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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA
DIRETORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

UUNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

SUELLEN HELENA LEITE DE MEIRELES

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE


INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.

MACAÉ
2018
SUELLEN HELENA LEITE DE MEIRELES

A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE


INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA.

Trabalho apresentado ao Departamento de Pós-


Graduação a Distância da UNIVERSO – Universidade
Salgado de Oliveira, como requisito parcial à conclusão
da disciplina Avaliação e Intervenção Psicopedagógica
do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Psicopedagogia Clínica e Institucional.
Professora: Adriana Aguiar Miranda

MACAÉ
2018
1. Introdução

O psicopedagogo é o profissional que auxilia aqueles que apresentam dificuldades e


transtornos a criar mecanismos e ferramentas que os permitam aprender e
desenvolver aprendizagem e conhecimento.

Para que a intervenção e atuação do psicopedagogo seja eficiente, é necessário que


utilizemos métodos e instrumentos avaliativos, que sejam condizentes com a
realidade e faixa etária do aluno, para que possamos identificar quais ações deverão
ser adotadas, para que a intervenção seja realizada de forma correta.

2. Desenvolvimento

Um dos instrumentos que podem ser utilizados para esse processo de avaliação
psicopedagógico são as provas operatórias de Piaget.

As operações mentais se referem as habilidades de raciocínio do indivíduo, ou seja,


a capacidade de resolver problemas, utilizar a lógica e aplicá-la aos mais diversos
setores da vida. Esse processo de transformação do raciocínio até a lógica não é
imediato, mas ocorre gradualmente a medida que a criança se desenvolve.

Piaget definiu em seus estudos, diversos estágios de desenvolvimento do raciocínio,


e esses estágios nos auxiliam acompanhar o progresso da criança, bem como
identificar as dificuldades ou atrasos de desenvolvimento.

No estágio sensório- motor, que inclui as idades de 0 a 2 anos, a criança ainda não
executa operações lógicas e seus comportamentos são guiados pelos sentidos e
ação motora. Já no estágio pré-operacional, que vai dos 2 aos 7 anos, a criança já
desenvolve a capacidade de representar e o raciocínio apresenta pensamentos e
operações semilógicos. No estágio das operações concretas, entre os 7 e 11 anos, a
criança já consegue realizar operações lógicas, mas que envolvam apenas
situações e objetos reais, o raciocínio ainda não é abstrato. Ao atingir o estágio das
operações formais, entre os 12 e os 15 anos, o raciocínio já ocorre de forma
abstrata, e já se é possível raciocinar tendo como base hipóteses e enunciados
diversos.

Para identificar e avaliar cada um desses estágios, Piaget desenvolveu uma série de
testes ou provas, que permitem identificar os níveis de construção de operações
mentais, de conservação, classificação, seriação e medidas espaciais. Nessas
provas podemos, por exemplo, identificar se a criança consegue classificar e seriar
objetos baseados em premissas diversas, ou se compreende a ideia de conservação
de dimensão, peso e massa.

Tais provas são importantes porque elas nos permitem identificar um vasto horizonte
de conexões cognitivas e avaliar se o desenvolvimento dessas conexões está
ocorrendo dentro do esperado para sua idade, pois as dificuldades que o aluno
venha a apresentar no processo de aprendizagem, dentro e fora da escola, podem
ser identificados e explicados caso ao avaliarmos esse indivíduo, ele apresente um
estágio de desenvolvimento de pensamento que não seja o correto ou abaixo do
esperado para sua faixa etária.

Ao realizar a aplicação das provas, elas servirão de um norte orientador para as


intervenções que o psicopedagogo realizará junto aquele indivíduo, pois por meio da
identificação das áreas aonde a criança apresenta atrasos ou falhas no pensamento,
é possível realizar um projeto de intervenção que esteja voltado para trabalhar
diretamente nos pontos aonde essa criança precisa de intervenção. Para saber
como e o que trabalhar com cada criança, é necessário um processo avaliativo
individual e inicial.

Além das provas de Piaget, existem outros mecanismos de avaliação que podem e
devem ser aplicados nos mais diferentes casos de intervenção psicopedagógica. No
caso de um indivíduo com dislexia, testes específicos no campo da leitura e escrita
podem ser aplicados como, por exemplo: provas de leituras, onde a criança precisa
identificar palavras que possuem grafia semelhante, testar a capacidade de leitura e
compreensão do que foi lido, e ler rapidamente várias palavras que são ordenadas
por grau de dificuldade, para identificar percepção, domínio e ritmo de leitura; provas
de escrita, por meio de ditados, que permitem identificar se a criança compreende
palavras e frases curtas; testes de fluência verbal, onde a criança deve pronunciar
em um minuto quantas palavras consegui se lembrar, o que permite identificar a
capacidade de encontrar facilmente palavras sem repeti-las; testes de percepção
auditiva, onde identifica-se a habilidade de distinguir e diferenciar sons de palavras;
testes de ligações de sons, onde a criança deve ouvir as sílabas e juntar
mentalmente para formar a palavra; dentre outros.
3. Conclusão

Dessa forma, podemos concluir que o processo de intervenção do psicopedagogo


junto aos alunos tem início no processo avaliativo. Não é possível realizar uma
intervenção boa e eficiente, sem que identifiquemos, por meio da avaliação prévia,
os pontos que precisam ser melhorados e desenvolvidos.

Ao avaliar, poderemos adaptar as técnicas e instrumentos pedagógicos para que


estes sejam mais efetivos para a superação das dificuldades encontradas.
Trabalharemos assim com mais foco naqueles pontos e que o aluno exige real e
possui real necessidade.

4. Bibliografia

DE MORAES, Ana Paula Aragão. Das provas operatórias à construção de


estruturas cognitivas: Um estudo de caso em Psicopedagogia. Rev.
Psicopedaogia. [online]. 2018, vol.35, n.107, pp. 242-253. ISSN 0103-8486.

FERREIRA, Diana Vilar. Avaliação e Intervenção nas Dificuldades de


Aprendizagem–Dislexia–na Idade Escolar. Universidade Fernando Pessoa.
Porto, 2018. Tese de Doutorado.

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