Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Por fim, o pensamento de Jones está sempre oscilando entre dois polos:
trotsquismo (ontocast, pstu) e reformismo nacionalista (Castro, Chávez, etc.).
Errou novamente, redondamente, ao chamar Vargas de “burguesia industrial”.
Somente o bom entendimento do maoismo permite entender que Vargas é
expoente maior, no país, do capitalismo burocrático. E esse erro rotundo esteve
no centro desse artigo de Jones Manoel. Ao artigo falta a revolta de Trombas e
Formoso, bem como a guerrilha de Dianópolis. O revolucionário Jones só quer
saber de eleição e nada de revolução, sonha com a viabilidade eleitoral de um
“reformismo forte”, enquanto apodrece impotente nas franjas do lulismo. Só há
espaço para política eleitoral. Jones, na prática, ilude-se com a ideia de que
estavam, nos anos 60, estavam caminhando para uma revolução brasileira.
Desde 1945 a direita já depôs Vargas violentamente, inspirada pelos seus
antigos aliados, o capitalismo yankee, ao qual ele é tão fiel que nem nomeia na
sua Carta Testamento.
Um erro, uma vez fértil, poderá reproduzir novos erros. Com isso ele
quer dizer que é um erro, mas que mesmo assim deu resultados que ele
admira. Na segunda parte do texto ele aborda um tema com o qual ele tem
evidente má vontade, o tal “stalinismo”. Para tratar do tema, ele primeiro elogia
o papel progressista de Stálin e logo a seguir, ataca:
Era comum nos tumultuados anos 30 afirmar, por exemplo, que a Inglaterra e a França
não se diferenciavam, em substância, do nazifascismo, dado seu domínio colonial e,
pouco tempo depois, falar o exato contrário sem explicar a radicalidade da mudança;
ou então, em 1933 um líder ser considerado uma grande referência do proletariado e
no ano seguinte, um traidor excomungando. O PCUS construiu (e ajudou a exportar
para outros partidos comunistas) uma cultura política com tendência a ver a ciência
como uma questão de segurança de Estado, a teoria como justificação da prática, as
obras de Marx, Engels e Lênin como a fonte de legitimidade da política do
momento. Em suma, uma prática teórico-política estaticista (MANOEL, 2024).
Seguindo o raciocínio acima, como os “fatos” mudam muito rápido, a “teoria” vai os
acompanhando, variando sem muita coerência, sempre proclamando uma fidelidade
formal à estratégia. Lukács não trabalha com a visão muito difundida na atualidade de
uma abordagem personalista e demonizadora de Stálin. Considera as condições
objetivas que formaram o stalinismo, tratando-o como um sistema, não nega méritos
prático-políticos e teóricos ao líder da URSS e desconsidera Leon Trótski como uma
alternativa crível ao marxismo staliniano[7] (MANOEL, 2024).
Conclusões
Bibliografia:
<<https://revistacidadesol.blogspot.com/2024/04/uma-profunda-critica-jones-manoel.html>>.