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DECISÃO
Cuida-se de Mandado de Segurança, com pedido de liminar, impetrado por Bruno Lúcio Meneses
Nascimento, contra ato supostamente ilegal praticado pelo Governador do Estado do Maranhão.
Alega o impetrante que participou do concurso público de provas promovido pela Universidade
Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), conforme edital nº 007/2018 - GR/UEMASUL, tendo
concorrido à 01 vaga para o cargo de Professor Assistente na área/subárea de Engenharia Ambiental/Sanitária, no
Campus Açailândia - MA, e que, apesar de ter sido aprovado e classificado no 1º lugar, não teria sido, até o presente
momento, nomeado, mesmo estando ainda no prazo de validade.
Sustenta que estaria sendo preterido pela autoridade coatora em razão da contratação precária de
funcionários terceirizados em áreas diversas, inclusive a de Engenharia Ambiental/Sanitaria, mediante processo
seletivo simplificado, sob a égide do edital nº 043/2019 – PROGESA/UEMASU.
Acrescenta que ninguém foi aprovado para a vaga oferecida no processo seletivo, tendo sido
contratado outro professor para desempenhar as mesmas funções para as quais foi aprovado no concurso público.
Aduz, também, que tais medidas configuram sua preterição ao cargo público e, por consequência,
transformam a mera expectativa de direito, em direito líquido e certo a nomeação.
Sob tais argumentos, e ainda alegando se fazerem presentes o fumus boni iuris e periculum in mora,
pugna o impetrante pelo deferimento de medida liminar, a fim de que seja imediatamente nomeado e empossado no
cargo para qual foi aprovado. Ao fim, requer a concessão definitiva do mandamus, depois de adotadas as
providências de estilo.
Com efeito, o artigo 1°, da Lei n° 12.016/2009, determina que: “ conceder-se-á mandado de
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpusou habeas data, sempre que,
ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.”
Nesse particular, quando da impetração, o titular deverá fazer a prova do seu direito líquido e
certo e a violação dele,em momento único, salvo se o documento necessário à prova se ache em repartição ou
estabelecimento público, ou em poder de autoridade que recuse fornecê-lo por certidão, hipótese em que o juiz
ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse documento em original ou em cópia autêntica.
O direito líquido e certo, segundo ensinamento do jurista Hely Lopes Meirelles, é o "direito
comprovado de plano", ou seja, de imediato, no ato da impetração. A ritualística do remédio heróico não se
compadece com a dilação probatória.
Assim, a petição inicial do mandamus deve preencher os requisitos dos arts. 319 e 320, ambos do
Novo Código de Processo Civil, sob pena de indeferimento, incidindo, pois, na cominação do art. 10º, da Lei
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12.016/2009 .
Assinado eletronicamente por: JOSE DE RIBAMAR CASTRO - 31/01/2020 08:18:47 Num. 5443082 - Pág. 1
https://pje2.tjma.jus.br:443/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=20013108184707200000005254505
Número do documento: 20013108184707200000005254505
No caso concreto, analisando os autos digitais, verifico que oimpetrante deixou de fazer prova
inequívoca das alegações contidas no writ.
É que muito embora afirme ter sido preterido por funcionários terceirizados, não há nos autos
qualquer documentação apta a comprovar a efetiva existência de contratos precários para o desempenho do mesmo
cargo para o qual foi aprovado no concurso público.
O impetrante sequer comprovou, de plano, que a administração pública ofertou processo seletivo
para contratação de professor na Área/Subárea: Engenharia Ambiental/Sanitária. Em verdade, os documentos
acostados, dão conta de que o seletivo foi para o preenchimento de cargos de professor na Área/Subárea:
Engenharia Civil/Mecânica das Estruturas.
Tenho, assim, que a documentação instrutiva do pedido não se presta para comprovar, de
plano, sem dilação probatória aprofundada, o alegado na inicial.
Logo, à míngua de comprovação do direito alegado no ato da impetração do writ of mandamus, deve
o processo ser extinto pela ausência de condição especial ao ajuizamento da ação mandamental.
Nessa linha é o entendimento trilhado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DILAÇ
PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PREVENÇÃO. INOCORRÊNCIA. DILAÇÃO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Pre
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ART. 489 DO CPC/2015. NULIDADE. INEX
Diante do exposto, e ante a inequívoca ausência de prova pré-constituída, com fundamento no artigo
10, caput, da Lei 12.016/2009, indefiro a inicial.
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Comunique-se, de imediato, a autoridade impetrada, encaminhando-lhe o inteiro teor desta decisão,
que servirá de ofício para todos os fins de direito.
Cumpra-se.
Relator
1 Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos
legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração.
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