o conceito de imposto na sua plenitude, e quando assim é devemos
recorrer a doutrina para melhor pode explicar e compreender o conceito de imposto.

De acordo com a generalidade da doutrina, o conceito de imposto decorre


ou a definição do imposto pressupõe normalmente três elementos.

​ ​ ​ ​ ​ ​Prestação pecuniaraia
1. Objetivo ​Prestação unilateral
Os elementos do ​ ​ ​ ​Prestação definitiva
Imposto são ​ ​ ​ ​Coativa

​ ​ ​ ​ ​Detentores da capacidade Contribuitiva


2. Subjetivo ​ ​ ​
Entidades Públicas

3. Telologico Arrecadação de Receitas ​


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São estes três elementos que nós devemos trazer alisa para tensificar o conceito
de imposto, isto é uma posição que a genialidade da doutrina sustenta.

No elemento objectivo diz-se que as notas típicas do imposto dizem em


primeiro lugar que ela é uma prestação pecuniária, estamos aqui a retirar aspectos que
decorrem da doutrina do professor Casalta Nabais, que é de resto à doutrina mais
representativa,

Para além disso, ele diz que essa prestação pecuniária é também uma prestação
unilateral, esta prestação unilateral é também uma prestação definitiva, esta prestação
definitiva é também uma prestação coativa.

Esta prestação pecuniária, unilateral, definitiva, e coativa, é exigida a quem?A


doutrina responde essa prestação aqui entramos já no elemento subjectivo, essa
prestação do imposto que é uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva e coativa é
exigida ou devida a detentores individuais ou colectivos que tenham capacidade
contributiva.

Esta prestação que é pecuniária, unilateral, definitiva e coativa e que é


exigida a detentores individuais ou colectivos que tenham capacidade contributiva
é a favor de quem?

R: Essa prestação ainda no elemento subjectivo é exigida a favor de entidades públicas,


para que?Ai entramos no elemento teológico. Para que serve o imposto? R: O
imposto serve para arrecadação de receitas, vimos que o imposto é uma das fontes de
financiamento do Estado, este entendimento é do ponto de vista económico-financeira.
Estamos aqui a tratar o imposto numa perspectiva estritamente jurídica como uma
obrigação que decorre de uma relação jurídica de natureza obrigacional.

O verdadeiro conceito de imposto é este é uma prestação pecuniária unilateral


coativa, devida a detentores individuais com capacidade contributiva a favor de
entidade públicas para realização ou arrecadação de uma receita.

Análise de cada umas das notas típicas

Elemento objectivo: diz se que imposto é uma prestação pecuniária —> Isto
significa que o imposto é uma prestação que é concretizada em dinheiro.
Aqui interessa referenciar que a doutrina fiscalista, não é o unânime em relação a
esta nota típica, há uma corrente que defende que devemos incluir o imputar no
conceito de imposto a dimensão pecuniária, que a corrente liderada pelo professor
Casalta Nabais e por depois também é retomada pelo professor Sérgio Vasques, que é o
fiscalista moderno.

Mas a há uma outra corrente que diz que não devemos incluir essa dimensão
pecuniária no conceito de imposto porque o imposto conheceu historicamente a
possibilidade de o mesmo ser efetuado em género, em espécie, está corrente é liderada
pela professora Elisa Rangel Nunes, e o professor Claudio Pene, Moçambicano.
Dizem que o imposto não pode ser uma prestação pecuniária, mas sim uma prestação
patrimonial , porque por ser um conceito mais amplo para abarcar quer as prestações
em espécie, quer as prestações em género.

Em nossa opinião se quisermos adoptar uma concepção restrita não há dúvidas


que hoje na generalidade dos Estados o impostos é sempre concretizado em dinheiro,
mas também não podemos perder de vista que é possível que o imposto venha ser
efectuado.

Exemplo: Artigo 57 nº2 do código geral tributário, dação em cumprimento.


Prestação unilateral—> isto significa que o contribuinte realiza a prestação do imposto
e não tem direito de uma contraprestação, ele paga e ponto final, está nota da
unilateralidade é que a melhor distingue o imposto da taxa enquanto a taxa é uma
prestação bilateral, porque há uma prestação do contribuinte, depois há uma
contraprestação da administração, o imposto é uma prestação unilateral da tal sorte que
não há da parte de quem paga o direito de exigir do Estado uma contraprestação
específica. O imposto

Assenta sobre um fundamento sacrossanto, o de que os cidadãos no geral devem


comparticipar para custear as despesas públicas, o dever de comparticipação pública
empregue sobre todos nós, por isso não há nenhum benefício individualizado, se
quisermos auferir o benefício é generalizado.
Nas taxas o cidadão que efectua uma prestação e se não lhe for prestado o serviço ele
tem o direito de reaver o seu dinheiro, é o que dispõe a lei 7/11 de 16 fevereiro lei
sobre o regime geral das taxas.

É uma prestação Coativa—> porque o imposto, a relação jurídico-fiscal decorre


da lei e as partes quer o Estado, quer o contribuinte não podem alterar o conteúdo
essencial dessa mesma relação, é uma relação indisponível, por exemplo, AGT não
pode dizer para o contribuinte para pagar só metade e outra metade pode não pagar,
porque a obrigação é ex lege, não é uma obrigação contratual em que as partes podem
alterar ao abrigo da sua vontade. Está coatividade não se confunde com a
coercibilidade, uma obrigação coisa é obrigação coativa do seu conteúdo obrigatório, e
outra coisa é a coercibilidade que também se aplica pelo não cumprimento da prestação
do imposto, portanto, são coisas diferentes.

O imposto é uma prestação essa todas notas típicas que normalmente é exigida a
pessoas singulares ou colectivas, quer seja particulares quer seja empresas, essas
pessoas na verdade têm de ter capacidade económica, capacidade contributiva, o
imposto só tributa formas que sejam manifestação de capacidade contributiva,
nomeadamente:

1. Rendimento
2. Património
3. Consumo

O imposto em regra só tributo essas três coisas ou rendimento alguém que tem
salário, ou património alguém que tem casa, ou consumo tem capacidade de consumo.
Portanto, quem não ostentar capacidade contributiva ou capacidade económica não é
tributado pelo imposto, por isso essa nota subjectiva é importante detentores dos
individuais ou colectivos de capacidade contributiva, capacidade de pagar nas palavras
da professora Elisa Rangel Nunes.
Esta prestação é a favor da entidades públicas isto significa que em princípio o sujeito
activo da relação jurídico-fiscal só pode ser o Estado ou qualquer outra coletividade
pública nunca um privado.

Elemento teoleológico —> Isto tem a ver com a finalidade do imposto, de acordo com
professor Sérgio Vasques, O imposto tem como finalidade arrecadação de receitas,
como vimos é um meio de financiamento do Estado, mas hoje por hoje a finalidade
financeira não é exclusiva do imposto, o Estado pode instituir o impostos para
prosseguir outras finalidades económicas e sociais. É aí aonde surgem surgem os
chamados imposto extra-fiscais ou seja o Estado pode por vezes lançar mão a um
imposto para regular certos comportamentos sociais.

Exemplo: O Estado pode agravar o imposto sobre o consumo de álcool para evitar não
propriamente com objectivo primário de arrecadar receitas, mas com um objectivo de
evitar com que as pessoas consumam de forma exagerada, a finalidade financeira não
é exclusiva do imposto artigo 101 CRA.
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