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INTRODUÇÃO

Uma acção judicial de união de facto é um processo legal pelo qual um casal que
vive junto como se casado fosse busca o reconhecimento legal dessa relação.

Geralmente, a acção visa estabelecer direitos e responsabilidades semelhantes


aos do casamento, especialmente em questões como partilha de bens, pensão alimentícia
e herança. É importante buscar orientação jurídica especializada para iniciar esse
processo, pois as leis variam de acordo com o país e podem ter requisitos específicos.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definições de termos e conceitos.

Acção é o direito de exigir do Estado a prestação jurisdicional na resolução de


um determinado caso. O direito de acção é uma característica de direito material de
reagir a uma violação de direitos, e é autónomo em relação ao direito material violado.

Acção Judicial é um processo legal em que uma parte busca a intervenção do


tribunal para de resolver um conflito ou reivindicar um direito.

União facto consiste no estabelecimento voluntário de vida em comum entre um


homem e uma mulher. (art112.º do código de família).

ACÇÃO JUDICIAL DE UNIÃO DE FACTO

A acção judicial de união de facto é um processo legal que visa reconhecer e


regular a situação de casais que vivem juntos, mas não estão legalmente casados. Este
tipo de acção pode ser necessário para estabelecer direitos e responsabilidades legais em
relação à partilha de bens, pensão alimentícia, direitos parentais e outros aspectos
relacionados à vida em comum.

No contexto da legislação de alguns países, a união de facto pode conferir


direitos e obrigações semelhantes aos do casamento legal. No entanto, em muitos casos,
tais direitos e obrigações não são automaticamente reconhecidos e podem exigir uma
acção judicial para serem formalizados perante a lei.

Ao ingressar com uma acção judicial de união de facto, os casais podem buscar
o reconhecimento legal de sua relação, estabelecendo assim uma base para resolver
questões legais que possam surgir em caso de separação ou falecimento de um dos
parceiros.

Os fundamentos legais para essa acção variam dependendo da legislação local,


mas geralmente envolvem comprovação da convivência pública, contínua e duradoura
como um casal, bem como o estabelecimento de uma relação doméstica que envolve
aspectos financeiros e emocionais.

O processo para ingressar com uma acção judicial de união de facto geralmente
envolve a apresentação de documentos e evidências que comprovem a existência e a
natureza da relação, além do comparecimento perante um juiz para assegurar o
reconhecimento legal da união.

Esta acção judicial de união de facto desempenha um papel crucial na garantia


dos direitos e deveres dos casais que vivem juntos sem estarem legalmente casados. Ao
buscar esse reconhecimento legal, os casais podem assegurar protecção e segurança em
relação aos seus interesses mútuos, contribuindo para uma maior estabilidade e
equidade nas relações familiares.

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IMPORTÂNCIA ACÇÃO JUDICIAL DE UNIÃO DE FACTO

A acção judicial de união de facto é importante para formalizar a separação de


um casal que vivia em união de facto, garantindo que questões como divisão de bens,
pensão alimentícia e guarda dos filhos sejam resolvidas de forma legal e justa.

Além disso, a acção judicial pode proporcionar clareza e segurança jurídica para
ambas as partes, estabelecendo direitos e responsabilidades de acordo com a legislação
vigente. Dessa forma, a acção judicial de união de facto pode contribuir para um
processo de separação mais organizado e equitativo. Em muitos casos, a acção judicial
também é necessária para assegurar os direitos dos filhos do casal, incluindo a guarda e
pensão alimentícia.

Reconhecimento Por Via Judicial.

Os aspectos de maior relevância trazidos pelo código de família, relativamente a


este instituto e precisamente o de a união de facto poder vir a ser reconhecido depois de
ter cessado. A cessão de união de facto, pode dar se tal como a dissolução de casamento
pela morte de um ou de ambos os companheiros, e ainda pelo factor da ruptura da união.

A ruptura é um acto voluntário que será um acto unilateral se partir bem um só


dos companheiros, e será um acto bilateral se ressoltar da vontade de ambos. Como
apontamos o traço dominante da união de facto é o de ela assentar na voluntariedade, e
ser o resultado da vontade dos dois de permanecer no quadro da união não formalizada.
Quando qualquer deles quiser por termo a união do facto, está terá o seu termo
igualmente de forma desprovida de formalismo. O reconhecimento judicial da união de
facto envolve requisitos específicos que devem ser atendidos para que a relação seja
legalmente reconhecida.

1. Tempo de convivência:

No contexto angolano, o tempo de convivência necessário para o


reconhecimento judicial da união de facto pode variar de acordo com a legislação local
ou jurisprudência. Geralmente, é exigido um período mínimo de convivência
ininterrupta para que a união seja considerada como tal perante a lei. É importante
consultar a legislação específica ou buscar orientação jurídica para determinar o período
exacto exigido.

2. impedimentos Inexistência de legais:

Além do tempo de convivência, é fundamental que não existam impedimentos


legais que impossibilitem o reconhecimento da união de facto.

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Dentre os impedimentos comuns, podem estar inclusos casamentos anteriores
não dissolvidos legalmente, parentesco proibido por lei, incapacidade legal de um dos
parceiros, entre outros. A inexistência desses impedimentos é crucial para que a união
de facto seja passível de reconhecimento judicial.

É importante ressaltar que as leis e requisitos específicos relacionados à união de


facto podem variar em diferentes jurisdições dentro de Angola, portanto, é
recomendável buscar orientação jurídica especializada ou consultar a legislação
pertinente para garantir o pleno entendimento dos requisitos aplicáveis.

Além do tempo de convivência e da inexistência de impedimentos legais,


existem outros requisitos legais relevantes para o reconhecimento judicial da união de
facto. Alguns desses requisitos incluem:

1. Comunhão de vida: A demonstração de que os parceiros compartilham uma vida em


comum, incluindo aspectos como moradia, finanças, responsabilidades domésticas e
participação na criação dos filhos, quando aplicável. A comprovação da comunhão de
vida pode ser essencial para o reconhecimento da união de facto.

2. Estabilidade e publicidade da relação: Em alguns casos, pode ser exigido que a


relação seja estável e publicamente reconhecida como uma união de facto. Isso pode ser
demonstrado por meio de evidências que mostrem a estabilidade e a notoriedade da
relação perante a comunidade.

3. Intenção de constituir família: A intenção dos parceiros em estabelecer uma vida


familiar em comum, mesmo que sem a formalização do casamento civil, pode ser
considerada um requisito relevante para o reconhecimento judicial da união de facto.

4. Ausência de fraude ou simulação: É fundamental que a relação não seja baseada em


fraude ou simulação, ou seja, os parceiros devem estar agindo de boa-fé ao buscar o
reconhecimento judicial da união de facto.

É importante ressaltar que a legislação angolana pode estabelecer requisitos


específicos adicionais para o reconhecimento judicial da união de facto, e tais requisitos
podem variar dependendo da jurisdição. Portanto, é recomendável consultar a legislação
pertinente e buscar orientação jurídica especializada para compreender completamente
os requisitos legais aplicáveis. O reconhecimento judicial da união de facto pode
acarretar uma série de benefícios e direitos, especialmente no que diz respeito a direitos
previdenciários, herança e sucessão.

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1.Direitos previdenciários:

O reconhecimento judicial da união de facto pode conferir aos parceiros o direito


a benefícios previdenciários, tais como pensão por morte, inclusão como beneficiário
em planos de previdência privada, e acesso a outros benefícios sociais relacionados à
previdência. Esses direitos podem proporcionar segurança financeira aos parceiros,
especialmente em situações de perda ou incapacidade.

2. Herança e sucessão:

Com o reconhecimento judicial da união de facto, os parceiros podem adquirir


direitos relacionados à herança e sucessão. Isso significa que, em caso de falecimento de
um dos parceiros, o outro poderá ter direito a herdar parte dos bens deixados pelo
falecido, conforme as disposições legais pertinentes ao direito sucessório. O
reconhecimento judicial da união de facto pode oferecer protecção patrimonial e
garantir a continuidade do sustento do sobrevivente.

É importante ressaltar que os benefícios e direitos decorrentes do


reconhecimento judicial da união de facto no âmbito do Código de Família angolano
podem variar dependendo das disposições legais específicas e das circunstâncias
individuais de cada caso. Portanto, é fundamental buscar orientação jurídica
especializada para compreender plenamente os direitos e obrigações advindos desse
reconhecimento.

No contexto do reconhecimento judicial da união de facto no âmbito do Código


de Família angolano, é relevante considerar os potenciais benefícios relacionados ao
seguro de saúde e outros benefícios que podem ser decorrentes desse reconhecimento.
Seguro de saúde:

Com o reconhecimento judicial da união de facto, os parceiros podem ter a


possibilidade de inclusão como dependentes nos planos de seguro de saúde do parceiro
titular, seja em planos privados ou em programas de assistência médica oferecidos por
empregadores. Isso pode proporcionar acesso a cuidados médicos, consultas, exames e
tratamentos de saúde, contribuindo para a protecção da saúde e bem-estar dos parceiros
e, eventualmente, de seus familiares.

Outros benefícios:

Além do seguro de saúde, o reconhecimento judicial da união de facto pode


acarretar uma série de outros benefícios para os parceiros, tais como inclusão como
beneficiários em planos de previdência privada oferecidos pelo empregador ou por
instituições financeiras, acesso a programas sociais voltados para famílias e
dependentes, possibilidade de participação conjunta em planos de previdência
complementar, entre outros.

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É fundamental ressaltar que os benefícios relacionados ao seguro de saúde e
outros benefícios decorrentes do reconhecimento judicial da união de facto podem
variar conforme as disposições legais específicas, as políticas das instituições e as
circunstâncias individuais de cada caso. Portanto, é recomendável buscar orientação
jurídica especializada e consultar as fontes pertinentes para compreender plenamente os
direitos e vantagens advindos desse reconhecimento.

O procedimento judicial para o reconhecimento da união de facto envolve uma


série de etapas, documentação necessária, prazos e custos que devem ser considerados
pelos interessados. Abaixo, abordaremos cada um desses pontos.

Documentação necessária:

Para iniciar o processo de reconhecimento da união de facto perante as


autoridades judiciais em Angola, geralmente são exigidos documentos que comprovem
a existência e a duração da união, tais como declarações de testemunhas, comprovantes
de residência conjunta, registos de filhos em comum (se houver), entre outros. Além
disso, é comum a solicitação de documentos pessoais dos parceiros, como cartões de
identificação, certidões de nascimento, comprovantes de renda e demais documentos
que possam subsidiar a comprovação da convivência e do relacionamento estável.

Passos do processo judicial:

O processo judicial para o reconhecimento da união de facto geralmente se inicia


com a apresentação de uma petição inicial perante o tribunal competente. Após a
protocolização da petição, podem ser designadas audiências para oitava das partes e das
testemunhas, análise da documentação apresentada e eventual produção de provas
adicionais. O juiz responsável pelo caso avaliará as evidências e fundamentos
apresentados pelas partes antes de proferir uma decisão acerca do reconhecimento da
união de facto.

Prazos e custos envolvidos:

Os prazos e custos envolvidos no procedimento judicial para o reconhecimento


da união de facto podem variar conforme a complexidade do caso, a carga processual do
tribunal e outros factores. Em relação aos prazos, é importante ressaltar que o
andamento do processo pode demandar tempo considerável, especialmente se houver
necessidade de produção de provas ou se o tribunal estiver sobrecarregado. Quanto aos
custos, é importante considerar as taxas judiciais, honorários advocatícios (caso haja
contratação de advogado) e eventuais despesas relacionadas à obtenção da
documentação necessária.

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A comparação entre união de facto e casamento civil envolve a análise das
diferenças legais e práticas, bem como a identificação das vantagens e desvantagens de
cada modalidade. Abordarei cada um desses aspectos de forma extensa.

Diferenças legais e práticas:

A principal diferença legal entre a união de facto e o casamento civil reside no


reconhecimento formal perante as autoridades competentes. Enquanto o casamento civil
é celebrado mediante cerimónia oficial e registo em cartório, a união de facto não exige
formalidades específicas, sendo reconhecida com base na convivência pública, contínua
e duradoura entre os parceiros. No que tange aos direitos e deveres dos envolvidos, o
casamento civil confere um conjunto de obrigações legais mais estruturadas, como
regime de bens, direitos sucessórios e protecção providenciaria, enquanto a união de
facto pode demandar maior flexibilidade na definição desses aspectos.

Vantagens e desvantagens de cada modalidade:

O casamento civil oferece segurança jurídica mais robusta aos cônjuges,


estabelecendo claramente os direitos e responsabilidades recíprocos, inclusive perante
terceiros. Além disso, o casamento confere maior proteção legal em situações de
separação ou falecimento, com regras claras para partilha de bens e pensões.

Por outro lado, a união de facto pode proporcionar maior autonomia na


definição das relações patrimoniais e familiares, permitindo adaptações às necessidades
específicas do casal sem estar estritamente vinculada às normativas do casamento civil.

Em termos práticos, o casamento civil tende a ser reconhecido de forma mais


ampla pela sociedade e pelas instituições, facilitando questões como inclusão em planos
de saúde familiares e acesso a benefícios previdenciários. A união de facto pode
representar uma escolha mais flexível para casais que desejam estabelecer um
relacionamento estável sem necessariamente aderir às formalidades do casamento.

A recapitulação dos principais pontos abordados em relação ao reconhecimento


judicial da união de facto no âmbito do direito de família angolano nos permite reflectir
sobre a importância desse reconhecimento.

Ao comparar a união de facto com o casamento civil, destacamos as diferenças


legais e práticas entre essas modalidades, bem como suas respectivas vantagens e
desvantagens. No contexto do direito de família angolano, é essencial considerar como
essas distinções impactam os direitos e deveres dos parceiros, assim como a proteção
legal oferecida por cada forma de união.

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Reflectindo sobre a importância do reconhecimento judicial da união de facto, é
crucial considerar a necessidade de protecção dos direitos dos parceiros que optam por
essa modalidade de convivência. O reconhecimento judicial da união de facto pode
garantir segurança jurídica aos envolvidos, assegurando direitos sucessórios, proteção
previdenciária e definição clara de responsabilidades patrimoniais.

No contexto específico do direito de família angolano, o reconhecimento judicial


da união de facto pode representar um avanço na garantia dos direitos e na protecção
das relações familiares estabelecidas fora do casamento civil formal. Isso pode
contribuir para a promoção da igualdade e justiça no tratamento das diversas formas de
convivência familiar, reconhecendo a importância social e afectiva das uniões de facto.

Além disso, ao reflectir sobre a importância do reconhecimento judicial da união


de facto, é fundamental considerar o impacto positivo que essa medida pode ter no
fortalecimento dos laços familiares e na promoção do bem-estar dos parceiros e
eventuais filhos envolvidos nessa forma de convivência.

Portanto, a reflexão sobre a importância do reconhecimento judicial da união de


facto no âmbito do direito de família angolano nos leva a considerar não apenas as
questões legais e jurídicas, mas também os aspectos sociais, afectivos e familiares que
permeiam essa temática.

Enquadramento do Direito Angolano, Relevância do Casamento Segundo o Direito


Costumeiro.

Os fundamentos da existência da união de facto no nosso país diferem


substancialmente dos fundamentos da existência nos países europeus e nos países
desenvolvidos. No nosso país, a maioria da população vivem união de facto não por
questões ideologias ou de princípio, mas por razões de cultura e de tradição e de
inexistência dos órgãos de registo civil necessários a legalização da sua união ou ainda
por razões económicas.

O objectivo do estado é evidente, o de legalizar o maior número possível de


uniões pela função social que o casamento desempenha nas sociedade. Foi de acordo
com esta directriz legislativa que o instituto da união de facto veio a ser consagrado no
código de família e mencionado nos princípios fundamentais como uma das formas de
constituição da família sendo-lhe consagrado todo titulo IV do código.

União de Facto e Pressupostos Legais.

Em sentido jurídico, o legislador define a União de Facto como o


estabelecimento voluntário de vida comum entre um homem e uma mulher (artigo 112º
do Código da Família). Tal conceito legal estabelece o elemento subjectivo, o da
voluntariedade e o elemento objectivo que é representado pela situação material de
convivência.

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Para Maria do Carmo Medina a união de facto, consiste na convivência sexual
comum entre um homem e uma mulher como se de marido e mulher se tratasse. Para
Medina, só há união de facto na relação estabelecida por comunhão de cama, mesa e
habitação (quodthorum, mensam et habitationem).Há pois que distinguir entre a união
de facto e a convivência dentro do mesmo agregado familiar de diversas pessoas que
vivem sobre o mesmo teto. É a convivência como marido e mulher que define a união
de facto como tal.

Perante uma determinada união de facto duas situações distintas podem ocorrer:
ou ela preenche os pressupostos previstos na lei ou nesse caso a união de facto é
susceptível de ser reconhecida ou não os preenche e então ela não poderá ser
reconhecida sem embargo de poder produzir determinados efeitos legais e como tal ser
atendida pela lei.

Importa ainda realçar que enquanto perdura a união de facto, ela só é susceptível
de ser reconhecida quando tal for a vontade dos dois companheiros. E isto pela razão
evidente de que ninguém contra sua vontade pode ver transformada a sua união de facto
não formalizada num acto equiparado ao casamento e produzindo os mesmo efeitos que
este. Já quando cessa a união de facto a lei veio permitir que uma vez verificada
judicialmente a posterior a existência dos pressupostos legais, este reconhecimento
venha produzir os vastos efeitos que a lei confere a dissolução do casamento.

Este é, sem dúvida o efeito mais relevante que o novo instituto passou ater no
meio social, permitindo que, o quando da rotura, a vivência anterior querida por ambos
venha produzir os efeitos e não seja ignorada pela ordem jurídica. É verdade que a
voluntariedade da união de facto se manifesta no momento em que ela inicia, permanece
durante toda sua duração e termina quando tal for querido por um só ou por ambos
companheiros.

Mas a lei também não descura a protecção dos companheiros que criarem entre
si interesses familiares comuns interlaçados relações pessoais e patrimoniais e tendo
muitas vezes filhos comuns. Os companheiros de união de facto podem em qualquer
momento fazer cessar a vida em comum sem necessidade de recorrer a qualquer decisão
judicial dando tratar-se de uma relação familiar consensual que também não necessitou
de qualquer formalismo no seu início.

O fim da convivência mútua marca no entanto a definição dos direitos


adquiridos durante ela pelos companheiros os quais vem para cada um deles a partir do
momento da ruptura por via do reconhecimento de que essa união existiu e embora
extinta se considera juridicamente relevante para produzir os efeitos previstos na lei. Os
pressupostos legais impostos na lei para o reconhecimento da facto são os que vem
expresso no artigo 113 nº 1 do Código de Família.

A coabitação marital do homem e da mulher pelo período consecutivo de pelo


menos 3 anos;- A capacidade matrimonial de ambos os membros do casal:- A
singularidade da união.

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A coabitação marital cujo conteúdo jurídico já foi definido pressupõe a
comunhão de cama e mesa e a habitação coma criação de laços de interdependência
afectiva social económica entre companheiros.

A união de facto revela-se como tal e ainda perante terceiros, pois consiste numa
realidade perceptível no meio social onde se insere.

Se houver uma relação de amantíssimo sem coabitação comum não se configura


a união de facto. O tempo mínimo de coabitação comum é de 3 ano consecutivos, ou
seja, sem soluções de continuidade. É a natureza estável da união e a sua perduração no
tempo que é tomada em conta para ser operado o reconhecimento.

É exigida ainda a capacidade matrimonial do homem e da mulher o que implica


que ambos tenha a capacidade para contrair o casamento em geral e também que entre
eles não exista impedimentos dirimentes relativos.

Exige ainda a lei que a união de facto seja exclusiva, o que implica que ela seja
singular de um único homem com uma única mulher. Tal reflecte a situação do
principio da monogamia que é fundamental ao instituto do casamento e consequente ao
instituto da união de facto reconhecida.

O que é importante realçar em conta é que para que se opere a reconhecimento


da união d facto, não é imprescindível que durante toda sua vigência se configure os
pressupostos legais de reconhecimentos relativos a capacidade matrimonial ao mútuo
consenso e a singularidade.

A coabitação marital cujo conteúdo jurídico já foi definido pressupõe a


comunhão de cama e mesa e a habitação coma criação de laços de interdependência
afectiva social económica entre companheiros.

A união de facto revela-se como tal e ainda perante terceiros, pois consiste numa
realidade perceptível no meio social onde se insere. Se houver uma relação de
amantíssimo sem coabitação comum não se configura a união de facto.

O tempo mínimo de coabitação comum é de 3 ano consecutivos, ou seja, sem


soluções de continuidade. É a natureza estável da união e a sua perduração no tempo
que é tomada em conta para ser operado o reconhecimento.

É exigida ainda a capacidade matrimonial do homem e da mulher o que implica


que ambos tenha a capacidade para contrair o casamento em geral e também que entre
eles não exista impedimentos dirimentes relativos.

Exige ainda a lei que a união de facto seja exclusiva, o que implica que ela seja
singular de um único homem com uma única mulher. Tal reflecte a situação do
principio da monogamia que é fundamental ao instituto do casamento e consequente te
ao instituto da união de facto reconhecida.

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O que é importante realçar em conta é que para que se opere a reconhecimento
da união de facto, não é imprescindível que durante toda sua vigência se configure os
pressupostos legais de reconhecimentos relativos a capacidade matrimonial ao mútuo
consenso e a singularidade.

Reconhecimento Por Via Judicial

Os aspectos de maior relevância trazidos pelo código de família, relativamente a


este instituto e precisamente o de a união de facto poder vir a ser reconhecido depois de
ter cessado. A cessão de união de facto, pode dar se tal como a dissolução de casamento
pela morte de um ou de ambos os companheiros, e ainda pelo facto da rutura da união.

A rutura é um acto voluntário que será um acto unilateral se partir bem um só


dos companheiros, e será uma acto bilateral se ressoltar da vontade de ambos. Como
apontamos o traço dominante da união de facto é o de ela assentar na voluntariedade, e
ser o resultado da vontade dos dois de permanecer no quadro da união não formalizada.
Quando qualquer deles quiser a união do facto, está terá o seu termo igualmente de
forma desprovida de formalismo.

A grande diferença trazida no código de família é a de que, como já vimos, após


o fim da união de facto é possível ela vir a ser reconhecida para vir produzir efeitos à
posterior, quer em relação aos filhos, quer de natureza patrimonial. Pelo largo número
de efeitos que advém do reconhecimento da união de facto, o código da família impõe
que eles se operem em via judicial. Exigem-se que seja o tribunal, através de uma acção
própria, proposta para o efeito, a proferir uma sentença por via da qual se declare ter
existido entre A e B, determinado homem e determinada mulher, uma situação jurídica
de união de facto.

O reconhecimento por via judicial é aplicável, quer no caso de morte em que


falta vontade de companheiro que faleceu para manifestar o seu acordo ao
reconhecimento, Quero no caso de rotura quando se tenha gerado uma situação de
dissídio entre ambos os companheiros.

Tem que ser feito em processo específico que determine e reconhecem que a
união de facto existiu durante determinado lapso de tempo e que cessou ale de se
pronunciar sobre a verificação dos pressupostos legais mencionados no artigo 113º nº1
do código da família.

a) Legitimidade da Acção:

É atribuída unicamente aos interessados ou aos seus herdeiros no caso da morte


destes

1-Em caso de morte: Tem legitimidade para prepositura da acção o companheiro sobre
vivo ou seu representante legal quando ele for incapaz ou os herdeiros do companheiros
falecido - artigo 123ºalíneas a e b código da família.

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2-caso de rutura: A acção pode ser proposta por qualquer dos companheiros da união de
facto, ou pelo respectivo representante legal no caso de incapacidade. Artigo 123º alínea
a código da família.

No caso de morte transmite-se aos herdeiros do companheiro falecido o direito


de acção, que ira permitir que se operem o reconhecimento posterior da união a havida.
Embora o direito de família seja, no fundamental, como disse um direito de natureza
pessoal, a lei reconhece em certos casos excepcionais a transmissão do exercício do
direito em si, mas a do direito de acção que se irá repercutir na esfera jurídica dos
herdeiros do titular deste direito.

A lei salvaguarda não só o direito da propositura da acção por parte dos


herdeiros interessados mais também do direito destes prosseguirem na acção no caso de
vir a falecer os companheiros que propôs acção ou contra quem a acção foi proposta.

Ao contrário do que ocorrem na acção do divórcio a acção de reconhecimento


de união de facto não extinguem com a morte de qualquer uma das partes, pois em
ambos os casos os herdeiros do falecido podem prosseguir a acção.

b)Prazos de propositura da acção e formalismo processual.

O artigo 124º do código da família prevê que a acção de reconhecimento da


união de facto deve ser proposta dentro do prazo de dois anos, sob pena de caducidade,
prazo este é do conhecimento oficioso do tribunal art.º 333º nº 1 do código civil;
Embora noutros casos seja fixado o prazo de um ano, quando se entende que há que
preservar com prevalência a situação anterior.

O princípio da segurança das relações jurídicas e que faz com que seja indicado
um prazo para o exercício deste direito findo o qual cessa o direito a exercício. O prazo
de dois anos e contando a partir do fim da união pelo que se ela findou por morte de um
dos companheiros, é essa a data relevante.

Se findou por rotura, o prazo conta-se a partir da data em que definitivamente


cessou a coabitação. Na averiguação judicial de existência de união de facto, e
obrigatória intervenção do conselho de família pelo que a falta de constituição e
audição deste conselho constituem uma nulidade insanável, esta nulidade é de
conhecimento oficioso do tribunal e uma vez devia intervir, nos termos dos artigos 201º
e 202º do código do processo cível.

O conselho de família devera ser constituído por dois membros escolhidos entre
familiares de homem e dois da mulher- artigo 17º nº 2código de família. É
imprescindível ouvir o conselho da família, porque são eles que confirmam ou não a
existência e permanência da união de facto.

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Reconhecimento por Mútuo Acordo.

A doutrina de MEDINA refere que ao processo de reconhecimento da união de


facto por mútuo acordo são subsidiariamente aplicáveis as disposições respeitantes ao
processo de casamento quanto a fase preliminar de iniciação do processo, porém,
referem a doutrinadora que esta difere do casamento por não se dar a cerimónia
matrimonial Assim, e segundo a doutrinadora, se entende que a previa subsistência de
vida em comum torna excedente a declaração solene de aceitação do outro como
cônjuge, confirmado pelo facto de se requerer o reconhecimento da vontade dos
membros, consignados nos termos do art.º 115º do Código de Família, desde logo trata-
se de um acto administrativo. Este reconhecimento é outorgado pelo registo civil da área
de residência dos companheiros, o mesmo, deverá obedecer as formalidades avocadas
nos termos do art.º 118º Código de Família qual seja, que da solicitação se fará
acompanhar documentos de verificação dos pressupostos legais, bem como as
testemunhas ou documento emitido pela administração local, acresce a isto a declaração
sob o regime económico, sendo que à não declaração sujeita os companheiro são regime
económico de bens adquiridos (art.º 49º nº 3) conforme referido.

Efeitos do reconhecimento.

Os efeitos da união de facto são equiparados aos do casamento dissolvido. Se a


união de facto terminou por morte de companheiro, os efeitos dos reconhecimentos são
os mesmos da dissolução do casamento por morte. Artigo 126º. Código de família. Se
termina por ruptura, os efeitos que o reconhecimento produz são os mesmos da
dissolução do casamento por divórcio como indica o artigo acima referenciado.

No campo das relações patrimoniais haverá o direito a partilha dos adquiridos a


título oneroso durante a união. Aplica-se supletivamente o regime de bens da comunhão
de adquiridos. A responsabilidade pelo passivo seguem igualmente as regras da
dissolução do casamento devendo em primeiro lugar proceder-se a liquidação do
passivo.

O direito a alimento e igualmente as previstas para o caso de dissolução do


casamento por morte. O artigo 261º nºs 1 e 2 atribuem ao companheiro que sobrevivo
de união de facto reconhecido o direito de ser alimentando pelos rendimentos deixado
pelo falecido, no caso da rotura de união de facto que reúna os pressupostos legais, o
companheiro que não tem a dado a causa exclusiva a rotura tem o direito alimentos,
artigos 260º e 262º nº 2 código de família.

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A constituição de uma nova união de facto por parte do companheiro que tenha direitos
de alimentos faz cessar este direito, artigo 263º.O reconhecimento de união de facto
dissolvida por morte ou por rotura esta sujeita a registo, devendo o tribunal comunicar
oficiosamente a conservatória do registo civil da área da ultima residência comum dos
companheiros da união de facto aplicando por remissão no disposto no artigo 120º
código da família e 101º do código do registo civil.

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CONCLUSÃO
A união de facto tem ganho nas últimas décadas uma importância assinalável no
panorama conjugal angolana, assumindo-se, cada vez mais, como uma verdadeira
alternativa à forma tradicional de constituição de família. O reconhecimento judicial da
união de facto representa um avanço significativo nesse sentido, promovendo a
segurança jurídica, o fortalecimento dos laços familiares e o bem-estar dos envolvidos.

Assim, é fundamental que o direito de família angolano continue a evoluir para


reconhecer e proteger as diferentes configurações familiares, adaptando-se às
transformações sociais e às necessidades das famílias contemporâneas. Porém, cremos
que a união de facto, enquanto relação para familiar que se traduz numa convivência em
comum duradoura, reclama, para os seus membros, um incremento da protecção
nomeadamente nos momentos de crise da relação sem que com isso se caia,
inevitavelmente, numa aproximação ao regime matrimonial. Contudo, e conscientes do
carácter factual e informal da união de facto, é necessário que ela adopte algumas regras
que garantam um reforço da protecção, quer dos próprios conviventes, quer de terceiros,
sem que com isso se afecte o seu traço essencial e se aproxime em demasia a união de
facto do casamento.

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Bibliografias

DIREITO DE FAMILIA, Medina, M. C., 2ª Edição, Faculdade de Direito da UAN,


2005.

- TEXTOS DE DIREITO DA FAMÍLIA, Oliveira, G. Universidade de Coimbra, 2016.

- UNIÃO DE FACTO NO REGIME JURIDICO ANGOLANO, Costa, M.M,2ª Edição,


Dissertação.

- CODIGO CIVIL ANGOLANO.

- CODIGO DE FAMÍLIA ANGOLANO (Lei 1/88 de 20 de Fevereiro).

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