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RESUMO
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FERNANDES, Raffaela Maria Dias; ALENCAR, Luís Carlos Queiroz de. Coaching ou uma releituras das
teorias administrativas: Teoria das Relações Humanas e Teorias da Motivação.Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC). Curso de Bacharelado em Administração. Faculdade Cearense. Fortaleza, 2014.
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Graduanda em Administração de Empresas pela Faculdade Cearense e autora do artigo. Email
raffaelafernandes@yahoo.com.br.
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Mestre em Administração de Empresas pela Universidade de Fortaleza. Professor da Faculdade Cearense no
curso de Administração. Coautor, atuando como orientador do presente artigo. Email
luiscarlos@faculdadescearenses.edu.br.
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ABSTRACT
INTRODUÇÃO
uma fábrica de telefonia, a Western Eletric Company, que fica situada no bairro de
Hawthorne, em Chicago. Segundo Silva (2004, p.199), “[...] os estudos de Hawthorne se
propunham a estudar as condições que melhorariam o desempenho dos empregados nas
organizações”. Depois de concluir o estudo, que ficou conhecido como a experiência de
Hawthorne, foi constatado que pessoas motivadas e o comportamento delas eram elementos
fundamentais para o sucesso das organizações. Segundo Motta e Vasconcelos (2006), foi a
partir daí, desses estudos e experiências, que teve início a Escola das Relações Humanas.
Com o decorrer dos anos, várias outras teorias surgiram para contestar ou
acrescentar conhecimentos para a teoria anterior. Isso fez com que a valorização do homem,
tanto na sociedade quanto no ambiente de trabalho, só aumentasse ao longo de todos esses
anos de estudo com comprovações científicas, fazendo com que as empresas passassem a
considerar o capital humano como seu maior patrimônio. Apesar da evolução nas teorias em
referência à valorização do trabalhador, Motta e Vasconcelos (2006, p.63), afirmam que tanto
a Escola Clássica quanto à Escola das Relações Humanas “consideram o ser humano um ser
passivo, que reage de forma padronizada aos estímulos os quais é submetido na organização”.
Hoje, a prática que vem se destacando no mundo empresarial é o coaching que
consiste em uma forma de aprendizado que ajuda o indivíduo a desenvolver seu potencial
tanto na vida pessoal quanto na profissional, levando-o a ocupar um patamar melhor do que o
que está. Observa-se a existência de semelhanças e diferenças em relação aos princípios
motivacionais do ser humano que norteiam tanto o coaching quanto à Teoria das Relações
Humanas e às Teorias da Motivação.
Foi a partir de preocupações com o lado humano da organização que a Escola das
Relações Humanas iniciou suas pesquisas, porém esses estudos observaram que o empregado
era motivado através dos grupos informais. Se o empregado cumprisse as normas impostas
pelo grupo, o mesmo adquiriria o respeito dos colegas, ficaria satisfeito e, consequentemente,
motivado para produzir a quantidade estipulada. Conforme afirma Silva (2004, p.209) “os
grupos informais (organização informal) afetavam mais os resultados de produção do que as
determinações da alta administração”.
Teorias posteriores a essa mesma Escola mostraram que a motivação do
comportamento humano está ligada a tantos outros fatores que deverão ser satisfeitos para
assim gerar a motivação do indivíduo. Mas, o que seria essa motivação? Definir o que é
motivação não é tarefa fácil, pois várias são as opiniões e definições sobre esse tema. O
grande desafio do administrador tem sido a busca de entender como acontece ou como deve
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Timothy Gallwey – nome bastante citado na literatura do coaching, professor de tênis, autor de um livro que
aborda a prática esportiva como um jogo interior. Para Gallwey o jogo de tênis, como o jogo da vida, consiste
em expressar nosso potencial e ser uma fonte de respostas para as nossas próprias perguntas. (KRAUSZ, 2007, p.
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entre as teorias administrativas que datam das décadas de 20, 50 e 60, e o coaching que
começou a fazer parte do mundo organizacional na década de 80. Logo, a pesquisa visa
contribuir para ampliar o conhecimento sobre o assunto.
Não se pretende analisar a Teoria das Relações Humanas de forma crítica, mas de
uma maneira descritiva em relação ao seu surgimento, bem como as conclusões obtidas
através das experiências realizadas em Hawthorne desenvolvida por Elton Mayo e seus
colaboradores, destacando-se Fritz Roethlisberger e William Dickson. Lembrando que outros
autores também contribuíram eficazmente para a abordagem humanista, são eles: Mary Parker
Follet, Kurt Lewin, Herbet Alexander Simon, Abraham Maslow, Frederick Herzberg, Douglas
M. McGregor, Rensis Likert, Chester Barnard, entre outros.
Entre as épocas de 1900 e 1920, a Administração foi marcada respectivamente
pela Escola de Administração Científica e Escola Clássica. Acreditava-se que o importante
seria aperfeiçoar os sistemas de trabalho, melhorando a eficácia dos métodos utilizados,
tornando-os mais eficientes e menos dispendiosos em sua execução. A ênfase concentrava-se
nas tarefas, na estrutura organizacional e não nos trabalhadores.
A Teoria das Relações Humanas foi de encontro às ideias das Escolas
supracitadas, surgindo basicamente como um movimento de oposição e reação à Teoria
Clássica da Administração. Sua origem foi marcada, pode-se dizer, por três pontos bastante
pertinentes, que seriam: a necessidade de humanizar e democratizar a Administração; o
desenvolvimento das ciências humanas, destacando a psicologia e a sociologia; e
principalmente devido às conclusões das experiências de Hawthorne, um estudo de caso
realizado em uma fábrica que produzia equipamentos telefônicos.
desempenho deles, decidiu buscar ajuda da Universidade de Harvard, no ano de 1924, para
fazer experiências e descobrir o porquê da existência de um clima organizacional tão
amigável. A empresa contava com cerca de 40 mil empregados, e em 20 anos de fábrica não
constava nenhuma manifestação ou greve trabalhista.
É bom tornamos a repetir que a Western Electric tem longa tradição de tratamento
adequado e inteligente de empregados, tratamento esse que se reflete na confiança
que nela depositam seus funcionários. Sem essa confiança, muitos dos resultados
das pesquisas em Hawthorne não teriam sido alcançados. As pesquisas, por outro
lado, apresentaram o mérito de reforçar essa confiança. (HOMANS, 1950, p.22)
A equipe designada para realizar a pesquisa foi constituída por três membros da
empresa Western Eletric Company e quatro representantes da Escola de Administração de
Empresas de Havard, tal pesquisa foi coordenada pelo psicólogo George Elton Mayo. Essas
experiências foram iniciadas em 1924 e tiveram a colaboração do Conselho Nacional de
Pesquisas.
Experiências de Hawthorne
Pós-Hawthorne
Apesar das inúmeras críticas feitas à Escola das Relações Humanas é inegável a
grande contribuição deixada por Mayo e sua equipe para a História da Administração. Para
Silva (2004):
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3 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Deve-se lembrar que ninguém motiva outra pessoa, pois a motivação é algo
intrínseco a cada pessoa; portanto, o máximo que as organizações podem – e devem
– fazer é criar e consolidar instrumentos que facilitem o processo de
desenvolvimento e de explicitação do nível de motivação alcançado pelos
executivos e funcionários da organização. (OLIVEIRA, 2004, p. 146)
Chester Irving Barnard (1886-1961), cujos principais trabalhos focaram a análise lógica da
estrutura das organizações e a aplicação de conceitos sociológicos na administração”.
Segundo Oliveira (2004, p.138), as principais contribuições de Chester Barnard
consistem em: ter sido “um dos líderes da ciência sócia aplicada na administração, constatou
que as pessoas não atuam isoladamente, mas por interação com seus semelhantes”. Além
dessas contribuições, continua pontuando, que Barnard “questionou o conceito clássico de
autoridade pela “interação social” e pela “cooperação na estrutura formal”.
Para Silva (2004, p.220), “o nome de maior destaque na corrente
comportamentalista é Herbert Alexander Simon, cuja meta principal foi tentar desenvolver
uma ciência do comportamento humano isenta da consideração dos valores”.
Sem dúvida, essas necessidades fisiológicas são, dentre todas, as mais prementes.
Especificamente, isso quer dizer que, no ser humano que carece de tudo de modo
extremo, é altamente provável que a maior motivação seja a das necessidades
fisiológicas. Uma pessoa que careça de alimento, segurança, amor e estima,
desejará, provavelmente, alimento acima de tudo. (MASLOW, 1943, p. 341, 342)
Segundo Maslow, o ser humano tem necessidades complexas que podem ser
hierarquizadas. O comportamento humano é dirigido primeiro para a satisfação de
necessidades simples e fundamentais (lower-order needs), as quais são fundamentais
e se relacionam a fisiologia e à segurança do ser humano. (MOTTA,
VASCONCELOS, 2004, p. 74)
3.3 Teoria X e Y
Para Oliveira (2004, p.162), Douglas McGregor estabeleceu dois estudos opostos
de administrar: “Teoria X” – mecanicista e pragmática – e “Teoria Y” – comportamento
humanístico.
Conhecida também como Teoria das Três Necessidades foi desenvolvida pelo
psicólogo David McClelland, na década de 60, a qual “propõe que três fatores são
especialmente úteis para entender o comportamento humano no trabalho” (MOTTA,
VASCONCELOS, 2004, p.82).
Segue abaixo quadro explicativo sobre os fatores.
por estabelecer a “Teoria Z”, pela qual o envolvimento e participação é a chave do aumento
da produtividade”.
Silva (2004, p.240, 245, 248) destaca também vários autores e suas teorias que
contribuíram com grande relevância para a Administração, dentre vários, são eles: “Victor
Vroom e a Teoria da Expectância; Stacy Adams e a Teoria da Eqüidade, além de B. Skinner
com a Teoria do Reforço”.
Após a Teoria Comportamentalista, surgiu a Teoria Estruturalista ou
Estruturalismo em que, de acordo com Silvia (2004, p.283) destaca-se Amitai Etzioni que
define: “o estruturalismo implica reconhecer que os fenômenos organizacionais se interligam,
interpenetram e interagem de tal modo que qualquer modificação ocorrida em uma parte da
organização afeta todas as outras partes”.
Além de todas as teorias supracitadas, surgiram várias outras que tanto
colaboraram para enriquecer a Ciência da Administração quanto foram relevantes para outras
áreas do conhecimento social como a Economia, a Sociologia, a Psicologia, entre outras.
4. COACHING
princípio de que a verdade está dentro de nós, já praticava um dos métodos de coaching no
século V a. C., demonstrando sua eficácia”. (KRAUSZ, 2007, p. 22)
Araújo (1999, p. 27) também concorda ao afirmar que “[...]coaching não é um
processo novo. É tradicional nas relações pais e filhos, professores e alunos, entre colegas de
escola e amigos – é tão natural que nem percebemos quando o desempenhamos”. Mas, o que
seria coaching? Antes de conceituar essa metodologia, torna-se interessante especificar
coaching, coach e coachee. Coaching corresponde ao processo que será desenvolvido pelo
coach (a pessoa que o aplicará) para o coachee (cliente/funcionário/aluno, quem será
agraciado pelo ensinamento). Após as devidas especificações, pode-se então definir o que é
coaching. Segundo Diniz:
Araujo (1999, p. 26), afirma que “coaching é mais do que treinamento, o coach
permanece com a pessoa até ela atingir o resultado. Sua função é lhe dar poder para que ela
produza, para que suas intenções se transformem em ações que, por sua vez, se traduzam em
resultados”.
Segundo Gallwey (1997 apud ARAÚJO, 1999, p. 25)” Coaching é uma relação
de parceria que revela/liberta o potencial das pessoas de forma a maximizar o desempenho
delas. É ajudá-las a aprender ao invés de ensinar algo a elas...”
Apesar das empresas terem percebido, por volta dos anos 80, o benefício que a
metodologia coaching leva para a empresa através do trabalho realizado com seus
colaboradores, é interessante informar que essa metodologia não é direcionada apenas para o
setor organizacional, mas também pode ser utilizada no setor pessoal.
Conforme afirma Krausz (2007, p.39), “distinguem-se duas grandes áreas do
coaching: a que é considerada de iniciativa pessoal e refere-se a questões de foro íntimo; e a
relacionada com a atividade profissional, como é o caso do coaching executivo e
empresarial”. Colabora Barbiere (2012, p.59) quando afirma que “o coaching não foca
somente comportamento humano organizacional. Ele busca alinhar as pessoas com os
objetivos da organização, ambiente de negócios, tecnologia, processos de trabalho, produtos e
serviços oferecidos”.
Mesmo atuando em setores diferentes, a essência do coaching consiste no
desenvolvimento de competências, colaborando para a transformação do aprendizado em
resultados positivos, contribuindo assim para uma melhor tomada de decisão e
consequentemente um incentivo da criatividade.
No Brasil, o coaching executivo tem se destacado bastante devido à preocupação
das empresas em possuírem um diferencial competitivo em potencial, no caso destaca-se o
capital humano, considerado, por algumas organizações, como o grande patrimônio
organizacional. Krausz (2007, p.25), “uma boa parte das empresas declara reconhecer a
centralidade e a relevância do capital humano, a ponto de a frase “as pessoas são o nosso
patrimônio mais importante” ter-se tornado um chavão”.
5 METODOLOGIA
Foi utilizada para o presente artigo a pesquisa bibliográfica e exploratória,
baseada especialmente na leitura de livros, artigos científicos, teses e revistas com o intuito de
investigar e apresentar os assuntos relacionados ao tema escolhido.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
atividade profissional que irá reorganizar a empresa tanto referente a sua visão, missão,
valores quanto a tudo que estiver envolvido no desenvolvimento da equipe e na otimização da
empresa.
O coaching é válido de ser aplicado, no entanto, a empresa não precisa somente
dessa metodologia para sobreviver e atingir seus objetivos através das metas traçadas.
Existirão períodos em que será necessária a aplicação de treinamentos, a contratação de uma
consultoria, e tantas outras formas que ajudarão no desenvolvimento e sucesso organizacional.
Este artigo é finalizado, transmitindo a seguinte informação: o que se deve ter
conhecimento é em relação ao momento em que empresa necessita de ajuda e qual tipo de
ajuda será mais eficaz naquele período, podendo ser utilizado mais de uma metodologia em
conjunto visando sempre ao crescimento organizacional e, em paralelo, o crescimento
profissional de seus colaboradores que possuem uma grande parcela desse futuro sucesso
empresarial.
Propõe-se que o assunto pesquisado seja objeto de posteriores estudos mais
aprofundados, pois se acredita que os princípios das teorias administrativas tanto quanto os
fundamentos do coaching podem ajudar a proporcionar novas ideias no ambiente
organizacionale, que sejam favoráveis tanto para a própria empresa quanto para o funcionário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BARBIERI, Ugo Franco. Gestão de Pessoas nas Organizações: práticas atuais sobre o RH
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