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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO LIMPOPO

Trabalho em grupo para efeitos de avaliação

Tema: elaboração de um plano com tema de malária, contendo 8 objectivos

Estudantes: Docente: Samuel Felisberto


Berta Armando Movimbrele - 8
Flora Arnaldo Macamo - 17
Gisela Vicente Mapaiane - 19
Nobreza José Zandamela - 32
Jaime Quenio Mahare - 23
Zilpa Adélia Taveira - 39

Trabalho em grupo a ser apresentado no sector pedagógico para


efeitos avaliação sob orientação de docente Samuel Felisberto
2º Grupo

Trabalho em grupo para efeitos de avaliação

Tema: elaboração de um plano com tema de malária, contendo 8 objectivos

Aos 29 de Fevereiro de 2024


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Objectivos de Aprendizagem

Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:

Definir malária;
Identificar as espécies do Plasmodium;
Classificar a malária;
Descrever a via de transmissão principal da malária;
Ciclo de vida do Plasmódio;
Descrever o quadro Clinico;
Identificar os exames auxiliares para diagnosticar a malária;
Conhecer as complicações;
Tratamento.
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Definição

Malária é uma doença infecciosa parasitária aguda causada por protozoários do género
Plasmodium, transmitida pela picada do mosquito fêmea Anopheles.

Etiologia

O parasita que causa a malária é um protozoário unicelular que pertence ao género


Plasmodium. Das cerca de 120 espécies de plasmódio, apenas 4 infectam os humanos e
causam doença. São as seguintes:

Plasmodium falciparum;
Plasmodium malariae ;
Plasmodium vivax;
Plasmodium ovale;
Plasmodium knowlesi.

Ciclo de Vida do Plasmódio

O ciclo de vida do plasmódio apresenta duas fases:

Fase sexuada (esporogonia) – ocorre no mosquito


Fase assexuada (esquizogonia) – ocorre no ser humano, e possui duas fases: o
Esquizogonia exo-eritrocitária – multiplicação do parasita no fígado (nos
hepatócitos). Também conhecido por esquizogonia pré-eritrocitária ou
esquizogonia intra-hepática;
Esquizogonia eritrocitária – desenvolvimento dos parasitas no sangue (nos
eritrócitos), também chamado de ciclo eritrocitário.

Classificação da Malária

A Malária é classificada de acordo com a forma de apresentação clínica em:

Malária Não Complicada: malária sintomática, que se apresenta sem sinais de


gravidade ou evidência de disfunção orgânica vital (clínica ou laboratorial);
Malária complicada/severa: significa infecção por P. falciparum com sinais de
complicação (descritos abaixo) ou evidências de disfunção orgânica vital
(clínica ou laboratorial). É uma emergência, e o clínico não deve esperar pela
confirmação laboratorial para iniciar o tratamento.
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Malária Não complicada

Quadro Clínico

Febre (Ta axilar> 37.5º C) Calafrios, Febre (Ta axilar> 37.5º C) Calafrios,
sudorese sudorese
Mialgias (dores musculares) e artralgias Mialgias (dores musculares) e artralgias
(dores articulares) (dores articulares)
Dor ou desconforto abdominal Dor ou desconforto abdominal
Cefaléia Cefaléia
Astenia Astenia
Anorexia Anorexia
Tosse e sinais de anemia (mais frequentes Tosse e sinais de anemia (mais frequentes
em crianças) em crianças)
Fonte: Manual de formação para técnicos de Medicina Geral

Complicações

A malária não complicada tem como principal complicação a anemia verificada


sobretudo em crianças.

Exames auxiliares e Diagnóstico

Exames auxiliares

Esfregaço sanguíneo ou gota espessa poderá revelar a presença de formas


assexuadas do parasita.

TDR positivo diagnostica a malária por P. falciparum

Hemograma: pode revelar leucocitose e anemia principalmente em crianças.

Diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito em todo paciente que se apresente com um síndrome febril
agudo e é confirmado pela presença de parasitémia assexuada no esfregaço ou gota
espessa, ou por um TDR positivo (P. falciparum) desde que não tenha tido malária nos
30 dias que antecederam ao início da doença actual (lembre-se que o TDR pode manter-
se positivo durante 15 a 30 dias após a doença)

Diagnóstico diferencial

A malária deve ser diferenciada de outros quadros com síndrome febril. Os principais
são:
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Gripe: pode manifestar-se com cefaleia, febre contínua, tremores, calafrios,


mioartragias, malestar geral e tosse. O hemograma pode variar, revelando uma
linfocitose, sem anemia, sem alteração das transaminases.
Sarampo: manifesta-se com febre, mal-estar, mialgia, cefaleia, tosse, coriza,
espirros. Com comprometimento ocular, conjuntivite, erupções
maculopapulares, lesões de koplik na mucosa oral. O hemograma pode revelar
leucopenia.
Pneumonia: manifesta-se também com presença de febre, sintomas
gastrointestinais como náuseas, vómitos ou diarreia, tremores, calafrios, mas
com tosse produtiva, dor torácica. O hemograma pode revelar leucocitose. O Rx
do tórax revela alterações no parênquima pulmonar como presença de infiltrado
inflamatório.
Meningite: manifesta-se com cefaleia, febre, náuseas, vómitos, mialgias,
fraqueza generalizada, com rigidez da nuca ao exame físico. O diagnóstico e
baseado no exame do LCR, bacteriológico e citológico.
Otite média: caracterizada por febre contínua e presença de secreção purulenta
no canal auditivo. O hemograma pode revelar ou não alguma alteração.
Amigdalite: manifesta-se com febre, dificuldade e dor durante a deglutição. O
hemograma revela uma leucocitose, sem nenhum outro achado.
Infecção urinária: manifesta-se com sintomas urinários (dor no baixo ventre,
disúria, polaquiária, pode haver dor lombar) e febre intermitente. O exame de
urina II é útil para a identificação de achados compatíveis com a infecção.
Gastroenterite ou intoxicação alimentar: há predominância de sintomas
gastrointestinais (diarreia, náuseas, vómitos). Pode haver antecedentes de mais
contactos com o mesmo quadro clínico. O exame de fezes a fresco é útil para a
orientação do diagnóstico.

Tratamento

O tratamento da malária segundo as normas do SNS, é feito com base em anti-maláricos


da 1ª e 2ª linhas de tratamento. O tratamento da malária não complicada é feito com
anti-maláricos de 1ª linha: que podem ser Arteméter-Lumefantrina (AL ou coartem) que
é o fármaco de eleição e Artesunato e Amodiaquina, que constituem a opção alternativa.

I. Tratamento com AL – fármaco de eleição:


Apresentação: comprimidos de 20mg de Arteméter e 120mg de Lumefantrina
Via de administração: oral
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Dose: 1.7mg/kg de arteméter e 12mg/kg de lumefantrina ( 4 comprimidos)


Dosagem: 12/12 horas
Posologia: 3 dias ( total de 6 doses)

Malária Complicada/Severa.

Quadro clínico

Os principais sinais e sintomas de malária severa são:

Febre elevada (geralmente ≥ 39.5º C);


Alteração do comportamento e consciência – confusão, letargia, agitação,
alucinações ou coma;
Convulsões repetidas (mais de 2 episódios em 24 h), sinais focais (paralisia
facial ou hemiparesia)
Prostração – intensa fraqueza em que o paciente não consegue andar, sentar sem
apoio ou alimentar-se;
Palidez palmar e das mucosas (anemia)
Cianose, icterícia, extremidades frias
Taquipnéia, polipnéia ou dispnéia (respiração profunda ou dificuldade
respiratória);
Hipotensão arterial (TA sistólica ˂ 70mmHg nos adultos), pulso fraco;
Oligúria, urina escura;
Hemorragia espontânea;

Complicações

Na mulher grávida, as complicações afectam o desenvolvimento do feto e a função da


placenta.

Complicações Crónicas da Malária

A infecção crónica ou repetida por malária pode resultar em duas complicações


crónicas:

Esplenomegália malárica hiper-reactiva (também chamada de esplenomegália


tropical)
Nefropatia malárica quartã: causada geralmente por P. malariae

Exames Auxiliares e Diagnóstico

Exames auxiliares
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Hemograma – pode revelar hemoglobina < 5g/dl, hematócrito < 15% nas
anemias severas. Trombocitopenia com plaquetas < 150.000/µl é comum)
Hematozoário – pode ser positivo
TDR – positivo
Bioquímica – pode mostrar as seguintes alterações: glicemia < 2.2 mmol/l (< 40
mg/dl), elevação da ureia e creatinina compatível com insuficiência renal,
hiponatrémia, elevação das bilirrubinas e elevação das transaminases compatível
com lesão hepática (hepatite malárica
Urina II - hemoglobinúria Diagnóstico O diagnóstico da malária severa é
confirmado na presença de um ou mais dos sinais e sintomas acima
mencionados com a confirmação laboratorial da presença de formas assexuadas
de P. falciparum ou TDR positivo.

Diagnóstico diferencial

Meningite – rigidez de nuca, kerning e brudzinki positivo, LCR mostra ao


exame de gram bactérias gram positivas ou gram negativas, ou com coloração de
tinta da china mostra criptococos. Exame citoquímico pode revelar alterações
patológicos das células inflamatórias e dos níveis de glicorráquia;
Pneumonia – fervores crepitantes, sopro tubárico, RX do tórax pode evidenciar
infiltrados;
Febre tifóide – febrecom manifestações gastrointestinais, pode haver exantema
(roséolas tíficas), bradicardia relativa incompatível com o nível de febre
(dissociação pulso-temperatura), reacção de Widal positivo;
Tripanossomíase – febre (períodos febris alternados com períodos afebris),
cefaleia, tonturas e astenia. Presença de tripanossomas no exame de sangue ou
no LCR;
Sépsis – extremidades quentes, pode haver exantemas;
Infecções oportunistas do SNC (toxoplasmose, criptococcose) – sinais focais,
alterações patológicas do LCR (com leucócitos elevados, glicorráquia alterada),
tinta-da-china positiva para criptococos;
Epilepsia – convulsões sem febre, ou história pregressa de convulsões e toma de
anticonvulsivantes;

Conduta

Os casos de malária severa e/ou complicada devem ser tratados de acordo com a 2ª
linha de tratamento, o artesunato:
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2ª linha de tratamento de eleição ( Artesunato) : Apresentação: ampolas contendo


60mg de ácido artesúnico anídrico (pó) e uma ampola separada contendo solução de
bicarbonato de sódio.

I. Via de administração: EV ou IM (na porção anterior da coxa)


II. Dose: 2.4mg/kg Preparação: misturar o ácido artesúnico com a solução de
bicarbonato de sódio, depois diluir em 5ml de dextrose a 5%
III. Dosagem: 12/12 horas no 1° dia (de 24/24 horas nos dias subsequentes se o
paciente ainda não tolera via oral)
IV. Posologia: 24 horas no mínimo, logo que o paciente tolere a medicação oral,
iniciar a 1ª linha ( artemeter + lumefantrina ou artesunato + amodiaquina) ou
passar para o tratamento oral com comprimido de quinino 8 10mg/kg de 8/8
horas) para completar 21 doses para o quinino.

2ª linha de tratamento alternativo (Quinino): Apresentação: comprimidos de 300mg


de sulfato de quinino ou ampolas de 300mg/ml ou 600mg/2ml de diclorato de quinino
Via de administração: EV (por infusão) ou oral (logo que o paciente tolere a
medicação oral).

I. Dose de ataque (a ser usada excepcionalmente) :20mg/kg diluído em


10ml/kg de dextrose a 5% por via intravenosa, durante 4 horas (não
ultrapassar a dose máxima de 1200mg)
II. Dose de manutenção: 10mg/kg (máximo de 600mg) diluído em 10ml/kg de
dextrose a 5% durante 4 horas, a iniciar 8 horas depois da dose de ataque e
repetida de 8 em 8 horas até o paciente tomar a medicação por via oral.

Logo que o paciente possa tomar medicação por via oral, complete o tratamento com
medicamento de 1ª linha de eleição ou alternativo. Se houver contra-indicação aos
medicamentos de 1 linha ( de eleição ou alternativo), passe para o quinino oral, na dose
de 10mg/kg de 8 em 8 horas, ate completar 7 dias de tratamento ( 21 doses).

Questões

1) Descrever o tratamento específicos (primeira, segunda lenta) e não especificas


da malária não complicada.
2) Qual e o mecanismo de acção do artesunato?
3) Como a malária leva a anemia?

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