Você está na página 1de 89

CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

O metabolismo de aminoácidos compreende uma


grande variedade de reacções degradativas . As
transformações químicas dos aminoácidos são
diferentes das dos hidratos de carbono e dos lípidos
porque envolvem o elemento Azoto.
A maior parte dos aminoácidos estão, dentro das
células, incorporados em proteínas, estando
constantemente a ser degradados e sintetizados.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

Considerando este “armazenamento” na forma


de proteínas, não existe nenhum sistema de
reserva de aminoácidos, que seja semelhante
ao dos glúcidos ou dos ácidos gordos.
Os mamíferos sintetizam certos aminoácidos e
obtêm outros da dieta que são os
considerados aminoácidos essenciais.
CATABOLISMO
DE
AMINOÁCIDOS

 Fundamentalmente
as vias metabólicas
dos aminoácidos
são duas: via
glicogénica e via
cetogénica. Alguns
apresentam as duas
vias em sumultâneo
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

O excesso de aminoácidos obtidos a partir


da dieta não são excretados mas
transformados noutros metabolitos
precursores de glicose, ácidos gordos e
corpos cetónicos que entram no
metabolismo de obtenção de energia, isto é,
como combustíveis metabólicos.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 DESAMINAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS


 Os aminoácidos resultam da acção das
enzimas proteolíticas sobre os alimentos
ingeridos. A protease gástrica, pepsina, as
enzimas pancreáticas tripsina,
quimiotripsina e elastase e outras endo e
exopeptidases degradam os polipeptidos
em oligopeptidos e aminóácidos.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Estas substâncias são absorvidas na


mucosa intestinal e tansportadas por meio
da corrente sanguínea até ao tecidos
onde são absorvidas.
 A degradação posterior é feita
intracelularmente por perda do grupo α -
amino (desaminação).
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Posteriormente pode ser usada a ceia para


outros fins como se mostra na figura
abaixo.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A-TRANSAMINAÇÃO
 Ao aminoácidos, na sua maioria, são
desaminados por transaminação, em que se dá
a transferência de um grupo amino para um α -
cetoácido, criando novos aminoácido e α -
cetoácido.

NH3+ O O NH3+
- -
R-CH-COO- + -OOC-CH2-CH2-C-COO- R-C-COO- + OOC-CH2-CH2-CH-COO
Aminoácido α-cetoglutarato a-cetoácido Glutamato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 As enzimas que catalisam a transaminação


designam-se por amino-transferases ou
transaminases e têm como coenzima o piridoxal-
5´-fosfato (PLP).
O
HC

-2 OH
O3P-O-H2C
54 3
61 2
+N CH3
H
PLP
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A coenzima liga-se covalentemente à enzima por


meio de uma Base de Schiff (imina) formada
entre a função ε -amino da Lys e o grupo aldeído
do coenzima.
(CH2)4-enzima
+N
H
HC

-2
O3P-O-H2C O-
4
5 3
61 2
+N CH3
H
Base de Schiff
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A base de Schiff é depois transformada


recebendo o PLP o grupo amina e
transformando-se em piridoxamina-5´-fosfato
(PMP)
NH2
H2C

-2 OH
O3P-O-H2C 4
5 3
61 2
+N CH3
H
PMP
 O mecanismo da acção da aminotransferase
ocorre por mecanismo de pingue-pongue ou de
bissubstracto, com dois estádios que têm três
etapas cada um.

E
P-X + B P + B-X
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 Estádio I-Conversão do aminoácido em cetoácido
 1ª etapa
 O grupo amino de um dos aminoácidos ataca por adição
nucleofílica o grupo carbonilo de outro formando uma
base de Schiff
H
-
R-Cα-COO

H N
(CH2)4-enzima (CH2)4-enzima
+N +NH
H H
H HC HC
5´ - 5´
- +
-2
O3P-O-H2C O -2
O3P-O-H2C O-
R-Cα-COO 4
5 3 5
4
3
61 2 61 2
NH2 +N CH3 +N CH3
α-aminoácido H H
Base de Schiff da Enzima-PLP
Intermediário de diamina geminal
 Posteriormente esse intermediário liberta o
grupo amina da Lys da enzima.
H

R-Cα-COO- H
H N R-Cα-COO
-

(CH2)4-enzima
+NH N H
H
HC C (CH2)4-enzima
5´ 5´
-2
O3P-O-H2C O- -2
O3P-O-H2C O
- +
NH2
54 3 54 3
6 1 2 61 2
+N CH3 +N CH3 Enzima com Lys
H H
Intermediário de diamina geminal Base de Schiff do aminoácido-PLP
(aldimina)
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 2º etapa
 A base de Schiff do amino-ácido-PLP tautomeriza a base
de Schiff de um α -cetoácido-PLP, por meio da remoção,
catalisada pela Lys do centro activo, do α -hidrogénio do
aminoácido e da protonação do átomo C4’ do PLP, por
meio de um carbanião intermediário estabilizado por
ressonância. Essa ressonância facilita a cllivagem Cα -H
H H2N-Lys-Enz
H2N-Lys-Enz
H2N-Lys-Enz
-
R-Cα-COO H
+ _ H
N H R-Cα-COO-
H C R-Cα-COO-
+
5´ N H
-2
O3P-O-H2C O- H N
C
5´ H C
-2
O3P-O-H2C O- -2
5´ -
+N CH3 O3P-O-H2C O
H
N CH3
N CH3
Base de Schiff do aminoácido-PLP H
(aldimina) H
Intermediário estabilizado por ressonância
 O intermediário em meio alcallino origina
cetimida

H2N-Lys-Enz
H2N-Lys-Enz H2N-Lys-Enz
H -
H OH
_
R-Cα-COO-
R-Cα-COO- R-Cα-COO
-
+
N H
H NH3 H N H
C H
5´ H C C
-2
O3P-O-H2C O - 5´ - 5´ H
-2
O3P-O-H2C O -2
O3P-O-H2C O-

N CH3 +
N CH3 N CH3
H
H H
Intermediário estabilizado por ressonância Cetimida
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 3ª etapa
 A base de Schiff do α -cetoácido-PMP é hidrolisada a um α -cetoácido

-
H2N-Lys-Enz OH H2N-Lys-Enz H2N-Lys-Enz
R-Cα-COO- O-H
- NH2
N H R-Cα-COO H
H C
C N H -2
5´ H - O
5´ H H O3P-O-H2C O
-2
O3P-O-H2C O- C + R-Cα-COO-
-2
5´ H - +
+ O3P-O-H2C O N CH3 α-cetoácido
N CH3
+ H
H N CH3 Piridoxamina-fosfato-enzima
Cetimida H
Carbinolamina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 Estádio II-Conversão do α -cetoácido em
 aminoácido
 1´ª etapa correspondente à 3ª etapa anterior
 O PMP reage com um a-cetoácido para formar a base de
Schiff
 2´ª etapa correspondente à 2ª etapa anterior
 A base de Schiff do a-cetoácido-PMP tautomeriza para
formar a base de Schiff de um aminoácido-PLP
 1´ª etapa correspondente à 1ª etapa anterior
 O grupo e-amino do resíduo Lys do centro activo ataca a
base de Schiff do aminoácido-PLP numa reacção de
transaminação para regenerar a base de Schiff da enzima-
PLP activa e libertar o aminoácido recém-formado.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 B-DESAMINAÇÃO OXIDATIVA
 A desaminação oxidativa é um processo que
fornece α -cetoácido para os processos de
transaminação.
 O principal é a desaminação oxidativa do
glutamato para formar α -cetoglutarato por meio
da enzima glutamato-desidrogenase, com
produção de amónia e α -ceto glutarato.
 A glutamato-desidrogenase que é uma enzima
mitocondrial, é a única que tem como coenzima
o NAD+ ou o NADP+.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Pensa-se que a oxidação ocorre com a


transferência de um ião H+ a partir de Cα do
glutamato para o NAD(P)+, formando a-
iminoglutarato que posteriormente é hidrolisado a
a-cetoglutarato e amónia.

NAD(P)+ +
NAD(P)H + H
H2O NH4+
NH3+ NH2 O
-
-
OOC-CH2-CH2-C-COO- -
OOC-CH2-CH2-C-COO- OOC-CH2-CH2-C-COO-

Glutamato H α-imino-glutarato α-cetoglutarato


CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O ∆ G0 desta reacção é de -30kJ.mol-1 mas “in


vivo” a glutamato –desidrogenase funciona
próximo do equilíbrio para ∆ G=0. O fluxo é
então controlado pelas concentrações dos
substractos e dos produtos de reacção.
 A posição de equilíbrio é fisiologicamente
importante porque altas concentrações de
amónia são tóxicas. A amónia produzida é
convertida em ureia que é eliminada na urina.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 DEGRADAÇÃO
 Os aminoácidos são degradados em compostos
que podem ser metabolizados até à forma final
de H2O e CO2.
 A degradação de aminoácidos é geralmente
responsável por 10% a 15% da energia
metabólica gerada pelos animais. Os
aminoácidos são catabolizados até
intermediários que podem ser: piruvato, a-ceto-
glutarato, succinil-CoA, fumarato, oxaloacetato,
acetil-CoA ou acetoacetato.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Como os animais não possuem vias


metabólicas para conversão do acetil-CoA e
acetoacetato em precursores gliconeogénicos,
não há síntese de açúcares a partir de
aminoácidos puramente cetogénicos.
 Os aminoácidos glicogénicos podem ser
degradados a piruvato, α -cetoglutarato,
succinil-CoA, fumarato ou oxaloacetato, sendo
precursores da glucose.
 Os aminoácidos cetogénicos são degradados a
Acetil-CoA ou acetoacetato, podendo ser
convertidos em ácidos gordos ou corpos
cetónicos.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A-Degradação a Piruvato
 São cinco os aminoácidos que se degradam até piruvato:
Alanina, Glicina, Cisteína,Serina, Treonina.
 A Alanina é directamente transaminada a piruvato em
presença da alanina-aminotransferase.

α-Cetoglutarato Glutamato

H
CH3-C-COO
- CH3-C-COO-
+
NH3 O
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A Serina é convertida a piruvato por perda de


água, em presença da enzima serina-
desidratase, dependente do PLP. O
aminoacrilato que é o produto da desidratação,
tautomeriza-se espontaneamente a imina que
também espontaneamente se hidrolisa a piruvato
e amónia.
H+
H H2O NH3
-
CH2=C-COO
CH3-C-COO- CH3-C-COO-
NH2
NH2+ O
Acrilato Piruvato
Imina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A Cisteína é transformada em piruvato por meio


de várias vias metabólicas onde o grupo tiol
pode ser transformado em H2S (sulfureto de
hidrogénio), SO32-( sulfito) ou SCN- (tiocianato).

H2O (H2S, SO32-, SCN-)


SH H
CH3-C-COO- + NH3
CH2-C-COO-
NH3+ O
Piruvato
Cisteína
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A Glicina é convertida em piruvato, sendo


intermediariamente transformada em serina
pela enzima serina-hidroximetil-transferase que
depende do PLP.
N5,N10-Metileno-THF THF

H OH H
H-C-COO- CH2-C-COO- + NH4 + + CO2
NH3+
NH3+
NAD+ NADH + H+
Glicina Serina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A serina-hidroximetil-transferase usa N5-N10-metileno-


tetrahidrofolato (N5,N10,metileno-THF) como dador de
carbono
H2N N N H
8
2 1 7
HN 3 4 5 6 9
H COO-
N CH2 O
O HN C-N-CH-CH2-CH2-C-OH
10
O n
2-amino-4-oxo- Ácido p-amino
6-metilpterina benzóico Glutamatos
(n=1-6)

Ácido pteroilglutâmico (tetrahidrofolato; THF)


CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 O grupo metileno do co-factor THF é obtido a partir da clivagem
de uma segunda molécula de glicina catalisada pelo sistema
enzimático de clivagem da glicina que é um sistema multiproteico
semelhante ao da piruvato-desidrogenase.
 Uma deficiência hereditária deste sistema conduz ao
aparecimento da doença hiperglicinémia não cetónica,
caracterizada por atraso mental e aumento de glicina nos fluidos
corporais.

5 10
N ,N -Metileno-THF THF

H H OH H
- - - +
H-C-COO + H-C-COO CH2-C-COO + NH4 + CO2
+
+ NH3+ NH3
NH3 NADH + H+
NAD+
Glicina Glicina Serina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A Treonina é tanto glicémica como cetogénica


porque produz piruvato e Acetil-CoA.
 A sua via metabólica mais importante é a
degradação a α -amino-β -cetobutirato, por meio
da enzima treonina desidrogenase, que tem
como cofactor o NAD+.
NAD+ NADH+H+
OH H O H

CH3-CH-C-COO
- CH3-C-C-COO-

NH3
+ NH3+
Treonina α-amino-β-cetobutirato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O α -amino-β -cetobutirato é transformado em


glicina e Acetil-CoA, por meio da enzima α -
amino-β -cetobutirato-liase.

CoA-SH
O H H O

CH3-C-C-COO- H-C-COO- + CH3-C-SCoA


NH3+ NH3+ Acetil-CoA
α-amino-β-cetobutirato Glicina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A segunda via metabólica daTreonina leva-a à


conversão directa em glicina e acetaldeído por
meio da serina-hidroximetil-transferase
dependente do PLP. Esta reacção resulta da
ruptura da ligação Cα -Cβ da treonina que é
coordenada pela disposição do sistema das
orbitais π do PLP em relação às orbitais π da
treonina.
OH H H O
-
CH3-CH-C-COO H-C-COO- + CH3-CH
NH3+ NH3+ Acetaldeído
Treonina Glicina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O acetaldeído formado é transformado em


Acetil-CoA.

CoA-SH
O O
CH3-CH CH3-C-SCoA
Acetaldeído Acetil-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 B-Degradação a oxaloacetato
 A Asparagina e o Aspartato são degradados a
oxaloacetato.
 O aspartato é transaminado directamente por
meio de uma aminotransferase.
α-cetoglutarato Glutamato

H
O O
C-C-CH2-C=O C-CH2C-C=O
- -
O - O
NH3+ O O O-

Aspartato Oxaloacetato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A asparagina é convertida a oxaloacetato por intermédio


da enzima L-asparaginase.
 A L-asparaginase é um agente quimioterapêutico
efectivo na leucemia linfoblástica aguda que necessita
de obter asparina a partir do sangue.
H2O NH4+

H
O O
C-C-CH2-C=O C-CH2C-C=O
- -
O O
NH3+ NH3+ O O -

Oxaloacetato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 C-Os aminoácidos Arginina, Ácido


Glutâmico (glutamato), Glutamina, Histidina,
Prolina são degradados a oxaloacetato.
 A arginina, glutamina, histidina e prolina são
convertidos em Ácido glutâmico (glutamato)
que posteriormente sofre desaminação
oxidativa a α -cetoglutarato, por intermédio
da enzima glutaminase.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A transformação
da histidina em H NH4+
HC=C-CH=CH-COO-
glutamato é mais HC=C-CH2-C-COO -
N
NH
complexa. N
NH NH3+
C
C
 A histidina sofre H
H
Urocanato
uma Histidina H2O
desaminação não
oxidativa, seguida O
O
- C-C-CH2CH2-COO-
de hidratação e O-
C-C-CH2CH2-COO
N
NH
clivagem do anel NH
C
imidazólico para HN C
H
H
formar N- N-formiminoglutamato
4-Imidazolona-5propionato

formiminoglutama
to.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 O grupo formimino é transferido ao tetrahidrofolato (THF)
libertando glutamato que sofre desaminação oxidativa e
se transforma em α -cetoglutarato.
H
O
-
C-C-CH2CH2-COO 5 H
O- THF N -Formimino-THF O
NH C-C-CH2CH2-COO-
C O-
HN NH3
+

H
N-formiminoglutamato Glutamato

NADPH + NH3
H
O NADP+
- O
C-C-CH2CH2-COO
O- C-C-CH2CH2-COO-
+
NH3 O-
O
Glutamato Glutarato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A arginina é convertida em glutamato pela


formação intermediária de glutamato-5-
semialdeído
Ureia
H H
O O
C-C-CH2CH2-CH2-NH-C-NH2 C-C-CH2CH2-CH2-NH3+
O- O-
NH3+ NH2 NH3+

Arginina Ornitina

H H
O O O
+
C-C-CH2CH2-CH2-NH3 C-C-CH2CH2-CH2-C
O- O-
NH3
+
+ H
NH3
Ornitina α−cetoglutararo Glutamato Glutamato-5-semi-aldeído
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A prolina a mesma transformação a glutamato-5-


semialdeído
1/2O2 H2O

- +
OOC N - +
H3 OOC N
H
Prolina
Pirrolino-5
-carboxilato
H
O O
- + C-C-CH2CH2-CH2-C
OOC N
H2O O- H
H NH3
+

Pirrolino-5 Glutamato-5-semi-aldeído
-carboxilato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O glutamato-5-semialdeído é transformado em
glutamato por uma reacção de oxidação-redução
em presença da enzima glutamato-5-semialdeído
desidrogenase.
NAD(P)+ NAD(P)H

H H
O O O
C-C-CH2CH2-CH2-C C-C-CH2CH2-C=O
O- H O
-
NH3+ + O-
NH3
Glutamato-5-semi-aldeído Glutamato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A conversão da glutamina em glutamato envolve


apenas a reacção de hidrólise por meio da
enzima glutaminase.

H2O NH3
H
O H
O
C-C-CH2CH2-C=O
- C-C-CH2CH2-C=O
O NH3+ -
+ O
NH3 + O-
NH3
Glutamina
Glutamato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 D-A isoleucina, a leucina, a metionina e a


valina são degradados a propionil-CoA.
Este último é produzido no catabolismo de
ácidos gordos com um número ímpar de
átomos de carbono. O propionil-CoA é
transformado em succinil-CoA por meio de
uma série de reacções que apresentam
como coenzimas a Biotina e a Vitamina
B12 .
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 A degradação da metionina envolve a síntese de S-
adenosilmetionina (SAM) e de cisteína.
 A degradação é iniciada por uma reacção com ATP para
formar S-adenosilmetionina em presença da enzima
metionina-adenosil-transferase.
H
+
CH3-S-CH2-CH2-C-COO-
ATP+H2O ADP+ PPI CH2 NH3
+

H
-
CH3-S-CH2-CH2-C-COO

NH3+ O Adenina

H
OHOH
S-Adenosilmetionina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O SAM possui um grupo metilo ligado a um ião sulfónio


altamente reactivo que o torna um agente metilante
biológico.
 Esta doação do grupo metilo transforma o SAM em S-
adenosilhomocisteína em presença da enzima metilase.
H H
Receptor de metilo Receptor metilado
+ S CH2 CH2 C-COO-
CH3 S CH2 CH2 C-COO-
CH2 H2 C
NH3 + NH3 +

Adenina O Adenina
O

H H

OH OH OH OH

SAM S-adenosil-homocisteína
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A S-Adenosil-homocisteína é hidrolisada libertado a


adenosina e homocisteína em presença da enzima
adenosil-homocisteínase dependente do PLP.

S CH2 CH2 C-COO-


H2 C
NH3 +

CH2 OH
O Adenina H 2O Adenina H
O
+ HS CH2 CH2 C-COO-
H H NH3 +
OH OH OH OH
Homocisteína
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A homocisteína pode ser de novo metilada por


meio do THF e criar metionina por meio da
enzima metionina-sintase.
 A homocisteína por outro lado pode combinar-se
com a serina para formar cistationina, por meio
da enzima cistationina-β -sintase .
Serina H2O
H H H

HS-CH2-CH2-C-COO- -
OOC-C-CH2-S-CH2-CH2-C-COO-

NH3+ NH3+ NH3+


Homocisteína
Cistationina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A cistationina em presença da água e por perda


de amoníaco transforma-se em α -cetobutirato e
cisteína por meio da enzima cistationina-γ -liase.

H2O NH3
H H H
-
OOC-C-CH2-S-CH2-CH2-C-COO- CH3-CH2-C-COO- + -OOC-C-CH2-SH

NH3+ NH3
+
O NH3+
α-cetobutirato Cisteína
Cistationina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O α -cetobutirato continua o seu metabolismo


degradativo até se transformar em propionil-CoA por
meio da enzima α -cetoácido desidrogenase e
posteriormente a succinil-CoA, pela acção sucessiva das
enzimas propionil-carboxilase, metil-malonil-CoA-
racemase e metil-malonil-CoA-mutase, como se viu na
β -oxidação de ácidos gordos.

CoASH + NAD+ NADH + CO2

CH3-CH2-C-COO- CH3-CH2-C-SCoA

O O
α-cetobutirato propionil-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A degradação dos aminoácidos leucina, isoleucina e


valina envolve a oxidação a acil-CoA.
 Esta degrqadação envolve três reacções que têm
enzimas comuns:
 1º Transaminação a α -cetoácido correspondente, por
meio de aminotransferases de aminoácidos ramificados.
α-cetoglutarato Glutamato

H
-
R1-CH-C-COO R1-CH-C-COO
-

R2
NH3+ R2
O

(A) Isoleucina R1=CH3-; R2=CH3-CH2- (A) α-ceto-β-metilvalerato


(b) Valina R1=CH3- ; R2=CH3- (b) α-cetoisovalerato
(C) Leucina R1= H- R2= (CH3)2-CH- (C) α-cetoicaproiato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 2º Descarboxilação oxidativa ao correspondente


Acil-CoA, por meio da desidrogenase de α -
cetoácido (DCCR)

NAD+ + CoASH NADH + CO2

R1-CH-C-COO- R1-CH-C-SCoA
R2 R2
O O
(A) α-ceto-β-metilvalerato (A) α-metilbutiril-CoA
(b) α-cetoisovalerato (b) Isobutiril-CoA
(C) α-cetoicaproiato (C) Isovaleril-CoA
 A desidrogenase de α -cetoácido (DCCR) é um
complexo enzimático semelhante ao da piruvato
desidrogenase e da a-ceto-glutarato
desidrogenase que têm em comum uma
subunidade E3 a dihidrolipoamida-
desidrogenase, e têm como coenzimas o TTP, a
lipoamida e o FAD e NAD+ como agente
oxidante terminal.
 A deficiência genética recessiva autossômica da
DCCR que causa a doença da urina do xarope
de bordo (porque tem um cheiro a melaço) ou
acetoacidúria de cadeia ramificada.
Na sua forma mais grave, a doença da urina em
xarope de bordo causa acidose grave durante a
primeira semana de vida, com deficiência
alimentar progressiva, vômitos, convulsões,
letargia e finalmente coma. Os recém-nascidos
não tratados morrem nas primeiras semanas de
vida.
A doença da urina em xarope de bordo também
ocorre numa forma intermitente e leve. Mesmo
nesta forma, a doença causa atraso mental e
episódios de acidose, precipitados por “stresse”.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 3º Desidrogenação por FAD para formar ligação dupla, por
intermédio da acil-CoA-desidrogenase.

O
A CH3-CH=C-C-SCoA
CH3
Tiglil-CoA
FAD FADH2
O
R1-CH-C-SCoA B CH2=C-C-SCoA
R2
O CH3
(A) α-metilbutiril-CoA Metilacrilil-CoA
(b) Isobutiril-CoA
(C) Isovaleril-CoA O
C CH3-C=CH-C-SCoA
CH3
β-metilcrotonil-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 As reacções restantes entram no metabolismo


dos ácidos gordos produzindo-se acetil-CoA e
propionil-CoA.
 E-A Lisina é degradada a acetoacetato ou/e a
acetil-CoA.
 A Leucina é degradada a acetoacetato e como
vimos anteriormente também a acetil-CoA.
 A via metabólica de degradação da Lisina no
fígado dos mamíferos faz-se:
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 1º Transformação em sacaropina por acção do


α -cetoglutarato, em presença da sacaropina-
desidrogenase e NADPH.
NADPH
+
α-Cetoglutarato NADP
+

H H

+
H3N -CH2-CH2-CH2-CH2-C-COO- HN-CH2-CH2-CH2-CH2-C-COO-
-
NH3+ OOC-CH2CH2-C-COO- NH3+
H2O
H
Sacaropina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A sacaropina em presença de NAD+ e água e da


enzima sacaropina-desidrogenase forma
glutamato
H
H2O + NAD+ NADH
HN-CH2-CH2-CH2-CH2-C-COO- H
-
OOC-CH2CH2-C-COO- NH3+ O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO-
H H
NH3+
Sacaropina Glutamato α-amino-adipato-6-semialdeído
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Por intermédio da amino-adipato-semialdeído-


desidrogenase dá-se uma transformação do α -
aminoadipato-6-semialdeído em α -
aminoadipato tendo como cofactor o NAD(P)+.
NAD(P)+ NAD(P)H
H H

O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO- O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO-
H O-
NH3+ NH3+
H2O
α-amino-adipato-6-semialdeído α-amino-adipato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Por intermédio da aminoadipato-


aminotransferase dependente do PLP o α -
aminoadipato transforma-se em α -cetoadipato.

α-cetoglutarato glutamato

O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO- O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO-
O- + O-
NH3 O
α-amino-adipato α-cetoadipato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O α -cetoadipato em presença da α -cetoácido


desidrogenase, tendo como cofactor o NAD+ e na
presença de acetil-CoA, transforma-se em
Glutaril-CoA
NAD+ + HSCoA NADH + CO2

O=C-CH2-CH2-CH2-C-COO- O=C-CH2-CH2-CH2-C-SCoA
O- O-
O O
α-cetoadipato Glutaril-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O Glutaril-CoA em presença da glutaril-CoA-


desidrogenase e do cofactor FAD origina
glutaconil-CoA.

FAD FADH2

O=C-CH2-CH2-CH2-C-SCoA O=C-CH2-CH=CH-C-SCoA
O- O-
O O
Glutaril-CoA Glutaconil-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O Glutaconil sofre uma descarboxilação


oxidativa a crotonil-Coa por intermédio de uma
descarboxilase.

CO2

O=C-CH2-CH=CH-C-SCoA CH3-CH=CH-C-SCoA
O-
O O

Glutaconil-CoA Crotonil-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O crotonil-CoA é hidratado a β -hidroxibutirato-


CoA por meio da enzima enoil-CoA-hidratase.

H2O
OH
CH3-CH=CH-C-SCoA CH3-C-CH2-C-SCoA
O H O

Crotonil-CoA b-hidroxibutiril-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O β -hidrobutiril-CoA é oxidado a acetoacetil-


CoA em presença da enzima da β -hidroxiacil-
CoA-desidrogenase.

+
NAD NADH O
OH
CH3-C-CH2-C-SCoA CH3-C-CH2-C-SCoA
H O O
Acetoacetil-CoA
b-hidroxibutiril-CoA
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O acetoacetil-CoA em presença de Acetil-CoA e


da HMG-CoA-sintase forma HMG-CoA.

Acetil-CoA CoA
O OH
-
CH3-C-CH2-C-SCoA OOC-CH2-C-CH2-C-SCoA
CH3 O
O
Acetoacetil-CoA
hidroximetil-glutamil-CoA
(HMG-CoA)
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O HMG-CoA por acção da HMG-CoA-liase


liberta acetil-CoA e cria acetoacetato.
Acetil-CoA

OH O
- -
OOC-CH2-C-CH2-C-SCoA OOC-CH2-C-CH3
CH3 O

Acetoacetato
hidroximetil-glutamil-CoA
(HMG-CoA)
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A via metabólica da sacaropina é


predominante nos mamíferos porque um
defeito genético na enzima sacaropina-
desidrogenase, leva ao aparecimento de
hiperlisinémia e hiperlisinúria,
respectivamente aumento da lisina no
sangue e na urina, conjugada com atraso
mental e físico.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 F-O Triptofano é degradado a alanina e a acetoacetato,


isto é simultaneamente glicogénico e acetogénico. A sua
via metabólica é complexa a partir da transformação da 3-
hidroxiquinurrenina em 3-hidroxiantranilato.
 Num primeiro passo o triptofano em presença de oxigénio
e da enzima triptofano-2,3-dioxigenase transforma-se em
N-formilquinurrinina.
O +
NH3
O2
H2 NH3+ C-CH2-CH-C=O
HN
C CH O-
H
C O
N-C=O
OH
H

Triptofano N-formilquinurrenina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A N-formilquinurreina perde o grupo formil por


hidrólise em presença da enzima formamidase e
cria a molécula quinurreina.
O
NH3+ O
H2O HCOO
- NH3+
C-CH2-CH-C=O
C- CH2-CH-C=O
-
O
H O-
N-C=O
NH2
H
Quinurrenina
N-formilquinurrenina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A quinurrenina por acção da quinurrenina-3-


monoxigenase, em presença de NADPH e
Oxigénio, forma 3-hiddroxiquinurrenina.

O + O
NH3+ NADPH + O2 NADP + H2O NH3+
C- CH2-CH-C=O C- CH2-CH-C=O
-
O- O

NH2 NH2
OH
Quinurrenina 3-hidroxiquinurrenina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A 3-hidroxiquinurrenina em presença da
quinurrenase, uma enzima dependente do PLP
liberta 3-hidroxiantranilato e alanina.
O
NH3+
H2O O
C-CH2-CH-C=O
O- C-O- NH3
+

+ CH3-CH-C=O
NH2
OH O-
NH2
3-hidroxiquinurrenina OH
Antranilato Alanina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A reacção é semelhante a uma transaminação onde


o grupo nucleofílico enzimático ataca o Cγ do
intermediário estabilizado por ressonância, levando à
clivagem da ligação Cβ -Cγ .
 O restante esqueleto do triptofano é convertido por
meio de cinco reacções sucessivas em α -adipato
que é um intermediário da via metabólica da lisina.
 Este composto tal como na via metabólica da lisina
converte-se após sete reacções em acetoacetato e
acetil-CoA.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 G-A Fenilalanina e a Tirosina são degradadas a


fumarato e acetoacetato, sendo semelhantemente ao
Triptogano simultaneamente glicogénicos e
acetogénicos.
 O primeiro passo da via metabólica da fenilalanina é a
sua hidroxilação a tirosina o que coloca estes dois
aminoácidos numa única via catabólica. A enzima
responsável é a fenilalanina-hidroxilase.
Tetrahidrobiopterina Dihidobiopterina
+ O2 + H2O
+
NH3 NH3+
- -
CH2-CH-COO HO CH2-CH-COO

Fenilalanina Tirosina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A Tirosina sofre uma transaminação por


intermédio do α -Cetoglutarato e forma p-
Hidroxifenilpiruvato, em presença de uma amino-
transferase.

α
-Cetoglutarato Glutamato
+ O
NH3
HO CH2-CH-COO
-
HO CH2-C-COO-

Tirosina p-Hidroxifenilpiruvato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O p-Hidroxifenilpiruvato é oxidado em presença


de ascorbato como cofactor da enzima p-
hidroxifenilpiruvato-dioxigenase transformando-
se em Homogentisato.

Ascorbato dihidroascorbato
+ O2 + H2O + CO2
O OH O
-
HO CH2-C-COO CH2-C-O-

p-Hidroxifenilpiruvato HO
Homogentisato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS
 O homogentisato por meio da homogentisato-
dioxigenase forma cis-4-maleil-acetoacetato.
O2
OH O
-
CH2-C-O- OOC-CH=CH-C-CH2-C-CH2-COO-
O O
HO
Homogentisato cis-4-maleil-acetoacetato

 Por meio da maleil-acetoacetato-isomerase o


cis-4-maleil-acetoacetato é transformado em
trans-4-fumaril-acetoacetato.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O trans-4-fumaril-acetoacetato sofre hidrólise por


acção da enzima fumaril-acetoacetase e liberta
fumarato que entra no ciclo dos ácidos
tricarboxílicos e acetoacetato.

H2O

-
OOC-CH=CH-C-CH2-C-CH2-COO- -
OOC-CH=CH-COO- + CH3-C-CH2-COO-
O O O
trans-4-fumaril-acetoacetato trans-fumarato Acetoacetato
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 As doenças genéticas mais importantes


relacionadas com o metabolismo da fenilalanina
e da tirosina são a fenilcetonúria e a
alcaptonúria.
 A alcaptonúria é uma doença hereditária
resultante da acumulação de ácido
homogentísico como consequência da ausência
da enzima homogentisato-dioxigenase. Esta
situação origina artrite em idade avançada e
urina que escurece muito rapidamente devido à
oxidação do homogentisato.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Na via metabólica da transformação da


Fenilalanina em Tirosina aparece como cofactor
da fenilalanina-hidroxilase que contém ferro (III),
a tetrahidrobiopterina.
 Estes cofactores semelhantemente às flavinas
participam em reacções biológicas redox.
 A forma activa da tetrahidrobiopterina é a sua
forma reduzida e obtém-se por reacção da 7,8-
dihidrobiopterina com NADH em presença da
dihidrofolato-redutase.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A fenilacetonúria (FCU) resultante da


incapacidade de hidroxilação da fenilalanina
para dar tirosina, devido à ausência da enzima
fenilalanina-hidroxilase.
 Esta doença origina atraso mental grave dentro
de poucos meses após o parto, caso não seja
detectada e tratada.
 O aparecimento de excesso de fenilalanina no
sangue (hiperfenilalaninémia) leva à sua
transaminação a fenilpiruvato que é uma
fenilcetona que é excretada na urina e que foi o
primeiro sintoma detectável da doença.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Como todas as restantes enzimas da via


metabólica se encontram em condições normais
o tratamento consiste numa dieta pobre em
fenilalanina, monitorizando-se o seu conteúdo
no sangue até ao 10 anos de idade quando os
efeitos desaparecem.
 O asparmato que é um adoçante dos
refrigerantes e outros produtos alimentares
contém fenilalanina e por isso deve ser indicado
nos rótulos.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 A fenilcetonúria produz pessoas com pele


e cabelos mais claros, dentro da sua
família porque há dificuldade em sintetizar
a melanina que depende da formação da
tirosina.
 A perda do co-factor tetrahidrobiopterina é
também uma das causas da
fenilcetonúria.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 BIOPTERINAS
 As biopterinas são cofactores redox. São
substâncias que contêm o anel da pterina, um
heretociclo conjugado contendo pirimidina e
piracina. N N

N
N

Pirimidina Piracina
Pteridina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Existe uma analogia entre a estrutura das


pterinas e a das isoaloxazinas que constituem as
flavinas.
 A Pterina (2-amino-4-oxopteridina)

H R1 H2N N N
N N O N N CH3

HN HN
N N CH3 N R
N
O O
Isoaloxazina
Flavina Pterina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 O grupo R varia produzindo biopterina ou folato.


 A forma activa da biopterina é a 5,6,7,8-
tetrahidrobiopterina que é a forma totalmente
reduzida.
OH
H
R=-C-C-CH3 Biopterina

HO H
O COO
-

C-N-CH-CH2-CH2-COO
- Folato
R= -CH2-NH
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Esta forma activa obtém-se a partir da 7,8-


dihidrobiopterina por redução em presença da
dihidrofolato-redutase que tem como cofactor o
NADPH+H+.

NADPH+H+ NADPH
1 8 1 H8 H
H2N N N 7 OH H2N N N 7 H OH
2 H 2 H
HN 3 6 HN 3 5 6
4 N C-C-CH3 4 N C-C-CH3
5 H H
O O
HO H HO H

7,8-dihidrobiopterina 5,6,7,8-Tetrahidrobiopterina
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Esta forma reduzida em presença de


fenilalanina produz tirosina e água,
regenerando a forma oxidada da
biopterina por acção da fenilalanina-
hidroxilase e Oxigénio molecular.
CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS

 Bibliografia
 Donald Voet, Judith G. Voet and Charlotte W.
Pratt, Fundamentos de Bioquímica, ArTmed
Editores, 2002
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/artic
acetoacidúria de cadeia ramificada
 http://www.lookfortherapy.com/mesh_info.php?term=
3-hidroxifenilpiruvato-dioxigenase
 http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_male
ácido maleico

Você também pode gostar