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‘ CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA PITÁGORAS - AMPLI


CURSO DE PEDAGOGIA

ALEXSANDRA DA SILVA COSTA

RELATÓRIO SÍNTESE EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM


PEDAGOGIA: CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

PALMAS-TO
2024
4

ALEXSANDRA DA SILVA COSTA

RELATÓRIO SÍNTESE EM PRÁTICAS PEDAGÓGICAS EM


PEDAGOGIA: CONDIÇÕES DE APRENDIZAGEM NA
EDUCAÇÃO INFANTIL

Documento Síntese submetido ao Centro


Universitário Anhanguera Pitágoras Ampli,
como parte dos requisitos para o
aproveitamento da disciplina Práticas
Pedagógicas em Pedagogia: Condições de
Aprendizagem na Educação Infantil do Curso
de Pedagogia.

PALMAS-TO
2024
5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6

1. QUAL É O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTITUIÇÃO SUBJETIVA DA


CRIANÇA PEQUENA? ......................................................................................... 7

1.1 AVALIAÇÃO DE MOMENTOS DE ALIMENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:


DESAFIOS E RESPOSABILIDADES DO PROFESSOR .................................... 10

2. O QUE UMA CRIANÇA APRENDE QUANDO BRINCA? ................................... 12

3. QUAL É O LIMITE DA ESCOLHA, DA EXPLORAÇÃO E DA AUTONOMIA DA


CRIANÇA NAS PROPOSTAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL? .............................. 17

4. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES PARA APRENDR NA EDUCAÇÃO INFANTIL? ... 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 23
6

INTRODUÇÃO

A fase inicial da educação é crucial no caminho educativo, estabelecendo as


bases fundamentais para o crescimento pleno das crianças. Dentro desse contexto,
as práticas educativas desempenham um papel central ao propiciar condições ideais
para uma aprendizagem significativa. O espaço educativo da fase inicial não se
resume apenas a uma estrutura física; é um ambiente dinâmico no qual as
interações, metodologias e abordagens educativas têm o poder de influenciar
profundamente o desenvolvimento infantil.
Este estudo tem como objetivo analisar as práticas pedagógicas do campo da
Pedagogia, com ênfase nas condições de aprendizagem na fase inicial. Será
investigado não apenas os métodos de ensino eficazes, mas também a importância
de criar ambientes estimulantes, adaptados às necessidades cognitivas, emocionais
e sociais das crianças nos seus primeiros anos de formação educativa.
Ao adentrarmos nessas práticas, nossa intenção é não somente compreender
os desafios e oportunidades encontrados na Educação Infantil, mas também
ressaltar a importância fundamental dos educadores no estabelecimento de bases
sólidas para o futuro desenvolvimento. Portanto, um cuidadoso foco nas condições
de aprendizagem se torna não apenas uma responsabilidade educativa, mas
também uma essencial contribuição para a realização plena do potencial das
crianças, preparando-as para uma jornada educacional significativa e bem-sucedida.
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1. QUAL É O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTITUIÇÃO SUBJETIVA DA


CRIANÇA PEQUENA?

Situação-problema
Em um ambiente rico de possibilidades de exploração, as crianças são
cuidadas e, ao mesmo tempo, aprendem muitas coisas. Elas avançam e se
desenvolvem rapidamente. Mas como avaliar se o ambiente é mesmo rico e se as
crianças estão de fato avançando?

Resolução da situação problema


No desenvolvimento da criança pequena, a função do professor é de suma
importância para a formação subjetiva, indo além do mero papel de repassar
conhecimento acadêmico. Durante a fase inicial da vida, em que a identidade,
valores e visão de mundo estão sendo moldados, o professor exerce um papel
versátil que tem impacto direto no desenvolvimento global.
Em um primeiro momento, o educador atua como um facilitador crucial no
processo de socialização da criança. Ao criar um ambiente seguro e enriquecedor, o
professor possibilita a interação da criança com seus pares, favorecendo o
desenvolvimento de habilidades sociais, empatia e compreensão das relações
interpessoais. Tais interações iniciais desempenham um papel fundamental na
construção das bases para as futuras interações sociais da criança.
Adicionalmente, o papel do educador é essencial na instigação da
curiosidade e exploração. Por meio de um ambiente enriquecedor em oportunidades
de aprendizagem, o professor motiva a criança a explorar, questionar e
experimentar, contribuindo assim para o desenvolvimento cognitivo e a ampliação de
seu conhecimento.
Na esfera emocional, o professor desempenha um papel fundamental no
estímulo do bem-estar emocional. Estabelecer um ambiente acolhedor, onde a
criança sinta-se à vontade para expressar suas emoções, é crucial para o
desenvolvimento emocional e o cultivo de relações positivas com os outros.
Estimular a autonomia e a autoestima é outra função fundamental do
professor na formação subjetiva da criança pequena. Ao proporcionar oportunidades
para que a criança tome decisões, resolva problemas e se expresse de forma
8

independente, o educador ajuda a fortalecer a autoestima e a confiança em suas


próprias habilidades.
Assim como Dewey, que defende a criança como protagonista do processo
de aprendizagem, a professora desempenha um papel crucial nesse contexto.
Montessori acredita que o professor deve possuir uma sólida base moral,
capacidade de autoanálise e estar livre de preconceitos que distorçam sua relação
com as crianças e impeçam de compreender sua verdadeira essência (Montessori,
1943).
Dessa forma, o papel do professor na formação da identidade subjetiva da
criança pequena vai além de apenas transmitir conhecimento, envolvendo também
uma responsabilidade significativa na construção da identidade, dos valores e das
habilidades essenciais para o futuro desenvolvimento.
Quando se avalia a qualidade de um ambiente de aprendizagem para
crianças, que incentiva a exploração e prioriza o cuidado, é necessário adotar uma
abordagem sensível e abrangente. É crucial considerar a variedade de estímulos
oferecidos ao observar o ambiente. Um ambiente enriquecido com oportunidades de
exploração deve possuir uma configuração física que estimule a curiosidade e a
independência. Diferentes espaços, como cantos de leitura, áreas para atividades
artísticas, cantos para brincadeiras simbólicas e espaços ao ar livre, fornecem
diversas oportunidades para que as crianças desenvolvam suas habilidades de
forma integrada.
A diversidade de materiais presentes denota a riqueza do ambiente, sendo
essencial para o desenvolvimento infantil. Brinquedos, livros, elementos naturais e
materiais artísticos devem ser disponibilizados, promovendo a expressão criativa e
estimulando diferentes áreas de crescimento das crianças.
É crucial que o ambiente seja flexível e adaptável para acompanhar as
mudanças nas necessidades e interesses das crianças. Ambientes dinâmicos
possuem a capacidade de se ajustar e oferecer um cenário propício para um
aprendizado significativo.
Além disso, a participação ativa das crianças é fundamental para um
ambiente enriquecedor. Quando elas têm liberdade de escolha, exploram de forma
independente e interagem colaborativamente, demonstram um envolvimento
genuíno, tornando o ambiente ainda mais estimulante.
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Ao analisar as interações, gestos e ações das crianças em variados


cenários, os professores conseguem não somente identificar o que estão
aprendendo, mas também compreender como estão aplicando esse conhecimento
em suas rotinas diárias.
Registrar o avanço individual de cada criança através de documentação
visual e notas estabelece uma base concreta para avaliação. Esses registros podem
englobar exemplos de trabalhos, fotografias e observações que demonstram o
progresso em diversos domínios, que vão desde habilidades motoras até
expressões artísticas e conquistas acadêmicas.
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1.1 AVALIAÇÃO DE MOMENTOS DE ALIMENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:


DESAFIOS E RESPOSABILIDADES DO PROFESSOR

Cuidar e educar – um exercício de observação


No momento de alimentar as crianças, é crucial reconhecer o papel do
professor e o processo de aprendizado delas. Observe e anote todas as ações tanto
das crianças quanto da professora. Em seguida, avalie: a proposta foi eficaz? Por
quê? O que as crianças estão aprendendo?
No vídeo "Desafios da prática docente", a organização de um momento de
alimentação pela professora Adriana para um grupo de crianças pequenas na
Educação Infantil representou um desafio que vai além de apenas oferecer
alimentos. A proposta foi benéfica, pois se mostrou eficaz diante das necessidades
específicas desse grupo etário, levando em consideração não somente a nutrição
física, mas também o desenvolvimento social, emocional e cognitivo."
A maneira como esse momento foi organizado foi apropriada, já que a
professora demonstrou cuidado em vários aspectos. Primeiramente, ela verificou se
todos estavam se alimentando e incentivou aqueles que não estavam interessados a
participar. Em seguida, ela prestou assistência constante àqueles que precisavam de
ajuda. Por fim, foi evidente o ambiente favorável e acolhedor no qual a refeição
ocorreu, permitindo a interação entre as crianças.
O papel desempenhado pela professora Adriana ultrapassou simplesmente
servir alimentos. Ela atuou como uma mediadora ativa, facilitando não apenas o
acesso à comida, mas também promovendo práticas saudáveis, bons modos à mesa
e estimulando a socialização entre os alunos. Durante esses momentos, conexões
importantes são estabelecidas, criando uma atmosfera positiva em relação à
alimentação.
Uma proposta de qualidade deve assegurar que as crianças não apenas
aprendam sobre a importância nutricional dos alimentos, mas também sobre práticas
alimentares saudáveis. Isso envolve conceitos como partilha, respeito pelos
alimentos e pelos colegas, além de promover a autonomia na hora das refeições. Ao
exemplificar esses comportamentos e oferecer orientações apropriadas, o professor
colabora para o estabelecimento de hábitos alimentares positivos desde a infância.
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O papel da escola é fundamental na formação dos hábitos de vida dos


estudantes e é responsável pelo conteúdo educativo global, inclusive do
ponto de vista nutricional, pois as consequências da alimentação
inadequada nesta idade podem caracterizar uma diminuição no
aproveitamento do aluno. (OCHSENHOFER, 2000 apud ALMEIDA, 2012, p.
22).

As crianças, por outro lado, estão descobrindo como valorizar a diversidade


de alimentos, entender a importância de uma dieta equilibrada e aprimorar suas
habilidades motoras finas ao se alimentar. O momento das refeições não se resume
apenas a satisfazer as necessidades físicas, mas também representa uma chance
de aprendizado social e cultural.
Para analisar a proposta de organização de um momento de refeição na
Educação Infantil, é necessário ter uma visão ampla, que ultrapasse o simples
conteúdo presente no prato. É evidente que o papel do professor é fundamental para
criar uma experiência alimentar positiva, ao oferecer um ambiente favorável para a
aprendizagem e incentivar práticas saudáveis que influenciarão os hábitos
alimentares das crianças ao longo de suas vidas.
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2. O QUE UMA CRIANÇA APRENDE QUANDO BRINCA?

Situação-problema
Na primeira infância, a seleção de recursos desempenha um papel crucial no
desenvolvimento educacional. Portanto, é essencial examinar, selecionar e organizar
esses materiais com propósito educativo, mesmo quando o objetivo é permitir a
brincadeira livre. Apesar da relevância de ter uma brinquedoteca na instituição, de
ter brinquedos disponíveis nas prateleiras da sala ou no parque, é importante
ressaltar que isso, por si só, não assegura a qualidade da atividade lúdica. A
verdadeira qualidade do brincar deve surgir das escolhas das crianças e, ao mesmo
tempo, estimular seu desenvolvimento e aprendizagem.
Na unidade proposta, a questão apresentada envolve a prática pedagógica
de escolher e planejar os recursos a serem disponibilizados nas atividades lúdicas. A
seguir, explore esse desafio de forma mais detalhada. Uma educadora de Educação
Infantil tem à sua disposição, na escola, uma relação de itens para criar um espaço
de brincadeiras para crianças de 2 a 4 anos, dentro da sala de aula. Essa lista
contém brinquedos, tecidos, caixas de papelão, materiais de escritório, galhos,
pedras e outros elementos naturais, entre outros.
Seu desafio é ajudar a professora a selecionar os materiais e organizar o
ambiente:
• Que critérios ela pode usar para isso?
• Os mesmos materiais e a mesma organização servem para todas as crianças
das faixas etárias que usarão o espaço?
Justifique suas escolhas considerando o papel da interação e da brincadeira no
desenvolvimento das crianças.

Resolução da situação-problema
Perante o desafio de selecionar e planejar os materiais para o espaço de
brincar das crianças de 2 a 4 anos, a professora de Educação Infantil pode adotar
critérios cuidadosos que levem em conta não apenas a variedade dos materiais, mas
também as características específicas do desenvolvimento infantil. É essencial que a
escolha e organização dos materiais criem um ambiente estimulante e enriquecedor,
favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento integral dos pequenos. A seguir,
são apresentados critérios que podem orientar suas decisões:
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1. Segurança:
Garantir a segurança das crianças é essencial. Os itens selecionados precisam ser
seguros, sem partes pequenas que possam causar engasgos, e livres de
substâncias prejudiciais. Verifique sempre a ausência de objetos afiados ou
pontiagudos.

2. Estímulo Sensorial:
Escolher materiais que promovam diferentes sensações sensoriais. Itens com
texturas diversas, tecidos suaves e componentes naturais como pedras e galhos
podem agregar valor às experiências sensoriais das crianças.

3. Versatilidade e Adaptabilidade:
Optar por materiais versáteis que permitam ser empregados de maneiras variadas.
Um exemplo são as caixas de papelão, que possibilitam a criação de diversas
estruturas, estimulando a criatividade e a adequação a diversos cenários de
recreação.

4. Desenvolvimento Motor:
Escolher brinquedos que promovam o desenvolvimento motor, abrangendo tanto
habilidades finas quanto grossas. Elementos como bolas de rolar, peças para
empilhar e objetos para encaixar são essenciais para desenvolver as capacidades
motoras dos pequenos.

5. Estímulo à Imaginação e Criatividade:


Escolher materiais que estimulem a imaginação e a criatividade é uma ótima opção.
Brinquedos que possibilitam criar histórias, desempenhar papéis e expressar
artisticamente ajudam no progresso cognitivo e emocional dos pequenos.

6. Inclusão e Diversidade:
Assegurar que os materiais selecionados sejam acessíveis a todas as crianças,
independentemente de suas habilidades específicas, é fundamental. Incorporar
recursos que considerem a diversidade cultural, étnica e de gênero presentes na
sala de aula é essencial. A escolha de materiais e recursos adequados para diversas
faixas etárias reconhece a variedade no desenvolvimento infantil. Materiais
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direcionados para cada faixa etária podem atender às necessidades individuais de


aprendizagem e crescimento. Todavia, ao permitir a interação lúdica entre crianças
de diferentes idades, estabelece-se um ambiente favorável para a construção de
relações sociais, a troca de conhecimentos entre colegas e o estímulo à empatia.

Brincar é uma das atividades fundamentais para o


desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde
muito cedo poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde,
representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva
sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas
capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a
imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização,
por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papéis
sociais. (LOPES, 2006, p.110)

Por exemplo, as crianças mais velhas podem atuar como mentores,


compartilhando conhecimentos e incentivando habilidades sociais, enquanto as mais
novas podem aproveitar os modelos e a orientação. A variedade de idades também
pode enriquecer as atividades lúdicas, oferecendo diversas visões e abordagens de
aprendizado.
Em ambientes culturalmente estruturados, como é o caso da creche e da
pré-escola, a criança interage ativamente com parceiros diversos em
diferentes atividades com seus objetos, tarefas e papéis. Nesta interação
ela vai construindo significações e formas cada vez mais complexas de
sentir e pensar. (Oliveira, 1996, p.143)

Portanto, embora a adaptação dos materiais para atender às necessidades


específicas de cada faixa etária seja essencial, a promoção da interação entre
diferentes grupos pode ser valiosa para o desenvolvimento social e emocional das
crianças, criando um ambiente inclusivo e enriquecedor.
• Com base no texto, explique o que significa colocar a criança no centro do
planejamento.
• Localize os critérios para a seleção dos materiais a serem oferecidos às
crianças.
Priorizar as necessidades, interesses, características individuais e estágios
de desenvolvimento da criança ao planejar na educação infantil significa colocá-la no
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centro das estratégias educacionais. Esta abordagem reconhece a criança como um


agente ativo na construção do conhecimento a partir de suas interações com o
ambiente. O intuito é oferecer um ambiente que favoreça a aprendizagem e o
desenvolvimento completo, respeitando a singularidade de cada criança. Centralizar
a criança no planejamento implica considerar suas vivências prévias ao criar
atividades e selecionar materiais conectados aos seus conhecimentos anteriores,
buscando manter uma continuidade na aprendizagem. É fundamental atender aos
interesses e curiosidades das crianças, adaptando o planejamento para incluir temas
e atividades que as cativem, estimulando sua motivação interna e envolvimento.

A criança, centro do planejamento curricular, é considerada um sujeito


histórico e de direitos. Ela se desenvolve nas interações, relações e práticas
cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e
crianças de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se
insere. A maneira como ela é alimentada, se dorme com barulho ou no
silêncio, se outras crianças ou adultos brincam com ela ou se fica mais
tempo quietinha, as entonações de voz e contatos corporais que ela
reconhece nas pessoas que a tratam, o tipo de roupa que ela usa, os
espaços mais abertos ou restritos em que costuma ficar, os objetos que
manipula, o modo como conversam com ela, etc. – são elementos da
história de seu desenvolvimento em uma cultura.(OIVEIRA, 2010, p.5)

A prática pedagógica na Educação Infantil é embasada por princípios


essenciais que visam não somente compartilhar saberes, mas principalmente criar
um ambiente educativo que respeite e valorize a individualidade de cada criança.
Assim, a flexibilidade e a capacidade de adaptação no planejamento surgem como
elementos cruciais para atender às necessidades dinâmicas e exclusivas de cada
pequeno aprendiz.
Na escolha dos materiais, vários critérios são minuciosamente avaliados. A
segurança é prioritária, garantindo que os materiais sejam seguros para manusear,
sem peças pequenas que possam representar perigos. O estímulo sensorial, por
meio de diversas texturas e cores vibrantes, contribui para o desenvolvimento
sensorial das crianças, enriquecendo suas vivências.
A capacidade de imaginar e criar, essencial para o crescimento cognitivo e
emocional, é promovida ao selecionar cuidadosamente materiais que estimulem a
inventividade na narração de histórias e na representação de personagens. Essa
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abordagem, focada na criança e considerando a flexibilidade, autonomia, expressão


e critérios específicos para a escolha dos recursos, busca estabelecer um ambiente
educacional enriquecedor, no qual cada criança é encarada como a protagonista de
sua própria jornada de aprendizagem. Assim, o planejamento pedagógico na
Educação Infantil se configura como uma ferramenta poderosa para fomentar o
desenvolvimento integral dos pequenos, preparando-os para um futuro repleto de
oportunidades e aprendizado constante.
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3. QUAL É O LIMITE DA ESCOLHA, DA EXPLORAÇÃO E DA AUTONOMIA DA


CRIANÇA NAS PROPOSTAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL?

Situação-problema
Numa creche, crianças de 3 a 5 anos convivem no mesmo agrupamento. O
professor dessa turma reconhece o desenho como uma importante atividade e quer
garanti-la.
Ele sabe que a proposta deve ser livre para acolher as ideias das crianças,
mas não deve resumir-se à espontaneidade delas. O educador quer que as crianças
tenham margem de escolha e desenhem com autonomia, mas não quer abrir mão
de sua responsabilidade de contribuir para o avanço da atividade de desenhar das
crianças.

A partir da situação-problema apresentada anteriormente:


Que tipo de atividades o professor pode propor?
Como organizar um bom ambiente para a atividade?

Resolução da situação-problema
O professor pode propor uma série de atividades que estimulem o
desenvolvimento da atividade de desenhar nas crianças de 3 a 5 anos, garantindo
uma abordagem que equilibre a liberdade de expressão com a orientação
pedagógica.

Tipos de Atividades:
• Exploração de Materiais: Proporcionar sessões de exploração de diferentes
materiais de desenho, como lápis, giz de cera, tintas e pincéis. Isso permite
que as crianças experimentem diversas texturas e técnicas.
• Desenhos Livres e Dirigidos: Alternar entre atividades de desenho
completamente livres e outras mais direcionadas, onde o professor pode
propor temas ou desafios específicos para a turma.
• Histórias Ilustradas: Integrar atividades de desenho a histórias contadas em
sala de aula, incentivando as crianças a ilustrarem visualmente a narrativa,
promovendo a associação entre linguagem oral e visual.
• Desenhos em Grupo: Organizar atividades de desenho em grupo, onde as
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crianças podem colaborar na criação de grandes painéis ou murais,


fomentando o trabalho conjunto e a expressão coletiva.
• Desenhos Observacionais: Introduzir atividades que envolvam observação
de objetos ou cenas, incentivando as crianças a representarem visualmente o
que veem, desenvolvendo habilidades de observação e representação.
• Espaço Designado: Designar uma área específica na sala para a atividade
de desenho, com mesas e cadeiras adequadas à altura das crianças,
garantindo um ambiente propício para a concentração e criatividade.
• Variedade de Materiais: Disponibilizar uma variedade de materiais de
desenho, certificando-se de que estejam acessíveis e organizados de maneira
que as crianças possam fazer suas escolhas de maneira independente.
• Espaço para Exposição: Criar um espaço de exposição onde os desenhos
das crianças possam ser exibidos, valorizando suas produções e incentivando
a apreciação mútua.
• Apoio Pedagógico: Estar disponível para orientar e apoiar as crianças
conforme necessário, proporcionando sugestões construtivas e encorajando o
desenvolvimento de suas habilidades de desenho.
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4. QUAIS SÃO AS CONDIÇÕES PARA APRENDR NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

Situação-problema
A Creche Coral atende às crianças desde o berçário, com 8 meses, até o
final da educação infantil, com 5 anos e 11 meses.
Ela está situada em uma região pobre da cidade onde não tem área verde
privilegiada. A árvore da calçada e o pequeno canteiro ajardinado, na entrada da
creche, são as únicas áreas verdes da instituição e é a grande atração das crianças
de todas as idades.
Diariamente, na chegada, as crianças passaram pelo canteiro e
contemplaram as folhas secas que caem no outono, os bichinhos, as flores que
nascem e murcham. As professoras observaram as crianças e, em reunião
pedagógica, trocaram suas impressões e concluíram que é preciso ampliar as
experiências das crianças no contato direto com a natureza.
As professoras querem desenvolver um trabalho voltado à investigação dos
fenômenos da natureza e às transformações dos materiais.
O que elas podem fazer para ajudar as crianças a avançar em suas
investigações?
Que condições precisam ser garantidas para que as crianças elaborem
hipóteses para explicar o que observam e se expressem nas diferentes linguagens?
Para resolver esse desafio, você deverá escolher uma faixa etária da
educação infantil e elaborar, em até três páginas, uma sequência de trabalho,
tomando por base objetivos para a idade escolhida.

RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

Sequência de Trabalho: Explorando a Natureza na Educação Infantil

Faixa Etária Escolhida: 4 e 5 anos

Objetivo geral:
Desenvolver a habilidade de observação das crianças em relação à natureza ao seu
redor, incentivando-as a registrar suas descobertas por meio de desenhos, pinturas
e registros escritos simples.
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Objetivos específicos:
• Investigar Transformações
• Estimular a Curiosidade Científica

Etapas da Sequência – Metodologia


1. Exploração Inicial: "Descobrindo Nosso Ambiente"
Passeios guiados ao canteiro ajardinado e à árvore da calçada para observar
detalhes como texturas, cores, o ciclo de vida das plantas e pequenos animais
presentes.

2. Registro das Observações: "Nosso Diário da Natureza"


Introdução de um diário da natureza individual para cada criança, onde registrarão
suas observações diárias por meio de desenhos, colagens e registros escritos (de
acordo com o nível de desenvolvimento).

3. Atividades Experimentais: "Mãos na Terra"


Introdução de atividades práticas, como plantio de sementes, observação do
crescimento de plantas em pequenos vasos e experimentos simples para explorar
conceitos como a absorção de água pelo solo.

4. Exploração Sensorial: "Descobrindo Texturas"


Atividades que estimulem o sentido do tato, como caixas sensoriais com diferentes
materiais naturais (terra, folhas, pedras) para que as crianças explorem e descrevam
suas sensações.

5. Rodas de Conversa e Compartilhamento: "Contando Nossas Descobertas"


Promover roda de conversa regular para que as crianças compartilhem suas
observações, façam perguntas e expressem suas hipóteses, incentivando a
comunicação oral.

6. Produção Artística: "Natureza em Cores"


Atividades artísticas inspiradas na natureza, como pinturas, modelagem com argila
ou colagens, para expressar criativamente as experiências vivenciadas.
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7. Encerramento: "Nossa Exposição da Natureza"


Preparação de uma exposição na própria creche, onde as crianças apresentarão
suas descobertas, registros e produções artísticas aos colegas, professores e
familiares.
Nesse sentido uma das condições fundamentais para o sucesso desse
projeto é a criação de um ambiente dedicado à exploração da natureza na sala de
aula. Esse espaço deve ser cuidadosamente planejado, com a inclusão de materiais
de observação, diários individuais para cada criança registrar suas descobertas e
elementos naturais para manipulação. Dessa forma, busca-se não apenas introduzir
a natureza no ambiente educacional, mas também estabelecer um local propício
para a imersão das crianças nas maravilhas do mundo natural. Outro elemento
crucial é a garantia de tempo diário para exploração livre do ambiente natural. Esse
tempo dedicado à exploração não apenas fomenta a curiosidade natural das
crianças, mas também fortalece sua conexão emocional com o ambiente ao seu
redor.
Desta forma se torna preciso cada vez mais efetivar a intervenção no âmbito
das práticas educativas em creches e pré-escolas. Distinguindo as práticas inúteis,
daquelas com verdadeira intencionalidade educacional, nas quais as crianças se
envolvam, aprendam, persistam e desenvolvam hábitos para aprender (Oliveira-
Formosinho, 2007: 30). Ainda reabilitar o brincar aos olhos de pais e educadores,
encarando-o como um direito e uma necessidade da criança.
Assim para potencializar o aprendizado, é essencial fornecer um apoio
pedagógico consistente durante as atividades. As professoras desempenharão um
papel ativo, orientando e estimulando as crianças por meio do diálogo, fazendo
perguntas abertas que incentivem a reflexão sobre as observações realizadas. Esse
apoio pedagógico não apenas enriquecerá as experiências, mas também promoverá
a construção de conhecimento de maneira significativa.
Contudo, a participação das famílias é um elo essencial nesse projeto. Ao
envolver as famílias, as professoras incentivam a continuidade das observações em
casa, promovem o compartilhamento de experiências entre o ambiente escolar e
doméstico, e enriquecem as atividades com materiais trazidos de casa pelas
próprias crianças. Essa parceria entre escola e família fortalece o aprendizado e
amplia as oportunidades para que as crianças explorem a natureza em diversos
contextos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao percorrer o caminho das práticas pedagógicas na Educação Infantil, é


impossível não se maravilhar com a complexidade e, ao mesmo tempo, com a
singularidade desse universo. A criação de condições de aprendizagem significativas
para as crianças nesse estágio inicial da jornada educacional exige não apenas
conhecimento técnico, mas um profundo entendimento do desenvolvimento infantil.
As reflexões sobre as práticas pedagógicas nesta fase da formação
educacional nos levam a considerar não apenas o conteúdo transmitido, mas
também o ambiente proporcionado.
Os fundamentos da pedagogia na Educação Infantil transcendem a mera
transmissão de conhecimento. Envolve criar um espaço seguro, estimulante e
afetivo, onde as crianças possam explorar, questionar, interagir e, acima de tudo,
construir as bases sólidas para seu desenvolvimento integral.
Nessa conclusão, olhamos para trás com gratidão pelas descobertas feitas e
para frente com a expectativa de novos horizontes a explorar. As práticas
pedagógicas na Educação Infantil são um campo fértil para inovação, criatividade e
comprometimento. Que cada educador e educadora, ao adentrar esse universo,
encontre inspiração para moldar não apenas a mente, mas também o coração
daqueles que estão confiados aos seus cuidados.
Assim, concluímos esta reflexão conscientes de que, ao criar condições de
aprendizagem na Educação Infantil, estamos não apenas formando indivíduos
capazes, mas semearmos sementes para um futuro onde o amor pelo aprendizado e
a curiosidade incessante são as bússolas que orientam a jornada educacional de
cada criança. Que, em cada sala de aula, a magia de aprender e crescer seja
cultivada e compartilhada, pois é ali, nos primeiros passos desse caminhar, que se
constrói o alicerce para um futuro promissor.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ana Lúcia. Educação e saúde: hábito alimentar de crianças


referentes á alimentação escolar. Monografia, 2012.

DE OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. A brincadeira e o desenvolvimento


infantil: implicações para a educação em creches e pré-escolas. Motrivivência, n. 9,
p. 136-146, 1996.

LOPES, Vanessa Gomes, Linguagem do Corpo e Movimento. Curitiba,


PR: FAEL, 2006.

Montessori, M. (1943). A criança. Lisboa: Portugália Editora.

DE OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. O currículo na Educação Infantil:


o que propõem as novas diretrizes nacionais?. 2010.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, J. Pedagogia(s) da infância: reconstruindo


uma praxis de participação. In: OLIVEIRA-FORMOSINHO, J.; KISHIMOTO, T.;
PINAZZA, M. (Org.). Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado,
construindo o futuro, São Paulo: Artmed, 2007. p. 13-36

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