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DIAGÓSTICO LABORATORIAL DE MICOBACTÉRIAS

Bárbara Márcia Marinho Silva – 2020065139

Introdução

Micobactérias são um grupo de bactérias que pertencem à família


Mycobacteriaceae, do filo Actinobacteria. Elas são conhecidas por possuírem uma parede
celular rica em lipídios, que confere características únicas a esses microorganismos. As
micobactérias incluem uma ampla variedade de espécies, algumas das quais são
patogênicas para humanos, causando doenças como a tuberculose. Uma das principais
características das micobactérias é a presença de uma parede celular altamente
hidrofóbica, devido à presença de compostos lipídicos, como os ácidos micólicos. Essa
parede celular confere resistência a fatores externos, incluindo desinfetantes e
antibióticos, tornando as micobactérias mais difíceis de serem eliminadas. O gênero
Mycobacterium é composto por várias espécies de micobactérias, incluindo algumas das
mais importantes do ponto de vista médico. Entre elas, destacam-se: Mycobacterium
tuberculosis e Mycobacterium leprae. O diagnóstico da tuberculose é fundamental para o
controle da doença. Existem diferentes métodos de diagnóstico disponíveis, incluindo
métodos laboratoriais. Alguns dos principais métodos utilizados no diagnóstico da
tuberculose são: Microscopia de baciloscopia que é método simples e rápido para detectar
a presença de bacilos ácido-álcool resistentes (BAAR) no escarro dos pacientes. Esse
método utiliza a coloração de Ziehl-Neelsen ou coloração de Auramina-Rodamina para
visualizar os bacilos no microscópio.; Cultura bacteriana que é padrão outo no
diagnóstico de tuberculose e permite a identificação precisa da espécie e também permite
a realização de testes de sensibilidade aos antibióticos.; TRM que é baseado em técnicas
moleculares, como a reação em cadeia da polimerase (PCR), que podem detectar o DNA
do Mycobacterium tuberculosis diretamente no espécime clínico. Durante a aula prática
realizados a leitura de lâminas pré-existentes no laboratório, seguido pela execução da
baciloscopia com a mostra de escarro.

Objetivos
O objetivo do diagnóstico laboratorial de micobactérias é identificar a presença de
micobactérias em amostras clínicas e confirmar o diagnóstico de doenças causadas por
esses microorganismos. Especificamente em relação à tuberculose, o diagnóstico
laboratorial é fundamental para iniciar o tratamento adequado e para o controle da
disseminação da doença.
Materiais e Métodos
Os métodos utilizados durante a aula prática para o diagnóstico de tuberculose foram a
baciloscopia, utilizando os seguintes materiais e métodos são utilizados:
1. Baciloscopia:
Material: Amostra clínica: escarro.
Inicialmente é realizado a fixação da amostra em uma lâmina de microscopia, que ajuda
a aderir as células e os bacilos à lâmina. Posteriormente é realizado a coloração de Ziehl-
Neelsen, um método de coloração ácido-resistente, que segue os seguintes passos:
a) Aplicação da carbol fucsina (solução vermelha) sobre a amostra fixada na
lâmina;
b) Aquecimento suave da lâmina para ajudar na penetração da corante nas células
e bacilos;
c) Remoção do excesso de corante e lavagem com água;
d) Aplicação de ácido forte, como ácido sulfúrico diluído, para descolorir as
células não acidorresistentes;
e) Lavagem com água e aplicação de contracorante, como azul de metileno, para
colorir as células não acidorresistentes;
f) Lavagem final com água e secagem da lâmina;
g) Exame microscópico das lâminas coradas usando objetivas de imersão em óleo
para visualizar os bacilos ácido-álcool resistentes, que aparecerão em vermelho
contra um fundo azul.
Lâmina A: Lâmina B:

Campos: Campos:
0 1 0 4 5 0 0 2 1 2 1 0 0 2 4 5 8 0 5 1
Resultados Resultados
Nº de bacilos 15 Nº de bacilos 26
Nº de campos 10 Nº de campos 10
Resultado/cruzes Positivo ++ Resultado/cruzes Positivo ++

Lâmina C: Lâmina D:

Campos: Campos:
30 5 8 1 2 2 0 1 2 0 5 0 0 0 5 1 0 1 3 0
Resultados Resultados
Nº de bacilos 51 Nº de bacilos 15
Nº de campos 10 Nº de campos 10
Resultado/cruzes Positivo ++ Resultado/cruzes Positivo ++
Lâmina realizada em sala:

Campos:
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Resultados
Nº de bacilos 0
Nº de campos 10
Resultado/cruzes negativo

Discussão

Na baciloscopia, os resultados podem ser interpretados como positivos ou negativos tanto


por lâmina quanto por campo microscópico. Nesse caso, foi realizada a análise por campo
contando a presença de BAAR e os resultados foram classificados como Positivo +++
a carga bacteriana na amostra é considerável, o que pode ser um indicativo de uma
infecção ativa por Mycobacterium tuberculosis. No entanto, é importante lembrar que a
interpretação dos resultados da baciloscopia deve ser feita considerando o contexto
clínico, os critérios estabelecidos pelo laboratório e a avaliação de múltiplos campos
microscópicos em diferentes lâminas. No caso dos resultados obtidos nas lâminas de A;
B; C e D com a média das leituras do campo é indicativo de "Positivo ++" (1-10
BAAR/campo), o que sugere uma carga bacteriana intermediária a alta, o que pode ser
relevante para a avaliação do risco de transmissão da tuberculose e para a decisão de
iniciar o tratamento adequado. Mas outros testes complementares, como o cultivo
bacteriano ou a TRM (teste rápido molecular), podem ser necessários para confirmar o
diagnóstico e identificar a presença do Mycobacterium tuberculosis, especialmente em
casos de carga bacteriana baixa ou quando há suspeita de resistência a medicamentos.
Em relação a lâmina realizada em sala com amostra de escarro demonstra resultado
negativo, pois não houve a ocorrência de BAAR, além da análise das amostras de
tuberculose exigem laboratório NB2 ou superior, o que confirma a ausência de achados
sugestivos de Mycobacterium tuberculosis.
Referências

Capítulo 23: Micobactérias. Brooks, G.F. and Carroll, K.C. and Butel, J.S. and Morse, S.A. and

Mietzner, T.A. Microbiologia Médica de Jawetz, Melnick & Adelberg. 26º edição. Porto Alegre:
AMGH Editora, 2014.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção

Relacionada a Assistência a Saúde. Modulo7: Detecção e Identificação de Microbactérias de

Importância Médica. Brasília: Anvisa, 2013.

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