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Financas Publicas 3grupo
Financas Publicas 3grupo
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
DISCENTES:
ROSA DA FELICIDADE
DOCENTE:
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
INSTITUTO SUPERIOR MUTASA
DELEGAÇÃO DE CHIMOIO
DISCENTES:
ROSA DA FELICIDADE
DOCENTE:
LICENCIATURA EM DIREITO
Chimoio, 2023
Capítulo 1 – Introdução
Para um bom uso das receitas e para melhor satisfação das despesas, o Estado elabora um
documento, ou até podemos designa-lo instrumento que nele se inscreve as despesas e as
receitas previstas durante um ano, e este documento é o Orçamento do Estado, portanto, para
elaboração deste Orçamento até chegar ao seu uso obedece certos princípios, sendo assim, o
presente trabalho buscar compreender o processo orçamental em Moçambique.
1. Objectivo geral
O trabalho de como objectivo geral compreender o processo orçamental em Moçambique.
2. Objectivos específicos
Definir o Orçamento do Estado;
Definir o Processo Orçamental;
Destacar as fases do Processo Orçamental de Moçambique.
3. Metodologia
Juridicamente falando, Guimarães (2004, p. 414) define orçamento como “peça escrita,
organizada pelo Governo, na qual faz previsão de receita e fixa as despesas para determinado
período financeiro. É uma lei de caráter sui generis”.
Baleeiro, citado por Pires (2002, p. 70), define que “orçamento é o acto pelo qual o Poder
Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período e em pormenor, as
despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela
política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei”.
E a lei do SISTAFE não foge dos pensamentos supracitados, e ela defineno n° 1 do art. 19°
da Lei do SISTAFE que Orçamento do Estado define os principais objectivos económicos e
sociais e de política financeira do Estado, identifica a previsão das receitas a arrecadar, as
acções e os recursos necessários para a implementação do Programa e Plano, num horizonte
temporal de um ano.
2. Processo Orçamental
O Processo Orçamental em sentido estrito tem apenas a ver com a orçamentação e execução
anual das receitas e das despesas, e que se repete todos os anos. Este, engloba cinco fases,
sendo a primeira a da elaboração da proposta de lei orçamental, a segunda a apresentação e
aprovação pela Assembleia da República. Depois de aprovada segue a terceira fase que a de
execução e no fim do ano económico procede-se ao encerramento das contas e que depois são
fiscalizadas, compreendendo assim, a quarta e quinta fase.
Nenhuma receita pode ser estabelecida, inscrita no Orçamento do Estado ou cobrada senão
em virtude de lei e, ainda que estabelecidas por lei, aes receitas só podem ser cobradas se
estiverem previstas no Orçamento do Estado aprovado. Os montantes de receita inscritos no
Orçamento do Estado constituem limites mínimos a serem cobrados no correspondente
exercício (n° 2 do art. 26° da Lei do SISTAFE).
Constitui despesa pública, todo o dispêndio de recursos monetários, seja qual for a sua
proveniência ou natureza, gastos pelo Estado, com ressalvas daqueles em que o beneficiário
se encontra obrigado à reposição dos mesmos (n° 1 do art. 27° da Lei do SISTAFE).
Nenhuma despesa pode ser assumida, ordenada ou realizada sem que, sendo legal, se
encontre inscrita devidamente no Orçamento do Estado aprovado, tenha cabimento
correspondente na verba orçamental e seja justificada quanto à sua economicidade, eficiência
e eficácia (n° 2 do art. 27° da Lei do SISTAFE).
As despesas só podem ser assumidas durante o ano económico para o qual tiverem sido
orçamentadas (n° 3 do art. 27° da Lei do SISTAFE), e as dotações orçamentais constituem
limite máximo a utilizar na realização de despesas públicas, no corrente exercício (n° 4 do
art. 27° da Lei do SISTAFE).
Compete ao Governo executar e fazer executar o orçamento, sendo para tal coadjuvado pelo
conjunto da Administração Pública (ali. e) do n° 1 do art. 203° da CRM).
A execução da receita compreende quatro fases (alineas a), b), c), d) e e) do n° 1 do art. 42°
da Lei do SISTAFE):
A realização das despesas compreende quatro fases, nomeadamente (alineas a), b), c) e d) do
n° 1 do art. 43° da Lei do SISTAFE):
Fixação, que consiste no processo de registo dos limites da despesa aprovadas pela
Lei que aprova o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado;
Cabimento, que consiste no acto administrativo de verificação, registo e cativo do
valor do encargo a assumir pelo Estado de forma parcial ou total;
Liquidação, que consiste no acto de verificação do direito adquirido pelo credor e
apuramento do valor que efectivamente há a pagar, tendo como base os documentos
comprovativos do respectivo crédito;
Pagamento, que consiste na entrega do valor ao titular do documento de despesa.
A arrecadação e afectação de recursos seja feita de acordo com o que vem estipulado
no orçamento do Estado, de forma a evitar-se uma má utilização dos dinheiros
públicos e a ocorrência de desperdícios;
Os objectivos que se pretende alcancar com a execução orçamental, e que vêm
definidos no Plano Económico e Social, estejam a ser efectivamente cumpridos.
Enquanto que o orçamento constitui uma previsão das receitas e despesas para um
determinado ano, a conta regista as receitas e despesas que foram efectivamente cobradas e
efectuadas durante esse ano. Constitui, por isso, um meio de controlar a posteriori a execução
orçamental e de responsabilizar os agentes dessa mesma execução.
Uma vez executado o orçamento e aprovada a Conta Geral do Estado, chega o momento de
se prestar contas: de se detectarem os erros e as irregularidades cometidas durante a execução
orçamental e de se apurarem responsabilidades.
A fiscalização visa assegurar que a execução orçamental não sofre desvios, cumprindo-se
assim os objectivos e a estratégia definidos no orçamento. Procura-se garantir que o
Executivo se mantém dentro dos limites impostos pela lei - os quais foram determinados pela
Assembleia da República aquando da aprovação da Lei do Orçamento – e evitar o
desperdício e a má utilização dos dinheiros públicos. A fiscalização tem normalmente em
vista as despesas, uma vez que o montante das receitas é uma estimativa e está sujeito a
variações, dependendo da conjuntura económica, entre outros factores. A sua fiscalização é,
por isso, menos rigorosa: limita-se a averiguar se as receitas foram correctamente liquidadas e
contabilizadas.
A fiscalização jurisdicional assume uma especial importância, não só pela sua “força”, mas
também pelo facto de depender de um orgão externo e independente do Governo. Garante-se,
assim, a separação do poder executivo e jurídico, essencial para o funcionamento de qualquer
democracia.
Conclusão
PIRES, João Batista Fortes de Souza. Contabilidade Pública. Teoria e prática. Brasília:
Franco & Fortes, 2010.
Legislações