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Suporte Avançado de Vida em

Pediatria

 Fábio Henrique De Nuncio


 Médico Assistente Unidade Terapia Intensiva Pediátrica, da Santa Casa de São Paulo, e do Serviço de
Emergências Pediátricas.
 Médico Responsável técnico pela UTI PED – Hospital Santa Ignês, Indaiatuba – São Paulo
Suporte Avançado de Vida em Pediatria

• Não entre em pânico!

• Ensaiar algoritmo

• Chame por ajuda!


(5 pessoas no mínimo)

18º Curso de Medicina de Emergência - 2019


Suporte Avançado de Vida em Pediatria

• A maioria das PCRs em crianças serão causadas por falência


respiratória ou choque!

• Intervenções diante de situações graves poderão evitar a PCR

• Em ambiente extra-hospitalar, apenas 4% a 13% das crianças


pós PCR sobrevivem.

• Em PCRs intrahospitalares apenas 33% sobrevivem.

Identificar fatores que possam evitar a evolução para a


Parada Cardiorrespiratória.
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Suporte Avançado de Vida em Pediatria
Causas de PCR em crianças:

• Insuficiência respiratória

• Choque

• As PCRs por FV/TV (15% das PCRs) ocorrem mais


frequentemente em crianças maiores 12 anos. É
mais provável quando ocorre colapso súbito.

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Pneumonias Choque séptico

Broncoaspiração/ Choque
engasgo cardiogênico
Choque
Aspiração de Corpo Hipóxia circulatório Choque
estranho obstrutivo

SDRA Choque
hipovolêmico
Asma Falência Cardiopulmonar
Choque
Parada Hipóxica neurogênico
Afogamento
Bradicardia / AESP /Assistolia

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- Cardiomiopatia hipertrófica

- Artéria coronária anômala


Etiologia
Cardíaca
- Síndrome do QT longo e outras
Parada cardíaca canalopatias (SMSL)
súbita
- Intoxicação farmacológica
(digoxina, cocaína, efedrina)

- Commotio cordis (arritmia


secundária ao trauma torácico)

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AVALIAR
-Avaliação Primária
-Avaliação Secundária
- Testes diagnósticos

• Se chamou ajuda, checou pulso e a


FC> 60 bpm INTERVIR
IDENTIFICAR

• Avaliar  Identificar  Intervir

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Impressão inicial
(consciência, respiração e cor)

Criança não responde e não respira, somente apresenta gasping?


Sim
Chame ajuda/acione Abra via aérea e inicie a
Não
resposta de emergência ventilação e oxigênio
Sim AVALIAR
Há pulso? -Avaliação Primária
O pulso esta abaixo de 60/min,
Não -Avaliação Secundária
Não com perfusão inadequada,
Sim - Testes diagnósticos
apesar de oxigenação e
ventilação - Avaliação Terciária
Iniciar a RCP
Se a qualquer momento
(C-A-B) identificar PCR INTERVIR
IDENTIFICAR

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Braquial ou
femoral em
lactentes

Carotídeo e
Femoral em
crianças maiores

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Início da Ressuscitação
Cardiopulmonar

Iniciar o
C-A-B

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Início da Ressuscitação
Cardiopulmonar
Compressões X Ventilação
Idade Compressões Ventilação
< 1 ano 15 2
1 ano a 10 anos 15 2
> 10 anos 30 2

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A – Abrir vias aéreas: posicionar e abrir vias aéreas, aspirar secreções e remover objetos da
via aérea

B – Boa respiração: Ventilar e ofertar oxigênio

C – Circulação: Avaliar Pressão, FC e Pulso centrais e periféricos, perfusão periférica

D – Disfunção: Avaliação do tônus muscular, pupilas e nível de consciência (escala de coma


de Glasgow ou AVDN)

E – Exposição: avaliar traumas e ferimentos, proteger contra hipotermia

Monitorização Oxigênio e Veia (M-O-V)


Avaliação rápida dos sinais vitais e oximetria de pulso

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História clínica dirigida:
S inais e sintomas, exame físico detalhado
A lergias
M edicações e horário recente
P assado médico
L íquidos e última refeição; amamentação
E ventos, início súbito ou gradual, riscos no local,
tratamento realizado até a chegada ao hospital

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Testes diagnósticos:
• Gasometria arterial (PaO2, PaCO2 e SatO2)
• Função renal e eletrólitos
• Hb + tipagem sanguinea
• Lactato arterial
• Monitorização de PANI
• Radiografia de tórax
• ECG
• Ecocardiograma

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Ventilação com Bolsa-válvula-máscara
- Leve extensão do pescoço
- Manobra do C-E
- Vedação adequada
- Cuidado com o excesso de pressão
- Válvula de escape do dispositivo
- Talvez pressões maiores podem ser
necessárias se a complacência do
pulmão estiver ruim.
- Ventilar sempre observando a
expansibilidade do tórax

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ANTES QUE OCORRA A PARADA!

A – Vias aéreas Obstrução total ou intensa de via aérea

B – Respiração Apneia, aumento do esforço respiratório,


bradipneia

C – Circulação Ausência de pulsos palpáveis, perfusão


inadequada, hipotensão e bradicardia
AVALIAR
-Avaliação Primária
D – Disfunção Incapacidade de responder, redução do nível -Avaliação Secundária
de consciência - Testes diagnósticos

INTERVIR
E - Exposição Hipotermia significativa, hemorragia IDENTIFICAR
significativa, petéquias, purpuras, lesões

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Torsades de • QT longo congênito, toxicidade farmacológica,
anormalidades eletrolíticas
pointes • Complexos ventriculares podem ser monomórficos e
polimórficos.

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Suporte Avançado de Vida em Pediatria
Fundamentos para RCP de alta qualidade
• Comprimir com força – pelo menos 1/3 do diâmetro
anteroposterior do tórax – 4 cm em lactentes e 5 cm
em crianças.
• Comprimir com rapidez – 100 a 120 compressões / min
• Permitir retorno total do tórax após cada compressão
• Minimizar interrupções nas compressões torácicas
• Evitar ventilação excessiva
• Trocar a cada 2 min

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1/3 do diâmetro
ântero-
posterior do
tórax

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Acesso vascular intraósseo

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• Acesso IV é o preferencial
• Se já possui acesso central, utilizar o acesso central
para administração de medicamentos

• Administre o fármaco por


injeção em bolus rápido

• Não precisa interromper


as compressões
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC

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• Acompanhe por uma lavagem com 5 mL de


solução salina para transferir o fármaco da
circulação periférica para a central.

• A via intraóssea é preferível à via endotraqueal

• Todo medicamento que é administrado por via


IV também poderá ser administrar por
intraóssea.

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Suporte Avançado de Vida
em Pediatria

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Chamar ajuda /iniciar
resposta de emergência
PCR em pediatria
Iniciar RCP
(C-A-B)
Fornecer O2 / Monitorizar

Ritmo é
chocável/desfibrilável?
Não
Sim

Assitolia/AESP
FV/TV

RCP + Acesso
Choque
venoso
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FV/TV
RCP 2 min + Adrenalina
+ via aérea avançada

Choque
Choque

RCP 2 min+ RCP 2 min +


Acesso venoso Amiodarona/Lidocaína

Ritmo é Avaliar o ritmo


chocável/desfibrilável? • Assistolia / AESP
• Ritmo organizado  Pulso 
cuidados pós-PCR

Choque

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Tratar causar reversíveis:
FV/TV Hipovolemia
Hipóxia
Hidrogênio (acidose)
Choque Hipoglicemia
Hipocalemia/Hipercalemia
Hipotermia
Tensão no Tórax (pneumotórax)
RCP 2 min+ Tamponamento cardíaco
Adrenalina 3 a 5 min Toxinas
TEP
Trombose coronariana
Choque

Dose Choque:
RCP 2 min + Repetir 2J/kg  4 J/kg  6 J/kg
Antiarrítmico 2x 8J/kg até 10 J/kg
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Assistolia / AESP

RCP 2 min
+ Acesso IV/IO Tratar causar reversíveis:
Hipovolemia
Hipóxia
Hidrogênio (acidose)
Ritmo é Hipoglicemia
Sim Hipocalemia/Hipercalemia
chocável/desfibrilável? RCP
Hipotermia
Tensão no Tórax (pneumotórax)
Choque Tamponamento cardíaco
Toxinas
Não TEP
RCP Trombose coronariana

RCP 2 min +
Adrenalina 3 min

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Intubação Orotraqueal ou Máscara laríngea

8 a 10
ventilações /
minuto

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Via aérea avança: Máscara laríngea

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Suporte Avançado de Vida em Pediatria

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6 Hs e 6Ts

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Posição correta das pás:

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Seleção de pás adequadas:

< 10 Kg

> 10 Kg

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Cuidado na assitolia:

LEMBRE-SE: PROTOCOLO DA LINHA RETA


(Mneumônico)
CA – GA – DA
Verificar CAbos
Verificar GAnho do desfibrilador
Derivação

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Cuidados Pós PCR:


• Intubação orotraqueal
• Monitorização adequada
• Exames laboratoriais e cuidados com a glicemia
• Controle rigoroso da temperatura
• SVD, SOG/SNG
• Inotrópicos: dobutamina, milrinone e adrenalina

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Questões éticas:
• Presença da família durante a ressuscitação
• Encarregar um membro da equipe para permanecer com a família
e responder as dúvidas e dar conforto
• Os membros da equipe de reanimação devem estar atentos para
o fato dos familiares estarem presentes
• Encerramento dos esforços de ressuscitação
• Ondem de “Permitir morte natural”

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Adrenalina

Adrenalina 1 mg = 1 mL
+
AD 9 mL

Peso estimado Dose


10 kg 10 x 0,1 mL/kg = 1 mL da diluição
20 kg 20 x 0,1 mL/kg = 2 mL da diluição
30 kg 30 x 0,1 mL/kg = 3 mL da diluição
50 kg 50 x 0,1 mL/kg = 5 mL da diluição
70 kg (adulto) 1 mL

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Adrenalina:
- IV ou IO: 0,01 mg/kg ou 0,1mL/kg da diluição1:10.000
- Máx: 1 mg (1mL)
- Infundir a cada 3 a 5 min da RCP
- Traqueal: 0,1 mg/kg pura, sem diluir
Amiodarona:
-IV ou IO: 5 mg/kg/dose (Máx dose: 300 mg)
- Repetir até 2 vezes
Lidocaína:
- IV ou IO: 1 mg/kg em bolus; depois 20-50 mcg/kg/min contínuo
- Traqueal: 3 mg/kg

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Sulfato de Magnésio:
- Dose IV ou IO: 25-50mg/kg (Máx 2 g)
- infundir em bolus lento de 2 min.

Bicarbonato de sódio:
- Dose IV ou IO: 1mEq/kg em bolus
- Uso é controverso

Glicose:
- Dose IV ou IO: 0,5 g/kg até 1 g/kg
-Exemplo: G50% 0,5 a 1 mL/kg
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Muito
Obrigado

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