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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PARA

GRAVEMENTE ENFERMOS

MANEJO NUTRICIONAL
EM CONDIÇÕES
CLÍNICAS ESPECIAIS

Profª. MSc. Andrea Schulz


Nutricionista
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO – CONCEITO

Condição potencialmente fatal, em que ocorrem graves


distúrbios hidroeletrolíticos que podem ocorrer após a
reintrodução do suporte nutricional (oral, enteral ou
parenteral) em um paciente desnutrido
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO

A incidência é bastante variável, oscilando


na faixa de 1 até 34%.
A chance do paciente desenvolver SR é
proporcional ao seu grau de desnutrição
e seus fatores de risco
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO

Caracteriza-se clinicamente por alterações neurológicas, sintomas


respiratórios, arritmias e falência cardíacas, poucos dias após a
realimentação.

Sua causa é decorrente de sobrecarga na ingestão calórica e


reduzida capacidade do sistema cardiovascular
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO

Os pacientes malnutridos quando realimentados requerem


cautela, pois a Terapia Nutricional agressiva objetivando a
repleção de peso pode acarretar a Síndrome de Realimentação.

Quando não prevenida, esta condição pode levar a graves


alterações hidroeletrolíticas, podendo ser letal.

É de crucial importância no manejo desta Síndrome, detectar os


pacientes de risco precocemente, para que se possa preveni-la,
evitando as alterações inerentes à esta condição clínica.
INANIÇÃO

A inanição é a condição fisiológica que ocorre quando a ingestão


de macronutrientes é inadequada

Estado em que a pessoa se encontra extremamente


enfraquecida, por falta de alimentos ou por deficiência na sua
assimilação
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO – FATORES DE RISCO
A síndrome de realimentação é observada em pacientes com:
• Marasmo;
• Naqueles com perda de peso superior a 10% em um período de dois
meses;
• Em pacientes em jejum por 7 a 10 dias,
• Significativa perda de peso em obesos, inclusive após operações
bariátricas disabsortivas;
• Em pacientes em quimioterapia;
• Idosos subnutridos em realimentação;
• Pacientes em pós-operatório de operações de grande porte;
• Alcoolismo crônico;
• Transtornos alimentares graves
Quando estes pacientes começam a ser alimentados, há um
súbito aumento da secreção de insulina.

A insulina estimula a entrada de fosfato, potássio, magnésio


e outros minerais na célula, diminuindo o nível sérico na
circulação drasticamente
Uma redução dos níveis desses minerais pode provocar
transtornos graves, como:
• Alteração da função miocárdica,
• Arritmia cardíaca,
• Anormalidades neuromusculares,
• Disfunção hepática,
• Falência respiratória,
• Anemia,
• Transtornos renais,
• Transtornos gastrintestinais e até mesmo óbito
HIPOFOSFATEMIA

<1,5 mg/dl (normal: 2,5 a 3,5 mg/dl)

Fraqueza muscular, mialgia, parestesias, cardiomiopatia,


diminuição da função ventricular, plaquetopenia e hemólise.

O aparecimento de hipofosfatemia ocorre predominantemente


entre o segundo e o sétimo dia após o reinício da nutrição, sendo
essa a alteração laboratorial mais frequente da SR
HIPOCALEMIA <3,0 mEq/L

O potássio é um nutriente intracelular, depletado em


desnutridos.
A hipocalemia pode causar :
• arritmia,
• hipotensão,
• constipação intestinal,
• íleo paralítico
HIPOMAGNESEMIA <1,0 mEq/L

• Disfunção cardíaca
• Complicações neuromusculares;
• Convulsões,
• Tremores
TIAMINA

• Síndrome de Korsakov (amnésia e desorientação)


• Anormalidades oculares,
• Ataxia (falta de coordenação de movimentos musculares
voluntários e de equilíbrio)
• Confusão mental,
• Hipotermia e
• Coma.
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO - TRATAMENTO

Para os pacientes em risco moderado, que não se alimentaram


adequadamente por cinco dias ou mais, a recomendação é de
que não seja ofertado mais do que 50% das necessidades diárias,
com progressão lenta se não houver alterações significativas.

Para os pacientes de alto risco, deve-se iniciar com 10


Kcal/kg/dia, podendo chegar à meta da dieta entre o quarto e o
sétimo dia
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO - TRATAMENTO
SÍNDROME DE REALIMENTAÇÃO - TRATAMENTO
Verificar níveis de
eletrólitos diários na
primeira semana; e na
segunda pode ser
reduzido para 3 vezes por
semana.

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