Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A tradução foi efetuada pelo grupo Doll Books Traduções (DB), de modo a
proporcionar ao leitor o acesso à obra, incentivando à posterior aquisição. O objetivo do
grupo é selecionar livros sem previsão de publicação no Brasil, traduzindo-os e
disponibilizando-os ao leitor, sem qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou
indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para o leitor adquirir as obras, dando a
conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam, a não ser no idioma original,
impossibilitando o conhecimento de muitos autores desconhecidos no Brasil. A fim de
preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, o grupo DB poderá,
sem aviso prévio e quando entender necessário, suspender o acesso aos livros e retirar o
link de disponibilização dos mesmos, daqueles que forem lançados por editoras
brasileiras. Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o
download se destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se de o divulgar
nas redes sociais bem como tornar público o trabalho de tradução do grupo, sem que
exista uma prévia autorização expressa do mesmo.
Se você nunca leu meus livros antes, uma advertência é necessária, eu escrevo
livros Darks – desde os personagens, até as situações em que eles se encontram e o
amor que vivem.
Você está lendo A Hurt So Sweet – Volume Três, o terceiro livro da minha série
Elite of Eden Falls Prep. Os personagens desta série são distorcidos e cruéis, e você está
prestes a embarcar em um passeio selvagem.
Beijos.
Nem mesmo por ela.
Eu sou o monstro.
O valentão.
1 Quando o final do livro deixa algo em aberto um suspense no ar. Um sinal de continuação.
1
DEXTER
— Onde?
— Conto logo, — diz ele. — Escute Dexter, isso é mais uma ligação
de cortesia do que qualquer outra coisa.
— Qual Plano?
— Eu... não posso dizer exatamente. Mas você é meu amigo mais
antigo. Eu não poderia simplesmente deixar você ficar confuso,
esperando-a voltar.
— É claro que ela está viva, porra, — ele sibila. — O que você acha
que eu sou, algum tipo de monstro?
— Não se esqueça que sei mais sobre você do que qualquer outra
pessoa, — eu o lembro.
— Olha, Dexter, — Lai fala firmemente. — Ela está bem, você verá
por si mesmo quando encontrá-la. Mas você não vai dar as cartas para
sempre. Você não é mais o nosso chefe.
— Porque ela?
— Mas você sabe que o pai dela quer que ela se case com Easton,
— rosno, observando a mudança de cenário através dos vidros escuros
da limusine. — O que isso tem a ver com você, afinal?
— Com licença?
— O que é que você fez? — Eu exijo. — O que diabos você fez com
Pandora?
Parece uma mulher chorando. Não, parece que Pandora Oakes está
chorando.
O som fraco de soluços que ouvi ao telefone mais cedo ainda está
lá, e eu o sigo como um cão na trilha de uma presa. A casa está
imaculada, lindamente decorada, mas cheira a algo que não consigo
definir. Como se algo realmente horrível tivesse acontecido aqui.
Eu corro escada acima, seguindo o som dos soluços até que estou
no quarto principal da casa do lago. Uma pequena figura está tremendo
sob os lençóis, nada além de sua cabeça olhando para fora da cama
grande e luxuosa.
Desta vez, quando seus olhos encontram os meus, ela parece mais
quebrada do que nunca, e a verdade me atinge como um soco no rosto.
Ela deixou. Ela foi até o fim. Ela fodeu Easton, e ele nem mesmo teve que
forçá-la.
A porra da traição dói como uma faca sendo torcida nas minhas
costas. Mas eu faço o meu melhor para não a deixar ver, não apenas
porque quero protegê-la da minha própria raiva, mas porque não posso
mostrar a ela o quanto essa informação me machucou. No que diz
respeito à Pandora, não dou a mínima para ela - ela é apenas um peão
em meus jogos, uma forma de conseguir o que quero. Eu não posso
mostrar a ela, que ela é nada, além disso para mim, não quando eu não
tenho certeza do que ela significa para mim.
— Para me foder. — Ela olha direto nos meus olhos desta vez, seu
olhar queimando de dor quando encontra o meu. — Easton disse a eles,
que podiam me foder.
— Quem? — Exijo, forçando meus dedos a não esmagar os dela de
pura raiva que estou sentindo atualmente. — Para quem ele disse que
poderiam te foder?
— Normal? — Ela repete, sua voz trêmula enquanto ela puxa sua
mão. — As coisas n-nunca serão normais novamente, Dexter. E é tudo
por sua causa!
Eu a levo para fora da casa, para um Kelley chocado que não diz
uma palavra, apenas abre a porta do carro para nós e silenciosamente
dirige para longe da casa de Julian no lago.
Eles a quebraram.
Ele me olha com um olhar frio, mas posso ver o fogo silencioso que
assola dentro dele.
Ele permanece quieto, seu olhar fixo no meu enquanto espera que
eu continue. Eu gemo, esfregando meus olhos assim que a porta do carro
se abre.
Ele me olha com puro desgosto, do jeito que nenhum pai deveria
olhar para a filha enquanto murmura: — Ainda não entendo por que, ela
não é nada. Não é bonita. Não é inteligente. A porra de um nada.
— O que diabos vocês estão olhando? — Meu pai ruge para a vida
enquanto entramos. — Voltem para o trabalho!
— Você transou com ele? — meu pai exige, e eu olho para longe,
me contorcendo sob o peso de seu olhar. — Você transou com o garoto
Brantley?
— Seus amigos?
— Por quê?
— Sim, — eu sussurro.
Se ele está surpreso por eu ter pedido a ele para continuar, ele não
demonstra. Em vez disso, ele continua falando comigo em tons baixos e
calmantes, e as palavras lentamente me embalam para dormir. Meus
olhos se fecham com o telefone ainda pressionado contra meu ouvido e,
quando acordo horas depois, a ligação acabou e estou sozinha na
escuridão.
3
PANDORA
Os outros entram sem dizer uma palavra para mim. Tatianna, linda
e em algum lugar distante em seus pensamentos. Bryony, que não liga
para mim e coloca uma única fatia de laranja em seu prato de café da
manhã da enorme seleção diante de nós. Acho que é o café da manhã
dela.
Estou tentada a rir em voz alta, mas sua expressão séria me faz
parar no meio do caminho. Melhor não alimentar a besta.
Meu coração afunda com as palavras. Ele pode muito bem me dar
uma sentença de morte. Eu terminei em Eden Falls agora. Eu não discuto
de imediato, perplexa demais para encontrar palavras enquanto o ouço
continuar.
Eu sigo seu olhar para Brazen, seus olhos se afastando dos meus,
como se ele não pudesse suportar olhar para mim. Claro que ele não
pode. Ele sabe tão bem quanto eu - tão bem quanto meu pai - o que isso
significa para mim.
— Eu não...
— Ele vai se casar com Coco Rose, — meu pai diz calmamente, me
fazendo explodir. — O que, sua garota estúpida? O que é agora?
— Pandora, — ele grita atrás de mim, e eu olho para ele por cima
do ombro. — Eu não terminei com você. Eu acho que você deveria receber
uma punição, embora eu tenha certeza de que ter seus privilégios de
Primogênito retirados será o suficiente para colocá-la no caminho certo.
— Tão ansiosa, — ele sorri. — Sua mãe significa muito para você?
— Tudo bem, — ele prolonga. — Bem, boa sorte com tudo, Pandora.
Lembre-se de manter sua palavra.
— Eu vou ter um tempo difícil lá. Você sabe que eu perdi meu
status de primogênita?
— Apenas suma, — murmuro, acenando para ele. Não sei por que
pensei que poderia confiar nele. Ele nunca teve interesses em meu bem
estar.
Espero que ela esteja pronta para o que está por vir.
4
PANDORA
É o meu primeiro dia de volta à Eden Falls Prep, e eu já sei que vou
ser alvo de rumores maldosos, no mínimo. É oficial agora - Brazen se
tornou o primogênito da família Oakes, e eu estou reduzida a nada. Meu
pai foi tão longe para tirar todos os meus direitos, tornando Tianna a
congênita de nossa família. Não sou nada agora. Todos vão aproveitar
Dou um passo para trás, odiando que ele esteja certo. Ele sorri para
mim, observando minhas bochechas corarem em um rosa profundo
enquanto ele acena para mim. Eu murmuro: — Você é um idiota. Todos
vocês são.
***
Com os dentes cerrados, vou até uma das mesas vazias, me sento
e me sinto uma rejeitada. Suponho que seja isso que eu sou. Como eles
sempre me viram.
— Ei, cuidado com essa boca. — O cara alto me encara, seus olhos
cheios de veneno e suas mãos fechando os punhos ao lado do corpo. —
É com minha irmã que você está falando.
— Cuidado com essa boca! — Ela mal diz as palavras, tudo sai
como um assobio, e não posso deixar de adorar o efeito que estou
causando nela. — Você está abaixo de mim na classificação, Pandora. É
hora de me vingar. Você vai chupar o pau dele.
Eu olho para seu irmão idiota e balanço minha cabeça, dizendo: —
Uh, não, obrigada. Passo.
— Você realmente não leu esse manual muito bem, não é, querida?
— Audra dá uma risadinha irritante e infantil, e empurra o irmão na
minha direção. — Vá em frente, explique para ela.
— Ela está certa, — ele murmura. — Você tem que fazer o que é
mandado. É suficiente se uma pessoa relatar isso às famílias fundadoras.
E como você pode ver, há um grande público aqui.
Eu continuo olhando para ela, mas ela apenas sorri para mim,
como se fosse uma ordem normal perfeitamente razoável. Então, eu olho
para o irmão dela enquanto tiro lentamente meu blazer da escola dos
meus ombros. Ele geme e eu rolo meus olhos. Não cheguei nem ao sutiã
e o cara já está praticamente gozando. Que patético.
Ele nunca deveria confiar em mim para colocar seu pau em minha
boca. No momento em que meus lábios o envolverem, vou morder o mais
forte que posso, porra. Foda-se as consequências. Foda-se Audra, foda-
se o irmão dela e foda-se esta escola e todos ansiosos por mais.
Quando estou quase saindo do colo do garoto, ele solta um gemido
e, de repente, uma mancha molhada aparece em seu jeans. Eu pulo para
trás, olhando para ele sem acreditar enquanto começo a abotoar minha
blusa de volta. — Bem. Parece que você não precisava de mim, afinal.
Ele cora tanto que estou preocupada que ele vai explodir em
chamas no local, e todo o refeitório ri quando ele sai correndo,
envergonhado e com uma mancha do tamanho do meu punho em seu
jeans. Audra se vira para me encarar, obviamente furiosa, e eu dou a ela
um olhar triunfante.
Eu só tive breves momentos aqui e ali para falar com ela sobre o
que vai acontecer. Eu gostaria de estar no refeitório quando Audra
decidiu puni-la. Eu teria colocado meu pé no chão, tirado ela de lá.
Sempre soube como girar Audra bem em volta do meu dedo. Mas agora,
o que está feito está feito, e meu brinquedo terá que sofrer as
consequências.
— Mas você não se importa com ela, — ela argumenta. — Ela não
é ninguém!
Isso a cala e ela retorna ao seu lugar. A sala inteira fica em silêncio
enquanto as luzes diminuem, os holofotes no palco ficando mais
brilhantes. Pandora é trazida pelo pai de Easton e Caspian, e minhas
mãos formam punhos no apoio de braço enquanto a encaro, tremendo e
vulnerável. Como dita a tradição, ela está apenas vestindo um manto,
mas mesmo isso vai explodir em segundos. Para as chicotadas, quem se
machuca está sempre nu.
— Ajoelhe-se, — diz ele a Pandora, sem nem mesmo olhar para ela.
— Tire esse manto e espere.
— Pare com isso. — Minha voz explode e ecoa na sala. Todo mundo
está olhando. — Não a machuque, porra.
— Eu sei, — eu grito.
Ele me encara, sem dizer uma palavra. Sua boca abre e fecha, mas
não sai nada. Não há nada a dizer, nada a acrescentar. Ele sabe o quão
fodido tudo isso é.
***
— Você não acha que eu sei disso? — Sua voz é amarga enquanto
ela suspira e esfrega as têmporas. — É tudo que eu quero, voltar para
casa, fugir. Mas há negócios inacabados que tenho que fazer primeiro.
— Como o quê?
— Devia saber que ela está viva? — Ela sorri. — Que azar. Brantley
encontrou o endereço dela para mim. Tenho economizado dinheiro.
Tenho dezoito anos agora. Estou livre para ir embora. Contanto que eu
possa sair de Eden Falls, estou fodidamente livre.
— Não tenho tempo para falar sobre isso agora. — O sinal da escola
toca e ela tira a mão quando tento pegá-la.
— Sim.
— Por que você não ligou? — Seu tom é acusatório, e percebo que
o que eu fiz - ou melhor, não fiz - de alguma forma a aborreceu.
É muito triste. Ela está tão sozinha quanto eu. E não podemos nem
estar lá um para o outro.
— Olha, eu sei que estraguei tudo muitas vezes para contar, — digo
a ela. — Mas eu quero te ajudar. Compensar tudo.
— Por quê?
— Eu vou te ligar.
Mas eu sei que isso vai acabar em breve e, com certeza, Minnie
abaixa a escova e se inclina ao meu lado para que fiquemos nos olhando
no espelho.
— Sim?
— Falei com o Sr. Oakes, seu pai, — ela diz suavemente. — Ele se
ofereceu para pagar minha bolsa na Prep. Ele disse que eu poderia
começar no outono.
Eu consigo dar um sorriso fraco. Estou feliz por ela, mas também
sei que a oferta de meu pai é um suborno. Minnie irá para a Prep em
troca de manter a boca fechada sobre os avanços sujos de papai sobre
ela. Eu sinto por ela, sua magoa. Mas eu mal consigo lidar com minha
própria bagunça.
— Eu sei, — ela concorda. — Eu ouvi o que eles têm feito com você,
Srta. Pandora, e eu... bem, eu acho que é absolutamente terrível. Você
não deveria tratar outro ser humano da maneira como eles estão tratando
você.
***
Eu não sei o que dizer a ele. Minha aliança com Lai nasceu da
necessidade, mas tenho sentimentos afetuosos pelo menino. Ele nunca foi
tão cruel quanto os outros.
***
— Talvez.
Ela sorri para mim, mas não é um sinal de felicidade. Ela não
acredita em mim, nem eu. Minnie não tem ninguém cuidando dela. Ela
não tem para onde correr. Pelo menos tenho opções, lugares para ir se
tudo mais falhar. Até a mãe de Minnie a trairia.
— Está tudo bem, — ela murmura, mas o tremor em sua voz não
me escapa. — Eu me viro.
Meu pai está bloqueando minha visão. Ele está parado na frente de
sua mesa. Não sei dizer se há alguém na sala com ele, mas a julgar pelos
gritos que ouvi, ele não pode estar sozinho. E então ele fala, solidificando
meus pensamentos.
— Pegue.
Papai ri, mas Brazen está sobre ele em segundos. Desta vez, não
há como segurá-lo, e Minnie e eu assistimos horrorizadas enquanto ele
ataca papai, com os punhos voando, sangue jorrando. Ele está deixando
meu pai irreconhecível, e o desgraçado ri enquanto os socos acertam.
— Saia daqui. Ele vai te machucar mais se você não fizer isso, —
ela murmura. — Corre.
Eu engulo em seco, minha respiração se acalmando por tempo
suficiente para que eu possa dizer: — Eu não corro. Eu luto.
***
— Posso entrar? — Não espero que ele responda, mas entro em sua
casa imediatamente. — Por que você está atendendo sua própria porta?
Onde está sua ajuda?
— Eu lhe ofereceria uma bebida, mas você terá que fazer sozinha,
— diz ele. — Não tem muito em casa.
— Tudo bem. — Eu aceno minha mão com desdém. — Espero que
você contrate alguém em breve... Você viu um médico?
Ele luta com sua decisão, mas não espero por uma resposta. Em
vez disso, pego o tubo da mesa de centro e me aproximo dele. Lentamente,
Dex vira as costas para mim e eu fico cara a cara com o horror que são
suas feridas. Eu inalo profundamente, tentando não o deixar ver o quão
assustada a visão dele me deixa. As feridas cicatrizaram e há pontos em
algumas delas. Toco a área com os dedos mergulhados na pomada e Dex
sibila.
— Pelo que?
— Não dê muita importância a isso. Seu ego não pode ficar mais
inflado.
Dex desliza no chão ao meu lado, sua mão vagando entre minhas
pernas e segurando minha boceta sobre a calcinha de renda que estou
usando.
— Desde quando?
— Com licença?
Ele luta com sua decisão, mas faz o que eu pedi a ele para fazer um
momento depois, se abaixando e olhando nos meus olhos com olhos
silenciosos e negros.
Pela primeira vez desde que o conheci, não sinto que Dex tem todo
o controle. Não, desta vez estamos compartilhando - passando de um
para o outro.
Não acho que Dexter Booth tenha pronunciado a palavra, por favor,
uma vez na vida, mas ignoro a vontade de gritar com ele e, em vez disso,
aceno com a cabeça.
— O que é?
É a minha vez de sorrir, e faço isso com prazer. — Você não faz
nenhuma tentativa de me foder de novo.
8
PANDORA
Suas palavras são uma suave carícia contra minha pele. Eu tremo
involuntariamente, olhando para o chão enquanto balanço minha
cabeça. Eu perco minha confiança tão rapidamente perto de Dexter
Booth. É como se ele pudesse apertar um botão que me faz passar de
agressiva e rebelde à mansa e tímida em uma fração de segundo.
— OK. — Ele parece tão doce, atencioso. Pena que sei que isso está
longe de ser verdade. — Não vou tocar em você, Pandora. Fique um pouco
mais, sim?
— O que há de errado?
Não tenho ideia do que está acontecendo, mas uma súbita explosão
de desejo rasga meu corpo. A figura de Dexter está congelada ao lado da
minha, como se ele estivesse tropeçando na mesma coisa que eu, exceto
momentos atrás de mim. De repente, estou sóbria como o dia e dou um
passo para trás, ofegando ao sentir meus lábios. Eu machuquei a porra
da minha própria boca pelo maldito Booth chupando a língua do Dexter.
Bom trabalho.
Dex entra atrás de mim e, a essa altura, já estou com a garrafa nas
mãos. As palavras dançam diante dos meus olhos e sinto outra onda de
bebida chegando.
— Você não tem ideia do que vai me obrigar a fazer se não parar,
boneca. — Sua voz é baixa e sem fôlego, e sua palma direita moveu-se
para a protuberância em sua calça de moletom, massageando
avidamente seu pau. Não é apenas o esboço disso agora. Posso ver
claramente a mancha molhada onde uma gota de pré-sêmen encharcou
o tecido de sua calça.
Ele se levanta, sua mão espalmando seu pau enquanto ele para a
alguns centímetros de mim.
Fico cara a cara com seu caminho da felicidade, como uma flecha
levando para o que eu mais preciso. Eu luto puxando para baixo suas
calças e então elas cedem de repente, seu pau se solta e dá um tapa no
meu rosto. Eu sussurro o nome dele, mas Dex segura minha nuca e
agarra seu pau pela base.
— Então implore por isso. Peça ao Senhor com educação. Peça meu
pau em sua boca. — Eu gemo, mas ele puxa meu cabelo sem remorso,
me fazendo resmungar. — Não hesite, boneca. Implore. Chupe. Implore.
Chupe.
Com meus olhos nos dele, eu estendi minha língua e lambo a fenda
em seu pau novamente e novamente. Eu lambo, quase me esquecendo
de respirar enquanto me preencho com seu gosto, me sentindo mais
gananciosa do que nunca.
Ele me puxa pelo cabelo, seu rosto é uma expressão de pura raiva
enquanto ele me bate contra a parede oposta. — Não se esqueça boneca.
— Novamente?
Dexter agarra meu pescoço pela frente. Eu posso dizer o quão duro
ele está se esforçando para se controlar com a firmeza, mas gentilmente,
ele agarra minha garganta entre os dedos, e eu engulo quando ele
pressiona sua testa contra a minha.
— Você quer isso, Pandora? Você quer que eu quebre você de novo?
É por isso que você veio aqui, não é? — Eu não respondo, virando minha
cabeça para o lado, mas ele me força para trás agarrando meu queixo. —
Diga-me a verdade agora.
— Que verdade?
— Sim.
— Mas eu ainda quero me divertir muito com você. Você acha que
vou pegar leve com você esta noite, Oakes? Você viu o dano que seu pai
me fez. — Eu toco meus dedos em suas costas e ele estremece antes de
continuar. — E agora, vou descontar toda essa frustração em você. Meu
brinquedo. Querendo ou não, não importa para mim. Contanto que você
grite meu nome de prazer, vou considerá-lo consentimento.
Suas palavras sujas fazem minha cabeça girar, mas o que é ainda
mais chocante é que eu obedeço instantaneamente, dando a ele o que ele
pediu e silenciosamente esperando que ele tire ainda mais de mim.
— Sim, — eu sussurro.
— Sim, o que?
— Sou sua.
— O senhor.
— Você nunca mais gozará com outro homem, — ele rosna contra
meus lábios. — Repita para mim.
— Implore.
— Aguente.
Não sou uma pessoa para Dexter Booth. Sou seu brinquedo
favorito e toda vez que alguém quer brincar comigo, o ciúme o envolve em
sua névoa verde e o leva a fazer coisas malucas. Coisas Selvagens. Coisas
perigosas.
Outro orgasmo rasga meu corpo antes que eu possa impedi-lo, e
posso ver a expressão de raiva nos olhos de Dex enquanto eu me entrego
às suas ondas de prazer. Quando estou bem ali, ele dá um tapa na minha
bochecha, com força suficiente para me deixar sóbria, mas não tanto para
doer.
— Olhe para mim, — ele exige. — Olhe nos meus olhos quando eu
te fizer gozar.
— Olhe para mim, — ele ruge, e meus olhos ficam grudados nos
dele. Eu os forço a ficarem abertos enquanto me sinto perto de gozar.
Algo embaraçoso acontece então e eu grito quando sinto seu pau deslizar
para dentro com mais facilidade.
— Na cadeira. Vá.
— Sim. — Ela está tão desesperada, ela diria qualquer coisa neste
momento, e eu enterro meus dedos em seus cabelos, forçando-a a olhar
para mim.
Ela sussurra meu nome antes de gritar com o coração, seu corpo
tremendo sob o meu. Estou tão perto de gozar que quase posso sentir o
gosto, meu pau está ansioso para se soltar, dar-lhe o controle que ele
anseia e pintar sua pequena boceta apertada com a semente que tenho
guardado apenas para ela. Mas eu me nego o prazer porque meu
brinquedo não merece. Ela é uma idiota traidora que só quer me
machucar e nunca vou perdoá-la.
Eu quero devorá-la.
Eu quero destruí-la.
E eu quero possuí-la.
Assim que o orgasmo deixa seu corpo, Pandora volta seus olhos
suplicantes para os meus.
— Eu não me importo.
— O-o quê?
— Eu... eu...
— Você foi uma boa menina hoje, — murmuro. — Mas isso não
significa que eu te perdoei.
Eu me levanto do chão e coloco minha calça de moletom de volta.
Meu pau ainda está semi duro, mas preciso parar de deixar Pandora ditar
o que está acontecendo entre nós. Ela conseguiu, agora é hora de ir
embora.
— Meu pai, ele... — Ela engole em seco, e seus olhos não encontram
os meus. — Ele atacou Minnie...
— Eu... acho que ele quebrou o braço dela, — ela gagueja. — Mas
eu entrei logo depois porque ouvi gritos, e Brazen...
***
Uma vez que destranco a porta do quarto de Lily Anna, espero que
ela se lance sobre mim, exigindo respostas e vindo buscar meu sangue.
Mas ela está sentada no canto da sala em vez disso, com as costas eretas
e um sorriso calmo brincando em seu rosto. Ela se levanta quando eu
entro, vindo em minha direção com passos longos, deliberados e
confiantes.
Estou surpreso com o quão lúcida ela parece. Pela primeira vez em
meses, sinto que estou vendo um vislumbre da velha Lily Anna, a garota
que eu amei anos atrás, antes de tudo virar uma merda.
— Bem, você tem idade suficiente para fazer o que quiser, — digo
a ela suavemente. — Seu pai...er, Emilian Oakes, ele... ele não pode te
machucar, mesmo com sua influência. Ninguém o deixaria te machucar
mais, não agora que você é maior de idade, e todos sabem que você não
é...
— Dex?
Eu olho para ela, esperando que ela não chore ou fique chateada.
— Sim?
Mas assim que eu volto para a sala de estar, eu noto que Lily Anna
não se moveu de seu lugar, e a culpa faz com que gotas nervosas de suor
brotem na minha pele.
Eu prendi a garota.
— Não. Acorde.
— Ela vai usar esse gesso por um mês. — A mão de Brazen forma
um punho em seu colo. Nossos olhos se encontram e, pela primeira vez
em nossas vidas, sinto que estamos compartilhando um momento. A
única coisa que temos em comum é odiar nosso pai. Pelo menos agora
temos algo que nos une. — Eu queria te agradecer pelo que você fez hoje,
Pandora.
— Eu não fiz nada, — murmuro.
Seus lábios formam uma linha fina. Ele não respondeu à minha
pergunta, mas seu silêncio me diz tudo que preciso saber.
Pego sua mão, mas ele se afasta, como se não pudesse suportar a
ideia de ser tocado por mim. Então, como se estivesse se arrependendo
de ter se afastado, ele me oferece um sorriso triste. — Eu sei que você se
preocupa com o bem estar dela, Pandora. Você não é tão ruim quanto
todo mundo pensa.
Ele me encara nos olhos e, quando acho que ele vai me repreender,
faz o menor dos acenos de cabeça.
— Bom.
— Você faria isso por mim? — Eu fico olhando para ele com
ceticismo.
— Vou fazer mais do que isso. Olhe. — Eu saio da cama e ele desvia
o olhar, limpando a garganta quando vê o que estou vestindo. Eu cavo
debaixo da cama e tiro uma caixa de sapatos Zanotti, revelando algum
dinheiro que guardei lá dentro. — Não consegui muito, mas tento guardar
um pouco sempre que posso. Quero ajudar Minnie a deixar a cidade.
É a primeira vez que sinto uma conexão com meu irmão e trocamos
um olhar de compreensão antes de ele sair do quarto. Suas palavras
continuam tocando em minha mente enquanto eu lentamente caio em
um sono sem sonhos.
***
É fim de semana, mas ainda tenho que acordar cedo para o café da
manhã em família. Não tenho certeza se meu pai estará lá, mas a julgar
pelo fato de que uma Belle de boca fechada me acordou horas depois que
Brazen foi embora, presumo que ele tenha algo a nos dizer.
— Sim, Pai?
— Você vê o que seu irmão fez comigo? — Ele ri, mas se transforma
em um chiado no meio do caminho. Ele tosse e cospe, mas me forço a
manter meus olhos treinados nele como ele queria. — É preciso um
homem forte para derrubar alguém como eu.
Estou desesperada para dizer a ele que isso não pode ser verdade.
Sem seu exército de ajuda, Emilian Oakes não é nada. Mas sou sábia o
suficiente para manter minha boca fechada e esperar pelo castigo que sei
que virá, independentemente do que eu faça.
— Já que você fodeu com seu prospecto nesta cidade, — diz o pai.
— Eu decidi que poderia muito bem tratá-la como a prostituta que você
tanto deseja ser.
Ele sorri. Parece doloroso, e espero que cada movimento que ele faz
doa e o lembre de como ele é um pedaço de merda no fundo. Minha pele
se arrepia, antecipando a resposta do meu pai. Eu sei que ele vai me
machucar agora. Eu sei que ele vai descontar sua raiva de Brazen em
mim. E mesmo que eu nunca admita em voz alta, estou apavorada pra
caralho.
Com essas palavras, ele sai da sala. Sinto orgulho dele por
enfrentar meu pai, mas ainda estou apavorada. As palavras de meu pai
estão ecoando em minha cabeça. O leilão. Um novo marido. Uma nova
vida. Uma chance de fugir deste inferno - ou uma chance de estar presa
em um destino ainda pior do que este.
Contei a Dex sobre o leilão por mensagens de texto. Ele ainda não
foi à escola e também pulei os últimos dias com a preparação. Ninguém
dá a mínima. A Prep é apenas mais uma desculpa para nossos pais ricos
ficarem de olho em nós e nos controlar como fantoches involuntários.
A água não tem gosto de água e faço uma careta para o copo. —
Isso é nojento. O que é?
— Você deveria ser tão grata. — Ele sorri, brindando-me com sua
taça de conhaque. — Então, por que você não nos diz por que acha que
merece ser comprada, garotinha? Porque tudo que vejo é uma vadiazinha
mal-humorada e de aparência simples com uma boca para ela. E eu não
estou pagando por isso quando posso obtê-la gratuitamente.
— Ouça, ouça, — meu pai ruge da primeira fila, onde está sentado
com Bryony de aparência delirante e meus irmãos corados que parecem
mortificados por estarem ali. Pelo menos existe isso. — Ela demora um
pouco para seguir as instruções, mas é tão fofa quando ela finalmente se
curva à sua vontade.
Meus olhos voltam para meu pai. Deus, eu o odeio. Ele não dá a
mínima para mim. Tudo o que importa para ele é que serei humilhada na
frente de seus amigos e parceiros de negócios.
Meu pai ainda não terminou, e ele observa com determinação nos
olhos de aço enquanto Belle me deixa nua. — Não deixe nada. Eu a quero
nua como no dia em que ela nasceu e nos roubou.
— Vá se foder, — eu rosno.
Com essas palavras, ele inclina uma taça de vinho para trás e sai
da sala, deixando-me sozinha com os lobos famintos. Só tenho Dex agora
e não tenho certeza se ele pode fazer muito para me proteger.
Lai sem palavras alcança entre minhas pernas como se pudesse ler
minha mente, esfregando seus dedos sobre minha boceta e murmurando
algo para si mesmo. Ele permite que a vela goteje em mim repetidas vezes,
até que estou coberta de cera vermelha, tremendo e quase implorando
para ele parar, embora eu tenha jurado a mim mesma que não o faria.
E então, ele vai embora. Ele apaga a vela e a passa para uma
empregada, sem interesse.
Ele não diz uma palavra, as pontas dos dedos deslizando sobre
minha bochecha, sobre o arco de Cupido2, até meus seios arranhados e
machucados. Seu toque é mais gentil do que eu jamais imaginei. Eu
respiro um suspiro de alívio. Ele não vai me machucar. Dex não vai me
machucar quando todo mundo o fez.
Em vez disso, ele se ajoelha ao meu lado. Ele examina minha boceta
e eu choramingo, sabendo que ele vê o quão molhada e carente eu estou
e estando tão envergonhada por isso que eu quero começar a chorar.
Ele olha nos meus olhos, seu olhar endurecendo. Então, ele traz a
palma da mão para baixo na minha boceta, batendo forte.
— Ai!
Fechei os olhos com força, fingindo que ele não estava, mas ele está
determinado a obter uma reação minha. Ele se ajoelha na minha frente,
abrindo o cilindro da arma. Há uma única bala lá, com cinco slots vazios.
O pai de Audra sorri para mim, fechando o cilindro e girando-o. Meu
sangue gelou.
Minha vida não passa diante dos meus olhos, mas me sinto ficar
mortalmente imóvel, antecipando o fim. Mas não vem. Não houve bala.
— Porra, — eu respiro.
Vários remos voam para cima. Pai de Audra. Dex. Alguns homens
que eu não conheço. Nenhum dos garotos deu um lance, e eu os
encarava, esperando que eles se sentissem culpados pelo que fizeram
comigo.
— Um milhão e meio.
— Eu vou embora, — Dex sai por entre os dentes. — Não vou mais
ser parte disso.
— Saia, — meu pai rosna para mim enquanto Kelley abre a porta
para ele. Corro para sair do carro, com medo de sua mão punidora. As
feridas de meu pai, de onde Brazen o espancou estão curando, mas
nunca o vi mais ansioso para ferir os outros do que está agora.
Ele se vira e deixa meu pai parado ali. Antes que ele possa dizer
mais alguma coisa, Dex fecha a porta da frente atrás de nós, efetivamente
fechando-o.
— Então o que?
— Então nada.
— Isso significa que ainda tenho a casa e... algo mais que Emilian
Oakes possa querer.
— Duas horas? — Ele sorri. — Teria pensado que tal tarefa estaria
abaixo de você, boneca.
— Você parece minha mãe, — ele ri, mas seu sorriso desaparece no
segundo seguinte. Nunca falamos sobre seus pais, e posso imaginar que
seja um assunto difícil para ele, mas estou tão ansiosa para saber mais
que preciso perguntar.
— E seu pai?
— Todo dia.
— Bem, você me tem agora. — Passo para ele uma fatia de queijo
mussarela que acabei de picar com um sorriso. — Aqui. Outra coisa para
arruinar seu apetite.
— Deveria estar naquela cesta de arame, — diz ele, mas digo que
não encontro. Ele franze as sobrancelhas. — Estranho. Onde mais
estaria?
— Você não vai ler esta noite. Vamos fazer outra coisa.
— O que?
Seus olhos brilham com malícia quando ele pousa a taça de vinho.
— Vou fazer do meu jeito com você, e você vai estar uma completa
bagunça, para ler uma única frase...
13
DEXTER
Seus olhos brilham, mas ela tenta não parecer muito animada. Eu
sei por quê. Porque aquele bastardo assassino do Oakes teria balançado
aquela oportunidade na frente dela apenas para arrancá-la no segundo
em que visse que ela realmente queria. Pedaço de merda, aquele cara. Ele
merece apodrecer no inferno, e se tudo correr conforme o planejado, ele
irá.
— Você é um idiota.
Ela parece gostar disso, embora faça o possível para não deixar
transparecer. Eu fecho a porta atrás de nós e giro a chave antes de colocá-
la no bolso. Pandora parece frágil e nervosa ao lado da minha cama em
seu vestido verde jade imaculado.
— Eu não sou...
— Por que não? Você ama isso. — Eu aponto para a cama. — Fique
de quatro. Bunda na minha direção.
Ela cora, mas obedece, provavelmente tendo percebido que não tem
escolha no assunto. Eu fico atrás dela, colocando uma mão firme na parte
inferior de suas costas.
— P-por favor.
Quando posso dizer que ela está ficando desesperada porque suas
coxas estão pegajosas e úmidas, eu removo meus dedos, agora
lubrificados com seus sucos, e os pressiono na pele sensível acima de
sua vagina.
Ela choraminga. Ela não consegue me impedir, não quando ela está
amando tanto isso. Ela não diz uma palavra enquanto eu empurro a
ponta do meu dedo dentro de seu buraco mais apertado. Seus joelhos
ameaçam dobrar, mas ela se força a não reagir. Eu rio alto com sua
situação. Pandora é tão teimosa. Ela vai negar estar excitada por mim até
o amargo fim, mesmo quando sua boceta está esguichando por mim e
sua bunda está desesperada para que eu a estique.
— Boa garota. — Eu puxo meu dedo para fora dela com um pop e
ela grita antes de gemer novamente. — Falta um buraco. Fique de joelhos.
— Vamos tentar algo novo, — pondero. — Quero ver como você lida
bem com as instruções. Quero que mantenha a boca aberta assim até
que eu diga que é o suficiente. Você pode fazer isso por mim?
Ela não responde por que não pode, mas seus olhos me lançam
adagas, me fazendo rir.
Seus olhos podem olhar para mim com ódio, mas o rubor em suas
bochechas não mente, nem o fato de que sua boca ainda está aberta. Eu
começo a acariciar meu pau dolorosamente devagar, deslizando ao longo
do eixo.
Eu dou um passo mais perto até que meu pau esteja bem sob sua
boca. Pandora grita, fazendo cuspe escorrer por seu queixo e descer até
meu pau. Eu gemo, massageando meu eixo com sua baba e enterrando
minha outra mão em seu cabelo.
Ela faz beicinho, mas eu não ligo, em vez disso, observo-a lubrificar
os seios com sua própria saliva.
— Alcance o meio das pernas também, — sugiro.
— O que?
— O que?
Com cada palavra que sai dos meus lábios, ela empurra com mais
força. Meu pau está pingando de pré-gozo e Pandora está gemendo em
uma velocidade incontrolável agora, tão ansiosa para ser preenchida que
me faz querer negar a ela por mais tempo. Eu gostaria de poder reprimir
esse doce desespero, mas agora que ela é oficialmente minha
propriedade, não há necessidade. Posso ter quando quiser... e não me
vejo ficando enjoado disso.
Nunca.
— Eu sei que você não pode resistir a mim, Dex, — ela murmura.
— Senhor, — eu assobio.
Ela parece horrorizada, mas quando ela percebe que não estou
prestes a ajudá-la a sair de sua situação, ela finalmente faz o que eu
mando.
Eu a pego.
O segredo mais bem guardado de Dex é... que ele matou seus pais.
***
Depois que a aula termina, nós vamos para a academia juntos. Não
compartilhamos nenhuma outra aula juntos, e posso dizer que Dex está
hesitante em me deixar sozinha. Pego sua mão no corredor e sua
expressão preocupada encontra a minha determinada.
— Mas...
Seus olhos brilham com raiva, e eu sei que ela está prestes a me
retaliar assim que a aula termina. Ela sorri na minha cara, dizendo, —
Salva pelo sino... por enquanto. Mantenha seus olhos abertos, Oakes,
porque eu estou indo atrás de você.
Eu rolo meus olhos e agarro meus livros com força contra meu
peito. Continuo andando sem olhar para trás de novo, fingindo que ela
não importa, fingindo que não estou machucada. Mas no momento em
que coloquei os pés lá fora, as lágrimas começaram a embaçar minha
visão, ameaçando cair. Passei pelo banheiro antes e havia um grupo de
garotas na frente dele. Fiquei muito envergonhada, mas quando vejo Dex
esperando por mim, lamento não ter corrigido minha aparência.
Sua boca forma uma linha fina. Ele está chateado. Só então, Audra
e seu grupo de amigas entram no pátio e Dex chama seu nome. Ela sorri
ao vê-lo, caminhando até ele com um sorriso presunçoso.
— Você me chamou?
Ele fecha a porta com firmeza e entra também, sem dizer mais nada
para a loira que parece presunçosa demais para seu próprio bem.
— Qualquer lugar...
Minha cabeça vira para encará-lo. Estou surpresa, mas tento não
deixar transparecer. — Você não quer ficar em Eden Falls? Esta é a sua
casa.
— Comigo?
— Eu sei.
Eu aceno pensativamente.
Eu estou livre.
15
PANDORA
— Espero que você passe bem esta noite, Srta. Pandora, — ele me
diz gentilmente. — Estarei aqui para levá-la de volta quando estiver
pronta.
— Lily Anna, — ele respira, e uma dor dispara no meu peito quando
eu percebo que ele está bêbado, e mais uma vez me confundindo com sua
outra filha. Aquela que não era realmente dele.
Ele caminha até mim, e eu recuo quando seus dedos envolvem meu
queixo, me fazendo olhar para ele.
— Suponho que esta seja sua outra filha, — diz um dos homens de
negócios bem-vestidos, me devorando com os olhos. Eu me movo
desconfortavelmente na minha cadeira, sentindo o peso de seu olhar
sobre mim. O vestido que estou usando é muito mais revelador do que
algo que eu mesma escolheria, e estou começando a me sentir nua.
Eu olho entre os dois, horrorizada. — Você sabe que ela não tem
dezoito anos, certo?
Ele se vira para mim com sua bebida na mão, os olhos devorando
minhas feições. Ele parece perdido em seu próprio mundo, como se nem
tivesse ouvido o que estou dizendo.
— Eu sei que você não é ela, — ele murmura. — Mas você está
perto o suficiente.
Meu coração não deveria doer, mas doeu. — Por que não posso ser
o suficiente? Eu, Pandora?
Seus lábios se contraem. Ele odeia apenas ouvir meu nome. Ele
quer viver a fantasia onde Lily Anna ainda está viva para sempre.
— Ela está viva, você sabe, — diz ele enquanto me levanto do chão.
— Eu posso sentir em meus ossos.
Eu fico olhando para a pilha diante de mim com olhos sem emoção
por um minuto. Então, eu começo a derramar a água sanitária sobre ele.
Eu sigo seu olhar para a casa e, com certeza, a luz está acesa.
Alguém grita - pai. Masculino, ferido e verdadeiramente devastado, o som
me corta como uma faca.
Ele fecha a porta do quarto, seus olhos queimando com fogo frio
enquanto ele se vira para mim.
— Tira.
Eu me viro para que minhas costas fiquem voltadas para ele, e ele
puxa o zíper até o vestido deslizar pelos meus ombros, me deixando
exposta. Eu o deixei acumular em torno de meus pés. Não estou usando
sutiã, apenas uma calcinha de renda preta, e me sinto insuportavelmente
nua na frente dele. Mas desta vez não tento me encobrir. Eu me agarro
aos restos de minha confiança e encaro Dexter Booth.
— Claro, — ele diz, sua voz mais gentil. — É disso que você gosta,
não é?
Eu não respondo, e ele bate na minha bunda com força. Eu não
faço nenhum som, fazendo-o rir alto.
— Você não tem que admitir, você sabe... Nós dois sabemos a
verdade afinal.
— Já? — Ele ri alto, fazendo meu coração acelerar ainda mais. Ele
empurra seu pau mais fundo. — Eu te disse, brinquedo... Você tem que
implorar por isso como uma boa menina.
— Talvez, — eu cuspo.
— Por quê? Você sabe que já estive com outras garotas antes.
— Por que Anders saiu? — Eu exijo. — Por que você não tem
nenhuma ajuda?
— Eu não posso pagar, — ele range para fora. — Por sua causa.
Porra lembra?
Ele não nega. — Você não quer saber tudo, porra, confie em mim.
Ele hesita. Estou tão ansiosa para ele dizer sim que finjo não notar.
Ele hesita, mas então seu olhar encontra o meu. — Ela não está
morta.
— Como você sabe? Onde mais ela estaria, se não estivesse morta?
— Ela está aqui. — Sua voz falha novamente.
— Você está delirando, Dex, — digo a ele. — Você está tão obcecado
por ela, você se convenceu de que ela ainda está aqui... É doentio. Doente
pra caralho.
— Não, eu não, — ele sibila. — Eu acho que você deveria ficar aqui,
onde é sua casa. Não vá embora.
— Não, — eu rosno.
— Quem então?
— Eu não sou, — eu digo. — Não, até você admitir que ela se foi.
Você pode fazer isso por mim, Dex?
— Vai ficar tudo bem. — Uma mão encontra a minha. Eu olho nos
olhos de Lai, sorrindo fracamente.
Luto com minha resposta, não porque não saiba a verdade, mas
porque não quero admitir. Quando eu fizer isso, todos saberão com
certeza. E eu serei a fraca novamente. Aquela sem poder.
Ele sorri assim que o carro começa a se mover por uma estrada
sinuosa. Chegamos a casa então, uma que eu nunca conheci outra bela
mansão gótica iluminada por holofotes perfeitamente posicionados. É
como uma cena de filme.
— Há muita coisa que você não sabe sobre mim, — ele responde.
— Venha, vamos entrar. Eu quero que você conheça meu irmão.
Digo a mim mesma que tudo vai ficar bem e não preciso de Dexter
Booth, não com Lai por perto.
Só espero ser a escolha final de Dex. Mas se for entre mim e Lily
Anna... sempre irei perder o jogo, porque nunca estarei à altura da garota
linda e perfeita que veio antes de mim.
17
DEXTER
— O que há de errado? — Ela já sabe. Ela sabe que algo está errado
e estou prestes a destruí-la.
— Estou pensando em sair da cidade. — Eu digo as palavras com
firmeza, mas sei muito bem que ela vai lutar.
— Nós não, Lily Anna. — Eu gemo, correndo meus dedos pelo meu
cabelo. — Apenas eu.
— E quanto a mim?
— Então me leve com você. — Ela chega mais perto e pega minhas
mãos nas dela, segurando-as contra seu coração acelerado. — Por favor,
eu vou ser boazinha, me leve com você...
— Eu não posso.
— Por que não? — Agora ela parece zangada. Suas emoções são tão
imprevisíveis que às vezes me assusta pra caralho.
— Pandora.
— Pandora? — Ela repete o nome em choque antes de revirar os
olhos. — Você não pode estar falando sério. A porra da garotinha
impostora que pegou o meu lugar?
Lily Anna grita então, começando a martelar meu peito com seus
pequenos punhos. Eu não faço nenhum movimento para impedi-la. Eu
mereço sua raiva, mereço ela descontando essa raiva em mim, quando
eu estive fodendo com sua cabeça por anos. Uma parte de mim até espera
que ela rompa a pele e tire sangue. Eu também mereço isso.
Ela se levanta com uma força que eu não esperava, e seus lábios
estão nos meus. Ela está me beijando, roubando de mim, me devorando,
mas eu me afasto, achatando seu corpo contra o colchão.
— Não mais.
Eu a deixei colocar tudo para fora. Eu não digo uma palavra até
que ela pare de resistir. Então, eu a soltei e me levantei, observando-a se
enrolar como uma bola no colchão e começar a soluçar. A visão e o som
partem meu coração, mas não sei o que fazer com isso.
— Vou pagar sua passagem para Wildwood, — digo a ela. — Eu vou
te dar tudo o que você quiser. Se você quiser ir encontrar seus... pais
biológicos, ou ficar aqui... é só me dizer.
— Diga que você não me quer, — ela sussurra. — Diga-me que você
não quer me foder...
Minhas mãos formam punhos. — Você quer dizer que seu pai os
assassinou, porra.
— Foi tão fácil. — Ela riu, fazendo-me sentir cada vez mais doente
por dentro. — E as chamas... ah, as lindas chamas. Elas eram tão
rápidas. Tão bravas. Eu adorei. Eu quero fazer isso de novo e de novo.
Minhas mãos formam punhos ao meu lado. Leva tudo de mim para
não reagir. Mas não consigo. Eu sou melhor que isso. Melhor do que Lily
Anna Oakes, a garota monstruosa que eu amava.
— Não, você não vai, — ela sorri. — Você vai se sentir muito
culpado. Agora mesmo, Dex... A primeira chance que eu tiver... — Ela
imita um corte no pescoço, sorrindo descontroladamente. — Ela já era,
porra.
— Você nunca vai sair daqui, — digo a ela. — É hora de você pagar
pelo que fez. E não importa o que... você perde, Lily Anna.
Ela mentiu para mim durante anos. Ela tirou minha família de
mim. Eu deveria matá-la. Antes de deixar Eden Falls, eu deveria atirar
em Lily Anna bem no meio dos olhos e jogá-la no penhasco que ela deveria
ter pulado anos atrás.
Preciso dizer a Pandora Oakes que a amo antes que seja tarde
demais...
18
PANDORA
Ninguém sabe, exceto Lai, e eu o fiz jurar segredo. Não posso correr
o risco de voltar para Dex - tenho certeza de que ele tentaria me impedir,
antes que eu chegasse à estação ferroviária da cidade. Há uma última
coisa que preciso fazer antes de deixar Eden Falls.
Lai optou por me dar privacidade e sou imensamente grata por isso.
Ainda não consigo lidar com meus próprios sentimentos. Não consigo
nem pensar em Dexter sem me sentir mal do estômago. E Lai não faz
perguntas. Ele mantém uma distância respeitosa, me dando espaço para
respirar.
Faz apenas algumas horas, mas já sinto falta dele e me odeio por
ser tão fraca pelo menino que me odeia. Digo a mim mesma que vou dar
outra chance a ele. Apenas mais uma. Se ele não provar o que sente por
mim desta vez, está oficialmente acabado.
Lai ainda não chegou, mas noto outra figura sombria parada perto
das cortinas, olhando para o jardim de costas para mim.
Ele estende a mão e eu aperto. Ele segura minha palma com tanta
força que luto para não estremecer.
Ele sorri e faz um gesto para que eu me sente. Fico nervosa sem
Lai, mas faço o que me mandam, sentando à sua esquerda. Ele me
observa atentamente enquanto as criadas enchem nossos copos com
bebidas.
— Com licença?
— Viu? — Ele ri. — Bem ali. Uma pirralha mimada, igual àquela
garota insuportável.
— E Dion também?
— Dion, eu... — Lai olha nervoso entre seu irmão e eu. — Não é a
sua casa...
— Por que você tem que ser um idiota do caralho com meus
amigos? — Lai sibila.
— Você sabe por que, — Dion rebate. — Você realmente quer abrir
espaço para outra porra de Lily Anna?
***
Lai não está nesta aula e nem Dex. Eu não aguento mais um
segundo naquela sala abafada e eu giro nos meus calcanhares, correndo.
Depois de tudo o que aconteceu... depois de tudo que ele fez por
mim - comigo, ele fez isso. A faca nas minhas costas torce e eu vomito no
vaso sanitário, esvaziando meu estômago. Sento-me, tremendo quando
ouço a porta se abrir e alguém entra no banheiro.
Nenhum de nós diz uma palavra, elas estão com muito medo de
olhar uma para a outra e eu não quero lhes dar um segundo do meu
tempo. Quando termino, sorrio e saio do banheiro. Assim que a porta se
fecha atrás de mim, eu as ouço falando novamente, fofocando e
espalhando mais rumores.
— Onde você pegou essa foto? — Eu assobio. — Eu sei que foi você
quem fez isso. Nem mesmo tente negar, porra.
Eu gemo alto.
Eu lidarei com Lily Anna também, quando chegar a hora certa. Ela
vai pagar por enviar essa mensagem para Audra. Ela vai pagar por tudo.
Mas primeiro, preciso encontrar Pandora. Eu preciso encontrá-la antes
que seja tarde demais. Antes de ela deixar a cidade para sempre, me
deixando para trás na poeira.
Correndo para a estação de trem, chego lá em um tempo recorde
de vinte minutos. O tempo todo estou estressado pra caralho, suando e
xingando em voz alta. Deixo o carro ligado e corro para a plataforma. Eu
sei que Pandora fugiu para ver sua mãe. Eu sei que ela viu aquela foto
circulando e pensou o pior de mim. Ela pensou que eu a traí novamente.
Finalmente, agora que estou chegando a um acordo e aceitando meu
amor por ela, está tudo acabado.
De novo.
Eu bebo.
Eu fumo.
Depois de tudo que ela fez para foder com a minha vida, ela merece
porra.
Encho minha mente com uma névoa que é tão entorpecente quanto
reconfortante. Porque quando estou nessa névoa, não sei distinguir o
certo do errado, e nada pode me machucar. Então, vou ficar nela até que
a porra da dor não doa mais.
Eu poderia machucá-la.
Ninguém saberia.
Meu coração para quando eu vejo isso. O pavor enche meu interior
e sinto o gosto de bile na boca.
Lily Anna.
Ele se foi. Ele está morto. Nunca mais terei a chance de consertar
as coisas.
Ela o matou.
Estou feliz por pegar um táxi até a próxima parada de trem depois
de Eden Falls. Custou uma boa parte do dinheiro que economizei, mas
pelo menos não arrisco que alguém me veja na estação de trem.
Eu abro meus olhos. Meu lábio inferior balança. Minha vida muda
diante dos meus olhos.
— Algo errado?
Eu olho para cima, surpresa, e percebo que ela está olhando para
o meu uniforme.
Ela sorri, e mais uma vez fico impressionada com o quão familiares
são seus traços.