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Mariza Victor de Andrade

Planificação, direcção e organização do processo pedagógico: suas tendências e alguns


modelos pedagógicos

Universidade Rovuma
Nampula
2022
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Mariza Victor de Andrade

Planificação, direcção e organização do processo pedagógico: suas tendências e alguns modelos


pedagógicos

Trabalho científico de carácter avaliativo


da cadeira de Fundamentos de Pedagogia,
leccionada pelo professor:

Chabane Buramuge Salvador (MA)

Universidade Rovuma
Nampula
2022
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Índice
Introdução....................................................................................................................................3

Planificação..................................................................................................................................4

Tipos de planificação:..................................................................................................................4

Etapas da Planificação de ensino.................................................................................................6

Níveis de planificação do PEA....................................................................................................8

Direcção do Processo Pedagógico...............................................................................................9

Organização do Processo Pedagógico........................................................................................10

Modelos ou tipos de organização...............................................................................................10

Direcção e organização do processo pedagógico.......................................................................11

Modelos pedagógicos (tradicionais e atuais).............................................................................12

Principais modelos pedagógicos de ensino................................................................................12

Modelo tradicional.....................................................................................................................13

Modelo comportamental............................................................................................................13

Modelo romântico / naturalista / experiencial............................................................................14

Modelo cognitivo / desenvolvimentista.....................................................................................14

Modelo educacional-construtivista............................................................................................15

Conclusão...................................................................................................................................16

Bibliografia................................................................................................................................17
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Introdução

A planificação é uma prática corrente em todas as actividades humanas, especificamente as que


são realizadas intencionalmente. Por isso, conclui-se que o plano de aula (ou seja, a planificação
do PEA) é a previsão mais objectiva possível de todas as actividades escolares para a efectivação
do processo de ensino e aprendizagem que conduz o aluno a alcançar os objectivos previstos; e,
neste sentido, a planificação do ensino é uma actividade que consiste em traduzir em termos mais
concretos e operacionais o que o professor e os alunos farão na aula para conduzir os alunos a
alcançar os objectivos educacionais propostos.

O presente trabalho apresenta a seguinte estrutura:

 Introdução;
 Desenvolvimento; e
 Conclusão.
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Planificação

Planificação é ‟um processo mental que envolve analise, reflexão e previsão. E uma actividade
humana e está presente na vida de todos os indivíduos nos mais variados momentos.”
https://sopra-educacao.com/2021/02/13/planificacao-do-processo-de-ensino-e-aprendizagem/

A planificação, segundo o Manual de Fundamentos de Pedagogia em vigor na Universidade


Rovuma (2013:58) é tida como:
Uma actividade que inclui tanto a previsão das actividades didácticas em termos da sua
organização e coordenação em faces dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e
adequação no decorrer do processo de ensino. É um meio para se programar as acções
docentes, mas também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado a
avaliação.

A planificação no PEA é considerada como sendo:


Uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das actividades didácticas em termos da
sua organização e coordenação face aos objectivos propostos, quanto a sua revisão e
adequação no decorrer do processo de ensino. A planificação é um meio para se
programar as acções docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão
intimamente ligado a avaliação. https://www.escolamz.com/2020/07/planificacao-do-
processo-de-ensino-e.html

Na nossa concepção, a planificação é uma actividade prospectiva, directamente situada e


empenhada na realização do ensino que se consuma na sequência: “Elaboração do plano →
realização do plano → controlo do plano → confirmação ou alteração do plano. Com isso,
queremos dizer que planificar é sobretudo reflectir, debater e tomar decisões fundamentadas
sobre o que se pretende ensinar.

Em suma, planifica-se:

a) Para que os alunos possam saber o que estão a fazer e porquê, ou seja, para perceberem
melhor o “caminho” que estão a trilhar;
b) Para que os professores possam organizar o seu trabalho, reflectir sobre os conteúdos,
métodos materiais, espectativas e competências a desenvolver nos alunos.

1.1. Tipos de planificação:

Segundo LIBÂNEO (1997), a planificação apresenta três tipos: Plano da Escola, Plano de Ensino
e o Plano de Aula.
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1. Plano da escola: é um documento mais global, expressa orientações gerais que


sintetizam, de um lado as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo, de outro
lado as ligações do projecto pedagógico da escola com os planos do ensino propriamente
ditos.
2. Plano de ensino: é previsão dos objectivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou
semestre, é documento mais elaborado por unidades sequenciais, no qual aparecem
objectivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.
3. Plano de aula: é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto
de aulas e tem um carácter bastante específico. Plano do currículo é a relação de matérias
ou disciplinas com o seu corpo de conhecimento estruturado numa sequência lógica.

Já na óptica de PILLETTI (2004), a planificação apresenta os seguintes tipos: Plano educacional,


Plano de currículo e o Plano de ensino.

1. Plano educacional conste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do


desenvolvimento geral do país. A elaboração deste tipo de planeamento requer a
proposição de objectivos a longo prazo que define uma política de educação.
2. Plano do currículo- é a formulação dos objectivos educacionais a partir daqueles
expressos nos guias curriculares oficiais. Neste caso a escola não deve simplesmente
executar o que é previsto pelos órgãos oficiais seja mais ou menos determinado, cabe a
escola interpretar e operacionalizar esses currículos.
3. Plano do ensino- consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que o
professor fará na sal de aulas, para conduzir os alunos a alcançar os objectivos propostos.

Contudo, para MATTOS (1971), os tipos de planificação são três: Plano do curso, Plano da
unidade e o Plano da aula.

1. Plano de unidade: faz parte da planificação didáctica ou de ensino e, é formada por


assuntos interrelacionados. Também incluem objectivos, conteúdos.

O nosso trabalho tem por objecto de estudo a planificação de ensino

A planificação tem de ser prudente nas seguintes situações: objectivos específicos a partir dos
objectivos educacionais; conhecimento a serem adquiridos pelos alunos no sentido determinado
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pelos objectivos; procedimentos e recursos de ensino que estimula actividades de aprendizagem


e procedimentos de avaliação que possibilitem verificarem, o alcance de objectivos.

1.2. Etapas da Planificação de ensino

O conhecimento da realidade, a elaboração do plano, a execução do plano e a avaliação e


aperfeiçoamento do plano.

De acordo com LIBÂNEO (1997), as etapas de planificação são seis: a pré-planificação, o


diagnóstico, a programação, a execução, a avaliação e a decisão.

1.2.1. Conhecimento da realidade

O Professor deve fazer uma sondagem, conhecer o aluno e o seu ambiente, saber quais as
necessidades, aspirações, frustrações e possibilidades. Após a sondagem, é preciso estudar
cuidadosamente os dados recolhidos, para formar a Conclusão, que seria então o diagnóstico.
Sem o diagnóstico e a sondagem, corre-se o risco de propor o que é impossível alcançar, o que
não interessa ou, ainda, o que já foi alcançado.

1.2.2. Elaboração do plano

Na perspectiva do LIBÂNEO, a partir do diagnóstico, temos condições de estabelecer o que é


possível alcançar, como fazer para alcançar e como avaliar os resultados. E para tal, existem
alguns passos seguir na elaboração do plano: a identificação do tema, a determinação dos
objectivos, a selecção e organização dos conteúdos de ensino, a selecção de métodos de ensino, a
selecção de recursos materiais, os procedimentos ou actividade e a estruturação do plano de
ensino.

1.2.3. Execução do plano

Consiste no desenvolvimento das actividades previstas. Na execução poderá haver elementos não
plenamente previstos. As vezes, a reacção dos alunos ou circunstâncias do ambiente exigirão
adaptações e alterações do plano, isto é normal e não dispensa o plano, pois, uma das
características de um bom plano, é que deve ser flexível.
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1.2.4. Avaliação e aperfeiçoamento do plano

Feita a execução do que foi planificado, passamos a etapa de avaliação do nosso trabalho, com
vista a melhoria. Nesta etapa, para além de avaliar os resultados de Ensino e Aprendizagem,
avalia-se também a qualidade do plano, a nossa eficiência como professor.

Componentes básicos na Planificação do ensino: os objectivos, o conteúdo, os procedimentos de


ensino, os recursos de ensino e a avaliação.

1.2.5. Objectivo

SAVIANI (1997), sustenta que é a descrição clara do que se pretende alcançar como resultado da
nossa actividade. Os objectivos nascem da própria situação: da comunidade, da família, da
disciplina, do professor e principalmente do aluno. Os objectivos educacionais são metas e os
valores mais amplos que uma escola procura atingir, e os objectivos intencionais são proposições
mais específicas referentes as mudanças comportamentais especificadas para um determinado
grupo-classe.

1.2.6. Conteúdo

Refere-se a organização do conhecimento em si, com base nas suas próprias regras. Abrange
também as experiencias educativas no campo do conhecimento, devidamente seleccionadas e
organizadas pela escola. O conteúdo é o instrumento básico para poder atingir os objectivos.

1.2.7. Procedimentos de ensino

Os procedimentos de ensino são acções, processos ou comportamentos planificados pelo


professor para colocar o aluno em contacto directo com coisas, fatos ou fenómenos que lhes
possibilitem modificador sua conduta, em função dos objectivos previstos. O professor, ao
organizar as condições externas favoráveis a aprendizagem, utiliza meios ou modos organizados
de acção, conhecidos como técnicas de ensino. O professor, ao organizar as condições externas
favoráveis a aprendizagem, utiliza meios ou modos organizados de acção, conhecidos como
técnicas de ensino.
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1.2.8. Avaliação

É o processo pelo qual se determinam o grau e a qualidade de resultados alcançados em relação


aos objectivos, considerando o contexto das condições em que o trabalho foi desenvolvido.

1.3. Importância da Planificação de ensino

Segundo PILETTI, a planificação do ensino é importante pelos seguintes motivos: assegurar a


racionalização, organização e coordenação do trabalho docente de modo que a previsão das
acções docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evita a
improvisação e a rotina; explicitar princípios, directrizes e procedimentos do trabalho docente
que assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto social e de
processo de participação democrática; contribui para a concretização dos objectivos previstos;
garante a economia do tempo e energia.

 Uma boa planificação do ensino deve ter as seguintes características: ser elaborado em função
das necessidades e das realidades apresentadas pelos alunos; ser flexível, isto é, deve dar margem
a possíveis reajustamentos sem quebrar sua unidade e continuidade, o plano pode ser alterado
quando se fizer necessário; ser claro e preciso, isto é, os enunciados devem apresentar indicações
bem exactas e sugestões bem concretas para o trabalho a ser realizado; ser elaborado em íntima
correlação com os objectivos visados; ser elaborado tendo em conta as condições reais e
imediatas de local, tempo e recursos disponíveis.

1.4. Níveis de planificação do PEA

A planificação do processo de ensino-aprendizagem se realiza em dois níveis fundamentais:


central e do professor, passando por um nível intermediário, o da planificação pela escola.

A nível central, a planificação curricular é feita para todos os níveis e graus de ensino-
aprendizagem (a nível da nação) e, na base disso, procede-se a definição do perfil de saída do
nível/grau, curso, disciplina, ano, etc. a partir do qual se faz:

2. A definição de objectivos, conteúdos e métodos gerais;


3. A distribuição destes pelos anos (semestres, trimestres, etc.) e pelas unidades do PEA;
4. A elaboração dos programas detalhados por disciplina;
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5. Com base nos programas detalhados, elabora-se o livro do aluno, o manual do professor e
outros meios de ensino-aprendizagem.

Já a nível do professor, a planificação começa juntamente com outros colegas, com a elaboração
do plano anual da disciplina, geralmente denominada “dosificação”, na qual o grupo de
disciplina faz a distribuição das unidades de ensino em semanas, prevendo momentos de aula, de
avaliações, para além doutras que mereçam destaque na planificação anual ou semestral. E, a
seguir a isso, o professor individualmente (principalmente) ou em grupo faz o plano de aula(s),
ou seja, a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou conjunto de aulas, tendo
em conta um carácter bastante especifico em termos do tema (conteúdo), métodos e técnicas de
ensino, objectivos, meios, isto é, das condições concretas em que se realiza(rá) o ensino-
aprendizagem.

2. Direcção do Processo Pedagógico

No processo pedagógico o professor intervém na direcção, orientação das tarefas do ensino e da


aprendizagem, dando a ele uma segurança profissional. O trabalho docente também chamado de
actividade pedagógica tem como objectivos primordiais:

 Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível dos conhecimentos
científicos;
 Criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e habilidades
intelectuais de modo que dominem métodos de estudo e de trabalho intelectual visando a
sua autonomia no processo de aprendizagem e independência de pensamento;
 Orientar as tarefas de ensino para objectivo educativo de formação da personalidade, isto
é, ajudar os alunos a escolherem um caminho na vida, a terem atitudes e convicções que
norteiem suas opções diante dos problemas e situações da vida real.

Além dos objectivos da disciplina e dos conteúdos, é fundamental que o professor tenha clareza
das finalidades que ele tem em mente, a actividade docente tem a ver directamente com “para
que educar”, pois a educação se realiza numa sociedade que é formada por grupos sociais que
tem uma visão diferente das finalidades educativas.
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2.1. Organização do Processo Pedagógico

A aula é a forma predominante pela qual é organizado o processo de ensino e aprendizagem. É o


meio pelo qual o professor transmite aos seus alunos conhecimentos adquirido no seu processo
de formação, experiências de vida, conteúdos específicos para a superação de dificuldades e
meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse sentido sendo protagonista de sua
formação humana e escolar.

É ainda o espaço de interacção entre o professor e o indivíduo em formação constituindo um


espaço de troca mútua. A aula é o ambiente propício para se pensar, criar, desenvolver e
aprimorar conhecimentos, habilidades, atitudes e conceitos, é também onde surgem os
questionamentos, indagações e respostas, em uma busca activa pelo esclarecimento e
entendimento acerca desses questionamentos e investigações.

A aula é norteada por uma série de componentes, que vão conduzir o processo didáctico
facilitando tanto o desenvolvimento das actividades educacionais pelo educador como a
compreensão e entendimento pelos indivíduos em formação; ela deve, pois, ter uma estruturação
e organização, a fim de que sejam alcançados os objectivos do ensino.

Ao preparar uma aula o professor deve estar atento às quais interesses e necessidades almeja
atender, o que pretende com a aula, quais seus objectivos e o que é de carácter urgente naquele
momento. A organização e estruturação didáctica da aula têm por finalidade proporcionar um
trabalho mais significativo e bem elaborado para a transmissão dos conteúdos. O
estabelecimento desses caminhos proporciona ao professor um maior controle do processo e aos
alunos uma orientação mais eficaz, que vá de acordo com previsto.

2.1.1. Modelos ou tipos de organização

As modalidades de organização e direcção entende se como sendo o conjunto de condições pré


estabelecidas (agrupamento e distribuição espacial dos alunos, regras de interacção, estrutura e
encadeamento das actividades, princípios orientadores da acção docente, e estratégias) que
diferem do contexto em que envolve o processo de ensino aprendizagem.
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Portanto existem evidências de que há uma interacção dinâmica entre as modalidades concretas
de organização e gestão dos ambientes de aprendizagem e os procedimentos de planificação das
actividades.

3. Direcção e organização do processo pedagógico

De acordo com SAVIANI (1997, p.221), o conselho escolar, estabelece e acompanha o projecto
político-pedagógico da unidade educativo, analisa e aprova o plano anual da unidade educativo,
acompanha e avalia o desempenho da direcção e da unidade educativa. Define critérios para
secção prédio escolar para outras que não as de ensino. O director da escola entende o papel do
líder da escola, encarregado de orquestrar a administração da instituição, o fazer pedagógico e a
relação com a comunidade.

Director adjunto coordena e supervisionar o planeamento, execução e avaliação de formação.


Coordenar as questões pedagógicas inerentes decorrentes do processo formativo, acompanhar o
processo de ensino e aprendizagem. Dispõe os materiais e equipamentos para planeamento,
execução e avaliação dos programas de formação.

Segundo ALMEIDA (1991), o chefe da secretaria tem o papel de compreender actividades


essências como: indicar aos gestores divisões a serem adoptadas, receber a comunidade, analisar
os documentos dos alunos e avergoar se há irregularidade, estabelece acção conjunta com a
orientação pedagógica e de mais sectores. Organizar os arquivos com racionalidade garantindo a
segurança, a facilidade do acesso e o sigilo profissional, tem actualidades as colecções de leis,
pareceres decretos, regulamentos e resoluções, instruções circulares, portarias, avisos e
despachos que digam respeito as actividades da escola.

O Director da turma é o agente ideal capa de medir situações importantes nas relações de cenário
escolar: docência e gestão, escola e família, professor e aluno. Deve também propor e planejar
acções com encarregados de educação com o intuito de buscar uma relação mais estreita entre a
família e a escola. O professor deve actuar em sintonia com o projecto político pedagógico da
escola, compreender o seu papel e cumprindo suas metas. Compreender o estudante de forma
integral, buscando e identificando suas necessidades de desenvolvimento no nível intelectual,
físico, emocional, social e cultural.
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4. Modelos pedagógicos (tradicionais e atuais)

O ensinando modelos pedagógicos são as diferentes abordagens ao ensino que podem ser
realizadas pelos professores na sala de aula. Dependendo do modelo usado, os professores
realizarão uma série de acções e se concentrarão em diferentes partes do processo de
aprendizagem.

Porque existem diferentes formas de aprendizagem, e porque cada aluno é único, os professores
devem estar armados com diferentes modelos pedagógicos para serem capazes de se adaptar a
diferentes situações.

Mesmo assim, os modelos pedagógicos sempre se concentram em três elementos:

O que se destina a ensinar?

Como se destina a ensinar?

Como será medido se a aprendizagem foi alcançada?

Tradicionalmente, falamos sobre três diferentes modelos pedagógicos, mas nos últimos anos
novas avenidas de ensino foram abertas. Desta forma, pretende-se obter maior flexibilidade na
transmissão de conhecimento aos alunos.

4.1. Principais modelos pedagógicos de ensino

Até há relativamente pouco tempo, a maioria das instituições de ensino usava um único modelo
pedagógico, conhecido como modelo tradicional.

Ao mesmo tempo, começaram a desenvolver a base teórica de dois outros modelos de ensino: o
behaviorista e o construtivista.

Mais tarde, outros modelos de ensino foram criados e tornaram-se populares ao longo do tempo.
Alguns dos mais importantes são o cognitivo, o social e o romântico.

Existem inúmeras maneiras de conceituar a aprendizagem, cada uma delas com diferentes
repercussões, dependendo dos efeitos práticos dessa concepção. Muitas das ideias sobre como o
processo educacional funciona ou como deve ser realizado foram desenvolvidas e se tornaram
um modelo pedagógico mais ou menos sólido.
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Esses modelos são a representação do conjunto de relacionamentos que explicam um fenómeno


específico, neste caso o aprendizado. Ter um modelo pedagógico nos permite não apenas ter uma
explicação a esse respeito, mas também desenvolver uma série de directrizes que nos levam a
educar e aprimorar certos aspectos, dependendo do tipo de modelo escolhido. Há um grande
número de modelos pedagógicos, dentre os quais destacamos abaixo.

4.1.1. Modelo tradicional

O modelo pedagógico tradicional, o mais utilizado ao longo da história, propõe que o papel da
educação é transmitir um conjunto de conhecimentos. Nessa relação entre aluno, educador e
conteúdo, o aluno é apenas um destinatário passivo, absorvendo o conteúdo que o educador
derrama sobre ele. O papel principal cabe ao educador, que será o agente activo.

Esse tipo de modelo propõe uma metodologia baseada na retenção de informações, baseada na
repetição contínua de tarefas e sem a necessidade de um ajuste que permita a concessão de
significado ao material aprendido.

Da mesma forma, o nível de aprendizado será avaliado através do produto do processo


educacional, qualificando o aluno em termos de capacidade de replicar as informações
transmitidas. O conceito de disciplina recebe alta importância, sendo o professor uma figura de
autoridade, e o conhecimento é transmitido sem espírito crítico e aceitando o que é transmitido
como verdadeiro. Baseia-se na imitação e no desenvolvimento ético e moral.

4.1.2. Modelo comportamental

O modelo pedagógico comportamental também considera que o papel da educação é a


transmissão do conhecimento, vendo-o como uma forma de gerar o acúmulo de aprendizado.
Baseia-se no paradigma comportamental em seu aspecto operante, propondo que qualquer
estímulo seja seguido por sua resposta e a repetição seja determinada pelas possíveis
consequências dessa resposta. No nível educacional, a aprendizagem visa modelar o
comportamento, fixando as informações através do reforço.

O papel do aluno nesse paradigma também é passivo, embora se torne o principal foco de
atenção. O professor ainda está acima do aluno, em um papel activo em que ele emite situações e
informações que servem como estímulo. O uso da memória e a metodologia imamitivo-
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observacional são abundantes. Procedimentos e habilidades técnicas são geralmente bem


aprendidos sob essa metodologia em um nível processual, com o aprendizado como mudança de
comportamento.

Ele trabalha através de uma avaliação sumativa que leva em consideração os níveis de
comportamento esperados e a análise dos produtos produzidos durante a avaliação (como
exames).

4.1.3. Modelo romântico / naturalista / experiencial

O modelo romântico é baseado em uma ideologia humanista que visa levar em consideração o
aluno como uma parte principal e activa do aprendizado e centralizada no mundo interior da
criança. Baseia-se na premissa de não diretividade e máxima autenticidade e liberdade,
assumindo a existência de capacidades internas suficientes pelo aprendiz para serem funcionais
em sua vida e buscando uma metodologia de aprendizado natural e espontânea.

Sob esse modelo promove o desenvolvimento dos menores deve ser natural, espontâneo e livre,
com foco na experiência de aprendizagem livre e nos interesses do menor, com apenas o
educador uma possível ajuda para isso se necessário. O importante é que o menor desenvolva
suas faculdades internas de maneira flexível. Não é teórico, mas experimental: é aprendido
fazendo.

Nesse modelo, propõe-se que o sujeito não seja avaliado, comparado ou classificado, observando
a importância de poder aprender livremente sem interferência. É proposta, no máximo, uma
avaliação qualitativa, deixando de lado a quantificação para observar como o sujeito se
desenvolveu.

4.1.4. Modelo cognitivo / desenvolvimentista

Com base na concepção piagetiana de desenvolvimento, esse modelo difere dos anteriores, pois
seu principal objectivo não é cumprir o currículo, mas contribuir e treinar o assunto de tal
maneira que ele adquira habilidades cognitivas suficientes para ser autónomo, independente e
capaz Para aprender por si mesmo. A educação é vivenciada como um processo progressivo no
qual as estruturas cognitivas humanas são modificadas, modificações que podem alterar o
comportamento indirectamente.
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O papel do professor continua a avaliar o nível de desenvolvimento cognitivo e orientar os


alunos, a fim de adquirir a capacidade de entender o que aprenderam. É um facilitador para
estimular o desenvolvimento do aluno, sendo bidireccional interacção aluno professor. Ele está
gerando experiências e áreas em que para desenvolver qualitativamente avaliar o aluno
individual.

4.1.5. Modelo educacional-construtivista

O modelo educacional construtivista é um dos mais amplamente utilizados e aceitos actualmente.


Com base como os autores anteriores, como Piaget, mas também com as contribuições de outros
autores proeminentes, como Vygotsky, este modelo se concentra no aluno como o protagonista
do processo educativo, sendo um elemento activo essencial na aprendizagem.

Nesse modelo, a tríade professor-aluno-conteúdo é vista como um conjunto de elementos que


interagem bidireccionalmente entre si. Pretende-se que o aluno possa construir progressivamente
uma série de significados, compartilhados com o professor e com o resto da sociedade, com base
no conteúdo e na orientação do professor.

Um elemento-chave nesta abordagem é que o aluno pode dar significado ao material de


aprendizagem e também para o processo de aprendizagem, actuando professor como guia de
aprendizagem e tendo esta última em conta a necessidade de prestar assistência ajustada às
necessidades do aluno.

Trata-se de optimizar os recursos deste último, tanto quanto possível, de maneira que ele se
aproxime do nível potencial máximo em vez de se limitar ao seu nível real (ou seja, atingir o
nível que ele pode alcançar com ajuda). O controlo é gradualmente dado ao aluno à medida que a
aprendizagem é dominada, de modo que é alcançada maior autonomia e capacidade de
autogestão.
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Conclusão

Após um longo período de pesquisa, chegamos a concluir que a planificação docente é


importante na prática pedagógica do professor, pois ela é um instrumento organizado e norteador
do seu trabalho. Concluímos também que é na planificação onde são determinados e
concretizados os objectivos mais importantes da formação e educação da personalidade, são
apresentadas as estruturas coordenadoras de objectivos e matéria, são prescritas as linhas
estratégicas para a organização do processo pedagógico. Ainda na mesma pesquisa, chegou-se a
concluir que, quanto a direcção e organização do processo pedagógico, têm por finalidade
proporcionar um trabalho mais significativo e bem elaborado para a transmissão dos conteúdos.
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Bibliografia

ASSANE, Adelino Inácio et al. Sebenta de fundamentos de pedagogia. Nampula – 2013

https://sopra-educacao.com/2020/12/28/planificacao-do-processo-pedagogico/

https://sopra-educacao.com/2021/02/13/planificacao-do-processo-de-ensino-e-aprendizagem/

https://www.escolamz.com/2020/07/planificacao-do-processo-de-ensino-e.html

https://pt.thpanorama.com/blog/psicologia/modelos-pedaggicos-de-enseanza-tradicionales-y-
actuales.html

https://maestrovirtuale.com/os-5-modelos-pedagogicos-fundamentais/

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