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INTRODUÇÃO

“Os impostos desempenham um papel fundamental na sociedade moderna, sendo a


principal fonte de receita do estado. Eles são essenciais para financiar serviços públicos e
programas sociais, bem como para regular a economia. Entender a classificação dos
impostos é crucial para compreender a estrutura do sistema tributário e o seu impacto na
vida das famílias, empresas e na economia em geral.
Neste trabalho, exploraremos a classificação dos impostos, analisando as diferentes
categorias que compõem o sistema tributário. Ao compreender as nuances e características
de cada tipo de imposto, podemos avaliar como a carga tributária é distribuída entre os
contribuintes e sectores da economia, bem como sua influência no comportamento
econômico e na justiça fiscal. Ao longo deste estudo, examinaremos as diversas categorias
de impostos e sua importância na estruturação do sistema tributário, proporcionando uma
visão abrangente sobre esse tema fundamental para a compreensão da dinâmica econômica
e social.

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ABORDAGEM TEÓRICA

Classificar os tributos é um instrumento de defesa dos próprios contribuintes contra


pretensões dos entes tributantes, que muitas vezes contarão com a falta de informação geral
da população para tentar aumentar sua arrecadação. Por esta razão decidimos, de forma
sucinta, fazer a classificação dos impostos. Mas antes disso, vamos fazer uma abordagem
breve sobre alguns conceitos fiscais.

1. CONCEITOS.

Sujeito Activo do Imposto, é aquele que recebe o valor do Imposto. Portanto é sempre o
Estado que é a quem a lei atribui o Direito de cobrar impostos.
Sujeito Passivo do Imposto, São os que pagam o valor do imposto. É sempre o contribuinte
a quem a lei exige o Pagamento dos impostos. Os contribuintes podem ser pessoas
singulares ou Colectivas, ou seja, são sujeitos passivos os cidadãos Individuais e as empresas.
Incidência do imposto sendo uma das fases do imposto, é o saber sobre QUEM ou a QUÊ
se aplicam as normas desse imposto.
Matéria colectável, é o valor sobre o qual irá Incidir a taxa do imposto, e a Colecta é o valor
que resulta da aplicação da taxa.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS

2.1. QUANTO À NATUREZA DO SUJEITO ATIVO DA RELAÇÃO JURÍDICA FISCAL (OU SEJA O
CREDOR DO IMPOSTO):

a) Impostos estaduais, são aqueles que têm como sujeito activo da relação tributária o
Estado (IRT).
b) Impostos locais, são aqueles em que o sujeito ativo é uma entidade distinta do Estado,
isto é, uma pessoa coletiva de direito público como por exemplo, uma autarquia local ou
município. É o exemplo do Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), parte se destina a
província afecta o bloco de exploração, (Art. 3 do CGT).
Se o sujeito ativo é o Estado temos impostos Estaduais, se o sujeito ativo é uma pessoa
coletiva de direito público diferente do estado temos impostos não Estaduais.

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2.2. QUANTO A SITUAÇÃO DO CONTRIBUINTE :

a) Impostos reais, são aqueles que não consideram à situação pessoal ou económica do
contribuinte, simplesmente recaem sobre a matéria coletável (é o caso do IVA).
b) Impostos pessoais, ‘Pessoal’ porque incidem sobre algo que é inerente ao contribuinte
(pessoa), têm em conta as condições económicas e pessoais, ou seja, recaem sobre a
ocupação profissional da pessoa, etc. O exemplo clássico de um imposto pessoal é o IRT.
A diferença pode parecer teórica, mas afeta diretamente a economia de todos. Enquanto
no imposto real o governo olha o valor do bem possuído, no imposto pessoal ele olha a
capacidade financeira do contribuinte.

2.3. QUANTO AO REGIME LEGAL E ECONÓMICO:

a) Impostos Directos, São impostos diretos aqueles que incidem sobre o rendimento e
sobre o património, como é o caso do IRT, impostos sobre sucessões e doações, Imposto
Industrial
(II), etc.
b) Impostos Indirectos, São aqueles que tributam o consumo (art. 11º, do CGT angolano).
Por exemplo, o IVA, incide sobre os preços dos bens e serviços e são cobrados aos
consumidores.
Os impostos indirectos previstos na legislação tributária angolana são os seguintes:
 Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA);
 Imposto Especial Consumo;
 Imposto de Selo;
 Sisa.

Imposto sobre o Valor Acrescentado: estão sujeitas ao IVA as transmissões de bens, as


prestações de serviços e as importações efectuados em Angola. Assim, a partida serão
sujeitos passivos do imposto todas as pessoas (singulares ou colectivas) que exerçam
actividades económicas ou que realizem importações. A taxa geral e única do IVA é de 14%.

Imposto Especial de Consumo: este imposto incide sobre bens considerados de luxo ou
nocivos para a saúde, quando produzidos em Angola ou importados e introduzidos no
consumo. Assim, aplicar-se-á a produtos como bebidas alcoólicas e bebidas com adição de
açúcar, tabaco, fogo-de-artificio, artefactos de joalharia e ourivesaria, aeronaves e
embarcações de recreio, armas de fogo, objectos de arte e produtos derivados de petróleos.
As taxas de imposto variam entre 0% e 25%.

Imposto de Selo: aplica-se a todos os actos, contratos, documentos, titulos, operações e


outros factos, previstos na Tabela do Imposto de Selo. Os sujeitos passivos do Imposto de
Selo estão enumerados no artigo 2 do Código, nomeadamente: Notários, Conservadores dos

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registos Civil,Comercial e Predial; Entidades Concedentes de crédito e de garantias;
Instituições de crédito, sociedades financeiras ou equiparadas; Locadores, em contratos de
locação financeira e operacional; Arrendatários e subarrendatários; Seguradoras.

SISA: O imposto de Sisa incide sobre os actos de transmissão definitiva ou temporária de


imóveis, independentemente do seu valor, espécie e natureza, qualquer que seja a
denominação ou forma do título de transmissão. É ainda devida Sisa pela aquisição de
quotas em sociedades por quotas que possuam bens imóveis, desde que o cessionário fique
a deter, pelo menos, 75% do capital social.

2.4. QUANTO A FREQUÊNCIA DO PAGAMENTO (NO TEMPO):

a) Impostos periódicos, são aqueles cujo facto tributário se renova em sucessivos períodos
de tributação (IRT, II).

b) Impostos de obrigação única: nos impostos de obrigação única, o facto tributário nasce
e se extingue com um acto ou negócio jurídico: consumo, importação, aquisição onerosa ou
gratuita.

2.5. QUANTO A FORMA DE DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO:

a) Impostos de quota fixa, são aqueles em que o valor a pagar por cada contribuinte é
fixado na lei através da indicação de uma importância fixa. Um exemplo disso, é o imposto
de selo.

b) Impostos de quota variável, são impostos em que o montante a pagar varia em função
da matéria coletável (geralmente sob a forma de percentagem). Exemplo, o Imposto
Industrial, IRT, etc. Nos Impostos de quota variável a taxa pode ser proporcional, progressiva,
regressiva ou degressiva.
 Os impostos proporcionais: são impostos de taxa fixa, isto é, são impostos em que a
taxa aplicável não se altera em função do valor da matéria coletável. Exemplo, é o
Imposto Industrial.
 Os impostos progressivos: a taxa aumenta à medida que cresce o valor da matéria
colectável, (imposto sobre sucessões, IRT).
 Os impostos regressivos : são caracterizados pelas diminuições da taxa do imposto
sempre que aumenta a matéria colectável ( políticas de incentivo de importação de
um determinado bem. Quanto maior for a quantidade, menor a taxa aduaneira). Em
Angola este tipo de imposto não existe.
 Os impostos degressivos: são os que se caracterizam pelo facto de a taxa descer com
a diminuição da matéria coletável.

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2.6. QUANTO À FILIAÇÃO RELATIVA COM OS OUTROS:

a) Impostos principais são aqueles gozam de autonomia, existem por si, não dependendo da
existência de qualquer relação tributária anterior.
c) Impostos acessórios (filhos) acresce aos impostos principais, de cuja existência
dependem. Estes são impostos são calculados sobre a coleta principal e são, habitualmente
designados por adicionais.
c) Impostos dependentes, são devidos ainda que não seja os impostos principais de cuja
objeção dependem. A dependência não está na existência efetiva imposto principal, mas no
conteúdo deste e qualquer correção a esse conteúdo em sede de imposto principal reflete-
se no imposto dependente.

2.7. QUANTO À REGULARIDADE APLICATIVA:

Os impostos podem ser classificados em ordinários e extraordinário.


“Os impostos classificados como ordinários são aqueles cuja previsão encontra-se na Lei, e,
por isso, constituem receitas permanentes do Estado. Significa dizer que são recolhidos e
arrecadados regularmente, constituindo a receita ordinária. Já os impostos extraordinários,
como o próprio nome diz, é cobrado em situações excepcionais (como o caso de guerra, ou
catástrofe natural) e, portanto, tem caráter transitório, temporário, instituído para suprir
excepcional necessidade de recursos, compondo assim a receita extraordinária. Os
impostos ordinários são de aplicação regular, enquanto os extraordinários são de aplicação
passageira.

2.9. QUANTO A NATUREZA DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL :

a) Impostos sobre o rendimento: o imposto sobre o rendimento é um imposto cobrado


pelo Estado às empresas e pessoas singulares que exercem atividade dentro dos limites da
sua jurisdição. Dentre eles estão os seguintes impostos: Imposto Industrial (II), Imposto
sobre o Rendimento do Trabalho (IRT), Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC).
b) Imposto sobre o Capital: Quando atingem directamente o capital (IAC)

c) Imposto sobre a Despesa: São aqueles que atingem o consumo dos bens ou serviços (IVA)

d) Impostos Parafiscais: São os impostos destinados a pessoas colectivas de direito publico


que não são os orgãos Autárquicos da administração estadual nem autarquias locais (as
contribuições pagas pelos trabalhadores no INSS).

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3. QUANTO A FINALIDADE:

b) Impostos fiscais, são aqueles cujo objetivo principal é arrecadar receita para o Estado.
Eles são chamados assim porque seus valores são aferidos em função da capacidade
econômica do contribuinte, ou seja, sua capacidade de pagar. Esses tributos são
normalmente utilizados para financiar as despesas públicas tais como saúde, educação,
segurança, infraestrutura, entre outras.

b) Impostos extra-fiscais, também conhecidos como tributos regulatórios, têm como


objetivo principal a regulação da economia, ou seja para corrigir uma falha no mercado
incentivar/desincentivar a produção, o consumo, a importação/exportação de determinados
produtos ou serviços de acordo com uma política definida. Esses tributos podem ser
aplicados, por exemplo, para desestimular o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas
(através de altas taxas), ou para incentivar a produção e a comercialização de produtos
considerados de interesse públlico (como a energia renovável).

Vale ressaltar que muitos tributos têm características mistas, podendo ser classificados como
fiscais e extra-fiscais ao mesmo tempo, dependendo do objetivo e das políticas públicas que
os governos buscam implementar.

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CONCLUSÃO

Em conclusão, a classificação dos impostos é de suma importância para a compreensão da


estrutura tributária de um país. A sua distinção, permite uma análise mais aprofundada do
impacto da carga tributária sobre os cidadãos e as empresas, é fundamental para embasar
discussões sobre justiça social, eficiência econômica e possíveis reformas tributárias, assim
como sua influência na distribuição de renda e na atividade econômica. Dessa forma, a
análise cuidadosa da classificação dos impostos proporciona conhecimentos valiosos para a
formulação de políticas fiscais mais equitativas e eficazes.

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BIBLIOGRAFIA

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https://pt.scribd.com/document/558868453/Classificacoes-dos-Impostos-PDF Legislação
fiscal angolana ( versão de 2021).
Constituição da República de Angola ( 2010 ).

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