Você está na página 1de 9

Direito Constitucional II

Aula 1 – Apresentação

Aula 2 – Revisão – Direitos fundamentais +


referência princípio democrático/”Corpus” da cadeira

Programa dividido em 3 grandes partes:

1. As estruturas Organizatórias – Diretamente relacionado com o poder político, como ele


é conformado. A depender de como se organiza, veremos que isto pode ter
consequências no sistema político. No sufrágio. Sistemas eleitorais. Tudo isto
diretamente associado (sendo como que uma continuação) do importantíssimo
princípio democrático.

2. As estruturas Normativas – Direito? (Leis/decretos-leis/decretos legislativos


regionais/regulmentos/Leis constitucionais) que forma assume o direito? Ideia da
Pirâmide normativa. Artigo 112º, essencial.

3. Fiscalização da Constitucionalidade (Realizada pelos vários tribunais. TC, como o


órgão de excelência na apreciação/decisão, mas não o único. Diversos procedimentos:
Por ação + importantes. Sucessiva, preventiva. Referência a LOTC)
Aula 3 – Direito Constitucional Organizatório

Noção: Direito constitucional organizatório, consiste no conjunto de regras 1 e princípios


constitucionais que regulam a formação dos órgãos constitucionais, respetivas competências e
funções bem como a forma de procedimento da sua atividade.

Desentranhando esta noção um pouco mais, vamos ficar com duas modalidades de direito
constitucional organizatório:

-O direito organizatório, formal e materialmente constitucional – para designar as


regras/princípios organizatórios, expressamente consagradas na constituição.

-O direito organizatório materialmente constitucional – Designando todo o complexo normativo


organizatório, existente fora da constituição, nomeadamente, em leis eleitorais, no regimento
da AR etc)

A. Os conceitos preliminares: O poder, a competência, a função, a tarefa, a


responsabilidade, o procedimento e o controlo.

Todos estes, são conceitos necessários para uma correta compreensão da organização do
poder político, segundo metodologia expositiva do prof. Gomes canotilho.

a) Caracterização Sumária

1. Poderes

A CRP de 76, não utiliza este termo, “poderes”, para designar os órgãos do estado. A
constituição fala em “poder político” (Artigo 108º), mas não menciona os “poderes do estado”
(diversamente do que acontecia noutras constituições portuguesas – 1822,a carta de 1826,
1838, 1911).

Portanto, quer se referir a órgãos de soberania (110º). Ainda que não se utilize no texto
constitucional a fórmula “poderes do estado”, quando se utiliza, pretende-se significar
complexos orgânicos do sistema do poder político, dotados de funções ditas “supremas” mas
separados e interdependentes entre si.

2. Competência

Entende-se o poder de ação atribuído aos vários órgãos e agentes constitucionais, com a
finalidade de prosseguirem as tarefas de que são constitucional ou legalmente incumbidos.

Portanto, temos que a competência vai envolver:

-Por um lado, a atribuição por via constitucional ou legal, de certas tarefas;

-Por outro, a concessão de certos poderes, como meios de ação necessários para a
prossecução das tarefas;

NOTA: É a competência, eu vai delimitar o quadro jurídico de atuação duma unidade


organizatória, bem como dela em relação a outras.

1
Essencialmente regras.
3. Função

Como nos alerta o prof. Gomes Canotilho, o termo é indiscutivelmente polissêmico 2! Entretanto,
a verdade é que na literatura juspublicística, e como veremos, na nossa própria constituição,
quando melhor analisarmos o conceito função, os sentidos mais difundidos, são o de função
como atividade e função como poder do estado.

4. Responsabilidade

Para podermos falar em responsabilidade constitucional

5. Procedimento

De modo a converterem os seus poderes em verdadeiros atos, os órgãos ou agentes


constitucionais deverão obedecer a um procedimento juridicamente regulado!

O exercício das funções públicas, está sujeito a um iter procedimental juridicamente adequado
à garantia dos direitos fundamentais e como não pode deixar de ser, à defesa dos princípios
basilares do estado de direito democrático.

Exemplos (Procedimento legislativo – disciplina o modus operandi da função legislativa/


Procedimento administrativo – O modus operandi

6. Tarefa

A atribuição de poderes aos órgãos ou agentes constitucionais, é feita para que estes cumpram
com determinadas missões – lá está, as tarefas.

NOTA: A competência, encontra-se funcionalmente vinculada ao desempenho de tarefas,


que como pode se imaginar, podem ser da mais variada natureza (políticas, económicas,
culturais etc).

7. Controlo

b) Aspetos mais aprofundados

2
1. A competência

O estudo das estruturas organizatório-funcionais, exige uma análise, ainda que breve, dedicada
às formas de revelação das competências.

1.1 Competência Legislativa, executiva e judicial

-É uma classificação tradicional, muitíssimo associada ao princípio da separação dos poderes!

1.2 Competências Constitucionais e Competências Legais

As competências poderão ter um fundamento constitucional (atribuídas/consagradas


expressamente na constituição), aí falando-se em competências constitucionais, ou então, um
fundamento legal (atribuídas pela lei), dizendo-se já em competências legais.3

NOTA: Princípios constitucionais muito importantes relacionados com esta matéria, e que
juntos, justificam a proibição da alteração das regras constitucionais de competência dos
órgãos de soberania, mesmo nos estados de exceção constitucional:

- Princípio da indisponibilidade das competências - Conforme o primeiro, as competências


constitucionalmente fixadas não podem ser transferidas para órgãos diferentes daqueles a
quem a constituição as atribuiu

- Princípio da tipicidade das competências. - As competências dos órgãos constitucionais,


devem ser, em princípio, apenas as expressamente elencadas na constituição.

Exemplos concretos:

-Competências constitucionais: Temos várias, onde nossa constituição é expressa – As


competências do presidente da república, do conselho de estado, da assembleia da república,
do governo, dos tribunais, com ênfase para o TC, competências das RAs etc

-Competências legais: Em decorrência daqueles dois princípios, bem se compreende que,


pelo menos relativamente aos órgãos constitucionais de soberania4, as competências
legais careçam necessariamente de ter fundamento constitucional expresso. É o que sucede,
nomeadamente, nas competências legais da AR (161) do governo (197º al. j)) do TC(223º) do
primeiro-ministro (201/1al.d) etc

1.3 Competências exclusivas, competências concorrentes, competências-quadro

3
Fora destas, vão existir também outras como as competências administrativas, estudadas mais no
âmbito do direito adminstrativo.

4
É discutível se as competências legais dos órgãos de soberania, estão sujeitas ao princípio da
indisponibilidade tal como ocorre com as competências constitucionais.
No âmbito das competências constitucionais, distingue-se entre:

-As competências exclusivas5 – Assim chamadas pois são atribuídas a apenas um órgão

-Competências concorrentes – São atribuídas, a igual título, a vários órgãos

-Competências-quadro-

1.4 Competências Implícitas e explícitas

Relevo aqui, para o designado princípio da conformidade funcional – Sempre que a


constituição regule de determinada forma a competência e função dos órgão de soberania,
estes deverão manter-se, na sua atuação, no quadro de competências constitucionalmente
definido, não devendo tentar modificar, pela via interpretativa, a boa repartição, coordenação e
equilíbiro de poderes, funções e tarefas, inerente àquele quadro.

A questão aqui, não deixa de ser controvertida. Muitos mesmo são os autores, que debatem a
propósito duma possível admissibilidade de competências não escritas (Implícitas). Decerto é
que, a aceitação indiscriminada desta tipologia de competências, acabaria pondo em causa
não apenas o princípio da conformidade funcional, mas também, os já mencionados princípios
da tipicidade e indisponibilidade das competências.

1.4.1 Distinções basilares

Para uma melhor compreensão da problemática da competênias implícitas, seguir-se-á o


pensamento de Gomes Canotilho, expondo algumas distinções prévias:

a. Competências constitucionais escritas expressas: Traduzem as competências dos


órgãos de soberania, expressamente consagradas no texto constitucional.

b. Competências constitucionais (“escritas”) implícitas: Competências que não estão


particularizadas/mencionadas de forma expressa no texto constitucional, mas que
podem se considerar como que implicitamente derivadas das normas constitucionais
escritas.

c. Competências não escritas: Modalidade de competência que não teria nenhum dos
suportes anteriores no texto constitucional.

1.4.2 Origens da doutrina das competências Implícitas

5
É a regra geral em matéria de atribuição de competências. No caso de haver competencias
concorrentes ou competencias-quadro, será a própria constituição a dizê-lo, a especificar os casos.
Os maiores problemas relativos a esta doutrina, como parece evidente, conexionam-se com o
2º e 3º tipo de competências supra-mencionados.

Esta doutrina das competências implícitas e todos os problemas que levanta, vem buscar sua
origem no direito constitucional norte-americano!

Aí se desenvolveu a seguinte tipologia de poderes:

a) Os poderes decorrentes/emergentes (Resulting Powers) – Seriam poderes que


resultam duma leitura conjunta de todos ou de de alguns dos poderes conferidos
especificadamente pela constituição;

b) Os poderes implícitos (Implied Powers) – Poderes não expressamente mencionados na


constituição, mas adequados à prossecução dos fins e tarefas constitucionalmente
atribuídos aos órgãos de soberania

c) Poderes inerentes/Essenciais (Inherent/essential Powers) – Poderes pertinentes e


indispensáveis ao exercício de funções políticas soberanas.

1.4.3 A Admissibilidade da doutrina das competências implícitas

2. Função
2.1 Critérios para a ordenação das Funções

Artigo 111º da CRP – Fixa o princípio da separação e interdependência dos órgãos de


soberania.

Princípio que vai implicar uma articulação entre órgãos e funções do estado

NOTA: Atenção que, quando falamos na separação/repartição dos poderes, em bom rigor, o
que se recorta em termos de separação/repartição, não é o poder do estado (poder político)!
Este, é uno e indivisível, reside no povo – artº 3 – que o exerce conforme as formas previstas
na própria constituição.

Estamos diante sim, de uma separação/repartição da atividade6 do estado, pelo que, o


resultado será não a existência de vários poderes, mas sim, de múltiplas funções
(Importante!)

= Não há separação política de poderes. Há uma separação funcional.

6
Lá está, função no sentido de atividade aqui sendo utilizada!
Estruturas organizatorias – relacionado com a forma do poder político/organização deste –
parte terceira constituição.

Distribuição por via da constituição, das principais funções do estado, por diversos complexos
organizatórios (ou órgãos do estado) + relações que existem entre os poderes.

Princípios fundamentais da CRP – tem subjacente o valor fundante – Dignidade pessoa


Humana). Transverssalvmente CRP marcada por 3 princípios:

-Estado de direito (+Princípios concretizadores)

-Democrático – transverssal a toda crp – “república portuguesa é um estado de direito


democrático”. A soberania reside no povo (poder supremo, uno e indivisível, residade no povo
– art 3 – que exerce conforme as formas previstas na crp). – remete ao 108º. Poder político
pertence ao povo, exercendo-se nos termos da constituição.

Democracia – governo do povo, pelo povo e para o povo. Não há separação política de
poderes, pois o único titular do poder é o povo. Há separação

Prof. Defende a existencia dum poder moderador – presidente da república –

Princípio democrático concretizando-se no princípio da representação - poder político exercido


por representantes. (eleitos por sufrágio)

Sufrágio eleitoral – outro dos princípios caracterizadores do p. democrático.

Sistemas eleitorais: Maioritários /proporcional – Constituição impoe que seja proporcional

Referendo – forma de exercício da democracia semi-direta


-Princípio da socialidade (sucedeu o antigo princípio socialista, consagrada na versão
originária, ideológica da CRP) – Visa a realização da justiça social. Muitas empresas, no
passado, ppertenciam ao setor privado, com a revolução, foram nacionalizadas (não todas) e
atualmente com este princípio, muitas passaram outra vez (re – privatização) ao setor privado.

Banco de portugal (entidade reguladora mais antiga de portugal)

Estruturas normativas – Quais as normas que integram um ordenamento jurídico (enfase à lei
/decreto lei do gov e regulamento)

Fiscalização da constitucionalidade – Vários tipos. +Lei do tribunal constitucional. Princípio


da constitucionalidade – toda norma contrária uma norma constitucional (gera
inconstitucionalidade) – Processos de fiscalização da constitucionalidade por ação – enfase.
Por omissão.

Você também pode gostar