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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL DA

SUBSEÇÃ O JUDICIÁ RIA DE SANTA MARIA - RS

NOME DA PARTE, já qualificada nos autos do


presente processo, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por meio de seus procuradores, opor os
presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

à sentença proferida (evento xx), nos termos do artigo


1.022 do CPC e 48 da Lei 9.099/95, de acordo com os
fundamentos que ora passa a expor:

DO CABIMENTO

Nos termos do artigo 1.022 do CPC/2015, cabem embargos de declaraçã o quando, em


qualquer decisã o judicial, houver obscuridade, omissão ou contradição. Além disso, o inciso III do
referido artigo traz a possibilidade de manejo do presente recurso para o efeito de corrigir erro
material.

Ainda, o pará grafo ú nico, inciso II do artigo 1.022 estabelece que é omissa a decisã o judicial
nã o fundamentada, em que o Julgador “deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento” (artigo 489, § 1º, VI do CPC).

Portanto, em se tratando de julgamento omisso (evento xx) proferido por este juízo, é
pertinente o manejo do presente recurso.
DA OMISSÃO

No caso dos autos, vislumbra-se que a sentença prolatada efetivamente merece reparos, eis
que eivada de omissã o.

A Exma. Juíza entendeu que nã o havendo inscriçã o no CadÚ nico, nã o seria possível validas as
contribuiçõ es vertidas pela Parte Autora na modalidade de segurado facultativo de baixa renda.

Perceba-se (grifei):

[TRECHO RELEVANTE DA SENTENÇA]

Neste ponto, é evidente a omissã o havida em Vosso julgamento.

Com a devida vênia, Vossa Excelência incorreu em omissã o ao nã o atentar para o fato de que
a jurisprudência especializada na matéria já assentou que a inscriçã o no CadÚ nico é prescindível
quando o segurado comprovar os demais requisitos para enquadramento na categoria de segurado
facultativo de baixa renda:

PREVIDENCIÁ RIO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. REQUISITOS. QUALIDADE DE


SEGURADO. SEGURADO FACULTATIVO DE BAIXA RENDA. REQUISITOS. 1. A concessã o dos
benefícios por incapacidade depende de três requisitos: (a) a qualidade de segurado do
requerente à época do início da incapacidade (artigo 15 da LBPS); (b) o cumprimento da
carência de 12 contribuiçõ es mensais, exceto nas hipó teses em que expressamente
dispensada por lei; (c) o advento, posterior ao ingresso no RGPS, de moléstia incapacitante
para o desenvolvimento de atividade laboral que garanta a subsistência do segurado. 2.
Conforme a jurisprudência desta Corte, a inscrição no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico) é dispensável para que a parte seja
reconhecida como segurada facultativa de baixa renda, desde que seja comprovado o
preenchimento dos demais requisitos previstos no art. 21, § 2º, II, b e § 4º, II, da Lei nº
8.212/91 (não possuir renda própria, dedicando-se exclusivamente ao trabalho
doméstico, e integrar núcleo familiar cuja renda mensal seja de até dois salários
mínimos). 3. Em face da inexistência de prova da renda familiar e da presença de indícios de
que a parte aufere renda pró pria, nã o é possível atribuir eficá cia retrospectiva à inscriçã o no
CadÚ nico, para fins de enquadramento da parte autora como segurada facultativa de baixa
renda. (TRF4, AC 5018402-12.2016.4.04.9999, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR,
Relator AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, juntado aos autos em 16/11/2017)
PREVIDENCIÁ RIO. AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. SEGURADO
FACULTATIVO. FAMÍLIA DE BAIXA RENDA. INSCRIÇÃ O NO CADASTRO Ú NICO DOS
PROGRAMAS SOCIAIS. DISPENSABILIDADE. 1. O enquadramento do segurado na condiçã o de
contribuinte facultativo integrante de família de baixa renda reclama o preenchimento
simultâ neo de dois requisitos, a saber: (a) o segurado que pretende verter contribuiçõ es
sujeito a tal enquadramento nã o pode auferir renda pró pria, uma vez que deve se dedicar
com exclusividade ao trabalho doméstico no â mbito de sua pró pria residência; e (b) o grupo
familiar ao qual pertence nã o pode possuir renda mensal total superior a dois salá rios
mínimos. 2. A jurisprudência deste Tribunal reconhece a possibilidade de comprovação da
baixa renda familiar por outros meios além da inscrição no CadÚnico. Precedentes. 3.
Comprovada nos autos a condiçã o de baixa renda da família da parte autora, e nã o havendo
irresignaçã o do INSS quanto ao reconhecimento da sua incapacidade laborativa, é devido o
benefício postulado na inicial. (TRF4, AC 5044355-41.2017.4.04.9999, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator CELSO KIPPER, juntado aos autos em 27/10/2017)

Assim, demonstrada a omissão no julgamento, se faz necessária a adequação do


julgado.

Portanto, tornou-se omisso o acó rdã o proferido, porquanto deixou de seguir jurisprudência
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinçã o no caso em julgamento ou a
superaçã o do entendimento.

Desta forma, e consagrando os princípios da ECONOMIA PROCESSUAL e da CELERIDADE, o


acolhimento dos presentes embargos torna-se imperativo.

REQUERIMENTO

Por todo o narrado, REQUER a Vossas Excelências o recebimento e acolhimento dos


presentes embargos, para o efeito de sanar os vícios constantes em Vossa decisã o.

Ainda, postula que sejam adotados os efeitos modificativos dos embargos


declaratórios, a fim de reconhecer as contribuiçõ es vertidas pela Parte Autora na condiçã o de
segurado facultativo de baixa renda.

Nesses Termos;
Pede Deferimento.

Local, data.

Nome do advogado
OAB/UF xx.xx

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