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1 - Julgamento Antecipado
1 - Julgamento Antecipado
OAB/PR – 78.164
Aa
Tudo é possível para aquele que crê, pois, o Senhor é o Deus todo poderoso
que pode todas as coisas! Perdoar é ação!
MM JUÍZO.
A parte autora, já qualificado nos autos em epígrafe, por seu Procurador (ex lege), vem,
respeitosamente, perante a jurisdição de Vossa Excelência, exarar ciência quanto ao
despacho retro, e se manifestar no que se segue.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Datado assinado digitalmente.
OAB/PR - 78164
Rua Quintino Bocaiuva | n. 183 | Centro | Cornélio Procópio | Estado do Paraná | Email: flogner.adv@gmail.com | Tel. (43) 98462-1048
Anderson Flogner
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Razões de Apelação
Processo: 0001185-71.2019.8.16.0039
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLÊNDA CÂMARA
DOUTOS DESEMBARGADORES
1 – SÍNTESE DO PROCESSADO
O réu foi devidamente citado (mov. 26.1), tendo sido nomeado defensor (mov. 29.1), o
qual apresentou reposta à acusação ao mov. 32.1. O recebimento da denúncia foi
mantido, determinando-se o prosseguimento do feito (mov. 34.1). Em audiência de
instrução (mov. 139.1/139.3), realizou-se a oitiva da vítima Ana Vitória Bernardino da Silva
(mov. 139.2), sendo, ao final, realizado o interrogatório do réu Cleiton Vega Macedo (mov.
139.3).
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Anderson Flogner
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Com a máxima vênia, o douto magistrado a quo não agiu como o costumeiro acerto que
lhe é peculiar, motivo pelo qual o r. decisum deve ser reformado, pelos fundamentos
expostos a seguir.
2 – DO DIREITO
2.1) DO MÉRITO
Denunciado como incurso no artigo 147, caput, c. c artigo 61, II, f, ambos do Código
Penal, o apelante fora condenado porque sua conduta descrita na peça acusatória teria o
condão de ameaçar e abalar a tranquilidade da vítima, prometendo causar-lhe mal injusto
e grave.
Data máxima vênia, não é o que se observa no presente caso, posto que o dolo não
restou demonstrado nos autos uma vez que o apelante confessou estar sob efeitos de
entorpecentes e álcool e não se lembrar do ocorrido, retomando sua consciência tão
somente quando já estava sob custódia da polícia.
Primeiramente cabe destacar que na época dos fatos o apelante e a vítima residiam na
mesma casa, conforme declarado por ambos em audiência.
“É posição vencedora em nossos tribunais a de que o delito exige ânimo calmo e refletido.
Requer a produção de um justo alarme, inexistente no fato praticado pelo agente em
estado de ira. O tipo requer a intenção calma, especial e refletida de prenunciar um mal a
alguém, elemento subjetivo incompatível com o ânimo de quem realiza a conduta sob a
influência de manifestação de ira. Essa orientação encontra fundamento doutrinário em
Nélson Hungria e Aníbal Bruno. O STF, chamado a pronunciar-se a respeito da matéria,
filiou-se a essa orientação.”
(Jesus, Damásio de Parte especial: crimes contra a pessoa a crimes contra o patrimônio –
arts. 121 a 183 do CP / Damásio de Jesus; atualização André Estefam. – Direito penal vol.
2 – 36. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 350, grifo nosso)
No mesmo sentido:
“Apesar de o art. 28, I, do Código Penal, estabelecer que a emoção não exclui o crime, o
entendimento que prevalece é no sentido de que a pessoa que profere ameaça em
momento de ira não tem intenção de causar temor à vítima, e sim de fazer uma bravata,
razão pela qual não responde pelo delito. A melhor solução, contudo, é deixar a análise
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(Gonçalves, Victor Eduardo Rios Curso de direito penal: parte especial (arts. 121 a 183) –
volume 2 / Victor Eduardo Rios Gonçalves. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.
(grifo nosso)
“Igual raciocínio se aplica à ameaça proferida pelo ébrio. A embriaguez como se sabe,
não exclui a imputabilidade penal ( CP, art. 28, inc. II.) Em algumas situações, subsiste o
crime, pois o estado de embriaguez pode causar temor ainda maior à vítima; em outros
casos, todavia, retira completamente a credibilidade da ameaça, levando a atipicidade do
fato.”
(MASSON, Cleber Rogério. Direito penal esquematizado: parte especial. 2ª Ed. São
Paulo: Método, 2010) (grifo nosso)
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(grifo nosso)
Da instrução processual extrai-se veemente que o réu não estava em seu estado de
lucidez na data dos fatos devido ao vício que infelizmente suporta e tamanho fora o
desentendimento com sua irmã. Não houve dolo, uma vez que o próprio crime em tela
exige a presença do ato volitivo, ou seja, a vontade consciente de realizar o crime.
Resta demonstrado que o réu proferiu as palavras “da boca pra fora” em razão da
alteração de ânimos e nem se quer lembra dos fatos ou que realmente tenha dito.
Por fim, o réu ficou preso ilegalmente conforme decisão de fls.28/29, já suportou um ônus
de ver sua liberdade tolhida sem aplicação de suas garantias constitucionais.
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Desta forma, requer seja aplicada a diminuição para 1/6 em relação as circunstâncias
agravantes em desfavor do apelante.
O Meritíssimo juiz a quo determinou o regime semiaberto para cumprimento de pena, nos
termos do art. 33, § 3º, do Código Penal, tendo em vista a reincidência do apelante.
Nobres Julgadores, a reincidência, por si só, não constitui manifestação idônea que
justifique a não aplicação do artigo 33, § 2º, c do Código Penal no que diz a respeito a
fixação do regime de cumprimento de pena. É completamento desproporcional que,
somente devido à agravante de reincidência, o recorrente inicie a condenação em regime
intermediário.
(grifo nosso)
De acordo com o exposto, verifica-se que, a reincidência não impede que o apelante inicie
sua pena em regime inicial aberto.
(grifo nosso)
Posto isso, pode-se concluir que o regime inicial aberto é o mais adequado para o caso
em tela, razão
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3 – DO PEDIDO
Diante do exposto, requer o apelante que após conhecido, seja dado provimento ao
presente Recurso de apelação para o fim de:
a) Absolver o apelante, nos termos do artigo 386, inciso II, do Código de Processo Penal,
ante a atipicidade do fato narrado;
Por derradeiro, rende-se as homenagens aos ínclitos Julgadores, em lhes cabem árdua
tarefa de buscar o equilíbrio e a paz social aplicando com maestria o direito e distribuindo
a justiça com equidade e retidão;
Nestes termos,
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