Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Influência da cultura e os valores socioculturais no comportamento sexual das

comunidades

CURSO: Português

Disciplina: habilidades de vida,

género, saúde sexual e reprodutiva
e HIV/SIDA

2o Ano

Docente: Delfino Sambique

Quelimane, Março, 2021

 Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Influência da cultura e os valores socioculturais no comportamento sexual das comunidades

CURSO: Português

Disciplina: habilidades de vida,

género, saúde sexual e reprodutiva e
HIV/SIDA

2o Ano

Docente: Delfino Sambique

Quelimane, Março, 2021

Índice

Introdução...................................................................................................................................4

1. Influência da cultura e os valores socioculturais no comportamento sexual das comunidades

.....................................................................................................................................................5

1.1. Dinâmica aculturacional......................................................................................................6

Conclusão....................................................................................................................................8

Bibliografia.................................................................................................................................9
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Introdução

Qualquer sociedade do mundo tem uma existência própria, sua origem e acima de tudo uma
cultura bem característica que possa definir a sua identidade cultural nas comunidades, pois
qualquer cultura é suportada com vários traços culturais, no caso da tradição. A cultura define
o comportamento do homem, ou seja, a maneira como o homem se comporta na sociedade é
mediante a sua cultura, e é através dele que se definem os valores socioculturais do homem
nas comunidades. O trabalho em destaque se descreve a influência da cultura e os valores
socioculturais no comportamento sexual das comunidades, este que é o assunto geral do
trabalho, que se visa conhecer o contributo da cultura nos aspectos comportamentais do
homem na comunidade, onde se fundamenta em relação ao dinamismo cultural. Entretanto, a
relevância deste trabalho esta no facto do estudante reconhecer que a cultura é algo que define
o padrão comportamental do homem e que não a nenhum ser que não possuí uma cultura
própria. Portanto, teve se como base no método de pesquisa bibliográfico para a concretização
do trabalho, e quanto a composição, o trabalho compõe se de: Capa, contra-capa, índice,
introdução, desenvolvimento, conclusão, bibliografia.
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1. Influência da cultura e os valores socioculturais no comportamento sexual das

comunidades

O que caracteriza a sociedade é a vida ordenada, com divisões de trabalho, de espaço, de

ideias, de extratos sociais, de sexo, de cultura, e assim por diante.

A cultura é a vivencia coletiva consciente responsável dos padrões, costumes e hábitos, dentro
de um espaço e de uma temporalidade, e que identifica um determinado grupo.

De acordo com VILANCULO (p. 65-66), Tylor foi o primeiro a formular um conceito de
cultura. Para ele essa “é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a
moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como
membro da sociedade”.

A cultura se caracteriza, pois, pela tradição, ou seja, pela transmissão do jeito próprio de ser
de um grupo, o qual é mais do que viver ordenadamente com regras e normas estabelecidas.
Na cultura há uma interação dialética entre as regras e o grupo, com possibilidade de
reciprocidade e de mudanças. E estas mudanças ocorridas influenciam nos aspectos
comportamentais dos indivíduos duma comunidade.

Segundo PEREIRO (1998, p. 58), “a tradição é uma convenção simbólico-ritual e a invenção

dela é um processo de ritualização e formalização com referência ao passado para impor uma
certa repetição”.

Podemos dizer que a tradição é um conjunto de costumes e crenças que remonta tempos
antigos, praticados por nossos antepassados e transmitidos de geração em geração com o
objectivo de serem preservados. A tradição e sua presença na sociedade baseiam-se em dois
pressupostos antropológicos, as pessoas são mortais e a necessidade de haver um nexo de
conhecimento entre as gerações. A tradição é algo que se herda e que faz parte da identidade
cultural e social. A arte característica de um grupo social, nomeadamente a sua música, as
suas danças, os seus contos e provérbios e à semelhança da gastronomia faz parte do que é
tradicional.

Segundo (Stuart Hall. 1999) uma identidade cultural enfatiza aspectos relacionados a nossa
pertença a culturas étnicas, raciais, linguísticas, religiosas, regionais e/ou nacionais.

Todo ser humano é banhado pela sua identidade cultural que lhe faz distinguir com as demais
culturas existentes na sociedade, porque a identidade cultural é o sentimento de identidade de
um grupo ou cultura, ou de um indivíduo, na medida em que ele é influenciado pela sua
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pertença a um grupo ou cultura. Identidade é a única e distinta completa. Cultural é um

adjetivo de saber.

Através da diferença cultural, construímos a identidade cultural, ela é a parte integrante da

identidade social, mais ampla e que permite a categorização da diferença entre Nós X Eles, a
partir das diferenças culturais (CUCHE, 1999, p. 177).

Os aspectos comportamentais das pessoas na sociedade é mediante a sua cultura, a cultura

influencia na forma de agir, nas atitudes individuas, a maneira como as pessoas se
representam numa sociedade.

Entretanto, toda e qualquer sociedade se constitui sobre uma base ou unidade biológica, o
indivíduo. Contudo, quando pensamos como cada sociedade e sua respetiva cultura agem
sobre essa unidade, moldando-a de acordo com suas escolhas, instituições, costumes e
valores, entra em ação a ideia do Indivíduo Moral ou Indivíduo Valor. Em cada cultura, sobre
o indivíduo biológico, matéria-prima de uma sociedade e cultura, constrói-se um outro sujeito,
que pensa, age, faz, sente, percebe, interpreta e entende o mundo muito diferentemente de
nós.

Assim, enquanto a cultura é modo de vida de um grupo humano, a identidade é a

representação da cultura de um grupo humano, e a sociedade será a visão universal de todos
aspectos relativos ao ser no seu contexto social ou comunitário. No entanto, quando há o
encontro entre duas ou mais culturas chamamos que aculturação, onde acontece a partilha os
aspectos culturais das culturas interlaçadas e que poderá gerar o novo aprendizado, e que
influenciaram na mudança cultural e do comportamento da comunidade.

1.1. Dinâmica aculturacional

O dinamismo cultural reside na ausência de estaticidade, o que pressupõe que a cultura está
em constante mudança, daí que se conclui, com MARTINEZ (2007:59) que a cultura “não é
algo acabado ou definitivo, mas sim algo em contínuo aperfeiçoamento”. Nas linhas que
seguem, discutiremos os processos de enculturação, aculturação, desculturação e inculturação
que espelham as diversas facetas do dinamismo cultural.

A aculturação também conhecida como transculturação é mais um processo do dinamismo

cultural, é um processo que conduz um indivíduo a assumir, em tudo ou em parte, modos de
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cultura de um outro grupo. Desta definição deve se pressupor o contacto entre duas culturas,
resultando influências e transformações mútuas. Este processo constitui um dos factores da
dinâmica cultural, pois do contacto entre duas culturas, haverão elementos duma cultura que
se irão integrar na outra através de processo de mistura e fusão, surgindo como resultado uma
nova síntese cultural e um novo padrão cultural do comportamento.

Podemos referir como exemplo de aculturação, a chegada dos portugueses em Moçambique

que que influencia na mudança cultural de alguns aspectos culturais das diversas culturas em
Moçambique, onde se padronizaram algumas identidades do estrangeiro como sendo
nacionais (a Língua Portuguesa).

Portanto, a cultura e os valores socioculturais influenciam na mudança comportamental nas

comunidades, pode se ver o caso na construção do outro porque o outro é diferente, e o
reconhecimento da diferença é a consciência da alteridade, pois a descoberta do sentimento
que se arma dos símbolos da cultura para dizer que nem tudo é o que eu sou e nem todos são
como eu sou. Homem e mulher, branco e negro, senhor e servo, civilizado e índio... O outro é
um diferente e por isso atrai e atemoriza. Entretanto, O outro deve ser compreendido de algum
modo, e os ansiosos, filósofos e cientistas dos assuntos do homem, sua vida e sua cultura, que
cuidem disso.
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Conclusão

Como notado, a cultura influencia no nível comportamental do homem nas comunidades, com
base nos seus valores socioculturais que lhe caracteriza (identifica) com as demais culturais
existentes no local de vivencia, ou seja, em toda sua extensão social o ser é caracterizado pela
cultura. A cultura é todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a
lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da
sociedade, a cultura não é estática, ela está em constante movimento, quer por factores
internos, como por factores externos. O comportamento sociocultural nas comunidades pode
ocorrer mudanças dependendo do fenómeno de aculturação, que é um processo de colisão de
culturas e que influencia na mudança comportamental duma cultura. Portanto, a sociedade se
carateriza pela cultura, e esta por si se caracteriza pela tradição, a tradição que é uma herança
que os indivíduos adquirem no momento em que nascem e sendo permanente está até a fase
terminal do ser e visa dignificar a imagem dos antepassados, e é pela tradição que surge a
identidade cultural que é a essência do ser vivente, que vêm com valores e das crenças
culturais de uma sociedade. Todos estes aspectos mensurados influenciam na cultura e no
comportamento comunitário ou social, pois estabelecem valores imutáveis (tradição) que
fazem com que o ser sociocultural nas comunidades se caracteriza por uma forma
comportamental própria.
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Bibliografia

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 1999.

HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. 3 ed. Rio de Janeiro: DP&A,

1999.

PEDRO, Martinho & SIQUISSE, Alipio. Antropologia Cultural. Universidade Pedagógica:

Rua Comandante Augusto Cardoso no 135. Edição: Anilda Ibrahimo KHAN.

PEREIRO, Xerardo. Apontamentos de Antropologia Sociocultural. Universidade de Trás-os-

Montes e Alto Douro (UTAD), DESG (Departamento de Economia, Sociologia e Gestão).
1998.

VILANCULO, Gregório Zacarias. Manual de Antropologia Cultural de Mocambique.

Departamento de Ensino Aberto e a Distância – UP-Maxixe.