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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ADRIANA TOMÉ DE SOUSA


ANA LUCIA DOS SANTOS TEIXEIRA
DAIANE CECÍLIA ROSA PINHEIRO
DAYANE ANGÉLICA DE SOUZA
DENISE PAULA DA SILVA
ELAINE APARECIDA DE SOUSA FONTES
LUCIENE MARRONI
NELLY NAOMI SATO YONEMURA

A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DOCENTE NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO

Mauá-SP
2022
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE DOCENTE NO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA ALFABETIZAÇÃO

Pré-projeto de pesquisa desenvolvido como


“Entrega Final” da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso, do curso de Licenciatura
em Pedagogia da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo, sob orientação da
Mediadora Glacielma de Fátima da Silva.

Mauá-SP

2022
Agradecimentos

Em nome do grupo os agradecimentos serão reconhecidos: primeiramente ao único


Deus, por nos ajudar a alcançar nosso objetivo, além de nos dar determinação para não
desanimar e continuar perseverantes em meio à obstáculos ao longo do curso.
Aos nossos familiares e amigos que nos apoiaram e incentivaram a continuar em
momentos difíceis, principalmente nesses últimos anos atípicos causados pelo COVID-19, na
qual muitos de nós perdemos entes queridos ou até mesmo adoecemos, mas mesmo assim
perseveramos, e com isso nos damos por vitoriosas.
Não podemos deixar de nos cumprimentar com agradecimentos também, pois vivemos
intensamente durantes esses longos anos (mesmo que em momentos semipresenciais ou
virtuais), um companheirismo que nos proporcionou uma a outra, troca de experiências com
tantos momentos de descobertas e aprendizado o que nos permitiram crescer e amadurecer
juntas como pessoas e agora como formandas.
E por fim nosso agradecimentos a UNIVESP, pela nosso processo de formação
profissional, e à todos os tutores, que mediante a diversas situações nos deram ensinamentos
que nos fizeram de certa forma amadurecer e com esse amadurecimento nos permitirá
apresentar um bom desempenho no nosso processo de formação e a nossa nova carreira
profissional .
SOUSA, Adriana Tome de; TEIXEIRA, Ana Lucia dos Santos; SOUZA, Dayane Angélica de;
PINHEIROS, Daiane Cecília Rosa; SILVA, Denise Paula da; FONTES, Elaine Aparecida de
Sousa; MARRONI, Luciene; YONEMURA, Nelly Naomi Sato. A importância da afetividade
docente no processo de Ensino-Aprendizagem da Alfabetização. 00f. Relatório Final -
Trabalho de Conclusão de Curso. Licenciatura em Pedagogia – Universidade Virtual do
Estado de São Paulo. Mediadora: Glacielma de Fátima da Silva. Polo Mauá, 2022.

RESUMO

A presente pesquisa consiste numa análise sobre a influência da afetividade no processo de


ensino-aprendizagem da alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Sabe-se que o
conceito de alfabetizar passou a sofrer transformações em virtude do surgimento de novas
teorias relacionadas à aprendizagem, no qual a criança passou a ser o sujeito da aprendizagem,
compreendendo como este sistema funciona, cabendo ao professor a função de mediador da
aprendizagem. A metodologia utilizada neste trabalho é uma pesquisa bibliográfica de
levantamento de dados de artigos e periódicos eletrônicos, da plataforma Google Acadêmico,
com período de pesquisas de 2016 até 2021, no qual foram selecionados trabalhos que
procuravam promover a reflexão e pontos de vistas variados sobre o mesmo assunto:
afetividade e alfabetização. A partir da leitura dos estudos apresentados, percebe-se que o
professor deve considerar que a criança participe de todo o processo de construção de
conhecimento, em vista disso, o professor passa a exercer o papel de colaborador, promovendo
respeito mútuo e crescimento, oportunizando à criança uma autonomia moral e intelectual

Palavras-chave: Afetividade, Alfabetização, Ensino-Aprendizagem, Docente.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5
2. DESENVOLVIMENTO 6
2.1. Objetivos 6
2.1.1. Objetivo Geral 6
2.1.2. Objetivos Específicos 6
2.2. Delimitação do Problema 6
2.3. Justificativa 7
2.4. Fundamentação Teórica 8
2.4.1. Conceituando Afetividade 8
2.4.2. O professor como mediador do processo de alfabetização 9
2.4.3. Metodologia 11
3. apresentação dos resultados 13
3.1. Discussão dos Resultados 21
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 22
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
5

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa busca compreender a importância da afetividade no processo de


ensino e aprendizagem das crianças do ciclo de alfabetização do Ensino fundamental I. Nessa
perspectiva, tão importante quanto as metodologias de ensino utilizadas no cotidiano escolar
é o espaço que a afetividade ocupa na construção do conhecimento e como o vínculo afetivo
entre educador e educando pode colaborar para o processo de ensino e aprendizagem.
De acordo com Wallon (1979), a personalidade é formada por duas funções básicas:
afetividade e inteligência. Segundo ele a afetividade está vinculada às sensibilidades internas
e se orienta em direção ao mundo social e a construção da subjetividade do indivíduo, e a
inteligência ou conhecimento, está ligada ao mundo físico, a construção do objeto. Nesse
sentido, acredita-se que na afetividade é imprescindível a abordagem dos dois aspectos
conjuntamente no desenvolvimento humano como: as emoções e a conduta relacionada entre
as pessoas, pois é por meio da afetividade que se confere o grau da motivação para o
conhecimento, a aprendizagem também ocorre de interações pessoais constantes construídas
com auxílio das relações estabelecidas com o outro, na qual, pensamentos e ações são
moldadas.
Sabe-se que no processo da alfabetização, a criança necessita desenvolver sua
autonomia diante de suas habilidades e dificuldades que precisam avançar, em aspectos
cognitivo e, também, como sujeito pertencente a um contexto. Para esse propósito, a figura do
professor, necessariamente, deve ser de um adulto mediador da aprendizagem, utilizando-se de
recursos estimulantes, aliados ao afeto e amorosidade em busca dos avanços necessários destes
aspectos cognitivos e também pessoais da criança.
A metodologia utilizada neste trabalho é uma pesquisa bibliográfica, com uma
abordagem qualitativa, tendo como procedimentos de geração de dados o levantamento de
materiais bibliográficos, documentos oficiais de artigos e periódicos eletrônicos da plataforma
Google Acadêmico, que versam refletir e analisar o vínculo afetivo entre os educadores e as
crianças e a importância da afetividade docente no processo de alfabetização.
Cabe ressaltar que o educador tem em suas mãos a responsabilidade de transformar o
indivíduo, sua interação com o aluno, suas conquistas, dedicação ao ensino e acima de tudo o
quanto importante é seu aluno e o vínculo afetivo que transmite a ele.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Objetivos

2.1.1. Objetivo Geral

✓ Discutir a influência da afetividade na alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino


Fundamental.

2.1.2. Objetivos Específicos

✓ Conceituar e discutir sobre a afetividade no processo formativo e de ensino-


aprendizagem.
✓ Promover a reflexão acerca da relação entre afetividade docente e a
alfabetização.
✓ Analisar como a afetividade entre educandos e educadores pode estimular os
mesmos ao aprendizado da leitura e da escrita.

2.2. Delimitação do Problema

Atualmente no cenário escolar, percebe-se uma quantidade significativa de alunos que


apresentam dificuldades relacionadas a aprendizagem. Diferentes contextos em pesquisas
demonstram que os aspectos emocionais assim como a afetividade, estariam relacionados com
um melhor ou pior rendimento do aluno, as pesquisas demonstram que os problemas
emocionais tem sido bastante associados com as dificuldades de aprendizagem.
Por outro lado, não podemos entender que as dificuldades de aprendizagem partem
somente do aluno e de sua estrutura individual, porque para que exista um aprendizado, se faz
necessário a pessoa que ensina e também a que aprende, além de um vínculo que surge entre
eles. Nesse sentido, tem-se como hipótese que, apesar da afetividade ser um tema bastante
significativo na área da aprendizagem, o que se percebe é que, no cenário da educação é pouco
vivenciada no dia-a-dia dentro das instituições escolares.
O presente trabalho propõe a reflexão sobre a importância da afetividade para a
formação do indivíduo e como ela pode influenciar na prática pedagógica e também no processo
7

de alfabetização. Desse modo, surge o levantamento da seguinte questão norteadora: Qual a


influência da afetividade docente no processo de ensino-aprendizagem da alfabetização?

2.3. Justificativa

Abordaremos a afetividade como tema a ser desenvolvido, pela sua importância no


processo de aprendizagem, em especial em uma fase na qual os alunos iniciam novas
descobertas ao serem inseridos no universo da alfabetização e letramento durante o ensino
fundamental.
Quando esse processo tão desafiador vem acompanhado do acolhimento e da percepção
do docente sobre a individualidade do aluno, das suas dificuldades de aprendizado e toda
complexidade que envolve o contexto familiar, social e cultural, tudo se torna um facilitador
para que o discente e o docente possam experimentar a gratificante troca de saberes.
Certamente falar em afetividade no contexto escolar, principalmente quando o aluno
está iniciando o processo de alfabetização e letramento é muito enriquecedor e de extrema
relevância acadêmica para um Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia, pois destacamos
a importância do docente como elemento essencial no processo de aprendizagem, não somente
como o disseminador de conhecimento, mas também como um mediador, sendo o elo entre a
instituição de ensino, os alunos, as famílias e o Poder Público, assegurando aos discentes o
acesso aos direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição Federal (BRASIL,1988,s.p.),
cujo artigo 205 destaca que : “A educação é um direito de todos, dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho”.
Para que as crianças e os adolescentes tenham seus direitos assegurados outro
documento de extrema relevância foi criado em 13 de julho 1990 o ECA-Estatuto da Criança e
do Adolescente (Lei n. 8069) na qual podemos destacar: “O direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, garantindo a eles maior proteção”.
A afetividade no processo de aprendizagem contribui para formação do educando
quanto cidadão ético, favorecendo a construção do respeito mútuo e da autoestima.
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Todas essas justificativas estão em fusão ao que já foi defendido pelo teórico Henry
Wallon:
[...] a afetividade constitui um papel fundamental na formação da inteligência, de
forma a determinar os interesses e necessidades individuais do indivíduo. Atribui-se
às emoções um papel primordial na formação da vida psíquica, um elo entre o social
e o orgânico (WALLON, 2008, p. 73).

Quando a alfabetização e o letramento vêm acompanhados de uma bagagem de


conhecimento e afetividade, certamente o educador e o educando terão criado um vínculo de
confiança.

2.4. Fundamentação Teórica

2.4.1. Conceituando Afetividade

Segundo o dicionário podemos definir a afetividade como “conjunto de fenômenos


psíquicos que se revelam na forma de emoção e de sentimentos”. (MICHAELIS, 2022, s.p).
Nesse sentido, para um melhor desenvolvimento infantil, alguns aspectos devem se articular,
dentre eles, a afetividade. Esta propicia segurança às crianças, de maneira, que possibilita uma
aprendizagem mais prazerosa e significativa, além do vínculo afetivo que a criança desenvolve
com o próprio ambiente escolar e com todos participantes dessa instituição.
Para Wallon (1968), médico e filósofo que dedicou sua vida ao estudo das emoções e
da afetividade e do quanto elas são importantes se forem significativamente positivas,
afetividade é mais que qualidade de algum sujeito ou força que impulsiona.
Nesta perspectiva, a afetividade pode ser conceituada como algo diretamente ligada ao
campo das emoções e também dos sentimentos que estão relacionadas a tais emoções,
especialmente, da forma como nos relacionamos como esses sentimentos. Segundo Wallon:

a evolução afetiva está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento cognitivo, visto


que difere sobre maneira entre uma criança e um adulto, supondo-se a partir disto que
há uma incorporação de construções de inteligência por ela, seguindo a tendência que
possui para racionalizar-se. (WALLON, 2003, p.11).

Desse modo, por meio do afeto é transmitido um sentimento capaz de perceber a nossa
realidade, através do nosso psíquico. Dessa maneira, a afetividade é responsável pelas emoções
sentidas, como exemplo, tristeza, alegria, felicidade, pois são geradas pelos sentimentos do ser,
9

enquanto os sujeitos, são definidos ao longo do seu desenvolvimento, em seu meio social, de
acordo com as suas interações.
As teorias de Vygotsky e Wallon tem como base o caráter social da aprendizagem,
destacando o papel das relações sociais. Wallon (1978), afirmou que a primeira relação do ser
humano ao nascer é com o ambiente social, ou seja, com as pessoas ao seu redor. Os estudos
de Wallon contribuíram para a compreensão da afetividade com o entendimento reflexivo sobre
o desenvolvimento humano, especialmente no que se concerne ao educando na escola e fora
dela, como pessoa integral, completa.
Vygotsky (1994) defende que é por meio da interação com outros que a criança
incorpora os instrumentos culturais. Ao destacar a importância das interações sociais de
mediação e da internalização como aspectos fundamentais para a aprendizagem, defendendo
que a construção do conhecimento ocorre a partir de um intenso processo de interação entre as
pessoas.
No âmbito educacional poder trabalhar com emoções e sentimentos como energia é um
aprendizado para o docente e o aluno, e também para os pais e familiares do educando, que são
parceiros importantes na construção desse sujeito.

2.4.2. O professor como mediador do processo de alfabetização

Nos anos iniciais do ensino fundamental a alfabetização é um processo extremamente


desafiador, tanto para o estudante, que está sendo alfabetizado, quanto para o professor, a quem
atribui-se a responsabilidade de alfabetizar. Segundo Cagliari (2008, p.05) “a etapa de
alfabetização é a aprendizagem da escrita e da leitura, ou seja, codificação e a decodificação da
escrita”. O que significa o ensino das características da tecnologia da escrita (letras, números,
acentuação, etc.) e a forma como ela é estruturada.
Hoje em dia, este conceito passou a sofrer transformações em virtude do surgimento de
novas teorias relacionadas à aprendizagem. Ser alfabetizado já não significa apenas codificar e
decodificar as letras que formam as palavras, atualmente, percebe-se que tal procedimento
restringe a alfabetização a uma esfera mecânica, segundo Freire (1981, p.09), “o ato de ler não
se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas se antecipa e
se alonga na inteligência do mundo”. Desse modo, ser alfabetizado é compreender as ações de
leitura e escrita, interpretando seu significado, no qual a criança passa a ser o sujeito da
aprendizagem, compreendendo como este sistema funciona, cabendo ao docente a função de
mediador da aprendizagem.
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O processo de alfabetização é um período bastante complexo e a afetividade docente


para com o aluno torna-se um fator complementador e de alta importância, visto que abrange o
lado emocional dos indivíduos. Uma criança que encontra um ambiente de aprendizagem
favorável aprende melhor e com mais facilidade. Para Freire (1996, p.170) “a afetividade é o
território dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde transita os medos, sofrimentos,
interesses, alegrias” , nessa perspectiva ensinar de forma afetuosa, é algo eficaz e predominante
na vida escolar da criança, esta, se sentindo acolhida no ambiente escolar, despertará desde a
primeira infância a vontade de aprender e explorar o conhecimento.
O educador deve estimular os estudantes para realizarem desafios e a perceberem o
ganho de conhecimento, por meio das atividades propostas, assim, despertar no aluno o desejo
de aprender. Vygotsky (1996) reitera que o professor deve agir como mediador do
conhecimento, efetivando a aprendizagem da criança, organizando suas aulas de modo que o
conhecimento da criança seja considerado pelo professor, logo, proporcionando autonomia e
provocando os estudantes a buscarem o conhecimento, bem como instigar a curiosidade.
O papel do professor passa por uma transformação, na qual educação é destinada a
promoção do homem, e o discente é o principal responsável pela troca que ocorre dentro da
sala de aula. Segundo Junckes (2013), a atuação dos professores vem se remodelando, pois é
necessário que as demandas da criança sejam atendidas, não só transmitindo conhecimento,
mas buscando a interação e estimulando os estudantes a desenvolverem suas habilidades e
concretizarem iniciativas e sonhos. Para Vygotsky (1989, p76) “o afeto interfere na cognição,
e vice-versa, e a motivação para aprender está associada a uma base afetiva”. Dessa forma,
pode-se dizer que um aprendizado efetivo é aquele que envolve o raciocínio lógico, com as
análises e a imaginação da criança juntamente ao afeto e as emoções trazidas por ambos os
participantes desse processo de alfabetização.
Nessa perspectiva, a afetividade busca ser um meio facilitador no processo pedagógico,
fortalecendo o desenvolvimento cognitivo, pois quando se usa o afeto para instruir, a criança
sente-se segura, valorizada, sendo muito importante para seu convívio escolar. A boa relação
estabelecida entre docente e discentes no processo de alfabetização perpassa por uma afinidade
recoberta de valores, que vão sendo construídos dia após dia, mediante as atribuições de um
trabalho pedagógico afetivo, com um planejamento bem organizado e praticado com carinho,
sensibilidade, compromisso e dedicação. Segundo Saltini (2008, p.98), “o educador sensível é
aquele que questiona suas ações baseando – se na abordagem que faz a criança a realidade,
verbalizado uma realidade vista a seu modo, com as suas capacidades, estruturais, funcionais e
afetivas”.
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Nesse sentido, na relação que acontece dentro da sala de aula, quando o docente ensina
com afetividade, influencia diretamente no aprendizado do estudante, fazendo com que este
aluno, mude sua postura, sendo importante que o docente compreenda que ele não é apenas um
transmissor de conhecimento. Para Freire:

[...] saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para
a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula de aula
devo estar sendo um ser aberto a indagações, a curiosidade, as perguntas dos alunos,
as suas inibições: um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a
de ensinar não de transferir conhecimento (FREIRE, 1996, p 47).

Dessa maneira, permite-se que os estudantes se apropriem do saber e tornem-se sujeitos


críticos, construindo suas próprias visões de mundo, usufruindo de uma convivência
progressista e harmoniosa dentro do ambiente escolar. Segundo Andrade (2010), o professor
deve transformar-se em um mediador de conhecimento, aproveitando da sua posição de
destaque dentro da escola, para estimular aos alunos curiosidade para pensar, sonhar, respeitar
e aceitar o próximo, também sentir-se convidado a experimentar o novo e a escrever sua própria
história.
Portanto, nos anos iniciais do ensino fundamental no qual a alfabetização é um processo
desafiador para alunos e professores, o docente se configura como um mediador do processo
de aprendizagem e desenvolvimento, uma figura essencial para êxito na formação,
principalmente na construção da subjetividade para a cidadania dos seus alunos, como ser
humano pertencente a um contexto sociocultural. Assim, “o professor deve ter atitudes de
empatia e acolhimento, de permanente interação, de críticas positivas da cultura e vivência dos
valores que pretende transmitir” (TÉBAR, 2011, p.115). A sua prática deve estar alicerçada em
ações mediadoras e motivadoras, que atendam seus alunos de forma plena na construção do
saber, mas também na transformação do indivíduo.

2.4.3. Metodologia

A abordagem desta pesquisa é qualitativa, pois visa compreender e explicar contextos


sobre a pesquisa bibliográfica e pretende apresentar sua contribuição para a formação do
indivíduo e para o processo de ensino aprendizagem entre educador e educando.
A metodologia utilizada neste trabalho é uma pesquisa bibliográfica de levantamento
de dados, ou seja, analisar trabalhos já organizados e buscar pontos de vistas variados sobre
o mesmo assunto: afetividade e alfabetização.
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Para o levantamento da pesquisa foi utilizada a base de dados, de artigos e periódicos


eletrônicos, da plataforma Google Acadêmico. As palavras-chaves inicialmente utilizadas para
a busca foram: “afetividade” e “alfabetização”, com as quais obteve-se um total de 46.100
resultados.
Com o intuito de refinar os resultados, optamos por acrescentar mais alguns descritores,
além dos já citados anteriormente foram adicionadas as palavras: “professor”, “aluno” e “ensino
fundamental”, além disso selecionou-se o filtro: “pesquisar páginas em português”, que fez com
que o resultado fosse para 33.900 trabalhos acadêmicos.
Para restringir ainda mais os resultados, delimitou-se a pesquisa adicionando a palavra:
“aprendizagem”, o filtro: artigos de revisão e o filtro de data de publicação incluindo os últimos
dez anos. Optou-se também por filtrar artigos de revisão a fim de selecionar trabalhos que já
tenham revisados outros trabalhos anteriores, pois sem este filtro resultaria em mais de nove
mil trabalhos. Dessa forma, obteve-se 230 resultados, posteriormente, decidiu-se delimitar
ainda mais o período de pesquisas, diminuindo para cinco anos, ou seja, somente no período de
2016 até 2021.
Foi observado que, com esse refinamento, resultou em 180 publicações. Uma análise
inicial foi realizada com base nos títulos e nos resumos de todos os estudos encontrados. Após
essa análise, foram selecionados seis trabalhos dos quais possuem relação com este trabalho e
os demais que não foram selecionados, apesar de aparecerem na busca estão relacionados a
outros assuntos como: inclusão, educação infantil, mídias digitais, matemática e outros assuntos
que não estão de acordo com o tema afetividade e alfabetização. Após releitura destes seis
trabalhos, apenas três foram considerados elegíveis por atenderem a todos os critérios. Na
Tabela 1, são apresentadas informações gerais sobre os três estudos incluídos nesta pesquisa.

Tabela 1:

Autor Ano de Publicação Título


PIRES, Janquieli; REGOSO, 2021 “Emoções no processo de
Zera Lucia aprendizagem escolar na
perspectiva dos alunos do
ensino fundamental: uma
revisão da literatura
científica”
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MACHADO, Ana Paula de 2018 “A importância da


Aquino afetividade na escola:
revisão sistemática”
DE SOUZA, Maria Anunciada 2020 “Relação professor–aluno e
Leão; COUTINHO, Diógenes afetividade: uma revisão
José Gusmão integrativa”

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Nesse tópico serão apresentadas as análises dos trabalhos selecionados a partir da


literatura científica acerca do papel da afetividade no ambiente escolar e suas discussões.
A primeira pesquisa analisada foi o Trabalho de Conclusão de Curso das autoras Pires
e Regoso (2021) sob o título: “Emoções no processo de aprendizagem escolar na perspectiva
dos alunos do ensino fundamental: uma revisão da literatura científica”, as autoras citaram
incialmente que este assunto era pouco estudado e debatido, pois em suas primeiras pesquisas
não encontraram quase nenhum estudo que fizesse esse mapeamento na literatura.
Em sua produção Pires e Regoso (2021) procuraram investigar na literatura científica
trabalhos que abordam as emoções no processo de aprendizagem escolar além de identificar o
papel da emoção na educação escolar sob a luz da teoria histórico-cultural.
As autoras colocaram que em seu trabalho, utilizariam a emoção e afetividade como
sinônimas, pois Vygotsky utilizou deferentes terminologias para se referir à emoção. A emoção
é, também, função psicológica elementar, mas, que se transforma em função psicológica
superior quando se torna mediada, consciente, intencional.
Pires e Regoso (2021) afirmam que no ambiente escolar as emoções são de extrema
importância, pois são através delas que as crianças demonstram seu processo de aprendizagem,
ou seja, dúvidas, o que aprendeu e como está o seu desenvolvimento escolar. Algo apresentado
por Pires e Regoso (2021), que merece destaque, sendo de grande relevância para o nosso
estudo é que, a pesquisa mostrou que o fato de vivermos em uma sociedade com muitos avanços
tecnológicos existe uma grande procura desses meios para o processo educacional, mas isso
acaba fazendo com que não sejam desenvolvidas as partes emocional e social do indivíduo. Isso
ocorre pelo fato da tecnologia nos trazerem muita facilidade, principalmente, em relação às
informações e acaba ocasionando um cenário em que o seu uso está cada vez mais indispensável
14

no dia a dia. Porém a interação e o desenvolvimento das emoções acabam por vezes não
ganhando a relevância necessária dessa forma podemos perceber que as emoções são muito
importantes no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Na pesquisa, Pires e Regoso (2021) destacam que, assim como a Educação Infantil, o
Ensino Fundamental I é de enorme importância para o desenvolvimento da criança, por se tratar
da etapa da alfabetização do aluno logo no primeiro ano, desempenham ações mais abrangentes
na leitura e escrita, pois começam a ter acesso direto às disciplinas de forma mais explícita e
conceitual, além de embasar os valores sociais, direitos, deveres, a noção de respeito e
convivência com os demais, também auxilia no desenvolvimento da autonomia e nas relações
interpessoais. Nessa etapa as crianças passam por transições em vários âmbitos sejam eles em
aspectos afetivos, físicos, cognitivos, emocionais ou sociais. Nesse sentido, há a importância
em trabalhar o desenvolvimento emocional dos alunos durante toda essa etapa, pois, o espaço
escolar deve proporcionar oportunidades para instigar e desafiar ainda mais esse
desenvolvimento, possibilitar a interação com as diferentes formas de expor o mix de
sentimentos, no qual, o aluno é capaz de sentir durante os processos de trocas com os indivíduos
que compõem seu espaço de aprendizagem. Para Vygotsky (1998) só haverá desenvolvimento,
se antes ocorrer o processo de aprendizagem, sendo que esse processo é muito válido no
desenvolvimento psicológico/mental, em que o ser humano necessita de convivência social para
o desenvolvê-lo, ou seja, o indivíduo não vai se desenvolver sozinho, ele precisa participar de
atividades que permitam a interação com outras pessoas e assim aconteça o processo de
aprendizagem.
Após o mapeamento da literatura e a análise do material disponível, foram construídas
três categorias de análise de dados sendo que um deles é o que interessa neste artigo: relação
interpessoal professor-aluno. As autoras analisaram que os alunos retratam mais emoções dos
aspectos positivos, ou seja, ações como dedicação do professor, boa comunicação que transmite
confiança, tranquilidade, afeto e carinho. Já os aspectos negativos como mudanças rotineiras
de professores geram insegurança e frustração portanto é importante saber quais são esses
aspectos positivos e negativos para tornar a escola um espaço melhor de convivência e utilizar
essas emoções com aliadas no processo de aprendizagem. No que se refere as emoções de
aspectos negativo torna-se importante um olhar atento dos educadores para as suas práticas
educativas, um exemplo é a letra cursiva e a grande qualidade de lições que é algo corriqueiro
e acaba sendo naturalizado nos planejamentos didáticos, mas acaba causando frustração e
cansaço nos alunos, se tornando um obstáculo para aprendizagem, segundo Pires e Regoso
(2021).
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Por fim, as autoras novamente citaram que observaram uma lacuna e deficiência de
trabalhos no que se refere a estudos das emoções de alunos do ensino fundamental. Aspecto
esse, que não foi identificado nas pesquisas mapeadas e reconhecem a importância desses
conhecimentos para tornar a educação um espaço de inclusão. Avaliaram também que após os
resultados de suas análises, a Teoria Histórico-cultural poderia auxiliar a entender que a escola
tem papel fundamental em promover o desenvolvimento emocional dos estudantes.
Considerando que a emoção e cognição são aspectos dialéticos no processo de aprendizagem
(MARTINS, 2011), as autoras avaliaram que a escola necessita levar isso em conta no seu
Projeto Político Pedagógico. Chegando ao fim do percurso de pesquisa, sugeriram que a
emoção dos alunos seja abordada em processos formativos de professores para que possa ser
reconhecida e potencializada como aspecto importante na sua aprendizagem escolar.
O segundo trabalho analisado foi o artigo com o título “Relação Professor–Aluno e
Afetividade: Uma Revisão Integrativa, os autores De Souza e Coutinho (2020), descrevem que
existem diferentes tipos de docentes, alguns sabem o valor de sua presença, outros procuram
realizar apenas suas atividades pedagógica sem ter a preocupação de observar o aluno de uma
forma mais profunda e afetuosa.
Os autores ainda enfatizam que em uma relação interpessoal é importante, o ‘perceber
o outro’ ao invés de só olhar. A afetividade é um fator determinante na construção do sujeito
que o acompanha em todas as fases de seu desenvolvimento cognitivo comportamental, bem
como, nas vivências que cada um passa na sua própria existência como ser humano. É algo
individual que não pode ser repassado e sim vivenciado. A postura do professor mediante o
aluno conduz essa relação podendo colaborar ou não na construção dessa relação afetiva e
consequentemente no processo de ensino e aprendizagem.
Na pesquisa de De Souza e Coutinho (2020) procurou-se inicialmente investigar nas
bibliotecas digitais o quantitativo de trabalhos publicados referentes ao tema relação professor
aluno com ênfase em afetividade como critério descritor, de 2015 a 2019 objetivando entender
o papel da afetividade e sua importância na relação professor-aluno no processo ensino-
aprendizagem.
Nessa pesquisa os autores chegaram a números onde perceberam que os termos relação
professor-aluno e afetividade não vem recebendo destaques nos núcleos acadêmicos. percebeu-
se que em cada ano a quantidade de produções cientificas foram diminuindo.
Dando seguimento nas pesquisas, agora com análise qualitativa, De Souza e Coutinho
(2020) procuraram analisar nos trabalhos se a afetividade representava um fator de relevância
na relação professor aluno, para todos os autores dos trabalhos selecionados, a afetividade
16

assume um papel de suma importância e conseguintemente corrobora no processo de ensino-


aprendizagem. É importante salientar que a diversidade dos temas abordados enfatiza a
importância da afetividade na relação professor-aluno, os autores analisaram 13 temas.
Dentre os trabalhos analisados a maior parte foi na fase do Ensino Médio (8 de 13), que
se justifica, pois enquanto o ensino fundamental (2 de 13) é uma etapa de construção o ensino
médio é onde os conflitos pessoais, emocionais e físicos se fazem presentes no discente mereça
uma atenção nessa etapa de construção. Nessa fase a relação professor aluno ser mais intensa
devido ao aumento de disciplinas, acréscimo de carga horária que torna a relação mais
complexas. O discente se depara com uma nova formatação educacional bem diferente do
ensino fundamental, bem como, se depara com seus conflitos pessoais que estão aflorando
devido a chegada da adolescência.
Aos autores afirmam que a afetividade tem um papel de grande importância no processo
de desenvolvimento do ser humano, bem como na relação para com o outro, pois é através dela
que se forma as construções do sujeito. Portanto, a afetividade pode ser considerada como um
fator essencial no processo ensino aprendizagem, pois ambos estão envolvidos nessa construção
do desenvolvimento cognitivo comportamental podendo trazer vivencias positivas e corroborar
como a aprendizagem do sujeito.
Em sua produção De Souza e Coutinho (2020) concluíram que é preciso rever certos
conceitos e retornar à construção dos saberes tão falada por Freire, é perceber os alunos, é sair
de traz de um birô e construir um caminho com troca de conhecimento, generosidade e respeito.
É ser técnico, mas não deixar de ser humano percebendo as dificuldades e fraquezas, ao mesmo
tempo sendo forte e seguro. Os autores enfatizam que é importante entender que o professor
não é o culpado das respostas negativas ou positivas dos alunos, pois o fracasso e o sucesso
dependem de seus esforços. No entanto, a forma como o docente guia sua disciplina pode
viabilizar novas caminhos a serem percorridos por seus alunos
Para os autores relações humanas existentes nas escolas precisam ser fortalecidas. A
afetividade torna-se uma parceira na construção do conhecimento que aos poucos vai
favorecendo a implicação de novos saberes e atitudes que possibilitem ao discente integrar no
processo de ensino aprendizagem não apenas os conteúdos, mas também nos aspectos
cognitivo, afetivo e na formações de ações que viabilizem o fortalecimento do caráter e
construção dos saberes. Entende-se que a afetividade está inserida em vários contextos sociais
e não seria diferente na sala de aula, onde o docente assume um papel norteador no processo
ensino aprendizagem, pois a relação professor aluno depende da forma que o docente conduz
sua aula.
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Precisa-se corrigir os erros e buscar caminhos que venha a abrir novos horizontes para
os novos acadêmicos para que estes não sejam reprodutores de uma determinada situação, mais
sim, facilitadores de um crescimento contínuo e fortalecido na afetividade e respeito entre
professores e alunos.
O terceiro trabalho analisado foi o artigo escrito por Machado (2018) sobre o tema: “A
importância da afetividade na escola: revisão sistemática”, a autora descreve que o afeto é um
dos instrumentos que dentro da sala de aula flui para que o ensino-aprendizagem seja efetivado,
favorecendo o aluno e o professor neste contexto. A afetividade pode ser entendida com um
combustível que a inteligência precisa para trabalhar de forma potencializadora. Assim sendo,
acredita-se que, a ambiência com afeto, favorece a aprendizagem de que os sujeitos precisam.
Neste trabalho, Machado (2018) traz a temática de Vygotsky, Henri Wallon e Paulo
Freire e suas contribuições sobre o tema afetividade.
A importância da afetividade dentro da sala de aula, segunda a autora, no pensamento
Vygotskyano faz-se necessária a presença da afetividade dentro da escola, pois a partir da
interação entre o professor e as crianças, possibilita-se almejar a estimulação dos mesmos. A
sensibilidade do olhar do professor permitirá que os estudantes se sintam seguros e com isso,
promovendo a construção do conhecimento.
Em sua produção, Machado (2018) traz a temática de Wallon na formação da criança
que passa por etapas no seu processo cognitivo até chegar a uma definição de si. A afetividade
e a sua relação com o ensino-aprendizagem: as vivências em sala de aula vai muito além do
currículo, elas são permeadas por acontecimentos de base afetiva e toda a relação do sujeito
com o objeto. Nas ambiências em que os estudantes estão inseridos, percebemos que é nas
relações interpessoais e intrapessoais que, os indivíduos desenvolvem-se e apropriam-se da
autonomia para a construção do sujeito, da sua identidade e da sua própria história.
Por fim, para Freire, segundo Machado (2018), a relação docente/discente é de suma
importância para a ação docente. Ela não deverá ser trabalhada isolada de forma que, o exercício
da sua prática na esfera da cognição, deverá ser realizado com o valor imprescindível dos
sentimentos que os envolvam, como: emoções, sensibilidade, afetividade, intuição ou
adivinhação.
Para a autora-pedagoga, o afeto é concebido como o conhecimento construído acerca da
cultura, através da vivência dos indivíduos. Ele não se restringe apenas ao contato físico, mas,
sim nas manifestações que a interação social favorece e estabelece entre os atores envolvidos
na escola. Nesse cenário escolar concluímos que a dimensão afetiva deverá estar inserida na
aprendizagem dos escolares e nos seus relacionamentos. Isso se deve ao fato de que os
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professores e os alunos participam ativamente das relações favorecidas pela escola, afetando-
se no cotidiano escolar
Os educandos passam maior parte de suas vidas dentro da escola, por isso é tão relevante
que a ambiência seja movida pela afetividade. Nesses espaços escolares, percebe-se a
afetividade como instrumento para saúde, pois com uma relação saudável e harmoniosa, os
discentes serão favorecidos para uma construção de autonomia em suas próprias vidas.
Diante das questões acima citadas, esse estudo trata da compreensão dos sentidos da
afetividade e a sua interação sociocultural, dentro do processo educacional, consistindo em uma
pesquisa cujo objetivo permeia sobre a relação de importância da afetividade na escola e de
uma revisão bibliográfica.
Na pesquisa Machado (2018) traz uma discussão acerca da importância da afetividade
na educação. Por meio dessa análise, pretendeu-se problematizar as principais ideias envolvidas
na caracterização e nas formulações explicativas para a temática analisada.
O trabalho analisou dois textos: “A mediação da educação através da afetividade” e “A
afetividade no processo Ensino-Aprendizagem e na relação com o outro”. Onde percebeu a
necessidade de que se tem, o professor estar preparado para relacionar o conteúdo de sua prática
pedagógica com as emoções dos alunos, porque, somente assim serão garantidos que os
mesmos foram aprendidos e assimilados os seus efeitos desejados. Portanto, o educador
mediador precisará ter o conhecimento dos livros didáticos, mas também, a sensibilidade e o
domínio sobre a realidade do grupo escolar.
Além disso, para a autora, a interação do educador com o aluno é crucial para o
desenvolvimento da cognição, suas relações estão permeadas pela afetividade, por isso, a
importância do vínculo do educador e educando pelo afeto na educação é tão evidente. O afeto
é um fator determinante para a qualidade desta relação, quando relacionamos o sucesso do
ensino com a eficácia da aprendizagem pelos estudantes. Diante do exposto, cabe ao educador
a reflexão e consciência de sua real posição na vida estudantil, ele deverá pensar sua prática
pedagógica a partir de um desenvolvimento integral dos alunos, ensejando a presença da
afetividade na educação, pois apresenta aspectos determinantes e condicionantes para uma
saudável relação social, dando lugar a uma educação significativa e de qualidade, que os alunos
precisam para alcançar o progresso, no processo de ensino - aprendizagem.
Já no texto 2, a autora entendeu que a afetividade possui um papel fundamental para a
educação, dando ao educador condições de estabelecer uma relação de sociabilidade dentro da
sala de aula. Para efetivar essa relação, o professor deverá adotar a postura de um pesquisador,
um estudioso das mais complexas questões, buscando compreensão para os questionamentos e
19

entendendo cada um dos seus alunos de acordo com suas peculiaridades, na medida em que
forem propostos os novos desafios. Assim sendo, ele deverá refletir e compreender o
comportamento dos alunos diante de novos conhecimentos.
Portanto é nesse cenário escolar que percebemos que os alunos vão se desenvolvendo
no processo de aprendizagem, na medida, em que vão sendo envolvidos e estimulados pelo
educador a participarem ativamente das aulas. Com isso, o processo de ensino educacional vai
tomando força na vida destes pequenos, permitindo a confiança na relação entre o professor e
o aluno. Em um ambiente em que se sintam seguros, eles são levados a acreditar que são capazes
da criação e intuição imagináveis, para a atuação da construção de seu próprio pensamento,
valores, condutas, entre outros.
Desse modo, os alunos participam ativamente e são atingidos pela afetividade. Nesse
cenário afetivo existente na educação, educador e educando, ensejam o fomento, por isso, os
professores deverão estar sempre abertos às mudanças necessárias em suas práticas
pedagógicas, momento esse, propício para reverem e ajustarem suas condutas referentes à
afetividade na educação.
A autora enfatiza que o educador afeta e também é afetado pelos alunos. Esse afeto
também alcança a relação aluno-aluno, portanto, para que se estabeleça uma relação afetiva
equilibrada, deve-se dosar o excesso de ansiedade que surgem durante as tarefas e buscar
trabalhar com afetividade e sensibilidade, tranquilizando, encorajando e fortalecendo os alunos
na prática das atividades, provas e testes, entre outros, favorecendo esses sujeitos. A serenidade
e a tranquilidade, auxiliam os estudantes a vencerem esses obstáculos, dando um novo olhar
para a prática pedagógica.
Diante de todo elencado acima, Machado (2018) conclui que as experiências na escola,
são permeadas por vivencias afetivas positivas e trocas, que atuam sobre o objeto de
conhecimento, também promove a autonomia dos estudantes, possibilitando que todos que
estejam envolvidos na educação notem quem é o outro, com quem eles se relacionam, desse
modo, enriquecendo o ambiente educacional.
Continuando, a pedagogia afetiva é uma linha que deverá ser seguida e trabalhada por
meio da demonstração do afeto, sensibilidade, respeito, responsabilidade, dedicação, empatia e
compromisso com a educação.
Segundo Machado (2018) podemos entender que a afetividade na educação funciona
como um fator positivo, uma vez que, o educador e seus alunos, os discentes entre si mesmo,
no grupo, em pares, entre outras formas, para que se estabeleçam cooperação na discussão dos
assuntos propostos. O afeto é bem mais do que se propõem é permitir que o sujeito cresça e que
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deixe que o outro também cresça, usando de alteridade com esse outro a quem me relaciono,
como ele me afeta e também, como é afetado por mim. Temos que permitir que, o afeto cause
efeito também, a esse outro alguém do coletivo que me toca, com amor, carinho é intenções. A
temática sobre a afetividade nos permite a reflexão sobre o que posso melhorar, para que cause
boas ações pelas minhas condutas a outras pessoas na sociedade. Nesse espaço de relação e
saúde que é a escola, vão-se trabalhando com a afetividade na educação, sendo ela capaz de
transformar a nós mesmos e aos outros. Qual é o impacto que causa no outro, as minhas
emoções e afeto? Um sentimento genuíno, que pode ser visto, como uma afetividade
transformadora, porque possui a capacidade de impulsionar ao aluno a sempre querer aprender,
cada vez mais, por causa, da didática que o educador adota em sala de aula, favorecendo
harmonia afetuosa no ambiente escolar. Ao relacionarmos a educação com a afetividade, vimos
que ela é capaz de proporcionar o amor e o contato entre os estudantes na escola, facilitar o
ensino-aprendizagem e colaborar com a prática pedagógica.
Nesta perspectiva, o que podemos vislumbrar na educação são fatos que versam sobre
a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem, o reconhecimento da relação
de poder que a escola exerce com público alvo, capaz de persuadir e transformar a mentalidade
dos alunos, favorecendo o conhecimento de maneira articulada, desenvolvendo habilidades e
criando vínculos entre os atores da escola, também, contribuindo para formação destes sujeitos,
tornando-os autônomos e conscientes. O que esse educador transformador, poderá ensejar para
que seus alunos alcancem aprendizagem, na educação com afeto? Um desejo de aprender e o
entendimento consciente sobre o que foi ensinado em sala de aula. Uma participação efetiva de
uma educação cidadã. Um progresso da educação com afetividade. Poderemos almejar a
eficácia da educação, com isso, garantindo aos discentes uma aprendizagem efetiva e de
qualidade, favorecendo aos estudantes, a um futuro brilhante, como cidadãos atuante e sujeitos
mais humanizados, em nossa sociedade dinâmica.
De acordo com Machado (2018), percebemos que, com a afetividade desenvolvemos a
empatia pelo outro e relativizamos com alteridade, pelo fato de refletimos sobre quem é esse
outro que me toca, afeta e ao mesmo tempo e afetado por mim. Ainda que, a relevância e o
valor que se outorgam nas metodologias usadas pelos educadores, tanto auxiliam na construção
de conhecimento, quanto na produção de uma aprendizagem significativa pelos alunos.
Dessa maneira Machado (2018) conclui que as diversas propostas e estratégias de
ensino-aprendizagem que foram trabalhadas com afetividade, na utilização pelos educadores
possuem características peculiares, tanto no que ao referirem as situações que envolvam apenas
um sujeito, quanto as que envolvam todo um grupo de estudante, nos complexos processos de
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ensino e na construção dos saberes. Assim, entendem-se a necessidade da valorização da


afetividade em todos os processos de ensino-aprendizagem que acontecem na educação, bem
como as formas, significativa das mais diversas práticas docentes, oportunizadas aos
estudantes.

3.1. Discussão dos Resultados

De acordo com a leitura e a análise dos estudos apresentados percebeu-se que tanto nas
pesquisas bibliográficas quanto nas observações feitas pelos autores, a importância do papel da
afetividade no processo de ensino-aprendizagem, interferindo diretamente na relação professor-
aluno. Observamos que todas as pesquisas analisadas encontraram-se ancoradas teoricamente
em autores renomados como Paulo Freire, Henri Wallon, e Vygotsky, que defendem a
necessidade de uma prática com valor afetivo para o desenvolvimento mais significativo para
as crianças, enquanto indivíduo pertencente a um cenário social repleto de valores variados.
Nos estudos das pesquisas também observamos que em todos os trabalhos foi
mencionado que a afetividade é algo essencial na vida dos indivíduos, por meio dela criam-se
relações com os demais sujeitos da sociedade, deste modo, entendemos que o processo de
afetividade torna-se imprescindível para todos. Por ser o processo de alfabetização complexo,
a afetividade do professor para com o aluno torna-se um fator complementador e de alta
importância, visto que abrange o lado emocional dos indivíduos. Dessa maneira, a educação é
construída conjuntamente entre professores e alunos, de modo que ambos construam uma
relação de afeto, que busca o desenvolvimento integral da criança, visando levá-la a um
desenvolvimento e a uma educação de qualidade.
De acordo com os artigos de revisão e levando em consideração a complexidade que é o
processo de alfabetização juntamente ao termo afetividade, percebemos que em todos os
trabalhos são citados que a participação da família é fundamental como forma de motivação e
que a relação criança e professor seja construída de forma leve e afetuosa resultando no
aprendizado desejado. Crianças motivadas gostam de aprender. Os artigos também citam a
necessidade de mais formações continuadas para que os professores conheçam e deem novos
significados às práticas pedagógicas na alfabetização. Que percebam o significado dessas
práticas e que facilitem a construção do aprendizado nas séries iniciais.
Observamos também nos trabalhos analisados que foi abordado o papel do professor
como mediador do aprendizado, mostrando a necessidade da mediação do docente para uma
aprendizagem mais satisfatória da criança.
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Concordamos com esses trabalhos quanto à necessidade de reconhecer e valorizar a


importância de uma boa relação entre professor e aluno no processo ensino e aprendizagem. Na
arte de educar, por meio de uma relação social afetuosa, permite que, os alunos aprendam,
desenvolvam habilidades e sejam estimulados a viverem novas experiências, produções,
criações e a solucionarem seus próprios conflitos, além da compreensão de que um ambiente
afetivo favorável promove um acolhimento e uma relação de confiança e aprendizagem.
Portanto, acreditamos que o objetivo geral de discutir a influência da afetividade na
alfabetização nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, assim como os específicos foram
cumpridos já que conceituou-se e discutiu-se sobre a afetividade no processo formativo e de
ensino-aprendizagem, além de promover a reflexão acerca da relação entre afetividade docente
e a alfabetização.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema abordado por esta pesquisa, teve como propósito discutir a influência da
afetividade na alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de promover a
reflexão acerca da relação entre afetividade docente e a alfabetização.
Com a análise dos resultados dos estudos pesquisados, observou-se que estes
sugerem, que a afetividade é imprescindível para o desempenho educacional e na relação
professor-aluno visto que a alfabetização é um processo complexo, desse forma, se há
afetividade, todo o processo torna-se mais prazeroso para a criança, facilitando, assim, sua
aprendizagem. Também o papel do professor, que se configura como um mediador do
processo de aprendizagem e desenvolvimento, uma figura essencial para êxito na formação
e para uma aprendizagem mais efetiva.
Nesse sentido, a relação afetiva entre os sujeitos envolvidos no processo de ensinar e
aprender, o diálogo entre professor e aluno, o fazer compartilhado, o respeito pelo outro,
propicia para que ambos se sintam pertencentes ao processo de aprender e de ensinar.
Segundo Ranghetti (2002, p.89), a afetividade “[...] dá o brilho à relação pedagógica,
desencadeando o convívio da razão com a emoção num movimento com a vida, do interior
para o exterior do ser e vice-versa”. Dessa maneira, não há quem somente ensina ou quem
somente aprende, é ação conjunta que proporciona cada vez mais interesse em aprender.
23

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