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Antipsicóticos

• Fármacos antipsicóticos  situações clínicas com sintomatologia psicótica (psicose)

Psicose: Perturbação mental caraterizada por desintegração geralmente profunda da


personalidade, com perturbações da perceção, do julgamento, do raciocínio e do
comportamento, das quais o doente não tem consciência.
A psicose envolve uma desconexão com a realidade, o que provoca delírios e alucinações.

Por exemplo a Esquizofrenia:


Resposta
- Sintomas positivos (delírios, alucinações, discurso desorganizado, distúrbio de comportamento) diferente aos
- Sintomas negativos (isolamento social, redução afetividade/emoções, redução fala, anedonia) Antipsicóticos
Mesolimbic pathway
Mesocortical pathway Regulation of emotional
Cognition and behaviour
executive function
Positive symptoms
Negative symptoms
(hyperdopaminergic):
(hypodopaminergic):
• Delusions
• Alogia
• Hallucinations
• Affective flattening
• Disorganised thought,
• Avolition
speech, behaviour

Nigrostriatal pathway
Motor control
Tuberoinfundibular pathway
Regulation of prolactin secretion

Major dopamine pathways and the symptoms of schizophrenia


Antipsicóticos

• Caraterísticas comuns dos antipsicóticos:


- Ação antipsicótica, como marcado efeito supressivo sobre alucinações, ideação persecutória, agitação e
agressividade;
- Provocam aquietação, neutralidade afetiva e emocional, redução da expressão corporal e das emoções,
indiferença ao meio ambiente, > lentidão de raciocínio;
- Interferem com os sistemas dopaminérgicos límbico-hipotalâmico (efeitos extrapiramidais  função motora)

https://www.youtube.com/watch?v=ogqGJCvty6s
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)

↑ Efeitos extrapiramidais
(neurolépticos)

Estruturas químicas de antipsicóticos mais


antigos. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)

• Principal mecanismo ação:


bloqueio/antagonismo dos recetores D2 da
dopamina (DA)

• Bloqueiam recetores adrenérgicos α;

• Bloqueio recetores acetilcolina;

• Bloqueio dos recetores H1 da histamina;

• Bloqueio de recetores 5-HT2A da serotonina.

Mecanismo de ação dos antipsicóticos e lítio. (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)

Mecanismo ação

Bloqueio dos
recetores pós- Bloqueio dos
Bloqueio dos recetores
sinápticos da recetores da
dopamina no adrenérgicos alfa,
dopamina no recetores centrais
sistema sistema nigro-
mesolímbico da histamina e
estriado (efeitos recetores
(efeito extrapiramidais).
antipsicótico). colinérgicos
(efeitos laterais).
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)

Mecanismo ação
Mesolimbic
Mesocortical pathway
pathway
D2 receptor antagonism
D2 receptor antagonism
by antipsychotic drugs
by typical antipsychotics
reduces positive
can cause or worsen
symptoms
negative and cognitive
symptoms

D2 receptor
antagonism by
antipsychotic drugs can
result in EPS
D2 receptor antagonism by typical
antipsychotics can increase prolactin levels
Nigrostriatal
pathway
Tuberoinfundibular pathway
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)
Antipsicóticos Atípicos

↓ Efeitos extrapiramidais

Estruturas de alguns dos novos


fármacos antipsicóticos.
Antipsicóticos Atípicos

Mecanismo ação

• Reduzem a neurotransmissão dopaminérgica excessive nas regiões mesolímbicas do cérebro, não interferindo com
a neurotransmissão nas vias mesocortical e nigrostriatal;

• Antagonismo dos recetores D2 da dopamina (afinidade relativamente fraca comparativamente aos antipsicóticos
típicos);

• Antagonismo dos recetores 5-HT2A da serotonina (afinidade relativamente elevada comparativamente aos
antipsicóticos típicos);

• Nem todos partilham o mesmo mecanismo de ação;

• Muitos dos antipsicóticos atípicos melhoram quer os sintomas positivos quer os sintomas negativos.
Antipsicóticos Atípicos

Mecanismo ação
Antipsicóticos

Relação entre a estrutura química, potência e toxicidade de antipsicóticos. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
Antipsicóticos

Ações Terapêuticas
Antipsicóticos

Indicações Terapêuticas

Esquizofrenia

Psicoses orgânicas

Fase maníaca da doença bipolar Episódio depressivos ou estados


de ansiedade grave secundários
a certas patologias poderão
Outras doenças idiopáticas beneficiar da utilização
ocasional de antipsicóticos.
Manifestações agudas
Antipsicóticos

Considerações Terapêuticas:
vantagens e desvantagens
Antipsicóticos

Farmacocinética

• Absorção rápida, mas incompleta;

• ↑ Efeito primeira passagem hepático;

• Biodisponibilidade oral de 25-35% para a cloropromazina e de ~65% haloperidol;

• ↑ Lipofilia, ↑ volume de distribuição, ↑ ligação proteinas plasmáticas (>90%);

• Metabolismo hepático extenso mediado por isonezimas do citocromo P450 (CYP2D6, CYP1A2 e CYP3A4);

• Metabolitos podem ser excretados por via renal;

• Formulações injetáveis de longa-ação (formulações Depot IM) podem bloquear os recetores D2 por 3 a 6 meses;
Antipsicóticos

Vias de Administração

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


Antipsicóticos

Vias de Administração

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


Antipsicóticos

Vias de Administração

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


Antipsicóticos Efeitos adversos de antipsicóticos. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)

Efeitos adversos
• Sintomas e sinais extrapiramidais (movimentos distónicos, crises
oculogiras, síndromes parkinsónicos);
• Acatísia no início da terapêutica;
• Discinésias tardias após terapêutica prolongada;
• Risco de síndrome maligno dos neurolépticos;
• Sedação e efeitos anticolinérgicos, hipotensão ortostática e arritmias;
• Distúrbios gastrointestinais: náuseas, vómitos, dores abdominais,
irritação gástrica;
• Outros efeitos: crises convulsivas, alterações endócrinas, alterações
hematológicas, erupções cutâneas e alterações hepáticas e por vezes
icterícia colestática.
Antipsicóticos Típicos (Neurolépticos)

Haloperidol Exemplos específicos de medicamentos: https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/


Antipsicóticos Atípicos

Risperidona
Exemplos específicos de medicamentos:
https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/
Antiparkinsonianos:
Resumo Geral
Antidepressivos

• Fármacos antidepressivos  situações clínicas que envolvem quadros depressivos (depressão)

Depressão: Perturbação mental caraterizada por tristeza persistente e falta de interesse ou prazer em
atividades anteriormente gratificantes ou agradáveis. Pode perturbar o sono e o apetite; o cansaço e a
falta de concentração são comuns. É uma das principais causas de incapacidade a nível mundial e contribui
fortemente para a carga global de doença. Os efeitos da depressão podem ser duradouros ou recorrentes.
As causas de depressão incluem interações complexas entre fatores sociais, psicológicos e biológicos. [OMS:
https://www.who.int/health-topics/depression#tab=tab_1]

Há vários tipos de perturbações depressivas (e.g., depressão major ou depressão unipolar; depressão
bipolar ou perturbação maníaco-depressiva; e outras)
Risco ↑ suicídio
The amine hypothesis of major depression. Depression
appears to be associated with changes in serotonin or
norepinephrine signaling in the brain (or both) with significant
downstream effects. Most antidepressants cause changes in
amine signaling.
AC, adenylyl cyclase; 5-HT, serotonin; CREB, cAMP response element-
binding (protein); DAG, diacyl glycerol; IP 3 , inositol trisphosphate; MAO,
monoamine oxidase; NET, norepinephrine transporter; PKC, protein
kinase C; PLC, phospholipase C; SERT, serotonin transporter.
Antidepressivos
• Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs) (fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina,
citalopram e escitalopram)

• Inibidores da recaptação da noradrenalina e serotonina (SNRIs) (venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina)

• Antidepressivos tricíclicos (TCAs) (amitriptilina, imipramina, doxepina, clomipramina, trimipramina,


protriptilina; desipramina, nortriptilina)

• Antagonistas recetores 5-HT2 (trazodona, nefazodona)

• Antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos (mirtazapina, amoxapina, maprotilina, bupropiom)

• Inibidores da monoamina oxidase (MAOIs) (fenelzina, moclobemida)


Antidepressivos: mecanismos de ação

Sites of action of antidepressants. Schematics representing noradrenergic


(top) or serotonergic (bottom) nerve terminals. SSRIs, SNRIs, and TCAs
increase noradrenergic or serotonergic neurotransmission by blocking the
norepinephrine or serotonergic transporter at presynaptic terminals (NET,
SERT). MAOIs inhibit the catabolism of norepinephrine and serotonin. Some
antidepressants such as trazodone and related drugs have direct effects on
serotonergic receptors that contribute to their clinical effects. Chronic
treatment with a number of antidepressants desensitizes presynaptic
autoreceptores and heteroreceptors, producing long-lasting changes in
monoaminergic neurotransmission. Post-receptor effects of antidepressant
treatment, including modulation of GPCR signaling and activation of protein
kinases and ion channels, are involved in the mediation of the long-term
effects of antidepressant drugs.

Efeito terapêutico  Tratamento mínimo 2 a 3 semanas


Antidepressivos: SSRIs
• Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina,
citalopram e escitalopram)

Estruturas químicas de alguns SSRIs. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


Antidepressivos: SSRIs

• Ação farmacológica primária: inibição do transportador da serotonina (SERT);

• Fluoxetina foi o primeiro SSRI a ser introduzido na prática clínica, com grande sucesso;

• SSRIs são os fármacos antidepressivos mais usados na prática clínica;

• Para além da depressão major, os SSRIs têm também indicação na perturbação de ansiedade generalizada, na
perturbação de pânico, na perturbação de stress pós-traumático e na perturbação obsessivo-compulsiva,
perturbação disfórica pré-menstrual, bulimia;

• SSRIs são altamente lipofílicos;

• Popularidade: facilidade de uso, segurança em overdose, tolerabilidade relativa, custo (medicamentos genéricos
disponíveis), espectro amplo de usos clínicos;
Antidepressivos: SNRIs
• Inibidores da recaptação da noradrenalina e serotonina (SNRIs) (venlafaxina, desvenlafaxina, duloxetina)

Estruturas químicas de SNRIs. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


Antidepressivos: SNRIs

• Ações farmacológicas primárias: inibição do transportador da serotonina (SERT) e do transportador da noradrenalina


(NET), tal como os TCAs; ao contrário TCAs, os SNRIs não têm muita afinidade para outros recetores;

• Para além da depressão major, outras aplicações dos SNRIs incluem a perturbação de pânico, neuropatias,
fibromialgia, ansiedade generalizada, incontinência urinária de esforço, sintomas vasomotores da menopausa;
Antidepressivos: TCAs
• Antidepressivos tricíclicos (TCAs)
(amitriptilina, imipramina, doxepina,
clomipramina, trimipramina, protriptilina;
desipramina, nortriptilina)

Estruturas químicas de alguns antidepressivos tricíclicos. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)
Antidepressivos: TCAs

• TCAs foram a classe dominante de fármacos antidepressivos até á introdução dos SSRIs;

• TCAs aminas terciárias e aminas secundárias  diferenças no perfil farmacológico (e.g., imipramine e desipramine);

• Imipramina (amina terceária) tem fortes efeitos anticolinérgicos, e é um inibidor relativamente forte da recaptação da
serotonina e noradrenalina;

• Desipramina (amina secundária) tem muito menos efeitos anticolinérgicos, e é um inibidor da recaptação da
noradrenalina mais potente e mais seletivo que a imipramine;

• Usados primariamente na depressão que não responde aos antidepressivos mais usados (SSRIs ou SNRIs);

• Perderam popularidade: pior tolerabilidade comparativamente aos novos fármacos, dificuldade de uso e letalidade em
overdose;

• Outros usos clínicos: algumas condições de dor, enurese e insónia.


Antidepressivos: Antagonistas 5-HT2
• Antagonistas recetores 5-HT2 (trazodona, nefazodona)
Antidepressivos: Antagonistas 5-HT2

• Atuam primariamente como antagonistas do recetor 5-HT2;

• Na trazodona, a parte “triazolo” pensa-se ser a responsável pelos efeitos antidepressivos;

• Metabolito primário da trazodona (m-clorofenilpiperazina) é um potente antagonista 5-HT2;

• Trazodona foi muito prescrita como antidepressivo (depressão major) até ao aparecimento do SSRIs;

• Usos mais comuns da trazodona na prática clínica atual: hipnótico, porque tem fortes efeitos sedativos e não está
associado a tolerância e dependência;

• Nefozodona, uso mais restrito (2001: hepatotoxicidade  casos letais de insuficiência hepatica).
Antidepressivos: Tetracíclicos e unicíclicos

• Antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos (mirtazapina, amoxapina, maprotilina, bupropiona)


Antidepressivos: Tetracíclicos e unicíclicos

• Antidepressivos que não se enquadram noutras classes;

• Bupropiom tem uma estrutura unicíclica que resulta num perfil de efeitos adversos diferente da maioria dos
antidepressivos;

• Estrutura do bupropiom assemelha-se à da anfetamina e tem propriedades ativadoras do SNC;

• Mirtazapina tem uma estrutura tetracíclica e é um dos poucos antidepressivos sem efeitos laterias sexuais;

• Amoxapina e a maprotilina têm estrutura tetracíclica e partilham semelhanças estruturais e efeitos laterais
comparáveis aos TCAs;

• Estes são pouco prescritos na prática clínica atual e usam-se primariamente na depressão major que não responde a
outros fármacos.
Antidepressivos: MAOIs

• Inibidores da monoamina oxidase (MAOIs) (fenelzina, moclobemida)


MAO-A

Fenelzina Moclobemida
Antidepressivos: MAOIs
MAO-A

• MAOIs atuam reduzindo a ação da monoamina oxidase (de tipo A – MAO-A) nos neurónios e
aumentando o conteúdo em monoaminas;

• Principais substratos MAO-A são a noradrenalina e serotonina;

• Fenelzina é um MAOI não seletivo (MAO-A e MAO-B) e irreversível;

• Moclobemida é um MAOI selectivo e reversível da MAO-A.

• Os inibidores da MAO-B não tem interesse como antidepressivos (antes para doença de Parkinson)
Antidepressivos: efeitos em
recetores e transportadores
Antidepressivos: efeitos em recetores e
transportadores

Perfis de atividade dos antidepressivos tricíclicos.


(LÜLLMANN et al., 3ª Edição, 2005)
Antidepressivos: efeitos em recetores e
transportadores

Perfis de atividade dos SSRIs e MAOIs.


(LÜLLMANN et al., 3ª Edição, 2005)
Antidepressivos: Farmacocinética
Antidepressivos: Interações

Potenciais interações. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


Antidepressivos:
Efeitos adversos

Efeitos anticolinérgicos:
- Xerostomia
- Obstipação
- Retenção urinária
- Taquicardia
- Visão turva

Impotência

Ganho de peso
Antidepressivos Vias de Administração (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antidepressivos Vias de Administração (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antidepressivos Vias de Administração (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antidepressivos Vias de Administração (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antidepressivos:

TCAs Exemplos específicos de medicamentos: https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/


Antidepressivos:

SSRIs Exemplos específicos de medicamentos: https://extranet.infarmed.pt/INFOMED-fo/


Antidepressivos:
Resumo Geral
Antidepressivos: Resumo Geral
Lítio (Li+)

• Sais de Li+  Tratamento da mania (um dos polos da perturbação maníaco-depressiva ou


doença bipolar)

Mania: É um é um período da doença bipolar caraterizado por humor elevado, expansivo ou irritável com
sintomas coexistentes de aumento de energia e atividade direcionada a objetivos e diminuição da necessidade
de sono.

Carbonato de lítio
Lítio (Li+)
Psicodepressor
Mecanismo de ação
• Não exerce ações detetáveis no individuo saudável, mas exerce ações evidentes na mania e por isso é considerado
um psicodepressor.
• Bloqueia a libertação de noradrenalina e favorece a sua recaptação.

Farmacocinética
• Boa absorção oral e a excreção é renal (duas fases: uma rápida 5-6 horas e outra lenta 20-30 horas).
Limitação
• A toxicidade e a imprevisibilidade dos efeitos secundários obriga à determinação sistemática dos níveis
plasmáticos de lítio nos doentes, ajustando-se a posologia de modo a obter níveis terapêuticos e não tóxicos (0,8 a
1,4 mEq/l)
• Efeitos adversos mais frequentes: fadiga, ataxia, trémulo, perturbações digestivas (náusea, vómito e diarreia) e
sede excessiva; > 2mEq/l  coma, rigidez, trémulo marcado e convulsões; a intoxicação pode ser fatal.

Indicações clínicas
• Tratamento e profilaxia da mania, doença bipolar e depressão recorrente; no comportamento agressivo ou
automutilante.
FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Psicofármacos

Antiparkinsonianos

Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Outros fármacos com ação no Sistema Nervoso Central


Antiparkinsonianos

• Fármacos antiparkinsonianos  síndromas neurológicos que envolvem parkinsonismo

Parkinsonismo: Agrupa um conjunto de síndromas neurológicos caraterizados clinicamente pela presença


de bradicinésia, rigidez muscular, trémulo de repouso e perturbações da postura e da marcha. A
etiopatogenia pode ser diversa, mas qualquer das formas em que se apresenta está relacionada com uma
perturbação grave da NT dopaminérgica nigroestriada. A doença de Parkinson é a forma idiopática de
parkinsonismo mais frequente.
Antiparkinsonianos

Parkinsonismo Idiopático ou essencial

Iatrogénico

Síndrome que pode ser determinada Metabólico


pela doença de Parkinson idiopática
Tóxico
ou por outros distúrbios
Secundário lesão cerebral
Doença de
Parkinson Outros
parkinsonismos

Razoavelmente
controlada com Resistentes à
terapêutica terapêutica Fisiopatologia do Parkinsonismo. (KATZUNG et al., 12ª Edição,
2012)
Antiparkinsonianos
Promoção dos mecanismos
que resultam na ativação da
Parkinsonismo
neurotransmissão
dopaminérgica cerebral
e/ou inibição da ação
Objetivos da terapêutica colinérgica.

• Controlo dos sintomas característicos da síndrome


parkinsónica (tremor, rigidez, bradicinésia);
• Controlo das complicações que surgem no
contexto do tratamento com levodopa (flutuações
da resposta motora, movimentos involuntários);
• Prevenção/retardamento do aparecimento das
complicações referidas anteriormente.
Antiparkinsonianos

• Levodopa (+ carbidopa ou benserazida)

Dopaminomiméticos
Dopamina

• Inibidores da catecol-O-metiltransferase (COMT) (tolcapona, entacapona e opicapona)

• Inibidores da monoamina oxidase B (MAO-B) (selegilina, rasagilina)

• Agonistas dos recetores da dopamina (bromocriptina, pergolida, pramipexole, ropinirole, rotigotina)

• Apomorfina

• Antagonistas da acetilcolina (anticolinérgicos) (biperideno, tri-hexifenidilo)


Anticolinérgicos
• Amantadina
Antiparkinsonianos: mecanismos de ação dos
dopaminomiméticos

AA

Estruturas químicas de alguns dopaminomiméticos e mecanismos de ação. (KATZUNG et al., 12ª


Edição, 2012)

Dopa descarboxilase é hoje conhecida como descarboxilase dos


L-aminoácidos aromáticos
Antiparkinsonianos: mecanismo de ação dos agonistas
dos recetores da dopamina
Antiparkinsonianos:
mecanismos de ação
diversos
Antiparkinsonianos: Levodopa + carbidopa ou
benserazida

Fate of orally administered levodopa and the effect of carbidopa,


estimated from animal data. The width of each pathway indicates the
absolute amount of the drug at each site, whereas the percentages
shown denote the relative proportion of the administered dose. The
benefits of coadministration of carbidopa include reduction of the
amount of levodopa required for benefit and of the absolute amount
diverted to peripheral tissues and an increase in the fraction of the
dose that reaches the brain. GI, gastrointestinal.
Antiparkinsonianos:
Resumo Geral
FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Psicofármacos

Antiparkinsonianos

Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Outros fármacos com ação no Sistema Nervoso Central


Antiepiléticos e anticonvulsivantes

• Fármacos antiepiléticos e anticonvulsivantes  Epilepsia e diferentes tipos de crises epiléticas


Epilepsia

• Perturbação súbita de consciência;


Conjunto de manifestações clínicas, • Alterações sensitivas;
correspondentes a descargas anormais, • Perturbações motoras, movimentos convulsivos;
localizadas nos neurónios centrais. • Traçados eletroencefalográficos anormais.

Crise Os fármacos antiepiléticos


epilética
Muitas estruturas e processos estão têm o intuito de modificar
envolvidos (neurónios, canais iónicos,
estes processos, sustendo
ou prevenindo as crises
receptores, células da glia e sinapses
epiléticas
excitatórias e inibitórias).
Antiepiléticos e
anticonvulsivantes

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


Antiepiléticos e anticonvulsivantes
Antiepiléticos e
anticonvulsivantes

(GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)


Antiepiléticos e anticonvulsivantes
Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Diferentes mecanismos de ação dos


antiepiléticos. (GOODMAN & GILMAN, 12ª
Edição, 2011)
Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Molecular targets for antiseizure drugs at the


excitatory, glutamatergic synapse. Presynaptic targets
diminishing glutamate release include 1, voltage-gated
(VG) Na+ channels (phenytoin, carbamazepine,
lamotrigine, and lacosamide); 2, VG-Ca2+ channels
(ethosuximide, lamotrigine, gabapentin, and
pregabalin); 3, K+ channels (retigabine); synaptic vesicle
proteins, 4, SV2A (levetiracetam); and 5, CRMP-2,
collapsin-response mediator protein-2 (lacosamide).
Postsynaptic targets include 6, AMPA receptors (blocked
by phenobarbital, topiramate, and lamotrigine) and 7,
NMDA receptors (blocked by felbamate). EAAT,
excitatory amino acid transporter. Red dots represente
glutamate.
Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Molecular targets for antiseizure drugs at the


inhibitory, GABAergic synapse. These include “specific”
targets: 1, GABA transporters (especially GAT-1,
tiagabine); 2, GABA-transaminase (GABA-T, vigabatrin);
3, GABA A receptors (benzodiazepines); potentially, 4,
GABA B receptors; and 5, synaptic vesicular proteins
(SVA2). Effects may also be mediated by “nonspecific”
targets such as by voltage-gated (VG) ion channels and
synaptic proteins. IPSP, inhibitory postsynaptic potential.
Blue dots represent GABA.
Antiepiléticos e anticonvulsivantes (GOODMAN & GILMAN, 12ª Edição, 2011)
Antiepiléticos e anticonvulsivantes
FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Psicofármacos

Antiparkinsonianos

Antiepiléticos e anticonvulsivantes

Outros fármacos com ação no Sistema Nervoso Central


Fármacos para a Doença de Alzheimer
Fármacos para a Doença de Alzheimer

Doença de Alzheimer: é um tipo de demência, em que ocorre uma diminuição, lenta e progressiva da função mental,
caracterizada pela degeneração do tecido cerebral, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para
aprender.
- a perda de células nervosas;
- a acumulação de uma proteína anormal chamada beta-amiloide;
- o desenvolvimento de emaranhados neurofibrilares.

Fisiopatologia previsível da Demência de Alzheimer. (KATZUNG et al., 12ª Edição, 2012)


Fármacos para a Doença de Alzheimer

Síndrome caracterizada por sintomas e sinais que abrangem a totalidade


Doença de Alzheimer das funções nervosas superiores e também muitas das restantes funções
nervosas.

Sintomas (comuns a outras demências): Perda de memória; Problemas em usar a


Causa mais frequente de demência linguagem; Mudanças na personalidade; Desorientação; Problemas ao fazer
tarefas diárias habituais; Comportamento perturbador ou inapropriado.

• Antipsicóticos
Medicamentos não
• Antidepressores
específicos:
• Ansiolíticos
Início insidioso de demência (com
• (…)
diminuição progressiva da memória e da Estratégia principal
função cognitiva global) e evolução gradual.
Inibidores da
acetilcolinesterase
Fármacos para a Doença de Alzheimer

Mecanismo de ação

Inibidores da Antagonista dos recetores do


acetilcolinesterase (SNC) glutamato de tipo NMDA

Inibem a
acetilcolinesterase, Inibição dos recetores
enzima que promove a do glutamato de tipo
degradação da NMDA prevenindo a Memantina
acetilcolina, de modo a excitotoxicidade
aumentar os seus níveis neuronal.
na fenda sináptica. Estrutura química da memantina.
Fármacos para a Doença de Alzheimer

Inibidores da acetilcolinesterase (SNC)


Galantamina

Donepezilo Rivastigmina É um inibidor seletivo, competitivo e


reversível da acetilcolinesterase. Também
É um inibidor específico e reversível É um inibidor da acetil- e butirilcolinesterase, potencia a ação intrínseca da acetilcolina
da acetilcolinesterase, a colinesterase que facilita a neurotransmissão colinérgica nos recetores nicotínicos, provavelmente
predominante no cérebro. pelo atraso na degradação da acetilcolina através da ligação a uma posição alostérica
libertada por neurónios colinérgicos do recetor. Pode verificar-se um aumento
funcionalmente intactos. Pode ter um efeito de atividade no sistema colinérgico
benéfico nos défices cognitivos, mediados associado a melhoria da função cognitiva
pelo sistema colinérgico. em doentes com demência do tipo
Alzheimer.
Fármacos para a Doença de Alzheimer

Inibidores da acetilcolinesterase (SNC)


Fármacos para a Doença de Alzheimer

Inibidores da acetilcolinesterase (SNC)

• Farmacocinética: boa absorção oral;

• Indicados na demência de Alzheimer (rivastigmina indicada também noutros tipos de demência; donepezilo e galantamina indicados
na demência vascular ou situações mistas de Alzheimer e na doença cerebrovascular);

• Avaliação do benefício terapêutico é feita habitualmente após 12 semanas;

• Efeitos adversos (característicos dos inibidores da acetilcolinesterase): cefaleias, dores generalizadas, fadiga, náuseas, vómitos,
anorexia, cãibras, insónia, tonturas, depressão, sonhos anormais, equimoses, aumento de peso, efeitos vagotónicos, aumento da
secreção gástrica, convulsões.

• Precauções: em doentes com IR ou IH; possibilidade de deterioração da função cognitiva (caso de suspensão brusca).

• Interações: administração concomitante com anticolinérgicos (inibição do efeito) ou com colinomiméticos/inibidores da colinesterase
(potenciação do efeito).
Fármacos para a Doença de Alzheimer

Cuidados de Enfermagem
• Informar o doente (e a família, e aplicável) acerca da
doença (sintomatologia e evolução);

• Avaliação da função cognitiva durante a terapêutica;

• Monitorizar efeitos adversos.

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