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Orientações: Relatório Bimestral do AEE dos estudantes com Deficiência Visual

(cegueira e baixa visão).

Prezado Professor(a),

Ao sistematizar as informações sobre a aprendizagem/desenvolvimento do estudante,


coletadas ao longo do bimestre é importante levar em conta os seguintes aspectos:

 Os registros devem sempre evidenciar os avanços e não apenas as dificuldades/erros.


Assim os registros devem explicitar o que o estudante aprendeu/desenvolveu tendo
como referência as expectativas de aprendizagem esperadas;

 É imprescindível que o professor de AEE apresente exemplos, pois assim, ficarão


explicitadas as habilidades e competências desenvolvidas e internalizadas pelo
estudante.

 O professor não deve restringir aos exemplos apresentados nestas orientações, haja
vista que cada estudante apresenta necessidades, características, estilos de
aprendizagem e potencialidades distintas.

 As informações registradas neste relatório deverão ser utilizadas como subsídios para
as práticas pedagógicas subsequentes, com vistas aos avanços na aprendizagem e
desenvolvimento acadêmico, social e emocional do estudante;

 O relatório é individual, ou seja, deverá ser elaborado para cada estudante.

 Ao descrever sobre a aprendizagem e desenvolvimento do estudante o professor deve


atentar para os itens propostos nestas orientações, bem como, nos relatórios (não
podem alterar e/ou suprimir nenhum item).

Secretaria de Estado da Educação Goiás – Superintendência de Modalidades e Temáticas Especiais


www.educacao.go.gov.br – Quinta Avenida, Qd.71, Lt.10 – Vila Nova - CEP: 74.643-030 – Goiânia/GO.
Telefone: (62) 3201-3209.
RELATÓRIO BIMESTRAL DE APRENDIZAGEM/DESENVOLVIMENTO

ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ESTUDANTE


COM DEFICIÊNCIA VISUAL (CEGUEIRA E/OU BAIXA VISÃO)

1. DADOS GERAIS: estas informações são obtidas na secretaria da unidade educacional.

2 - DADOS RELEVANTES SOBRE O ESTUDANTE: (História de vida social, familiar –


trajetória escolar, acompanhamento clínico/terapêutico, diagnóstico - laudo, uso de medicamentos
e outros).

Estas informações deverão ser obtidas junto aos pais e/ou responsáveis pelo estudante. Sobre a
história de vida do estudante é importante mencionar como é constituída a família, condições de
vida, se participa de atividades na comunidade (igreja, esportes etc.) entre outras.

Sobre a trajetória escolar explicitar se o estudante concluiu as etapas anteriores, nesta ou em


outra unidade educacional, se repetiu alguma série/ano, se contava com serviços especializados
(professor de apoio, AEE), se foram realizados relatórios descritivos da sua
aprendizagem/desenvolvimento.

Caso haja informações novas no bimestre seguinte, estas deverão ser atualizadas. Por exemplo:
troca de medicação, início ou término de tratamento clínico, participação em atividades na
comunidade etc.

3 - ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO - FUNÇÕES PSÍQUICAS SUPERIORES

3.1 - PERCEPÇÃO: é uma função cognitiva a qual o indivíduo é capaz de formar e distinguir os
estímulos vindos de um ambiente através dos órgãos sensoriais e poder dar um significado para
eles.

Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como:


O desenvolvimento desta função é pré-requisito para o aprendizado e uso dos instrumentos e
a construção da autonomia, que permitirão o acesso e domínio dos conhecimentos acadêmicos, do
meio ambiente e da cultura.
O estudante já desenvolveu a percepção gustativa, olfativa, tátil, auditiva, visual (para
a
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estudantes com baixa visão)? - Especificar quais os sentidos já desenvolveu e, em que nível de
desenvolvimento o estudante está. É imprescindível que o professor faça uma sondagem sobre o
desenvolvimento dos sentidos dos estudantes cegos e/ou com baixa visão. Entre outras.

3.2 – ATENÇÃO/CONCENTRAÇÃO: Segundo Luria (1991), “atenção é a seleção de


informação necessária, o asseguramento dos programas seletivos de ação e a manutenção de um
controle permanente sobre elas” Concentração: a capacidade de se manter centrado na atividade;
implica em participação, envolvimento, bem como na tentativa de realização das atividades
propostas. A atenção e a concentração tratam da organização do comportamento, preparando o
homem para a percepção ou para a atividade. Sem ela não há aprendizado.

O registro referente a estas funções é importante porque sinalizam o grau de motivação do


estudante, o que, por sua vez, tem relação direta com sua receptividade referente aos
conhecimentos com os quais entra em contato. É importante observar que manter-se centrado e
atento em sala de aula não significa, necessariamente, apresentar-se passivo e quieto. É mais que
isso: implica em participação, envolvimento, bem como na tentativa de realização das tarefas
propostas.
Para fazer os registros é importante que o professor lance mão de algumas reflexões, tais como:
Demonstra interesse? Mantém-se centrado na realização de atividades? Envolve-se na tentativa
de realizá-las, mesmo apresentando dificuldades? Entre outras.

3.3 - LINGUAGEM/COMUNICAÇÃO: Linguagem: diz respeito às habilidades para


compreender e expressar informações por meio da oralidade e escrita (Braile, ou escrita/leitura
ampliada), linguagem gestual, digital, toques, expressões corporais etc. – Comunicação:
Capacidade de comunicar-se de forma eficaz é essencial.

Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como: o estudante expressa suas
ideias com clareza e coerência, considerando o contexto, por meio dos diferentes tipos de
linguagem: gestual, escrita, desenho, dentre outras? Compreende a fala ou leitura/escrita braile
do outro e expressa experiências do seu cotidiano? Interpreta, reproduz e/ou transmite
mensagens, tais como histórias, recados, notícias entre outros gêneros textuais? Entre outras

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3.4 - MEMÓRIA/ABSTRAÇÃO/GENERALIZAÇÃO: Memória: Capacidade de conservação
e reprodução de informações; segundo Luria (1991) é “o registro, a conservação e a reprodução
dos vestígios da experiência anterior, o que permite ao homem acumular informações e delas
dispô-las a fim de operar no mundo” Abstração: Capacidade de representar o pensamento e/ou
compreensão acerca dos conteúdos e/ou atividades trabalhadas. As representações podem ser por
meio de diversas linguagens: verbal, escrita, desenho, gestual, dentre outras. Generalização:
capacidade de fazer uso de determinado conceito em outros contextos ou situações.

Ao fazer o registro, e com base nas atividades realizadas na Sala do AEE é preciso que o
professor faça reflexões, tais como: o estudante consegue lembrar-se das informações recebidas?
Reproduz as informações com clareza? Transmite recado mantendo as informações iniciais? Traz
informações de fontes diversas, tais como: rádio, TV, jornais e outros? Representa o pensamento
expressando suas opiniões, por meio das diversas linguagens? É capaz de aplicar determinado
conceito que aprendeu em outro contexto? Entre outras.

3.5 - CRIATIVIDADE: Capacidade de solucionar problemas com êxito ou realizar atividades de


formas diferenciadas, inusitadas, não convencional, isto é, respostas originais que fogem do
padrão.

Observação: a capacidade criativa não implica em altas habilidades/superdotação. Por isso,


qualquer estudante pode ser criativo em diversas situações. Muitas vezes, o estudante não
consegue expressar determinado saber de maneira convencional, seja por meio da linguagem oral
ou escrita, mas o faz, por exemplo, por meio de desenhos, dramatizações, dança etc.

Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como: o estudante consegue
solucionar problemas com êxito? Realiza atividades de formas diferenciadas, não convencionais?
Colabora na construção de regras? Busca soluções para situações problemas do cotidiano?
Expressa seu pensamento, mesmo que não seja por meio da fala/escrita convencional? Entre
outras.

3.6 – ASPECTOS PSICOMOTORES: refere-se à capacidade de determinar e coordenar


mentalmente os movimentos corporais.
Ao fazer o registro o professor deve atentar para as reflexões tais como: Possui domínio e
conhecimento de seu corpo, imagem corporal? Interpreta direções laterais? Tem noções
espaciais? O estudante com baixa visão reproduz corretamente a forma (traçado) das letras,

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números e símbolos? Percebe a posição de objetos em relação a si próprio? Manuseia talheres,
pincel, tesoura, régua e outros?

3.7 - RACIOCÍNIO LÓGICO: Capacidade de estruturação do pensamento de acordo com as


normas da lógica que permite chegar a uma determinada conclusão ou resolver um problema. É o
pensamento trabalhando em uma sequência analítica, tendo como objetivo analisar todas as
possibilidades para resolver um problema. Fazemos uso do raciocínio lógico em variadas situações
do cotidiano, tais como: tomadas de decisões, interpretação de textos (sequenciação, cronologia),
nas formas de expressar-se e na resolução de problemas matemáticos. Portanto, o Raciocínio
lógico não se restringe aos conhecimentos matemáticos.
Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como: o estudante é capaz
de resolver situações problemas com racionalidade, com criatividade? Expressa em sequência
lógica - quantitativos numéricos, sequência de história e/ou acontecimento, cronologicamente? É
capaz de organizar, selecionar e interpretar suas impressões de modo a atribuir significado e
estabelecer conclusões? É capaz de resolver situações problema do dia a dia de forma coerente?
Demonstra facilidade na interpretação de problemas matemáticos? Entre outras.

4 – PARTE ESPECÍFICA –

4.1 - PARA ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL (Cegueira e Baixa Visão)

 BRAILE: O Braile é um sistema de escrita tátil, utilizado por pessoas cegas, composto por
63 combinações de pontos.
Observação: O Braile é, tradicionalmente, escrito em papel com gramatura aumentada. A
escrita Braile é realizada com a reglete e punção, máquina de escrever em Braile ou impressoras
que imprimem em relevo.
Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como:

O estudante conhece e consegue manusear a reglete e punção e/ou máquina de datilografia em


Braile? Quanto ao aprendizado do Braile, o estudante consegue fazer a associação dos pontos na
cela da reglete/máquina com os símbolos (letras, números, pontuação)? Explicitar o nível de
desenvolvimento do estudante em relação ao aprendizado da escrita e leitura em Braile. Entre
outras.
Observação: se o estudante tiver domínio do Braile (leitura e escrita) não é necessário o
Professor de AEE trabalhar esse conteúdo.
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 SOROBÃ: é um calculador mecânico, manual, retangular, com uma régua em posição
horizontal, denominada régua de numeração, que o divide em duas partes: parte inferior mais larga
e parte superior mais estreita.

Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como:


O estudante conhece e sabe manusear o sorobã? Identifica as linhas correspondentes à
unidade, dezena, centena e milhar na régua numérica do sorobã? Quais os tipos de operações
matemáticas que o estudante consegue realizar utilizando o sorobã? (estas operações devem ser
ensinadas em conformidade com a complexidade dos conteúdos mediados nas disciplinas que
utilizam cálculos, como por exemplo: matemática, física, química etc.)
Observação: Assim como o Braile, se o estudante já tem domínio do uso do sorobã para a
realização de todos os tipos de cálculos, não será necessário trabalhar o sorobã no AEE.

 ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE: A orientação é processo de utilizar os sentidos


remanescentes para estabelecer a própria posição e o relacionamento com outros objetos
significativos e o meio ambiente. A mobilidade é a habilidade de locomover-se com segurança,
eficiência e conforto no meio ambiente, através da utilização dos sentidos remanescentes
(WEISHALN, 1990).
Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como:

O estudante consegue manter uma postura corporal adequada ao andar e sentar-se?


Apresenta algum tipo de estereotipias (balançar cabeça, movimentos de mãos etc.)? – Especificar
avanços em relação à minimização e/ou extinção das esteriotipias. Já faz uso da bengala
adequadamente (se não, especificar o nível de domínio do uso da bengala)? Tem noções de
orientação espacial (direita, esquerda, para baixo, para cima, perto, longe etc.)? Consegue
locomover-se utilizando o piso tátil e o corrimão (especificar o nível de domínio)? Consegue fazer
leitura de sinalização tátil (mapa tátil, sinalização de elevadores, corrimão etc.)? –Consegue
locomover-se com autonomia no ambiente escolar, em casa e nas ruas (especificar em quais os
ambientes o estudante já consegue locomover- se, precisa de ajuda ou movimenta-se sozinho)?
Entre outras.
Observação: As atividades relativas a orientação e mobilidade devem ser desenvolvidas
concomitantemente ao aprendizado do Braile.

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 USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS: produtos, equipamentos, dispositivos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade,
relacionada à atividade e à participação de pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida,
visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (Lei nº 13.146/2015 –
LBI).

Ao fazer o registro é preciso que o professor faça reflexões, tais como:


O estudante já consegue utilizar o computador (conhecimento de informática)? Conhece algum
tipo Ledor de tela: NVDA (sigla em inglês para “Acesso Não-Visual ao Ambiente de Trabalho)
DosVox, Jaws, Virtual Vision etc.? Conhece e é capaz de fazer uso de jogos adaptados
(Especificar o nível de domínio e aprendizado? É capaz de manusear mapas geográficos
adaptados(Especificar o nível de conhecimento do estudante)?.

Observação 1: O uso de determinadas tecnologias assistivas por estudantes com baixa visão,
depende da prescrição do médico oftalmologista e/ou, em caso de estudantes adultos, da sua
escolha.
Observação 2: Quanto ao uso de Material ampliado deverá atentar para a especificidade de cada
estudante, como também ser observada a recomendação médica, acuidade (tamanho de fonte,
contraste, luminosidade etc.).

5 - SUGESTÕES DE ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS/PROCEDIMENTOS


DIDÁTICOS:

O Professor de AEE deve, além de explicitar o direcionamento para suas próximas


intervenções pedagógicas no AEE, elencar suas recomendações para os professores regentes
quanto ao uso de recursos/equipamentos, adaptações no currículo, diversificação nas metodologias
Ao sugerir novos instrumentos e/ou metodologias o Professor deve levar em conta os recursos que
a unidade educacional possui, bem como a possibilidade de confecção e aquisição destes recursos.

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