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TUTORIAS: MÓDULO DISPNEIA, DOR TORÁCICA E EDEMAS

Por Jeniffer Abreu e Lukão


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Nesse ebook você encontrará os seguintes assuntos:

01 Asma

02 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

03 Fibrilação Atrial

04 Insuficiência Cardíaca

05 Síndrome Nefrítica

06 Síndrome Nefrótica

07 Doença Renal Crônica

@med.tabelas
medtabelasufsb@gmail.com
Legenda:

+ = mais
+ ureia + creatinina = soma dos fatores
- = menos
↑ (aumento); também pode significar soma
→ (levar à algo/ir a algum lugar)
↓ (diminuição/redução).
> maior
< menor
OBS = observação
p/ = para
Asma
CID 10 J45

Conceito: doença inflamatória crônica heterogênea/síndrome clínica caracterizada por hiper-responsividade das vias aéreas (com resposta broncoconstritora) e inflamação das vias aéreas;
EPIDEMIOLOGIA FISIOPATOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO
- Uma das doenças crônicas mais comuns: 300 - Histopatologia: exsudato víscido, Anamnese: verificar a presença CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE
milhões de pessoas em todo o mundo eosinofilia, células inflamatórias, dos sinais e sintomas característicos Questionário de controle de asma da Global
- Prevalência: aumentou por causa da descolamento do epitélio, espessamento da da asma/início/frequência das Iniciative for Asthma (GINA)(últimas 4 semanas): Asma
urbanização camada reticular, hiperplasia das glândulas crises/ocasião/intensidade/sintoma controlada (nenhum item), asma parcialmente controlada
- Brasil no 8º lugar na taxa de prevalência mucosas com aumento da secreção brônquica, s noturnos e diurnos/fatores (1-2 itens) e asma não controlada (3-4 itens). Os itens são:
mundial aumento da permeabilidade capilar → edema, desencadeantes/fatores de *Sintomas diurnos > 2x por semana
- Gastos de saúde: asma controlada e não hiperplasia da musculatura lisa dos brônquios, alívio/influência na vida *Despertares noturnos por asma
controlada ↑ do fluxo sanguíneo → estreitamento das vias diária/tratamentos/uso de *Medicação de resgate >2x por semana
- Idade: acomete qualquer idade, mas o pico aéreas, obstrução do lúmen por tampões de medicamentos (quais e *Limitação das atividades por asma
de incidência ocorre aos 3 anos muco, vias aéreas eritematosas e edemaciadas dose)/infecções *PFE ou VEF1: normal/<80% predito
- Sexo: na infância acomente + o sexo respiratórias/refluxo *Exacerbação: nenhuma/1 ou + por ano/1 em qualquer
masculino; na puberdade se iguala - Fisiopatologia: antígeno é inalado → APC → gastroesofágico/histórico de atopia semana
- Fatores de risco e desencadeantes: atopia apresenta às células T → começam a se pessoal e familiar/exposição 💊TRATAMENTO > 12 ANOS
(rinite e dermatite atópica), alérgenos (pólen, proliferar → células Th2 ambiental/tabagismo/animais - Todos os asmáticos: controle ambiental + rever controle
pêlos de animais, ácaros), predisposição - Th2 → produzem IL-4 → faz com que células - Se os sintomas se iniciaram na vida da asma e risco futuro regularmente
genética (polimorfismo no cromossomo 5q), B produzam IgE → IgE ligam-se aos mastócitos adulta: asma ocupacional ou - Alívio em todas as etapas: CI-formoterol em dose
infecções (vírus e bactérias atípicas), dieta - Quando o indivíduo entrar em contato com agravada pelo trabalho baixa/outra opção: β-2 agonista de curta duração
(↓vitamina D), poluição do ar, exposição o alérgeno → alérgeno irá se ligar às IgE → - Lembrar que asma e DPOC podem - Etapa 1 (controlada/<2x no mês/sem fator de risco)
ocupacional, obesidade (adipocinas pró liberação de mediadores (histamina) → coexistir!! → não precisa de medicação todo dia → medicação de alívio
inflamatórias), exercício físico, estresse. promove entrada do alérgeno na mucosa → *Outras opções: CI + SABA por demanda, dose baixa de CI
broncoespasmo, ↑ permeabilidade vascular, Exame físico: sinais já citados em sempre que usar SABA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS produção de muco e recrutamento de células manifestações clínicas + - Etapa 2 (controlada/2x no mês ou com fatores de
- Período entre as crises: assintomático sanguíneas; exaustão/ansiedade/sudorese/dispn risco) → medicação de alívio ou antileucotrienos (menos
- Sinais e sintomas típicos: sibilos, dispneia - Lesão epitelial → desnudamento → expõe éia/hipoxemia/cianose efetivo) ou CI em dose baixa + SABA
e tosse com intensidade variável, pacientes nervos sensoriais → broncoconstrição - Etapa 3 (sintomáticos/asma moderada/necessidade
relatam dificuldade para encher os pulmões colinérgica e liberação de neuropeptídeos Exames complementares: intermediária) → CI dose baixa + β-2 agonista de longa
de ar, alguns pacientes têm produção inflamatórios → substância P → inflamação *Espirometria: Volume Vital Forçado duração DIÁRIOS ou CI dose moderada diário ou CI dose
exagerada de muco, hiperventilação e uso da - Mediadores da fase aguda (leucotrienos, (VEF1) no 1º segundo 80% do baixa + antileucotrienos diários ou CI dose baixa +
musculatura acessória prostaglandinas, histamina) → contração da previsto; Relação de VEF1/CVF imunoterapia sublingual (rinite)
- Sintomas podem piorar à noite ou aparecer musculatura, hipersecreção, vasodilatação, (capacidade vital forçada) <75% em - Etapa 4 (asma grave/intensidade alta) → CI inalatório
de manhã cedo edema adultos e <86% em crianças; ↑ 7% da dose moderada + β-2 agonista de longa duração DIÁRIOS ou
- Sinais físicos: taquipnéia (25 ipm-40ipm), - Células epiteliais → liberam leucotrienos, VEF e 200ml do valor absoluto após CI dose alta diário ou CI dose alta + antileucotrienos diários
pulso paradoxal, saturação próx 90%, fase prostaglandinas, citocinas inalação de β2-agonista/ normal não - Etapa 5 (asma grave/intensidade alta) → CI inalatório
expiratória prolongada, hipertimpanismo à - Alterações fisiológicas: obstrução do fluxo exclui o diagnóstico! dose moderada + β-2 agonista de longa duração DIÁRIOS ou
percussão, frêmito tóraco-vocal diminuído, de ar gera ↑ da resistência das vias aéreas e ↓ *Medida do pico de fluxo expiratório: ↑ associar tiotrópio ou anti-IgE se asma alérgica ou anti-IL 5
sibilos à ausculta (difusos, da velocidade do fluxo em toda capacidade de pelo menos 15% se asma eosinofílica (mepolizumab)
polifônicos/ausência é sinal de gravidade , vital *Testes cutâneos para alérgenos: *Encaminhar para avaliação fenotípica
roncos difusos, hiperinsuflação, tosse seca. - Remodelamento → proliferação de vasos e prova in vivo/puntura/ácaros *CI dose baixa diário (considerar efeitos adversos)
Diagnóstico diferencial: DPOC, obstrução, fibroblastos, com deposição de colágeno e *Provocação com broncodilatador: 💊TRATAMENTO 6-11 ANOS
pneumonia, ICC, infecções respiratórias cicatrização → ↑ espessura da parede VEF1 ↓ 20%
brônquica
- Estresse → epinefrina → broncoconstrição *Provocação com exercício: ↓ 10-15% - Todos os asmáticos: controle ambiental + rever controle
VEF1 da asma e risco futuro regularmente
*Gasometria arterial: PaO2 entre 55- - Alívio em todas as etapas: CI-formoterol em dose
70 mmHg e PaCO2 entre 25-35 mmHg baixa/outra opção: β-2 agonista de curta duração
*Hemograma: eosinofilia, IgE ↑ - Etapa 1: CI + SABA por demanda, CI dose baixa quando
*Radiografia de Tórax: normal ou usar SABA ou dose baixa de CI diária
mostrar hiperinsuflação - Etapa 2: CI dose baixa diária + SABA por demanda
*Tomografia: áreas de bronquiectasia - Etapa 3: CI dose baixa + LABA ou dose média de CI + SABA
(não é específico de asma) por demanda
*NO exalado: níveis ↑ avaliar adesão - Etapa 4: CI dose média + LABA + SABA por demanda,
ao tratamento encaminhar para especialista
- Etapa 5: Fenotipar + adicionar anti-IgE (tiotrópio,
omalizumabe e mepolizumabe)
💊TRATAMENTO < 6 ANOS
Resgate: 200 µg de salbutamol com uso de espaçador com
ou sem máscara (repetir a cada 20min → max de 6 jatos por
2h → se persistir buscar atendimento médico)
Manutenção: inalador pressurizado dosimetrado via
espaçador com máscara (< 4 anos) e sem máscara em
crianças maiores; Doses baixas de CI inalatório;
OBS: Quando obter e mantiver o controle da asma por >3
meses → a dose do CI pode ser reduzida para uma dose
mínima → menor dose para manter o controle da asma.
-Prognóstico/complicações:
atrasar o diagnóstico/ausência do DOSE NO DISPOSITIVO CI + LABA
TTO da inflamação → influenciam na Budesonida + fumarato de formoterol (nome
irreversibilidade da comercial: Alenia): 6/100 µg ou 6/200 µg (> 4 anos)
obstrução/função pulmonar DOSE NO DISPOSITIVO CI + SABA
OBS: lactantes/crianças com Dipropionato de beclometasona (nome comercial:
sibilância → evoluções variadas; Clenil): 50/100 µg (>6 anos)
infecção respiratória; atelectasias por DOSE NO DISPOSITIVO CI ISOLADO
tampões de muco; síncope por tosse; Dipropionato de beclometasona (nome comercial:
pneumotórax; cor pulmonale agudo Clenil spray): 50 µg (crianças e adultos), 200 ou 250 µg
entre outras. (somente adultos)
OUTRAS ABORDAGENS NO MANEJO DA ASMA
Vacinas: influenza e antipneumocócica
- Imunoterapia: via subcutânea ou sublingual
Todo asmático deve ter um plano de ação!
* Individualizado, educação para monitorar os sintomas,
reconhecimento precoce da exacerbação e estratégias que
irão orientar o paciente para o tratamento domiciliar das
crises.
* Dividido em tratamento da asma controlada no dia a dia;
quando, como e por quanto tempo usar a medicação de
resgate e aumentar o tratamento de controle; quando usar
CO; e quando procurar auxílio médico de emergência ou
urgência
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
CID 10 J44

Conceito: doença inflamatória crônica que afeta o fluxo aéreo, consequência da exposição significativa a partículas ou gases nocivos caracterizada por enfisema/bronquite crônica.
EPIDEMIOLOGIA FISIOPATOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO
-Em países de baixa renda a DPOC é a terceira -Inalação crônica de irritantes: → ativação Anamnese: deve ser a mais detalhada TTO não farmacológico: cessação do
causa de morte; dos TOLL-LIKE → imunidade inata → aumento possível, indagar sobre a exposição a fatores de tabagismo; avaliação/redução de exposição
-Nos países desenvolvidos, encontra-se na 5 de neutrófilos e macrófagos e ativação das risco já citados, história pessoal de asma, ocupacional; redução/exposição à poluição
posição de causa de morte. células epiteliais das vias aéreas e secreção de alergias, sinusopatia e outras doenças ambiente/doméstica; dieta saudável/atividade
-Prevalência: atinge 18% dos homens e 14% muco; Imunidade adaptativa → aumento do respiratórias, história familiar de DPOC, física regular.
das mulheres; número de linfócitos T/B nos pulmões; depressão, anemia, osteoporose, TTO farmacológico:
-Em pessoas > 60 anos de idade é de 25,7% folículos linfóides → aumento e ativação APCs. hospitalizações prévias, rotina familiar, -Baseia-se:
-As exacerbações da DPOC estão presentes em →DPOC é marcada por inflamação neutrofílica. limitação de atividades, faltas no trabalho e -Espirometria + determinar gravidade do
50% dos pacientes. OBS: Aumento das células T CD8 + e CD4 + e impacto econômico, padrão do fluxo aéreo (escala GOLD1-4):
-Fatores de risco e desencadeantes: nutrição, ativação de Th1/Th17 aumentada pode desenvolvimento dos sintomas, avaliação dos *GRUPO A: exacerbações 0~1/ano; MRC
uso de fogão à lenha, tuberculose, tabagismo, amplificar a inflamação crônica. sintomas (como e quando começaram). (0~1); CAT(<10) (baixo risco, pouco
exposições ocupacionais e ambientais a sintomático)
vapores químicos, poeiras e outros irritantes, -Estresse oxidativo (EO): chave para o Exame Físico: hiperinsuflação pulmonar -Broncodilatador; reavaliar TTO.
deficiência de a1-antitripsina. desenvolvimento/características da DPOC (tórax em barril, hipersonoridade à percussão *GRUPO B: exacerbações 0~1/ano; MR ( 2~4)
-Fatores de risco para exacerbações: OBS: EO é aumentado em pacientes à exposição do tórax, ausência de ictus, bulhas abagas, CAT (<10) - (baixo risco, muito sintomático);
comorbidade cardiovascular, sexo feminino, da fumaça de cigarro e ativação de células excursão diafragmática reduzida), sinais de -LAMA ou LABA: reavaliar TTO - LAMA + LABA
baixa qualidade de vida, depressão. inflamatórias (macrófagos e neutrófilos). obstrução ao fluxo aéreo (sibilos, expiração *GRUPO C: exacerbações > ou = 2/ano; MRC
-Enfisema (hipóxia): destruição do epitélio prolongada + secreção das vias aéreas - (0~1); CAT (<10); (alto risco e pouco
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS alveolar roncos). sintomático).
-Sinais e sintomas típicos: dispneia -Bronquite Crônica: comprometimento das -medir peso/altura (IMC); avaliar sinais de -LAMA; avaliar TTO; LAMA + LABA ou LABA +
progressiva; tosse crônica (principalmente vias aéreas. desnutrição + consumo muscular; Corticoide.
matinal); sibilância e dor torácica (pacientes -Sinal de Hoover; verificar utilização de *GRUPO D: exacerbações > ou = 2/ano; MRC
graves), emagrecimento e anorexia (fase -Estreitamento das vias aéreas: obstrução musculatura acessória. (2~4); CAT (<10); (alto risco e muito
avançada). das vias aéreas nas pequenas vias da periferia sintomático);
-Síndromes clássicas: pulmonar de pulmonar e resulta na ↓ do VEF1 e CVF; -LAMA+LABA; avaliar TTO; LAMA + LABA/CI,
Diagnóstico: idade > 40 anos (tabagismo
hiperaeração e brônquica obstrutiva. estreitamento fixo das vias + perda de anexos considerar Macrolídeo; considerar
20/maço + sintomas respiratórios crônicos +
-Progressão da doença: tórax em tonel, alveolares devido ao enfisema → fechamento Roflumilaste.
tosse crônica + produção regular de catarro
hipersonoridade à percussão, frêmito prematuro das vias após expiração -Manejo na APS:
e/ou crises de bronquite ou chiado.
tóracovocal diminuído, murmúrio vesicular (aprisionamento de ar). -Dispneia: usar broncodilatadores de curta
diminuído, sibilos e estertores finos e esparsos. -Espessamento da parede periférica duração (LABA ou LAMA) de demanda.
-Quadro de exacerbação: aumento da bronquiolar por inflamação e estreitamento → Exames Complementares:
*Espirometria: presença da relação VEF1/CVF -Tosse produtiva: considerar mucolíticos;
dispneia, tosse produtiva (purulenta), fibrose + ruptura de anexos alveolares causado -Limitação funcional (ESCALA MRC > ou = 3):
taquipnéia, uso de musculatura acessória, por enfisema + oclusão luminal por muco + < 0,7 após uso de broncodilatador;
*Radiológico: hiperinsuflação pulmonar, otimizar farmacoterapia, oferecer reabilitação
cianose, roncos, sibilos e estertores na ausculta exsudato inflamatório. pulmonar, rastrear sintomas de
pulmonar, respiração com lábios semicerrados -Exacerbações: associam-se ao ↑ das vias hiperlucência pulmonar bilateral, presença de
bolhas e rebaixamento das cúpulas ansiedade/depressão;
Classificação da DPOC segundo Dorhost e aéreas + inflamação + efeitos inflamatórios -Exacerbações: corticoide oral, antibióticos,
Filley: enfisematoso (soprador rosado); sistêmicos; infecções virais respiratórias diafragmáticas;
*Outros exames: hemograma; ECG e ECO (para internação, otimizar farmacoterapia, discutir
brônquico crônico: pleótico, cianótico. (rinovírus - resfriado comum). planos de ação (uso de corticoide oral e ATB de
sinais sugestivos de IC/cor pulmonale ou
Diagnóstico diferencial: asma, IC, TB, OBS: risco para desenvolver exacerbações reserva).
outras DCVs)
câncer de pulmão e bronquiectasias. (história de exacerbação no ano anterior).
*Oximetria de pulso: repouso/esforço (avaliar -Hipóxia: SATO2 < ou = 92% em repouso e ar
hipoxemia + necessidade de O2 domiciliar + ambiente; se VEF1 < 30% do predito
GA. (referenciar para avaliação de oxigenoterapia
*Mensuração dos níveis séricos de a1- domiciliar).
antitripsina: para < 40 de idade, VR: 90 a 200 -Situações específicas do TTO:
mg/dL Roflumilaste (TTO de pacientes com
*TC: casos duvidosos/investigação de DPOC grave/muito grave VEF <50% do
neoplasias; previsto) + tosse e catarro mesmo em uso de
*Teste de Caminhada de 6 minutos: para avaliar TTO inalatório máx.
o impacto das medidas do TTO/reabilitadores. dose: 500 mg/dia VO.
Escala CAT (avaliar o quadro de Antibiótico profilático: Azitromicina (250
comprometimento da DPOC). a 500 mg 3x por semana) ou Eritromicina
(500mg 2x ao dia) por 1 ano - DPOC grave ou
muito grave.
N-Acetilcisteína (NAC): reduz
exacerbações - dose 1.200mg em pacientes com
DPOC e com uso de doses baixas (600 mg) em
pacientes com bronquite crônica sem DPOC
sem efeitos da função pulmonar.

Escala MRC (avaliar quadro de dispneia):


Fibrilação Atrial (FA)
CID 10 l49

Conceito: fibrilação atrial (FA): Ativação atrial desorganizada, rápida e irregular; FC entre 90-170 bpm, Irregularidade R-R, ausência da onda P, QRS estreito
EPIDEMIOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA MANEJO
- Taquiarritmia sustentada crônica + comum Diagnóstico: registro - Tratamento dividido em: FA recém diagnosticada e FA refratária
(33% das internações por arritmias) eletrocardiográfico com arritmia > 30s em 💓PACIENTE INSTÁVEL
- Prevalência: 1-2%, ↑ com a idade (3,9% > 65) traçado no holter / através de um traçado - Instabilidade: choque circulatório, congestão pulmonar e/ou isquemia miocárdica →
-Prevalência no Brasil: 1,5 milhões de no ECG de 12 derivações / pacientes com cardioversão elétrica imediata💖!!
pessoas dispositivo cardíaco implantado: atividade - ⚡Cardioversão elétrica : monitorização de PA, ECG e oximetria / fonte de O2 / heparina não
- ↓ comum em jovens: exceto em caso de atrial irregular > 5 min fracionada, EV, 60-70 U/kg, máx de 4.000 / sedação com propofol 0,5mg/kg em pacientes sem
libação alcoólica, adrenérgicos e distúrbios Anamnese: avaliação das palpitações cardiopatia estrutural ou etomidato 0,2-0,3mg/kg em pacientes com cardiopatia / realizar CVE
eletrolíticos (ritmo, tempo de duração, frequência, se há sincronizada com choque inicial de 100 J bifásico ou 200 J monofásico → caso não ocorra reversão,
- Relacionada com cardiopatias: HAS, síncope durante as palpitações, quando choques com cargas maiores → em casos refratários, usar amiodarona EV (dose de ataque de 150-
valvopatia mitral, cardiopatia isquêmica, ocorrem, fatores desencadeantes, sintomas 300mg, pode repetir após 15min; dose de manutenção de 1mg/min por 6h, seguida de 0,5mg/min
cardiomiopatias associados, como as palpitações por 18h; dose máxima de 2,2g em 24h) / manter anticoagulação após CVE
- IAM pode cursar com FA 6-10% dos casos terminam)/ história medicamentosa OBS: Nos casos de FA +48h ou de origem indeterminada → aguardar período de anticoagulação de 3
/ Cardiomiopatia dilatada cursa com FA 15- (medicamentos em uso, uso de álcool e semanas ou excluir a presença de trombo com ecocardiografia transesofágica
20% outras drogas, fator social ou médico
- Fatores de risco: tromboembolismo, 💙PACIENTE ESTÁVEL
associado (estresse, febre, privação do - Existem 3 opções: controle do ritmo (cardioversão eletiva + antiarrítmicos), controle da
hipertireoidismo, DPOC descompensada, sono), condições médicas associadas (IC,
apneia obstrutiva do sono, obesidade, libação frequência cardíaca (drogas inibidoras do nó AV) e anticoagulação (de acordo com indicação) →
DM, obesidade, apneia do sono), histórico OBS: Risco cardioembólico sempre deve ser avaliado!!
alcoólica, drogas, distúrbios eletrolíticos familiar de morte súbita cardíaca.
(hipocalemia), distúrbios gasométricos 💖Controle da frequência cardíaca:
*Palpitações que iniciam de forma abrupta:
(acidose, hipoxemia), pós operatório de FC <110 bpm em repouso (meta); São utilizados betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio
causas benignas (taquicardia sinusal,
cirurgia cardíaca não diidropiridínicos e digitálicos
ansiedade)
- FA pode ocasionar AVE isquêmico (por causa Betabloqueadores
Exame físico: aumento da área
do tromboembolismo) - Agem por meio da inibição competitiva da ligação catecolaminas-receptores beta
cardíaca, sopros cardíacos ou
- Mortalidade: fator de risco independente > - Contraindicação: história de broncoespasmo, IC descompensada, hipotensão arterial,
irregularidades no ritmo, prolapso da valva
60 anos bradiarritmias, BAV de 2º ou 3º grau, bradicardia, asma e DPOC
mitral (clique mesossistólico)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS *Metoprolol: Ataque 5mg IV em bolus, pode repetir a dose após 5min 3x / Manutenção VO 50-
* Sintomas e achados clínicos que podem
400mg/dia (12h-12h)
- Quadro clínico geral: palpitações, dispneia, sugerir hipertireoidismo: ↑ tireoide,
*Esmolol: Ataque 0,5mg/kg IV em 1min / Manutenção IV infusão contínua a 0,05-0,2mg/kg/min
desconforto torácico, tontura, sudorese, nervosismo, tremores, intolerância ao calor
urgência urinária, poliúria, intolerância ao Antagonistas do canal de cálcio não diidropiridínicos
Exames complementares:
esforço, síncope / alguns assintomáticos! - Bloqueiam os canais de cálcio ↓ a vel de condução e ↑ o período refratário
ECG de 12 derivações (padrão ouro no
- FA paroxística (autolimitada): < 7 dias, se - Contraindicações: pacientes hipotensos e/ou bradiarrítmicos, AV de 2º ou 3º grau, IC e
curso do evento)
resolvem espontaneamente, pode ser insuficiência ventricular esquerda
*Oscilações de baixa amplitude na linha de
recorrente *Diltiazem: Ataque 20mg IV em bolus, pode repetir após 15min / Manutenção IV em infusão
base (ondas f)
- FA persistente: > 7 dias, contínua e contínua -15mg/h, VO 120-360mg/dia (4 tomadas 6/6h)
*Ritmo ventricular irregularmente
sustentada, pode recidivar após cardioversão *Verapamil: Ataque 5-10mg IV em 2-3min, pode repetir a dose após 30min / Manutenção VO240ng-
irregular
- FA persistente de longa duração: contínua 480mg/dia (3 tomadas 8/8h)
*Frequência de ondas F entre 300-600 bpm
por + 12 meses e varia em amplitude, forma e duração Digitálicos
- FA permanente: contínua por + 12 meses e (Flutter → 250-350 bpm e são constantes em - Pacientes com insuficiência cardíaca → associados aos betabloqueadores (além de inibirem o
refratária à cardioversão; eliminada por duração e morfologia) NAV ainda melhoram a contratilidade miocárdica)
ablação por cateter - Início e pico de ação tardios (5-10min início e 2-4h)
*Exame físico*: ritmo cardíaco *Frequência ventricular entre 100-160 *Deslanosídeo (Cedilanide): 0,4mg IV lento 1-2x/dia
irregularmente irregular, pulsações venosas bpm *Digoxina: Ataque IV 0,25mg 2/2h até 1,5mg / Manutenção VO 0,125-0,375mg 1x/dia (associada na
nas jugulares, dissociação pulso-precórdio *QRS estreito IC grave)
Quando há suspeita de causas sistêmicas: OBS: Se não houver controle com 1 droga, pode associar dois medicamentos
FISIOPATOLOGIA exames laboratoriais → hemograma (digoxina+betabloqueador)(digoxina+diltiazem)
FA → focos ou atividade de reentrada → requer completo (anemia e/ou infecção), ureia, OBS: Evitar associar betabloqueadores+antagonistas dos canais de cálcio → ↑ risco de bradiarritmia
um gatilho → normalmente surge nas veias creatinina e eletrólitos (insuficiência renal e digoxina+verapamil → ↑ risco de intoxicação digitálica
pulmonares; ou alterações hidroeletrolíticas de sódio e OBS: Se ainda assim permanecer taquicárdico. usar doses baixas de amiodarona (Ataque 150mg EV
Múltiplos circuitos de reentrada → potássio), tireotrofina (TSH- em 10min / Manutenção 0,5-1mg/min)
estimulação atrial caótica por focos ectópicos hipertireoidismo) 💊Anticoagulação
Reentrada → anatômica (obstáculos causando Pode ser necessário complementar com - Decisão de anticoagular ou não → escore CHA2DS2-VASC
condução lenta) e funcional (refratariedade) monitoramento ambulatorial → holter → IC 1 ponto/HAS 1 ponto/>75 anos 2 pontos/DM 1 ponto/AIT ou AVE prévio 2 pontos/Doença
Centro da zona de reentrada → mantido Pessoas que não precisam de exames vascular 1 ponto/65-74 anos 1 ponto/sexo femino 1 ponto
continuamente despolarizado por impulsos em complementares: ↓ fator de risco, sem → 0 pontos = não há necessidade de profilaxia antitrombótica/1 ponto = 1) não prescrever profilaxia,
movimento centrípeto sintomas associados às palpitações. 2) prescrever apenas AAS, 3) anticoagular (preferencial)/ 2 ou + pontos = anticoagular!!
Estabilidade da FA → nº de circuitos de Teste ergométrico: palpitações induzidas OBS: Risco cardioembólico alto → anticoagular para o resto da vida
reentrada simultâneos por exercícios ou suspeita de isquemia do - Risco de AVEh induzido por anticoagulantes → escore HAS-BLED p/ risco de sangramento
Ativação vagal → altera correntes de potássio miocárdio HAS → 1 ponto/Alteração na função renal ou hepática → 1 ou 2 pontos/AVE → 1
dependentes de acetilcolina → redução da Ecocardiograma: presença de FA ou ponto/sangramento prévio → 1 ponto/labilidade do INR → 1 ponto/>65 anos → 1 ponto/ drogas
duração do potencial de ação outras arritmias para avaliar alterações ou álcool → 1 ou 2 pontos → >3 pontos eleva risco de sangramento → NÃO CONTRAINDICAR!! →
Ativação adrenérgica → provoca acúmulo de estruturais cardíacas (sintomas sugestivos modificar fatores ou comportamentos de risco
Ca intracelular → deflagra arritmia de IC) - Anticoagulação → associação de *heparina (1mg/kg 12/12h) + *varfarina (dose ajustada para
Atividade atrial na FA → rápida e irregular → Radiografia do tórax: suspeita de doença manter INR 2-3) → suspender heparina após INR atingir faixa terapêutica!!
não há contração atrial coordenada → resposta pulmonar - Novos anticoagulantes orais (NACO) → não necessitam de heparina nem da monitorização do INR
do ventrículo irregular, dependendo da Diagnóstico diferencial: → *dabigatran (110-150mg 2x/dia - ajuste 75mg 2x/dia se TFG 15-30ml/min)
filtragem do nó AV → insuficiência cardíaca *Arritmia com dissociação atrioventricular: OBS: FA valvar só pode usar warfarina e insuficiência renal com comprometimento não deve usar
Ausência da contração atrial eficaz → ↑ risco presença de ondas palpáveis tipo A na NACO! → NACO ↓ risco de hemorragia intracraniana e ↑ risco de hemorragia digestiva!!
de coagulação → trombose (apêndice atrial jugular ⚡Controle do ritmo cardíaco - cardioversão eletiva💊
esquerdo) *Taquiaritmias com reentrada no nó AV: - Pacientes que a FC alvo não é atingida → cardioversão → FA >48h → risco de cardioembolia
Remodelação atrial → doenças cardíacas, pulsações visíveis na roupa em região - >48h → ecocardiograma → ausência de trombo=cardioversão → presença de trombo=anticoagular
envelhecimento normal, própria FA cardíaca, pulsações visíveis no pescoço 3-4 semanas → se não for possível fazer o exame=anticoagular!
FA persistente e resistente → *IC: ingurgitamento jugular, edema em - Risco cardioembólico ↓→ suspender anticoagulação após 4 semanas
desenvolvimento de fibrose atrial tornozelo, ritmo de galope e crepitação - Risco cardioembólico ↑→ manter mesmo que o coração volte a bater em ritmo
Cardiomiócitos disparados pulmonar 💊Cardioversão farmacológica → *Ibutilida 1mg IV em 10min, repetir 1x se necessário
simultaneamente → fazem os fibroblastos se *Flutter atrial: ondas senoidais em formato → *Amiodarona (+ empregada) dose de ataque 600-1000mg/dia dividido 2-3x, por 8-10 dias e dose
diferenciarem em miofibroblastos → de serra denominadas “F” (maiúsculo), sem de manutenção 100-400mg/dia/OBS: monitorar INR (interage com a varfarina) e dosar digoxina
produzem colágeno linha de base isoelétrica, polaridade (interage com a digoxina)
Remodelação atrial → pode resultar em negativa em DII, DIII e aVF. A FC ventricular - Cardioversão elétrica (já explicada) → + efetiva do que a química
doenças cardíacas e condições que promovam costuma a se a metade da FC atrial - Antiarrítmico profilático → droga de escolha é amiodarona → 100-400mg/dia
doenças cardíacas → IC, valvopatia mitral (geralmente em torno de 125 a 150 bpm).
Isquemia, hipertensão, obesidade e apneia 💓FIBRILAÇÃO ATRIAL REFRATÁRIA💓
do sono → causam remodelamento → - Ablação por cateter → elimina permanentemente arritmias → contraindicada em paciente que
ocorrência de extra-sístoles ectópicas atriais não tolera anticoagulação 6-8 semanas após ablação e assintomáticos/ Ablação por
espontâneas radiofrequência → isola eletricamente regiões dos focos → chance de estenose (2-8%)/ Implante
de marca-passo definitivo → elimina arritmias/ Cirurgia de Maze→ incisões nos átrios isolando as
regiões do miocárdio → impede reentrada/
Educacional: orientar quanto aos fatores de risco (obesidade, tabagismo, inatividade física, álcool..)
Prognóstico: FA e risco de AVE e mortalidade → FA fator independente p/ mortalidade!
Insuficiência Cardíaca (IC)
CID 10 I50

Conceito: é uma síndrome clínica complexa na qual o coração torna-se incapaz de bombear sangue para as necessidades metabólicas tissulares.
EPIDEMIOLOGIA FISIOPATOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO
-Doença grave que afeta 23 milhões de -Etiologia: isquêmica, hipertensiva, chagásica, Anamnese: deve ser a mais detalhada TTO não-farmacológico:
pessoas em todo o mundo; valvar, congênitas, alcoólica, extracardíaca, possível, atentar-se aos sintomas mais -Realização de exercício físico; aumentar o consumo
-Afeta mais o sexo feminino; miocardites, idiopática, esclerose, displasia frequentes (dispneia e cansaço), intolerância de fibra alimentar, restrição hídrica (< 2L/dia -
-Prevalência: 1~2% da população adulta arritmogênica do ventrículo direito, periparto aos esforços, fadiga) indicada para pessoas com IC e hiponatremia (< NA <
em países desenvolvidos, sendo 10% em entre outras. -dispneia: consequência da pré-carga; 130 mg/dl); evitar automedicação (AINES,
indivíduos > 75 anos de idade; -Fisiopatologia: IC leva ao comprometimento cansaço: redução do DC; ortopneia: dispneia corticosteroides, estrogênios; restrição sódica
-Aproximadamente 1% dos indivíduos do débito cardíaco (DC) + mecanismo de Frank ao decúbito dorsal, ↑ do retorno venoso dos (2~3g/dia) podendo chegar (<2g/dia) em casos mais
com 55/64 anos, chegando a 17,4% em Starling + pré-carga e pós-carga + pressão MMII ao coração com congestão pulmonar/↓ graves
idades > ou = 85 anos; arterial média. da capacidade vital. OBS: todas as pessoas com IC devem receber vacinas
-Apresenta mortalidade de 12%, sendo -A IC classifica-se como: IC direita ou esquerda, OBS: a intensidade da ortopneia é medida (antipneumocócica/influenza).
maior em homens negros. dependendo das câmaras e da circulação pela quantidade de travesseiros. TTO farmacológico:
-Fatores de risco e desencadeantes: sistêmica ou pulmonar; -tosse seca: sintoma de congestão pulmonar *IC com fração de ejeção reduzida e sintomática:
isquêmica do coração, HAS, DCR, doença OBS: A IC direita se desenvolve como piorando em decúbito dorsal; noctúria: -terapia tripla (3~6 meses): IECA (ou BRA se
de Chagas, DM, obesidade (IMC > 30), consequência da IC esquerda; aumento do fluxo renal no decúbito intolerante), betabloqueador, antagonista
tabagismo, exposição a toxinas; consumo -IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr), IC -sintomas cognitivos + psiquiátricos devem mineralocorticóide.
excessivo de álcool, baixa escolaridade, com fração de ejeção preservada (ICFEp) → em ser avaliados. OBS: após 3~6 meses → reavaliação clínica e
sedentarismo, dieta pobre em frutas e ambos a quantidade de sangue que é bombeado Exame Físico: presença de B3 + desvio funcional; se assintomático NYHA I → manter terapia
vegetais, estresse psicossocial, grupo em cada bpm é reduzida. de ictus; OBS: deslocamento do ictus tripla; se sintomático NYHA II~III → reavaliar
heterogêneo de cardiomiopatias (familiar, 💔ICFEr → FEVE < ou = 40% de sangue p/esquerda (cardiomegalia e específico para função VE; se sintomático NYHA IV → avaliação com
periparto, infecção por HIV, autoimunes, bombeado pelos ventrículos → miocárdio não IC com FEr); especialista em IC → reavaliar função VE.
pós-miocardite). pode mais se contrair com força suficiente (seja -distensão venosa cervical (turgência ou *Estratégias Terapêuticas Adicionais:
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS porque enfraqueceu ou prejudicou a estase jugular; -FEVE < ou = 35: trocar IECA/BRA → Sacubitril-
OBS: as manifestações clínicas são contratilidade ou porque não pode superar o -pesquisar refluxo hepatojugular; Valsartana;
variáveis. aumento da pós-carga); OBS: IC descompensada →veia cava -FEVE < ou = 35% ritmo sinusal FC > ou = 70 bpm
-Sintomas típicos: falta de ar/dispneia, OBS: há comprometimento do mecanismo de aumenta o retorno venoso (distensão → Ivabradina;
ortopneia, dispneia paroxística noturna, Frank Starling → comprometimento jugular). -FEVE < 35% afrodescendente autodeclarado:
fadiga/cansaço, intolerância ao exercício; ventricular + ↓ da contração ventricular + ↓ -Verificar pulso: pulso alternante (IC), Nitrato & Hidralazina;
Sinais mais específicos: pressão venosa redução do volume sistólico + ↑ DC e do volume pulso total alternante (IC grave); -FEVE < ou = 45% ritmo sinusal ou FA: Digoxina;
jugular elevada, reflexo hepatojugular, B3, diastólico final, essas elevações levam ao -Anasarca (fases avançadas da IC): IC -FEVE < ou = 35% ritmo sinusal BRE (QRS > 150
impulso apical desviado p/esquerda; aumento da pressão atrial esquerda + venosa biventricular - edema generalizado em MMII ms/120-150 ms: terapia de ressincronização
-Sinais menos típicos: tosse noturna, pulmonar (congestionamento - dispneia e e bolsa escrotal. cardíaca;
ganho de peso, dor abdominal, perda de outros sintomas congestivos). -Respiração de Cheyne Stokes: padrão -FEVE < ou = 35% (isquêmico/não isquêmico):
apetite/perda de peso, noctúria, oligúria; 💟ICFEp → ocorre disfunção diastólica por respiratório. cardiodesfibrilador implantável.
Sinais mais específicos: crepitações medição hemodinâmica não invasiva/invasiva Exames Complementares: *IC crônica agudizada (congestão pulmonar com
pulmonares, taquicardia, → miocárdio ventricular falha em relaxar à *Dosagem de peptíedo natriurético (BNP): hipervolemia periférica) → fator causal +
hepatomegalia/ascite, extremidades frias, diástole → tecido engrossou ou enrijeceu → VR: > 400 pg/mL; VR: < 100 pg/mL, não são desencadeante:
edema periférico. como resultado a câmara não pode ser sensíveis/específicos p/diagnóstico de IC. 💖PAS >110 mmHg: quente-seco (IECA/BRA. BB
-Tipos de IC: preenchida. *Radiografia torácica: índice cardiotorácico suspenso diurético); quente-congesto (vasodilatador
-IC esquerda: maioria dos casos -Mecanismos hemodinâmicos: ICFER → > 0,5 indica cardiomegalia; Furosemida +++, BB+ IECA/BRA)
(decorrente da disfunção do coração redução do DC; OBS: os rins recebem 25% do
esquerdo: congestão pulmonar (dispneia, DC; a fração de filtração + fluxo plasmático *ECG: não mostra alterações específicas, mas 💖PAS 85-110: quente congesto (vasodilatador
ortopneia, dispneia paroxística noturna). renal são independentes da pressão de indica doenças subjacentes (cardiopatia Furosemida +++, B+, IECA/BRA; frio-congesto
-IC direita: congestão sistêmica perfusão renal dentro dos limites de isquêmica e FA); é normal em casos de IC (vasodilatador inotrópicos, Furosemida ++ BB
(turgência jugular patológica, autorregulação; com FEr; redução, IECA/BRA).
hepatomegalia, ascite e MMII) -Mecanismos neurohormonais: ativação do *Ecocardiograma: fornece estimativa 💖PAS < 85 mmHg: frio-congesto (inotrópicos
-IC biventricular: congestão pulmonar sistema renina-angiotensina-aldosterona + acurada Vasoconstrictores, Furosemida ++, BB/IECA/BRA
sistêmica SNC são a chave da IC crônica; ativação desse -FE normal: 50 + ou - 50% ou -5% - medidas suspensos; frio-seco (reposição de volume
-Classificação da IC: IC de piora sistema leva a efeitos insanos no coração/rins; inferiores a 30% caracterizam disfunção IECA/BRA/BB suspensos.
(descompensada) → IC pré-existente -Angiotensina II + aldosterona → estimulam a sistólica grave. *IC aguda nova (congestão pulmonar com
estável que piora galectina 3 derivada de macrófagos → promove *Cintilografia miocárdica (ventriculografia hipovolemia periférica) →fator causal +
repentinamente/progressivamente. a remodelação por meio da indução de doenças radioisotópica): dá mesmas informações que desencadeante:
-IC novo → IC anterior desconhecida, cardíaca/renais → degeneração de órgãos. o ECO, mas é reservado p/pacientes com 💖PAS > 110 mmHg: quente seco (IECA/BRA, BB
sintomas e achados surgem -Desequilíbrio entre SRAA + ANP e BNP e a obesidade extrema/DPOC; suspenso); quente congesto (Vasodilatador,
repentinamente após evento agudo (IAM responsividade renal ao ANP caracteriza a IC *Espirometria: auxilia no diagnóstico Furosemida +, BB +, IECA/BRA.;
ou disfunção esquerda sistólica e/ou como um estado de desequilíbrio diferencial entre IC/doenças pulmonares
💖PAS 85~110: quente-congesto (vasodilatador
diastólica assintomática). neurohormonal. restritivas/obstrutivas;
Furosemida +++, BB+, IECA/BRA +); frio-congesto
-Categorias da IC: -Inflamação: inflamação crônica de baixo grau *Hemograma e testes de função tireóidea:
(Vasodilatador, inotrópicos, Furosemida +++, BB
I)IC congestiva descompensada aguda: → principal desencadeante de doença indica-se conforme a suspeita/necessidade;
redução, IECA/BRA.
exacerbação da IC crônica: edema cardiovascular, isso porque a pressão que o *Creatinina e potássio séricos: guiam
periférico de início gradual (significativo) sangue faz na artéria aorta torna-se agressiva p/seleção de fármacos e avaliar a resposta 💖PAS < 85 mmHg: frio-congesto (Inotrópicos,
+ dispneia; ao tecido da mesma; do TTO + complicações. Vasoconstrictores, Furosemida +++, BB/BRA/IECA
II) IC aguda com hipertensão: início -A ativação do sistema imunológico tem papel *Holter: p/documentar arritmias suspensos; frio-seco (reposição de volume,
rápido de PAS elevada + congestão fundamental na condução da ventriculares aos pacientes com palpitações, IECA/BRA/BB suspensos.
pulmonar e taquicardia + FEVE. vasculopatia/remodelação dos tecidos no lipotímia/síncope. *IC com fração de ejeção normal: controlar a PA,
III)IC com edema pulmonar: início coração/rins → disfunção orgânica acelerada. Escala de Framingham: edema periférico + congestão pulmonar;
rápido ou gradual de dificuldade OBS: níveis de angiotensina II levam ao -Diuréticos e Nitratos; se houver monitoramento da
respiratória grave + estertores difusos nos aumento da lesão oxidativa. função renal/K + → espironolactona.
pulmões com taquipneia e ortopneia + ❤Remodelação cardíaca: mudanças Anticoagulação/Antiplaquetários: Varfarina
saturação de O2 < 90%. estruturais no miocárdio → hipertrofia (antagonista de vit K); OBS: não indica-se uso rotineiro
IV)Choque cardiogênico: síndrome fatal miocárdica (ICFEr) → resposta ao aumento de antiplaquetário na IC.
com hipoperfusão de órgãos/tecidos de sustentado na parede (estresse de dilatação Profilaxia de fenômenos tromboembólicos em
início gradual/rápido + oligúria/anúria ventricular ou pós-carga excessiva) → pacientes com IC: heparina subcutânea em doses
associada a PAS < 90, índice cardíaco < 2, remodelação ventricular patológica (fibrose profiláticas → pacientes com IC hospitalizados.
débito urinário < 0,5. miocárdica, necrose e inflamação). TTO cirúrgico: transplante cardíaco;
V)Síndrome coronariana aguda com revascularização miocárdica.
complica de IC aguda: ↑ pressão do *Prognóstico/complicações: prognóstico é
enchimento diastólico do VE e/ou reservado; há morte pela progressão da falência
diminuição do DC devido a isquemia sistólica/síndrome da morte súbita;
miocárdica/infarto. tromboembolismo pulmonar, arritmias cardíacas,
VI)IC aguda isolada do lado direito: tromboembolismo sistêmico.
edema de início rápido ou gradual,
distensão jugular + hepatomegalia,
pulmões limpos associados à hipotensão, ↓
pressão do VE/↓DC.
Síndrome Nefrítica
CID 10 N00

Conceito: início súbito de hematúria e proteinúria (1 a 2g/24h) com tendência à oligúria, hematúria com cilindros hemáticos, piúria, HA, retenção de líquidos e elevação da creatinina e ↓ TFG.
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA TRATAMENTO
Epidemiologia geral -Síndrome nefrótica: doença glomerular que ANAMNESE TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
- 3ª principal causa de doença renal crônica no é caracterizada por inflamação dos glomérulos; Manifestações clínicas gerais: hematúria, restrição dietética; cota hídrica (20mL/kg/dia
mundo → 472.000 casos por ano -Pode ocorrer nas doenças polissêmicas como cilindros hemáticos na urina, azotemia, oligúria ou 300 a 400 mL/m2/dia) - edema
-Incidência: 77% nos países em LES e poliangeíte microscópica. e hipertensão leve a moderada. regredindo, adicionar perdas
desenvolvimento → incidência diminuiu por -Dano inflamatório → extensão dos glomérulos ANAMNESE anteriores(diurese e/ou vômitos);
causa dos antibióticos e cuidados de saúde → queda da TFG/produção de sintomas -alterações na micção, volume, alterações da -dieta de arroz e frutas; ingestão de sódio deve
urêmicos → retenção de sal/água → edema e cor da urina, dor, edema, febre e calafrios; ser diminuída (<2 g NaCl/m2/dia - durante a
Classificação e Epidemiologia: hipertensão. -oligúria (< 400 ml/dia ou < de 20 ml); fase de edema, hipertensão e oligúria);
1)Glomerulonefrite pós-estreptocócica Glomerulonefrite pós-infecciosa/pós- -hematúria (sangue na urina); pode ser maciça; OBS: restrição proteíca é necessária se houver
2)Glomerulonefrite pós-infecciosa não- estreptocócica(GNPE) -DOR: lombar/flanco; cólica renal ou nefrética IRA; restrição de K+ (em casos de oligúria
estreptocócica Formação de imunocomplexos: teoria → obstrução do trato urinário. (diurese < 240mL/m2 SC/dia).
3)Glomerulonefrite membranoproliferativa heteróloga (teoria catiônica de Vogt) → -EDEMA: generalizado + intenso na região TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
4)Glomerulonefrite rapidamente progressiva estreptococos têm proteínas catiônicas que se periorbitária (manhã/final do dia); se Imunossupressão: casos → oligúria
5)Nefropatia por IgA ligam à membrana basal glomerular → deambulação → EDEMA MMII. prolongada + proteinúria nefrótica com
6)Doença antimembrana basal glomerular formação de imunocomplexos; EXAME FÍSICO hipoalbuminemia ou IR rapidamente
7)Glomerulonefrite pauci-imune teoria autóloga (teoria das neuraminidases) → -Exame dos rins: inspeção do abdome, dos progressiva;
8)Proteinúria assintomática substância produzida pelo estreptococo atua flancos e das costas (paciente sentado); OBS: biópsia renal à imunossupressão.
sobre IgG autóloga removendo o ácido siálico e palpação + compressão dos ângulos I)Erradicação da infecção: penicilina V na
Glomerulonefrite pós-infecciosa/pós- tornando antigênica → depósitos na região costovertebrais; punho-percussão; ausculta dose de 25.000 a 50.000 UI/kg/dia VO a cada
estreptocócica(GNPE) subendotelial da MBG do capilar → ativa o abdominal; 6h durante 8~10 dias ou penicilina benzatina
-Afeta crianças entre 2~14 anos de idade; complemento (via clássica/via alternativa) → -Exame dos ureteres: palpação profunda da em dose única de 600.000 U para crianças <
-é mais comum no sexo masculino liberação de substâncias quimiotáticas por parede abdominal anterior → pontos de dor; 25kg e 1.200.000 U para crianças > 25kg.
-infecções de pele/garganta por tipos M de neutrófilos + secreção de proteases e/ou -Exame da bexiga: se vazia não palpável, se OBS: se alergia (eritromicina 30 mg/kg)
estreptococos (cepas nefritogênicas) substâncias oxidantes. retenção urinária é palpada. II)Diuréticos: furosemida de 1 a 5 mg/kg/dia
procedem a doença glomerular (tipos M OBS: o processo inflamatório → capilares Glomerulonefrite pós-infecciosa/pós- (casos de congestão cardiocirculatória
47,49,55,2,60 e 57 - impetigo); (tipos M glomerulares → levam à perda da sua estreptocócica(GNPE) importante, oligoanúria e hipertensão
1,2,4,3,25,49 e 12 faringite). integridade e por consequência → passagem de -Quadro clínico: hematúria macroscópica, sintomática).
elementos não-filtrados: hemácias, leucócitos e edema, hipertensão e sinais de hipovolemia: o III)Hipotensores: casos de persistência da
Glomerulonefrite pós-infecciosa não- proteínas. espectro de apresentação inclui desde quadros hipertensão/hipertensão sintomática: -
estreptocócica(GNPNE) -Intenso processo inflamatório endocapilar clínicos à IR. hidralazina 0,2 a 0,5 mg/kg/dose EV a cada 4
-Resultado de eventos imunes desencadeado glomerular: ↓ a luz → diminuição do ritmo de Glomerulonefrite pós-infecciosa não- ou 6h ou 1 a 4mg/kg/dia VO a cada 8h.
por bacteremias; filtração glomerular/retenção de creatinina, estreptocócica(GNPNE) -nifedipina: 0,10 a 0,25 mg/kg/dose, a cada 3
-prevalência: 40 a 78% ureia, K+ etc) → podendo levar à possível lesão -Quadro clínico: hematúria microscópica (às a 4h ou 1 a 3mg/kg/dia VO a cada 6 ou 12h
-Há consumo de C3 e C4. renal aguda. vezes macroscópica) + proteinúria (raramente (realizar monitoração rigorosa da FC, PA e
-Caráter crônico. OBS: essa inflamação (↓ da oferta de nefrótica) + perda de FR; febre, artralgia, reflexo pupilar).
água/sódio aos túbulos renais) → oligúria anemia e púrpura podem ser + OBS: alternativa à nifedipina → crianças < 6
Glomerulonefrite (aumento do volume extracelular circulante), Glomerulonefrite anos (anlodipina - dose de 0,1 a 0,2 mg/kg;
membranoproliferativa(GNMP) edema, HA + congestão circulatória. membranoproliferativa(GNMP dose máx de 10 mg/dia)
-Pode ser primária/idiopática (subdividida em Glomerulonefrite pós-infecciosa não- -Quadro clínico: normalmente se apresenta
tipo I, II, III) estreptocócica(GNPNE) como síndrome nefrótica.
-acomete qualquer idade, forma idiopática →Eventos imunes desencadeados por Glomerulonefrite rapidamente OBS II: IECA e BRA podem ser utilizados com
afeta mais jovens; secundária (adultos); bacteremias como ocorre na endocardite progressiva(GNRP) atenção (risco de provocar aumento do K+
-Presente em 50% dos pacientes; bacteriana e em pacientes com shunts -Quadro clínico: sinais e sintomas de lesão e/ou creatinina.
-Pode ser associada ao vírus da hepatite C, B infectados ou abscessos viscerais. glomerular grave sem causa determinável TTO farmacológico das complicações:
HIV, endocardite, malária, mycoplasma Epstein →Há consumo → C3/C4 podendo ser detectado Nefropatia por IgA I)Congestão circulatória: reduzir a
Barr. LES, crioglobulinemia, artrite reumatóide no sangue anto-anticorpos ANCA, FAC, fator -Quadro clínico: surtos de hematúria hipervolemia (furosemida 1 a 5mg/kg/dia,
e síndrome de Sjogren. reumatoide, criobulinas macro/microscópica associados a IVAS ou ao restrição hídrica, assistência ventilatória
Glomerulonefrite exercício físico. (oxigenoterapia e;ou ventilação mecânica) +
Glomerulonefrite rapidamente membranoproliferativa(GNMP Doença antimembrana basal glomerular sedação.
progressiva(GNRP) →Padrão de lesão glomerular → proliferação -Quadro clínico: glomerulonefrite OBS: casos refratários (diálise peritoneal).
-Doença pouco frequente; mesangial e endocapilar + espessamento com rapidamente progressiva; II)Encefalopatia hipertensiva: nifedipina
-Causada por doenças imunes, algumas duplicação da MBG podendo ser -Achados biópsia: formação crescente dos 0,2/kg sublingual repetida se necessário em 4
sistêmicas e outras limitadas aos rins; primária/idiopática (subdividida em tipos I, II glomérulos - depósito de IgG e C3. a 6h + monitoração contínua do paciente +
distúrbios imunes como LES, vasculites de e III) ou secundária; Glomerulonefrite pauci-imune níveis tensionais; situações de emergência
pequenos vasos (poliangiite microscópica) e Glomerulonefrite rapidamente progressiva -Quadro clínico: lesão na forma proliferativa hipertensiva: nitroprussiato de sódio 0,5 a 8
síndrome de Goodpasture. →Proliferação focal/segmentar das células segmentar/focal necrotizante com crescentes e mcg/kg/minuto EV protegido da luz por
glomerulares + recrutamento de infiltrado intersticial leucocitário no espaço período não < 72h; redução dos níveis
Nefropatia por IgA monócitos/macrófagos com formação de túbulo-intersticial. pressóricos deve ser progressiva;
-Maior prevalência na Ásia/Europa; estruturas em configuração de crescentes → -Achados biópsia:anticorpo ANCA. OBS II: nos casos de convulsão + encefalopatia
-Acomete pacientes jovens (sexo masculino); fechamento do espaço de Bowman. Proteinúria Assintomática hipertensiva ou distúrbios metabólicos
Nefropatia por IgA -Quadro clínico: valores de proteinúria (diazepam 0,1 a 0.5 mg/kg;dose EV
Doença antimembrana basal glomerular →Deposição de imunocomplexos IgA no isolada ( >150 g/dia e < 3g/dia na ausência de lentamente).
-Ocorre em adultos jovens (masculino); mesângio glomerular + parede capilar → outros achados. III)Insuficiência renal aguda: restrição
-Entre 50 a 70% dos pacientes apresentam ativação do C3 e ligação de IgG + destruição -Sedimento urinário: leucocitúria estéril + hidrossalina; administrar resinas de trocas
hemorragia pulmonar (quadro clínico de glomerular. hematúria dismórfica e cilindros, proteinúria < (Kayexalate ou Sorcal - 1g/kg VO ou via real
síndrome Goodpasture) Doença antimembrana basal glomerular 3g/dia e creatinina sérica ↑ em suspensão 10% a 20% a cada 4/6h -
→Autoanticorpos → vão contra o colágeno tipo *Complemento: diminuição de CH50 e C3; corrigir acidose metabólica (se
Glomerulonefrite pauci-imune IV da membrana basal glomerular e em outros EXAMES COMPLEMENTARES presente)/fazer nebulização com beta 2-
-Ocorre mais em idosos (homens) com órgãos. -Exame de urina tipo I: hematúria dismórfica adrenérgicos.
presença de ANCA perinuclear Glomerulonefrite pauci-imune e cilindros hemáticos; proteinúria. OBS III:se oligúria + hiperpotassemia +
antimieloperoxidase em pelo menos 70% dos →Comprometimento sistêmico como a -Proteinúria (urina 24h): < que 3,5 g/dia em congestão circulatória refratária (indicar
pacientes. granulomatose de Wegener e a poliangiite adultos ou < 50mg/kg/24 em crianças - diálise peritoneal).
Proteinúria Assintomática microscópica proteinúria/creatinina < 3,5
-Doenças mais frequentes nesse grupo são a Aspectos histopatológicos: -Dosagem de complemento: < C3, C4, CH50 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS,
glomeruloesclerose segmentar/focal e a (GNPNE): imunofluorescência → dep. -Dosagem de anticorpo antiestreptolisina O COMPLICAÇÕES/PROG.
glomerulonefrite membranosa com evolução granulares de IgG/IgM e C3 no mesângio (ASLO): ↑ conforme infecção *não é rotina* -Crianças se recuperam totalmente do
benigna; (GNMP imunofluorescência → dep. -Dosagem de anticorpo anti episódio inicial;
-Microalbuminúria: excreção de 30 a 300mg de difuso/granular de imunoglobulinas + C3 em desoxiribonuclease B (DNASE B): ↑ confirma -Prognóstico é pior em adultos;
albumina/dia (marcador de doença paredes capilares. infecção recente; -Prognóstico por GNPE + staphylococcus
glomerular) → marcador importante para (GNRP)crescente glomerular + proliferação de -Dosagem de ureia e creatinina: aureus é pior.
identificar nefropatia nos diabéticos com RCV. cels.epitelias + fagócitos mononucleares. acompanhar FR. -Indicações de biópsia: -Adultos desenvolvem com mais frequência
indicada, exceto na GNPE; indica-se para lesões glomerulares graves.
crianças se há proteinúria nefrótica ou
hematúria + HA.
Síndrome Nefrótica
CID 10 N04

Conceito: Proteinúria maciça (3-3,5g/dia) com tendência a edema, hipoalbuminemia e hipercolesterolemia (tríade clássica)
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA CONDUTA DIAGNÓSTICA TRATAMENTO
Epidemiologia geral Evento inicial → desarranjo das paredes ANAMNESE TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
Idade: adultos e crianças → ↑ 2-6 anos glomerulares → permeabilidade aumentada Manifestações clínicas gerais: Ganho de peso, edema Restrição hídrica: com cautela →
Infância: 80-90% dos casos → SN primária Parede glomerular → atua como barreira por periférico e periorbital (insidioso e depois generaliza), hipovolemia
*Doença por lesão mínima + comum em tamanho e carga por onde o filtrado passa nictúria, sintomas de doença de base, face “meia lua”, Dieta hipossódica: 3-3,5g,dia
crianças Lesão na barreira de tamanho → letargia, fadiga Dieta normoproteica: 0,8-1,0g/kg/dia
*Nefropatia membranosa idiopática + permeabilidade ↑ → podócitos lesados → ANAMNESE Perda de peso corporal ponderal diária:
comum em adultos proteínas escapam Edema: discreto-generalizado, + acentuado na face pela não deve ultrapassar 1,5-2,0kg → risco de
Síndromes nefróticas congênitas: ↓Proteinúria pesada → ↓ albumina (proteína + manhã e nos membros inferiores durante o dia → mole, frio hipovolemia→ insuficiência renal aguda
primeiros anos de vida abundante no plasma) e depressivo. Vacinação → por causa do ↑ risco de
Sexo: <8 anos → meninos/adolescência → ↓ Proteína antitrombina III → trombose Manifestações urinárias: questionar alterações na infecções
igual em meninos e meninas ↓ Proteína globulina de ligação de tiroxina micção, volume, cor, odor e presença de espuma na urina *Vacina Haemophilus Influenzae tipo b
Classificação: (TBG) → anormalidades na tireoide → proteínas (conjugada); *Pneumocócica polissacarídica
1)Glomeruloesclerose focal e segmentar 25- ↓Proteína fixadora de vitamina D → Manifestações de doença de base: LES (pneumo 23); *Varicela e influenza (exceção
35% (>50% em negros) hipocalcemia, osteomalácia EXAME FÍSICO pacientes com uso de imunossupressores)
2)Glomerulopatia membranosa 25-30% ↓ transferrina → anemia hipocrômica Ectoscopia: ganho de peso, edema com sinal de cacifo, TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
3)Doença por lesão mínima 10-15% ↓Imunoglobulina e fatores de complemento inelástico, não doloroso à palpação, temperatura normal, Diuréticos: preferência pelo de alça VO ou EV
4)Glomerulonefrite membranoproliferativa → predispõe a infecções edema orbitário matinal, PA aumentada, taquipneia por → cautela por causa de hipotensão e
5-15% Edema por underfill: hipoalbuminemia → congestão pulmonar insuficiência renal
5)Glomerulonefrite proliferativa mesangial redução da pressão oncótica do sangue Aparelho respiratório: estertores finos, macicez à *Furosemida: 1mg/kg 2-3x/dia → ↑ até 0,5-
5-10% Edema por overfill: hiperatividade dos percussão, diminuição ou ausência de murmúrio vesicular 1mg/kg a cada 6,8,12h (80-320mg/dia)
Doença por lesão mínima (DLM) túbulos renais na reabsorção de sódio e água → (congestão sistêmica) *Albumina: VO ou EV, usada em associação
85% dos casos em crianças e 10-15% em hipovolemia → ↑ volume circulante → ↑ pressão Aparelho cardiovascular: taquicardia com diuréticos quando estes não conseguem
adultos hidrostática → edema Aparelho gastrointestinal: ascite de pequeno à grande retirar o líquido do espaço intersticial mesmo
Pico de incidência 2-6 anos de idade Retenção de água e sódio → agrava o edema volume com dor ou não à palpação em doses elevadas: 0,5g/kg de peso EV em 1h,
Idiopática: Linfoma de Hodgkin por secreção compensatória de aldosterona Exame dos rins: inspeção do abdome, flancos, costas e dos 2-3x/dia → no final, administrar 1-2 ampolas
Drogas: AINES, ampicilina, rifampicina mediada por renina → estímulo simpático → ↓ ângulos costovertebrais, punho-percussão e palpação nos de furosemida 20mg EV
Glomeruloesclerose focal e segmentar secreção de fatores natriuréticos rins em decúbito dorsal *Dislipidemia: inibidores da
(GEFS) Hiperlipidemia: resposta à proteinúria → Exame dos ureteres: palpação da parede abdominal hidroximetilglutaril coenzima A-redutase
Idiopática qualquer faixa etária → ↑ 25-35 síntese ↑ de lipoproteínas no fígado, transporte anterior → pontos dolorosos (estatinas); Fenofibrato, Ciprofibrato ou
anos anormal de partículas lipídicas e catabolismo ↓ Exame da bexiga: hipersensibilidade suprapúbica genfibrozila p/ reduzir risco de pancreatite
Incidência ↑→ no Brasil é a principal Acúmulo de LDL oxidado → estimula *HAS: captopril 25mg 1 comprimido 8/8h;
EXAMES COMPLEMENTARES
síndrome nefrótica em adultos → nos EUA monócitos e macrófagos a liberarem citocinas e Losartana (50 mg - PA < 130/80)
Exame de urina tipo I: proteinúria nefrótica sempre
é + comum em negros e hispânicos quimiocinas pró inflamatórias → inflamação → *Imunossupressores: Prednisona,
presente, cilindros granulosos hialinos, hematúria
Idiopática: lesão + grave no glomérulo progressão da doença renal ciclofosfamida, azatioprina, ciclosporina e
leucocitária e lipidúria podem estar ou não presentes
Secundária como sequela direta de uma Ácidos graxos livres → efeitos tóxicos no rim pulsoterapia com metilprednisolona
Proteinúria maciça: excreção urinária >3,5g/dia em
doença glomerular focal necrosante: Ácidos graxos livres ligados à albumina → DLM:
adultos ou >50mg/kg/dia → relação proteína/creatinina
glomerulonefrite proliferativa focal no causam danos aos podócitos → ruptura do Adultos: Prednisona 1mg/kg/dia (máx
>3,0-3,5
lúpus eritematoso sistêmico (LES), citoesqueleto de actina do podócito e 80mg/dia), uso diário, 8 semanas
Albumina sérica: hipoalbumina <3g/dl
nefropatia por IgA, vasculite necrosante morfologia consecutivas
Dislipidemia: ↑ colesterol total, LDL e triglicerídeos
Secundária pela sobrecarga fisiológica DLM e GEFS (forma primária) *2mg/kg/dia (máx 120mg/dia) em dias
Exames que devem ser solicitados: glicemia,
dos glomérulos que sobram: nefropatia - Perda de carga negativa da barreira alternados → gradativamente desmamado até
hemograma, creatinina, exame comum de urina, prova de
por refluxo, nefroesclerose hipertensiva, glomerular 6 meses de tratamento
coagulação, exame parasitológico de fezes (associação com
cirurgia com retirada de massa renal, - Doença de linfócitos T → secretam citocina esquistossomose), crioglobulinas, eletroforese, HBsAg e *Se proteinúria persistir + 16 semanas em
anemia falciforme que age nos podócitos → inibe a síntese dos anticorpos anti-Hbs e anti-HBc, VDRL, anti-DNAds, anti- adultos: corticoides
Secundária resultante de vasodilatação poliânions (sulfato de heparan) responsáveis HIV, exames específicos para outras doenças, exames para *Crianças: Prednisona 60mg/m2/dia (máx
renal crônica: anemia falciforme, pela barreira de carga → fusão podocitária afastar neoplasias (radiografía de tórax, ecografía 80mg/dia) por 4-6 semanas
obesidade mórbida, pré-eclâmpsia grave GEFS abdominal total, exame ginecológico e de mama, *Respondedores: 40mg/m2/dia em dias
Origem não esclarecida: infecção por - Esclerose: acúmulo de material homogêneo colonoscopia), biópsia renal, ultrassonografia das vias alternados por 4 semanas → desmame em 1-2
HIV, uso de heroína, neoplasias não fibrilar → colapso dos capilares urinárias. meses subsequentes
Glomerulonefrite proliferativa glomerulares Indicações de biópsia: síndrome nefrótica + rins de *Proteinúria persistir + 8 semanas:
mesangial (GPM) - Primeiro acomete os glomérulos tamanho normal sem etiologia definida sem resistentes aos corticoides → biópsia
5-10% das causas de nefrótica idiopática justamedulares e depois os corticais contraindicações conhecidas; Crianças *Recidivantes (>4 recidivas no ano):
Muitos autores consideram parte das DLM GEFS (forma secundária) Contraindicações da biópsia: múltiplos cistos, rim único, Ciclofosfamida 2mg/kg/dia ou ciclosporina 3-
Idiopática 1)Sequela direta de uma doença glomerular pielonefrite e abcessos, neoplasia renal, hidronefrose, 5mg/kg/dia durante 4 meses → prolongam
LES: Vasculites, crioglobulinemia necrosante → LES, nefropatia por IgA malformações, distúrbios de coagulação, HAS não remissão e diminuem a dose de corticoides
essencial, endocardite infecciosa, 2)Resultante da sobrecarga fisiológica dos controlada, uremia, obesidade e paciente não colaborativo GEFS
esquistossomose, HIV glomérulos que sobraram → cirurgia, anemia DLM: Microscopia óptica (MO): MBG normal, fusão dos Prednisona → 1mg/kg/dia diariamente
Glomerulopatia membranosa (GM) falciforme processos podocitários, lipídeos nos túbulos; (máx80mg) ou 2mg/kg/dia em dias
Brasil: 2ª causa + comum de síndrome 3)Resultante da vasodilatação renal crônica: Imunofluorescência Direta (ID): negativo; Microscopia alternados (máx 120mg) por 3-4 meses
nefrótica primária em adultos → 5ª-6ª anemia falciforme, obesidade mórbida eletrônica (ME): perda dos processos podocitários, sem *Redução da dose 3-6 meses subsequentes
década de vida 4)Origem não esclarecida: HIV, linfoma depósito *Recidivas: ciclosporina 2-4mg/kg/dia em
Idiopática GPM GESF: MO: alguns glomérulos apresentam segmentos de 2x/dia por 12-24 meses → desmame natural
Infecciosa: hepatite B, hanseníase, sífilis - Idiopática → depósitos de IgM e C3 alças capilares com sinéquias ou hialinizados → esclerose *Não responde aos corticoides: reduzir a dose
Neoplásica: carcinomas (pulmão, mama) GM global → fibrose; ID: presença de IgM e C3; ME: (até 15mg/dia) e associar a ciclosporina
Medicações: captopril, sais de ouro - Imunodepósitos subepiteliais de IgG e C3 → apagamento dos processos podocitários GPM
Colagenases: LES (nefrite lúpica tipo V) interagem com a matriz da MBG → espessando- GPM: ID: depósitos de IgM e c3 Prednisona → 1mg/kg/dia diariamente ou
Glomerulonefrite a e criando prolongamentos entre os depósitos GM: MO: espessamento das alças capilares; ID: IgG e C3 2mg/kg/dia em dias alternados → adição da
membranoproliferativa (GNMP) - Proteinúria nefrótica não seletiva: ativação com padrão granular difuso; ME: depósitos eletrodensos ciclofosfamida p/ melhores resultados
Síndrome mista: nefrítica e nefrótica local do complemento → complexo C5-9 → subepiteliais, com apagamento dos processos podocitários GM
Crianças e adultos jovens estimula as células epiteliais e mesangiais GNMP: MO: espessamento das alças capilares com aspecto Bom prognóstico → não necessita de
20-40 anos: 29,6% em adultos produzir proteases e oxidantes → degradação em “duplo contorno” tratamento específico → jovens, mulheres,
Idiopática: tipo I (depósitos da matriz → perda da barreira de tamanho DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS, proteinúria <10g/dia, ausência de insuficiência
subendoteliais) e tipo II (depósitos - Forma primária: imunodepósitos formados no COMPLICAÇÕES/PROG. renal e de alterações tubulointersticiais
densos) próprio glomérulo por causa de um Alterações das vias urinárias assintomáticas → 10-40 *Acompanhar 3-4 anos
Infecciosa (tipo I): hepatite c, endocardite autoanticorpo anos, origem asiática, hematúria recorrente, gastroenterite *Terapia imunossupressora em mau
infecciosa, abscesso, esquistossomose - Forma secundária: imunodepósitos do plasma invasiva com diarreia sanguinolenta (E coli) prognóstico → proteinúria >10/g/dia,
Neoplásica (tipo I): leucemia linfocítica GNMP Pielonefrite aguda → disúria, polaciúria, giordano + hiperlipidemia severa, homens >50 anos c/
crônica -Tipo I: imunodepósitos paramesangiais de IgG GN Pós estreptocócica: muito parecida com a GNMP → proteinúria persistente, creatinina elevada
Colagenoses (tipo I): LES e C3 (doenças sistêmicas)/ pode ser precipitada por infecção pós estrep., consome *Imunossupressor (ciclofosfamida) +
Outras (tipo I): crioglobulinemia mista -Tipo II: depósitos eletrodensos no interior da complemento; prednisona por 6-12 meses
essencial membrana basal Complicações: trombose arterial ou venosa periférica e de GNMP
-Tipo III: imunodepósitos subepiteliais se veia renal, AVE isquêmico, embolia pulmonar, GNRP Antes do imunossupressor → investigar a
comunicando com imunodepósitos Prognóstico: DLM: excelente (função renal);GEFS: se não causa secundária → GNMP do tipo I → hepatite
subendoteliais através de roturas da MBG tratado → doença terminal (DT);GPM: C crônica → interferon + ribavirina
-Deposição de imunocomplexos bom/excelente;GM:sobrevida renal >75%; GNMP: *Prednisona + ciclofosfamida nos casos +
(imunoglobulina + complemento) → I e III progressão p/ DT após 10 anos graves
-Deposição de complemento (pouca ou
nenhuma imunoglobulina) → II
Doença Renal Crônica (DRC)
CID 10 N18

Conceito: lesão renal por tempo = ou > que 3 meses, caracterizada por anormalidades estruturais ou funcionais dos rins, manifestada por alterações histopatológicas ou por anormalidades nos testes de imagens ou não
composição da urina/sangue, ainda que se tenha preservação da filtração glomerular.
CRÔNICA X AGUDA FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CONDUTA DIAGNÓSTICA
DRC: Função renal anormal e ↓ progressivo À medida em que a perda de néfrons progride → néfrons remanescentes ficam Anamnese e exame físico: sintomas e sinais de doenças sistêmicas
da taxa de filtração glomerular sobrecarregados envolvidas na perda da função renal:
*Risco de progressão → TFG e albuminúria *Tentam excretar os solutos que os néfrons perdidos excretariam → hiperfiltração *DM, HAS, LES, infecções virais, hepatopatias, mieloma múltiplo e outras
*Lenta, progressiva, irreversível adaptativa disproteinemias
*Albuminúria >30 mg/dia e/ou “perda da *Induz lesão glomerular → glomeruloesclerose segmentar focal → evolui p/ global *Progressão insidiosa → noctúria como um dos primeiros sintomas
função renal” → TFG <60ml/min/1,732 difusa *Depois surgem sintomas dos distúrbios hidroeletrolíticos e do acúmulo de
*Período > 3 meses ↑toxinas endógenas: ureia, compostos guanidínicos (inibem a atividade plaquetária; escórias nitrogenadas
*Lesão raramente é reparada → perda da alterações do estado mental), compostos aromáticos (sintomas neurológicos), aminas *Na emergência: 1ª manifestação pode ser tamponamento pericárdico,
função persiste alifáticas (sintomas neurológicos) e poliaminas. edema agudo de pulmão, parada cardiorespiratória...
*Não ocorre regeneração do parênquima *Ureia → efeito tóxico quando > 380 mg/dl; Toxicidade gastrointestinal (anorexia, *Avaliação de antecedentes familiares → para doenças poligênicas
renal → perda de néfrons irreversível náuseas e vômitos) e hematológica (sangramento) complexas (DM e HAS) e doenças monogênicas (doença dos rins policísticos)
DRA: ↓ aguda da função renal em horas ou *Níveis ↑ quando associada às outras toxinas OBS: Diagnóstico de DRC pode ser feito mesmo se não tiver etiologia
dias Síndrome residual: ocorre em pacientes em diálise; tratamento dialítico não é capaz conhecida
*↓ ritmo de filtração glomerular e/ou do de depurar todas as toxinas → acúmulo Quadro + avançado: ganho de peso, edema de face e de membros
volume urinário OBS: hipertensão glomerular + hiperfiltração → indicadores da progressão da DRC. superiores matutino e membros inferiores vespertino;
*↑ abrupto (em 48h) e absoluto da creatinina -Rins produzem eritropoietina + calcitriol; na DRC → deficiência de eritropoietina → *Diminuição do volume urinário: estágio 4 e 5
> ou 0,3 mg/dL ou aumento percentual > fator patogênico da anemia urêmica; Todos os pacientes com DRC: pesquisar doenças sexualmente transmissíveis
50% ou oligúria (débito urinária < 0,5 -Deficiência de calcitriol → osteodistrofia renal e miopatia urêmica (DSTs), sorologias HIV, hepatites B e C e sífilis
mL/kg/h) > 6hs. -Urêmia → tratogastointestinal → comprometimento da mucosa intestinal → diarreia *Estádios 4 e 5 devem realizar anti-HBs anualmente.
*Distúrbios no controle do equilíbrio hidro- urêmica/íleo urêmico (distensão abdominal e cólica).
eletrolítico e ácidobásico PTH → entrada de cálcio nos neurônios. Vacinação: anualmente para influenza e pneumococo, 2 doses (ao
*Corrigida → permite o retorno da função -Deficiência na produção de amônia → acidose metabólica da uremia. diagnóstico e reforço em 5 anos).
renal *Vacina de hepatite B: 4 (0,1, 2 e 6 meses), o dobro da dose → necessária
*Ocorre regeneração no parênquima renal avaliação sorológica (Anti-HBs) da resposta vacinal.
★MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS RESPONSIVAS À DIÁLISE
Desequilíbrio hidroeletrolítico: retenção de água e sódio (hipervolemia), retenção de
água livre (hiponatremia), retenção de potássio (hipercalemia), retenção de H+ (acidose
metabólica), retenção de fosfato (hipermagnesemia) e deficiência de calcitriol
(hipocalcemia)
Gastrointestinais: uremia → lesiona o trato gastrointestinal → gastrite urêmica e
gastroparesia urêmica → disfunção plaquetária contribui
*Comprometimento → inflamação da mucosa → ↓ vilosidades + ↑ bacteriano +
deficiência de vitamina D → diarreia urêmica e íleo urêmico (distensão abdominal e
cólicas)
*Complicações da uremia → erosões e ulcerações na mucosa gástrica + distúrbio
plaquetário→ hemorragia digestiva
Neurológicas: acúmulo de toxinas nitrogenadas
Para ajudar + na diferenciação:
*PTH → entrada de cálcio nos neurônios
*Procurar exame antigo → comparar níveis
*Uremia aguda → desorientação, letargia, confusão mental, surto psicótico, delirium,
prévios de ureia e creatinina
nistagmo, etc → encefalopatia urêmica aguda
*Averiguar a presença de certos parâmetros
*Neuropatia periférica urêmica → toxinas + PTH → parestesias nos pés, hipoestesia “em
que sugerem doença crônica → anemia
bota”, perda de reflexo tendinosos, síndrome das pernas inquietas → evolui p/ atrofia
normocítica normocrômica, síndrome de
muscular
osteodistrofia renal, hipocalcemia,
hiperfosfatemia e dor óssea
*Ultrassonografia: tamanho renal →
dimensões reduzidas (<8cm) → nefropatia *Síndrome de disautonomia → comprometimento dos nervos periféricos do SNA OBS: exames complementares são necessários!
crônica; Rins de tamanho ↑ → aguda (simpático e parassimpático) → hipotensão postural, FC fixa, arritmias, anidrose, Para diagnóstico diferencial: devem-se pesquisar
OBS: algumas causas cursam com rins de impotência 1)achados ultrassonográficos (↑ da ecogenicidade do parênquima renal e ↓ do
tamanho normal ou ↑ (nefropatia diabética) Cardíacas → HAS: lesão nos podócitos → ↑ retenção de sódio e água → SRAA → ↑ diâmetro renal e da espessura do córtex)
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA volemia → ↑dano renal → IC, derrame pericárdico, pericardite urêmica (inflamação) e 2) exame de fundo de olho com evidência de retinopatia diabética ou
congestiva, tamponamento cardíaco (turgência jugular, taquicardia, pulso paradoxal) hipertensiva
↑ taxas de morbidade e mortalidade 🡪 Pulmonar: uremia → lesão nos podócitos → ↑ volemia → edema pulmonar cardiogênico
impacto socioeconômico 🡪 desafio de saúde 3) presença de sinais de osteodistrofia renal com ↑ dos níveis séricos de
(congestão pulmonar) OU uremia → lesão pulmonar → edema pulmonar não paratormônio
pública em âmbito mundial cardiogênico
Prevalência: 7,2% para pessoas acima de 30 Após anamnese e exame físico: determinar perda de função e grau do
*Disfunção da musculatura, calcificação do parênquima, pleurite declínio de filtração glomerular
anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 Hemostasia: síndrome urêmica → tendência a sangramento → ação da hemostasia
anos. *Identificar fatores de risco p/ doença renal crônica e sua progressão →
primária → tampão plaquetário → secundária → formação da rede de fibrina evidenciar sinais de injúria renal
Chance de morrer por doença *Uremia inibe funções plaquetárias → plaquetas ↓ ADP e serotonina → ↓ agregação →
cardiovascular: 46% maior em doentes sangramentos (anemia contribui)
renais Glicemia: depuração de insulina ↓ quando a TFG <40 ml/dl → rins fazem 30% da
Pacientes em diálise: mortalidade ↑→ depuração → ↑ risco de aterosclerose
pessoa de 30 anos tem a mesma chance de
morrer que uma de 80 anos NÍVEL DE FUNÇÃO RENAL
☆MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NÃO RESPONSIVAS À DIÁLISE Ritmo de filtração glomerular (RFG) 🡪 melhor índice de função renal
Brasil: 10 milhões de pessoas têm alguma
Anemia: → 1ª manifestação da síndrome urêmica → TGF < 30~40 ml/min; (creatinina RFG < 60mL/min/1,73 m2: representa diminuição de cerca de 50% da
disfunção renal. *Prevalência: 50/100.000 sérica > 2,0-3,0 mg/dl); achado universal da DRC em fase terminal; função renal normal
habitantes, ↓ à outros países → -Pode ser normocítica e normocrômica → sintomas (astenia, indisposição Técnica + utilizada: depuração (clearance) plasmática → Insulina é o padrão
subdiagnosticada física/mental, transtorno depressivo, déficit cognitivo, insônia, cefaleia, libido, anorexia de referência
*100 mil indivíduos em programa de diálise e sangramento); *Limitações → condições padronizadas, ↑ custo e peculiaridades da dosagem
crônica 🡪 custo anual + dois bilhões -Fator principal → deficiência de eritropoietina. laboratorial
*Taxa de internação hospitalar de 4,6% ao Osteodistrofia renal: →alteração da matriz do osso + desmineralização → dor óssea, Creatinina sérica: marcador + utilizado → acessível, técnica simples e rápida,
mês fraturas patológicas e deformidades esqueléticas; instalam-se quando TFG <~59 ↓ custo
*Taxa de mortalidade 17% ao ano. ml/min. *Não deve ser utilizada sozinha → ↑ no sangue
*População em diálise é + jovem e tem ↓ -Osteíte fibrosa cística: → osso torna-se propenso a fraturas + deformidades, fibrose *Nível sérico apresenta limitações → acurácia
prevalência de diabetes. parcial da medula óssea + áreas císticas. *Urina 24h pode superestimar a filtração
*↑ predominância no sexo masculino, → -Doença óssea adinâmica: forma comum de osteodistrofia renal → baixo Uréia: → pode ser utilizada → reabsorção no túbulo renal → subestimação da
raça/cor branca metabolismo/atividade celular do osso (perda da densidade óssea) filtração
*Casos novos ↑ 8,8% ao ano → custo anual 1,4 Osteomalácia: intoxicação por alumínio → encefalopatia por alumínio National Kidney Foudation (K/DOQI): preconiza uso de formulas para
bilhão de reais em diálise e transplante renal Depressão imunológica: → uremia crônica → estado de imunodeficiência moderada; estimar o RFG 🡪 não necessita da medida de urina 24h → ↓ a influência de
*↑ prevalência decorre de: ↑ casos de DM e uremia deprime (leucócitos polimorfonucleares) → predispondo (infecções fatores que determinam a concentração sérica de creatinina (peso, altura,
obesidade, envelhecimento, ↑ proporção de bacterianas ou fúngicas) idade, sexo e raça)
populações minoritárias, ↑ expectativa de Distúrbios do cálcio e fosfato: → hipocalcemia/hiperfosfatemia.
vida, urbanização, doença cardiovascular, Prurido cutâneo: → acúmulo de cálcio na derme/epiderme ou por hipersensibilidade
tabagismo, albuminúria, hiperlipidemia, das terminações nervosas periféricas induzida pelo PTH.
histórico familiar de DRC Alterações articulares: → monoartrite (causas principais - depósito de cristais/artrite
*Principais causas de morte entre os séptica), oligoartrite, periartrite e renossinovite
pacientes que recebem terapia renal: Aterosclerose acelerada: → doença coronariana e aterosclerose - placa
doenças cardiovasculares e infecciosas. aterosclerótica obstrui as coronárias pericárdicas
*Prevalência da etiologia: Diabetes Mellitus Hipertrofia ventricular esquerda - déficit de relaxamento do miocárdio/redução da
e Hipertensão correspondem a 70% dos complacência ventricular
casos! -Cardiomiopatia dilatada → redução da FEVE < 55% + aumento dos diâmetros
ETIOLOGIA cavitários.
Brasil: A primeira causa de DRC é a HAS e a Dislipidemia: → decorre da inibição pela uremia
segunda é o DM, seguido pela Estado de hipercatabolismo: → catabolismo proteico torna-se acelerado → perda MARCADORES LABORATORIAIS DE LESÃO RENAL
glomerulonefrite crônica. pode ocorrer na urina; Exame de urina: Hematúria → >3-5 eritrócitos/campo ou até 3.000
EUA: DM como principal etiologia (45%), OBS: desnutrição ↑ gravidade de infecções. hemácias/ml; Piúria → >10 leucócitos/campo ou 10.000/ml (inflamação);
seguido pela HAS e glomerulopatias. Cilindrúria → excreção ↑ cilindros; nem sempre indica DR (desidratação,
exercício, diurético...) Cilindros céreos, celulares, Gordurosos e pigmentados
→ anormal (patologia renal); Proteinúria → medida com fitas reagentes
(↓sensibilidade → só é positivo >300-500mg/dia); Sensíveis para albumina,
ineficazes na microalbuminúria; Microalbuminúria → marcador precoce;
solicitado na população de risco → quantificar proteinúria em urina 24h →
índice proteinúria/creatininúria (mg/mg) é método alternativo p/ estimar
excreção de proteínas
Ultrassonografia renal: adequado p/ diagnóstico de obstrução do trato
urinário, refluxo vesicouretral e doença policística dominante, diferenciação
de tumores sólidos e cistos renais; Dá para visualizar a ↓ do córtex renal e ↑ do
parênquima;
*Achados que contribuem com a identificação da causa da doença renal
crônica: rim policístico, hidronefrose por obstrução, lesão cortical renal por
infarto, pielonefrite ou refluxo vesico ureteral, massas renais ou tumores,
estenose de artéria renal, assimetria renal (diferença de 1,5 cm entre os rins),
perda da diferenciação corticomedular e rins pequenos e ecogênicos (a
associação de ecogenicidade e rins inferiores a 10 cm geralmente corresponde
a dano renal irreversível).
Biópsia: Importante p/ diagnóstico, prognóstico e terapêutica; Grau de fibrose
glomerular pode ser muito avançado p/ definir aspecto histológico → risco de
sangramento → não compensa!!
OBS: Evitar medicamentos nefrotóxicos (AINE, aminoglicosídeos) e ajustar
dose quando necessário (como benzodiazepínicos, colchicina, digoxina,
metformina e glibenclamida);
ACOMPANHAMENTO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS)
Pacientes em risco p/ desenvolver DRC ou pacientes com DRC no estágio
1 e 2 (TFG maior que 60 ml/min e lesão estrutural renal) → anualmente TFG
(creatinina sérica), exame sumário de urina e Albuminúria (Relação
Albuminúria/Creatinúria ou microalbuminúria amostra ou albuminúria em 24
horas)
Estágio 3a: anual TFG, urina, albuminúria, hemograma, potássio, fósforo e
PTH → semestral se o paciente apresentar microalbuminúria.
Estágio 3b: semestral TFG, urina, hemograma, albuminúria e potássio anual
de cálcio, fósforo, PTH, proteínas totais e frações → se anemia, avaliar também
ferritina e saturação de transferrina.
Estágio 4 e 5: acompanhamento conjunto com nefrologista e avaliação
laboratorial a cada 1 a 3 meses.
Encaminhamento: investigar causas que não foram possíveis identificar na
APS; Acompanhar pacientes em estágio avançado de DRC em vistas a terapia
renal substitutiva.
Doença Renal Crônica (DRC)
CID 10 N18

TRATAMENTO CONSERVADOR DIÁLISE TRANSPLANTE RENAL


uando a filtração glomerular ↓ a taxas de 30 a 40 mL/min: pacientes -Terapêutica mais utilizada p/ → tratamento + controle + -Modalidade ideal p/ paciente com DRC.
cursam com complicações clínicas e metabólicas (metabolismo do cálcio e manutenção vital dos pacientes com DRC em fase terminal. OBS: não é experiência nos dias atuais, mas continua sendo viável; -
fósforo, acidose metabólica, anemia, desnutrição, hipertensão e -Hemodiálise → remoção dos solutos urêmicos anormais Público alvo: DRC estágio 5.
dislipidemia) acumulado + excesso de água + restabelece o equilíbrio eletrolítico -Se bem realizado o transplante →restabelecimento da função renal
⏳RETARDAR A PROGRESSÃO DA DRC + ácido-básico. aos níveis satisfatórias + melhoria inquestionável da QV;
💠Nutrição: ↓ Ingestão de sódio; Nas fases adiantadas → restringir OBS: a hemodiálise → transferência de solutos e líquidos por uma -Sobrevida dos pacientes está entre 80~90%
potássio, fósforo e ingestão hídrica → cuidado com a desnutrição do membrana semipermeável que separa → compartimento do sangue OBS: o transplante renal pode se considerar de doador vivo ou de
paciente!! → IMC alvo entre 20-25 Kg/m2. “banho de diálise” no hemodialisador. doador falecido.
*↓ de proteína (0,8 g de proteína/ kg de peso /dia) → pacientes com TFG -Etapas da transferência de solutos: Transplante preemptivo: realizado antes do paciente iniciar
menor que 30 ml/min. *Difusão: passagem das moléculas de soluto do compartimento + TRS;
💙HAS: terapia farmacológica e mudança no estilo de vida; Deve ter como concentrado → p/ menos concentrado. ✖Contraindicação: retardo mental grave, neoplasias ativas,
alvo nível pressórico < 130x80 mmHg/140X90 mmHg, ↓ progressão da Difusão é a mais responsável pela remoção de solutos → transtornos psiquiátricos graves, alterações não passíveis de
insuficiência renal e ↓ risco de doença cardiovascular hemodiálise clássica (90 a 95% da ureia removida na sessão). correção em vias urinárias, oxalose primária.
*Convenção: surge por um gradiente pressórico resultante da
Uso da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueador do Seleção de doadores:
ultrafiltração de água plasmática que carrega o soluto;
receptor da angiotensina II (BRA) -Melhor doador: compatibilidade do tipo sanguíneo, antígenos de
Hemodiálise clássica → convenção → contribui p/ 10% de massa de
*↓ proteinúria → 40 mg/dia para enalapril, 150mg/dia para captopril ou histocompatibilidade + semelhantes aos do receptor.
solutos removidos em cada sessão.
100 mg/dia para losartana OBS: idade e sexo não precisam de compatibilidade.
OBS: a remoção de líquidos durante hemodiálise é feita pela
Diuréticos tiazídicos e a clortalidona: úteis no início da doença renal *Sistema ABO:
ultrafiltração.
crônica → à medida que a insuficiência renal progride, em uso isolado -Estágio 5-D (hemodiálise) → terapia renal substitutiva (TRS) →
tendem a perder a eficácia. p/pacientes com TFG < 10 ml/min/1,73 m2; em diabéticos e com
Paciente ↑ de creatinina (2mg/dl) → diuréticos de alça. idade < 18 anos → TRS quando TFG < 15 mL/min/1,73m2
💊Furosemida / Vasodilatadores não apresentam bons resultados OBS: a escolha do método TRS deve levar em consideração a
escolha do paciente + condição clínica; paciente deve assinar TCLE
Minoxidil reservado para casos de hipertensão arterial grave. antes do procedimento;
Uso de terapia dupla ou tripla no bloqueio do SRAA não é indicado *Sistema HLA: exame realizado nos leucócitos → identifica a
→TTO dos fatores de risco(controle da glicemia, HAS, dislipidemia, compatibilidade genética entre os indivíduos; os locus para o
OBS: IECA com cautela em pacientes com níveis de creatinina ↑ 3 mg/dL e obesidade, doenças cardiovasculares, tabagismo e adequação do
naqueles propensos a desenvolver hiperpotasemia. transplante (A, B, C e DR);
estilo de vida)
🔅Diabetes mellitus: Controle glicêmico rigoroso em pacientes Prova cruzada (cross-match): revela se o receptor tem
OBS: avaliação nefrológica mensalmente.
diabéticos; O objetivo é manter a glicemia capilar pré-prandial entre 90- anticorpos dirigidos aos antígenos do doador.
Recomendação do estágio-5 D
130ml/dl, pico pós prandial < 180 e hemoglobina glicada < 7%. OBS I: prova + → provável rejeição do transplante renal
1.↓ ingestão de sódio (< 2g/dia) correspondente a 5g de cloreto de
OBS II: transplante do doador vivo engloba os seguintes passos:
*Nefropatia diabética → mensuração da microalbuminúria → iniciar sódio em adultos
-afastar contra-indicações de ordem físicas/emocionais; verificação
IECA ou BRA 2.atividade física compatível com saúde cardiovascular/tolerância:
da compatibilidade ABO; conferir cross-match; verificar a
OBS: sulfonilureias e metformina estão contra indicados na insuficiência caminhada de 30min/5x p/semana (manter IMC < 25)
compatibilidade HLA; avaliar saúde do doador (evitar doença
renal avançada. 3.abandonar tabagismo
transmissível); administrar drogas imunossupressoras ao receptor
🔅Dislipidemia: Diagnóstico e tratamento visam ↓ a incidência da doença 4.corrigir a dose dos medicamentos (antibióticos/antivirais);
dias antes do transplante.
cardiovascular aterosclerótica e ↓ progressão da doença renal → alvo 5.adequar a ingestão de proteínas conforme estado nutricional +
OBS III: se existir 2 doadores, deve-se escolher o que tiver maior
terapêutico é LDL < 100mg/dl, HDL colesterol > 40 mg/dl e triglicérides < avaliação de hiperfosfatemia + adequação da diálise; para controle
compatibilidade HLA.
150 mg/dl. → estatinas da HAS (alvo < 140/90 mmHg);
*Evolução Pós-Transplante Renal: podem ser clínicas e/ou
6. Se paciente diábeito - manter hemoglobina glicada em 7%.
🔅Obesidade: ↑ risco de proteinúria ao longo dos anos → mecanismos de cirúrgicas: hipertensão arterial (ocorrer em 60%), neoplasias (a
hiperfiltração glomerular → medidas dietéticas, atividade física e Exames realizados para pacientes em hemodiálise: longo prazo) e infecções (muito comuns); efeitos das drogas
tratamento da obesidade Mensalmente: Hematócrito, hemoglobina, uréia pré/pós imunossupressoras (pancreatite, obesidade e necrose asséptica).
🔅Hiperuricemia: relação ↓ evidente com a progressão da nefropatia sessão; sódio, potássio, fósforo, transaminase glutâmica pirúvica Rejeição do enxerto: principal complicação: rejeição hiperaguda
crônica → associada a fatores de risco cardiovascular e de nefropatia (HAS, (TGP), glicemia p/ pacientes diabéticos e creatinina durante (hormonal), aguda e crônica: rejeição humoral imediata (hiperaguda)
obesidade, idade, raça negra, intolerância à glicose, uso de álcool…) → primeiro ano. → ocorre minutos/horas após anastomose dos vasos.
drogas redutoras da produção de ácido úrico Tabagismo: ↑ risco de Se ↑ de TGP: solicitar AntiHBC IgM, HbsAg e AntiHCV; -Rejeição hiperaguda: rim fica cianótico(incompatibilidades
proteinúria → ativação do sistema simpático, influência sob a pressão imunológicas.)
arterial e hemodinâmica renal e disfunção da célula endotelial → cessar o Trimestralmente: hemograma completo, índice de saturação -Rejeição celular aguda: ocorre após alguns dias e/ou meses/anos; →
tabagismo!! de transferrina, dosagem de ferritina, fosfatase alcalina, PTH, perda crônica do enxerto
TRATAR AS COMORBIDADES proteínas totais + frações + hemoglobina glicosilada p/ diabéticos -Nefropatia crônica do enxerto (rejeição crônica): ocorre mais tarde à
Anemia: Crucial p/ prevenção secundária da doença cardiovascular e cirurgia (sexto mês de transplante)
Semestralmente: Vit D + AntiHBS - p/ pacientes susceptíveis
melhoria da qualidade de vida e desempenho
(AntiHBC total ou IgG, AgHBs ou AntiHCV negativos - fazer AgHbs e
*Quando clearance de creatinina declina a 60 ml/min/m2 → deficiência na
AntiHCV;
produção de eritropoetina
Anualmente: Colesterol total + frações, triglicérides, alumínio
Tratamento com administração de eritropoetina e identificação das
sérico, glicemia, TSH, T4, dosagem de anticorpos p/ HIV, Rx de
potenciais causas de resistência: deficiência de ferro, vitamina B 12, ácido
tórax em PA/perfil, USG renal/vias urinários e ECG.
fólico, processos infecciosos e inflamatórios, intoxicação por alumínio,
osteíte fibrosa, hemoglobinopatias, hemólise, desnutrição. Exames eventuais: Hemocultura se suspeita de infecção na
*Saturação de transferrina deverá ser mantida > 20% e ferritina ↑ 100 corrente sanguínea + teste do desferal se suspeita de intoxicação
ng/ml por alumínio.
Reposição de ferro VO nem sempre é eficaz → EV; Eritropoetina poderá
-Estágio 5-D em diálise peritoneal (modalidades de TTO mais
ser administrada via subcutânea
utilizada, excelente p/ pacientes com instabilidade hemodinâmica)
*80 a 100 UI/kg 2-3 doses/semana, preferencialmente por via subcutânea
OBS: p/pacientes nessa modalidade é necessário uma visita
(ou 120 a 180 UI/kg)
domicilar p/ avaliação da adequação ambiental.
*Manter nível de hemoglobina entre 11 e 12 g/dl → cautela com valores >
13 g/dl!! Exames realizados para pacientes em diálise peritoneal:
TRATAR AS COMPLICAÇÕES DA DRC Mensalmente: Hematócrito, hemoglobina, sódio, potássio,
Distúrbios de cálcio, fósforo, vitamina D e PTH: níveis séricos devem cálcio, fósforo, creatinina e glicemia aos diabéticos
ser medidos em todos os pacientes com diagnóstico de DRC e clearance < Trimestralmente: Hemograma completo, índice de saturação
60 ml/min/1,732 de transferrina, dosagem de ferritina, fosfatase alcalina, PTH, PROGNÓSTICO DA DRC
Exames de imagem p/ evidenciar calcificação dos tecidos moles glicemia, proteínas totais + frações + hemoglobina glicosilada aos DRC é uma doença que mantém uma evolução constante:
Biópsia óssea → quando anormalidades nos marcadores químicos não diabéticos; rapidamente progressiva ou de forma lenta
explicam o quadro clínico Semestralmente: Vit D, colesterol total + frações, triglicérides; Três medidas modificam essa curva de evolução: controle
*Osteodistrofia renal: alterações na estrutura óssea decorrentes da DRC realizar KT/V semanal de uréia. pressórico, glicêmico e uso de IECA ou BRA
→ remodelamento (turnover), mineralização e volume ósseo → sistema de OBS: p/ pacientes com função renal residual → realizar depuração Para evitar ou retardar a DRC e a necessidade de terapia de
classificação TMV → 4 categorias histológicas: 1) osteíte fibrosa, 2) de creatinina (coleta de urina de 24h + depuração de uréia. substituição renal: fatores de risco mais prevalentes (HAS e DM)
osteomalácia, 3) doença adinâmica, 4) doença mista devem estar com as medicações corretas e bem manejados e
Anualmente: Alumínio sérico, TSH, T4, Rx de tórax em
*Hipocalcemia: reposição com carbonato de cálcio e vitamina D controlados.
PA/perfil, USG renal/vias urinárias e ECG. Se o nível sérico de creatinina permanecer inalterado após 4
*Hiperfosfatemia: restrição dietética de fósforo → caso não haja melhora,
Exames eventuais: Teste do desferal → se suspeita de meses → provável que tenha ocorrido retardo da taxa da perda da
iniciar uso de quelantes de fósforo (carbonato de cálcio, acetato de cálcio,
intoxicação pelo alumínio; na suspeita de peritonite - se contagem função renal.
sevelamer, hidróxido de alumínio)
de leucócitos considerável, bacterioscopia por gram/cultura; teste Monitoramento de albuminúria: declínio da TFG aumenta com
*Elevação do PTH: tratada com pulsos de calcitriol ou outro metabólito de
de equilíbrio peritoneal no início do TTO e repetir se redução de graus crescentes de albuminúria;
vitamina D (produto cálcio x fósforo não pode ser muito elevado) → ultrafiltração e/ou inadequação de diálise. *Microalbuminúria persistente é associada a um risco elevado de
cálcio deve ser corrigido para albumina sérica: OBS: No teste de equilíbrio peritoneal → realizar dosagem sérica de doença cardiovascular e perda mais rápida da função renal.
cálcio sérico corrigido=cálcio sérico medido + 0,8x (4 - albumina sérica creatinina + 2 dosagens de creatinina no líquido peritoneal (em 1/3 dos pacientes com DRC de estágio 4 → progredirão p/ o estágio
(em g/dl) tempos diferentes e 3 dosagens de glicose no líquido peritoneal, em 5 dentro de três anos.
tempos diferentes). Diálise/transplante: necessários quando o nível sérico de creatinina
✖Contraindicação dessa modalidade: atinge 10 mg/dL;
-Absolutas: perda comprovada da função peritoneal ou múltiplas *Pacientes devem ser informados sobre as opções de tratamento →
adesões peritoneais; incapacidade física ou mental para execução frequência de complicações ↑ quando a diálise é instituída
Valores laboratoriais de vitamina D abaixo de 30 nanogramas/dL: do método; condições cirúrgicas não corrigíveis (grandes hérnias Doença cardiovascular: causa + comum de mortalidade na DRC.
reposição (com 25- OH-vitamina D ou 1-25-OH-vitamina D) → se não inguinais), extrofia vesical, onfalocele, gastrosquise. *Presente em muitos pacientes, mesmo nos estágios iniciais da
houver resposta → tratamento cirúrgico!! -Relativas: presença de próteses vasculares abdominais < 4 meses; doença renal.
OBS: Calcitriol ↑ reabsorção de cálcio e fósforo presença de derivações ventrículo-peritoneais recentes; episódios Outros fatores contribuintes para a alta mortalidade de DRC:
*Acidose metabólica: → orientação dietética e bicarbonato de sódio VO na frequentes de diverticulite; doença inflamatória ou isquêmica DM, anemia, aumento dos níveis de colesterol de baixa densidade de
dose de 0,5 a 01 mEq/kg → manter bicarbonato sérico próximo de 22 intestinal; intolerância à infusão de volume necessário p/ lipoproteína, calcificação vascular e talvez um aumento dos níveis de
mEq/l → desvantagem: ↑ ingesta de sódio adequação dialítica. cisteína.
Principais referências bibliográficas que utilizamos:
1.ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema
imunológico. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

2. BOGLIOLO, Luigi; BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016

3. GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil Medicina Interna. 24. ed. Saunders Elsevier, 2012

4.GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios,
formação e prática. Porto Alegre:Artmed, 2012. 2 v.

5.HALL, John Edward. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. 1.145 p.

6.HINDRICKS, Gerhard, et al. 2020 ESC Guidelines for the Diagnostic and Management of Atrial Fibrillation
Developed in Collaboration with the European Association for Cardio-Thoracic Surgery (EACTS). European
Heart Journal , vol. 42, n o 5, Fev 2021, p. 373–498. (atualização da diretriz lançada em 2020)

7.KASPER, Dennis L. Medicina interna de Harrison. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. 2 v.

8.KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; ASTER, Jon C.. Robbins e Cotran, patologia: bases patológicas das doenças. 9.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 1.421p.

9.LOPES, Antonio Carlos. Tratado de clínica médica. 3. ed. Rio de Janeiro: RocaRoc 2016. 2 v.

10. LOPEZ FA; CAMPOS Jr D. Burns DAR; Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria – 4.ed. -
Barueri, SP: Manole, 2017
Principais referências bibliográficas que utilizamos:
11. MARTINS, Milton de Arruda et al. Manual do residente de clínica médica. 2015

12. MARTINS, Milton de Arruda; CARRILHO, Flair José; ALVES, Venâncio Avancini Ferreira; CASTILHO, Euclides
Ayres de; CERRI, Giovanni Guido. Clínica Médica: Doenças hematológicas, oncologia, doenças renais.

13. PIZZICHINI, Marcia Margaret Menezes et al. 2020 Brazilian Thoracic Association recommendations for the
management of asthma. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 46, n. 1, p. 1-16, mar. 2020

14. PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 8ª ed. Guanabara Koogan, 2010

15. PORTO, Celmo Celeno. Semiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

16. RIELLA, M.C. Princípios de Nefrologia e Distúrbios. Hidroeletrolíticos. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2010.

17. ROHDE, Luis Eduardo Paim et al. Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, p. 436-539, nov. 2018

18. SILVA, Luis Carlos Corrêa da et al (org.). Pneumologia: princípios e práticas. Porto Alegre: Artmed, 2012. 1001
p.

19. TORTORA, G. J. Princípios de anatomia humana. 14ª. edição. Guanabara Koogan . Rio de Janeiro, 2016.

20. ZIPES, DP; LIBBY, P; BONOW, RO. Braunwald E. Braunwald. Tratado de Doenças Cardiovasculares; 10 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2018.
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Com carinho,
Jeniffer Abreu e Lukão

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