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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LINCENCIATURA

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO POPULAR

DATA: 27/04/2022
RA: 202002587751 1

JESILENE SOARES CARVALHO

Compreendendo a Educação Inclusiva

COSTA RICA – MS
2022
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LINCENCIATURA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO POPULAR
DATA: 27/04/2022
RA: 202002587751

JESILENE SOARES CARVALHO

Compreendendo a Educação Inclusiva

Trabalho apresentado com o


requisito para aprovação em todas as
disciplinas – Professora: Márcia
Alves na Universidade Estácio de
Sá.

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2022
Sumário
Objetivo________________________________________________________ _____04

Introdução____________________________________________________________06

História da Educação___________________________________________________08
3
O que é Educação Inclusiva______________________________________________12

O que é Educação Inclusiva na escola______________________________________14

Os princípios da Educação Inclusiva_______________________________________15

Quais são as necessidades especiais?_______________________________________18

Pontos positivos da Educação Inclusiva_____________________________________24

Quais os principais desafios______________________________________________27

O que a BNCC fala sobre a Inclusão_______________________________________27

O que é Educação Especial?______________________________________________28

Planejamento de aulas__________________________________________________29

*Plano de aula_________________________________________________________31

*Atividades___________________________________________________________32

Considerações finais____________________________________________________34

Refêrencias___________________________________________________________35

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Objetivo
A ideia de uma educação inclusiva deve sair do aspecto da teoria e ganhar vida com a sua
prática diária. Dessa forma, oferecer um ambiente que propicie o acesso a conteúdos,
materiais e didáticas que favoreçam o desenvolvimento pedagógico é um importante
caminho para a autonomia dos alunos frente aos desafios que surgem ao longo do processo
de aprendizagem. Nesse sentido, tanto os professores quanto a escola devem estar atentos 4
quanto à forma de conduzir os programas voltados para o público-alvo, seja ele composto
de crianças, adolescentes ou adultos em fase escolar, por exemplo. Inclusive, é preciso
salientar que todo o conjunto de realizações na educação inclusiva deve seguir os 
parâmetros defendidos na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). 

Diante disso, podemos afirmar que a educação inclusiva abrange todos os alunos, sem
exceção. Do mesmo modo, existem várias estratégias que possibilitam a experiência do
aluno frente aos desafios diários. Contudo, esses momentos que exigem mais dos
professores e das crianças ou adolescentes podem ser aperfeiçoados quando a instituição
conta com a presença de professores especializados na condução de salas de recursos
multifuncionais para alunos com deficiência e ou que necessitam de atendimento especial.

A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de


pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em instituições de ensino regulares
ou ambientes especializados (como por exemplo, escolas para surdos, escolas para
cegos ou escolas que atendem a pessoas com deficiência intelectual).  De acordo
com o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação nacional, nº  9394 de 20 de
dezembro de 1996, que diz:

“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a


modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.”

Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em geral. O que


difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças

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individuais do aluno. Com isso, podemos desenvolver em torno da igualdade de
oportunidades, atendendo às diferenças individuais de cada criança através de uma
adaptação do sistema educativo. Dessa forma, todos os educandos podem ter acesso a
uma educação capaz de responder às suas necessidades.

Introdução
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A inclusão escolar é por vezes mal compreendida, principalmente no seu apelo a
mudanças nas escolas regulares e especiais. Sem essas mudanças, não se pode garantir
nas escolas condições para recebimento, indistintamente, de todos os alunos,
oferecendo-lhes 553 vol.16 nº38 mai/ago 2021 issn: 1809-7286 oportunidade de
prosseguir em seus estudos, segundo a capacidade de cada um, sem discriminações nem
espaços segregados (MANTOAN, 2006).
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A prática pedagógica na educação se direciona à formação humanística e social. Neste
contexto, afirma-se que todos os estudantes, incluindo os com necessidades especiais,
podem participar de tudo e com todos, desenvolvendo-se em meio aos colegas de classe
sem nenhuma distinção. Ou seja, cada vez mais é necessário o investimento na
formação pedagógica para que os profissionais da educação se aprimorarem e estejam
seguros para construir um planejamento adaptável a todos. Sendo a escola o lugar onde
as múltiplas relações advêm de aspectos sociais, humanos e culturais, e considerando
que todos são iguais perante a lei, é inevitável afirmar também o contrário: cada um
possui uma história e uma identidade, que os torna seres únicos.

Assim, segundo Mantoan (2004, p. 7-8): há diferenças e há igualdades, e nem tudo deve
ser igual nem tudo deve ser diferente, [...] é preciso que tenhamos o direito de ser
diferente quando a igualdade nos descaracteriza e o direito de ser iguais quando a
diferença nos inferioriza. O processo de inclusão no âmbito educacional ainda é muito
recente e passa por aprimoramento a cada situação. Quando se compreende que a escola
é inclusiva, para todos, e atende ao coletivo, bem como à individualidade do estudante,
pode-se avançar não somente na educação inclusiva, mas em todo o enredo da
educação, de maneira que se efetive o princípio do direito a esta.

Ainda é muito, comum as pessoas confundirem Educação Inclusiva com Educação


especial. Antes de prosseguir, vejamos mais abaixo vamos entender a diferença entre os
dois.

- Educação Inclusiva: A Educação Inclusiva visa maior integração entre as crianças a


partir da difusão do ensino coletivo. Dessa forma, o ambiente escolar promove o
convívio entre os alunos com necessidades especiais ou não, favorecendo a
aproximação entre as crianças.  O ensino inclusivo também está relacionado as
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populações com culturas diferentes, como os quilombolas, indígenas, etc. A iniciativa
também precisa que as escolas da educação regular sejam adequadas ao correto
atendimento dessas crianças. A metodologia também contribui para favorecer a
diversidade, visto que o ambiente atende crianças em diferentes situações.

- Educação Especial: A Educação Especial tem como público-alvo crianças com


alguma deficiência, sendo inserida em escolas do ensino regular ou instituições 7
especializadas, como as escolas para cegos, escolas para surdos, etc. Nessas escolas, a
estrutura, equipamentos e professores são especializados. No entanto, a crítica é pelo
fato de não ocorrer o convívio entre as crianças, independente das suas condições físicas
ou cognitivas. E de acordo com o art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, a Educação Especial é a modalidade de educação voltada aos "educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação”. 

Agora, que vimos um pouco da diferença entre eles te convido para conhecer um pouco
história.

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História do Direito a Educação
O Direito à educação é parte de um conjunto de direitos chamados de direitos sociais,
que têm como inspiração o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil este direito
apenas foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, antes disso o Estado não tinha
a obrigação formal de garantir a educação de qualidade a todos os brasileiros, o ensino
público era tratado como uma assistência, um amparo dado àqueles que não podiam 8
pagar.

Além da Constituição Federal, de 1988, há duas leis que regulamentam e


complementam o direito á educação:

 o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990;


 e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996.

Junto, esses mecanismos abrem as portas da escola pública fundamental a todos os


brasileiro, já que nenhuma criança, jovem ou adulto pode deixar de estudar por falta de
vaga.

 A educação é também um dever da família e do Estado. Em muitas regiões do Brasil,


as crianças trabalham para ajudar no sustento da casa e, por isso, não recebem incentivo
familiar para se dedicarem à escola. Todas as crianças têm direito à igualdade de
condições para o acesso e a permanência na escola, que deve garantir o pluralismo de
ideias e de concepções pedagógicas, o respeito à liberdade e o apreço à tolerância.

A Educação mereceu destaque na Constituição Brasileira de 1988 que em seus


dispositivos transitórios (ADCT 60 modificado pela Emenda Constitucional 14/1996)
dava o prazo de dez anos para a universalização do Ensino e a erradicação do
analfabetismo. Ainda em 1996 surgiu a nova LDB - Lei das Diretrizes Básicas, que
instituiu a Política Educacional Brasileira. A lei 9131/1995 criou o Conselho Nacional
de Educação, substituindo o antigo Conselho Federal de Educação que havia surgido
com a LDB de 1961 e tinha sido extinto em 1994. Em 1990 foi organizado o SAEB -
Sistema de Avaliação do Ensino Básico. Com a lei 9.424/96 foi organizado o FUNDEF
- Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do Ensino Fundamental (que depois de
dez anos foi substituído pelo FUNDEB), que obrigou os Estados e Municípios a
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aplicarem anualmente um percentual mínimo de suas receitas (e desse montante, 60%
pelo menos para o pagamento do pessoal do magistério).

De acordo com Educação na Constituição de 1988:

“O artigo 205 da Constituição Federal de 1988: " A educação, direito


de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
9
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para
o trabalho".

A partir desse artigo, podemos chegar a alguns conceitos:

A educação é um direito de todos;


A educação é dever do Estado;
A educação é dever da família;
A educação deve ser fomentada pela sociedade.

E o seu objetivo geral da educação pode ser deduzido partir da leitura


do referido artigo:
O pleno desenvolvimento da pessoa
O preparo da pessoa para o exercício da cidadania
A qualificação da pessoa para o trabalho

Comecemos por entender o alcance da educação como direito de todos.


A educação é a prerrogativa que todas as pessoas possuem de exigir do
Estado a prática educativa. Como direito de todos, a educação, pois,
traduz muito da exigência que todo cidadão pode fazer em seu favor.

Sem embargo, a educação como direito de todos aparece, pela primeira


vez, na Constituição de 1934. O artigo 149 da Constituição de 1934
assim se pronuncia sobre a educação:

" A educação é direito de todos e deve ser ministrada pela família e


pelos poderes públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a
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estrangeiros domiciliados no País, de modo que possibilite eficientes
fatores da vida moral e econômica da Nação, e desenvolver num espírito
brasileiro a consciência da solidariedade humana".

Na Constituição de 1946, a educação também definida como direito de


todos: " A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola". Na
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Constituição de 1969, o artigo 176 assim se pronuncia sobre a educação
como direito de todos:

" A educação, inspirada no princípio da unidade nacional e nos ideais de


liberdade e solidariedade humana, é direito de todos e dever do Estado, e
será dada no lar e na escola". [...]”

Observando especificamente o direito fundamental à educação na Constituição Federal


de 1988, observa-se que o art. 6º da Carta Magna consagra o direito à educação como
direito social ao dispor que “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

A fim de concretizar o direito fundamental à educação o art. 205 da Constituição


Federal estabelece que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o trabalho”.

A educação, portanto, é um direito constitucionalmente assegurado a todos, inerente à


dignidade da pessoa humana, bem maior do homem, sendo que por isso o Estado tem o
dever de prover condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

Em 2016, 781 milhões de pessoas adultas não sabem ler nem escrever. 124 milhões de
crianças no mundo não concluem o ensino primário e muitas das que terminam não
adquirem as competências básicas pela má qualidade da educação. Um em cada seis

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adolescentes (entre os 12 e os 15 anos) está fora da escola, num total de 65 milhões.
Uma em cada quatro crianças em zonas de conflito não frequenta a escola. 40% da
população mundial não tem acesso à educação numa língua que fale ou entenda. Um em
cada oito jovens está desempregado. Por detrás destes dados da UNESCO e da UNICEF
há muitas pessoas a quem está a ser negado um direito básico: a educação.

As populações que sofrem maior exclusão educativa são as que vivem em contextos 11
rurais isolados, em situações de pobreza (convém ter consciência que as crianças mais
pobres têm quatro vezes menos probabilidades de ir à escola que as mais ricas), as
meninas e mulheres (duas em cada três pessoas adultas analfabetas são mulheres), as
que pertencem a grupos étnicos minoritários, os migrantes, refugiados ou deslocados, as
que vivem em zonas de conflito, e ainda aquelas que têm necessidades especiais (cerca
de 150 milhões de menores têm algum tipo de deficiência).

As consequências da falta de acesso a uma educação de qualidade são evidentes: As


pessoas excluídas do sistema educativo não contam com as oportunidades necessárias
para o pleno desenvolvimento da sua personalidade. O desenvolvimento insuficiente de
competências para a vida afeta as suas relações e a tomada de decisões no quotidiano.
Esta falta de acesso aumenta o abandono do sistema educativo e, consequentemente, a
desigualdade, e alimenta o círculo vicioso de marginalização e pobreza. Limitam-se as
oportunidades de trabalho estável e satisfatório e aumentam as frustrações resultantes de
não se poder cumprir as expectativas naturais de apoio à família e a sensação de não
contribuir para a sociedade no seu conjunto. Daqui discorre o empobrecimento das
sociedades, afetando o seu crescimento e bem-estar como nações. Fomenta-se então
uma cidadania passiva e acrítica, com maiores probabilidades de aceitação de governos
corruptos. E o perigoso recurso à violência para resolver os conflitos.

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O que é Educação Inclusiva

No Brasil, a nossa concepção de Educação atual é a de uma escola para todos. Isso
significa, que nossa principal lei educacional, a Lei de Diretrizes e da Educação
(BRASIL, 1996), afirma que todas as crianças em idade escolar devem frequentar a
Educação Básica e esta deve ser oferecida pelo Poder Público de forma gratuita. Essa lei
também afirma que todos têm direito à educação, ou seja, pessoas com deficiência, com 12

baixa renda, com idade que ultrapassa a faixa da idade escolar, todos devem ser
acolhidos e ter acesso ao ensino público e gratuito.

Sendo assim, a legislação educacional atualmente é considerada Inclusiva.

Mas, afinal o que é Educação Inclusiva?

A educação inclusiva pode ser


considerada uma mudança bastante importante na área da educação, ela consiste
basicamente nos princípios de que todos temos direito a uma escola regular. Na
educação inclusiva não existem seres diferentes, ela prioriza trazer uma educação
global, livre de preconceitos, plena, reconhecendo e valorizando as diferenças, os
termos, iguais, diferentes, normais e deficientes não existem na educação inclusiva.
Valorizar é a chave da educação inclusiva, as diferenças sempre iram existir, ninguém é
igual somos todos diferentes, nesta educação as diferenças tem que ser valorizadas,
reconhecidas sem nenhum tipo de preconceito.

Todos os alunos devem frequentar a mesma escola, a mesma sala de aula, aprendendo
cada um dentro do seu tempo e aprendendo a conviver, conhecer, respeitar e valorizar o

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que cada um de tem de diferente sem distanciamentos. Na educação inclusiva todos
fazem parte da escola regular, da escola comum, sem diferença nenhuma.

De acordo com o Plano Nacional de Educação, essa modalidade de ensino perpassa


todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza
o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos
próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas 13
turmas comuns do ensino regular.
Mas, para ser efetivo para os alunos com necessidades especiais, é importante ter um
projeto pedagógico inclusivo, além de ter recursos e tecnologias e ter profissionais
capacitados. Além disso, é necessário fazer adaptações nos materiais didáticos e
métodos de ensino, de acordo com as limitações do aluno. A Educação Inclusiva reforça
que todas as crianças podem aprender. E respeita as diferenças dos indivíduos. Mas é
um processo que está em evolução constante.

Uma escola inclusiva deve deixar seus pressupostos a esse respeito escritos e detalhados
no Projeto Político Pedagógico – PPP. Esses pressupostos são os seguintes:

• Efetuar a matrícula dos alunos da sua comunidade, independentemente de


deficiências, carências ou dificuldades;

• Ter como princípio de que o aprendizado é para todos;

• Cada pessoa aprende de um modo, ou seja, a escola deve respeitar e se adequar ao


ritmo e peculiaridades de cada um;

• O convívio escolar é direito de todos.

A Inclusão, portanto, não significa simplesmente matricular os educandos com


necessidades especiais na classe comum, ignorando suas necessidades especificas, mas
significa dar ao professor e a escola o suporte necessário à sua ação pedagógica. Sendo
assim, a Educação Especial já não é mais concebida como um sistema educacional
paralelo ou segregado, mas como um conjunto de medidas que a escola regular põe ao
serviço de uma resposta adaptada à diversidade dos alunos.

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O que é Educação Inclusiva na escola?

Esse método de inclusão, sabemos que vem sendo adaptada nas escolas. Mas o que os
pedagogos, professores e diretores fazem para que esta escola tenha uma educação
inclusiva?

Atendendo às leis nacionais e políticas de educação, a escola deve ser um espaço de 14


aprendizagem e de democracia inclusiva. Ou seja, deve matricular todos os alunos, sem
distinções, e oferecer condições estruturais e didático-pedagógicas para
todos.  Assim, uma escola inclusiva é aquela que garante o atendimento à diversidade
humana e é capaz de prover uma educação de alta qualidade a todas as crianças. Ela
pressupõe a igualdade de oportunidades, garantindo o acesso, a participação e a
aprendizagem de todos, sem exceção. 

Essa concepção de ensino contemporânea oferece uma escola livre de preconceitos e


que valoriza as diferenças. Uma escola inclusiva tem por proposta a educação de todos
os alunos juntos, deixando-os aptos para uma sociedade mais igualitária e consciente. 
Mas, não basta apenas matricular o aluno por força da lei em uma turma de ensino
regular. Incluir é muito mais que inserir, demandando que sejam oportunizados
o aprendizado, o respeito e convivência com as diferenças, indistintamente. 

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OS PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 

A educação inclusiva tem cinco grandes princípios. Essas premissas derivam do direito


de acesso à educação e, quando observadas, podem assegurar que as práticas
pedagógicas de uma instituição de ensino sejam, de fato, inclusivas. 

Os cinco princípios da educação inclusiva permitem que a escola tenha um referencial 15


para a análise do discurso e das práticas, planejando e registrando seus objetivos e metas
no Projeto Político Pedagógico (PPP). São eles: 

1. TODA PESSOA TEM O DIREITO DE ACESSO À EDUCAÇÃO 

Em consonância com a Declaração


Universal dos Direitos Humanos (DUDH) e outras convenções compartilhadas pelos
países membros das Nações Unidas, esse princípio reforça o direto de acesso à educação
sem que exista qualquer tipo empecilho, seja ele físico, intelectual ou de nenhuma outra
natureza. 

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2. TODA PESSOA APRENDE 

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Sejam quais forem as


particularidades do indivíduo, todos tem capacidade de aprender e ensinar. Não existem
questões intelectuais, sensoriais e físicos que impeçam o aprendizado. Claro que será
preciso reconhecer a diversidade. Por isso a importância de desenvolver estratégias
pedagógicas que favoreçam o processo em sua pluralidade. 

3. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE CADA PESSOA É SINGULAR 

Não existe
homogeneidade no processo de ensino-aprendizagem. Cada criança aprende de um
jeito, independentemente de qualquer deficiência. O desenvolvimento de cada aluno é
único e singular. Por isso a importância de elaborar um projeto de ensino que atenda a
todos, sem exceção, respeitando os ritmos de cada criança. 

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4. O CONVÍVIO NO AMBIENTE ESCOLAR COMUM BENEFICIA TODOS 

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Pluralidade, diversidade, respeito e empatia. É


sobre isso que diz esse princípio da educação inclusiva. A experiência de interação entre
pessoas diferentes oferece benefícios significativos de curto e longo prazos aos alunos
com e sem deficiência. Ambientes educacionais inclusivos favorecem o
desenvolvimento de competências intelectuais e socioemocionais dos estudantes. 

5. A EDUCAÇÃO INCLUSIVA DIZ RESPEITO A TODOS 

Orientada pelo direito à igualdade, a


educação inclusiva reconhece a diversidade como um valor que enriquece o processo de
ensino e aprendizagem. Assim, além de considerar os alunos com necessidades
educacionais especiais, é preciso que a inclusão abarque todos os agentes que
circundam esse processo, tais como educadores, famílias, gestores escolares,
comunidade etc. 

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Quais são as necessidades especiais?

Para incluir e atender aos portadores de necessidades especiais no processo de ensino e


aprendizagem, é preciso que os professores e a equipe escolar reconheçam a
necessidade do aluno e ofereçam os recursos necessários para ensiná-lo. O Manual de
Atendimento Educacional Especializado, que foi elaborado pelo MEC em 2007 para
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orientar os sistemas de ensino sobre como oferecer atendimento especializado para cada
necessidade educacional com base no público-alvo, contempla:

- Cegueira e baixa visão

A cegueira é uma alteração


grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão, que afeta de modo
irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou
movimento em um campo mais ou menos abrangente. Pode ocorrer desde o nascimento
(cegueira congênita) ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida
como adquirida), em decorrência de causas orgânicas ou acidentais. Para atender aos
alunos diagnosticados com cegueira grave ou total, deve-se adotar o sistema de Braile
em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da grafia Braile para
Língua Portuguesa. Nos casos de baixa visão, a inclusão precisa de recursos
pedagógicos diferenciados, como: material gráfico de boa qualidade, pautas ampliadas,
maquetes, recursos tecnológicos auditivos, lentes de ampliação e descrição oral de
imagens e textos.

- Surdez e deficiência auditiva

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É
considerado deficiente auditivo o indivíduo que apresenta limiares de audição acima de
25 dB. O grau da perda determina comprometimento leve, moderado, severo ou
profundo. Assim, é indicado o uso de Aparelho de Amplificação Sonora (AASI),
cabendo ao professor conhecer comandos simples que auxiliem o aluno quanto ao uso
operacional desse recurso.

O Sistema FM oferece acessibilidade e inclusão na sala de aula, pois amplia a


capacidade de reconhecimento e interpretação da linguagem do professor. Recursos
visuais e LIBRAS também podem ser utilizados.

- Deficit intelectual, ou atraso cognitivo

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Caracteriza-se por limitações nas funções


mentais que prejudicam o desempenho do indivíduo na execução de tarefas autônomas,
acadêmicas ou sociais, limitando a compreensão, a iniciativa e a tomada de decisão, que
dependem de auxílio. A inclusão de alunos com deficit intelectual, ou atraso cognitivo,
exige ações como: material adaptado, mediação de professor ou colegas na execução de
atividades, tempo maior para execução de tarefas, vivências e contextualizações que
tornem o conteúdo escolar significativo para o aluno.

Devem ser adotados recursos que levem em consideração o acesso à informação por
diferentes vias sensoriais e sistema de avaliação que propicie análise da aprendizagem
durante o processo, uma vez que o desempenho escolar se relaciona diretamente com a
forma como está estruturada a verificação de conhecimento.

- Autismo

E quem não lembra, do personagem


André do desenho da Turma da Mônica.

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) está relacionado a prejuízos na linguagem e
na interação social, além de comportamentos repetitivos e interesses restritos. A
inclusão de alunos com autismo requer a inserção de programas de treinamento para
professores em metodologias específicas de trabalho para indivíduos com TEA, como
tecnologia assistiva e comunicação alternativa, pois são de grande valia para
compreender questões comportamentais, sensoriais e de linguagem que interfiram na
21
socialização e aprendizagem formal.

- Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Consiste em uma patologia neurobiológica de


causa genética, que acompanha o indivíduo durante toda a vida. Seus principais
sintomas são desatenção, inquietude e impulsividade. Alunos diagnosticados com tal
transtorno têm dificuldade de manter atenção em atividades longas, repetitivas ou
desinteressantes, conforme seu julgamento; tendem a distrair-se por estímulos externos
e até pelos próprios pensamentos; apresentam dificuldade para esperar a sua vez; agem
sem pensar; interrompem os outros e irritam-se com facilidade, o que costuma gerar
dificuldades sociais.

A proposta inclusiva destinada a esses alunos contempla auxílio nas funções


executivas necessárias às atividades propostas nas aulas, uso de comandos verbais
precisos e detalhados, constante contato visual para trazer o aluno para o foco do
trabalho e fracionamento de tarefas longas.

- Dislexia
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É considerada um transtorno específico de


aprendizagem caracterizado pela dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da
palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Tem origem neurobiológica,
resulta de um deficit no componente fonológico da linguagem e é inesperada em relação
à idade e outras habilidades cognitivas. A dislexia demanda intervenções
fonoaudiológicas e psicopedagógicas, além de estratégias especiais para melhorar o
desempenho escolar, como adotar a técnica da autocorreção nas trocas ortográficas,
mediante comparação com o modelo certo. A escola deve estimular competências
linguísticas desde a Educação Infantil, com planejamentos que contemplem ampliação
do repertório verbal e da consciência fonológica. 

- Altas habilidades/superdotação

Caracteriza os alunos que


apresentam elevado desempenho intelectual, aptidão acadêmica, criatividade, agilidade
mental, facilidade em estabelecer relações subjetivas, raciocínio lógico apurado,

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produtividade, talento especial para artes visuais, dramáticas e musicais, e capacidades
motora e de liderança. Para atender a esse público, o professor precisa oferecer aulas
mais desafiadoras e atividades paralelas estimulantes.

- Deficiência física neuromotora

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Engloba indivíduos que apresentam


impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, bem
como quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento
nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Para incluir esses alunos,
é preciso oferecer o Atendimento Educacional Especializado, com sala de recursos
multifuncionais e adaptações do material e do ambiente físico.

- Lentidão na aprendizagem

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Alunos que apresentam um ritmo mais lento para aprender
requerem inclusão com práticas pedagógicas que ofereçam experiências concretas,
estímulos, motivação, atenção individual e sistema de recompensas.

Pontos positivos da Educação Inclusiva

Uma escola que atenda e ensine a todos é, portanto, uma escola inclusiva. O primeiro
benefício da inclusão então é ajudar a formar cidadãos que respeitem as diferenças, que
saibam conviver com elas e que se ajudem mutuamente. Essa escola vai preparar a
todos para viver nessa sociedade, independentemente de suas dificuldades, deficiências,
seus transtornos, problemas ou distúrbios. A escola deve conduzir a todos para uma vida
autônoma, funcional e saudável.

• Interação Social - Uma das primeiras conquistas da criança com deficiência é a


interação com seus pares. Toda criança precisa conviver com outras de sua idade, isso
ajuda no desenvolvimento cognitivo. O psicólogo russo Lev Vigótski já descrevia em
sua teoria que a aprendizagem do ser humano é quase toda social, ou seja, para
desenvolvermos as atividades mentais mais complexas precisamos de contato com
nosso contexto social e interação com outros indivíduos da nossa cultura. O
desenvolvimento cognitivo não estará completo sem uma interação social. A criança
com deficiência precisa desse estímulo para conquistar a linguagem, para exercitar
pensamentos, para lidar com seus sentimentos e emoções. O isolamento pode
comprometer muito sua saúde mental e física, estacionando seu desenvolvimento e até
retrocedendo-o. Ao mesmo tempo, a criança sem NEE, vai viver a experiência de
conviver com as diferenças, aprendendo a respeitá-las.
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• Desenvolvimento Global - Em uma escola inclusiva, a criança com NEE conta
com atendimento especializado, que irá trabalhar com suas necessidades de
forma mais personalizada e ajudar essa criança a desenvolver todas as suas
potencialidades. O aprendizado na sala comum também é importante, pois essa
criança, ao ver seus colegas realizando tarefas, se motiva a realizá-las também,
desenvolvendo aspectos de coordenação motora e exercícios cognitivos. Assim,
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a criança com NEE pode ter uma formação mais completa. Ela vai aprender não
só conteúdos acadêmicos, mas atividades cotidianas, esportes, artes e cultura, o
que tornará sua vida em sociedade e sua continuidade nos estudos no Ensino
Superior algo mais efetivo e real.

• Estímulos Motores - A escola regular tem muitas atividades externas à sala de


aula e eventos que irão contribuir para a criança desenvolver a parte motora. Na
aula de Educação Física o professor pode criar exercícios adequados a ela, em
parceria com o fisioterapeuta da criança; também pode adaptar jogos e
brincadeiras. As Artes também ajudam na parte motora e cognitiva, pois o
professor oferece atividades de moldar, pintar, esculpir; além de proporcionar o
contato com música e danças; estas, podem e devem ser adaptadas para que a
criança com deficiência possa participar e se divertir. Os eventos da escola
promovem a interação cultural, na qual a criança pode conhecer as mais diversas
culturas e também as nossas festas típicas, participando socialmente através de
atividades adaptadas a ela.

• Comunicação - Uma das maiores vantagens da inclusão escolar para a criança


com NEE é desenvolver a linguagem e a comunicação. Muitas crianças irão se
motivar a falar se estiverem em contato com sua faixa etária. No caso de
crianças com comprometimento motor da fala, ela irá exercitar seu aparelho
fonológico mais vezes se estiver em contato com seus colegas. Crianças com
comprometimento cognitivo também são beneficiadas, elas exercitam o que
aprendem com a Comunicação Alternativa e Ampliada. As crianças comuns
também aprendem nesse processo: a ter empatia, a exercitar o respeito e a
cooperação. Os alunos com autismo têm na escola uma oportunidade de se
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socializar. Muitas dessas crianças não costumam verbalizar seus sentimentos e
pensamentos, mas o convívio diário com seus colegas pode ajudar na interação
social dessas crianças e ajuda-las a desenvolver algum tipo de comunicação. Em
uma sociedade o exercício do diálogo e da cooperação é fundamental para um
convívio equilibrado, sendo assim, a escola inclusiva prepara a todos para que se
comuniquem com eficácia e de forma saudável.
26

• Adaptação e Autonomia - Se pensarmos que a escola nos prepara para uma


profissão e para o convívio em sociedade podemos observar sua importância
para que a criança com NEE possa atingir uma autonomia de pensamento,
através do acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade. Além disso,
essa criança irá ter mais condições de se adaptar à sociedade já que a escola
serve como um preparo para viver na mesma. Na escola a criança poderá contar
com auxílio para aprender a realizar tarefas, atividades e práticas cotidianas, não
só que servirão para sua futura profissão, mas também para sua vida como
adulta. Quanto mais a criança conseguir independência e autonomia, mais ela
conseguirá se integrar na vida social. Atualmente, temos visto muitos resultados
positivos da escola inclusiva na nossa sociedade: deficientes empregados e
exercendo plenamente diversas profissões, pessoas com Síndrome de Down não
só tendo uma vida plena, mas vivendo mais e com mais qualidade, adultos com
Asperger prosseguindo nos estudos e interagindo, entre outras histórias de
vitória das pessoas com necessidades especiais.

• Convívio com a Diversidade - Por fim, em uma sociedade como a nossa, com
230 milhões de indivíduos, aprender a conviver com a diversidade é no mínimo
um dever. A criança que frequenta uma escola inclusiva, seja ela portadora de
NEE ou não, vai aprender a lidar com as diferenças culturais, físicas, intelectuais
e pessoais. Ela vai aprender a respeitar essas diferenças porque sabe que todos
somos únicos e temos necessidades únicas. A sociedade não é homogênea,
tampouco a escola o é ou será. Se partirmos desse princípio, estaremos
preparados para ensinar cada aluno e para respeitar cada necessidade. Assim, as

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futuras gerações irão conviver com a deficiência de uma maneira mais humana,
ética e racional.

Quais os principais desafios?


A adaptação as escolas e dos profissionais da educação representa um dos desafios
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para que a inclusão aconteça de forma adequada e atenda a todas as necessidades dos
alunos. A capacitação da equipe escola também é um dos desafios, considerando as
diversas práticas que precisam oferecer para lecionar para todos os alunos, mas de
maneiras diferentes para cada um, de acordo com sua necessidade. O preconceito ainda
é uma barreira para a inclusão, o que pode desencadear o bullying no ambiente escolar e
gerar conflitos com os alunos que não desenvolveram a habilidade de conviver com a
diversidade, o que inclusive pode ocorrer com a comunidade escolar.

O que a BNCC fala sobre inclusão?

A BNCC estabelece os conteúdos essenciais e as competências que os estudantes


deverão desenvolver ao longo de toda a educação básica. ... Como seu objetivo é
garantir uma aprendizagem comum a todos os estudantes, ela abre possibilidades de
construção de uma educação cada vez ainda mais inclusiva também na rede privada. A
BNCC orienta as escolas com um documento que representa uma perspectiva
de inclusão sem estruturas suficientes para garantir a permanência na escola, com
qualidade social, dos estudantes com deficiências, TGD e altas
habilidades/superdotação e, muito menos tornar o currículo acessível para todos.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em sinergia com os demais documentos


oficiais da educação brasileira, defende a participação igualitária e não excludente de
todos os estudantes. Segundo o documento, 

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“… a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva,
deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não
preconceito e respeito às diferenças e diversidades. (BNCC, 2018, 14).”

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O que é Educação Especial?

A educação especial é definida pela Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996, que em seu
artigo 58 apresenta o seguinte conceito: “entende-se por educação especial, para os
efeitos desta Lei, a modalidade de Educação escolar, oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”.

A educação é um processo de socialização em que o indivíduo adquire e assimila


vários tipos de conhecimentos. Trata-se de um processo de consciencialização cultural e
comportamental, que se materializa numa série de habilidades e valores.

Embora seja lei, a educação especial ainda possui muitas falhas em diversos pontos,
principalmente na área prática. O orçamento das instituições públicas de ensino é muito
precário.

A Educação Especial pode ser compreendida em três categorias diferentes,


especialmente no que diz respeito a indivíduos com deficiência mental:

* Dependentes: são as pessoas portadoras de deficiência que precisam ser atendidas em


clínicas específicas, envolvendo uma questão de sobrevivência. São aqueles indivíduos
que não têm autonomia por conta da sua deficiência e, assim, precisam de
acompanhamento constante;

* Treináveis: frequentam escolas especiais e têm plenas condições de conviverem com


outras pessoas, cuidam da própria higiene, precisando apenas de supervisão e ajuda em
algumas situações pontuais;
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* Educáveis: também frequentam escolas especiais, mas conseguem socializar, têm
vocabulário suficiente para as necessidades do dia a dia e grande habilidade de
adaptação.

Sendo assim, a história das pessoas com deficiência foi marcada pela discriminação
desde os tempos mais remotos. Podemos categorizar pessoas com deficiência todos os
29
indivíduos que possuem deficiência mental, intelectual, visual, auditiva, motora e física.
Felizmente, com o advento de estudos e dos direitos humanos, atualmente, a partir
da educação especial, é possível promover uma vida humanizada e igualitária para todas
as pessoas. Contudo, no Brasil, a educação especial é um processo que ainda está em
desenvolvimento, havendo muito preconceito, medos e resistência. De acordo com o
Plano Nacional de Educação (PNE) é garantido que todos os alunos com necessidades
especiais possam estudar em escolas regulares, desde a educação infantil até o ensino
superior.

Planejamento de aulas
A escola deve se adaptar ao público que recebe, ou seja, a escola inclusiva deve estar
preparada para receber e ensinar todos os tipos de alunos. Vivemos em uma sociedade
diversificada, então o aluno da escola pública é também diversificado. Quando
pensamos em inclusão pensamos imediatamente em alunos com deficiências, mas a
inclusão vai além disso. O professor precisa estar preparado para a diversidade, para
lidar com as diferenças de aprendizado entre seus alunos. Mas como? Em primeiro
lugar, um professor precisa estar sempre preparado para o novo, ou seja, todos os dias
coisas novas podem surgir em suas aulas e isso não pode assustá-lo. Por exemplo, uma
criança pode aparecer mais agressiva, ou mais desinteressada, ou até mesmo ter uma
crise na aula; mesmo assim, o docente precisa manter a calma e tentar refletir bem antes
de agir, ele sempre será o ponto racional em sua sala.

Em segundo lugar, o planejamento de aulas deve ser algo flexível e adaptável, planeje
conteúdos, não o método, este não deve ser engessado. Por exemplo, você decide
ensinar “verbos” ditando para os alunos as conjugações, mas e se você tiver um aluno
surdo? Ou disléxico? Você terá que se adaptar, então, é mais fácil planejar a aula já

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pensando nas diferenças que existem entre seus alunos; você continuará ensinando
“verbos”, mas de modos diferentes. Tendo em mente o conteúdo teórico e o tipo de
aluno que você tem em sua sala, você irá planejar suas aulas inserindo práticas e
metodologias adequadas ao seu público.

Como por exemplo:


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- Deficiência Física: Se o professor tiver um aluno com comprometimento físico, mas
sem comprometimento intelectual, ele não precisará mudar o conteúdo, mas sim o
material. Se a criança não conseguir escrever ele precisa solicitar tecnologia assistiva
para que essa criança consiga ter acesso à escrita. Caso a criança também tenha
problemas de comunicação oral o professor deve elaborar formas de comunicação
alternativa e ampliada.

- Deficiência Intelectual: No caso de deficiência intelectual é preciso que o professor


conheça muito bem seu aluno, com suas potencialidades e limitações. A deficiência
intelectual varia muito de criança para criança, então cabe ao professor planejar uma
aula que desafie seu aluno ao mesmo tempo que contemple e explore suas habilidades.

- Deficiência Visual: No caso de alunos com baixa visão, o professor pode elaborar um
conteúdo comum e contar com auxílio de lentes de aumento, lupas e ampliação desse
material no computador. Com alunos cegos, a escola deve contar com impressora em
braile, o professor imprime a aula em braile para a criança e ela acompanha com os
dedos.

- Deficiência Auditiva: A escola que tem aluno surdo precisa de um Intérprete de Libras
para esse aluno. Para que o aluno compreenda, ele precisa ser alfabetizado em Libras e
aprender essa língua com o professor especialista de AEE. Alunos com
comprometimento auditivo, mas que conseguem ouvir alguns sons precisam comunicar
ao professor como gostariam que fossem ensinados, assim o professor pode planejar sua
aula com ele, por exemplo, colocando-o na frente da sala e explicando a matéria perto
do aluno.

- Altas Habilidades: O aluno com altas habilidades vai ter um foco de interesse
específico baseado em suas habilidades individuais, isso pode gerar um desinteresse em
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outros conteúdos. O professor não precisa trazer matéria diferente para esse aluno, mas
deve manter a atenção dele, dando mais tarefas ou ampliando os conhecimentos sobre o
assunto. Segue abaixo uma plano de aula inclusivo:

Plano de aula 5º ano Ensino fundamental- Aula de Língua portuguesa


Matéria Aprendendo Libras.
Duração Ano letivo inteiro. 31

Apresentar visualmente o alfabeto e alguns gestos,


identificar quando utilizar cada uma delas. O aluno cego
receberá uma imagem em alto relevo e escrita em braile.
Meta O aluno surdo irá poder auxiliar o professor(a) à motivar
as outras crianças aprender a linguagem em libras para
interagir com colega. As crianças com comprometimento
cognitivo e de interação social receberão uma explicação
individual após a explicação para todos da turma.
Objetivo Que os alunos aprendam a se comunicar no dia a dia.
Essa atividade tem como objetivo de trabalhar a
Justificativa comunicação das crianças ouvintes com as não ouvintes.
Para obter conhecimento e a compreensão.
Método Apresentação visual com explicação oral.
Distribuir imagens do gesto para que as crianças
preencham nomes e as suas funções sozinhas. E nesse
Prática momento alunos que apresentam autismo ou deficiência
intelectual severos receberão atenção especial e reforço,
enquanto os demais colegas fazem suas tarefas.
Material Desenhos do gesto, escritas em braile, contação de
histórias, entre outros.
Avaliação Através da participação da criança, das atividades
elaboradas.
- Alfabeto;
- Numeral;

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Atividades - Comunicação básica: Socorro;
- Dias da semana;
- Apresentações;
- Pequenas histórias;
- Entre outras.

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Atividades
Vamos aprender o alfabeto e numeral em libras.

Agora que conheceu, é praticar.

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Concluímos então, que o mais importante ao planejar aulas inclusivas é ter sempre em
mente os seus alunos, listar as habilidades, as necessidades, as habilidades e as
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competências que podem ser exploradas.

Conclusão
As instituições de ensino, quando se trata de educação inclusiva, estão em fase de
adaptações significativas. Conforme a urgência da situação, procuram desenvolver suas
atividades culturais e teóricas para fortalecer o entendimento e a união da sociedade
educacional nas suas diversidades. Destaca-se a busca por uma aprendizagem mais
humana, posto que o grande desafio da inclusão é tornar o processo de ensino-
aprendizagem mais adaptativo. O que toda criança inserida no universo escolar almeja é
ter suas necessidades, anseios, descobertas, potencialidades, projeções para o futuro,
entre outros, atendidos.

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Nessa perspectiva, entende-se que a busca de qualidade de vida requer principalmente
qualidade na educação, o que não se faz isoladamente, mas por meio de diferentes
relações, dentre elas, a formação constante dos profissionais da educação. Por fim, este
artigo destaca o nível de participação e sensibilização promovidas pela educação, e
como a ampliação desse universo pode favorecer o crescimento da sociedade no sentido
garantir equidade. Portanto, a educação é a transformação do nosso senso crítico em
34
relação ao exercício da cidadania.

Referências
548 Revista Intersaberes vol.16 nº38 A RELAÇÃO ENTRE O DIREITO E A
EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Livro Pedagogia - Educação Especial .pdf (capes.gov.br)

O que é Educação Especial Inclusiva? | Educa Mais Brasil

Educação inclusiva e Educação especial: qual é a diferença? (neuroconecta.com.br)

Educação inclusiva e pandemia (cenpec.org.br)

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Educação Inclusiva em tempos de pandemia - Blog Riopae

educacao_inclusiva.pdf (semanaacademica.org.br)

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA (escolaeducacao.com.br)

TRABALHO_EV073_MD1_SA3_ID181_10092017131156.pdf (editorarealize.com.br)
35
O direito à educação na Constituição de 1988 - Jus.com.br | Jus Navigandi

O que trata a BNCC acerca da educação inclusiva? (redepedagogica.com.br)

Mediação e material concreto na prática com alunos(as) com TEA


(sjnepomuceno.mg.gov.br)

As contribuições da BNCC para uma educação inclusiva (inclusaonaescola.com.br)

Direito à Educação - Brasil Escola (uol.com.br)

Educação na Constituição de 1988: O artigo 205 (Constitucional) - Artigo jurídico -


DireitoNet

O que é educação inclusiva? - DIVERSA - Educação inclusiva na prática

A Educação Inclusiva e as Adaptações Curriculares (pedagogiaaopedaletra.com)

0000013527.pdf (mec.gov.br)

Inclusão na alfabetização: sugestões de atividades para um bom trabalho


(novaescola.org.br)

Educação Infantil: como trabalhar a inclusão na escola - SophiA

Educação Inclusiva/Especial e seus desafios: TCC PROJETO Sobre Educação Inclusiva


- EDUCAÇÃO ALÉM DA INCLUSÃO (desafios-educacao.blogspot.com)

Simone Helen Drumond : TODOS JUNTOS POR UMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A Escola e o Mediador Escolar: Conflitos e Parcerias (escolasrio.com.br)

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Direito à Educação | INEE

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO INCLUSIVA (escolaeducacao.com.br)

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