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Sentença - Contrato Nulo - Reintegração - ISS - Férias e Terço - 13o Salário - FGTS
Sentença - Contrato Nulo - Reintegração - ISS - Férias e Terço - 13o Salário - FGTS
Processo Nº : 2002011035507-6
Natureza : Ação Ordinária
Autor(a) : EVANILSON DO NASCIMENTO
Réu : MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA
SENTENÇA
Vistos, etc.
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Além disso, foi cobrado ISS sem previsã o legal e jamais
foram deferidas férias, terço de férias e 13º salá rio.
Nã o apresentou documentos.
É o relatório.
PASSO AO JULGAMENTO.
DA PRESCRIÇÃO
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O prazo prescricional para cobrança de débitos perante
a Fazenda Pú blica, mesmo o FGTS 1, encontra-se previsto no longínquo, mais ainda
vigente, Decreto nº 20.910/32, que prevê:
DO MÉRITO
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contratado com base na Lei Municipal 6.611/91, de forma temporá ria, para
atender necessidade excepcional.
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pará grafo ú nico, do RI). (RO nº 0084300-28.2009.5.22.0102,
1ª Turma do TRT da 22ª Regiã o/PI, Rel. Arnaldo Boson
Paes. j. 05.07.2010, unâ nime, DEJT 10.08.2010).
Quanto ao FGTS
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conta de trabalhador cujo contrato com a Administraçã o
Pú blica seja declarado nulo por ausência de prévia
aprovaçã o em concurso pú blico, desde que mantido o seu
direito ao salá rio. 2. Mesmo quando reconhecida a nulidade
da contrataçã o do empregado pú blico, nos termos do art.
37, § 2º, da Constituiçã o Federal, subsiste o direito do
trabalhador ao depó sito do FGTS quando reconhecido ser
devido o salá rio pelos serviços prestados. 3. Recurso
extraordiná rio ao qual se nega provimento.
(RE 596478, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/
Acó rdã o: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em
13/06/2012, REPERCUSSÃ O GERAL - MÉ RITO DJe-040
DIVULG 28-02-2013 PUBLIC 01-03-2013 EMENT VOL-
02679-01 PP-00068)
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No caso em aná lise, o vínculo do autor com a
Administraçã o Pú blica foi anulado, subsistindo, excepcionalmente, apesar de nã o
regido pela CLT, o direito ao depó sito do FGTS, nos termos do art. 19-A da Lei
8.036/90, bem como seu imediato recebimento (art. 20, II, Lei 8.036/90).
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“contratos” nulos, em evidente burla à regra do art. 37, II, da CF/88 gerariam,
apenas, o direito à percepçã o das verbas salariais, a fim de evitar o enriquecimento
sem causa do Estado, bem como para assegurar a observâ ncia da moralidade
administrativa.
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vínculo invalidado fez surdir para uma parte e a confirmaçã o dos
efeitos detrimentosos que gerou para a outra” (O princípio do
enriquecimento sem causa em Direito Administrativo, Juris
Plenum, n. 12, Março de 2010).
Súmula 473
"A Administraçã o pode anular seus pró prios atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, porque deles nã o se originam
direitos, ou revogá -los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em
todos os casos, a apreciaçã o judicial."
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SALDO DE SALÁ RIOS, DÉ CIMO TERCEIRO E TERÇO DE FÉ RIAS.
PRECEDENTES DO STF. REMESSA OFICIAL E APELO
DESPROVIDOS. 1. Tratando-se de questã o de direito e de fato, a
respeito da qual nã o haja necessidade de produçã o de novas
provas, o julgamento antecipado da lide nã o caracteriza nulidade.
2. O Supremo Tribunal Federal, modificando posicionamento
anterior, tem entendido que, em caso de nulidade do contrato de
trabalho, ao empregado admitido no serviço pú blico sem concurso
sã o devidos, além do saldo de salá rios, o décimo terceiro e o terço
de férias. (Apelaçã o Cível e Remessa Oficial nº 083.2011.000241-
3/001, 4ª Câ mara Especializada Cível do TJPB, Rel. Romero
Marcelo da Fonseca Oliveira. unâ nime, DJe 28.05.2012).
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Nesta demanda, figura no polo passivo parte que
possui toda uma estrutura que lhe permite, facilmente, provar documentalmente, a
inveracidade das alegaçõ es, haja vista que é o ó rgã o pagador, e detém todas as
operaçõ es documentadas. É do Estado o ô nus de provar o fato impeditivo do
direito da parte autora, ou seja, que todas as verbas devidas foram pagas.
QUANTO AO ISS
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Os valores devem ser atualizados pelo IPCA, a partir do
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ajuizamento da açã o, e acrescidos dos juros aplicados à caderneta de poupança,
nos termos do art. 1º-F, da Lei 9.494/97. 5
P. R. I.
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Art. 1º, § 2º, Lei 6.899/81.
5
O art. 1º-F da Lei 9.494/97 foi declarado parcialmente inconstitucional por arrastamento na ADI 4357,
quanto ao índice de correção monetária a ser utilizado. Assim, a partir do julgamento do STF, o STJ
(REsp 1.356.120/RS, julg. 14/08/2013, rel. Min. Castro Meira) decidiu que os juros de mora continuam
regidos pela Lei .494/97, incidentes desde a citação; mas foi alterada a correção monetária, devendo
incidir o IPCA.
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