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Camila Vieira Ribemboim

Direito sindical e coletivo do trabalho


M7
Prof Fábio Túlio

PESQUISA REFERENTE ÀS QUESTÕES DA REVISÃO


2. O empregado, DIRIGENTE SINDICAL DA CATEGORIA ECONÔMICA, possui
estabilidade no
emprego?

O Dirigente Sindical só terá direito a estabilidade provisória se exercer uma atividade


pertinente a categoria profissional do sindicato que ele foi eleito. Não havendo mais atividade
empresarial no sindicato não há razão para existir estabilidade.

4. O que é conduta antissindical?

Considerando o papel desempenhado pelos sindicatos liberdades garantidas ao ente sindical


para exercer suas prerrogativas e deveres, as condutas antissindicais são todas aquelas que
atentam contra tais liberdades, trazendo prejuízos à livre atuação do ente sindical, seja
restringindo, seja criando obstáculos à consecução de seus fins.

A Convenção Internacional 98 da OIT, ratificada pelo Brasil, utiliza o termo “atos de


ingerência, de forma a englobar o amplo conceito das condutas antissindicais.

À guisa de exemplo, citam-se os atos de ingerência nas empresas nas organizações dos
trabalhadores, inclusive o financiamento da entidade sindical pelo ente patronal, a
proibição/inibição/ameaças ao livre exercício dos direitos sindicais, como filiação,
desfiliação, recusa à negociação coletiva, de forma a macular a independência do sindicato na
busca dos direitos e interesses dos trabalhadores.

As principais condutas antissindicais indicadas pela doutrina que afrontam contra a estrutura
e organização sindicais são as seguintes:

Mise à I'index (conhecida como lista negra) – consiste na divulgação do nome dos
empregados que possuem relevante atuação sindical entre as empresas com o fim de manter
esse empregado fora do mercado de trabalho. Dessa forma, mitiga-se a força da atuação
sindical como instrumento de pressão sobre os empregadores, visando a melhores condições
de trabalho, dado que desmobiliza o movimento sindical, atuando sobre seus possíveis
líderes;

Company Union (sindicato de empresa) – também conhecido como sindicato-fantasma, é a


espécie de sindicato criado e/ou controlado pelo empregador, direta ou indiretamente. Atenta
contra a autonomia do ente sindical, vinculando-o aos interesses do empregador;

Yellow Dog Contract (contrato de cão amarelo) – representa o compromisso assumido pelo
empregado de não-filiação, de manter-se desfiliado ao sindicato de sua categoria, como
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condicionante à admissão e à manutenção no emprego. Praticado geralmente de forma
velada, informal, mas que afronta contra a liberdade de associação.

Noutro giro, encontram-se as cláusulas que forçam a sindicalização do empregado,


igualmente ferindo a liberdade sindical:

- Closed Shop – compromisso assumido pelo ente patronal de apenas contratar empregados
regularmente filiados ao sindicato;

- Union Shop – compromisso do empregador com o sindicato dos trabalhadores, no sentido


de garantir a manutenção dos contratos dos empregados que, algum tempo após a
contratação, filiem-se ao sindicato;

- Open Shop – compromisso da empresa em contratar apenas os não filiados ao sindicato


respectivo;

- Preferencial Shop – sinalização de preferência pelo empregador na contratação de


empregados filiados;

- Label – consiste em uma marca realizada pelo sindicato nos produtos comercializados pelo
empregador, com o intuito de demonstrar que há sindicalização naquela empresa;

- Maintence of membership – cláusula que impõe aos empregados que se filiaram ao


sindicato o dever de permanecer com a condição de membro, ao longo do período de vigência
do instrumento coletivo no qual tal cláusula foi pactuada, sob pena de perda do emprego;

- Agency Shop – consiste na obrigação de contribuir com o sindicato, porém não exige a
filiação ao sindicato respectivo.

Notam-se, ainda, outras condutas capazes de causar prejuízos ao empregado e ao dirigente


sindical, como a imposição de óbices à livre atuação sindical, à efetiva participação e
comparecimento nas reuniões, transferência do dirigente sindical para localidade capaz de
afetar ou impedir sua atuação, imposição de horários de trabalho que dificultem a
mobilização de demais trabalhadores, frustração na divulgação de movimento paredista,
dispensas discriminatórias dos empregados participantes de mobilizações coletivas,
perseguições, tentativa de enfraquecimento e desmobilização da categoria pela realização de
propostas mais atrativas para setores vitais para a continuidade do movimento, dentre outras.

Abaixo, colaciona-se exemplo prático em que o Tribunal Superior do Trabalho reconheceu o


financiamento do sindicato pela empresa, caracterizando-o como conduta antissindical:
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Dano moral coletivo. Caracterização. Conduta antissindical. Convenção coletiva de trabalho.
Financiamento do sindicato profissional com recursos provenientes do empregador.

O financiamento do sindicato profissional com recursos provenientes do empregador (taxa


negocial), conforme firmado em cláusula de convenção coletiva de trabalho, configura
conduta antissindical que, ao impossibilitar a autonomia da negociação coletiva, fragiliza o
sistema sindical e a relação entre empregados e empregadores, ensejando, portanto, a
reparação por dano moral coletivo. Na espécie, registrou-se que, embora a cláusula em
questão tenha sido suspensa por força de liminar requerida pelo Ministério Público do
Trabalho nos autos de ação civil pública, restou caracterizada a conduta ilícita, de modo que a
inexistência de efetiva lesão não afasta a necessidade de reparação, sob pena de retirar a
proteção jurídica dos direitos coletivos. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade,
conheceu dos embargos interpostos pelo MPT, por divergência jurisprudencial e, no mérito,
deu-lhes provimento para restabelecer o acórdão do Regional, impondo a condenação no
importe de R$ 10.000,00 a título de dano moral coletivo. TST-E-ARR-64800-
98.2008.5.15.0071, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, 12.2.2015.

5. O empregado ou a empresa não sindicalizados são obrigados a pagar a contribuição


assistencial?

O Juízo da 16ª vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG decidiu que não é possível o
recolhimento de parcelas obrigatórias de trabalhadores não sindicalizados para o sindicato,
seja contribuição confederativa, seja assistencial ou qualquer outra, como o “desconto
negocial”. O entendimento é de que isso viola a liberdade de associação e de sindicalização
protegidos pela Constituição (processo nº 0010196-74.2020.5.03.0016, DEJT de 15/09/2020).

Julgando em desfavor do sindicato autor, a magistrada do caso entendeu que não existe
obrigação de recolhimento de nenhuma parcela pelo trabalhador que este não tenha
autorizado expressamente e de maneira individual. Nesse sentido, apontou a Súmula 666 do
STF, com previsão de que “a contribuição confederativa de que trata o artigo 8º, IV, da
Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo”. A magistrada também
invocou o princípio da livre associação e sindicalização (artigo 5º, XX e artigo 8º, V, da
CR/88), para concluir que empregados não sindicalizados não podem sofrer os descontos
mencionados, pois, a exemplo da contribuição confederativa, a contribuição assistencial, a
contribuição social e o “desconto negocial”, instituídos pelos sindicatos, somente podem ser
exigidos de seus filiados.

7. Qual a diferença entre unidade e unicidade sindical?


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O princípio da unicidade é a obrigatoriedade de existir apenas um único sindicato na mesma
área de atuação. A unidade sindical é a existência de um único sindicato, mas por vontade e
escolha da própria classe representada

8. No Brasil existe pluralidade sindical?

De início, conceitua-se que pluralismo sindical é exatamente o inverso da unicidade sindical e


consiste na autorização de várias entidades, na mesma base territorial, exercerem a
representação da mesma categoria. Neste caso, o trabalhador ou empresário não está obrigado
a se filiar a determinado sindicato, podendo se filiar a outro sindicato representativo da
mesma categoria profissional ou econômica.

A Carta Maior de 1988 estabelece a teoria da unicidade sindical, onde só se reconhece um


único sindicato em base territorial, não podendo ser inferior a área de um Município. Este
sistema hierarquizado e compulsório não reflete o espírito contido na Convenção nº 87 da
OIT, onde assegura o direito da liberdade sindical, ou seja, o Brasil não ratificou a convenção
junto com os demais países. Portanto o nosso sistema jurídico não admite a liberdade
sindical, já que o trabalhador não possui a faculdade de fundar um sindicato, a faculdade de
aderir um sindicato e principalmente a faculdade de não aderir a um sindicato.

9. O que é categoria profissional diferenciada?

A categoria profissional diferenciada é a que tem regulamentação específica do trabalho


diferente da dos demais empregados da mesma empresa, o que lhes faculta convenções ou
acordos coletivos próprios, diferentes dos que possam corresponder à atividade
preponderante do empregador, que é a regra geral".

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