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A definição comumente utilizada para classificar exercícios em cadeia cinética é a de que, se o

segmento distal estiver livre para se mover no espaço e não sustentar o peso corporal, a cadeia é
considerada aberta. Assim, uma cadeia cinética aberta caracteriza-se pela liberdade do segmento
distal. Os exercícios de cadeia cinética aberta servem para proporcionar maior liberdade de
movimento ou trabalhar de forma mais específica (isolada) um determinado grupo muscular —
mas em alguns casos também trabalham mais de um grupo muscular ao mesmo tempo. Alguns
autores afirmam que os exercícios em cadeia cinética aberta não são funcionais, argumentando
que exercícios deste tipo não sustentam o peso corporal, e têm seu movimento ocorrendo em
uma única articulação pelo fato do segmento distal ser livre para se mover. Mas têm como
vantagem a melhoria da força em um determinado grupo muscular específico e a maior
possibilidade de variação de movimentos. Um exemplo de exercício de cadeia cinética aberta é
a rosca direta. Quando você faz o movimento, a parte distal do membro superior (a mão) se
movimenta e está livre, enquanto a parte proximal (braço) fica imóvel. A cadeira extensora é
outro exemplo desse tipo de exercício. Nela, os pés (parte distal do membro inferior) se
movimentam e ficam livres enquanto as coxas (parte proximal) ficam imóveis. Nesses
exercícios há uma maior instabilidade e sobrecarga nas articulações. Além disso, em muitos
movimentos é menor a possibilidade de uso de altas cargas e o corpo fica sujeito a forças de
cisalhamento (em sentidos opostos), que podem vir a comprometer a segurança na execução
Na cadeia cinética fechada o segmento distal da articulação é fixo e suporta uma considerável
resistência externa, o que impede ou reduz sua liberdade de movimentação. Os exercícios de
cadeia cinética fechada são aqueles em que sustentam o peso corporal. É necessário movimento
em várias articulações para que se complete o movimento, o segmento distal é normalmente
fixo a uma superfície sustentadora, e a resistência pode ser aplicada tanto distal quanto
proximal. Um exemplo disso é o agachamento, em que os pés ficam apoiados e não se mexem e
as coxas "sobem e descem". Ou a barra fixa, em que as mãos seguram a barra e os braços se
movem, fazendo o corpo subir em direção à barra. As vantagens dos exercícios de cadeia
cinética fechada são: trabalham vários grupos musculares ao mesmo tempo e ativam os
músculos antagonistas —ou seja, os de oposição aos que executam o movimento: os posteriores
da coxa (isquiotibiais) quando você faz um exercício para quadríceps ou o tríceps em um
movimento para bíceps. Além disso, permitem o uso de altas cargas com maior segurança e
conforto, por ter baixa necessidade de estabilização das articulações envolvidas e proporcionar
menor sobrecarga a elas. Mais uma vantagem é que os exercícios de cadeia cinética fechada
trabalham o corpo de forma simular ou igual a movimentos que executamos no dia a dia, como
subir escadas, caminhar, correr, sentar, empurrar, puxar etc., preparando o corpo para essas
situações. As desvantagens desses exercícios são o baixo grau de liberdade —muitas vezes há
pouca ou nenhuma possibilidade de variação de movimento — e a impossibilidade de "isolar"
ou trabalhar de forma específica apenas um grupo muscular.

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