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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2021.0000135176

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de


Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000, da Comarca de Batatais, em
que é agravante COMPANHIA PAULISTA DE FORÇA E LUZ, é
agravado J T MENDONÇA COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS LTDA - EPP.

ACORDAM, em 1ª Câmara Reservada de Direito


Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com
o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos.


Desembargadores CESAR CIAMPOLINI (Presidente), ALEXANDRE
LAZZARINI E AZUMA NISHI.

São Paulo, 24 de fevereiro de 2021

CESAR CIAMPOLINI
RELATOR
Assinatura Eletrônica
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial


Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000
Comarca: Batatais 2ª Vara Cível
MM. Juíza de Direito Dra. Maria Esther Chaves Gomes
Agravante: Companhia Paulista de Força e Luz CPFL
Agravada: J. T. Mendonça Comércio e Prestação de Serviços Ltda.
em Recuperação Judicial

VOTO Nº 22.440

Recuperação judicial. Decisão que deferiu


pedido da recuperanda para manutenção
de contrato de prestação de serviços
celebrado com empresa de porte, que é sua
única cliente, após o recebimento de
notificação extrajudicial de rescisão.
Agravo de instrumento.

O Juízo recuperatório é competente para


exame do presente pedido cautelar, à luz da
essencialidade, ou não, do contrato para a
empresa em recuperação judicial.

Ao menos até que os credores tenham a


oportunidade de analisar a possibilidade de
soerguimento econômico da recuperanda,
mostra-se razoável manter-se sua única
opção para manutenção de suas atividades.
Medida que também leva em conta a
longevidade da relação contratual as
partes, iniciada há quase quarenta anos,
tendo a rescisão sido requerida pela
tomadora de serviços apenas com a
sobrevinda do pedido de recuperação
judicial.

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 2/22


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Manutenção da decisão recorrida. Agravo


de instrumento desprovido.

RELATÓRIO.

Ao despachar pela primeira vez neste agravo


de instrumento, indeferindo liminar, assim sumariei a controvérsia
recursal:

“Vistos etc.

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Companhia


Paulista de Força e Luz nos autos de recuperação judicial de JT
Mendonça Comércio e Prestação de Serviços Ltda.

A decisão agravada deferiu pedido da recuperanda para manutenção


do contrato de prestação de serviços celebrado com a CPFL, sua
única cliente, após envio de notificação extrajudicial de rescisão pela
tomadora de serviços, verbis:

'Vistos.

A recuperanda JT Mendonça informou, às fls. 1375/1395, que no dia


03 de julho de 2020 foi notificada acerca das resoluções dos contratos
celebrados com a CPFL, através de prepostos da referida empresa,
que compareceram à sua sede, sob o argumento de que a recuperanda
não enviou a documentação exigida em outra notificação (datada de
10/06/2020), descumprindo as obrigações contratuais ali apontadas,
e que teria 'zerado' a inspeção de segurança realizada em 17/06/2020.
Assim sendo, requereu a concessão de medida liminar, reconhecendo

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 3/22


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a essencialidade dos contratos para o soerguimento da recuperanda,


por ser o seu único tomador de serviços, determinando-se a
manutenção compulsória da vigência dos contratos firmados com a
CPFL, com a retomada imediata dos serviços, sob pena de multa
diária de R$ 50.000,00. Postulou, ainda, a prorrogação compulsória
dos contratos até o pagamento integral dos credores, ou,
alternativamente, até aprovação ou rejeição do plano de recuperação
judicial. Para justificar o pedido, alegou, ainda, a competência do
Juízo para decidir acerca das medidas necessárias ao resguardo do
ativo, a dependência econômica em relação à CPFL, a qual, após o
ajuizamento da recuperação judicial, passou a agir com rigorismo e
fazer exigências que antes não eram feitas, além de indevidas
retenções em seu faturamento e redução das equipes de trabalho, que
a maioria dos documentos foram tempestivamente enviados, e que
até então a CPFL tinha conhecimento da ausência da certidão
negativa de débitos, não exigindo esse documento na assinatura e
resolução do contrato. Juntou documentos (fls. 1396/1415).

Em manifestação de fls. 1422/1431, a CPFL alegou que a culpa pela


resolução dos contratos é da requerente, que descumpriu diversas
obrigações, sobretudo as relacionadas à segurança dos funcionários e
a comprovação do pagamento dos encargos salariais, tributos e
verbas rescisórias. Aduziu que sempre apoiou a recuperanda, mas
com a condição de regularidade no exercício da sua principal
atividade, e que nunca concordou com a falta de atenção da empresa
com a vida de seus funcionários, posto que em recente vistoria na
sede da empresa constatou EPI's fora do prazo de validade, falta de
EPI's para alguns integrantes, e ausência de equipamentos para
execução das atividades. Acrescentou que não há que se falar no juízo
universal na recuperação judicial e que a recuperanda vem sub-
rogando à CPFL, sua única fonte de renda, valendo-se da
recuperação judicial para manutenção precária das atividades.
Afirmou que não há evidências de soerguimento da requerente e que
a resolução é justificada, diante dos inadimplementos da empresa
recuperanda nas questões relacionadas à segurança dos funcionários e

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às obrigações trabalhistas. Assim, requereu a rejeição dos pedidos


formulados pela empresa JT Mendonça.

O Sr. Administrador Judicial se manifestou às fls. 1437/1457,


sustentando o entendimento jurisprudencial do C. STJ no sentido de
que compete ao juízo recuperacional deliberar sobre todas as
questões que versem sobre o patrimônio da recuperanda. Relatou
que, caso seja mantido o rompimento das relações contratuais, a
quebra da requerente será irreversível, tornando-se inócuo o esforço
do Poder Judiciário através desta recuperação judicial. Afirmou que a
empresa recuperanda deve observar suas obrigações, investindo para
adequar as condições de trabalho às exigências contratuais, mas
acrescentou que, no presente caso, os contratos estão vigentes até
11/11/2020 e a presente recuperação se encaminha para a
convocação da Assembleia-Geral de Credores. Reputou temerária
eventual prorrogação compulsória neste momento, posto que não se
sabe qual será o desfecho na relação entre as empresas ao final dos
contratos, e opinou pelo parcial deferimento dos pedidos, com o
prosseguimento dos contratos firmados até o prazo final de vigência,
devendo a requerente comprovar o cumprimento das regras
contratuais.

Oportunamente, requereu a convocação da Assembleia-Geral de


Credores híbrida e apresentou versão atualizada do quadro-geral de
credores não consolidado. Juntou documentos (fls. 1458/1460).

Às fls. 1464 foi juntada a manifestação do Sr. Promotor de Justiça,


que opinou pelo acolhimento da manifestação do Sr. Administrador
Judicial, com especial atenção à manutenção dos contratos, contudo,
sem prorrogá-los no momento.

A CPFL mais uma vez se manifestou, desta feita às fls. 1464/1469,


reiterando o seu posicionamento anterior e discordando do Sr.
Administrador Judicial, sobretudo no que diz respeito à alegada
essencialidade do contrato, reiterando, no seu entender, a não

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demonstração da capacidade de soerguimento da requerente.

Ao final, também se manifestou a empresa recuperanda, conforme


fls. 1470/1478, reiterando os pedidos formulados.

DECIDO.

Primeiramente, entendo que cabe ao Juízo da Recuperação Judicial


deliberar acerca de questões que possam prejudicar o regular
processo de recuperação, como se dá neste caso, em que a
recuperanda se diz surpreendida pela resilição unilateral que obstaria
por completo a continuidade da empresa.

Bate-se a recuperanda pela necessidade de manutenção dos contratos


firmados com a CPFL, uma vez que não há, atualmente, outras
empresas a que preste seus serviços, sendo indispensável ao sucesso
da recuperação judicial que permaneçam os termos contratados com
a referida companhia.

Já a CPFL alega que a resilição deriva de descumprimento dos


contratos, uma vez que há postura relapsa da requerida quanto à
segurança dos funcionários e o adimplemento das verbas a eles
devidas, do que decorre seu receio de prejuízos, pois já vem sendo
responsabilizada perante a justiça trabalhista em caráter solidário por
esses inadimplementos.

Portanto, há bons argumentos e de variadas ordens, da parte de


ambos os contratantes.

De início, ressalto que a prorrogação compulsória de contrato


essencial para a empresa em recuperação judicial é possível, por
óbvio, uma vez que podem haver situações (como exclusividade e/ou
aportes e investimentos de vulto para a realização do objeto), que
implicam em dependência econômica em relação ao outro
contratante, ao menos por certo prazo.

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Também não refoge do âmbito da questão que, ao celebrar vários


contratos em caráter sucessivo, como no caso presente, a posição de
um dos contratantes recebe reforço desigual, pois poderia terminar a
relação contratual a qualquer tempo, enquanto que o mesmo direito
para o outro, cuja dependência econômica do contrato se coloca,
dificilmente será exercido.

Assim sendo, tanto a possibilidade de livre denúncia em tais casos,


como de sua restrição, devem ser examinadas com cuidado, de modo
que se previnam abusos de ambos os lados.

Conforme o artigo 47 da Lei 11.101/2005, a recuperação judicial tem


por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-
financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos
credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica. Portanto, o soerguimento
da empresa em dificuldades é valioso para a coletividade, e não
apenas para ela, alcançando interesses vários, desde os dos
empregados aos do Fisco, sem esquecer os dos credores.

Contudo, ainda assim há limites para eventuais sacrifícios dos


interesses individuais em prol do sucesso da recuperação. Ocorre
apenas que, havendo que se decidir entre mais de uma opção viável,
deve ser feita a que melhor prestigie e garanta a recuperação da
empresa sem olvidar-se dos eventuais limites, como já dito.

No caso concreto, a recuperanda não invoca grandes investimentos e


a necessidade de um prazo para a sua amortização. Na verdade, alega
dependência econômica a qual deriva não exatamente das cláusulas
contratuais (de exclusividade, por exemplo), mas da cumulação de
perdas no caminho que a conduziu à necessidade de recuperação
(inclusive a de clientes).

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É certo que também se queixa de uma diferença de tratamento,


surgida após o pedido de recuperação judicial, e esse é um ponto
nevrálgico a ser analisado neste caso. Isso porque, se por um lado,
um maior zelo e desconfiança surgem naturalmente da parte de quem
contrata com aquele que assumidamente já não pode arcar com suas
obrigações sem o amparo da recuperação judicial (sendo esse maior
cuidado compreensível e previsível), por outro lado não é aceitável
que, por conta do receio de prejuízos, se dê o empurrão final no
contratante em dificuldades, projetando-o ao fundo do poço e ao
fim das esperanças de soerguimento (até porque essa conduta, além
de abusiva, atinge também a outros, como já dito).

A recuperanda se queixa de redução dos trabalhos e das atividades


que lhe eram passados pela CPFL (com a diminuição de equipes e a
retenção de valores, inclusive liberados, em parte, por ordem judicial),
e isso além de exigências que jamais foram feitas antes, durante o
longo interregno de relações empresariais entre ambas.

Nesse quadro, a CPFL conta com argumentos a se considerar, pois


se já vem sendo onerada solidariamente por encargos trabalhistas, é
justo e admissível que não queira assumir o risco de aumentar esses
prejuízos. A CPFL não é sócia e não tem participação alguma na
empresa recuperanda, de modo que aos ônus correspondam bônus
para a CPFL nesse difícil momento. Por outro lado, havendo prova
de quitação desses encargos, o argumento já não manteria força, e
seriam preservadas ambas as posições.

No tocante à CND, não houve questionamento sobre a não exigência


anterior, até porque, nas circunstâncias que conduziram até a
recuperação judicial, o documento não seria mesmo obtido, e, aliás,
não tem sido exigido nem para participação em licitações por
empresas recuperandas, em diversos casos.

De outra parte, encargos trabalhistas, como salários e FGTS, devem


ser quitados, ou a CPFL (que não sócia da JT Mendonça, repita-se),

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sofreria com indevida sobrecarga apenas em prestígio da coletividade


de credores e interessados na recuperação.

Assim sendo, a manutenção do quanto contratado, até o final da


vigência do avençado, deve ser deferida, com a condição que seja
exibida à CPFL, a partir de então (até porque encargos passados já
lhe podem eventualmente ser impostos, a princípio, perante a justiça
trabalhista), a documentação comprobatória da quitação de todas as
verbas trabalhistas de praxe a cada mês, incluindo os depósitos do
FGTS.

Os reclamos outros, referentes à segurança dos funcionários e aos


necessários EPIs não se fizeram acompanhar de elementos
concretos, inclusive sobre a ocorrência de acidentes e situação
danosas, antes e após a recuperação judicial processada. Portanto, ao
menos por ora, não devem ser óbice à continuidade dos contratos.

Concluindo, a decisão que, no momento presente, melhor pode


preservar os interesses analisados se afina com a posição do
Administrador Judicial, determinando-se a manutenção dos contratos
nºs CW2243154 (Prestação de Serviços de Roçada e Aceiros e Outras
Avenças) e CW2243157 (Prestação de Serviços de Poda Secundária e
Outras Avenças), ambos com vigência até 11 de novembro de 2020.

Quanto ao pleito de prorrogação compulsória, entendo não ser ainda


oportuno, pois é certo que o procedimento recuperatório se
encaminha para a convocação da assembleia-geral de credores em
futuro próximo, como bem apontou o Administrador Judicial, e o
desfecho traz impactos que devem ser conhecidos (inclusive porque
faz parte dos argumentos da CPFL a alegada inviabilidade da
empresa) antes que se delibere em definitivo sobre essa questão.

Tudo considerado, CONCEDO EM PARTE a tutela de urgência


requerida pela recuperanda, para determinar que sejam mantidos os
contratos nºs CW2243154 (Prestação de Serviços de Roçada e

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Aceiros e Outras Avenças) e CW2243157 (Prestação de Serviços de


Poda Secundária e Outras Avenças), até o término da vigência de
ambos, em 11 de novembro de 2020, tendo como contrapartida o
cumprimento de todas as exigências contratuais por parte da JT
Mendonça, em especial a quitação mensal, doravante, dos salários e
outros encargos de índole trabalhista, incluindo o FGTS dos seus
funcionários.

No mais, concedo o prazo de 72 horas para que a empresa


requerente manifeste-se sobre a petição e documentos juntados às fls.
1417/1420, bem como para que diga acerca da realização da
Assembleia-Geral de Credores na forma e nas datas indicadas pelo Sr.
Administrador Judicial (fls. 1447/1453 - item '2' e fls. 1458/1460).

Após, dê-se vista ao Ministério Público e, na sequência, voltem


imediatamente conclusos.

Int.' (fls. 18/22).

Em resumo, a agravante argumenta que (a) a recuperanda vem


descumprindo suas obrigações trabalhistas, inclusive deixando de
pagar seus empregados; (b) o desuso de equipamentos de segurança
do trabalho pela recuperanda ocasionou diversos assistentes
relacionados à prestação de serviços, que envolve a manutenção da
rede elétrica dos municípios por si atendidos; (c) não há viabilidade
de soerguimento da recuperanda; (d) o Juízo recuperacional é
incompetente para decidir sobre a matéria, ausente universalidade na
recuperação judicial.

Requer efeito suspensivo e tutela antecipada “para que a Agravada seja


compelida a fornecer toda a documentação pretérita comprobatória da quitação das
obrigações salariais e acessórias dos funcionários ativos e desligados, após o pedido
de recuperação judicial” (fl. 14).

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 10/22


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Pede, a final, o provimento do agravo de instrumento, mantendo-se a


rescisão do contrato de prestação de serviços e confirmando-se a
tutela antecipada recursal.

Nesta data, por meio da plataforma Microsoft Teams, recebi


telepresencialmente a Dra. Thais Vilela Oliveira Santos, patrona da
agravante.

É o relatório.

Considerando a irreversibilidade dos efeitos que decorreriam da


suspensão da decisão agravada (§ 3º do art. 300 do CPC), que
interromperia a única receita disponível à recuperanda, bem como
tendo em conta a longevidade da relação contratual mantida entre as
partes (iniciada em 1986), indefiro a tutela provisória recursal.

À contraminuta e ao administrador judicial.

Após, à P. G. J.

Intimem-se.” (fls. 28/38; destaques do original).

Contraminuta a fls. 53/63.

Petição do administrador judicial (fls. 41/51)


e parecer da douta P.G.J. a fls. 68/70, ambos opinando pelo
desprovimento do agravo de instrumento.

Oposição ao julgamento virtual por ambas as


partes (fls. 25 e 27).

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É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO.

Conheço do recurso, adotando como razão


de decidir os fundamentos exarados pela Procuradora de Justiça
SELMA NEGRÃO DOS REIS em seu parecer:

“Quanto à competência do juízo da recuperação para decidir sobre a


possibilidade de resolução de contrato de serviço, ainda que possa ser
questionada, no caso presente, porém, verifica-se que a questão
envolve a própria sobrevivência da empresa cujo objeto social é o de
prestar serviços, e, cuja única tomadora de serviços é a própria
agravante.

Destarte, como o pleito da empresa em recuperação diz respeito ao


próprio soerguimento da empresa, e não se constata ilegalidade
flagrante, o juízo recuperatório é competente para o exame da
questão.

Destarte, como o pleito da empresa em recuperação diz respeito ao


próprio soerguimento da empresa, e não se constata ilegalidade
flagrante, o juízo recuperatório é competente para o exame da
questão.

Anote-se que não há notícia de que a agravada tenha descumprido as


obrigações determinadas pela decisão recorrida, sendo certo que o stay
period foi prorrogado por cento e oitenta dias consoante decisão que o

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deferiu publicada no DOE de 02.06.2020.

Por outro lado, a decisão de rescisão unilateral do contrato se deu na


sequência de condutas anteriores consistentes em retenção de parte
dos faturamentos (cf. fls. 1245 e ss. na origem).

Assim, deve ser afastada a alegada incompetência do juízo.”


(fls. 69/70).

Em situação análoga, veja-se precedente da


2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, a respeito de contratos
essenciais à empresa em recuperação judicial, referido na
manifestação da administradora judicial:

“Agravo de instrumento Recuperação judicial Decisão recorrida


que concedeu a tutela de urgência requerida pelas recuperandas a fim
de suspender os efeitos da manifestação da T-Systems visando à
resolução do contrato apenas em razão do processamento da
recuperação judicial Juízo onde tramita o processo de recuperação
judicial que tem à sua disposição todos os elementos que traduzem
com precisão as dificuldades enfrentadas pelas recuperandas
Justificado pelos elevados interesses na conservação da empresa, o
patrimônio da empresa e a análise dos contratos essenciais celebrados
com a recuperanda se sujeitam diretamente ao Juízo recuperacional,
sem que isso seja considerado invasão de competência Questão
examinada que está adstrita à verificação do preenchimento, ou não,
dos pressupostos para a concessão da tutela de urgência Serviços
prestados pela agravante (Serviços de Tecnologia da Informação) são,
indubitavelmente, essenciais para a persecução das atividades
empresariais das recuperandas, que concentram parcela dos seus
negócios na internet e dependem dos serviços de tecnologia para o

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desenvolvimento de suas atividades Presença dos requisitos para


concessão da tutela de urgência Tutela de urgência que deverá ser
mantida até que o tribunal arbitral examine a questão, competindo aos
árbitros, inclusive, mantê-la, modificá-la ou revogá-la, nos termos do
artigo 22-B da Lei nº 9.307/1996, incluído pela Lei nº 13.129/2015
Decisão mantida Recurso desprovido, com observação.”
(AI 2024636-35.2019.8.26.0000, MAURÍCIO PESSOA).

Prosseguindo, mantenho a decisão agravada.

Realmente, ao menos até que se realize a


assembleia geral de credores para deliberação acerca da possibilidade
de soerguimento judicial, mostra-se razoável a solução dada pelo
MM. Juízo a quo, única opção possível para manutenção das
atividades da empresa em recuperação.

Isso se faz também considerando a


longevidade da relação mantida entre as partes, iniciada na década de
1980 (fl. 55, contraminuta), tendo a tomadora dos serviços tomado a
iniciativa de rescindi-la apenas com a superveniência do pedido de
recuperação judicial.

Vejam-se, a respeito, as ponderações


trazidas pela administradora judicial, que adoto per relationem:

“1.2 DA MANUTENÇÃO E DA PRORROGAÇÃO DOS


CONTRATOS N.º CW2243154 E CW2243157. A discussão reside
em definir se houve abuso de direito por parte da CPFL em rescindir
os Instrumentos Contratuais n.º CW2243154 (Prestação de Serviços

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de Roçada e Aceiros e Outras Avenças) e CW2243157 (Prestação de


Serviços de Poda Secundária e Outras Avenças), ambos com vigência
até 11 de novembro de 2020.

O art. 475, do Código Civil, assenta que 'a parte lesada pelo
inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir
exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos,
indenização por perdas e danos'.

No caso em comento, ambos instrumentos contratuais preveem tal


hipótese (...).

Assim, a partir da leitura do art. 475, do Código Civil, transposta na


cláusula supracitada, entende-se pelo direito potestativo da CPFL de
solicitar, de plano, a extinção do contrato, caso não tenha interesse
em cobrar da Recuperanda o cumprimento de determinada questão
contratual.

No entanto, se dada a natureza do contrato, uma das partes houver


feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia
unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível
com a natureza e o vulto dos investimentos, conforme disposto no
art. 473 do Código Civil:

'Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou


implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra
parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das


partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução,
a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo
compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.'

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Isso significa dizer que a ratio leges é permitir que o contratante


amortize os investimentos realizados ao longo do tempo, ou seja,
condicionar os efeitos da denúncia à concessão de prazo compatível
com os investimentos.

No caso em comento, há discussão se referido rompimento das


relações obrigacionais poderia se revelar abusivo pela CPFL, visto que
a notificação ocorreu em 10 de junho de 2020 (fl. 1396/1398), e a
rescisão ocorreu em 01 de julho de 2020 (fl. 1396/1398) o que
denotaria aviso prévio ínfimo, principalmente quando sua relação
contratual tenha durado longos anos, gerando confiança recíproca e
maior integração entre ambas Empresas.

Nesse sentido, o colendo Superior Tribunal de Justiça tem


precedentes no sentido da possibilidade de impedir a resolução do
contrato antes de decorrido prazo razoável para a amortização dos
investimentos feitos, senão vejamos:

'PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. JUÍZO DE


ADMISSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REVISÃO DO
CONTEXTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ.
APLICAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
INEXISTÊNCIA. MEDIDA CAUTELAR QUE MANTÉM, POR
PRAZO INDETERMINADO, A VIGÊNCIA DE CONTRATO.
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA
VONTADE. - A pretensão de reexame de prova não enseja recurso
especial. Aplicação da Súmula 7/STJ. - A interpretação de cláusula
contratual não enseja recurso especial. Aplicação da Súmula 5/STJ. -
Dada a natureza do procedimento cautelar, não está o juízo obrigado
a produzir provas que seriam necessárias para uma conclusão
definitiva sobre a lide. Se a parte requerente consegue demonstrar o
'fumus boni iuris' e o 'periculum in mora', ao passo que a parte
requerida não consegue demonstrar, de plano, as razões fáticas de sua

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contrariedade, isso basta para que seja deferida a cautela, não


havendo que se falar em cerceamento de defesa. - O exame da função
social do contrato é um convite ao Poder Judiciário, para que ele
construa soluções justas, rente à realidade da vida, prestigiando
prestações jurisdicionais intermediárias, razoáveis, harmonizadoras e
que, sendo encontradas caso a caso, não cheguem a aniquilar nenhum
dos outros valores que orientam o ordenamento jurídico, como a
autonomia da vontade. - Não se deve admitir que a função social do
contrato, princípio aberto que é, seja utilizada como pretexto para
manter duas sociedades empresárias ligadas por vínculo contratual
durante um longo e indefinido período. Na hipótese vertente a
medida liminar foi deferida aos 18.08.2003, e, por isto, há mais de 5
anos as partes estão obrigadas a estarem contratadas. - A regra do art.
473, par. único, do CC/02, tomada por analogia, pode solucionar
litígios como o presente, onde uma das partes do contrato afirma,
com plausibilidade, ter feito grande investimento e o Poder Judiciário
não constata, em cognição sumária, prova de sua culpa a justificar a
resolução imediata do negócio jurídico. Pode-se permitir a
continuidade do negócio durante prazo razoável, para que as partes
organizem o término de sua relação negocial. O prazo dá às partes a
possibilidade de ampliar sua base de clientes, de fornecedores e de
realizar as rescisões trabalhistas eventualmente necessárias. Recurso
Especial parcialmente provido.' (REsp 972.436/BA, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
17/03/2009, DJe 12/06/2009).

Vale dizer que a rescisão unilateral deve ser realizada de forma


responsável, com a avaliação dos investimentos realizados por força
da relação contratual e com a observância de princípios como a boa-
fé e a finalidade social do contrato.

Nesse contexto, impõe-se referir que se está diante de uma relação


obrigacional estabelecida pela Devedora que rege toda cadência do
procedimento recuperacional.

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 17/22


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Não por outro motivo que as discussões entre as partes iniciaram já


no alvorecer deste procedimento recuperatório e justificaram a
realização de reunião virtual para tentativa de negociação com
participação da Administração Judicial, tal como abordado no
relatório de atividades juntado às fls. 1.330/374.

Além disso, todos os bens e ativos da Devedora estão diretamente


vinculados às atividades prestadas em benefício da CPFL. O mesmo
se pode falar dos funcionários, todos laborando para dar
cumprimento às relações contratuais estabelecidas entre as partes.

Não é à toa que a CPFL reiteradamente é incluída no polo passivo de


demandas trabalhistas originadas por contratações da Recuperanda.
Isso porque os colaboradores desligados antes do ajuizamento deste
procedimento recuperatório, integrantes da classe de credores
trabalhistas (art. 41, I, da LRF), igualmente estavam vinculados à
relação empresarial das sociedades.

Desse modo, a prosseguir o rompimento das relações contratuais, a


quebra será irreversível, de nada adiantando o esforço do Poder
Judiciário através desta Recuperação Judicial.

O art. 47 LRF alude que 'a recuperação judicial tem por objetivo
viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o
estímulo à atividade econômica'.

Trata-se, portanto, de questão que foge aos interesses exclusivos da


Recuperanda e dos credores, buscando alternativas adequadas para

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 18/22


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tutelar os interesses de trabalhadores e da coletividade.

Com fundamento nesta premissa, Paulo Penalva Santos expõe que:

'Na hipótese de o fabricante tentar rescindir abruptamente o


contrato, cabe ao distribuidor requerer em juízo (i) a prorrogação do
contrato, a fim de que lhe seja garantido prazo para amortizar os seus
investimentos ou (ii) indenização por perdas e danos.

(...)

O art. 47 da LRF é um norte interpretativo para guiar a


operacionalidade da recuperação judicial. Na interpretação dos
preceitos legais, deve-se, sempre
que possível, prestigiar a solução que melhor garanta a recuperação
da empresa. A solução que não apenas prestigia, mas, em verdade,
viabiliza o soerguimento empresarial, é a prorrogação dos contratos.'

[SANTOS, Paulo Penalva. A possibilidade de prorrogação compulsória de


contrato essencial para o soerguimento da empresa em recuperação
judicial. Migalhas, 2019. In https://s.migalhas.com.br/S/FFDC0. Acesso
em: 21.07.2020]

É verdade que a discussão da relação contratual entre a Recuperanda


e a CPFL demandará dilação probatória, notadamente porque
qualquer resolução da controversa implicará diversas consequências
fáticas e jurídicas para ambas as partes.

Vale dizer que a Recuperação Judicial não pode servir para a


discussão das consequências jurídicas (inadimplemento contratual,
reparação por perdas e danos etc.) advindas da relação contratual
entre a Recuperanda e a CPFL o que demanda ação autônoma.

Nada obstante, verifica-se que, no caso em liça, não havendo a

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 19/22


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manutenção dos contratos rescindidos unilateralmente pela CPFL,


acarretar-se-á impreterivelmente na bancarrota da Recuperanda.

De toda forma, a Recuperanda deve observar as suas obrigações


contratuais, investindo recursos para adequar as condições de
trabalho às exigências apontadas pela CPFL.

É dizer: não podem ser mantidos os contratos sem a devida


observância de suas regras, principalmente no que diz respeito às
normas de segurança do trabalho.

1.3 Last, but not least, deslinda-se sobre eventual possibilidade de


prorrogação do prazo de vigência dos contratos.

A legislação civil não prevê qual será o tempo necessário para que os
investimentos sejam amortizados. Da mesma forma, não prevê qual
será o momento oportuno para haver manifestação em definitivo
sobre a matéria, inclusive com a definição do prazo final da
prorrogação compulsória, pelo Poder Judiciário.

No contexto de procedimentos recuperatório, Paulo Penalva Santos


entende que tal definição deve ocorrer logo após a apreciação do
plano de recuperação:

'Não havendo previsão específica em relação ao momento em que o


juiz deve se pronunciar definitivamente acerca da questão, nos parece
razoável que isto ocorra logo após a assembleia de credores que
aprecie o plano de recuperação judicial. Havendo a rejeição do plano
de recuperação judicial, a falência será decretada. De acordo com o
art. 117 da LRF, 'os contratos bilaterais não se resolvem pela falência
e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento
reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for
necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 20/22


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autorização do comitê'. Assim, após a rejeição do plano e a


decretação da falência, o administrador judicial e o comitê devem ser
ouvidos para que se avalie a conveniência, ou não, de se resolver os
contratos. Feito isso, o juiz deve se pronunciar, em definitivo, sobre a
prorrogação dos contratos. Havendo a aprovação do plano de
recuperação judicial, seja com ou sem modificações, deve o juiz
decidir pela homologação do plano. É nesse momento que o
magistrado deve se pronunciar, em definitivo, sobre até quando deve
vigorar a prorrogação dos contratos, pois já estará clara a situação
econômica da devedora e de que forma esta pretende superar a sua
crise econômico-financeira.'

In casu, os contratos n.º CW2243154 e CW2243157 estão vigentes até


11 de novembro de 2020, e este procedimento recuperatório se
encaminha para a convocação da assembleia-geral de credores em
futuro próximo.

Logo, parece temerário deslindar eventual prorrogação compulsória


desde já, até mesmo porque não se sabe qual desfecho poderá haver
na relação contratual entre a Recuperanda e a CPFL para daqui
aproximadamente quatro meses.

Identifica-se, portanto, a presença dos requisitos da fumus boni iuris e


periculum in mora (art. 305, caput, do CPC), se não para prorrogar a
vigência dos referidos contratos desde já, mas para determinar a
manutenção compulsória dos contratos n.º CW2243154 e
CW2243157, devendo, para tanto, a Recuperanda atender às
pretensões da CPFL até 11 de novembro de 2020 sem prejuízo de
avaliar-se eventual prorrogação compulsória após esta data.”
(fls. 47/50; grifei).

Isso posto, como dito, mantenho a decisão


agravada.

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 21/22


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DISPOSITIVO.

Nego provimento ao agravo de instrumento.

Consideram-se, desde logo, prequestionados


todos os dispositivos constitucionais e legais, implícita ou
explicitamente, influentes na elaboração deste voto.

Na hipótese de, em que pese este prévio


prequestionamento, serem opostos embargos de declaração ao
acórdão, seu julgamento se dará necessariamente em ambiente virtual,
em razão dos embaraços ao normal funcionamento do Tribunal
causados pela pandemia.

Ficam as partes, data venia, advertidas de


que a oposição de declaratórios considerados protelatórios poderá ser
apenada na forma do § 2º do art. 1.026 do CPC.

É como voto.

CESAR CIAMPOLINI
Relator

Agravo de Instrumento nº 2206499-84.2020.8.26.0000 - Batatais - VOTO Nº 22.440 ACC - 22/22

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