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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA_____

FORO xxxxxxx DA COMARCA DA CAPITAL – SP.

IDOSO - PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO e PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA


xxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, casado, xxxxxxxx, portador do RG xxxxxxxxxxx e CPF
xxxxxxxxxx; e xxxxxxxxxxxx, brasileira, casada, portadora do RG xxxxxxxxxxxx e CPF
xxxxxxxxxx, ambos residentes e domiciliados na Rua xxxxxxxxxxx – xxxxxxxxxx – Sã o Paulo
- SP – CEP: xxxxxxxxxxx – os compradores.
Os vendedores: xxxxxxxxxxxxxxxxx, brasileiro, empresá rio, portador do RG
xxxxxxxxxxxxxx e CPF/MFxxxxxxxxxxxx residente e domiciliado na
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx70 – Vila xxxxxxxxx – Sã o Paulo-SP; e xxxxxxx, brasileira, xxxxxxxxx,
portador do RG xxxxxxxxxxx e CPF/MF xxxxxxxxxxxxxx residente e domiciliado
xxxxxxxxxxxxx - CEP ....... – Vila xxxxx – Sã o Paulo – SP.
Todos representados por seus advogados e procuradores: ODETE ALVES DE OLIVEIRA
MAGGI, brasileira, casada, Advogada, inscrita na OAB/SP sob o nº 263.733 733 - com
escritó rio profissional situado na Avenida Paulista nú mero 777 15º andar Cerqueira Cesar
– Sã o Paulo-SP, CEP: 01311-100 – Sã o Paulo- SP, veem perante Vossa Excelência, nos
termos do art. 1417 e 1418 interpor
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
DOS FATOS e DO DIREITO – BEM DE FAMÍLIA E ADJUDICAÇÃO
Compradores - xxxxxxxxxxxxxxx e xxxxxxxxxxxxxxx, em 2002 firmaram um contrato
particular de compra e venda de um imó vel, no qual adquiriram via contrato oneroso dos
vendedores: xxxxxxxxxxxx e sua esposa à época - xxxxxxxxx, um apartamento situado à
Rua xxxxxxxxxx – 4º andar – xxxxxxxx – Sã o Paulo, matriculado no xº Oficial de Registro de
Imó veis da Capital sob o nú mero de matrícula xxxxxxxxxxx– arquivo em PDF Portable
Document Format seguinte.
Compradores afirmam que compraram e pagaram e vendedores confirmam que venderam
e receberam.
Conforme documentaçã o encartada a presente, poderá ser compreendido mediante breve
aná lise que a lide tem por objeto a outorga de escritura definitiva do imó vel localizado. De
modo a simplificar o entendimento deste Douto Juízo quanto à cronologia da concretizaçã o
dos negó cios aqui mencionados, em que pese esta peça vestibular trazer consigo o Contrato
de Compra e Venda, matrícula atualizada do imó vel, em que constam todas as noticiadas
transaçõ es, é de grande valia esquematizar a cadeia de acontecimentos.
Da ausência de interesse na realizaçã o de audiência de conciliaçã o e mediaçã o, constitui-se
como um dos requisitos da petiçã o inicial a indicaçã o da opçã o do autor pela realizaçã o ou
nã o de audiência de conciliaçã o ou de mediaçã o, conforme preceitua o artigo 319, inciso
VII, do Có digo de Processo Civil, neste sentido, os autores informam que não possui
interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação, homenageando o
princípio da celeridade processual, pois vendedores e compradores, já estã o de acordo com
o objeto jurídico do contrato de compra e venda, aqueles afirmam que compraram e
pagaram e estes confirmam que venderam e receberam.
O imó vel fora adquirido por xxxxxxxxxxxxx, em 03/06/2002 – arquivo em PDF
Portable Document Format seguinte, pelo valor de R$ 1.220.000,00 (um milhã o e
duzentos e vinte mil reais), cujo valor foi concretizado por meio das cá rtulas de cheque
especificadas em contrato. A época todas as certidõ es negativas para legalizar de garantia
do negó cio jurídico garantindo a venda foram feitas e seguem em arquivo PDF seguinte,
estando dentro dos parâ metros da lei, e documentaçã o bá sica, de forma que o negó cio
jurídico foi realizado há aproximadamente 18 (dezoito) anos.
Ocorre Excelência, que à época da realizaçã o do contrato de compra e venda do respectivo
apartamento, os interessados xxxxxxxxxxxx, por problemas de ordem pessoal nã o
procederam o devido registro no Cartó rio de Registro de Imó veis. Quando foram registrar o
imó vel, nã o conseguiram por ter xxxxxxxxxxxxxx, 00000000 Reclamaçõ es trabalhistas –
certidão em arquivo PDF seguinte, em andamento Tribunal Regional do Trabalho da 2ª
Regiã o, dentre elas algumas já na fase de execuçã o e pedido de penhora que recaiam sobre
o imó vel de xxxxxxxxxxxx – arquivo PDF seguinte com certidão negativa. Este
apresentou Embargos, demonstrando Terceiro de boa-fé em 04 (quatro) Reclamaçõ es
Trabalhistas, e houve acolhimentos dos citados Embargos em 03 açõ es – que seguem as
devidas sentenças em arquivo PDF seguintes, todos PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
Justiça do Trabalho - 2ª Região:
1- Vara xxxxª Número Único: xxxxxxxxxx (xxxxxxxxxxx) Comarca São Paulo.
Embargos à execuçã o opostos por xxxxxxxxxxxxxx. Embargos acolhidos afastando a
penhora que recaia sobre o imó vel;
2- Vara xxxxxxx Número Único: xxxxxxxx (xxxxxxxxxxx) - Comarca Sã o Paulo -
Embargos de Terceiro, propostos por xxxxxxxxxxxxxxx. Embargos acolhidos afastando a
penhora que recaia sobre o imó vel; e
3 - xxxxª Vara do Trabalho de São Paulo – Capital Processo nº 0xxxxxxxxxxxx (principal:
00xxxxxxxxxxxx) Embargante: xxxxxxxxxxxxx. Embargado: xxxxxxxxxxxxx. Embargos
acolhidos afastando a penhora que recaia sobre o imó vel.
Ocorre Excelência, que na Reclamaçã o da Vara xxxxxxxª Federal do Trabalho de Sã o Paulo-
SP, Processo nº 000xxxxxxxxxxxx, os embargos de Terceiros foram rejeitados por
intempestivo, o que esta as vésperas de uma Imissão de Posse.
É fato notó rio que ter casa pró pria é uma conquista protegida por lei - Lei n. 8.009/1990,
que passou a resguardar o imóvel residencial próprio da entidade familiar nos
processos de penhora. A ideia é proteger a família, visando defender o ambiente material
em que vivem seus membros.
Nessa linha, o STJ - Superior Tribunal de Justiça, tem firmado jurisprudência que pacifica o
entendimento sobre situaçõ es nã o previstas expressamente na lei, mas que sã o constantes
na vida dos brasileiros. Imó vel habitado por um casal de idosos – considerando que os
Senhores xxxxxxxxxxx, têm mais de 70 anos cada qual, é o ú nico imó vel do casal e onde
moram. Seja qual for a hipó tese, o Tribunal da Cidadania aplica a lei tendo em vista os fins
sociais a que ela se destina.
Restando claro, que o imó vel fora adquirido livre de vício, fraude ou de qualquer
prejudicialidade entre os Interessados. Da mesma forma, inexiste arrependimento entre
as partes, persistindo a presente relaçã o jurídica livre e desembaraçada de qualquer ato
nulo ou anulá vel.
Como à época dos fatos nã o foi possível aos interessados procederem o competente
registro, e ainda subsistindo a relaçã o jurídica avençada - quando foram registrar o imó vel,
nã o conseguiram por ter xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, 19 Reclamaçõ es trabalhistas. Em relaçã o à
compra e venda do imó vel, veem os mesmos requererem a outorga judicial para procedera
adjudicaçã o compulsó ria nos termos do Art. 1.418 do Có digo Civil:
Art. 1418. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a
quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no
instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

Compete esclarecer ainda, que no momento da realizaçã o do respectivo contrato de


compra e venda do imó vel, o mesmo nã o foi registrado no Cartó rio de Registro de Imó veis,
cabendo neste diapasã o, a adjudicaçã o compulsó ria.
Atualmente o Superior Tribunal de Justiça sumulou o entendimento quanto à ausência de
necessidade de registro em cartó rio dos contratos de compra e venda, conforme assim
dispõ e a Sú mula 239 do STJ, senã o vejamos:
Súmula 239/STJ - 30/08/2000. Adjudicação compulsória. Compromisso de compra e venda. Registro público.
Registro de imóveis. Desnecessidade. CPC/1973, art. 466-B e CPC/1973, art. 639 (revogado).
“O direito a adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório
de imóveis”.

Da mesma forma, os nossos Tribunais adotam o entendimento em adjudicaçã o compulsó ria


de que independe da necessidade de registro do contrato de compra e venda em cartó rio,
mas sim, o requisito da manifestaçã o de vontade das partes e ausência de arrependimento,
no qual merece ser transcrito Acó rdã o do E. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, senã o
vejamos:
“APELAÇÃO CIVIL. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. OUTORGA DE
ESCRITURA. OBRIGAÇÃO JURIDICAMENTE INFUNGÍVEL. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. A ação que busca o
cumprimento de obrigação de fazer juridicamente infungível visando outorga de escritura ou adjudicação de
imóvel resolve-se pelo suprimento da manifestação de vontade. A denominação atribuída ao contrato não é óbice
à pretensão quando o seu conteúdo e o registro imobiliário evidenciam tratar-se de promessa de compra e venda.
- Circunstância dos autos em que o conteúdo do contrato identifica tratar-se de promessa de compra e venda do
imóvel registrado em nome dos vendedores e não mera cessão de direitos de posse; há prova da quitação; o feito
correu à revelia; e se impõe julgar procedente a ação. RECURSO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70070657671,
Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno Pomar, Julgado em 27/10/2016).”
O respaldo dado pela lei, o bem de família visa a preservar o devedor do constrangimento
do despejo que o relegue ao desabrigo. O entendimento levou o STJ a garantir o benefício
da impenhorabilidade legal.
Bem de Família pressupõ e um elemento norteador de prerrogativas que estabelecem
proteçã o à entidade familiar referentes ao domicílio da família e seus aspectos
correspondentes, como forma de resguardar o mínimo de dignidade e respeito – ofício do
Estado Democrá tico de Direito.
O princípio da dignidade humana propõ e-se assegurar o Bem de Família como um instituto
jurídico que prevê a proteçã o do domicílio onde reside a família, com o intuito de impedir a
desarticulaçã o da estrutura familiar no caso de expropriaçã o patrimonial, ainda mais no
caso em tela, o terceiro de boa-fé: xxxxxxxxxxx, quando adquiriu o imó vel, no ano de 2002,
nele nã o recaia qualquer dívida! As dívidas de xxxxxxxxx; o vendedor, começaram a surgir a
partir do ano de 2011, conforme já demonstrado.
A Lei 8.009 do ano de 1990 assegura, a proteçã o ao bem de família e maneira impositiva,
como uma ordem pú blica. De maneira, que sendo o ú nico imó vel do casal de idosos
encontram amparo legal e constitucional para a manutençã o da posse onde residem por
quase 02 (duas) décadas. Sendo imó vel residencial pró prio do casal de idosos, é
impenhorá vel e nã o responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal,
previdenciá ria ou de outra natureza, contraída pelos cô njuges ou pelos pais ou filhos que
sejam seus proprietá rios e nele resida, salvo hipó teses previstas legalmente. E xxxxxxxxxx,
o devedor, nã o faz parte do nú cleo familiar.
Excelência, a pretensã o dos Requerentes encontra amparo jurídico nos seguintes diplomas
legais: Decreto-Lei nº 58/67, arts. 15 e 16; Có digo Civil, arts. 1.417 e 1418; e Có digo de
Processo Civil, artigo 501 e implica declaraçã o judicial para transferência do bem junto ao
Registro de Imó veis.
Nessa seara, tem-se que a fartura dos documentos carreados pelos Requerentes
demonstram, com clareza, o preenchimento de todos os requisitos necessá rios à
provocaçã o da tutela estatal. Ou seja, o preço do imó vel já foi integralmente pago; nã o
restou pactuada clá usula de arrependimento; diante da sub-rogaçã o nos direitos relativos
ao bem sã o os Requerentes compradores – xxxxxxxx; os vendedores – xxxxxxxxxx, que aqui
confirmam o negó cio jurídico da compra e venda, respectivamente legitimados ativamente;
e há real impossibilidade de obtençã o da escritura definitiva do imó vel.
Prosseguindo, ainda que prescindível, urge sobressaltar que todas as transaçõ es foram
pactuadas em Contrato particular de compra e venda, de tal modo que demonstra
detidamente a linha cronoló gica das sub-rogaçõ es.
Aliá s, quanto a tais sub-rogaçõ es, importa arguir que o promitente comprador de um
imó vel, celebrado por instrumento pú blico ou particular ( CC, art. 1.417), por ser titular de
um direito obrigacional - de receber a escritura – apó s a quitaçã o do preço, pode transferir
esse direito a um terceiro, através de cessã o de direito, não o fez por conta das penhoras
averbadas na escritura do imóvel junto ao Cartório, por parte de Inácio, junto ao
Tribunal Regional do Trabalho - 2ª Região – nã o a época da real compra, nos anos que
seguiram a 2011.
Considerando que os Autores – xxxxxxxxxx, ao quitarem o preço da venda pelo imó vel, sub-
rogaram-se nos direitos do bem, possuem legitimidade para buscar em juízo o direito que
lhes cabe de ter a escritura definitiva do imó vel outorgado. Nesse sentido:
APELAÇÃO CÍVEL. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. CADEIA SUCESSIVA DE CESSÕES. SUB-ROGAÇÃO DA AUTORA-
CESSIONÁRIA NOS DIREITOS CONFERIDOS AOS CEDENTES. ESCRITURA DEFINITIVA. OUTORGA A SER EFETUADA
PELAS PROMITENTES VENDEDORAS. (...) RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, § 1º - A,
DO CPC, PARA ANULAR A SENTENÇA. (0184030-85.2011.8.19.0001- APELACAO DES. ANDRE ANDRADE -
Julgamento: 18/04/2013 - SETIMA CÂMARA CIVEL) (grifamos) - ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA PROMITENTE
COMPRADOR QUE CEDE SEUS DIREITOS A UM TERCEIRO, PROMITENTE CESSIONÁRIO, QUE, POR SUA VEZ, OS CEDE,
NOVAMENTE, À AUTORA, ORA APELADA. AÇÃO PROPOSTA PELA PROMITENTE CESSIONÁRIA DE DIREITOS, CONTRA
O PROMITENTE VENDEDOR, APÓS O PAGAMENTO INTEGRAL DO PREÇO AJUSTADO. (...) SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA, DETERMINANDO A ADJUDICAÇÃO (0050289-17.2009.8.19.0001- APELAÇÃO / REEXAME
NECESSÁRIO -DES. SERGIO LUCIO CRUZ - Julgamento: 26/06/2012 - DECIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL) (grifamos)
Apelação. Adjudicação compulsória. Morte dos compradores, pais da autora. Legitimidade ativa. Desnecessidade
do contrato de promessa de compra e venda se há outras provas. Citação por edital. Contestação e apelação por
negativa geral. Jurisprudência do TJ/RJ. Acerto da sentença. Recurso conhecido e desprovido. (0001721-
37.2004.8.19.0003 (2008.001.61497) – APELAÇÃO - DES. WAGNER CINELLI - Julgamento: 11/02/2009 - SEXTA
CÂMARA CÍVEL) (grifamos).
T J-MG - Apelação Cível AC 10105120157166001 MG (TJ-MG) Jurisprudência • Data de publicação: 06/08/2019
EMENTA AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL E AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO
COMPULSÓRIA. SENTENÇA ÚNICA. ALIENAÇÃO REALIZADA POR PROCURADOR DA VENDEDORA A TERCEIROS DE
BOA-FÉ. MUDANÇA DE ESTADO CIVIL DA MANDANTE (SEPARAÇÃO JUDICIAL). EXTINÇÃO TÁCITA DA PROCURAÇÃO.
NÃO OCORRÊNCIA. EXISTÊNCIA DE PODERES ESPECIAIS E EXPRESSOS PARA VENDA DE IMÓVEIS. NEGÓCIO JURÍDICO
PERFEITO E ACABADO. PROTEÇÃO AO ADQUIRENTE DE BOA-FÉ (TEORIA DA APARÊNCIA). PAGAMENTO INTEGRAL
DO PREÇO. DIREITO À ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. SENTENÇA MANTIDA. 1 De acordo com o art. 682, III , do
Código Civil , somente as mudanças de estado que inabilitem o mandante a conferir poderes é que possuem o
condão de extinguir o mandato, sendo de pouca relevância o fato de aquele (mandante) ter se separado
judicialmente após a outorga da procuração. 2 - Deve ser reputada válida a compra e venda firmada pelo
mandatário, se ausentes as hipóteses de extinção do mandato ( CC , art. 682) e se outorgados poderes específicos
para alienação de bens imóveis ( CC , art. 661 , § 1º). 3 - O pagamento integral do preço garante ao promissário
comprador a adjudicação compulsória do imóvel, sobretudo se comprovado que agiu de boa-fé e que não teve
interferência na relação entre mandante e mandatário. Aplicação da Teoria da Aparência. 4 - Sentença mantida.
TJ-ES - Apelação APL 00058740820098080048 (TJ-ES) Jurisprudência • Data de publicação: 25/10/2017 EMENTA
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. CONDIÇÕES DA AÇÃO. LEGITIMIDADE PASSIVA VERIFICADA. IMÓVEL
REGISTRADO EM NOME DOS RECORRIDOS, SENDO A IMOBILIÁRIA RESPONSÁVEL PELO CONTRATO LIGADA AOS
ÚLTIMOS. REVELIA. VERACIDADE DAS ALEGAÇÕES AUTORAIS. VALOR ACORDADO DEVIDAMENTE PAGO. DIREITO À
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. ARTIGO 1.418 DO CÓDIGO CIVIL. INVERSÃO DA SUCUMBÊNCIA. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. 1. A legitimidade passiva ad causam impõe que somente pode ser demandado aquele que
seja titular da obrigação correspondente. 2. In casu, o imóvel objeto da lide foi fruto de uma promessa de compra e
venda havida entre as partes por intermediação de imobiliária sabidamente ligada aos recorridos, o que impõe a
legitimidade destes para figurarem no polo passivo da demanda. 3. A adjudicação compulsória consiste no direito
real conferido ao promitente comprador, oriundo de promessa de compra e venda na qual não há cláusula de
arrependimento, de exigir a outorga da escritura definitiva do bem ante a recusa do promitente vendedor ou de
terceiros, conforme exposto no artigo 1.418 do Código Civil. 4. No caso em tela, diante da revelia dos réus, eis que,
apesar de devidamente citados e intimados, não apresentaram contestação ou sequer alguma forma de resistência
contra a pretensão autoral, motivo pelo qual têm-se como verdadeiro os fatos declarados na inicial pelos
apelantes. 5. Destarte, há de se reconhecer o direito dos autores à adjudicação compulsória do imóvel, eis que
oriunda de promessa de compra e venda onde não se pactuou cláusula de arrependimento tendo sido o valor
acordado devidamente pago. 6. Com a reforma da r. sentença, ocorre a inversão dos ônus sucumbenciais de forma
automática, por consequência imediata e natural da modificação da sentença. Precedentes do STJ. 7. Recurso
conhecido e provido. VISTOS, relatados e discutidos, estes autos em que estão as partes acima indicadas.

Comprovada a quitaçã o do preço do negó cio jurídico pelo contrato de venda e compra
firmado, frise-se, com Iná cio, sem qualquer ressalva de saldo residual ou resíduo é devido.
A todo este respeito a jurisprudência desta Corte em casos análogos envolvendo a mesma ré: “Processo inserido na
Meta 2 do CNJ e redistribuído por força da Resolução 542/2011. Adjudicação Compulsória. Contrato quitado.
Sentença de procedência. Alegação da Imobiliária Continental da existência de resíduo inflacionário não pago pelos
autores. Abuso nessa cobrança, precedentes da 4ª Câmara. Recursos desprovidos.” (Apelação Cível 9092583-
12.2004.8.26.0000; Rel. Teixeira Leite; 4ª Câmara de Direito Privado; j. 25/08/2011) “Adjudicação compulsória -
Alegada recusa na outorga de escritura definitiva de lote, sob o argumento de que estariam em aberto resíduos
inflaciortários – Sentença de procedência - Recibos exibidos que dão quitação integral do preço, com observações
no sentido de que as prestações foram corrigidas com a diferença do 1PCR - Recurso da ré não provido, acolhido o
apelo dos autores para majoração da verba honorária.” (Apelação Sem Revisão 0064269-54.2000.8.26.0000; Rel. J.
G. Jacobina Rabello; 4a Câmara de Direito Privado; j. N/A; r. 24/03/2006) “Contrato de venda e compra de imóvel
com preço parcelado - Quitação da última prestação realizado sem ressalvas - Recusa da vendedora em outorgar
escritura definitiva que não se sustenta, devido a ser duvidosa a tese de que há saldo de correção monetária a ser
pago, até porque, pelo tempo decorrido, adquiriram os compradores direito ao usucapião do art. 183, da CF - Não
provimento.” (Apelação Sem Revisão 9068474-36.2001.8.26.0000; Rel. Enio Zuliani; 4ª Câmara de Direito Privado;
j. N/A; r. 13/03/2006) “Adjudicação compulsória. Comprovação da relação negocial com a ré Quitação do contrato
comprovada - Recibos devidamente quitados de acordo com o valor emitido pela ré Recebimento pela Imobiliária
sem nenhuma ressalva Autores aptos a obter a escritura Cumprimento integral do avençado. Sentença reformada
Recurso provido.” (Apelação Cível 9192453-88.2008.8.26.0000; Rel. Ramon Mateo Júnior; 7a Câmara de Direito
Privado; j. 11/12/2012).
A propósito, calha o voto do Des. De Santi Ribeiro, no julgamento da Apelação nº 994.06.023559-2, em
21/09/2010:
“A irregularidade do registro do imóvel, especialmente do loteamento a ser providenciado pela ré, não é óbice à
pretensão da autora. Assinale-se que o objetivo da adjudicação compulsória é o suprimento judicial da outorga
da escritura definitiva, ou seja, da vontade assumida no compromisso de compra e venda e não cumprida,
mediante sentença constitutiva com a mesma eficácia do ato não praticado. Não há questão dominial a ser
dirimida, de modo que, ainda que pendente a regularização do loteamento, o compromisso foi concretizado, a
autora cumpriu a sua parte no contrato, quitando integralmente o preço, de sorte que a regularização do
loteamento, que é incumbência da ré, não impossibilita a decisão substituindo a sua declaração não emitida, ou
seja, a outorga da escritura definitiva. Em suma, a ação de adjudicação independe das providências necessárias
para a regularização do loteamento e a sentença que dela se extrai "não obriga o oficial do Registro de Imóveis a
registrá-la, porquanto pode ele suscitar dúvida tocante a qualquer impossibilidade de transcrição" (Ricardo
Arcoverde Credie, Adjudicação Compulsória, Malheiros Editores, 9a edição, 2004,1.3.1.3, pág. 106).”

TRÂMITE PRIORITÁRIO – ESTATUTO DO IDOSO


Segundo o disposto no art. 71 da Lei nº. 10.741/2003, Estatuto do Idoso, a pessoa idosa -
considerada toda aquela com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos - tem prioridade
na tramitaçã o dos processos e na execuçã o de atos e diligências judiciais em que figure
como parte ou interveniente. O artigo 1.048, inciso I, do Có digo de Processo Civil também
prevê a tramitaçã o prioritá ria em juízo.
Considerando que os Requerentes têm mais de 70 (setenta) anos de idade, conforme
comprova a data de seu nascimento constante dos documentos acostados, requer,
respeitosamente, que seja dada prioridade à distribuiçã o e tramitaçã o deste processo, nos
termos dispostos no Estatuto do Idoso.
Diante de tal fato, os Requerentes requerem, ainda, que seja anotada tal condiçã o nos autos,
como previsto no § 1º, do art. 71, do Estatuto do Idoso.
Assim, demonstrado o preenchimento de todos os requisitos, inclusive a legitimidade ativa
de todos os Requerentes, requerem estes a este MM. Juízo seja compelido a outorgar a
escritura definitiva do bem e, subsidiariamente, na hipó tese de restar impossibilitado o
pedido, seja expedida Carta de adjudicaçã o por este Juízo que supra a outorga e possibilite
a inscriçã o dos Autores - xxxxxxxxxxxxxxxxx desde 03/06/2002, como reais proprietá rios
do imó vel, objeto do requerimento de adjudicaçã o compulsó ria.
TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA ANTECIPADA
Os Requerentes - xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, pleiteiam a concessã o liminar de tutela de
urgência de natureza antecipada, prevista nos §§ 2º e 3º do artigo 300 do CPC, para o fim
de lavratura de averbaçã o na escritura do imó vel: “um apartamento situado à Rua
xxxxxxxxxx – xxxx andar – xxxxxxx – São Paulo, matriculado no xº Oficial de Registro de
Imóveis da Capital sob o número de matrícula xxxxxxxxxx”, ficando amplamente
demonstrado, por fundamentos legais e pela jurisprudência, que o direito dos requerentes
é legítimo.
A Imissã o de Posse pela arremataçã o feita pela Vara xxxª Federal do Trabalho de Sã o
Paulo-SP, Processo nº xxxxxxxxxx, pode ocorrer, por conta de dívida trabalhista em nome
do ex proprietá rio - Ixxxxxxxx, pode tirar o Bem de Família de xxxxxxxxx, deixando o casal
de idosos ao relento.
É fato notó rio que ter casa pró pria é uma conquista protegida por lei - Lei n. 8.009/1990,
que passou a resguardar o imó vel residencial pró prio da entidade familiar nos processos
de penhora. A ideia é proteger a família, visando defender o ambiente material em que
vivem seus membros.
Por todo o exposto, nã o há dú vida de que os Requerentes xxxxxxx, têm direito à a garantir a
propriedade adquirida em 2002, estando presente a probabilidade do direito e o risco de
dano a ensejar a concessão de tutela de urgência de natureza antecipada.
Destaca-se que a decisã o a ser concedida é reversível, em caso de improcedência do pedido
- o que se admite apenas em hipó tese. O indeferimento da tutela de urgência causará
muitos danos ao casal xxxxxxxxxxxxxx, pessoas idosas e (ela) portadora de doença grave.
Os documentos juntados corroboram para a comprovaçã o do direito perseguido, bem como
com a urgência necessá ria. Portanto, demonstrado o preenchimento dos requisitos para a
concessã o da tutela de urgência, essa deve ser conferida, nos exatos termos em que é
pleiteada.
DOS PEDIDOS
Pugna-se pelo deferimento da prioridade na tramitaçã o, nos termos do artigo 1.048, I, do
CPC e 71 do Estatuto do Idoso, tendo em vista que os Requerentes sã o pessoas idosas.
Requer-se, ainda:
A concessã o da tutela de urgência, com base no artigo 300 do CPC, determinando a
averbaçã o do negó cio jurídico de compra e venda do apartamento situado à Rua
xxxxxxxxx– Sã o Paulo, matriculado no xº Oficial de Registro de Imó veis da Capital sob o
nú mero de matrícula xxxxxxxxx, na data do contrato, em x de junho do ano de 2002, pelos
compradores xxxxxxxxxxxxxxxxx, em 03/06/2002, enviando oficio ao determinado
Cartó rio (xº Oficial de Registro de Imó veis da Capital);
Diante do Exposto, requer a V. Exa. A Procedência da demanda, e que:
a) Seja suprida a ausência do titular da propriedade xxxxxxxxxxxx, brasileiro, empresá rio,
portador do RG xxxxxxxxx e CPF/MFxxxxxxxx e sua mulher a época xxxxxxxx, brasileira, x,
portador do RG xxxxxxxxxxxxxxx e CPF/MF xxxxxxxxxx, OUTORGANDO a escritura
definitiva por sentença, adjudicando o imó vel localizado e situado à Rua xxxxxxxxxxx –
xxxxxxxxxxxx – Sã o Paulo, matriculado no xº Oficial de Registro de Imó veis da Capital sob o
nú mero de matrícula xxxxxxxxxx, em nome dos Requerentes - xxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Protesta por toda a produçã o de provas em direito admitido, tais como, provas
testemunhais, documental e pericial, depoimento pessoal dos Requerentes, se assim
determinar Vossa Excelência.
Atribui à causa para efeito, por se tratar apenas da escritura de imó vel, o valor de
R$xxxxxxxxxxxxxx.
Sã o Paulo, xxx de xxxxde 2020.
Nestes termos, pede deferimento
e assinam digitalmente;
Odete A de O Maggi OAB/SP

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