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0329 - Fundamentos Teóricos e Metodológicos Da Alfabetização e Prática - 4º Semestre
0329 - Fundamentos Teóricos e Metodológicos Da Alfabetização e Prática - 4º Semestre
PEDAGOGIA
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Núcleo de Educação a Distância
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CDD 371.102
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qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
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PEDAGOGIA
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EMENTA:
A disciplina abordará a alfabetização como uma questão conceitual. O processo de
Alfabetização face às teorias de desenvolvimento, a abordagem histórica da
Alfabetização e do Letramento. A linguagem como sistema simbólico, representativo
das interações humanas e a função social da escrita numa sociedade letrada, bem
como a formação do professor alfabetizador numa perspectiva de letramento e a
articulação teoria e prática no processo de alfabetização.
OBJETIVO GERAL:
Promover condições para que o futuro pedagogo aproprie-se de conhecimentos e
desenvolva habilidades necessárias ao professor alfabetizar, comprometendo-se
com o desenvolvimento de todos os alunos, considerando suas diferenças culturais,
sociais e pessoais. Conhecer, analisar e saber utilizar instrumentos metodológicos
nas práticas escolares de alfabetização e letramento. Refletir sobre a prática à luz da
teoria estudada.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
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Bibliografia Básica
AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro. 8 ed.
São Paulo, Ática, 1995, 127p.
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em Processo. 13 ed. Trad. de Sara Cunha Lima
e Marisa do Nascimento Paro. São Paulo, Cortez, 2001.
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Bibliografia Complementar:
BRANDÃO, A.C,P; ROSA, E. C. S. Ler e Escrever na Educação Infantil. 2 ed.
Autêntica. Belo Horizonte, 2011.
CASTORINA, J.A; FERREIRO, E; LERNER, D; OLIVEIRA, M.K; Piaget – Vygotsky
– Novas Contribuições Para o Debate. Trad. de Cláudia Schilling. São Paulo,
Ática, 1995.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu. Scipione. São
Paulo, 2009.
Oliveira, Maria Cecília de. Alfabetização: Propostas e práticas pedagógicas. São
Paulo, ed.Contexto, 2012.
SOARES, Magda. Letramento Um Tema em Três Gêneros. 4ª ed. Autêntica. Belo
Horizonte, 2014, 128p.
METODOLOGIA
As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns,
atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo
programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites,
atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores.
AVALIAÇÃO
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte
teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos
específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações à distância e Presencial, de
acordo com a Portaria da Reitoria UNIMES 04/2014.
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Sumário
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21- Relato que alguém faz, muitas vezes na forma de obra literária, a partir de
acontecimentos históricos dos quais participou, ou foi testemunha, ou que estão
fundamentados em sua vida particular; memorial.
Preencha a tabela abaixo, cujo objetivo é fazer um levantamento de como cada um
se lembra de seu processo de alfabetização, para que posteriormente possamos
identificar a concepção de educação em que estava inserida a prática de
alfabetização que lhe foi aplicada.
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Tem sido um grande desafio para o homem o ato comunicativo. Veremos agora um
quadro, que foi baseado em Cagliari (1997, p.120), que caracteriza as três fases
distintas pelas quais a escrita passou. São elas: a pictórica, a ideográfica e a
alfabética. Nosso objetivo é apresentar um esquema que distingue cada fase e, ao
mesmo tempo, identifique a relação que as mesmas estabeleceram durante a
evolução da escrita.
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Para entendermos a alfabetização, tal como ela ocorre hoje, precisamos relacionar
as variáveis que a compõem e influenciam. A ação pedagógica está inserida em um
contexto social e econômico.
[...] O modelo escolar de alfabetização nasceu há pouco mais de
dois séculos, precisamente em 1789, na França, após a Revolução
Francesa. A partir de então,“crianças são transformadas em alunos,
aprender a escrever se sobrepõe a aprender a ler, ler agora se
aprende escrevendo – até esse período, ler era uma aprendizagem
distinta e anterior a escrever, compreendendo alguns anos de
instrução através do ensino individualizado”. É, então, no jogo
estabelecido pela Revolução entre a continuidade e a
descontinuidade do tempo, onde a ruptura vai sendo atropelada pela
tradição, que a alfabetização se torna o fundamento da escola
básica e da leitura/escrita, aprendizagem escolar. (BARBOSA, 1994)
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Como vimos na nossa aula anterior, historicamente, políticas públicas têm sido
implementadas com o objetivo de combater o analfabetismo. Recentemente, em
função da Lei Ordinária, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi
alterada, dispondo que o Ensino Fundamental passará a ter duração de nove anos,
ou seja, a matrícula passa a ser obrigatória a partir dos seis anos de idade. Como
toda mudança, a Lei foi recebida com divergência de opiniões. Alguns se
posicionaram de modo favorável e outros de modo contrário. Na aula de hoje
refletiremos sobre alguns pontos polêmicos relacionados a tal ação governamental.
A primeira questão a ser debatida se refere a um ponto de vista, ainda muito
difundido entre alguns educadores, de que a Educação Infantil é o lugar da
brincadeira e do afeto e o Ensino Fundamental é o lugar do estudo e do
conhecimento, ou seja, não é possível dedicar um tempo para brincadeira ou afeto.
Não é possível que compactuemos com tal visão de educação.Concordamos com o
que diz Sonia Kramer, quando afirma que: toda prática pedagógica deve ser
permeada, necessariamente, por conhecimentos e afetos, saberes e valores,
cuidado e atenção, seriedade e riso (KRAMER, 2003, p. 64). É preciso aceitar que o
brincar é da natureza não só da criança como do ser humano. É por meio da
brincadeira que nos constituímos seres humanos.
[...] Na realidade, tanto a dimensão científica quanto a dimensão
cultural e artística deveriam estar contempladas nas nossas práticas
junto às crianças, mas para isso é preciso que as rotinas, as grades
de horários, a organização dos conteúdos e das atividades abram
espaço para que possamos, junto com as crianças, brincar e produzir
cultura. (BORBA, 2006, p. 35)
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No caso do primeiro ano do ensino fundamental, a criança de seis anos, assim como
as de sete a dez anos de idade, precisa de uma proposta curricular que atenda às
suas características, às potencialidades especificas dessa infância, ou seja, o pleno
desenvolvimento em seus aspectos físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo,
com vistas a alcançar os objetivos do Ensino Fundamental em nove anos. Assim
sendo, esse ano ou essa série inicial deve compor um conjunto com os outros anos
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1LDB é sigla de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que é nossa maior
legislação educacional. Ela define e regulariza o sistema de educação brasileiro com
base nos princípios presentes na Constituição.
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Fônico
Enfatiza as relações símbolo-som. Há duas “correntes”. Na sintética, o aluno
conhece os sons representados pelas letras e combina esses sons para pronunciar
palavras. Na analítica, o aluno aprende primeiro uma série de palavras e depois
parte para a associação entre o som e as partes das palavras. Pode utilizar cartilhas.
Linguagem total (whole language)
Defende que os sistemas linguísticos estão interligados e que a segmentação em
imagens ou sons deve ser evitada. Os estudantes são apresentados a textos
inteiros, já que se acredita que “se aprende lendo”. Em sala de aula, o professor lê
textos para os alunos, que acompanham a leitura com o mesmo texto, assim se
“familiarizando” com a linguagem escrita. A partir dessa familiarização, vão
aprendendo palavras e, depois, as sílabas e as letras. Não utiliza cartilhas.
Orientação dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais)
Diagnóstico prévio do aluno antes de optar por qualquer método. Algumas crianças
entram na primeira série sabendo ler. O professor lê textos em voz alta,
acompanhado pelos alunos, que tem em mãos os mesmos textos. Os alunos são
estimulados a copiar textos com base em uma situação social pré-existente: por
exemplo, eles ouvem poesias e compõem, por cópia ou colagem, seus cadernos de
poemas favoritos. A leitura em voz alta por parte dos estudantes é substituída por
encenações de situações que foram lidas, desenhos que ilustram os trechos lidos
etc. As crianças aprendem a escrever em letra de forma; a consciência fônica é uma
consequência. Não utiliza cartilhas.
Algumas implicações
Apresentar os métodos, vai além de categorizá-los precisamos entender a qual
proposta cada um pertence. Muito se tem estudado acerca de como a criança
aprende – cada defensor do seu método encontra respostas diferentes.
O método de alfabetização empregado não pode ser renegado, quando pensamos
em como alfabetizar, ele demonstra que tipo de cidadão queremos formar; ao
escolher um método, o professor precisa estar consciente de que ser tradicional ou
inovador tem grandes consequências. Todo método alfabetiza, a pergunta
fundamental é: como? Que tipo de habilidades e competências são desenvolvidas
durante o processo e ainda como a atividade cognitiva é encarada. Algumas outras
questões também devem ser relevantes, tais como: que recursos durante a
alfabetização são utilizados, que tipo de estímulo é utilizado, como e se as crianças
interagem entre si, como os conhecimentos prévios das crianças são tratados; todos
estes e muitos outros fatores precisam ser questionados ao se escolher uma
metodologia da alfabetização.
À pergunta qual é o melhor método, deve ser acoplada à outra questão, qual método
proporciona um desenvolvimento alfabetizante mais pleno.
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[...] A questão dos métodos é tão importante (mas não a única, nem
a mais importante) quanto às muitas outras envolvidas nesse
processo multifacetado, que vem apresentando como seu maior
desafio: a busca de soluções para as dificuldades de nossas crianças
em aprender a ler e escrever e de nossos professores em ensiná-las.
E qualquer discussão sobre métodos de alfabetização que se queira,
rigorosa e responsável, portanto, não pode desconsiderar o fato de
que um método de ensino é apenas um dos aspectos de uma teoria
educacional relacionada com uma teoria do conhecimento e comum
ao projeto político e social. (MORTATTI, p.15-16)
Estamos finalizando mais uma aula e, como muitas questões permanecem, ao longo
do curso iremos clarear outros pontos, preparando-o para a apropriação não só de
uma metodologia, mas de uma visão de homem, educação e sociedade, tornando
sua prática uma atuação dialógica.
Para saber mais:
Acesse nosso ambiente virtual de aprendizagem e leia os textos selecionados para
sua reflexão.
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Como pudemos perceber nas aulas anteriores, há décadas que se buscam métodos
e práticas adequadas ao aprendizado da leitura e da escrita. De presença marcante
e emblemática até hoje, encontramos as cartilhas, que serão tema de discussão
nessa aula.
Segundo Cagliari (1988), as cartilhas surgiram muito antes das aulas de
alfabetização nas escolas; antigamente, elas serviam de subsídio para as pessoas
aprenderem a ler e a escrever em casa. Eram elaboradas com grupos de letras que
a escrita usava para representar os diferentes padrões silábicos correspondentes à
fala. Com o surgimento das aulas de alfabetização, elas foram se modificando. No
caso brasileiro, a história das cartilhas remete-nos ao inicio do século XIX. Em 1808,
não havia qualquer publicação nacional, nesse período utilizavam-se as cartilhas
portuguesas. O primeiro exemplar nacional surgiu em 1870. Em nenhum momento
histórico tivemos um modelo de cartilha adotado pelo país todo
Mas o que é uma cartilha? Entendemos que toda cartilha caracteriza-se como um
tipo particular de livro didático que determina o método a ser adotado, bem como a
matéria a ser ensinada. No decorrer de nossa história da alfabetização, delegava-se
ao método as causas do fracasso no processo de alfabetizar; assim, as cartilhas
modificaram-se buscando adequar-se ao método em vigor em cada época. A
alfabetização passa a ser definida a partir de diferentes métodos e estratégias.
Exemplo
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Então, qual é a saída? Em primeiro lugar, destacamos que a escrita precisa ser
trabalhada de uma forma cheia de significados, a criança precisa atribuir sentido ao
que está sendo escrito. A perspectiva interacionista, ainda de acordo com
Schilickmann (2001):
preocupa-se com os processos de produção de sentido tornando-os
sempre situados em contextos sócio-historicamente marcados por
atividades de negociação ou por processos inferenciais. Se o
professor compreender isso, também vai estar ressignificando sua
prática, trabalhando com o processo de alfabetização. É um
processo pedagógico que vai orientar as crianças através do
encantamento, da imaginação criativa, da fantasia, do prazer, numa
relação dialógica, levando-as a descobrir esse mundo maravilhoso
da escrita e dos livros.
Como professores, devemos ter consciência das mudanças que ocorrem com o
passar dos tempos, de suas consequências em relação aos conhecimentos teóricos
e da aplicação prática das novas teorias. As pesquisas realizadas por Emilia
Ferreiro, doutora em Psicologia, ressaltam a importância de compreendermos o
processo de alfabetização como um processo cognitivo. Suas pesquisas sobre a
Psicogênese da Alfabetização deflagram um esforço coletivo na busca de novos
caminhos, ela desloca a discussão do método para a investigação de “como se
ensina” e “como se aprende”. Deixo aqui um ponto de interrogação pois esse é um
tema que aprofundaremos em aulas futuras.
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De acordo com.Piaget:
[...] Quando a criança usa os saberes e as possibilidades que já tem para tentar
superar um desafio ou enfrentar um problema, ela está realizando o que ele chama
de assimilação do objeto. Dizendo de outra maneira, no processo de assimilação, o
sujeito procura conhecer o objeto, trazendo-o para dentro de seus referenciais e
usando competências que já possui, ainda que sejam insuficientes para responder
ou “dar conta” da situação nova.
Por outro lado, quando o sujeito se modifica em função do movimento assimilador,
tendo em vista superar o desafio que o novo objeto traz, tem lugar o que se
denomina acomodação. Portanto, a assimilação é o movimento de buscar incorporar
o objeto novo às estruturas de conhecimento (ações, competências mentais) que o
sujeito já tem. A acomodação é a mudança nessas estruturas decorrente da
tentativa de assimilar o novo. Para Piaget, a soma dos processos de assimilação
(incorporação dos objetos ao eu) e acomodação (transformações do eu em função
dos objetos) denomina-se adaptação.
A relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração.
Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o
sujeito e a sua realidade. Os objetos apresentam um problema ou desafio para o
sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o
objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio. Na verdade, a estabilização
nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando
novos objetos, novos desafios. (LOPES, 2005, p.14)
Qual a relação destes conceitos com a alfabetização?
A primeira lição que temos de aprender com Piaget é que a criança precisa estar em
interação com a língua (objeto), desta forma o professor deve trazer elementos reais
para a sua sala, a língua falada e escrita, sem precisar relativizar como as cartilhas
propõem.
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Outro elemento é sempre criar situações em que a criança coloque em jogo o que
sabe; se só fizermos perguntas que as crianças já sabem responder não as
desequilibraremos, portanto não iremos ajudá-las a avançar em seu processo de
aquisição da escrita. Por conseguinte, a relação pedagógica tem que ser permeada
constantemente por desafios, situações problemas que façam a criança sair da
condição estável e ir a busca de novas acomodações. Esta é uma tarefa que exige
do professor grande grau de conhecimento de como está a criança. Escolher as
melhores situações problemas constitui a árdua tarefa diária do professor em
transformar as aulas em verdadeiras oportunidades de construção do conhecimento.
A teoria piagetiana foi aprofundada por outros teóricos, como é o caso de Emilia
Ferreiro e Ana Teberosky, que elaboraram a Psicogênese da Língua Escrita,
assunto que abordaremos em uma próxima aula.
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Notamos que os teóricos tiveram diferentes pontos de vista, não são totalmente
discordantes, os quais para o professor constituem visões complementares que
podem auxiliar a entender o desenvolvimento das crianças. Wallon traz como
apêndice de sua teoria a questão da afetividade.
Antes de continuar, leia sua biografia em sites sobre o tema pela Internet.
Wallon afirma que o ser humano é organicamente social. Para ele, todas as fases da
vida humana são marcadas pelo entrelaçamento entre a afetividade, a cognição e a
motricidade. Afeto, movimento e inteligência estão sempre em jogo na vida humana,
em três períodos fundamentais:
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Wallon nos chama a atenção para a importância da qualidade das relações desde o
princípio da vida, para a formação integral do indivíduo. Ela traz as emoções para a
discussão do desenvolvimento do indivíduo. Mas o que isso tem a ver com
alfabetização? Imagine um professor que deseje alfabetizar seus alunos, mas não
acredita no poder das emoções.
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[...] Assim, pensamos que a construção de uma escola mais alegre e feliz pressupõe
tratar cada aluno e aluna como outro-concreto, considerando suas necessidades
afetivas e proporcionando-lhes momentos felizes e prazerosos no cotidiano escolar.
Entendemos que é preciso promover, definitivamente, no cenário da educação, a
integração entre aprendizagem e felicidade. (ARANTES, 2003, p 127).
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Iniciaremos com esta aula uma seqüência que tratará das hipóteses de escrita.
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Essa trajetória pelo qual toda criança passa foi descrita por Ferreiro e Teberosky
como: período pré- silábico, período silábico e período silábico alfabético/ alfabético.
Para melhor compreender o período pré- silábico, precisamos nos apropriar primeiro
de alguns novos paradigmas, porque sem abrir mão de velhos conceitos, o
entendimento da psicogênese fica comprometido. Talvez este seja um dos fatores
que faz com que alguns professores não consigam entender a plenitude da
proposta, é condição sine qua non crer nos fatores citados abaixo:
A criança, mesmo antes de ser alfabetizada tem alguns conhecimentos da língua
escrita:
1- As tentativas das crianças são processos cognitivos e devem ser tratadas com a
devida importância;
2- Temos de ter um olhar para entender o que a criança já sabe e não somente o
que falta.
Em um primeiro momento, o período pré- silábico é caracterizado como aquele em
que a criança não diferencia formas de letras, ela tenta imitar uma escrita que vê os
adultos praticando, mas ainda não faz a relação entre o que escrevemos e o que
falamos, ou seja, para ela, as letras não são representações gráficas da pauta
sonora. A característica marcante desta fase é a de que a criança não estabelece
nenhuma relação entre a escrita e a pauta sonora.
Assim sendo, num primeiro momento a criança utiliza desenhos, rabiscos, grafemas
ou qualquer sinal para representar o objeto, não relacionando o desenho à escrita.
Veja alguns exemplos:
Grafismo primitivo
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silábico). A passagem de uma fase para outra é resultado de uma longa trajetória
para a criança. É um profundo processo de reflexão.
O grande nó é descobrir que a escrita representa a fala. Não adianta contar quantas
vezes abre a boca, é preciso analisar graficamente. A criança fica silábica quando
responde à pergunta número 2, que para cada parte do falado há uma
representação gráfica. E isso ocorre lendo, escrevendo e recebendo intervenção.
Nossas aulas sobre este tema continuam. Na próxima aula abordaremos as
características do período silábico.
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Ao produzir tal tipo de escrita, a criança entrará em conflito. Esses conflitos irão
desestabilizando a hipótese anterior até que a criança tenha “coragem” de elaborar
uma nova hipótese.
Segundo Ferreiro (2001, p.27):
[...] O período silábico-alfabético marca a transição entre os
esquemas prévios em via de serem abandonados e os esquemas
futuros em vias de serem construídos. Quando a criança descobre
que a sílaba não pode ser considerada como uma unidade, mas que
ela é, por sua vez, reanalisável em elementos menores, ingressa no
último passo da compreensão do sistema socialmente estabelecido.
E a partir daí descobre novos problemas.
A hipótese silábica alfabética marca essa transição entre os esquemas prévios
em vias de serem abandonados e os esquemas futuros em vias de serem
construídos. É quando a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada
como unidade, pois ela é “reanalisável” em elementos menores. A partir de então ela
passa a ter novos conflitos: pelo lado quantitativo, se não basta uma letra por sílaba,
também não pode estabelecer nenhuma regularidade duplicando a quantidade de
letras por sílabas (já que existem sílabas com duas, três ou mais letras); pelo lado
quantitativo, enfrentará os problemas ortográficos (a identidade do som não garante
a identidade de letras, nem a identidade de letras a de som).
Neste estágio do desenvolvimento da escrita, coexistem as formas de fazer
corresponder os sons às formas silábicas e alfabéticas, que induzem a criança a
uma escolha de letras de forma ortográfica ou fonética. A hipótese anterior não
serve mais e ela começa a acrescentar letras.
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Passados alguns dias, a criança já não consegue ler o que escreveu, exceto se tiver
memorizado.
Em relação à segunda justificativa, a criança, quando vai ler algo escrito por um
adulto, não consegue, pois lhe sobram muitas letras. É esse conflito que faz com
que a criança perceba que sua hipótese não dá conta das palavras. Essa
contradição é fonte de reflexão, quando a criança se inquieta com o que já sabe
sobre a escrita das palavras. Neste momento, a criança pode, ao perceber que deve
acrescentar mais letras, confundir o professor que, se estiver menos atento, imagina
que a criança regrediu. Ao ler e perceber que faltam letras, a criança começa a
acrescentar mais.
A criança sai em busca de algo mais plausível. Esta passagem não é aleatória, a
criança precisa ser desafiada a pensar, a ler o que escreveu. É função do professor
tirá-la da posição estável.
A mudança qualitativa que caracteriza o período alfabético, segundo Ferreiro:
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Este é o momento que todo professor espera, é como se depois de uma longa
jornada, ele e seu aluno completassem uma etapa, é uma sensação de que quase
se chegou lá. O maior erro que podemos cometer em relação a este momento é
achar que ele é a conclusão da alfabetização; o aluno ao conquistar esta etapa, só
está iniciando uma descoberta para vida toda. Há várias conquistas a serem
buscadas. O aluno conquista o direito pleno de poder se expressar plenamente
através da língua escrita formal. Entretanto, sabemos que essa é uma competência
que não tem fim com a escolarização.
Uma das primeiras conquistas refere-se à segmentação do texto: ora os alunos
emendam palavras, ora eles dividem palavras em duas ou três. Isto ocorre por
muitas vezes porque o aluno, neste momento, está tão preocupado com a
fonetização da palavra que foca sua atenção nesta relação. Retomando: o aluno
nesta fase precisa ser trabalhado em relação à segmentação e à ortografia das
palavras e, também, em relação à produção formal de textos.
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A produção de textos é uma atividade elaborada que vai exigir muito esforço do
aluno e do professor em criar situações que privilegiem a função social da produção
de texto. De acordo com Grossi (1990. p 39):
[...] Falamos de produção de textos e não de cópia, que são duas
atividades muito diferentes, obviamente. A produção de textos é uma
atividade expressiva e criativa que envolve reflexão constante. Esta
reflexão é elemento importantíssimo para a verdadeira alfabetização
de alguém. A grande interferência da expressão pessoal e da
criatividade na produção de textos interessa muito para a eficácia
destas atividades didáticas. As produções de textos ou frases, no
ensino tradicional, costumam ser incrivelmente pobres, na medida
em que não é permitido aos alunos escrever com erros ortográficos
ou com erros de construção de frases, bem como de pontuação.Para
prevenir estes erros, só resta o recurso de escrever frases curtas,
com palavras de ortografia conhecida e com uma estrutura frasal
muito simples. Com isto, se restringe enormemente a expressão
criativa e se evita o que há de muito rico na aprendizagem que é a
reflexão lógica. Esta é necessária, entre todas as ações inteligentes,
para decidir como se escrevem palavras cuja escrita não está
memorizada.
O mesmo raciocínio vale para a leitura, seria um erro com uma visão reducionista do
processo de ensino-aprendizagem trazer textos “pobres” para a leitura. Outro tema é
posto: a pontuação, competência que a criança alfabética precisa se apropriar. A
criança precisa de uma abordagem completa da alfabetização, que permita acessos
aos mais diferentes tipos de textos, nesta direção a intencionalidade pedagógica do
professor é de fundamental importância. Segue uma sequência de ideias para qual o
professor precisa estar atento.
Boas intervenções
Intervenção: atuação explícita do professor
Situações onde o professor:
Propõe desafios;
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Os alunos precisam por em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo
em torno do qual o professor organizou a tarefa;
Os alunos têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se
propõem a produzir;
Concluímos as aulas sobre as hipóteses de escrita e que cada uma das fases tem
sua importância. É preciso que se escreva e leia muito em sala de aula, e que a
produção da criança seja valorizada, independentemente da fase de escrita em que
ela se encontra.
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forma sintética de sua elaboração está bastante clara e nos dá boas dicas. Incluímos
o mesmo na íntegra - Anexo1.
Creio ser importante lembrarmos que quando sugerimos a adoção de uma atividade
de sondagem, estamos nos referindo a uma pesquisa ou investigação rápida, ou
seja, nada de transformar a sondagem em atividade cotidiana, dispendendo grande
tempo e esforço com a mesma e deixando de lado atividades que levem a criança a
confrontar suas hipóteses rumo à identificação das regras do nosso sistema de
escrita. E, principalmente, não fazer do diagnóstico um instrumento classificatório,
vazio, sem significado, utilizado somente para rotular os alunos. A alfabetização é
um processo dinâmico e o diagnóstico é uma ação pedagógica para ajudar aos
alunos a avançarem.
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[...] Diz- se que Thomas Edison fez mais de mil experimentos para
chegar ao bem-sucedido na descoberta da lâmpada incandescente.
Conta seu anedotário biográfico que, após muitos experimentos
malsucedidos, um seu colaborador quis desistir do empreendimento
e Edison teria comentado: “Por que desistir agora, se já sabemos
muitos modos de como não fazer uma lâmpada? Estamos mais
próximos de saber como fazer uma lâmpada”. Os insucessos foram,
assim, servindo de trampolim para o sucesso de sua busca.
(LUCKESI, 1988, p. 133)
Na aula passada, estudamos como podemos detectar o que sabe o aluno com
relação à escrita, o que nos ajuda a afastar uma ideia muito em voga que associa o
erro a uma característica negativa do processo ensino-aprendizagem.
Quando se fala da aprendizagem da língua escrita, todas as metodologias
costumam tratá-la como algo a ser imediatamente corrigido, pois temem que o aluno
fixe o erro; desconsideram que o erro revela a etapa do desenvolvimento em que a
criança se encontra. A metodologia de ensino tradicional desconsidera os
conhecimentos prévios dos alunos e parte sempre do que ela trata como fácil para o
difícil, do desconhecido para o conhecido, penaliza-se o erro, pois supõe que só se
aprende a ler e a escrever exercitando tais habilidades da forma correta, portanto é
melhor não ler nem escrever enquanto o aluno não estiver preparado para evitar o
erro. Nesta concepção, priva-se o aluno do contato com materiais socialmente
distribuídos, oferecendo em seu lugar textos escolarizados, previamente elaborados
dentro da concepção descrita.
Quando, a partir da década de 1980, iniciou-se a difusão das ideias baseadas no
construtivismo, criou-se um mito de que, a partir desse momento, não havia mais
necessidade de correção, pregava-se erroneamente que quando a criança estivesse
“madura” aprenderia. Ora, sem intervenções e estímulos adequados delega-se
qualquer um ao fracasso. Compreender e entender o erro são pré-requisitos
fundamentais para que possamos cumprir nossa função de professor. Aprofundar a
reflexão sobre o erro no processo de alfabetização será o objetivo central de nossa
aula de hoje. Os teóricos do desenvolvimento, através de suas pesquisas, buscaram
dar respostas ao tratamento metodológico mais adequado à resolução dessa
questão. Falaremos um pouco do que pensam Piaget e Vygotsky sobre esse
assunto.
Baseados nos estudos de Jean Piaget, percebemos que existe um tipo de erro que
os teóricos chamam de construtivo, ou seja, o erro nessa concepção não é encarado
como absoluto, ao contrário, o erro construtivo é inteligente, mostra os caminhos da
atividade cognitiva, que hipóteses o aluno vem construindo, que generalizações vem
fazendo e a que conclusões está chegando. Pensar a alfabetização nessa
concepção significa pensar nas crianças como sujeitos que aprendem de forma
integral, unindo conceito e informação; agindo dessa forma, o aluno aprende
utilizando sua capacidade de adaptação no ambiente da língua escrita.
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Kaufman (1988) define esse tipo de erro como sistemático ou construtivo, ou seja,
momentos necessários pelos quais as crianças passam e necessitam fazê-los para
poder chegar a outras organizações mais evoluídas. A principal hipótese é que o
erro construtivo não se evita, porém se aceita seu aparecimento, e não sanciona,
mas se trabalha na sua superação. Exemplifica esta autora:
[...] estes “erros” podem cumprir um rol ativo na aprendizagem. De
fato, uma criança comete um erro pode, por fato, tomar consciência
de certas contradições que lhe permitirão (ou talvez obrigarão) a
revisar a hipótese com a qual está trabalhando. Assim, consideramos
de crucial importância deixar as crianças escreverem da forma que
sabem, pois acreditamos que são suas próprias escritas as que, em
muitas ocasiões, podem provocar desassossego e necessidade de
superá-las (recordamos ao leitor aquelas situações de conflito por
contradição, por exemplo, entre a hipótese silábica e a hipótese de
quantidade mínima ao escrever um monossílabo), ou então quando
uma criança, que trabalha de maneira silábica usando letras com
valor sonoro convencional, quer escrever “maçã” ou “Pepe” e o
resultado é “AA” ou “PP”, ambas escritas inaceitáveis pela hipótese
de variedade etc. (KAUFFMAN, 1998, p.48-49)
Os erros construtivos permitem ao professor observar o percurso intelectual do
aluno. A partir do momento em que discutimos os erros com nossos alunos,
permitimos que ele também acompanhe seu próprio desenvolvimento. No caso da
alfabetização, por exemplo, o erro construtivo indica a hipótese de escrita de uma
criança; lembre-se do momento em que ela supõe que a palavra “formiguinha” deve
ser menor que a palavra “leão”? Este é um tipo de erro que solicita necessariamente
uma intervenção do professor. Cabe ao professor transformar o erro em problema,
de forma que o aluno possa examinar sua concepção sobre o assunto e tenha
condição de revê-la.
Ampliando essa discussão, encontramos nas pesquisas de Vygotsky, uma forte
relação entre o processo de desenvolvimento e de aprendizagem e a relação com o
ambiente sociocultural, que não se desenvolve plenamente sem a ação e
interferência do outro. Para melhor clarear esse processo, Vygotsky denominou o
que chamou de “zona de desenvolvimento proximal”, que pode ser definida como a
situação entre aquilo que o aluno já sabe e consegue realizar sozinho e o que pode
ser desenvolvido com ajuda. Este conceito, já explicitado na aula 8 da unidade I, traz
como consequência para o processo de alfabetização a importância do processo
interativo, a compreensão de que o aluno não aprende sozinho, mas na interação
com outros parceiros mais experientes – professor, pais e colegas. Dessa forma,
amplia o conceito de erro construtivo o que possibilita adotarmos como boa a
situação de aprendizagem em que as pessoas podem interagir coletivamente,
permitindo a circulação de informações. Aqui, a “superação” do erro se dará através
da organização de atividades de ensino e aprendizagem, privilegiando a cooperação
entre professor e aluno, aluno e aluno, os questionamentos e as controvérsias
conceituais, e influenciando o processo de construção de significado e o sentido que
os alunos atribuem aos conteúdos escolares. O diálogo, neste contexto, não estará
reduzido à simples troca de ideias e nem tampouco as transferências de
conhecimento, mas à reflexão e à ação que possibilitam a construção de novos
conhecimentos.
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Propor projetos em que todos possam ensinar o que sabem: por exemplo, uma
oficina de construção de pipas;
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Um destes espaços é a roda de conversa. Ela pode ocorrer com um tema livre ou
dirigido, no qual a professora ou outra criança traga o tema para a discussão, a
riqueza deste momento traz para a sala de aula outro fator fundamental para o
desenvolvimento, a capacidade de escuta. As crianças aprendem a conviver com
diferentes ritmos e a exercitar a compreensão. Para tornar a roda de conversa uma
experiência criativa, o professor deve abusar de vários recursos, seja analisar uma
obra de arte, ouvir uma música e comentar as sensações que ela transmite, ou
ainda utilizar um recurso multimídia, como o filme, por exemplo. Vale tudo para
estimular a capacidade de comunicação, de ampliação de vocabulário. Aspectos
como a narrativa, a argumentação, a descrição, a conversação farão toda a
diferença na qualidade de um texto escrito, mas ao mesmo tempo estes fatores
precisam ser trabalhados na linguagem oral.
Outro elemento que traz à tona a questão da oralidade é o recurso das histórias em
quadrinhos.
Histórias em quadrinhos são enredos narrados quadro a quadro por
meio de desenhos e textos que utilizam o discurso direto,
característico da língua falada. [...] As estratégias de organização de
um texto falado são utilizadas na construção da história em
quadrinhos, que possui em seu texto escrito, características próximas
a uma conversação face a face, além de apresentar elementos
visuais complementadores à compreensão, tornando este estudo
bastante prazeroso, pois a leitura de uma HQ causa no leitor um
determinado fascínio devido à combinação de todos esses
elementos.
Elyssa Soares Marinho em http://www.filologia.org.
br/viiicnlf/anais/caderno12-11.html
No site da Turma da Mônica há várias “tirinhas” do personagem Chico Bento, este
personagem traz em sua fala as marcas da oralidade e constitui um lúdico exercício
para os alunos identificarem em quê a fala do Chico Bento é diferente ou parecida
com a deles.
De acordo com PCN de Língua Portuguesa:
Não é papel da escola ensinar o aluno a falar: Isso é algo que a
criança aprende muito antes da idade escolar. Talvez por isso, a
escola não tenha tomado para si a tarefa de ensinar quaisquer usos
e formas da língua oral. Quando o fez, foi de maneira inadequada:
tentou corrigir a fala “errada” dos alunos — por não ser coincidente
com a variedade lingüística de prestígio social —, com a esperança
de evitar que escrevessem errado. Reforçou assim o preconceito
contra aqueles que falam diferente da variedade prestigiada.
O intuito da atividade proposta nega a questão do preconceito, muito pelo contrário,
quer trazer para a sala de aula a reflexão do uso da linguagem informal.
Apropriar-se da linguagem e saber se comportar em diferentes situações dá para o
aluno o direito de conquistar espaços sociais e políticos. O aluno não se identifica
com a passividade e torna-se capaz de fazer mudanças.
Ainda no PCN de Língua Portuguesa, página 33.
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também é possível que peça a outras pessoas para recontar uma história. Assim
estará servindo de modelo para as crianças.
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Resumo_ Unidade I
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Com esta aula iniciaremos um ciclo de aulas voltadas à prática pedagógica em sala
de aula. Nosso tema inicial será o nome próprio.
Desde muito cedo o nome próprio torna-se um som estimulante para o ouvido e um
símbolo fácil de decifrar. Geralmente o nome próprio é o primeiro tema de interesse
de escrita e leitura da criança. Talvez, a primeira escrita com significado feita por
nossos alunos. Quando chega à escola, geralmente a criança sente-se como “mais
uma”, ela é mais um aluno na sala, na fila, na merenda, no parque etc. O que é
particular e único para essa criança? Creio que a resposta a essa questão seja o
seu nome. Na escola, seu nome torna-se especialmente marcante, pois ele serve
para identificá-la na chamada, para ser chamada por seu professor e colegas, para
marcar seu material e objetos pessoais. Mas o que isso tem a ver com a proposta
pedagógica e até mesmo com o processo de alfabetização?
Os estudos de Ferreiro (1991), Teberosky (2001), Curto (2000) e outros
pesquisadores, indicam que o mesmo é um excelente recurso porque o nome
próprio elimina qualquer ambiguidade na interpretação, uma vez que se refere a um
único “objeto” e os pesquisadores detectaram que ele tem algumas características
definidas que são: possuir uma forma fixa que a criança reconhece e reproduz e aos
poucos possibilita à criança a conquista de uma interpretação também estável. Essa
estabilidade irá subsidiar a escrita de outras palavras e as relações com o próprio
nome, resultando numa construção individual.
Diferentemente da leitura de rótulos, a interpretação do nome próprio não
depende do contexto. Quer dizer: não recebe interpretação diferente
porque acompanha desenhos diferentes. Mesmo que a leitura do nome
possa ser global – isto é, que nem todas as letras cheguem a ser
interpretadas em correspondência com as partes do nome – o nome é
estável. Nessa situação a criança atribui às letras que sobram o valor de
sobrenome, mas não atribui nomes de outras pessoas nem substantivos.
(Programa Escola que Vale, acesso em 20 de outubro de 2006).
O conhecimento do seu nome garante à criança a possibilidade de elaborações
internas que muito colaboram rumo à construção de seu conhecimento sobre a
escrita. A partir da escrita do seu nome a criança estabelece muitas relações entre o
nome e as demais palavras que encontra.
Segundo Russo (2002), a estabilidade e a significação são elementos
importantíssimos na alfabetização, mas não suficientes por não atenderem a todas
as hipóteses levantadas pela criança como ela imagina.
O processo de reelaboração a partir do conhecimento adquirido, por exemplo,
através da escrita do nome, é o que chamamos de conflito cognitivo. O conflito
cognitivo ocorre quando a presença de um objeto não assimilável força o sujeito a
modificar seus esquemas assimilativos. E é esse processo que alavanca a criança
rumo a hipóteses mais avançadas. A partir do conhecimento da escrita do seu nome
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a criança passa a se interessar pela escrita de outros nomes, como os da sua mãe,
seu pai, seus irmãos, avós e colegas.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
[...] Saber escrever o próprio nome é um valioso conhecimento que
fornece às crianças um repertório básico de letras que lhes servirá de
fonte de informação para produzir outras escritas. É importante realizar
um trabalho intencional que leve ao reconhecimento e reprodução do
próprio nome para que elas se apropriem progressivamente da sua
escrita convencional. (RCNI, 1998, p. 147, v.3)
Quais reflexões esse conhecimento propicia? De acordo com Barros (2001), o
conhecimento do nome próprio é uma oportunidade privilegiada de reflexão sobre o
funcionamento da língua, pelas seguintes razões:
• tanto do ponto de vista linguístico como do gráfico, o nome próprio
é um modelo estável;
• o nome próprio é um nome que se refere a um único objeto, com o
que se elimina, para a criança, a ambiguidade na interpretação;
• o nome próprio tem valor de verdade porque se reporta a uma
existência, a um saber compartilhado por ambos, emissor e
receptor;
• do ponto de vista da função, fica claro que identificar objetos ou
indivíduos com nomes faz parte dos intercâmbios sociais da nossa
cultura;
• do ponto de vista da estrutura daquilo que está escrito, a pauta
linguística e o referente coincidem.
Além disso, ainda segundo Barros (2001), a escrita de nomes próprios é uma boa
oportunidade de trabalhar com modelos de escrita, esse tipo de modelos oferece
várias informações às crianças, como, por exemplo, garantir oportunidade de refletir
sobre:
• a forma e o valor sonoro convencional das letras;
• a quantidade de letras necessária para escrever os nomes;
• a variedade, a posição e a ordem das letras em uma escrita
convencional;
• a realidade convencional da escrita, o que serve de referência
para checar as próprias hipóteses.
O desenvolvimento do trabalho com nomes próprios pode e deve ocorrer através do
desenvolvimento de inúmeras atividades. Seu uso é indicado especialmente no
início do processo de alfabetização, podendo ocorrer diariamente através de uma
diversidade de atividades sobre o tema.
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Trabalho em grupo: Que tal montar um rol de atividades com nome próprio?
Sugiro após levantamento e pesquisas que organizem o material da seguinte
forma: Atividades como nomes próprios que...
•propiciam a reflexão sobre a escrita;
•propiciam o uso dos nomes como modelos para outras escritas;
•envolvam a identificação e a organização.
Para saber mais: O site da Revista Nova Escola é uma ótima opção para conhecer
mais sobre o tema. Pesquise!
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É mais eficaz montarmos duplas com hipóteses de escrita mais próximas, pois
quando eles têm níveis de conhecimentos muito distantes, geralmente a criança
que sabe mais realiza a atividade e o que sabe menos somente observa, tendo
atuação quase nula.
Alunos com hipótese de escrita pré-silábica e silábica sem valor sonoro não
devem ser agrupados entre si. Como ambos ainda não estabeleceram relação
entre oral e a escrita, o ideal é que sejam agrupados com silábicos com valor
sonoro, pois estes já usam letras correspondentes às usadas nas partes escritas.
Para o silábico sem valor sonoro: trabalhar com um aluno que faz uso do valor
sonoro convencional permite pensar a respeito de quais letras utilizarem.
Para o silábico com valor sonoro: possibilita utilizar seu conhecimento sobre o
valor sonoro convencional das letras e explicitar esse seu conhecimento a um
parceiro, o que também o faz aprender.
Alunos com hipótese de escrita silábica com valor sonoro podem ser agrupados
entre si ou com alunos com hipótese de escrita silábica alfabética.
Para os alunos silábicos com valor sonoro: ainda não apresenta dúvida da
validade da hipótese silábica, portanto, a interação com alunos que utilizam
critérios de análise diferentes dos seus, pode ser produtiva para que
progressivamente comece a considerar outras possibilidades. Com relação ao
agrupamento entre si: quando as letras utilizadas para representar a escrita
forem diferentes, criará um conflito em que a convicção da hipótese de ambos
com relação à letra a ser utilizada propiciará reflexões que os forçarão a negociar
o uso de uma única letra, ou ampliarão suas reflexões admitindo a possibilidade
de representar um segmento sonoro com mais de uma letra (nesse caso estarão
rumando para hipótese silábico-alfabéti-ca). Quando unirmos crianças nessa
mesma fase é importante garantirmos que os alunos não compartilhem da
mesma hipótese, por exemplo, ambos utilizarem as vogais na representação
escrita de “AEO” para “CAMELO”.
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Alunos com hipótese alfabética podem ser agrupados entre si ou com alunos na
hipótese silábico-alfabética.
Vantagens desse tipo de agrupamento:
Para os alunos alfabéticos: como é comum que alunos com essa hipótese
escrevam não observando as convenções ortográficas de escrita e/ou
observando algumas convenções ortográficas de escrita, esse agrupamento
ajudará as crianças a refletirem sobre as convenções ortográficas; aqui caberá a
cada membro da dupla explicitar o conhecimento já adquirido sobre essas
convenções.
Para os alunos silábicos alfabéticos: como esses alunos ora escrevem utilizando
uma letra para cada sílaba, ora escrevem utilizando mais letras, a parceria com
aluno alfabético o auxiliará a ampliar sua hipótese aproximando-se da etapa
seguinte.
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Utilizar o conhecimento sobre valor sonoro (para os alunos que já possuem esse
conhecimento) ou trabalhar com alunos que já fazem uso do valor sonoro
(quando não tiver esse conhecimento);
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Lidamos com meninos e meninas que carregarão para o resto de suas vidas nossos
ensinamentos;certamente nossas atitudes servirão de modelo durante muito tempo.
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Resumo_ Unidade II
Referências Bibliográficas
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O tema de nossa aula nos remete a uma retomada dos assuntos tratados durante o
início desta 2ª.Unidade. Iniciamos nossa discussão pela importância de diagnosticar,
identificar o que os alunos já sabem para podermos ajudá-los a avançar. Refletimos
sobre a questão do erro e como transformar o mesmo em ferramenta de
aprendizagem, numa concepção que procura entender como a criança está
pensando, nesse contexto, erros são partes do processo.
Seguimos discutindo sobre letramento e a importância de termos um conceito aberto
sobre alfabetização e o quanto está ligado a decisões coletivas sobre a importância
da língua enquanto instrumento de transformação social. Partimos para a reflexão
sobre a oralidade, e como articular situações em que as conquistas na alfabetização
perpassam pela oralidade, portanto a relevância do trabalho efetivo e sistemático
sobre a oralidade.
Estudamos os textos (nome próprio, listas, textos memorizados) que no início da
alfabetização ajudam a criança a refletir sobre o código, sem tirá-la de seu contexto
social, obviamente. Na continuidade analisamos a diversidade de textos e como eles
podem estar presentes na sala de aula. Passamos pela fundamental discussão
sobre o planejamento e sua finalidade norteadora das atividades propostas.
Seguimos estudando sobre a rotina e sua função estruturadora no processo de
alfabetização. Finalmente chegamos a nossa ultima aula deste módulo que, em sua
essência, é uma junção de todas as outras, pois todos esses fatores compõem o
que chamamos de ambiente alfabetizador.
De acordo com PCN da Língua Portuguesa, caracteriza-se como ambiente
alfabetizador:
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O texto acima é típico de uma criança com hipótese alfabética de escrita, Marcelo já
compreendeu o que a escrita representa, o que ele ainda não sabe é que não existe
uma equivalência perfeita entre fonema e grafema.
Dentro de uma metodologia tradicional de trabalho, o professor ficaria “de cabelos
em pé”, de posse de sua caneta vermelha riscaria todo o texto e adotaria, em suas
aulas, ditados, cópias de infindáveis listas de repetição da escrita das palavras
grafadas da forma não convencional. De acordo com Morais (2000a e 2000b) esses
procedimentos citados pouco ajudam o aluno a avançar: os ditados, por reforçar a
estrutura fonética e não a ortografia, e as cópias por serem feitas mecanicamente
pelos alunos.
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Você já parou para pensar por que um texto é pontuado? Já pensou se existe uma
única forma de pontuar um texto ou se esse mesmo texto pode ser pontuado de
várias formas?
Para a maioria de nós, no nosso período de escolarização, a pontuação foi
apresentada como conjunto de sinais auxiliares para a leitura em voz alta.
Provavelmente fomos informados com algo parecido como: “o ponto serve para
descansar, a vírgula para darmos uma “respiradinha”, a exclamação e a
interrogação servem para indicar a entonação”.
[...] Muito provavelmente essa concepção do papel da pontuação
tem origem numa tradição de muitos séculos atrás, vinda da
Antiguidade, quando os livros eram copiados à mão e a única
leitura que se conhecia era a leitura em voz alta. Nesse tempo, era
o leitor quem fazia marcas no texto para guiar a leitura: ele
estudava esse texto exaustivamente, pois precisava estabelecer o
sentido para poder recitá-lo, como um ator. (WEIZ, 2001, s.p.)
Hoje, as práticas sociais de leitura são outras: não copiamos mais livros à mão,
temos à nossa disposição uma enorme quantidade de material impresso, os
avanços gráficos e tecnológicos são parte de nossa realidade – fruto destes
avanços, a pontuação passou a ser compreendida como responsável pela instrução
e orientação ao leitor. Essas instruções e orientações ocorrem através da divisão do
texto em unidades de processamento de leitura, ou seja, indicando ao leitor o que
deve ser lido junto e o que deve ser considerado separadamente. Dito de outra
forma: compreende-se o uso da pontuação como parte de uma atividade de
textualização, o seu uso só faz sentido dentro do texto, combatendo a ideia de que a
função da mesma é indicar pausas na leitura em voz alta ou no fato de que o que se
pontua são as frases.
De acordo com os PCN de Língua Portuguesa (1997, p.59):
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[...] O texto não é uma soma de frases, é um fluxo contínuo que precisa
ser dividido em partesfrase que podem ou não conter partes também —
os apostos, por exemplo. Frases que se agrupam tipograficamente em
parágrafos. A pontuação aparece sempre em posições que indicam
fronteiras sintático-semânticas. Aliás, é principalmente para isso que ela
serve: para separar.
Aprender a pontuar é aprender a partir e a reagrupar o fluxo do texto de
forma a indicar ao leitor os sentidos propostos pelo autor, obtendo assim
efeitos estilísticos. O escritor indica as separações (pontuando) e sua
natureza (escolhendo o sinal) e com isso estabelece formas de
articulação entre as partes que afetam diretamente as possibilidades de
sentido.
A única regra obrigatória da pontuação é a que diz onde não se pode
pontuar: entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e seu complemento.
Tudo o mais são possibilidades. Por isso — ao contrário da ortografia —
na pontuação a fronteira entre o certo e o errado nem sempre é bem
definida. Há, quase sempre, mais de uma possibilidade de pontuar um
texto, a ponto de alguns gramáticos apresentarem-na como “a arte de
dividir, por meio de sinais gráficos, as partes do discurso que não têm
entre si ligação íntima, e de mostrar do modo mais claro as relações que
existem entre essas partes”.
Que avaliação você faria de um texto pontuado dessa forma?
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3 . Nas atividades de reescrita, a pontuação deve ser abordada como parte dos
2
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Leitura complementar: mais uma vez sugiro o site da Revista Nova Escola. Entre e
procure o texto Pontuar? Depende do gênero, do leitor- de Paola Gentili.
___
1 Esta atividade foi extraída da coletânea de textos do modulo 3 do Programa de Formação de
Professores Alfabetizadores
___
2
Idem atividade anterior.
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Certa vez, ao ler a introdução de um livro de Kaufman (1995, p.4), deparei-me com a
seguinte afirmação: “O respeito pelo trabalho intelectual das crianças não pode
conduzir ao abandono: não informar ou não corrigir quando necessário implica
deixar o aluno entregue às suas próprias forças”.
Lembrei-me desta citação quando parei para refletir sobre a importância do trabalho
com revisão de textos, isso porque, muitas vezes, o tratamento dado pela escola a
esta questão vem acompanhado de uma visão equivocada de desrespeito intelectual
– quando simplesmente destacamos o erro e solicitamos sua correção, ou quando
em nome de um suposto respeito às hipóteses infantis, deixamos de propiciar um
ensino intencional relegando o “acerto” a uma suposta “maturação” intelectual – que
provavelmente não virá se a criança não tiver oportunidade de refletir.
Também equivocada é a prática habitual de se esperar a criança adquirir o domínio
das habilidades de leitura e escrita para só, a partir daí, poder usufruir das
possibilidades de ter sua produção textual considerada como objeto de estudo.
[...] Chama- se revisão de texto o conjunto de procedimentos por meio
dos quais um texto é trabalhado até o ponto em que se decide que está,
para o momento, suficientemente bem escrito. Pressupõe a existência de
rascunhos sobre os quais se trabalha, produzindo alterações que afetam
tanto o conteúdo como a forma do texto. (BRASIL, 1997, p.80)
O trabalho com revisão textual não pressupõe, necessariamente, que o aluno esteja
alfabetizado, desde o início é possível fornecermos oportunidades de reflexão sobre
o texto. De que forma ele pode ocorrer:
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Vários teóricos afirmam que a criança aprende a ler antes de escrever, que leitura e
escrita são duas competências diferentes e igualmente importantes. Até pouco
tempo atrás, o olhar do professor estava voltado somente para a aprendizagem da
escrita, como se a aprendizagem da escrita habilitasse a leitura. É um mito. A
aprendizagem da leitura deve ter seu destaque.
Iniciamos fazendo a pergunta: o que é ler? Josette Jolibert nos responde essa
pergunta e afirma que:
[...] Ler é atribuir diretamente um sentido a algo escrito. Diretamente, isto
é, sem passar pelo intermédio:
- nem da decifração (nem letra por letra, sílaba por sílaba ou palavra por
palavra);
- nem da oralização (nem sequer um grupo respiratório por grupo
respiratório)
Ler é questionar algo escrito como tal a partir de uma experiência real
(necessidade de prazer) numa verdadeira situação de vida.
Ler é ler escritos reais, que vão desde um nome de rua numa placa até
um livro, passando por um cartaz, uma embalagem, um jornal, um
planfleto etc.; no momento em que se precisa realmente deles numa
determinada situação de vida, “para valer” como dizem as crianças. É
lendo de verdade, desde o inicio, que alguém se torna leitor e não
aprendendo primeiro a ler. (JOLIBERT, 1994. p 15.)
De acordo com a definição de Jolibert, ler vai além da decodificação do código
escrito. Ler é atribuir significado. A questão que se coloca é porque então os alunos
fracassam em relação à leitura? Qual o papel do professor nesse processo? Como
reverter o quadro?
[...] Para aprender a ler, portanto, é preciso interagir com a diversidade de
textos escritos, testemunhar a utilização que os já leitores fazem deles e
participar de atos de leitura de fato; é preciso negociar o conhecimento
que já se tem e o que é apresentado pelo texto, o que está atrás e diante
dos olhos, recebendo incentivo e ajuda de leitores experientes.
A leitura, como prática social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler é
resposta a um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não
se lê só para aprender a ler, não se lê de uma única forma, não se
decodifica palavra por palavra, não se responde a perguntas de
verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz
desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. Isso não
significa que na escola não se possa eventualmente responder a
perguntas sobre a leitura, de vez em quando desenhar o que o texto lido
sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma prática
constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades
escolares. (PCN de Língua Portuguesa,1997, p 37 e 38.)
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Dispor, nos ciclos iniciais, de um acervo de classe com livros e outros materiais
de leitura;
Possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras. Fora da escola, o autor, a obra
ou o gênero são decisões do leitor. Tanto quanto for possível, é necessário que
isso se preserve na escola;
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Possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola. Bons textos podem ter
o poder de provocar momentos de leitura junto com outras pessoas da casa —
principalmente quando se trata de histórias tradicionais já conhecidas;
Na escola, uma prática de leitura intensa é necessária por muitas razões. Ela pode:
“Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina
a ler e a escrever.” (PCN de Língua Portuguesa,1997, p. 38, 39 e 42.)
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Termos cidadãos que leiam, entendam o mundo em que vivem não é muito
interessante para as classes dominantes, a injustiça baseia-se na diferença de
oportunidades. É escolha do professor em sua sala de aula, em seu âmbito muito
pequeno decidir se fará resistência à injustiça, à indiferença ao fracasso, ou se irá
compactuar com o caos em que vivemos. O trabalho com leitura fará toda a
diferença nesta escolha.
Creio não estar errado em afirmar que, ao nível das intenções, todos nós
desejamos formar leitores questionadores, capazes de se situar
conscientemente no contexto social e, ao mesmo tempo, capazes de
acionar processos de leitura, praticados e aprendidos na escola, no
sentido de participar da conquista de uma convivência social mais feliz e
menos injusta para todos. Em princípio, então, queremos educar e
promover um tipo de leitor que não se adapte ou se ajuste inocentemente
à realidade que está aí, mas que, pelas práticas de leitura, participe
ativamente da transformação social. (SILVA,1988, p 2).
Envolver o aluno na aula de leitura é fundamental; ele tem de ver o sentido,
encantar-se com o momento, cada aula de leitura deve ser uma deliciosa aventura
planejada pelo professor para que o aluno seja um leitor que leia a palavra e o
mundo, como diria o incrível Paulo Freire.
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Você já parou para refletir sobre o que uma criança que ainda não aprendeu a ler
pensa sobre leitura? Lembra-se das aulas em que discutíamos as hipóteses de
escrita das crianças que ainda não aprenderam a escrever? Há alguns anos atrás
não passaria em nossas cabeças que as crianças formulam hipóteses sobre leitura e
escrita muito antes de aprenderem a ler e a escrever convencionalmente. O foco de
nossos estudos de hoje são as idéias que as crianças têm sobre o que está ou não
grafado em um texto e o que se pode ou não ler nele.
Se não concebemos uma criança como alguém que inicia seu processo de leitura
quando chega à escola, e a encaramos como alguém que muito antes de chegar à
escola busca interpretar os diversos textos a que tem acesso como livros,
embalagens comerciais, cartazes de rua, estórias em quadrinhos, anúncios de
televisão etc, reconhecemos que ela elabora processos de compreensão de leitura
muito antes de saber ler convencionalmente.
O processo de leitura pode ser caracterizado como um processo onde o leitor, na
busca de significados, recorre a fontes de informações visuais e não-visuais:
[...] A informação visual foi caracterizada principalmente como
informação gráfica disponível (as próprias letras, seus agrupamentos,
a disposição espacial do material gráfico, os sinais de pontuação
etc.) A informação não-visual foi caracterizada sobretudo como
conhecimento da língua que o leitor possui, assim como o
conhecimento dos temas envolvidos. Porém, tanto a informação
visual quanto a não-visual têm sido encaradas a partir da perspectiva
do leitor adulto; investigações minuciosas são necessárias a fim de
saber qual é a informação visual que uma criança pode processar
antes de ser um leitor (no sentido convencional do termo) e qual é a
informação não-visual que essa mesma criança está em condições
de utilizar. (FERREIRO, 1998, p.69/70)
De acordo com os estudos de Ferreiro e Teberosky (1999), os processos de leitura
em jogo seguem uma progressão genética que poderia ser descrita da seguinte
forma:
1) Desenho e escrita estão indiferenciados.
O texto é inteiramente “predizível” a partir da imagem. A escrita representa os
mesmos elementos que o desenho. Desenho e texto constituem uma unidade
indissociável. (FERREIRO e TEBEROSKY, 1999, p.81)
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Dando sequência às aulas sobre leitura, discutiremos nesta aula um tema que em
um primeiro momento pode parecer contraditório - a Leitura informal que os alunos
realizam.
Nossos alunos já estão inseridos em um mundo letrado. A todo o momento recebem
referência de leitura. É uma relação construída no uso social da leitura. Os alunos
andam pelas ruas, veem placas, consomem produtos que têm marcas, vão ao
supermercado; portanto, há muitas vivências que envolvem a leitura não formal.
A escola, enquanto espaço formal de realização da aprendizagem da leitura tem de
incorporar a diversidade de propostas de contato com a leitura. É um trabalho
sistemático, contínuo e planejado, diferente do contato que a criança tem
informalmente. A intencionalidade do professor e seus objetivos vão diferenciar as
atividades propostas. De acordo com o PCN de Língua Portuguesa:
[...]Nas atividades de “leitura” o aluno precisa analisar todos os
indicadores disponíveis para descobrir o significado do escrito e
poder realizar a “leitura” de duas formas:
— pelo ajuste da “leitura” do texto, que conhece de cor, aos segmentos escritos; e
— pela combinação de estratégias de antecipação (a partir de informações obtidas
no contexto, por meio de pistas) com índices providos pelo próprio texto, em
especial os relacionados à correspondência fonográfica.
Mas não é qualquer texto que, além de permitir este tipo de “leitura”,
garante que o esforço de atribuir significado às partes escritas coloque
problemas que ajudem o aluno a refletir e a aprender. No primeiro caso,
os textos mais adequados são as quadrinhas, parlendas e canções que,
em geral, se sabe de cor; e, no segundo, as embalagens comerciais, os
anúncios, os folhetos de propaganda e demais portadores de texto que
possibilitem suposições de sentido a partir do conteúdo, da imagem ou
foto, do conhecimento da marca ou do logotipo, isto é, de qualquer
elemento do texto ou do seu entorno que permita ao aluno imaginar o que
poderia estar aí escrito. (PCN de Língua Portuguesa, p. 51.)
Para a aprendizagem da leitura, os textos sugeridos pelo PNC auxiliam a criança a
perceber e entender a estrutura da língua, mas um trabalho efetivo em relação à
leitura exige uma gama de outros textos que desenvolvam o gosto pela leitura.
Complementando essa ideia, temos o Referencial Curricular Nacional para a
Educação Infantil sobre Conhecimento de Mundo, que propõe:
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Levante os conhecimentos que eles têm sobre o assunto (Você já ouviu falar
nesse autor ou nesse personagem?) e peça a eles que antecipem o que o texto
trará (O que você acha que vai acontecer agora? Como ele vai
reagir?) – antecipação;
Estimule-os a relacionar esses conhecimentos com o que o texto traz, a
compreender o que não está explícito no texto, a ler nas entrelinhas (Por que
vocês acham que ele disse isso?, O que será que levou o fulano a agir assim?, O
que o autor quis dizer com...?) – inferência;
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personagem tal...?, Essa gíria ficou bem, aqui?, Por quê? O que você faria no
lugar de fulano?, O que responderia?) – crítica;
Abra espaço para que todos possam manifestar seus sentimentos, emoções,
preferências, seja em relação a situações presentes na narrativa, seja no que diz
respeito às escolhas feitas pelo autor (Como você se sentiu quando aconteceu
tal coisa?, Vocês prefeririam que o autor tivesse continuado a história, em vez de
parar aqui?) – manifestação de emoções.
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Prazer de ler: poucos leem livros espontaneamente, as poucas leituras feitas são
as exigidas pela escola;
As escolas não possuem bibliotecas e/ou seu acervo literário é pobre e pequeno.
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fornecer uma lista de bibliografia de livros adequados a serem lidos para as crianças
bem como algumas informações de como eles poderiam incentivar a leitura de forma
lúdica.
Além de sensibilizar os pais sobre a importância da leitura é possível que
busquemos parceria nas bibliotecas públicas próximas de nossas escolas. Esse
contato reforça a importância das bibliotecas como instrumento de mediação e
preservação da cultura da leitura e incentiva os alunos a procurarem esse local em
busca de material. É sabido por todos nós que o hábito de leitura em voz alta é raro
em muitas residências. Escolas de educação infantil e também de ensino
fundamental, muitas vezes, dedicam pouco tempo a esse tipo de leitura. É
necessário que incentivemos pais e professores a despertarem nas crianças essa
habilidade. As crianças devem ter acesso a livros e histórias, de forma a despertar o
interesse contínuo por outros livros e histórias. Se na escola é lido para elas, elas
irão querer que se leia também em casa, ou vice-versa. Muitas vezes um lado
delega essa responsabilidade ao outro e as crianças podem ser prejudicadas.
Uma ideia bastante difundida em outros países é a de demonstrarmos aos pais e/ou
voluntários, como um livro deve ser lido, quais livros são adequados a quais idades,
como devem ser formados grupos de ouvintes de acordo com a idade, como se
consegue uma atmosfera convidativa à leitura etc. Depois dessas orientações, eles
são convidados a serem padrinhos da leitura e, como padrinhos, terão
responsabilidade de, em suas casas, lerem para um grupo de crianças e/ou para as
crianças da escola. Muitas vezes, após essas leituras são desenvolvidas atividades
de pintura e trabalhos manuais, incentivando as crianças a se fantasiarem como os
personagens e a contarem suas próprias histórias.
Dentro das escolas é possível que organizemos momentos de multiplicadores no
incentivo à leitura. O princípio é: de estudante para estudante! Nesse caso podemos
desenvolver ações em que as crianças tenham oportunidade de relatar para seus
colegas leituras feitas por ela. O objetivo principal de ações como as acima descritas
é mostrar que no fomento à leitura não se trata de privilegiar uma mídia em
detrimento da outra, mas de favorecer às crianças acesso a uma bibliografia
adequada com diferentes suportes.
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O PCN aponta a necessidade de que o aluno possa ter acesso pleno ao mundo da
literatura e de saber recorrer aos textos, seja por uma necessidade acadêmica ou
simples interesse literário. Ainda no PCN de Língua Portuguesa, temos:
[...] A questão do ensino da literatura ou da leitura literária envolve,
portanto, esse exercício de reconhecimento das singularidades e das
propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita.
Com isso, é possível afastar uma série de equívocos que costumam
estar presentes na escola em relação aos textos literários, ou seja,
tratá-los como expedientes para servir ao ensino das boas maneiras,
dos hábitos de higiene, dos deveres do cidadão, dos tópicos
gramaticais, das receitas desgastadas do “prazer do texto” etc.
Postos de forma descontextualizada, tais procedimentos pouco ou
nada contribuem para a formação de leitores capazes de reconhecer
as sutilezas, as particularidades, os sentidos, a extensão e a
profundidade das construções literárias.( PCN de Língua Portuguesa,
p. 25).
Didatizar a literatura tem sido um grande erro, o professor pede que os alunos leiam
livros e depois façam provas escritas do mesmo, introjetando no aluno a idéia de
que ler é para fazer prova, alienando o aluno da capacidade de compreender o
verdadeiro valor da literatura. Quanto mais cedo a criança tiver acesso à literatura,
mais chance de ser um leitor ávido, ela terá. Isso indica que os textos literários
devem estar presentes desde a Educação Infantil. A qualidade dos textos neste
ponto é de suma importância.
[...] As estórias alimentam o imaginário infantil, ajudando a criança a
entender a vida e a melhor vivê-la. Dessa forma, pode-se delimitar,
segundo Góes (1996), que a primeira função da Literatura Infantil e
Juvenil é a de experenciar ações, reações e emoções através do
ficcional. O leitor pode, por exemplo, experenciar a morte ou o medo
por meio da narrativa e, quando esse sentimento vier à tona (na vida
real), ele terá mais equilíbrio e agirá de forma racional, pois já
vivenciou esta emoção no mundo imaginário. O ficcional prepara
para a vida real. Este é um dos motivos pelos quais se deve cultivar
a leitura de estórias para e pelas crianças, seja na sala de aula ou na
sala de leitura pelo professor, seja em casa pelos pais. A boa
literatura encanta e enriquece o espírito das crianças, elas se
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Cortella, no trecho acima, nos fala na prática de técnicas que são adequadas à
predominância da ideologia dominante; cada vez que um professor age na direção
do fracasso escolar contribui para que a injustiça se perpetue.
O trabalho contextualizado, questionador, efetivo contribui para a transformação. O
trabalho com projetos é uma das alternativas.
Em outra aula tratamos da forma de gerenciar o tempo na rotina escolar. Com
projetos, os alunos estão como sujeitos no processo de ensino– aprendizagem, ou
seja, são protagonistas das etapas do trabalho, existe um aprofundamento das
relações entre os alunos, na medida em que estão em conjunto na tentativa de
resolverem uma situação-problema; o professor não é o detentor de todas as
respostas, portanto aprende com seus alunos; o caráter do projeto tem de ter
relevância social, ou seja, ter uma funcionalidade que rompa as barreiras da escola.
O site http://www.salaglobal.hpg.ig.com.br/ traz algumas características do trabalho
com projetos. Siga o link e veja que interessante!
Os alunos, na execução de um projeto, devem estar profundamente envolvidos. A
primeira etapa de um projeto deve ser sempre a apresentação, consulta e
levantamento de conhecimentos prévios dos alunos. A situação proposta deve
representar um desafio para os alunos, fazendo com que coloquem tudo o que
sabem em jogo.
Vamos agora ver um exemplo de projeto retirado do Programa de Professores
Alfabetizadores (PROFA).
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Um projeto deste tipo coloca os alunos em situação de pesquisa, tendo contato com
a poesia, um olhar de seleção da informação, fazendo com que avancem em termos
de conhecimento do gênero e do código escrito. O processo se deu em parceria:
alunos, professor, bibliotecária e os próprios destinatários do produto final.
Desta forma, ler em voz alta foi um objetivo cumprido, não de forma tradicional e
tediosa, mas de forma desafiadora e estimulante
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Aos seis anos de idade, quando uma criança ingressa no primeiro ano do Ensino
Fundamental, ela traz consigo vasta experiência com a oralidade, isto é, ela já
domina a fala e pode ser considerada como um falante nativo, com domínio da
língua (no nosso caso a Língua Portuguesa).
Como a língua portuguesa, como qualquer outra língua, é dinâmica e está sempre
em evolução, pode ocorrer que nossos alunos apresentem uma forma de falar
“diferente”. Ao longo do tempo e nos diferentes grupos sociais pode ocorrer um
conjunto de “falares diferentes” ou dialetos, todos muito semelhantes entre si, porém
cada qual apresentando suas peculiaridades com relação a alguns aspectos
linguísticos.
[...]Todas as variedades, do ponto de vista da estrutura linguística,
são perfeitas e completas em si. O que as diferencia são os valores
sociais que seus membros têm na sociedade. Desse modo, um
baiano falará como baiano, não como gaúcho, uma pessoa de classe
social alta não falará como uma de classe baixa, e assim por diante.
Os modos diferentes de falar acontecem porque as línguas se
transformam ao longo do tempo, assumindo peculiaridades
características de grupo sociais diferentes, e os indivíduos aprendem
a língua ou dialeto da comunidade em que vivem. (CAGLIARI, 1997,
p.81)
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A situação acima descrita foi proposta por Rocha a um grupo de professores que
foram questionados sobre qual postura adotariam e podemos destacar de sua
análise, como exemplo positivo de respeito, fugindo da dicotomia certo-errado, a fala
de uma docente que declarou que esclareceria para o aluno que não se trata de
saber falar ou não, mas apresentaria a forma escrita para que ele percebesse como
seria. Isto sugere uma concepção segundo a qual a escrita é tomada como “a
língua”, a referência normativa à qual as formas de pronunciar deveriam se
submeter.
Uma forma intencional de se propor reflexões sobre a variação linguística é quando
o professor leva, para dentro da sala de aula, diversos textos que circulam na
sociedade e propõe aos alunos atividades de reflexão como as que a partem de
textos de diferentes tipo e gênero, fazendo como exercício a transposição de um
nível para outro, de um gênero para o outro, atentando-se para os efeitos de sentido
e pertinência, ou não, do nível de língua usado pode provocar, observando que é o
contexto que convoca este ou aquele tipo e gênero de texto, bem como o nível de
língua mais apropriado.
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Nessa terceira unidade estudamos a natureza dos erros ortográficos nas produções
infantis, assim, buscamos compreender como as crianças aprendem as normas
ortográficas e quais são as situações didáticas adequadas ao trabalho com esse
conteúdo. Com relação às normas ortográficas, vimos que se trata de um
conhecimento constituído histórica e socialmente. A partir dessa nova compreensão,
distinta da forma como a maioria de nós foi alfabetizada, verificamos como esse
conhecimento incide diretamente nos procedimentos de pontuar como parte da
atividade de textualização e seu papel de organizar o texto em unidades de sentido.
Também tivemos oportunidade de examinar os processos envolvidos no ato de ler:
como se dá o processo e leitura e quais são as estratégias utilizadas pelo leitor;
verificamos que ao lermos temos muitas hipóteses a respeito do conteúdo do texto e
que elas são construídas em grande medida, a partir do nosso conhecimento prévio
sobre o assunto tratado, bem como de nossa familiaridade com o gênero do texto;
percebemos que os procedimentos envolvidos na leitura são construídos no uso, à
medida que são mobilizados.
Referências Bibliográficas
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Esta aula tratará de um tema muito divulgado pela mídia: a parceria entre escola e
família. Refletiremos sobre como as propostas de parceria com a escola têm
contribuído para uma mudança na organização escolar.
A primeira questão que trataremos é: Por que estabelecer relações com a família?
Não bastaria que as famílias deixassem seus filhos na escola, a cargo da equipe
escolar? Não seria suficiente esta relação?
Para respondermos essa questão temos:
[...] A experiência da gestão colegiada traria aos seus participantes a
possibilidade de desenvolver um aprendizado político e social de
suas relações pessoais, institucionais e comunitárias. Estaria
concretizada, então, a hipótese de efetivação de uma participação
realmente qualitativa na gestão do espaço público. Pois ao mesmo
tempo em que a comunidade, inserida em um organismo público e
participando de suas decisões político-administrativas, estaria
colocando em prática sua ação política por meio de uma linguagem
própria, popular, e adquirida com a vivência de seu cotidiano, teria
também a oportunidade de se preparar, se formar e informar para
intervir em outros níveis sociais. A prática de participação no
colegiado escolar seria, para a comunidade, uma ‘escola’ da qual há
muito tempo já se desligou. Uma escola responsável pelo ensino da
participação social, da informação e da formação para a cidadania e
do espírito coletivo das relações sociais. (ABRANCHES, 2003,
p.102).
A autora nos coloca a responsabilidade existente entre a escola e a família. Neste
grau de profundidade de participação proposta pela autora, não basta a cultura de
participação que temos comumente nas escolas. A participação que encontramos na
maioria das escolas centra-se em experiências que transformam os pais em obreiros
da escola, os quais trazem produtos para bingos, rifas, às vezes participam da
organização física da escola, como pintar, reformar, ou seja, sendo voluntários em
eventos, indo a reuniões de pais, e pára por aí.
Que tipo de relação é esta? Poderíamos localizar elementos da educação bancária
neste tipo de postura. Às famílias é relegado o papel passivo de coadjuvante dos
processos desenvolvidos na escola. Não há espaço para a autonomia. O poder
continua centralizado na equipe escolar. A escola determina as tarefas que os pais
irão cumprir, e estes devem sentir-se participativos e atuantes. Associando a
questão sobre a qualidade desta relação, podemos conjecturar que tipo de cidadão
estamos desenvolvendo com estas ações.
A escola constitui uma ilha nos bairros, muita vezes um espaço inacessível. De um
lado, temos as equipes escolares ressentidas pela pouca participação dos pais e, do
outro, os pais que se sentem incapazes de participarem, seja porque trabalham a
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maior parte do tempo, ou por identificarem que o papel da escola é educar e que já
cumprem sua parte mandando seus filhos para a escola.
[...] A interação entre família e escola não deveria ser reduzida
apenas a reuniões formais e contatos rápidos, mas ocorrer
regularmente em momentos de maior intercâmbio nos quais a família
pudesse efetivamente participar do cotidiano da escola. É importante
salientar que o fracasso ou o sucesso escolar de cada um é
influenciado por diversos fatores, sen-do o envolvimento da família
com a escola apenas um deles, pois também contam a cultura
familiar, as oportunidades vividas por estes alunos e alunas.
(MORAES & KUDE, sd)
Segundo Abranches:
[...] os pais mostram-se mais ativos e participativos quando as
resoluções são concretas e configuradas em tarefas como: o
levantamento de doações para a escola, a compra de materiais e os
mutirões de limpeza e construção. Já naquelas decisões que
precisam de análises e discussões mais políticas ou pedagógicas, os
pais apresentam mais dificuldades ou demonstram desinteresse.
Muitas vezes, eles próprios se atribuem a falta de conhecimento e
competência para essas decisões. São temas relacionados aos
projetos pedagógicos, discussões sobre quadro funcional da escola,
convênios e participação da escola em outros compromissos e
instâncias educacionais. ( ABRANCHES,2003 p73)
Essa situação constitui a maior parte das relações, infelizmente, são ainda poucas
as experiências que procuram modificar essa realidade.
Destacaremos algumas formas de participação da família nas escolas:
Reuniões dos docentes com os pais e responsáveis: Associação de Pais e Mestres
(APM); Conselho de Escola; construção do projeto político pedagógico.
A reunião de pais constitui um momento fundamental no processo de alfabetização,
em que os pais se tornarão parceiros ou trarão dificuldades para o processo. Em
contrapartida, os pais ou responsáveis não têm obrigação de entender de
metodologia de alfabetização, cabe ao professor esclarecer-lhes qual a metodologia
empregada e seu objetivo.
Abaixo temos 9 passos fundamentais propostos pela psicóloga Carmem Galluzi.
Esses passos irão ajudá-los na preparação de suas futuras reuniões de pais:
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4° passo – Organize uma pauta para nortear a reunião e imprima no dia para os
pais lerem (distribua ou coloque no mural). Ela pode ter o horário de início e fim
do encontro e os assuntos.
6° passo – Elabore um convite prazeroso, que não deixe os pais com dúvidas.
Seja esclarecedor, desde o convite. Esta é uma etapa importante no preparo da
reunião de pais.
9° passo – Faça uma avaliação e a encaminhe aos pais para que eles
preencham e retornem à escola. É uma maneira de medir se o objetivo está
sendo alcançado.
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A anedota vem nos alertar para o papel da escola e o do professor: não cabe aos
pais se responsabilizar sobre o desenrolar das aulas, o professor tem de se
questionar sobre que tipo de aula está dando e por que o aluno não presta atenção;
por que as atividades estão desinteressando o aluno, e se há espaço para
atividades lúdicas durante a rotina. O aluno, com seu comportamento está dizendo
ao professor que sua aula não o interessa, resta ao professor descobrir a causa e
agir a respeito dela. Reservar espaço para os pais ou responsáveis discutirem a
organização da escola, inclusive as ações pedagógicas, não é confundir papéis, mas
ouvir os principais interessados no processo de aprendizagem do aluno. O que
permanece é o que constitui o desafio: como estabelecer uma relação autêntica,
dialética, democrática, de construção de conhecimento e transformação social,
tendo como protagonistas os membros da escola e da família.
Esta parceria consiste em família e escola caminharem juntas, sendo que cada uma
das partes deve ser preservada em suas características próprias. Não há um único
caminho a ser trilhado, as soluções são individuais, diversas e ao mesmo tempo
singulares e coletivas. Na perspectiva individual, cada um precisa acreditar que é
possível estabelecer relações construtivas entre escola e família e coletivas, porque
somente em equipe, essa utopia se tornará possível.
A escola não é um espaço neutro, portanto as ações políticas e diretrizes
comunicam que tipo de sociedade aquela comunidade almeja. Desperdiçar essa
possibilidade é uma forma de manutenção das injustiças sociais
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Sabemos que um dos focos desta controvérsia é a concepção que se tem sobre
o processo da aprendizagem. Aqueles que confundem aprendizagem com
memorização valorizam a repetição de exercícios, considerando o estudante um
pote vazio que precisa ser preenchido pela transferência do conhecimento do
professor para o aluno. Por isso, conferem importância para a quantidade,
regularidade, tipo, tempo em que deve ser feita. Afinal, o importante, conforme
esse equivocado ponto de vista é manter o aluno ocupado, exercitando-se.
Professores enquadrados nessa concepção solicitam a seus alunos tarefas em
que a finalidade é que o aluno memorize, decore, exercite ou treine algo para
poder fazer uso com maior rapidez em sala de aula.
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É importante ter claro quando se propõe uma lição de casa, de que a tarefa
proposta deverá ser feita sem a intervenção do professor (e dos pais). A lição de
casa é uma oportunidade de estudo independente do aluno. É uma situação em
que ele pode ter a iniciativa de realizar as tarefas por si próprio, já que na classe,
na maior do tempo, está trabalhando coletivamente. A característica dessa lição
é de natureza distinta daquela que é desenvolvida na escola. Segundo as
orientações da Escola Projeto de Vida (In: www.projetovida.com.br/aescola.php)
há vários tipos de lição de casa, que por sua vez têm objetivos diferentes. A lição
pode ser para:
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Oriente os pais de que nessa fase de escolarização é fundamental que seus filhos
sintam-se acompanhados pela família, que deve demonstrar que a vida escolar da
criança é importante para os adultos que os cercam. Caso seus filhos tenham
dificuldade em executar a tarefa, eles podem ler o enunciado para eles,
assegurando-se de que ele compreendeu o que fazer. Se os pais perceberem que a
dificuldade é muito grande, devem informar o professor – visto que esse retorno é
fundamental para que a adequação da tarefa seja reavaliada.
É importante lembrarmos que a aprendizagem é, sobretudo, compromisso de todos.
Aquelas lições de casa nas quais o aluno contribui com o projeto da classe e de seu
grupo de trabalho são muito interessantes pela diversidade de informações obtidas,
o que não seria possível de se conseguir somente com o professor ou através do
acervo de biblioteca da escola. A riqueza deste tipo de lição de casa está na
socialização das informações e de suas possíveis interpretações
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O texto do livro didático apresenta o resultado de uma leitura prévia do autor, que o
interpreta de acordo com suas experiências e vivências, apresentando, portanto,
uma das inúmeras possibilidades de leitura. O único objetivo do autor ao eleger um
texto para compor seu material é o de transformá-lo em objeto didático pedagógico,
um pretexto. Segundo Silva:
[...] Na verdade, é importante que se parta de um texto para se
introduzir e ampliar o estudo da linguagem, mas não se pode deixar
de considerar que nenhuma abordagem gramatical ou lingüística
será capaz de esgotar todos os significados de um texto. (2001, p.39)
Outra ação corriqueira deste tipo de material é a adoção de um estudo de
vocabulário ao final do texto, que elege previamente o que supostamente o aluno
desconhece, indicando ao lado de cada palavra o seu significado, ou seja, o sentido
exato da palavra naquele contexto. Essa prática priva o aluno do uso do dicionário,
ocasião em que ele poderia conhecer outras possíveis acepções da palavra em
contextos diversos. Tudo é dado pronto ao aluno, ele não é orientado a buscar
instrumentos na busca de seu conhecimento. Outra etapa encontrada nos livros
didáticos é a que se propõe a fazer uma interpretação textual, aqui a maioria das
questões apresenta-se como redundante, para respondê-la basta copiar alguma
frase do texto. Não há propostas de releitura nem de aprofundamento temático. A
concepção de leitura subjacente a este material exclui a característica dialógica do
texto, pois o mesmo se apresenta de forma fragmentada, impossibilitando relações
com outros textos lidos e vivenciados pelos alunos.
Talvez tão grave e perverso quanto às situações acima citadas, é a ideologia
transmitida por esse material: uma ideologia formulada e imposta pela classe
dominante à classe dominada, como sendo a única e verdadeira visão de mundo.
No livro de Maria de Lourdes C.D. Nosela “As belas mentiras”, vários exemplos são
analisados - no primeiro capítulo, ela relata como a família geralmente é
apresentada, mostra fragmentos de textos encontrados nos livros didáticos que
apresentam esse núcleo como:
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Nosela demonstra, através desta análise, que nos livros didáticos a família é um
local de paz, onde inexistem conflitos pessoais e, menos ainda, reflexos dos
conflitos socioeconômicos e políticos existentes na socie-dade capitalista. A família,
nesses livros didáticos, é completa, fechada, auto-suficiente, como um mundo
existente à parte, em si e para si.
Nos demais capítulos de sua obra ela analisa a ideologia dominante revelada
através de textos em temas sobre escola, religião, a pátria, o ambiente, o trabalho,
os pobres e os ricos, as virtudes, as “explicações científicas”, o índio, e
complementa seu estudo analisando as ilustrações que compõem esse material.
Será que é essa a abordagem textual que queremos vivenciar com nossos alunos?
Uma vez que o livro didático é material comumente disponível em nossas escolas, é
preciso estar atento e questionar as propostas de trabalho oferecidas por ele, e que
geralmente, são redutoras e discriminatórias.
Segundo Silva, 2001, p.80/81:
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seu próprio jogo e variem as regras, por exemplo, só ganha o ponto se, além de
localizar, souber identificar o nome da letra. É uma boa atividade para o início da
alfabetização.
Estes são outros sites no qual você encontra jogos e programas:
www.freeware.com.br
www.superdownloads.com.br
http://www.gratis.com.br/
http://baixaki.ig.com.br/info/licencas.htm
Nossa aula chegou ao fim. Ufa! Foi uma viagem pelas possibilidades que a internet
oferece!
Procuramos abordar freewares ou jogos online pensando nos recursos que a escola
pública oferece, mas há ainda muitos softwares no mercado para trabalharmos com
as crianças. Continuaremos na próxima aula, mas enfatizando outros sites da
internet.
Até lá.
Saiba mais em:
http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos.html
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A internet trouxe para a sala de aula uma realidade dinâmica, interativa. A figura do
professor muda radicalmente com esta nova configuração.
[...] Neste cenário, cabe ao professor selecionar fontes de
pesquisa, refletir criticamente sobre as informações
encontradas, atribuir-lhes significados, contribuir para que os
alunos identifiquem o que é relevante, orientar a publicação de
trabalhos e qualificar a comunicação digital entre os alunos. Tal
formação e experiência como educador lhe conferem condições
para exercer o papel a que se tem exaustivamente chamado de
professor mediador. A profusão das fontes de conhecimento e
o aumento das oportunidades de comunicação apenas
ressaltam a centralidade do educador na proposição de
desafios e contrapontos ao aluno. Para isso, contudo, é
necessário que o professor entenda a Internet como
instrumento cognitivo, sabendo equilibrar seu uso para tarefas
em que ela realmente faça a diferença. (CENPEC, 2006. p.29.)
Esse é um grande desafio para a figura do alfabetizador: saber lidar com o
ciberespaço. Entendemos o ciberespaço como:
[...] Se é certo que não há um consenso sobre o sentido a ser
dado a ciberespaço, a maioria dos autores concorda quanto ao
fato de que, no seu sentido mais amplo, ele se refere a um
sistema de comunicação eletrônica global que reúne os
humanos e os computadores em uma relação simbiótica que
cresce exponencialmente graças à comunicação interativa.
Trata-se, portanto, de um espaço informacional, no qual são
configurados de tal modo que o usuário pode acessar,
movimentar e trocar informação com um incontável número de
outros usuários. (Santaella, 2004, p.45).
Estar conectado à rede é uma necessidade, no entanto os cursos oferecidos pelas
Instituições Acadêmicas de Ensino Superior de formação de professores ainda trata
o assunto como matéria menos importante, o reflexo disso é recebermos
professores despreparados no que concerne ao uso do ciberespaço. Assim, os
recursos hipermidiáticos, que conjugam diferentes linguagens, ainda têm um uso
enfraquecido nas salas de aula ou laboratórios de informática.
Nesta aula abordaremos algumas ferramentas de internet que podem a auxiliar o
professor a ampliar seus horizontes em relação à alfabetização. O conceito de rede
está ligado a outras pessoas, em trocarem experiências, neste caso, sobre
alfabetização. A vivência de outras pessoas, de outros bairros, cidades, estados ou
até mesmo países pode enriquecer o olhar do alfabetizador sobre sua própria
realidade. Às vezes o professor sente-se solitário, pois não consegue trocar com sua
equipe de trabalho e fica sem espaço para trocar idéias; neste contexto, a internet
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Correio Eletrônico ou E-mail: O correio eletrônico talvez seja o mais usado pelos
usuários, é uma excelente ferramenta, pois o professor pode elaborar suas questões
e respostas para trocar com outros alfabetizadores. Pode ser utilizado em projetos
colaborativos com outros professores e até mesmo com as crianças para se
corresponderem com outras salas de aula. Imagine que interessante um projeto em
parceria com uma escola de Angola, seria muito rico para os alunos compartilharem
experiências tão únicas.
Listas de Discussão e Fórum: Chama-se de lista de discussão, grupos que se
formam para se corresponder via e-mail e debater sobre um assunto determinado. A
distribuição das mensagens fica centrada em um programa e tem um moderador da
lista que permite a entrada de novos membros e gerencia a lista. Muito eficiente, a
lista estimula e democratiza um fluxo de comunicação entre os participantes.
Debater sobre alfabetização é abrir novos horizontes e criar novas hipóteses.
Blogs: são diários publicados na internet, no qual o autor disponibiliza sua
experiência. Há blogs de todo tipo, pessoais, profissionais, geralmente trazem a
personalidade do autor, seus interesses e um relato de suas atividades.
Normalmente trazem links para outros blogs e o conteúdo gira em torno de
comentários sobre atualidades, o dia-a-dia ou temas específicos, como cinema ou
música.
Na sala de aula serve para registrar os conhecimentos adquiridos pela turma
durante os projetos de estudo, sendo possível enriquecer os relatos com links, fotos,
ilustrações e sons. Imagine que interessante fazer, por exemplo, um blog sobre
resgate de brincadeiras infantis, publicar a descoberta das crianças, dos familiares e
pedir o apoio de outras pessoas.
Comunidades Virtuais: são espaços nos quais as pessoas de inscrevem e abrem
uma conta, ela seleciona as pessoas que farão parte dela, e ainda podem entrar em
comunidades de outras pessoas, desde que aceita discutirem sobre um tema
específico. Aproxima pessoas que estão geograficamente afastadas, aumenta a
cooperação e a colaboração entre todos. Promovem a expressão de idéias
diferentemente das interações presenciais. Armazena informações para busca
futuras e amplia a rede de relacionamentos. Exemplos de algumas comunidades:
Gazzag, Beltrano e Orkut.
Apresentamos muitas possibilidades de interação na rede. É claro que este espaço
é repleto de coisas inúteis, até mesmo criminosas. É um aprendizado que temos de
nos apropriar, fazer uso do espaço cibernético com ética, principalmente orientando
nossos alunos que estão expostos à rede; mas, como disse Gandhi “sejamos a
mudança que queremos ver no mundo”, sendo éticos e denunciando atitudes
criminosas ou suspeitas faremos um uso da internet que possibilite novas interações
que agreguem conhecimento à sala de aula.
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http://www.cantinhodameiga.com/parlendas.htm
Brincadeiras de roda
http://www.cantinhodameiga.com/cantinho_crianca.htm
http://br.geocities.com/contadores_ufrgs/parlendas.htm
Adivinhas ilustradas
http://www.artesorrindo.com/adivinha/adv-007.htm
Saiba mais em: Neste site você encontrará mais dicas de sites.
http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/jogos.html
Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula.
http://www.omelete.com.br/quadrinhos/artigos/base_para_artigos. asp?artigo=2204
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Futuro este, que se encontra nos olhares dos alunos. Presenciar os momentos em
que o aluno aprende a ler e escrever é desenhar um pouco o futuro. Nas proporções
humildes da profissão, ser professor em nosso país, não é fácil, somos
desvalorizados, não aprendemos ainda o valor do educar, mas é na troca de
conhecimento que podemos resistir. Esse curso representou uma resistência ao
modelo tradicional que trata a alfabetização como algo mecânico.
Foi um grande prazer partilhar essa trajetória com você. Que o conhecimento
trocado, multiplique-se.
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Resumo_ Unidade IV
Alfabetização e Tecnologia:
Referências Bibliográficas
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