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Módulo 3
Insulinoterapia
Cláudia Nogueira e Cris4ana Ferreira
Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
4 de junho de 2016
Agenda
• Insulinas disponíveis
• Entrevista mo4vacional na insulinoterapia e
autocontrolo
• Início do tratamento
• Intensificação do esquema de insulina
• Esquemas de insulina alterna4vos
• Exemplos prá4cos
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INSULINAS DISPONÍVEIS
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3
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No Horizonte…
• Degludec
(Tresiba®; Novo Nordisk)
• Glargina U300
(Toujeo®; Sanofi)
• Biossimilar da Glargina
(Abasaglar®; Eli Lilly)
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RCM Toujeo®
ENTREVISTA MOTIVACIONAL NA
INSULINOTERAPIA E AUTOCONTROLO
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Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
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Caracterís4cas
• Iden4ficar e mobilizar os valores e obje4vos intrínsecos
do doente para, a par4r destes, es4mular uma
mudança de comportamento
• Resistência e negação
– Fazem parte do processo de mudança
– Sinal de que a estratégia mo4vacional não está a funcionar
e deve ser modificada
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
Princípios gerais
Evitar a
argumentação
Desenvolver a Acompanhar a
discrepância resistência
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
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Expressar
empa4a
• Escutar
• Tentar compreender os sen4mentos e as
perspe4vas do doente, sem julgar, cri4car ou
culpar
• Não significa concordar
• Es4mula a autoes4ma
• Facilita a mudança
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
Desenvolver a
discrepância
• Criar e ampliar, na mente do doente, uma
discrepância entre o comportamento atual e as
metas a a4ngir
• “Onde se está” vs. “Onde se quer chegar”
• Ajuda a mudar o ponto de vista do doente sem
criar uma sensação de pressão ou coerção
• É importante tomar consciência das
consequências
• A discrepância entre o comportamento atual e
as metas a a4ngir mo4va a mudança
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
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Evitar a
argumentação
• Evitar confrontos diretos e abordagens que
geram resistência
• A argumentação / confrontação é
contraproducente
• Defender leva a comportamento defensivo
• A resistência é um sinal para a mudança de
estratégia
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
Acompanhar a
resistência
• A relutância e a ambivalência são
reconhecidas como naturais e
compreensíveis pelo terapeuta
• Permite incluir o doente a4vamente no
processo de resolução do problema
• Oferecer, não impor, novas perspe4vas
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
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Promover a
autoeficácia
• Crença da pessoa na sua capacidade de
realizar e ter sucesso numa tarefa específica
• Elemento chave na mo4vação para a
mudança
• Ênfase na responsabilidade pessoal
• O doente é responsável por decidir e realizar
mudanças pessoais
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
Compromisso.
Mantém
alterações
Preocupa-se com o pelo menos 6
comportamento; consciente meses
do problema; não assume
compromisso para mudar
mas considera possibilidade
de mudar nos próximos 6
meses
Consolida e mantém
alterações mais de 6 meses
Intenção de mudar,
faz tenta4vas a curto
prazo, pequenas
alterações
Sem preocupação
nem interesse em
mudar o
comportamento
Lopes da Silva, Isabel, (2010), Psicologia da Diabetes, 2ª edição, Lisboa, Placebo Editora.
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INÍCIO DO TRATAMENTO
EDUCAÇÃO TERAPÊUTICA / ENSINOS
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Agenda
Ensino e educação terapêu4ca - Início do tratamento
com insulina
• Considerações prá4cas
– Técnica de administração de insulina
– Locais de administração de insulina
– Armazenamento da insulina
– Hipoglicemia
– Diabetes e exercício {sico
– Diabetes e condução
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Riscos da reu4lização:
• Não obter dose precisa
• Deixar entrar ar no cartucho
• Deixar cristalizar insulina
• Perda de esterilização
• Injeção mais dolorosa
– Perda lubrificante
– Deformação progressiva
• Lipodistrofia
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Armazenamento da insulina
• Não expôr a insulina a temperaturas extremas
Hipoglicemia
Como se define hipoglicemia num indivíduo
diabéSco?
• Di{cil definir um valor limiar específico
• Valor de referência para alerta em doentes sob ADO/insulina
– Glicemia < 70 mg/dL (limite inferior da concentração de
glicose plasmá4ca no estado pós-absor4vo; limiar para
a4vação dos mecanismos de contrarregulação em
indivíduos não diabé4cos; limite superior de glicose
plasmá4ca a par4r do qual os mecanismos de
contrarregulação são reduzidos)
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Sintomas de hipoglicemia
Autonómicos Neuroglicopénicos
Ansiedade Visão turva
Irritabilidade Tonturas
Palpitações Fadiga / fraqueza
Fome Dificuldade de
Hipersudorese concentração
Parestesias Alterações do
Tremor comportamento
Convulsões
Coma
Hipoglicemia – Classificação
1. Grave: Evento que requer assistência de
terceiros com recuperação neurológica
após normalização da glicemia
2. SintomáSca documentada: Sintomas e
glicemia <70mg/dl
3. AssintomáSca: Sem sintomas e glicemia
<70mg/dl
4. SintomáSca provável: Sintomas sem
determinar glicemia
5. Pseudohipoglicemia: Sintomas e
glicemia superior a 70mg/dl (mas perto
deste nível)
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Tratamento de hipoglicemias
“Regra dos 15”1
1. Ingerir 15g de hidratos de carbono de absorção rápida:
– 2 pacotes de açúcar (15 g) ou duas colheres de sopa de
açúcar cheias com ou sem água
– 1/2 lata de refrigerante (não dieta; confirmar conteúdo de
hidratos carbono)
– 1 colher de sopa de mel
– 3 ou 4 comprimidos de glicose (Glucotab®: cada
comprimido contém 4g de glicose)
1A evidência sugere que são necessários 15g de glicose (monossacarídeo) para elevar a
glicemia em cerca de 40mg/dL 20 minutos após a sua ingestão.
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Tratamento de hipoglicemias
2. Aguardar 15 minutos e voltar a verificar a glicemia
3. Se glicemia con4nuar abaixo de 70 mg/dL, administrar mais
15g de hidratos de carbono de absorção rápida
4. Repe4r o procedimento até glicemia > 70mg/dL
5. Se intervalo até à refeição seguinte for superior a 1 hora,
ingerir 15g de hidratos de carbono complexos adicionais (Ex:
1 lanche de pão com queijo ou 4 bolachas de água e sal e um
copo de leite ou iogurte)
Tratamento de hipoglicemias
6. Contactar imediatamente o médico ou enfermeiro / recorrer
ao SU se:
– não melhorar
– glicemia permanecer <70 mg/dL
– glicemia <50 mg/dL ou aparecer “LO” no glicómetro
– hipoglicemia recorrente
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Prevenção de hipoglicemias
• Monitorização e obje4vos • Dieta
– Encorajar medições antes das – Snacks entre refeições e à noite
refeições, à noite e se – Acesso a hidratos de carbono de
absorção rápida
sintomas
• Aconselhamento sobre execício
– Encorajar medições entre as 2
{sico
e 5 da manha 3x semana
– Medir glicemia antes, durante e após
– Elevar o obje4vo pré-prandial exercício
– ex: glicemia 100-150 mg/dL – Ingestão calórica pré, durante e após
• Educação exercício se glicemia < 140 mg/dl
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Diabetes e condução
Considerações gerais
• Conduzir é essencial
• Diabetes não é contraindicação a
condução
• Diabetes associa-se a menos
acidentes que outras patologias
• Diabetes associa-se a
interferência potencial na
condução
Diabetes e condução
Interferência da diabetes na condução
• Hipoglicemia
• Re4nopa4a e Cataratas
– Impede visão adequada
• Neuropa4a
– Condiciona a sensibilidade dos membros inferiores
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Diabetes e condução
Medidas preven4vas hipoglicemia
• Levar glicómetro + fonte de açúcar
• Medir glicemia antes de iniciar condução e em períodos regulares (a cada
1 hora)
• Não iniciar condução prolongada se glicemia menor 90 mg/dl, sem fazer
lanche
• Assim que sintomatologia: parar, avaliar e corrigir
Bibliografia
• Standards of medical care in diabetes – 2016. American Diabetes Associa4on.
Diabetes Care, volume 39, supplement 1, January 2016.
• Exercise and type 2 diabetes. The American College of Sport ans The American
Diabetes Associa4on: joint posi4on statement. Diabetes Care, volume 33,
number12, December 2010.
• Diabetes and driving. Diabetes Care. Volume 37, suplement 1, January 2014.
• Hypoglycemia and Diabetes: A Report of a Workgroup of the American Diabetes
Associa4on and the Endocrine Society. Diabetes Care. April 2013.
• Hypoglycemia. Canadian Diabetes Associa4on Clinical Prac4ce Guidelines
Commi†ee. Can J Diabetes 37 (2013) S69-S71.
• Insuline administra4on. Diabetes care, volume 25, supplement 1, January 2002.
• h†p://www.controlaradiabetes.pt
• h†p://www.apdp.pt
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Sugere-se ingestão
profilá4ca ou
terapêu4ca de
15-30g de HC
INTERVALO
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O alvo
terapêu4co
deve ser
individualizado
Alvos terapêu4cos
ADA AACE/ACE IDF
(2016) (2016) (2012)
HbA1c (%) <7,0 <=6,5 ou >6,5 <7,0
Glicemia pré-prandial
80-130 <115
(mg/dL)
Glicemia pós-
<180 <160
prandial (mg/dL)
ADA, American Diabetes Associa4on; AACE, American associa4on of Clinical Endocrinologists; ACE, American
College of Endocrinology; IDF, Interna4onal Diabetes Federa4on
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Início do tratamento
Início do tratamento
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Início do tratamento
Início do tratamento
Insulina Basal
(geralmente associado a me‡ormina
+/- outro agente não insulínico)
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22/06/16
Início do tratamento
Insulina Basal (ação prolongada)
Caso Clínico
• Homem de 62 anos, autónomo • Peso: 85kg; Est: 1,60m; IMC:
• DM com 10 anos de evolução, 33,2kg/m2
diagnos4cada em análises de • TA: 149/86mmHg, FC: 84bpm
ro4na • Sem outras alterações relevantes
– Doença renal diabé4ca ao exame {sico
(proteinúria)
• HTA, obesidade
• Análises:
• Hepa4te B – Hb16,52; leuc 6,5
• Medicação habitual: – Glicose 228; A1c 8,6% (nos úl4mos
– Me‡ormina/sitaglip4na 2 anos, A1c 8,6-8,8%)
1000/50mg – 1+0+1 – Ur 34; Cr 0,7; Na 139; K 5,0
– Valsartan/HTZ 160/12,5mg – 1+0+0 – AST, ALT e G-GT normais
– AAS 100mg – 0+1+0 – CT 162; HDL 44; LDLc 98; TG 98
– Lamivudina, Tenofovir – TSH 3,33
• Não fumador; Álcool: às refeições – Proteinuria 1190mg/dia, vol. 3220
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Caso Clínico
O que fazer? Alvo?
Caso Clínico
• Decidido manter ADOs e iniciar insulina glargina 14U às 21h
• Pesquisa de glicemia capilar 2x/dia em horários alternados
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22/06/16
Caso Clínico
• Ajustada dose de insulina glargina para 6U às 9h e 16U às 21h
• Iniciou pravasta4na 10mg – 0+0+1
4 meses
depois
• Registos de glicemia: dentro dos obje4vos antes
das refeições e ao deitar; nega hipoglicemias
• Glicose 132; A1c 6,3%
• Cr 0,9, Na 138, K 4,7
• CT 138, HDL 39, LDL 89, TG 80
INTENSIFICAÇÃO DO TRATAMENTO
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AACE/ACE Comprehensive Type 2 Diabetes Management Algorithm 2016 Published in Endocr Pract.2016;22:84-113.
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22/06/16
Associar GLP-1
RA (ou iSGLT-2 Associar Insulina Prandial
ou iDPP-4)
GLP-1 RA, análogo do recetor do GLP-1; iSGLT-2, inibidor do SGLT-2; iDPP-4, inibidor da DPP4; DTD, dose total diária
insulina
AACE/ACE Comprehensive Type 2 Diabetes Management Algorithm 2016 Published in Endocr Pract.2016;22:84-113.
Associar GLP-1
RA (ou iSGLT-2 Associar Insulina Prandial
ou iDPP-4)
Basal-Plus 1, Plus 2,
Plus 3
• Associar insulina prandial
antes da principal refeição
• Progredir para injeções
antes de 2-3 refeições
• Iniciar: 10% dose insulina
basal ou 5U
GLP-1 RA, análogo do recetor do GLP-1; iSGLT-2, inibidor do SGLT-2; iDPP-4, inibidor da DPP4; DTD, dose total diária
insulina
AACE/ACE Comprehensive Type 2 Diabetes Management Algorithm 2016 Published in Endocr Pract.2016;22:84-113.
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Associar GLP-1
RA (ou iSGLT-2 Associar Insulina Prandial
ou iDPP-4)
Basal-Plus 1, Plus 2,
Basal-Bólus
Plus 3
• Associar insulina prandial • Associar insulina prandial
antes da principal refeição antes de cada refeição
• Progredir para injeções
antes de 2-3 refeições • 50% insulina basal / 50%
• Iniciar: 10% dose insulina insulina prandial (DTD
basal ou 5U 0,3-0,5U/Kg)
GLP-1 RA, análogo do recetor do GLP-1; iSGLT-2, inibidor do SGLT-2; iDPP-4, inibidor da DPP4; DTD, dose total diária
insulina
AACE/ACE Comprehensive Type 2 Diabetes Management Algorithm 2016 Published in Endocr Pract.2016;22:84-113.
Associar GLP-1
RA (ou iSGLT-2 Associar Insulina Prandial
ou iDPP-4)
Basal-Plus 1, Plus 2,
Basal-Bólus
Plus 3
• Associar insulina prandial • Associar insulina prandial
antes da principal refeição antes de cada refeição
• Progredir para injeções
nates de 2-3 refeições • 50% insulina basal / 50%
• Iniciar: 10% dose insulina insulina prandial (DTD
basal ou 5U 0,3-0,5U/Kg)
Titulação da dose a cada 2-3 dias até a4ngir o alvo glicémico
GLP-1 RA, análogo do recetor do GLP-1; iSGLT-2,
• Aumentar insulina prandial em 10% ou em 1-2U se glicemia 1-2h
inibidor do SGLT-2; iDPP-4, inibidor da DPP4; DTD, pós-prandial ou glicemia antes da refeição seguinte > 140mg/dL
dose total diária insulina
• Hipoglicemia: reduzir DTD insulina basal e/ou prandial em:
AACE/ACE Comprehensive Type 2 Diabetes
Management Algorithm 2016 Published in Endocr
• Glicemia persistentemente < 70mg/dL: 10-20%
Pract.2016;22:84-113. • Hipoglicemia grave ou < 40mg/dL: 20-40%
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22/06/16
Caso Clínico
• Homem de 72 anos, autónomo,
casado, 2 filhos emigrados
• Antecedentes de dislipidemia
• MH: sinvasta4na 20mg/dia
• Desconhece história familiar de DM a. Hipóteses de diagnós4co
• Queixas de polidipsia, poliuria, b. Obje4vo glicémico
emagrecimento de ~5kg em 15 dias
c. Que terapêu4ca ins4tuir
• Dx: 344mg/dL
• Peso: 76kg; Est: 1,72m; IMC: 25,7kg/
m2
• Análises: Hb 14,2g/dL, glicose
329mg/dL, A1c 10,3%, Cr 1,1mg/dL,
Na 132mEq/L, K 4,5mEq/L, função
hepá4ca normal, LDL 98mg/dL
• TFGc (MDRD): 66mL/min
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22/06/16
Caso Clínico
• Diabetes 4po 1
– Forma de apresentação
– Pept C 0,4 (1,1-4,0)
– An4corpos an4-GAD posi4vos
• Alvo
– A1c < 7%
– Glicemia pré-prandial 80-130mg/dL
– Glicemia pós-prandial < 180mg/dL
• Terapêu4ca inicial
– Insulina basal + prandial (basal-bólus)
Caso Clínico
• Insulina glargina + insulina aspár4ca pequeno-almoço, almoço
e jantar
• Doses?
– DTD: 0,3U/Kg = 0,3 x 76 = 22,8U ~ 23U 76kg
– Insulina basal: 23U x 50% = ~11U antes da ceia
– Insulina prandial:
• 23U x 50% = ~12U
• 12U : 3 refeições = 4U a cada refeição
• Pesquisa de glicemia capilar antes das 3 principais refeições e
alternadamente antes do lanche e da ceia
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22/06/16
ESQUEMAS DE INSULINA
ALTERNATIVOS
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DTD, dose total diária insulina; GLP-1 RA, análogo do recetor do GLP-1; PA, pequeno-
almoço; J, jantar
American Diabetes Association Dia Care 2016;39:S52-S59
Caso Clínico
• Homem, 66 anos, reformado • Medicação habitual:
• DM com cerca de 20 anos de Insulina NPH – 30U ao pequeno-
evolução (diagnos4cada em análises almoço + 24U ao jantar (é a filha que
de ro4na), insulinomedicado há cerca administra ou prepara a caneta de
de 6 anos insulina)
– Re4nopa4a Gliclazida LM 60mg – 2+0+0
– Doença renal diabé4ca Irbesartan 150mg – 1+0+0
(proteinúria) Sinvasta4na 20mg – 0+0+1
– Doença cerebrovascular Omeprazol 20mg – 1+0+0
• HTA; Dislipidemia; Fumador 15-20 AAS – 0+1+1
cigarros/dia; Excesso peso • Peso: 92; Est: 1,77; IMC: 29,4
• Cirurgia vesical (por tumor?). Diz que • TA: 161/77; Pulso: 62
foi seguido no H. de Viseu • Glicemia (2h30 pós-prandial): 361
47
22/06/16
Caso Clínico
• Análises: Jejum Antes jantar
– Hb 15.1, leuc 6.4, plaq 140 140 129
– Glicose 334, A1c – não fez
– Ur 42, Cr 0,9 130 168
– Na 140, K 5,0 96 186
– ALT 21 124 181
– CT 123, HDL 23, LDL 74, TG 200
107 110
• O que fazer? 173 199
a) À insulina? Manter, subs4tuir, 121 148
alterar a dose?
97 201
b) À gliclazida?
c) Associar outros fármacos 102 178
an4diabé4cos? 101 201
d) Alterar horário das pesquisas?
Ques4onar fiabilidade dos 124 119
registos? 102
Caso Clínico
• Insulatard -> 32+24U/dia (passar toma do jantar para
a ceia)
• Suspende gliclazida
• Inicia me‡ormina a progredir até 1000mg 2id
• Pesquisa de glicemia capilar 2x/dia pré e pós
prandiais em horários alternados
• Trazer glicómetro
48
22/06/16
Caso Clínico
• Insulatard 32+24 • O que fazer?
• Me‡ormina 500mg – 1+0+1 (não – Alterar insulina? De que
tolerou 1000mg 2id) forma?
– Associar outros fármacos
• Registos de glicemia capilar: não
an4diabé4cos?
estão em conformidade com o
glicómetro (mas o glicómetro não
tem horas nem data configuradas).
Diz que também faz pesquisa à
esposa... a filha admite que nem
sempre regista logo a glicemia e
que depois faz uma "aproximação"
Caso Clínico
• Suspendeu insulina NPH
• Iniciou insulina bifásica (Novomix 30®)
– Transição NPH para Novomix 30:
• DTD - NPH 32+24=56
• 2/3 PA + 1/3 J ou ½ PA + ½ J (alterna4va PA+A+J)
– Ex: 36 + 20 ou 28 + 28
• Prescrito 16U PA + 18U A + 26U J
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Caso Clínico
Jejum 2h após PA Antes 2h após A Antes 2h após J
• Novomix 30 – almoço jantar
16+18+26 202 89 385
• Me‡ormina 500 – 161 120 143
1+0+1 344 331
• Peso: 91,5; TA: 88 120
164/81; FC: 65 573 190 251
• Análises 11/4/2016: 164 218 157
Glicose 29, A1c 9.5%, 171 174
Cr 1,05, Na 145, K 5,2 145 268
LDL 66 195 419 323
97 152
57 181
443 183
169 200 187
108 103 381 269
244 95 316 262
American Diabetes
Association Dia
Care 2016;39:S52-
S59
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EXEMPLOS PRÁTICOS
CASOS ENVIADOS NO MÓDULO 2
• MH: Vildaglip4na 50mg qd, Ramipril 2.5 qd, Atorvasta4na 20mg qd,
Bisoprolol 2.5mg qd, Furosemida 40mg qd, Espironolactona 25mg qd,
Aspirina 100mg qd
51
22/06/16
Questões a considerar
• Alvo terapêu4co
1
• Eficácia / Segurança
• Necessidade de apoio de terceiros?
Sugestão
• Alvo A1c ~7,5%
• Manter vildaglip4na 50mg/dia e iniciar análogo de insulina de ação
prolongada (glargina ou detemir); considerar 0,1-0,2U/Kg/dia, atendendo a
que apresenta DRC estádio 3B
• Controlo da glicemia em jejum e pós-prandial
• Menor risco de hipoglicemia (vs. insulina intermédia), possibilidade de
uma administração/dia
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Questões a considerar
• Alvo terapêu4co
• Eficácia / Segurança
2
• Necessidade de apoio de terceiros?
Sugestão / comentários
• Atendendo à idade, comorbilidades e o facto de viver sozinha, considerar
alvo A1c ~7,5-8% e obje4vo pré-prandial ~100-140mg/dL
• Dapagliflozina contraindicada na DRC moderada a grave e me‡ormina
contraindicada na DRC grave > suspender
• Vildaglip4na > pode ser u4lizada na DRC moderada a grave e em hemodiálise
na dose de 50mg/dia; sem necessidade de subs4tuição por linaglip4na
• Manter insulina glargina com 4tulação da dose até a4ngir glicemia alvo em
jejum
• iDPP4 + insulina basal > melhor opção: controlo da glicemia jejum e pós-
prandial
Utente analfabeta e que mora só – Sve receio de introduzir insulina e acabei
por escolher um análogo, pelo menor risco de hipoglicemia. Haveria outras
opções?
3
Idoso com várias comorbilidades
• JVP, 81 anos, género masculino, autónomo.
• Síndrome de apneia obstru4va do sono, HBP, insuficiência cardíaca, fibrilação
auricular, dislipidemia, hipertensão arterial e doença renal crónica.
• DM 4po 2 com cerca de oito anos de evolução, medicado com pioglitazona+
me‡ormina.
• Em consulta de vigilância, TFG 32,4 mL/min e HbA1c de 8,7%.
• Subs4tuí pioglitazona+me‡ormina por vildaglitpina. Agendei consulta a breve
trecho para ponderar iniciar insulina.
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Questões a considerar
• Alvo terapêu4co
• Eficácia / Segurança
3
• Necessidade de apoio de terceiros?
Sugestão / comentários
• Alvo A1c~7,5-8%
• DRC estádio 3B (TFG 32,4mL/min) + SAOS + IC – maior risco de hipoperfusão
tecidular e acidose lá4ca > suspender me‡ormina
• Insuficiência cardíaca > suspender pioglitazona
• iDPP-4 (vildgalip4na 50m/dia) > possibilidade de u4lização na DRC moderada
a grave e hemodiálise
4
• Mulher de 70 anos, com DM 4po 2 diagnos4cada há vários anos, HbA1c
sempre entre 7-8,5%, com me‡ormina 700 mg às 3 principais refeições, que
decide por livre inicia4va deixar de tomar toda a medicação, surgindo na
consulta 4-5 meses mais tardes com os seguintes valores:
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• Refere perda de peso (objec4vada: perdeu 5-6 kg neste intervalo entre
consultas), cãibras dos MI e cansaço, de início coincidente com as semanas após
a paragem da medicação, desde aí sempre a agravar. Sem outros sintomas ou
sinais, nomeadamente caracterís4cos de cetoacidose.
Questões a considerar
• Alvo terapêu4co
• Eficácia / Segurança
4
• Hiperglicemia marcada e sintomá4ca
Sugestão / comentários
• Alvo A1c 7%
• Dosear pepŽdeo C e efetuar estudo imunológico (ex: an4corpos an4-GAD)
para estudo de eventual diabetes 4po 1 - LADA
• Iniciar insulina basal 0,3U/Kg/dia
• Reintroduzir me‡ormina 1000mg 2id
• Se pepŽdeo C diminuído e/ou hiperglicemia pós-prandial após 4tulação da
dose de insulina basal, iniciar análogo de insulina de ação rápida às 3
principais refeições (ver algoritmo) e reavaliar necessidade de manter
me‡ormina
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• Pobreza/problemas económicos
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• 83,5 kg, IMC 27, PAbd 98 cm, TA 175/100 mmHg, Risco CV - Muito alto.
• CT 200mg/dl, LDL 125 mg/dl, HbA1C 6,6%, PCr 2,33 mg/dl, TFG 47,3 ml/min.
• Portanto: DRC em pré-diálise, pelo que se fez a interrupção da me‡ormina, e
por se recusar a tomar a saxaglip4na ou outros fármacos pelo custo dessa
classe, optou-se por medicar com gliclazida 30 mg.
Questões a considerar
• Alvo terapêu4co
• Eficácia / Segurança
5
• Problemas económicos
Sugestão / comentários
• Alvo A1c 7%
• Pedir apoio social para aquisição de medicamentos?
• Opção mais segura: iDPP4
• Dos inibidores, os que não necessitam de ajuste de dose para
ClCr<50mL/min são a vildaglip4na e a linaglip4na (maior comodidade na
prescrição, atendendo a que há informação de que o doente apresenta
DRC em pré-diálise e tem níveis de Cr que variam entre 2,3 e 3,07mg/dL
e TFG ~37-47mL/min); neste caso, ponderar a escolha em função o preço
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• LR, 38 anos
• DM2 diagnos4cada em 2011
• Me‡ormina 850, 1-0-1, com bom controlo, HbA1c variavam entre 5,6 e 7,4%
• Em Março de 2016, num quadro de ITU de repe4ção desde Janeiro, HbA1c 9,7%
• À me‡ormina 1-0-1, junta Januvia 1-0-0 em março de 2016
• Atualmente com HbA1c em 7,7%, mas mantém clínica de polidipsia e poliuria
Inicia insulina?
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Questões a considerar
• E4ologia da DM (idade jovem e sintomatologia > DM 4po1?)
• Alvo terapêu4co
6
• Eficácia / Segurança
Sugestão / comentários
• Alvo A1c <7%
• Pedir doseamento de pepŽdeo C e estudo imunológico (an4corpos an4-GAD,
outro?)
• Manter associação de me‡ormina+iDPP4 e iniciar insulina basal (ponderar
análogo insulina à ceia 0,2U/Kg e 4tular a dose até glicemia em jejum
~80-130mg/dL)
• Se pepŽdeo C diminuído e/ou estudo imunológico posi4vo e/ou glicemia pós-
prandial acima dos obje4vos (>140-180mg/dL), transitar para esquema
insulina basal-bólus, suspender ADOs e referenciar a consulta hopsitalar.
Inicia insulina?
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