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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO

THIAGO BOMFIM DOS SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Unidade Educacional de Estágio: Gestão Educacional

São Paulo / Ipiranga


Novembro/ 2023
Thiago Bomfim dos Santos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Registros da Experiência de Estágio


apresentados ao Curso de Pedagogia do
Centro Universitário São Camilo, polo
Ipiranga, orientado pela Profa. Camila
Proença, como requisito parcial para
conclusão da Unidade Educacional Gestão
Educacional.

São Paulo / Ipiranga


Novembro / 2023
SUMÁRIO

1. Introdução p. 03

2. O Projeto Político Pedagógico e a atuação da equipe gestora p. 05

3. A equipe Gestora, sua rotina e atuação p. 07

4. Considerações Finais p. 09

Referências p. 10
1. Introdução

Nesta introdução considerei pertinente incluir o mesmo texto do relatório


referente ao estágio de Alfabetização, pois as experiências ocorreram na mesma
escola e dentro do mesmo período.
Este relatório tem o objetivo de narrar minhas experiências no estágio de
Gestão na EMEF Olegário Mariano, acompanhadas pela professora Luzia.
Esta etapa do curso de pedagogia é primordial para que possamos refletir
acerca de práticas e experiências no ambiente real da sala de aula. Estar em uma
escola nos permite uma aproximação dos educandos e das realidades que deveremos
experienciar ao longo da carreira de pedagogo.
O estágio se deteve na observação das rotinas da sala de aula e intervenções
voluntárias pontuais tais como organizar materiais e ler documentos referentes à
legislação em vigor pertinentes ao ciclo de alfabetização.
Os documentos consultados estavam disponíveis online no próprio site da
Prefeitura de São Paulo, dentre os quais destaco os Currículos da Cidade e o Caderno
da Cidade. Além disso, o conteúdo referente a unidade pertinente à alfabetização e
letramento fornecido pelo Centro Universitário São Camilo foi consultado na
elaboração do presente relatório.
A escola em que realizei o estágio foi a Escola Municipal de Ensino
Fundamental (EMEF) Olegário Mariano. A unidade de ensino fica localizada na Zona
Sul de São Paulo, na Rua Antônio Borges da Fonseca número 15, no bairro Jardim
Floresta. Além do Ensino Fundamental I e II esta instituição também oferece a
modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA), na qual exerço minha docência em
Língua Portuguesa, no período noturno.
Aqui trago alguns dados da plataforma QEdu sobre a EMEF Olegário Mariano.
A instituição possui uma avaliação 6,0 no IDEB para os anos iniciais. Segundo o
Censo Escolar 2022 a UE (Unidade Escolar) recebeu 763 matrículas entre alunos de
Fundamental I e II e EJA. A escola, no ano de 2022, oferecia o serviço de um total de
47 professores.
Segundo dados levantados pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb) no ano de 2019, 65% dos estudantes do 5º Ano possuíam aprendizado
considerado adequado e 55% dos estudantes 9º Ano estavam neste nível para o
componente de Língua Portuguesa. No componente de Matemática, neste mesmo

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ano, os alunos que estavam no nível adequado era 26% e 48%, para o 9º e 5º Ano
respectivamente.
A comunidade escolar possui características próprias. Conforme questionário
aplicado pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), 10% das mães dos
estudantes possuem ensino superior completo, 51% dos pais costumam conversar
sobre o que acontece na escola. Entre os alunos, 26% declaram fazer leituras de livros
além daqueles que são das matérias oficiais.
No que se refere a infraestrutura física, a escola possui acessibilidade por meio
de rampas, mas não possui elevadores. Boa parte das salsas de aula não possuem
acessibilidade e são acessíveis por meio de escadas sem elevadores. A escola
oferece refeições em todos os períodos, preparadas em cozinhas próprias, e água
filtrada em diferentes pontos. Há sanitários para alunos em dois pisos da escola e
mais dois banheiros para professoras e professores ao lado da sala de professores e
coordenação.
Há também um Laboratório de Experiências Digitais com notebooks, tablets,
impressora 3D e ferramentas de corte de madeira. No andar inferior há uma sala de
leitura. Todas as salas possuem computador e projetor, além de caixas de som. Na
área externa há uma quadra de esportes coberta e uma horta mantida por um projeto
de uma das professoras de Ciências.
Há água tratada da rede pública da SABESP e energia elétrica fornecida pela
ENEL.

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2. O Projeto Político Pedagógico e a atuação da equipe gestora

Neste período de estágio a escola se mobilizava com o fechamento de


calendário escolar e avaliações externas do SAEB.
Além disso, a gestão se organizada para referendos que definiam a
continuidade de professores em cargos de Sala de Leitura, Laboratório de
Experiências Digitais, e a sala de Projetos de Recuperação. Como sou professor da
Unidade, tendo a acreditar que todos os professores designados a estes cargos
continuarão em seus cargos, exceto o professor do LED que solicitou remoção para
outra unidade.
Segundo o texto do Projeto Político Pedagógico do Olegário Mariano (PPP) (p.
40), a gestão escolar tem a missão de “acompanhar os trabalhos pedagógicos,
oferecendo à medida do possível os recursos materiais e formativos para o bom
desempenho dos trabalhos da equipe docente e dos demais profissionais da Unidade
escolar”.
Dentre as funções da gestão, também contida no texto do PPP, encontramos
também:
• A busca, por meio de órgão colegiados, da promoção da discussão,
“participação e gestão democrática nas práticas do dia com escuta,
diálogo e mediação” (p.40).
• Acompanhar, mediar, promover e orientar os órgãos auxiliares
incentivando a representação dos pais, alunos e profissionais da escola.
A atuação dos gestores dessa unidade demonstra atenção aos princípios da
gestão democrática, em conformidade com o Artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (BRASIL, 1996) que, em redação atualizada menciona:

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o


pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

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VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII – gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da


legislação dos respectivos Estados e Municípios e do Distrito Federal;
(Redação dada pela Lei nº 14.644, de 2023)

IX - garantia de padrão de qualidade; (Vide Decreto nº 11.713, de


2023)

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas


sociais.

XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei


nº 12.796, de 2013)

XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da


vida. (Incluído pela Lei nº 13.632, de 2018)

XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária


das pessoas surdas, surdo-cegas e com deficiência auditiva. (Incluído pela
Lei nº 14.191, de 2021)

Atentamos nossa leitura especialmente na atual redação do inciso VIII que


reitera que a gestão deve ser democrática, em todas as esferas do poder público, seja
municipal, estadual ou federal.

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3. A equipe Gestora, sua rotina e atuação

A gestão da EMEF Olegário Mariano é composta por mulheres. Aqui


detalhamos o papel de cada uma nas atividades da Unidade.
A assistente de direção Denise fica na escola na parte da manhã e parte da
tarde. A gestora atende especialmente os alunos dos anos finais do Ensino
Fundamental II e os anos intermediários do Ensino Fundamental I.
Na parte da tarde e noite trabalham a diretora Sileia e a assistente Luciana,
ambas professoras em outras escolas. Na minha percepção Luciana é mais engajada
com a interface entre família e escola, sempre atendendo os pais que chegam na
Unidade Escolar a convite ou por conta própria. Ela também cuida das solicitações de
docentes.
Sileia por sua vez, integra as diferentes funções da escola e é bastante atenta
a toda documentação que rege o dia a dia escolar e a vida funcional de todos os
profissionais da escola. É bastante fácil encontrá-la no prédio. Geralmente as
solicitações feitas a ela são prontamente atendidas.
A coordenação é um dos poucos cargos na escola com extrema rotatividade.
Atualmente atuam na coordenação a professora de matemática Josi, que já era desta
UE, e as coordenadoras Alexandra e Adriana que são recentes nesta escola. Josi
atende o horário noturno e matutino, Adriana fica responsável pelo período da manhã
e da tarde e a Alexandra fica no horário vespertino e noturno. Todas organizam os
estudos nos horários de formação dos professores, além de gerenciarem as
demandas internas e externas do Olegário Mariano.
Há também colegiados na escola. Falarei do Conselho, do qual faço parte. A
maior parte das grandes decisões deste órgão interno passam por um intenso e
caloroso debate, feito presencialmente com transmissão online para possibiltar a
participação de todos os atores envolvidos.
A seguir reproduzo parte do trecho da Lei nº 14.660/2007, que trata de alguns
aspectos do Conselho de Escola na cidade de São Paulo

Art. 117. O Conselho de Escola é um colegiado com função deliberativa e


direcionada à defesa dos interesses dos educandos e das finalidades e
objetivos da educação pública do Município de São Paulo.

Art. 118. Compete ao Conselho de Escola:

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I - discutir e adequar, no âmbito da unidade educacional, as diretrizes da
política educacional estabelecida pela Secretaria Municipal de Educação e
complementá-las naquilo que as especificidades locais exigirem;

II - definir as diretrizes, prioridades e metas de ação da escola para cada


período letivo, que deverão orientar a elaboração do Plano Escolar;

III - elaborar e aprovar o Plano Escolar e acompanhar a sua execução;

IV - participar da avaliação institucional da escola face às diretrizes,


prioridades e metas estabelecidas;

V - decidir quanto à organização e o funcionamento da escola, o atendimento


à demanda e demais aspectos pertinentes, de acordo com as orientações
fixadas pela Secretaria Municipal de Educação, particularmente:

a) deliberar sobre o atendimento e acomodação da demanda, turnos de


funcionamento, distribuição de séries e classes por turnos, utilização do
espaço físico, considerando a demanda e a qualidade de ensino;

b) garantir a ocupação ou cessão do prédio escolar, inclusive para outras


atividades além das de ensino, fixando critérios para o uso e preservação de
suas instalações, a serem registrados no Plano Escolar;

VI - indicar ao Secretário Municipal de Educação, após processo de escolha,


mediante critérios estabelecidos em regulamento, os nomes dos Profissionais
de Educação para, ocupar, transitoriamente ou em substituição, cargos da
Classe dos Gestores Educacionais da Carreira do Magistério Municipal, por
período superior a 30 (trinta) dias;

VII - analisar, aprovar e acompanhar projetos pedagógicos propostos pela


equipe escolar ou pela comunidade escolar, para serem desenvolvidos na
escola;

VIII - arbitrar impasses de natureza administrativa e pedagógica, esgotadas


as possibilidades de solução pela Equipe Escolar;

IX - propor alternativas para solução de problemas de natureza pedagógica e


administrativa, tanto aqueles detectados pelo próprio Conselho, como os que
forem a ele encaminhados;

X - discutir e arbitrar critérios e procedimentos de avaliação relativos ao


processo educativo e a atuação dos diferentes segmentos da comunidade
escolar;

XI - decidir procedimentos relativos à integração com as Instituições


Auxiliares da escola, quando houver, e com outras Secretarias Municipais;

XII - traçar normas disciplinares para o funcionamento da escola, dentro dos


parâmetros da legislação em vigor;

XIII - decidir procedimentos relativos à priorização de aplicação de verbas.

XIV - eleger os representantes para o Conselho de Representantes dos


Conselhos de Escola.(Incluído pela Lei nº 16.213/2015)

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4. Considerações Finais

O estágio de Gestão na EMEF Olegário Mariano proporcionou uma imersão


valiosa no cotidiano escolar, permitindo-me vivenciar a prática pedagógica e refletir
sobre as nuances do ambiente educacional. Este relatório buscou narrar parte das
experiências, desafios e aprendizados durante esse período, destacando a
importância do estágio na formação no curso de Pedagogia.

Ao observar as rotinas da sala de aula e participar de intervenções pontuais,


como a organização de materiais e a leitura de documentos legais, pude compreender
a complexidade do trabalho docente e dos trabalhadores da gestão.

A escolha da EMEF Olegário Mariano como cenário do estágio permitiu uma


análise mais aprofundada da realidade educacional. Os dados apresentados sobre a
instituição, como a avaliação no IDEB, o número de matrículas, e a atuação nos anos
iniciais e finais do Ensino Fundamental, forneceram um panorama abrangente do
contexto escolar.
Na seção seguinte, dedicada ao Projeto Político Pedagógico (PPP) e à atuação
da equipe gestora, destacamos a importância da gestão democrática, conforme
preconizado pela legislação educacional. A análise do PPP do Olegário Mariano
revelou a missão da gestão em oferecer suporte aos profissionais da unidade,
promovendo o debate e a participação democrática.
A caracterização da equipe gestora, composta por mulheres, trouxe à tona a
diversidade de papéis desempenhados por cada uma.
Em síntese, a experiência de estágio na EMEF Olegário Mariano proporcionou
uma compreensão mais ampla do universo educacional, destacando a relevância da
gestão democrática e da participação ativa na construção de práticas pedagógicas
eficazes. As reflexões aqui apresentadas constituem uma base sólida para futuras
ações e decisões no âmbito da educação.

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Referências

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996.

EMEF OLEGARIO MARIANO. Projeto Político Pedagógico. 2023. São Paulo.

SÃO PAULO. Prefeitura Municipal. Lei nº 14.660, de 26 de dezembro de 2007.

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