Você está na página 1de 35

Sinais

x
Sintomas
Prof.ª Valdirene Tenório
Sinais e Sintomas
• Tradicionalmente , o termo SINTOMA
designaria as sensações subjetivas anormais
sentida pelo paciente e não visualizada pelo
examinador (ex. dor, má digestão, náuseas).

• SINAIS seriam manifestações objetivas


reconhecida pelo intermédio da inspeção,
palpação e ausculta (edema, cianose, tosse,
hematúria.)
• Nem sempre é possível uma rígida distinção entre
sinal e sintoma, por que algumas manifestações,
tais como dispnéia, a tosse, vômitos, são
sensações subjetivas para o cliente, mas podem
ser constatadas pelo examinador.

• No “linguajar” médico é cada vez mais comum os


termos SSSS usados praticamente como
sinônimo.
• Com certa frequência fala-se em sinal
patognomônico ou sintoma típico, indicando
que aquela manifestação tem alta
probabilidade na existência de uma
determinada doença.
Identificação dos Sintomas
• A identificação dos Sintomas faz-se
essencialmente, pelo interrogatório do cliente,
pois, sem seu relato ou qualquer outra forma de
comunicação lúcida, é impossível conhecê-los.

• Em poucas áreas do conhecimento da saúde,


como a Neonatologia, por exemplo, não ocorre a
identificação dos sintomas, uma vez que o seu
paciente, Rns, não se comunica de modo lúcido.
Caracterização dos sintomas
• A caracterização dos sintomas baseia-se em sete princípios ou
componentes dos sintomas, a saber:

• Cronologia, Localização Corporal, Qualidade, Quantidade,


Circunstâncias, Fatores Agravantes ou atenuantes e
Manifestações Associadas.

• Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e


sequência de evolução dos sintomas como a hora do dia, o dia do ciclo
menstrual, etc;

• Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sintomas


mas sua irradiação e profundidade. Deve-se ter em mente que as
pessoas nomeiam partes do seu corpo de modo diferente, conforme
seu próprio conhecimento.
Caracterização dos sintomas
• Qualidade é um dos aspectos mais difíceis de se determinar,
uma vez que conta com a descrição que o paciente faz de suas
percepções. As comparações que muitas vezes são feitas
remetem à memória individual, às experiências de cada um de
nós. Por exemplo, a sensação de calor varia em função da
hereditariedade, da região onde mora, etc.

• Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número


de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre os
episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas.

• Circunstâncias em que o sintoma ou sintomas ocorrem, como


local, atividade que exerce no momento da ocorrência do
sintoma, exposição a fatores ambientais, ingestão de
alimentos, por exemplo.
Caracterização dos sintomas
• Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora
claramente compreendidos, exigem do examinador a
ciência exata das relações entre os sintomas e os
fatores que neles interferem, de modo a poder
selecionar e identificar, sem sugestionar o paciente,
aquilo que realmente interferiu ou não com o sintoma.

• Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo


na identificação de Síndromes. Como nem sempre o
cliente tem a noção da importância da ocorrência de
um fenômeno simultâneo a outro, compete ao médico o
interrogatório e a associação dos eventos.
Análise de um Sintoma
• 1-Inicio-
• A)Início do primeiro episódio.

• B) Modo de iniciar o sintoma ( súbito ou


gradativo). / C) Duração do sintoma

• 2-Principais características semiológicas:


• a) Localização, b) Qualidade,
• c)Intensidade,
• d) Relação com a função do órgão ou sistema.
Análise de um Sintoma

• 3- Evolução- modificações ocorridas com


tratamento

• 4-Relação de 2 ou mais sintomas

• 5- Característica do sintoma no
momento atual.
Exemplos de sintomas
• Sede
• Fome
• Dor
• Urgência miccional
• Inapetência (perda de apetite)
• Alterações do paladar
• Astenia (fraqueza)
• Vertigem
Sinal
• Sinais- São as alterações no metabolismo,
no aspecto de uma pessoa, em sua
conformação física, que podem ser
indicadoras de adoecimento e podem ser
percebidas ou medidas pelo profissional de
saúde.
Classificação dos Sinais
• Assim como os sintomas, os sinais também
podem ser caracterizados segundo sete
princípios, mas com interpretação diferente, a
saber:
• Cronologia, Localização Corporal, Qualidade,
Quantidade, Circunstâncias, Fatores
Agravantes ou atenuantes e Manifestações
Associadas.

• Cronologia é a identificação dos aspectos


relacionados ao tempo e sequência de evolução
dos sinais como a hora do dia, períodos de
melhora ou piora.
Classificação dos Sinais
• Localização Corporal não é apenas determinar o local dos
sinais mas também determinar qual o sistema orgânico
acometido.
• Qualidade dos sinais, ao contrário dos sintomas, é de mais
fácil determinação, uma vez que o observador tem como
visualizar ou medir os sinais.
• Quantidade é a descrição da intensidade, frequência,
número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo
entre os episódios, volumes de secreções, abaulamentos,
edemas.
• Circunstâncias em que o sinal ou sinais ocorrem, como local,
atividade que exerce no momento da ocorrência do sinal,
exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por
Classificação dos Sinais
• Fatores Agravantes ou Atenuantes, embora claramente
compreendidos, exigem do examinador a ciência exata
das relações entre os sinais e os fatores que neles
interferem, de modo a poder selecionar e identificar,
sem sugestionar o paciente, aquilo que realmente
interfere ou não com o sinal.

• Manifestações Associadas, podem ajudar até mesmo na


identificação de Síndromes, uma vez que nem sempre o
paciente tem a noção da importância da ocorrência de
um fenômeno simultâneo a outro.
São exemplos de sinais:
• Icterícia (coloração amarelada da pele)
• Alopécia (perda de pelos e cabelos)
• Fácies (aparência facial)
• febre.
Dor
• Classificada em aguda e crônica
(distribuição temporal).
• Dor aguda- importante modalidade
sensorial, desempenha um papel de alerta,
comunicando ao cérebro que algo está
errado. Desaparece com a remoção do fator
causal e resolução do processo patológico.
• Dor crônica- persiste por um período
superior àquele necessário para a cura de um
processo mórbido (em geral 4 a 6 semanas)
ou aquelas associadas a afecções crônicas
como câncer, artrite reumática e etc, ou
ainda decorrente de lesão do SN.

• Não tem função de alerta e determina


acentuado estresse, sofrimento e perda da
qualidade de vida.
Tipos de Dor
• Dor somática superficial- decorrentes de
estimulação de nociceptores do tegumento.
Tende a ser localizada. Sua intensidade é variável
e proporcional à intensidade do estimulo. Ex.
picada, pontada, queimor, trauma, queimadura.

• Dor somática profunda- consequente a ativação


de nociceptores dos músculos, fascias, tendões.
Ex. estiramento muscular, ruptura tendinosa,
artrite e etc.
• Dor visceral-decorrente da estimulação
dos nociceptores visceral. Tendência a
se localizar próximo ao órgão de origem.

Ex. a dor cardíaca tem localização


retroesternal e precordial.
Qualidade da Dor ou Caráter
• O cliente é solicitado a descrever como a
sua dor se parece ou o tipo de sensação que
ela traz.
• Dor constante- continuamente podendo sua
intensidade variar
• Dor intermitente- frequência e duração
variável .
Ex: descrita em forma de choque, pontada,
fisgada.
Intensidade da dor
• Pode utilizar escalas:
• Astenia- sensação de fraqueza , quase sempre
acompanhada de mal-estar indefinido que só
melhora como o repouso.

• Fadiga- é uma sensação de cansaço ou falta de


energia ao realizar pequenos esforços ou
mesmo em repouso.
• Alterações do peso:

• a) aumento: gradativo- ingestão exagerada de


calorias; rápido: retenção hídrica (doença
renal ou cardíaca, alteração hormonal, seja
por uso de medicamento).

• Um cliente pode reter até até 5 litros de


líquido no espaço intersticial antes do
aparecimento de edema!!!
• B) perda de peso- é importante ter uma
ideia de quantos quilos perdeu em quanto
tempo.

• Causas: privação de alimentos, disfagia,


diarreia crônica, síndrome de má absorção,
cirrose, hipertireoidismo, insuficiência supra
renal, diabetes, IRC, ICC, neoplasia maligna,
tuberculose, AIDS, anorexia nervosa,
transtorno depressivo, inapetência
provocada por medicamento.
• O ser humano ganha peso dos 25 até por
volta dos 60 anos, depois disso o peso
tende a reduzir-se em consequência da
perda de massa óssea e muscular!
• Sudorese- é a eliminação abundante de suor.
Causas: fisiológicas (exercício físico), IAM,
cólicas intensas, menopausa, ansiedade.

• Sudorese noturna investigar infecções: HIV,


tuberculose, endocardite, osteomielite;
neoplasias (leucemias, linfomas, tumores de
próstata, renal, testicular)
• Calafrios- sensação passageira de frio com
ereção dos pelos e arrepiamento da pele. Na
maior parte dos casos, os calafrios aparecem
nas febres de inicio súbito (malária,
infecções de vias urinarias), nessas condições
traduzem a invasão do sangue por bactérias
ou toxinas.

• Outras causas são as


reações pirogênicas por soro
ou transfusão sanguínea.
• Cãibras- contrações involuntárias e dolorosas de um
músculo ou grupo muscular.
• Causa: em exercício físico intenso, hipocalemia
(hipopotassemia), neuropatia periférica, DM,
Parkinson, gravidez, QT.
• Prurido- sensação desagradável ao nível da
pele, que provoca desejo de coçar.

• A sensação origina-se em terminações


nervosas livres na epiderme ou na camada
epitelial correspondente das membranas
mucosas transicionais (vulva, uretra, ânus,
ouvidos e narinas).
• Tem valor prático analisar o prurido tendo por
base a presença ou não de manifestação cutânea.
• Prurido não acompanhado de erupção cutânea deve
ser pesquisado causas sistêmicas: transtornos
hepatobiliares, endócrinos, hematopoiéticos,
neoplasia maligna, insuficiência renal, reação
medicamentosa.
Prurido obrigatório/ facultativo
• Causas do prurido obrigatório: pediculose,
escabiose, picadas de inseto, dermatite de
contato, urticária, prurido gravídico, doença
hepatobiliar, insuficiência renal, algumas
neoplasias malignas.
• Causas de prurido facultativo: psoríase,
dermatite seborreia, micoses superficial, DM.

Quanto a localização pode ser localizado ou


generalizado.
• Duas áreas de especial interesse na avaliação
clinica são o prurido anal e vaginal.

• Em crianças, a causa mais comum de prurido
anal é a infestação por oxiúros.

• Em adultos, além desta causa, destacam-se


o microtraumatismo causados pelo uso de
papel higiênico, acidez fecal, má higiene e as
hemorróideas externas.

• Prurido vulvar- leucorreia (independente de


sua etiologia)
Referências
• López, M., Laurentis, J.M.; Semiologia
Médica, livraria Atheneu, Livraria
Interminas.

• Surós, J.Semiologia Médica e Técnica


Exploratória, Guanabara koogan.

Você também pode gostar