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Aula 08

Direito Civil p/ Concursos - Curso


Regular - 2022

Autor:
Paulo H M Sousa

27 de Março de 2022

07171930556 - Anne Beatriz Cunha costa


Paulo H M Sousa
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Sumário

Livro I – Direito das Obrigações ........................................................................................................................ 2

1 – Considerações iniciais............................................................................................................................... 2

Título III: Adimplemento e extinção das obrigações ..................................................................................... 3

Capítulo I – Pagamento.............................................................................................................................. 3

Capítulo II – Pagamento em consignação ................................................................................................. 7

Capítulo III – Pagamento com sub-rogação .............................................................................................. 8

Capítulo IV – Imputação ao pagamento .................................................................................................. 10

Capítulo V – Dação em pagamento ......................................................................................................... 10

Capítulo VI – Novação .............................................................................................................................. 11

Capítulo VII – Compensação .................................................................................................................... 12

Capítulo VIII – Confusão ........................................................................................................................... 14

Capítulo IX – Remissão de dívidas ........................................................................................................... 14

Título IV: Inadimplemento das obrigações ................................................................................................. 15

Capítulo I – Disposições gerais................................................................................................................. 15

Capítulo II – Mora .................................................................................................................................... 16

Capítulo III – Perdas e danos .................................................................................................................... 18

Capítulo IV – Juros legais ......................................................................................................................... 19

Capítulo V – Cláusula penal...................................................................................................................... 20

Capítulo VI – Arras ou sinal ...................................................................................................................... 21

2 – Considerações finais............................................................................................................................... 23

Questões Comentadas .................................................................................................................................... 25

Lista de Questões .......................................................................................................................................... 118

Gabarito ......................................................................................................................................................... 141

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LIVRO I – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

1 – Considerações iniciais

Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais:

prof.phms@estrategiaconcursos.com.br

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Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

Na aula de hoje, você verá o tema Direito das Obrigações. O adimplemento e o inadimplemento são as duas
faces da mesma moeda. Por isso, é muito comum que os certames cobrem ambas as coisas, conjuntamente.
Mas, não raro, cobram apenas este ou aquele tópico, sem que haja alguma preocupação didática, o que
torna as coisas bastante difíceis.

No mais, segue a aula pra gente bater um papo! =)

Ah, e o que, do seu Edital, você vai ver aqui?

Pagamento em consignação Pagamento com sub-rogação Imputação do pagamento Dação


em pagamento Novação Compensação Confusão Remissão das dívidas Inadimplemento
das obrigações

Boa aula!

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Título III: Adimplemento e extinção das obrigações

Capítulo I – Pagamento

O pagamento significa o cumprimento da obrigação pelo devedor ao credor. Importante que você
compreenda a lógica de funcionamento. Em resumo, o Direito das Obrigações é pensado para que o credor
receba; tudo gira ao redor dessa percepção!

Seção I – Quem deve pagar

Obviamente, quem paga é o devedor, mas em alguns casos, um terceiro, pode cumprir a obrigação, para
satisfazer o credor.

O terceiro pode se apresentar de três modos distintos:

A. Em nome e por conta do B. Interessado, em nome C. Desinteressado, em nome


devedor próprio próprio
• De modo genérico, será uma • Pode ser que o terceiro, • Não detém interesse jurídico
representação do devedor apesar de alheio, tenha no cumprimento da
(representante ou interesse jurídico na prestação, mas possui um
procurador) prestação interesse outro
• É o caso, por exemplo, do • É o caso do pai que paga
fiador pelo prejuízo causado pelo
filho, já maior

Nos dois primeiros casos, o credor não pode se negar a receber, sob pena de incorrer em mora. Cabe, então
uma ação de consignação em pagamento.

Já no terceiro caso, mesmo que o credor não aceite receber, a recusa não caracteriza mora do credor.
Assim, o devedor (ou o terceiro) não pode valer-se da consignação em pagamento. Em regra, isso acontecerá
quando o credor quer que os efeitos da mora atinjam o devedor (como no inadimplemento do aluguel, cuja
consequência é o despejo, desejado pelo locador, credor).

No caso de terceiro interessado que paga, ele se sub-roga, ou seja, substitui a posição do credor
na relação jurídica obrigacional (art. 346, inc. III, do Código Civil). Assim, ele tem todos os
privilégios que o credor original tinha, exceto os pessoais expostos no art. 305 do Código Civil,
que dispõe sobre o terceiro desinteressado.

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No caso de terceiro desinteressado, o terceiro só tem direito àquilo que pagou e perde os privilégios.
Inclusive, prevê o art. 305, parágrafo único, do Código Civil, se ele fizer o pagamento antes do vencimento
da dívida, só poderá exigir o reembolso quando do vencimento, de modo a não onerar o devedor.

Se o terceiro for interessado a sub-rogação é automática, enquanto se for desinteressado terá de provar
tanto a existência da dívida, como também o pagamento por si realizado.

Atenção! Se o terceiro paga sem o conhecimento do devedor ou contra a vontade deste e


o devedor tinha meios para se exonerar da dívida, tal adimplemento não se mostra útil ao
devedor. Logo, ele não terá o dever de ressarcir o terceiro, conforme o art. 306 do Código
Civil.

É o caso do devedor que teria a exceção de prescrição ou a exceção de compensação a


alegar contra o credor.

Seção II – A quem se deve pagar

Se o credor morre, seus sucessores assumem sua posição. Assim, cuidado com o ditado popular de que não
se herda dívida. Herda sim! Até o limite daquilo que se vai herdar, mas se herda.

Em regra, o devedor deve pagar ao sujeito a quem o pagamento será eficaz, ou seja, à pessoa que detém
o poder de quitação, segundo afiança o art. 311. A exceção, claro, fica por conta das circunstâncias fáticas
que contrariam essa presunção juris tantum.

Daí nasce a regra do art. 309, que estabelece que o pagamento feito a credor putativo é eficaz, mesmo que
se comprove não ser ele o verdadeiro credor. Credor putativo é aquele que detém todas as características
do credor, embora não o seja.

Seção III – Objeto do pagamento e sua prova

Mostro a você os três princípios importantes para a análise do objeto do pagamento e sua prova:

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Exatidão da prestação

• O credor não é obrigado a receber coisa diversa da devida, ainda que esta seja mais
valiosa, nos termos do art. 313 do Código Civil. Igualmente, não obstante o objeto da
prestação ser divisível, o credor não pode ser compelido a receber em partes, parcelas,
aquilo que não foi convencionado em diferentes prestações, na regra do art. 314 do
Código Civil.

Nominalismo

• Se há dever de prestar determinada quantia em dinheiro, esse dever corresponde a


quanto ali está nominalmente escrito ou o valor correspondente àquela quantia
indicada, segundo o art. 315 do Código Civil. Há duas exceções, adiante vistas.

Curso obrigatório da moeda nacional

• São nulas as obrigações que estabelecem obrigação de pagar em ouro ou moeda


estrangeira, ou ainda a indexação do valor a pagar em moeda estrangeira ou ouro, salvo
disposição legal em contrário, consoante regramento específico do art. 318 do Código
Civil.

O nominalismo admite duas exceções. A primeira quando se convenciona correção monetária pelas partes,
nos termos do art. 316 do Código Civil. A segunda, consoante regra do art. 317 do Código Civil, quando por
motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida no momento
de sua execução.

Ademais, o princípio do curso obrigatório da moeda nacional é excepcionado, de regra, nos casos em que
se envolvem obrigações transnacionais ou de câmbio.

A prova se dá pela quitação. Na hipótese de recusa do credor a dar a quitação, pode inclusive o devedor
reter o pagamento ou consigná-lo, conforme estabelecido pelo art. 319 do Código Civil. Essa quitação
sempre pode ser feita por instrumento particular.

No entanto, pode a quitação, mesmo que particular, se dar de maneira livre? A quitação deve conter os
dados essenciais do pagamento a que se refere o art. 320 do Código Civil, quais sejam:

O valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do
pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.

A esmagadora maioria das obrigações se celebra oralmente; entrega-se o pagamento oralmente; dá-se
quitação oral. Para facilitar as coisas, o Código Civil apresentada inúmeras presunções relativas de
pagamento, que podem ser afastadas pelas partes, a se destacar:

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Art. 324

• A entrega do título faz presumir seu pagamento

Art. 321

• A destruição do título faz presumir seu pagamento

Art. 322

• Nas prestações periódicas, a quitação da última parcela faz presumir a quitação das
anteriores

Art. 323

• Havendo quitação do capital sem reserva dos juros, presume-se que estes foram pagos
juntamente com o capital

Art. 325

• As despesas com a quitação ficam a cargo do devedor, mesmo em havendo aumento

Art. 326

• Se o pagamento tiver que ser feito por medida ou peso, presume-se a adoção da
medida ou peso do lugar de execução da prestação

Haverá presunção do pagamento com a entrega do título (art. 324 do Código Civil). Porém, se o credor
prova, em 60 dias, a falta desse pagamento, ficará sem efeito a quitação, conforme parágrafo único desse
mesmo artigo. No caso das quotas periódicas, com a quitação da última, presumem-se solvidas as
anteriores (art. 322 do Código Civil).

Seção IV – Lugar do pagamento

O lugar do pagamento será no domicílio do devedor, a não ser que as partes, a lei, a natureza da obrigação
ou as circunstâncias escolham lugar diverso, segundo o art. 327 do Código Civil.

Se o pagamento puder ser feito em dois ou mais lugares, presume-se que o credor pode efetuar a escolha,
consoante estipulado pelo art. 327, parágrafo único, do Código Civil.

Há duas situações nas quais se pode alterar o local do pagamento. Por motivo grave e alheio ao
devedor, quando sem prejuízo do credor. Ou quando for reiteradamente feito em local diverso do
convencionado, de modo que faz presumir renúncia do credor em relação ao local de pagamento
(arts. 329 e 330 do Código Civil).

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Regra
• Domicílio do devedor

Exceções
• Pluralidade de lugares: escolha cabe ao credor
• Imóveis: local no qual se situa o imóvel

Alteração
• Motivo grave e alheio ao devedor
• Pagamento reiteradamente feito em lugar outro

Seção V – Tempo do pagamento

Podemos classificar as obrigações em:

Puras

• Aquelas nas quais não se encontra fixado termo ou condição.

Impuras

• São aquelas que estão sujeitas a termo ou condição (o mais comum é o prazo).

Se não houver sido estipulado um tempo certo para o pagamento, o credor pode
exigi-lo imediatamente, como disposto no art. 331 do Código Civil. Porém, não é
sempre que isso será possível.

Nas obrigações sujeitas a termo, ao contrário, considera-se como momento para


cumprimento na ocorrência do efeito (dia 25/12). Nas obrigações sob condição,
considera-se como momento para cumprimento a data em que o devedor tomou ciência do implemento
da condição, conforme estabelece o art. 332 do Código Civil.

Capítulo II – Pagamento em consignação

Há situações nas quais o devedor quer pagar, mas há algum empecilho, com ou sem
culpa do credor, impossibilitando esse pagamento. Quando o credor se recusa a
receber, ou cria obstáculos alheios ao devedor, o pagamento pode ser feito mediante
consignação, prevê o art. 335 do Código Civil.

Em linhas gerais, cabe a consignação em pagamento se:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;

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III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de
acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Exemplificativamente, cabe a consignação quando o credor se recusa a receber (para


causar a mora do devedor); quando exige pagamento além do devido; discorda do
montante a ser pago; deixa de ir receber (no caso em que tem de buscar a obrigação);
recusa-se a dar quitação; recusa-se a dar a quitação correta; ausenta-se do domicílio,
passa a residir em local incerto ou perigoso; quando o devedor não sabe exatamente a
quem pagar ou o objeto do pagamento está em litígio.

A consignação dá-se mediante depósito judicial (consignação de natureza processual) ou extrajudicial


(consignação de natureza material) da prestação para liberação do devedor. Ou seja, há duas espécies de
consignação distintas, previstas no art. 334 do Código Civil:

• Só pode ser feita quando se tratar de obrigação de dar


Extrajudicial pecuniária (em dinheiro)

• Tem aplicação para todas as obrigações de dar e


Judicial subsequentemente à consignação extrajudicial recusada
pelo credor

Se a consignação for feita quanto às pessoas, ao tempo, ao modo e ao local devidos, conforme exige o art.
336 do Código Civil, ela será julgada procedente. Consequentemente, fica liberado o devedor e há
condenação do credor ao pagamento de todas as custas e despesas processuais, na forma do art. 343 do
Código Civil.

Esse depósito deve ser feito no lugar do pagamento para que cessem para o depositante os juros da dívida
e os riscos, salvo se for julgado improcedente, como leciona o art. 337 do Código Civil. Feito o depósito, o
art. 338 do Código Civil estabelece que enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o
impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas.

Em havendo pluralidade de devedores e/ou fiadores, prevê o art. 339 do Código Civil que, julgado
procedente o depósito, o devedor não pode levantar os valores, mesmo que o credor consinta,
senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Por outro lado, se a consignação for julgada
improcedente, essa improcedência faz aplicar, retroativamente, todos os ônus do inadimplemento (juros,
multa etc.).

Capítulo III – Pagamento com sub-rogação

Geralmente, o pagamento é realizado pelo próprio devedor. Não nesse caso.

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Primeiro ocorre o pagamento feito por terceiro e, posteriormente, a sub-rogação deste terceiro no lugar
do credor. Nesse caso, o terceiro sub-roga-se, assume a posição do credor, com todos os bônus da
assunção.

Você deve estar se perguntando: mas, professor, alguém paga a dívida no lugar do devedor e este é
liberado? A resposta é negativa.

O que ocorre, na verdade, é que o credor fica satisfeito porque recebeu sua prestação,
mas o devedor não é liberado. Isso porque, ele continua a dever, só que para outra
pessoa. Aquele que substituiu o credor. Há, nesse caso, uma sub-rogação dos sujeitos.

A sub-rogação pode ser de suas espécies, como regula o Código Civil. Atente porque é frequente as provas
cobrarem a distinção, que nem sempre aparece de maneira clara num primeiro momento:

1 – Legal

A sub-rogação legal (automática ou ex lege) ocorre quando por determinação puramente da lei. Assim, ela
ocorre automaticamente, quando cumpridas as exigências legais. As hipóteses encontram-se no art. 346 do
Código Civil:

I - do credor que paga a dívida do devedor comum;


II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o
pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

Assim, se fiador sou, posso vir a ser obrigado a pagar a dívida locatícia. Ao pagar a dívida ao locador, sub-
rogo-me na posição do credor, sem que o credor-locador precise deixar isso expresso na quitação ou sem
que eu precise exigir que ele libere o devedor-afiançado mediante sub-rogação. Sub-rogo-me e ponto.

2 – Convencional

A sub-rogação convencional (não automática ou ex voluntate) ocorre quando um terceiro


interessado providencia meios para pagamento e satisfação do credor, substituindo-se na
posição originariamente do credor, na forma do art. 347 do Código Civil. Ambas as situações
se assemelham, sendo que o que as diferencia é apenas com quem o terceiro negociou, o
credor ou o devedor, respectivamente:

I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa
de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

Cuidado para não confundir a sub-rogação convencional com a cessão de crédito. Na cessão de crédito,
pode a transmissão ocorrer a título oneroso ou gratuito; o pagamento com sub-rogação é sempre oneroso,
pois se trata de pagamento.

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Em todos os casos, seja pagamento com sub-rogação legal, seja convencional, a relação jurídica
obrigacional não se extingue e permanece sendo a mesma. Ocorre apenas a alteração do sujeito no polo,
ou seja, ocupa a pessoa do terceiro o polo do credor. O terceiro passa a ter a titularidade, com toda
amplitude originária, de todos os poderes, acessórios, garantias, pretensões do credor, nos termos do art.
349 do Código Civil.

Capítulo IV – Imputação ao pagamento

A imputação do pagamento tem aplicação nas situações em que o mesmo devedor se encontra
obrigado em diferentes relações jurídicas obrigacionais perante o mesmo credor, conforme
prevê o art. 352 do Código Civil. Ou seja, possui ele várias dívidas com o mesmo credor. O
devedor, nesse caso, terá o direito de escolher qual débito pagar.

Se o devedor não declarar qual dívida quer imputar o pagamento, não terá direito de reclamar
contra a escolha do credor, a não ser se este cometer violência ou dolo (art. 353 do Código Civil). Mas,
professor, como será feita a imputação? São três critérios:

Acessoriedade

• Primeiro imputa-se o pagamento dos juros para depois imputar o pagamento do


principal, segundo o art. 354 do Código Civil

Tempo

• Se todas as dívidas são iguais, quitam-se primeiro as dívidas mais antigas (vencidas
primeiro) em detrimento das mais novas

Onerosidade

• Se todas as dívidas forem vencidas, líquidas e exigíveis, o credor deve imputar o


pagamento às mais onerosas (com mais juros, encargos de rolagem etc.)

Capítulo V – Dação em pagamento

O credor não é obrigado a receber coisa diversa da devida, ainda que mais valiosa. Quando,
entretanto, o devedor oferece coisa diversa da devida e o credor aceita receber, para liberação
total ou parcial da obrigação, opera-se a dação em pagamento, segundo o art. 356 do Código
Civil.

Se for dada uma coisa em pagamento, segue-se um regramento; se um crédito, regramento diferente:

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• Se for dada coisa em dação em pagamento, uma vez


fixado o preço da coisa, vigem as regras da compra e
Coisa venda, como exigência do art. 357

• Se for entregue um crédito em dação em pagamento,


as regras da cessão de crédito passarão a viger, nos
Crédito termos do art. 358

O que ocorre se o devedor dá em pagamento uma coisa e, posteriormente, por decisão judicial o credor a
perde, em face do reconhecimento da evicção? A dação é desfeita e retorna-se à dívida anterior, conforme
regra do art. 359. A exceção fica nos casos de fiança, hipoteca e penhor. Nesses casos, os fiadores, os
credores hipotecário e pignoratício passam a não mais responder pela dívida, ainda que tenha havido
evicção.

Capítulo VI – Novação

A novação, já nos remete para algo novo, ocorre quando surge uma nova obrigação, a fim de extinguir a
anterior. Ou seja, eu pago uma dívida com uma dívida nova. Com ela, extingue-se também todas as
garantias, acessórios, exceções pessoais, privilégios creditórios e solidariedade da obrigação anterior,
salvo se estipulado contrário (arts. 364 e 365 do Código Civil).

De acordo com o art. 360 do Código Civil, são três espécies de novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor
quite com este.

Veja que nesse artigo encontram-se três espécies de novação, a objetiva, a subjetiva ativa e a
subjetiva passiva. Objetiva, quando se substitui o objeto da prestação. Subjetiva ativa, no caso
de substituição do credor. Subjetiva passiva, com a substituição do devedor.

Atenção porque em qualquer caso tem de ficar claro que houve extinção da dívida antiga e
criação de uma nova! Por isso, não se confunde a novação objetiva (troca o objeto) com a
dação em pagamento; nesta houve pagamento mesmo, naquela não, só a criação de uma nova dívida. Não
se confunde também a novação subjetiva ativa com o pagamento com sub-rogação, porque neste o credor
recebeu e caiu fora, ao passo que na novação o credor continua querendo seu crédito.

Se há substituição do devedor (novação subjetiva passiva), este não precisa expressar sua concordância.
Inclusive, pode a novação ser feita contra sua vontade, como estabelece o art. 362 do Código Civil.

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Espécies de Novação

Objetiva
Ativa
Subjetiva
Passiva

Capítulo VII – Compensação

É comum que as pessoas distintas tenham obrigações recíprocas. Em tese, cada uma dessas obrigações
deveria ser paga individualmente.

A compensação visa a eliminar movimentações inúteis: se devo a alguém e alguém me deve, nada mais fácil
do se permitir que um mais deva nada ao outro, segundo o art. 368 do Código Civil. É a lei do menor esforço.

Exige-se, para a compensação, que as obrigações sejam homogêneas, líquidas, exigíveis


e fungíveis (art. 369 do Código Civil). Igualmente, mesmo a obrigação fungível será
incompensável quando diferir o objeto em sua qualidade, desde que isso esteja em
contrato, especificadamente.

É o caso da obrigação de dar coisa incerta, na qual se especifica uma peculiar qualidade,
que torna as coisas diversas, em termos econômicos. Exemplo é a obrigação de entregar uma caixa de vinho,
mutuamente compensável, mas incompensável no caso de divergirem na qualidade (um chileno Concha y
Toro Cabernet Sauvignon 2019 e um californiano Screaming Eagle Cabernet Sauvignon 1997).

Apesar de cumprir os requisitos legais, algumas obrigações são incompensáveis por força de lei (art. 373,
incisos, e art. 375, ambos do Código Civil). Por quê?

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Dívida proveniente de esbulho, furto ou roubo

• Roubo de quem me deve para receber a dívida que a pessoa tinha comigo. Isso
ocasionaria um fomento ao crime

Dívida proveniente de comodato ou depósito

• Deixo meu veículo no estacionamento e a pessoa não me devolve, compensando o valor


dele com uma dívida que eu tinha. Isso quebraria a confiança contratual

Dívida proveniente de alimentos

• A natureza de subsistência da dívida alimentar não recomenda

Dívida cuja convenção proíbe

• As partes podem expressamente vedar a compensação

À exceção da última, que trata de incompensabilidade voluntária, as demais espécies caracterizam


incompensabilidade por força de lei.

Em regra, somente o devedor pode compensar dívida que tem com o credor, e vice-versa. Não pode terceiro
pretender compensar dívida alheia, obviamente, dado que ela não participa da relação creditícia.

Por isso, se eu me obrigo por você, devedor de R$100 de um dado credor, não posso eu fazer compensação
entre a sua dívida de R$100 com esse credor e a dívida que o credor tem comigo, no mesmo valor de
R$100. Essa é a redação do art. 376 do Código Civil:

Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.

Você pode perceber que o Código vida certo grau de proteção, pois em qualquer situação, a compensação
não pode prejudicar terceiros (regra do art. 380 do Código Civil). Assim, “o devedor que se torne credor do
seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que
contra o próprio credor disporia”.

A redação da parte final do art. 380 do Código Civil parece confusa, mas é simples. Eu devo R$100
para Geraldo, em 5/5/2018 (ele é meu credor, portanto). Geraldo, então, torna-se meu devedor por
R$100, em 20/5/2018. Nada mais óbvio do que compensarmos as dívidas.

Ocorre, porém, que antes de eu ter um crédito perante Geraldo, eu só devia a ele (em 5/5/2018); e devia
R$100. Geraldo, em 10/5/2018, torna-se seu devedor. Você cobra, mas ele não paga. Você
o executa e em 18/5/2020 você penhora precisamente o crédito que Geraldo tem a
receber de mim. Posso eu compensar meu crédito com Geraldo com o débito que Geraldo
tem comigo?

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Evidente que não, ou a sua penhora perderá completamente o efeito. Ao invés de ficar com os R$100 que
eu teria de pagar a Geraldo, você fica sem nada. Eu e Geraldo saímos ilesos. Percebe como isso violaria a
primeira parte do art. 380 do Código Civil (“Não se admite a compensação em prejuízo de direito de
terceiro”)?

Daí a proibição. O Código foi, como de hábito, sábio, mas a redação peca um pouco, à primeira vista.

Capítulo VIII – Confusão

Trata-se da reunião das qualidades de credor e de devedor de uma mesma obrigação em uma mesma
pessoa, seja por ato entre vivos (um contrato), seja mortis causa (uma herança), nos termos do art. 381 do
Código Civil.

Ocorrerá confusão, por exemplo, quando a Companhia A, que deve R$100 à Companhia B, é incorporada
pela Companhia B. Nesse caso, credor e devedor se tornaram a mesma pessoa.

Outro exemplo se verifica quando eu devo para um tio cujo único herdeiro sou eu. Se meu tio falece, passo
a ser credor (na qualidade de herdeiro) de mim mesmo. A confusão só ocorre quando não puder ser
restabelecida a situação anterior, pois, do contrário, ela é desfeita, segundo o art. 384 do Código Civil.

Capítulo IX – Remissão de dívidas

A remissão é o acordo pelo qual o credor perdoa a dívida do devedor com sua aceitação, conforme exige o
art. 385 do Código Civil. A remissão exige, portanto, negócio bilateral, acordo entre credor e devedor para
extinção da obrigação.

A remissão pode ser expressa, quando feita por instrumento escrito, público ou particular, quando o
credor expressamente perdoa a dívida do devedor, nos termos do art. 386 do Código. Pode também ser
tácita, quando o credor entrega o documento (cheque, nota promissória etc.) da obrigação ao devedor, que
a aceita, segundo o mesmo artigo.

Cuidado, porém, pois o art. 387 do Código Civil estabelece que a restituição voluntária do objeto
empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, mas não a extinção da dívida. Assim, se
devolvo as joias que você empenhou a mim, em garantia a um empréstimo, presume-se que abri
mão da garantia, mas não da obrigação (dívida) em si.

Quando há uma dívida com devedores solidários, se o credor perdoa um deles, os demais
continuam devedores solidários, mas descontada a cota-parte daquele que foi perdoado, conforme regular
o art. 388 do Código Civil. Assim, se A, B e C devem a X a quantia de R$90, ao perdoar R$30 de A, X pode
continuar a cobrar de R$60 de B e C, solidariamente.

Ao contrário, pode X perdoar a dívida toda de R$90, claro. Assim, pode-se falar em remissão parcial ou
remissão total de uma obrigação, a depender do caso.

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Título IV: Inadimplemento das obrigações

Capítulo I – Disposições gerais

O inadimplemento é o descumprimento imputável ao devedor, a partir de determinados critérios de


responsabilização. Portanto, todo inadimplemento é um descumprimento (imputável ao devedor), mas
nem todo descumprimento é um inadimplemento (porque inimputável ao devedor).

Os critérios para imputação da responsabilidade são de direito positivo. E quais são esses
critérios? Eles estão indicados no art. 392 do Código Civil, que traz a regra geral, ou seja,
a generalidade da imputação de responsabilidade pelo descumprimento ao devedor:

Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e
por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por
culpa, salvo as exceções previstas em lei.

A imputação de responsabilidade dá-se, portanto, em regra, pela verificação de culpa, exceto nos contratos
benéficos para o onerado (o doador, o comodante e o mutuante, por exemplo) e exceto no caso das
previsões existentes na legislação especial (como o CDC).

Não apenas a Lei pode estabelecer critérios especiais para imputação de


responsabilidade. Também é possível a estipulação de cláusulas de responsabilidade
à luz de critérios especiais, previstos em contrato, como se vê no art. 393 do Código
Civil.

Em regra, não se responsabilizam os contratantes por caso fortuito ou força maior, salvo
se expressamente se responsabilizarem em contrato (cláusula de assunção convencional).
Irrelevante distinguir caso fortuito de força maior. Inclusive, a doutrina, em sua maioria
sequer trata do assunto, tamanhas as divergências.

O parágrafo único do art. 393 do Código Civil se limita a dizer que o caso fortuito ou de força maior verifica-
se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. É o caso de um raio ou da morte;
fatos jurídicos que não se podem impedir, em linhas gerais.

Nas obrigações de dar (e restituir), fazer e não fazer, as hipóteses de descumprimento, com e sem culpa são
vistas especificamente quando se trata das modalidades obrigacionais. A regra geral trazida pelo Código Civil
diz que o inadimplemento gera perdas e danos, mais juros, atualização monetária e honorários de
advogado, conforme estabelece o art. 389 do Código Civil.

Agora, se sei que nem todo descumprimento é inadimplemento, tenho de saber também que nem todo
inadimplemento gera os mesmos efeitos. É só pensar em termos de extensão. Você marca um
compromisso com alguém. Essa pessoa, como infelizmente é habitual, se atrasa. A medida do
atraso dela possivelmente é proporcional ao grau de insatisfação seu. Se a pessoa
simplesmente não aparece, o grau de insatisfação é máximo, é absoluto; agora, se a pessoa
atrasa poucos minutos, o grau de insatisfação é mínimo, é relativo.

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Inversamente, por vezes o descumprimento é tão grave que a outra pessoa perde o interesse (ou você
nunca dispensou um prestador de serviços que não apareceu num dia e ligou três dias depois tentando
justificar a falta?).

Necessário, portanto, categorizar o descumprimento para que, posteriormente, eu possa analisar cada um
de seus elementos. Em relação à extensão, o inadimplemento pode ser de duas espécies:

I. Inadimplemento absoluto

• Aquele inadimplemento que é de tal maneira grave que o credor perde o interesse na prestação,
não por mero capricho, obviamente. Justamente por isso a prestação é substituída por perdas e
danos, que abrangem tanto os danos imediatos e diretos (danos emergentes), como os danos
mediatos e indiretos (lucros cessantes)
• Se a obrigação é de pagar, incluem-se a correção monetária, juros moratórios, as penas
convencionais e os honorários advocatícios, sem prejuízo de alguma prestação pecuniária
suplementar, caso os prejuízos do credor sejam superiores

II. Inadimplemento relativo

• Apesar do inadimplemento, mantém-se o interesse objetivo do credor no recebimento da


prestação. Ele é especialmente recorrente nas situações em que há mora
• Se a obrigação for pura, sem termo certo, o termo dá-se por interpelação do devedor, feita por
notificação judicial ou extrajudicial. Se a obrigação for impura, sujeita a um termo, a interpelação é
desnecessária (art. 397 do Código Civil)

Arrematando, o art. 390 estabelece que nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente
desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Ou seja, se você prometeu não elevar o muro,
e eleva, está inadimplente desde o dia em que construiu a mais.

Capítulo II – Mora

Geralmente, o senso comum jurídico liga mora à demora. Contudo, nem sempre esta ocorre com a falta de
pagamento no prazo. Pode ser no modo e lugar indevidos. Verifica-se também nas obrigações de fazer ou
não fazer e nas obrigações de dar coisa diferente de dinheiro.

A mora pode ser tanto do devedor quanto do credor, segundo o art. 394 do Código Civil.

A. Mora do devedor

Inicialmente, você tem de diferenciar a obrigação pura (que necessita de interpelação para
se caracterizar a mora, segundo o 397, parágrafo único, do Código Civil) da impura (sujeita
a termo ou encargo) para a verificação da mora.

Nos termos do art. 398 do Código Civil, nas obrigações provenientes de ato ilícito,
considera-se o devedor em mora desde que praticou o ato lesivo. Trata-se daquilo que Orlando Gomes

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chama de mora irregular ou presumida. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, obviamente
que não incorre este em mora (art. 396 do Código Civil).

Em qualquer caso, configurada a mora, em decorrência do reconhecimento do inadimplemento


(descumprimento com imputação), há dois efeitos para o devedor:

Prestações Acessórias

• Surge uma série de prestações acessórias, que vêm anexam à obrigação principal (juros
moratórios, correção monetária, honorários advocatícios e demais prejuízos decorrentes
da mora, como a perda dos frutos e os lucros cessantes), segundo fixa o art. 395 do
Código Civil

Perpetuação da Obrigação

• Responde o devedor em mora pela impossibilidade da prestação, pela perda ou


deterioração do bem, mesmo na ocorrência de caso fortuito ou força maior, ou seja,
independentemente de sua culpa, na regra do art. 399 do Código Civil.

Assim, se você não entrega o carro no dia prometido, automaticamente surgem as obrigações acessórias
(multa, juros, correção etc.). E não só, se na noite seguinte há uma enchente e o carro é destruído (sem
culpa sua, por força maior), você responderá por ele.

No caso da perpetuação da obrigação, há uma exceção. O devedor em mora não responderá por caso
fortuito ou força maior se comprovar que o prejuízo ocorreria de qualquer modo independentemente da
mora.

Por exemplo, se o meu carro, na minha garagem, também é destruído pela enchente. Se eu tivesse o
colocado na vaga ao lado, também teria sido destruído, mesmo que tivesse entregado ele no dia
certo. Assim, você não responde pela força maior.

B. Mora do credor

Também é possível a mora de credor, apesar de não tão comum. Verifica-se quando o credor se recusa a
receber a prestação no tempo, forma ou local previsto.

Se o credor tem razões jurídicas para se negar a receber, não se configura sua mora,
obviamente. Basta lembrar, mais uma vez, do conceito de inadimplemento
(descumprimento com imputação).

Se você pretende me pagar valor inferior, ou em local diverso do pactuado, posso me recusar a receber. O
pagamento está em atraso porque eu não quis receber, mas não por mero capricho. O inadimplemento,

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nesse caso, não resta configurado para o credor, mas para o devedor, que quer prestar de maneira diversa
da pactuada.

Para o credor há apenas um efeito da mora:

Liberação do devedor

• O credor em mora deve arcar com todos os prejuízos que o devedor teve adicionados
para a conservação da prestação. Porém, se o devedor é desidioso na conservação do
bem, responde pelos danos, quando age com dolo, consoante regra do art. 400 do
Código Civil.

Nesse caso, veja que o efeito da mora é que a coisa por mais que permaneça com o devedor, seu dono é o
credor, apenas não se apossou dela ainda.

Além disso, se houver variação no preço da coisa entre o dia da entrega e o dia em que o
credor moroso veio efetivamente receber, o devedor pode fazer o pagamento conforme a
estimação mais favorável a si mesmo.

Assim, se A compra de B um carro, pagando-lhe com 1.000 sacas de soja, na cotação do dia do
pagamento, A pode usar a cotação mais favorável entre o dia do adimplemento e o dia da
efetiva entrega. Se no dia adequado ao cumprimento a saca de soja estava cotada a R$60, mas o credor não
veio receber, vindo somente 5 dias depois, quando a cotação estava em R$55, pode o devedor lhe pagar a
estimação mais favorável, no caso, R$55.000.

C. Purgação ou emenda da mora

A purgação da mora é quando o sujeito que está em mora neutraliza os efeitos do seu atraso. Assim ele
oferta a prestação devida ou decide aceita-la no tempo, lugar e forma estabelecidos na lei ou pelo título
da obrigação, na dicção do art. 401 do Código Civil:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da
oferta;
II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a
mesma data.

Veja que, por parte do devedor, ela ocorrerá com sua oferta real, abrangendo a prestação mais a
importância dos prejuízos decorrentes do atraso, e se pecuniária, deverá ser corrigida monetariamente. Já
por parte do credor, purga-se a mora quando o credor aceitar receber o pagamento e os efeitos da mora
até a mesma data.

Capítulo III – Perdas e danos

Quando se atribui o inadimplemento ao devedor, além dos juros e da cláusula penal, o credor deve ser
indenizado pelas perdas e danos devidos. Essa indenização por perdas e danos abrange duas espécies de
prejuízos:

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Danos emergentes

• Também chamado de dano positivo, representa uma perda patrimonial, aumentado o passivo do
credor (como, p.ex., o gasto com o conserto da casa) ou depreciando seu ativo (como, p.ex., o
veículo batido).

Lucros cessantes

• Também chamado de dano negativo, representa não uma perda patrimonial direta, mas a frustração
da expectativa de ganho, a perda de um lucro esperado (um deixar de ganhar), segundo o art. 402
do Código Civil.

Veja que as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros interrompidos por efeitos direto e
imediato do inadimplemento, ainda que resulte de dolo do devedor, nos limites impostos pelo art. 403 do
Código Civil. Não interessa às perdas e danos se o descumprimento foi culposo ou doloso; se há imputação
do prejuízo pelo inadimplemento à parte, pouco importa se foi ele com culpa simples ou dolo, segundo o
dispositivo citado.

No caso dos danos emergentes, verifica-se o valor objetivo da obrigação (como os gastos com o
conserto do carro batido). Já no caso dos lucros cessantes, faz-se estimativa (as diárias do motorista
de aplicativo que deixou de trabalhar por um período). Nesses casos, incidem sobre as perdas e
danos juros moratórios, atualização monetária, custas processuais e honorários advocatícios, além de
cláusula penal e indenização suplementar, se couber, segundo o art. 404 do Código Civil.

Atente para a regra do parágrafo único do art. 404 do Código Civil, que estabelece que se o credor provar
que os juros da mora não cobrem o prejuízo, sem que tenha sido estipulada cláusula penal,
pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.

Os juros de mora, espera-se, serão suficientes para cobrir o prejuízo. Mas, se provado que os
juros de mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, o juiz concede ao
credor indenização suplementar. Nesse caso, contam-se os juros desde a citação, por expressa
previsão do art. 405 do Código Civil.

Capítulo IV – Juros legais

Os juros são prestações acessórias que se ligam à obrigação principal. De modo que não há juros se não
existir obrigação principal. A origem dos juros pode ser da lei (juros legais) ou da vontade (juros
convencionais).

Quanto à causa, podem ser de duas espécies: moratórios (a causa é a mora e se fundamentam no
ressarcimento) e compensatórios ou remuneratórios (a causa é o capital e se fundamentam no rendimento).

O Código Civil chama os juros moratórios de juros legais, dando a entender que os juros moratórios decorrem
de lei, apenas. No entanto, decorrentes da mora, podem eles ser livremente pactuados, como regra geral.
Não obstante, essa regra sofre numerosas exceções, em sua maioria decorrentes de lei especial (irrelevante
aqui).

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Imagine que, no caso, porém, os juros moratórios não foram convencionados, ou, se convencionados, não
se ajustou a taxa de juros especificamente. O que fazer? Igualmente, se a lei limitou a taxa de juros, mas não
em específico, que taxas serão usadas?

Nestas hipóteses, aplica-se a regra do art. 406, que determina a fixação dos juros conforme a taxa que estiver
em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Ponto relevantíssimo a respeito dos juros moratórios está na prova do prejuízo. O devedor é obrigado
aos juros da mora, ainda que o credor não alegue prejuízo algum, segundo afiança o art. 407 do
Código Civil.

Ou seja, mesmo que o credor prejuízo não tenha, são devidos juros de mora, por que a causa não é eventual
prejuízo, mas o inadimplemento. Trata-se de reprimenda ao inadimplente, de modo que ele não se sinta
instigado a descumprir sua obrigação novamente.

Capítulo V – Cláusula penal

Também chamada de pena convencional, é uma obrigação acessória que se determina


uma pena ou multa para evitar o inadimplemento da obrigação principal ou o
retardamento de seu cumprimento.

Ela pode ser estipulada junto com a obrigação ou depois. Em outras palavras, é uma pena
ligada ao descumprimento, de toda a prestação, à mora ou ao descumprimento de uma
ou outra cláusula, dependendo de como a cláusula é estipulada, consoante o art. 409 do Código Civil.

Sua principal função é de prefixação de danos, ou seja, a cláusula prefixa os danos antecipadamente, por
vontade das partes. Por isso, a parte lesada não precisa demonstrar prejuízo para ter direito à prestação,
segundo a previsão do art. 408 do Código Civil.

Assim, o credor não precisa alegar ou provar prejuízo para que a cláusula incida, segundo
estabelece o art. 416 do Código Civil. É o que acontece quando você paga um boleto
atrasado; ninguém pergunta para o credor se ele teve ou não prejuízo.

A cláusula penal tem caráter coercitivo e pode ser estipulada se verificada:

Inexecução completa da obrigação: Cláusula compensatória

• Segundo o art. 410 do Código Civil, cabe ao credor escolher se prefere o cumprimento da
obrigação principal ou da acessória. Aqui, chama-se cláusula penal disjuntiva, pois o credor tem
apenas uma opção e não pode exigir ambas as obrigações, ou exige a obrigação principal ou a
indenização substitutiva.

Infração de uma cláusula ou mora: Cláusula moratória

• Nesse caso, pode o credor exigir o cumprimento da obrigação principal E a cláusula penal,
conjuntamente, na dicção do art. 411 do Código Civil. Aqui, fala-se que a cláusula penal é
cumulativa, portanto, em indenização complementar.

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Professor, então quer dizer que, no caso de inadimplemento, eu, credor, não preciso provar nenhum prejuízo.
Ok, entendi. Mas, se o devedor provar que eu não tive qualquer prejuízo, eu não posso cobrar a cláusula penal
dele, certo?

Na verdade, pode sim. O art. 416 do Código Civil traz uma das raras hipóteses de presunção absoluta no
Direito Civil.

O que acontece, apenas, é que se você quiser cobrar indenização suplementar, esta deve estar previamente
convencionada. Se tiver sido pactuada, a pena vale como mínimo da indenização, mas o credor deve
provar o prejuízo excedente. Se não for, mesmo que prove o prejuízo não pode exigir a
suplementação (parágrafo único desse mesmo artigo).

A fixação da cláusula não é de todo ilimitada, contudo. Ela segue alguns parâmetros, que
estipulam determinados limites, tetos. Como regra geral, a cláusula penal não pode ser
superior ao montante da obrigação principal (como estipula o art. 412 do Código Civil), mesmo
que os prejuízos ao credor sejam maiores.

Uma vez estipulada a cláusula, ela não pode ser alterada pelas partes, sendo que o juiz pode reduzi-la nos
específicos casos de valor excessivo ou de cumprimento parcial da obrigação, segundo o art. 413 do Código
Civil. Assim, se a cláusula penal foi estabelecida em patamar muito alto ou se o devedor
cumpriu em parte a obrigação, descumprindo-a somente na outra parte, pode o montante
da cláusula penal ser reduzida.

É o caso, por exemplo, do pintor que se obriga a pintar uma casa, recebendo o valor ao final.
A cláusula penal por descumprimento é de 30% do valor a receber. Se ele pinta quase toda
a casa, deixando apenas o teto de um lavabo por fazer, não parece adequado reduzir o valor que ele
receberia por 30%; a cláusula se mostra excessiva.

No caso de obrigação indivisível, todos os devedores, caindo em falta um deles, devem pagar a cláusula
penal; mas o credor só pode demandar a integralidade da cláusula penal do culpado, respondendo cada
um dos outros somente pela sua cota, na regra do art. 414 do Código Civil. Aos não culpados fica reservada
a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena, conforme o parágrafo único desse
artigo.

Assim, se eu e você nos obrigamos a entregar um veículo a outrem, caso você seja o obrigado efetivo a
entregar (o carro está com você), e não entrega, você paga a multa de 10% integralmente. Eu responderei
apenas por 5%, já que há dois devedores, no caso.

Já no caso de obrigação divisível, contrariamente, na forma do art. 415 do Código Civil, só incorre
na pena o devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. Assim, ao nos
obrigarmos a entregar R$10 mil a alguém, e eu entrego os meus R$5 mil, você sozinho responde
pela cláusula sobre os seus R$5 mil.

Capítulo VI – Arras ou sinal

Arras ou sinal é a entrega, por parte de um dos contratantes, de coisa ou quantia que significa a firmeza da
obrigação contraída ou garantia da obrigação pactuada.

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São duas as espécies de arras previstas no Código Civil as arras confirmatórias e as arras penitenciais. Ambas
funcionam de maneira diferente, mas, ao mesmo tempo, semelhante. Por isso, toda atenção é pouca!

A. Arras confirmatórias

As arras confirmatórias consistem na entrega de uma quantia ou coisa para a garantia de que o pacto será
cumprido, servindo também como adiantamento do pagamento, conforme estabelece o art. 417. Sua
função é, portanto, de garantia, primordialmente.

Imagine que você quer comprar meu carro (de R$50 mil), mas não tem dinheiro na hora. Eu não vou ficar
esperando que você arranje a quantia, indeterminadamente. Vou vender a alguém que tenha o dinheiro.

Você, contudo, realmente quer o carro. Faz o quê? Me adianta determinado valor (R$5 mil), para mostrar
que sua proposta é séria, que você realmente quer o carro e que vai mesmo pagar.

As arras confirmatórias consistem, portanto, em adimplemento parcial da obrigação. Por isso, não há
direito de arrependimento no pacto assegurado pelas arras confirmatórias. No entanto, cabe
indenização suplementar, no caso de prova de prejuízo maior, pelo credor, valendo as arras como
mínimo da indenização, segundo o art. 419 do Código Civil.

Se eu não entregar o carro a você (porque estou de birra ou porque vendi a outrem, não importa), você tem
direito à devolução dos R$5 mil, mais R$5 mil pelo inadimplemento do contrato. Se você provar que teve
prejuízo maior, pode pleitear indenização suplementar. Se você não quiser mais o carro, inadimplindo o
pacto, retenho os R$5 mil. Se provar que tive prejuízo maior, posso pleitear indenização suplementar.

Consequência é que as arras confirmatórias têm tripla função: antecipar o pagamento, tornar definitivo o
contrato principal e antecipar as perdas e danos, em caso de indenização (função de penalidade).

• Função: garantia
• Adiantamento do pagamento
Arras confirmatórias • Não há direito de arrependimento
• Cabe indenização suplementar

B. Arras penitenciais

As arras penitenciais consistem na entrega de uma quantia para, igualmente, garantir a efetividade do pacto,
mas servem como possibilidade de arrependimento às partes. Sua função é, portanto, meramente
indenizatória.

Elas têm caráter de pena, mas se diferenciam da multa penitencial porque as arras penitenciais se
visualizam na conclusão do contrato, ao passo que a multa penitencial se visualiza já na execução do
contrato.

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Para que as arras tenham função penitencial, é necessário que isso esteja claramente
disposto em contrato, na regra do art. 420 do Código Civil. Se não previsto direito de
arrependimento, as arras, então, são confirmatórias, e não penitenciais.

Se houver arrependimento por parte de quem deu as arras, tais valores são perdidos
para a outra parte; se quem se arrepende é a parte que recebeu, deve restituir em
dobro, na dicção do art. 418 do Código Civil. Aqui, como há direito de arrependimento, não há direito a
indenização suplementar, segundo estabelece o art. 420 do Código Civil.

Se eu não entregar o carro a você (porque estou de birra ou porque vendi a outrem, não importa), você tem
direito à devolução dos R$5 mil, mais R$5 mil pela rescisão (arrependimento) do contrato. Se você provar
que teve prejuízo maior, NÃO pode pleitear por indenização suplementar. Se você não quiser mais o carro,
rescindindo o pacto (arrependimento), retenho os R$5 mil. Se provar que tive prejuízo maior, NÃO posso
pleitear por indenização suplementar.

Consequência é que as arras penitenciais têm uma única função: indenização.

• Função: indenizatória
• Necessita de previsão específica
Arras penitenciais • Há direito de arrependimento
• Não cabe indenização suplementar.

2 – Considerações finais

Chegamos ao final da aula! Aqui se vê a última parte do Direito das Obrigações tratadas pelo Código Civil,
num sentido mais estrito.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entre em contato comigo. Estou disponível no Fórum de Dúvidas
do Curso, e-mail e mesmo redes sociais, para assuntos menos sérios.

Aguardo você na próxima aula. Até lá!

Paulo H M Sousa

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QUESTÕES COMENTADAS

CESPE

ADIMPLEMENTO E INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES. ATOS UNILATERAIS

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

1. (CESPE / STM – 2018) De acordo com o Código Civil e considerando o entendimento doutrinário
acerca das pessoas naturais, das obrigações e da prescrição e decadência, julgue o item a seguir.

Nas obrigações de prestações sucessivas, a quitação da última parcela acarreta a presunção absoluta de que
as anteriores foram pagas.

Comentários:

A assertiva está errada, pois a presunção, neste caso, é relativa, pois admite prova em contrário, conforme
dispõe o art. 322 do Código Civil:

Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em
contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.

No pagamento realizado em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a
presunção de estarem solvidas as anteriores. Para afastarem essa presunção, os credores (escolas, por
exemplo) costumam inserir no título a advertência de que o pagamento da última mensalidade em atraso
não quita as pretéritas.

2. (CESPE / TRE-TO – 2017) No que se refere ao adimplemento das obrigações, assinale a opção
correta.

(A) Será inválido pagamento de dívida de menor que seja efetuado, de forma ciente, pelo pai dele, ainda que
demonstre que o benefício foi efetivamente revertido em favor do incapaz.

(B) O pagamento da dívida deverá ser feito, em qualquer caso, exclusivamente ao credor.

(C) Caso seja ofertada prestação diversa da que lhe é devida, o credor deverá consentir em recebê-la, desde
que seja mais valiosa que a original.

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(D) Devedor cuja dívida seja paga por terceiro e que, tendo ciência da perda da pretensão do credor, se
opuser ao adimplemento, não estará obrigado a reembolsar o pagador.

(E) Terceiro não interessado que pague dívida em nome próprio se sub-rogará nos direitos do credor.

Comentários:

A alternativa A errada. O pagamento, como todo e qualquer ato jurídico, exige plena capacidade das partes.
Se feito ao absolutamente incapaz, é nulo de pleno direito. Se feito ao relativamente incapaz, poderá ser
ratificado posteriormente, quer pelo seu representante legal, quer pelo próprio incapaz, após cessada a
incapacidade. Em ambos os casos, será válido o pagamento, provando o devedor que foi proveitoso ao
incapaz, conforme dispõe o art. 310 do Código Civil:

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que
em benefício dele efetivamente reverteu.

A alternativa B errada. O pagamento deve ser feito ao próprio credor, sujeito ativo titular do crédito. Poderá,
todavia, ocorrer a transferência inter vivos (por meio da cessão de crédito) ou post mortem (em face da
morte do credor originário) do direito, de maneira que o cessionário, no primeiro caso, e o herdeiro ou
legatário, no segundo, passarão a ter legitimidade para exigir o cumprimento da dívida, conforme dispõe o
art. 308 do Código Civil:

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer
depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Nada impede, outrossim, que o devedor se dirija a um representante legal ou convencional do credor, para
efetuar o pagamento. Da mesma forma, o credor pode, por meio da representação convencional ou
voluntária, outorgar poderes para que o seu procurador possa receber o pagamento e dar quitação.

A alternativa C errada. O credor de coisa certa não pode pretender receber outra ainda de valor igual ou
menor que a devida, e possivelmente preferida por ele, pois a convenção é lei entre as partes. A recíproca,
portanto, é verdadeira: o credor também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa, conforme
dispõe o art. 313 do Código Civil:

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.

A alternativa D correta. Havendo o desconhecimento ou a oposição do devedor, e o pagamento ainda assim


se der, o terceiro não terá o direito de reembolsar-se, desde que o devedor, obviamente, disponha de meios
para solver a obrigação, conforme dispõe o art. 306 do Código Civil:

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

A alternativa E errada. Mesmo havendo oposição do devedor, pode o terceiro não interessado quitar a
dívida, desde que o faça em nome próprio, ainda que em benefício do devedor, conforme dispõe o art. 305
do Código Civil:

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Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

3. (CESPE / PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG – 2017) João celebrou contrato de locação de imóvel
residencial com determinada imobiliária, que realizou negócio jurídico de administração do bem com Júlio,
proprietário do referido imóvel. Conforme convencionado entre João e a imobiliária, o aluguel deveria ser
pago a Carlos, um dos sócios da imobiliária, o qual costumeiramente recebia os aluguéis e dava quitação.
Em determinado momento, João foi surpreendido com uma ação de despejo, na qual se argumentava que
alguns pagamentos efetuados a Carlos não extinguiram a obrigação locatícia, porquanto ele tinha se
retirado da sociedade no curso do contrato e o locatário não havia observado a alteração societária.

De acordo com o Código Civil, nessa situação,

(A) João deverá demonstrar que o pagamento foi revertido em favor da sociedade, para se eximir das
cobranças.

(B) os pagamentos efetuados por João são válidos, pois Carlos é considerado credor putativo.

(C) a validade dos pagamentos realizados por João depende de ratificação por Júlio, proprietário do imóvel.

(D) João terá de pagar novamente o valor cobrado.

Comentários:

A alternativa A errada. João deverá demonstrar que o pagamento efetuado é válido, pois Carlos é
considerado credor putativo, conforme dispõe o art. 309 do Código Civil:

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credo.

A alternativa B correta. Os pagamentos efetuados por João são válidos, pois Carlos é considerado credor
putativo, conforme dispõe o art. 309 do Código Civil:

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credo.

Por óbvio, a lei exige, para que o pagamento seja admitido, que o devedor haja atuado de boa-fé, ou seja,
não possa supor, ante as circunstâncias de fato, que a pessoa que exige o pagamento não tem poderes para
tanto.

A alternativa C errada. Presume-se que o credor autorizou o portador a receber a dívida, caracterizando
verdadeiro mandato tácito. Havendo controvérsia sobre o portador da quitação, não terá eficácia o
pagamento. Caberá, no entanto, ao credor provar que o devedor sabia ou tinha motivos para saber que o
portador não podia usar a quitação, conforme dispõe o art. 311 do Código Civil:

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Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias
contrariarem a presunção daí resultante.

A validade dos pagamentos realizados por João a Carlos (credor putativo) não depende de ratificação por
Júlio, proprietário do imóvel, conforme dispõe o art. 309 do Código Civil:

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

A alternativa D errada. João não terá de pagar novamente o valor cobrado, pois o pagamento foi feito ao
representante do credor, nos termos da primeira parte do art. 308 do Código Civil:

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer
depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Claro que, em primeiro plano, o pagamento deve ser feito ao próprio credor, sujeito ativo titular do crédito.
Poderá, todavia, ocorrer a transferência inter vivos (por meio da cessão de crédito) ou post mortem (em face
da morte do credor originário) do direito. Será eficaz também se, feito a um estranho, vier a ser
posteriormente ratificado pelo credor, expressa ou tacitamente.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

4. (CEBRASPE/ ISS- Aracajú - 2021) A fim de ajudar seu filho Gabriel, Pedro o substituiu em uma dívida,
com o consentimento do credor. Novo título foi emitido. Nessa situação hipotética, ocorreu

a) a substituição do devedor com sub-rogação.

b) a novação da obrigação contraída originalmente.

c) a cessão do direito do credor.

d) a remissão de dívida.

e) a imputação de pagamento para terceiro.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, porque, apesar de haver ocorrido a substituição, não houve sub-rogação, uma
vez que novo título foi criado. Sendo assim, não se visualiza a cessão de crédito prevista no art. 299 do
CC/2002: “É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor,
ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
ignorava”.

A alternativa B está correta, pois o caso hipotético trata de novação por substituição, conforme o art. 360,
inc. II, do CC/2002: “Dá-se a novação quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor”.

A alternativa C está incorreta, dado que a situação não se encaixa nas características da cessão de crédito,
que é ato realizado pelo credor o qual cede seu crédito a um terceiro nos moldes do art. 286 do CC/2002: “O

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credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com
o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do
instrumento da obrigação”.

A alternativa D está incorreta, uma vez que não houve a remissão e sim a substituição do devedor por um
terceiro. A remissão é uma espécie de perdão concedido pelo credor ao devedor que, consequentemente,
extingue a dívida, conforme dita o art 385 do CC/2002: “A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue
a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro”.

A alternativa E está incorreta, pois somente haveria a possibilidade de imputação do pagamento caso Gabriel
devesse para mais de um credor. Assim, ele teria o direito de indicar a quem ofereceria o pagamento. Eis o
que determina o art. 352 do CC/2002: “A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a
um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos”.

5. (CESPE / PREFEITURA DE BOA VISTA-RR – 2019) Acerca de responsabilidade civil, de negócio jurídico
e de transmissão e extinção de obrigações, julgue o item seguinte.

Tanto no caso de assunção de dívida quanto no caso de novação de dívida, enquanto a obrigação original
não for totalmente adimplida, o devedor originário manterá sua responsabilidade com o credor e a obrigação
permanecerá inalterada.

Comentários:

A assertiva está errada, pois na assunção de dívida, quando um terceiro assume a obrigação, o devedor
originário fica exonerado da obrigação. Ou seja, é um negócio jurídico bilateral pelo qual um terceiro,
estranho à relação obrigacional, assume a posição de devedor, responsabilizando-se pela dívida, sem
extinção da obrigação, que subsiste com os seus acessórios, ao contrário do que ocorre com a novação, onde
uma nova obrigação é criada, substituindo a anterior. O devedor originário fica exonerado do cumprimento
da obrigação original.

Assunção de dívida é um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor,
transfere a um terceiro, que o substitui, os encargos obrigacionais, de modo que este assume sua posição na
relação obrigacional, responsabilizando-se pela dívida, que subsiste com os seus acessórios, conforme dispõe
o art. 299 do Código Civil:

Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor,
ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
ignorava.

Novação é a criação de obrigação nova para extinguir uma anterior. É a substituição de uma dívida por outra,
extinguindo-se a primeira, conforme dispõe o art. 360 do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

II - quando novo devedor sucede ao antigo, FICANDO ESTE QUITE COM O CREDOR;

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III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite
com este.

A novação não extingue uma obrigação preexistente para criar outra nova, mas cria apenas uma nova relação
obrigacional para extinguir a anterior. Sua intenção é criar para extinguir.

6. (CESPE / TJ-PR – 2019) De acordo com o Código Civil, nas consignações em pagamento, o ato de
depósito efetuado pelo devedor faz cessar

(A) os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a declaração de aceitação do credor.

(B) os riscos e os juros da dívida, podendo o devedor requerer o levantamento do depósito mesmo após a
aceitação do credor.

(C) os juros da dívida e impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até que seja aceito ou
impugnado pelo credor.

(D) os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito não mais pode ser
levantado pelo devedor.

Comentários:

A alternativa A errada. Nas consignações em pagamento, o ato de depósito efetuado pelo devedor faz
cessar, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente, conforme dispõe o art. 337 do Código
Civil:

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, CESSANDO, tanto que se efetue, para o
depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.

Efetuado o depósito, cessam para o depositante os juros da dívida, salvo se vier a ser julgado improcedente.
Nesse caso é como se nunca tivesse ocorrido o depósito, e os juros são estabelecidos desde quando vencida
a dívida.

A alternativa B errada. Nas consignações em pagamento, o ato do depósito efetuado pelo devedor faz
cessar, os juros da dívida e os riscos, podendo o devedor requerer o levantamento do depósito enquanto o
credor não declarar que aceita o depósito, conforme dispõe o art. 338 do Código Civil:

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
consequências de direito.

Desse modo, se o credor ainda não foi citado ou se, citado, não impugnou a oferta, deixando de oferecer
resistência ao pedido, pode o devedor levantar a prestação consignada, tornando ineficaz a oblação feita.
Segundo prescreve o dispositivo supratranscrito, arcará ele, nesse caso, com as consequências jurídicas de
sua retratação, pois permanecerá respondendo pelos juros da dívida e pelos riscos da coisa até que ocorra a
tradição, bem como pelas despesas do depósito, pois a obrigação subsiste integralmente.

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A alternativa C errada. Nas consignações em pagamento, o ato do depósito efetuado pelo devedor faz
cessar, os juros da dívida e os riscos e não impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até que
seja aceito ou impugnado pelo credor, conforme dispõe o art. 338 do Código Civil:

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
consequências de direito.

Se o credor ainda não foi citado ou se, citado, não impugnou a oferta, deixando de oferecer resistência ao
pedido, pode o devedor levantar a prestação consignada, tornando ineficaz a oblação feita.

A alternativa D correta. Nas consignações em pagamento, o ato do depósito efetuado pelo devedor faz
cessar, os juros da dívida e os riscos da dívida, uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito não
mais pode ser levantado pelo devedor, conforme dispõe o art. 338 do Código Civil:
==2621f1==

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
consequências de direito.

Se, em vez de contestar a ação, o credor aceita o depósito, a dívida se extingue, visto que a consignação
produz o mesmo efeito do pagamento. Se, depois disso, vem ele a anuir no levantamento do depósito
efetuado pelo devedor, surge uma nova dívida, em substituição à anterior, configurando-se a hipótese de
novação, que tem como consequência a liberação dos fiadores e codevedores do débito anterior que não
tenham anuído.

Se a ação foi julgada procedente e subsistente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o
credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores, conforme dispõe o art. 339 do Código
Civil:

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta,
senão de acordo com os outros devedores e fiadores.

A declaração de procedência do depósito acarreta a extinção da obrigação a que estava adstrito o devedor,
com eficácia de pagamento, e, em consequência, a exoneração dos fiadores e codevedores.

7. (CESPE / SEFAZ-RS – 2019) Pedro tem uma dívida líquida, certa e vencida com Carlos, que reside em
lugar incerto. Maria, amiga de Pedro e terceira não interessada na relação jurídica de Pedro e Carlos,
resolveu efetuar o pagamento da dívida. Como Maria não localizou Carlos, ela efetuou depósito judicial
em nome e à conta de Pedro, que não se opôs e, assim, a dívida foi extinta.

Considerando o disposto no Código Civil, Maria procedeu a um(a)

(A) pagamento com sub-rogação.

(B) dação em pagamento.

(C) novação.

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(D) imputação do pagamento.

(E) pagamento em consignação.

Comentários:

A alternativa A errada. O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor originário será pago
por devedor estranho a relação obrigacional originária. Ou seja, terceira pessoa efetuará o pagamento
perante o credor originário.

A alternativa B errada. A dação em pagamento é um acordo entre o credor e o devedor, com o objetivo de
extinguir a obrigação, no qual consente o credor em receber coisa diversa da devida, em substituição à
prestação que lhe era originalmente objeto do pacto, conforme dispõe o art. 356 do Código Civil:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

A alternativa C errada. A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição de
uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação
não produz a satisfação imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os seguintes
requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção
de fazer a novação, conforme dispõe o art. 360 do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite
com este.

A alternativa D errada. A imputação do pagamento é uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários
débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta através do
pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos e
vencidos, conforme dispõe o art. 352 do Código Civil:

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de
indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

A alternativa E correta. O pagamento em consignação é o depósito feito pelo devedor, da coisa devida, para
liberar-se de uma obrigação assumida em face de um credor determinado. O depósito pode ocorrer de forma
judicial ou extrajudicial, conforme dispõe o art. 334 do Código Civil:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento


bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

O art. 335 do Código Civil apresenta um rol, não taxativo, dos casos que autorizam a consignação:

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Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida
forma;

II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;

III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou
de acesso perigoso ou difícil;

IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;

V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

8. (CESPE / PGM - JOÃO PESSOA – 2018) Paulo tem uma dívida de R$ 1.000 com Pedro; este, por sua
vez, também tem uma dívida de R$ 1.000 com Paulo, de modo que ambas as dívidas são líquidas e
exigíveis.

Nesse caso, a extinção da obrigação poderá ocorrer por

(A) dação.

(B) compensação.

(C) sub-rogação.

(D) confusão.

(E) imputação.

Comentários:

A alternativa A errada. A dação em pagamento é um acordo entre o credor e o devedor, com o objetivo de
extinguir a obrigação, no qual consente o credor em receber coisa diversa da devida, em substituição à
prestação que lhe era originalmente objeto do pacto, conforme dispõe o art. 356 do Código Civil:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

A alternativa B correta. Compensação é meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo
tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são,
simultaneamente, devedores um do outro.

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.

Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

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Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se
compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.

Compensação é um encontro de créditos entre duas pessoas ao mesmo tempo credoras e devedoras, uma
da outra, a fim de extinguir total ou parcialmente as dívidas até a concorrente quantia.

A alternativa C errada. O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor originário será pago
por devedor estranho a relação obrigacional originária. Ou seja, terceira pessoa efetuará o pagamento
perante o credor originário.

A alternativa D errada. Confusão é a reunião na mesma pessoa das qualidades de credor e de devedor de
uma mesma relação obrigacional.

A alternativa E errada. A imputação do pagamento é uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários
débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta através do
pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos e
vencidos, conforme dispõe o art. 352 do Código Civil:

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de
indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

9. (CESPE / MPU – 2018) A respeito de interpretação de lei, pessoas jurídicas e naturais, negócio
jurídico, prescrição, adimplemento de obrigações e responsabilidade civil, julgue o item a seguir.

Para a imputação do pagamento, os débitos devem ser relativos a coisas fungíveis entre si e consistir em
obrigações líquidas e vencidas.

Comentários:

A assertiva está certa, pois a imputação do pagamento é uma faculdade atribuída ao devedor que possui
vários débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta através
do pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos e
vencidos, conforme dispõe o art. 352 do Código Civil:

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de
indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

10. (CESPE / PGE-PE – 2018) Uma obrigação foi extinta em virtude da constituição de uma nova
obrigação — com novo devedor — que ocupou o lugar da primeira.

Nesse caso,

(A) a nova obrigação será inválida se o débito primitivo estiver sujeito a termo.

(B) a nova obrigação representará renúncia a sua invocação se estiver prescrito o débito primitivo.

(C) será lícito ao novo devedor alegar as exceções que beneficiariam o devedor anterior.

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(D) a dívida será satisfeita pelo devedor primitivo em caso de insolvência do novo devedor.

(E) a exigência do primeiro débito ficará suspensa até a extinção da dívida atual.

Comentários:

A alternativa A errada. A nova obrigação não será inválida se o débito primitivo estiver sujeito a termo
(subordinado a um evento futuro e certo), conforme dispõe o art. 367 do Código Civil:

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
ou extintas.

Um dos requisitos da novação é justamente a existência de uma obrigação anterior, que a novação vem
extinguir, é claro que, sendo nula ou inexistente a anterior, não haverá o que novar.

A alternativa B correta. Se a pessoa fez novação, de uma obrigação já prescrita, está renunciando
tacitamente esta prescrição. A novação objetiva ocorre quando as partes de uma relação obrigacional
convencionam a criação de uma nova obrigação, para substituir e extinguir a anterior, conforme dispõe o
art. 360, inc. I do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

Haverá novação objetiva quando credor e devedor acordarem extinguir a obrigação pecuniária primitiva, por
meio da criação de uma nova obrigação, conforme dispõe o art. 191 do Código Civil:

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de
terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.

A alternativa C errada. A obrigação é extinta, assim, também é as exceções.

A novação subjetiva passiva ocorre quando um novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor, conforme dispõe o art. 360, inc. II do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

Constata-se, pois, haver uma alteração de sujeitos passivos na relação obrigacional, de forma que a primitiva
obrigação é considerada extinta em face do antigo devedor, substituído pelo novo.

A alternativa D errada. Na novação subjetiva, se o devedor for insolvente, não tem o credor que o aceitou
ação regressiva contra o primeiro devedor, salvo se este obteve por má-fé a substituição. Trata-se de norma
razoável, que visa a reprimir a atuação danosa do devedor que indica terceiro, para substituí-lo, sabendo do
seu estado de insolvência, conforme dispõe o art. 363 do Código Civil:

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Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o
primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.

O dispositivo trata do restabelecimento da dívida anterior, em caso de insolvência do novo devedor, só


admissível se o antigo devedor tiver agido de má-fé, fazendo-se substituir por um outro devedor, cujos bens
estavam todos onerados.

A alternativa E errada. A exigência do primeiro débito ficará suspensa até a extinção da dívida atual,
conforme dispõe o art. 360, inc. I do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

11. (CESPE / TRE-BA – 2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a Pedro.
Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira Carlos
da relação obrigacional.

O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa situação hipotética denomina-se

(A) novação.

(B) assunção de dívida.

(C) confusão.

(D) compensação.

(E) dação em pagamento.

Comentários:

A alternativa A correta. A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição de
uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação
não produz a satisfação imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os seguintes
requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção
de fazer a novação, conforme dispõe o art. 360 do Código Civil:

Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite
com este.

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A alternativa B errada. A cessão de débito ou assunção de dívida consiste em um negócio jurídico por meio
do qual o devedor, com o expresso consentimento do credor, transmite a um terceiro a sua obrigação. Cuida-
se de uma transferência debitória, com mudança subjetiva na relação obrigacional.

A alternativa C errada. Confusão é a reunião na mesma pessoa das qualidades de credor e de devedor de
uma mesma relação obrigacional.

A alternativa D errada. Compensação é meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo
tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são,
simultaneamente, devedores um do outro. É modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do
pagamento, por produzir o mesmo efeito deste.

A alternativa E errada. A dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio
do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que
lhe é devida.

12. (CESPE / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) Na hipótese de um credor aceitar, em vez do valor prometido, a
entrega de um bem móvel pelo devedor, ocorrerá a

(A) sub-rogação convencional.

(B) dação em pagamento.

(C) novação.

(D) compensação.

(E) sub-rogação objetiva.

Comentários:

A alternativa A errada. Neste caso ocorrerá a dação em pagamento. O pagamento feito com sub-rogação é
aquele em que o credor originário será pago por devedor estranho a relação obrigacional originária. Ou seja,
terceira pessoa efetuará o pagamento perante o credor originário.

Observem que a obrigação neste tipo especial de pagamento não será extinta. Somente haverá uma
mudança no polo ativo, uma vez que o credor originário será substituído pelo terceiro que pagou a dívida,
pois o devedor originário continuará a dever, agora para o terceiro.

A sub-rogação legal é determinada por lei, conforme dispõe o art. 346 do Código Civil:

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:

I - do credor que paga a dívida do devedor comum;

II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o
pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;

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III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

A sub-rogação convencional são os pagamentos realizados por pessoas que não possuem um interesse direto
na dívida, conforme dispõe o art. 347 do Código Civil:

Art. 347. A sub-rogação é convencional:

I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;

II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

A alternativa B correta. Ocorre a dação em pagamento quando o devedor, com a anuência do credor,
entrega, como pagamento, prestação diversa da que foi acordada, conforme dispõe o art. 356 do Código
Civil:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

A alternativa C errada. A novação é uma das formas de pagamento indireto, em que há a substituição de
uma obrigação anterior por uma obrigação nova, que é diferente da anterior. Por este motivo, a novação
não produz a satisfação imediata do crédito. É considerada novo negócio jurídico, que possui os seguintes
requisitos: ¹a existência de uma obrigação anterior; ²que exista uma nova obrigação; e ³que exista a intenção
de fazer a novação.

A alternativa D errada. Compensação é meio de extinção de obrigações entre pessoas que são, ao mesmo
tempo, credor e devedor uma da outra. Acarreta a extinção de duas obrigações cujos credores são,
simultaneamente, devedores um do outro. É modo indireto de extinção das obrigações, sucedâneo do
pagamento, por produzir o mesmo efeito deste.

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.

Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

A alternativa E errada. O pagamento feito com sub-rogação é aquele em que o credor originário será pago
por devedor estranho a relação obrigacional originária. Ou seja, terceira pessoa efetuará o pagamento
perante o credor originário. A Sub-rogação objetiva diz respeito à substituição de uma coisa por outra.

13. (CESPE / DPE-AC – 2017) No que se refere à extinção das obrigações, julgue os itens a seguir.

I. O segurador, por reparar ato danoso suportado pelo segurado, o sub-roga legalmente no direito contra o
autor do dano.

II. Havendo recusa no recebimento de valores, o devedor poderá realizar o depósito da quantia devida em
estabelecimento bancário, em nome do credor, e garantir a extinção da obrigação.

III. A dação em pagamento constitui direito subjetivo do devedor.

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Assinale a opção correta.

(A) Apenas o item I está certo.

(B) Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos.

(D) Apenas os itens II e III estão certos.

(E) Todos os itens estão certos.

Comentários:

A assertiva I correta. O segurador, por reparar ato danoso suportado pelo segurado, o sub-roga legalmente
no direito contra o autor do dano, conforme dispõe o art. 786 do Código Civil:

Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações
que competirem ao segurado contra o autor do dano.

Trata-se, de hipótese de sub-rogação pessoal da teoria geral das obrigações. O segurador se sub-roga
integralmente nos direitos e ações que ao segurado competirem contra o autor do dano, sendo ineficaz
qualquer ato do segurado que diminua ou extinga tais direitos em prejuízo do segurador.

A assertiva II correta. Havendo recusa no recebimento de valores, o devedor poderá realizar o depósito da
quantia devida em estabelecimento bancário, em nome do credor, e garantir a extinção da obrigação,
conforme dispõe o art. 334 do Código Civil:

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento


bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

A consignação é instituto de direito material e de direito processual. Enquanto o Código Civil menciona os
fatos que autorizam a consignação. O modo de fazê-la é previsto no diploma processual. Portanto, se o
credor, sem justa causa, recusa-se a receber o pagamento em dinheiro, poderá o devedor optar pelo
depósito extrajudicial, em estabelecimento bancário oficial, onde houver, ou pelo ajuizamento da ação de
consignação em pagamento.

A assertiva III errada. É direito subjetivo do CREDOR e não do devedor.

A dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro
concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida,
conforme dispõe o art. 356 do Código Civil:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

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14. (CESPE / TRT - 7ª REGIÃO – 2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no
vencimento da dívida, para adimplir a obrigação, um veículo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida
foi, então, quitada.

Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimplemento se deu por

(A) compensação.

(B) pagamento em consignação.

(C) dação em pagamento.

(D) imputação do pagamento.

Comentários:

A alternativa A errada. Para acontecer a compensação, as duas pessoas têm que ser, ao mesmo tempo,
credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

A alternativa B errada. Pagamento em consignação é quando é feito um depósito judicial ou em


estabelecimento bancário da coisa devida.

A alternativa C correta. A situação descrita na questão trata-se de dação em pagamento, conforme dispõe o
art. 356 do Código Civil:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

Da leitura do art. 356 já podemos intuir o que seja a dação em pagamento. Assim, ocorre a dação em
pagamento quando o devedor, com a anuência do credor, entrega, como pagamento, prestação diversa da
que foi acordada.

A alternativa D errada. A imputação do pagamento, é uma faculdade atribuída ao devedor que possui vários
débitos, na qual, este poderá escolher dentre os diversos débitos, a obrigação que será extinta através do
pagamento. Desde que estes débitos sejam perante o mesmo credor, de mesma natureza, líquidos e
vencidos.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

15. (CESPE / DPE-DF – 2019) Tendo como referência as disposições do Código Civil a respeito de
sucessão provisória, perdas e danos e venda com reserva de domínio, julgue o item subsecutivo.

As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, devem compreender as custas e os honorários
advocatícios e, além da atualização monetária, os juros de mora a partir do descumprimento contratual.

Comentários:

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A assertiva está errada, dado que, contam-se os juros de mora a partir da citação inicial (responsabilidade
contratual, art. 405 do Código Civil) ou do evento danoso (responsabilidade extracontratual, art. 398 do
Código Civil) .

Nas obrigações pecuniárias, as perdas e danos são preestabelecidas, conforme dispõe o art. 404 do Código
Civil:

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de
advogado, sem prejuízo da pena convencional.

Nas hipóteses de inadimplemento ou inexecução culposa de contrato, contam-se os juros de mora desde a
citação inicial, conforme dispõe o art. 405 do Código Civil:

Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

A regra do art. 405 aplica-se somente aos casos de inadimplemento e responsabilidade contratual, pois, nas
obrigações provenientes de ato ilícito (responsabilidade extracontratual), considera-se o devedor em mora,
desde que o praticou, conforme dispõe o art. 398 do Código Civil:

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

Dispõe a Súmula 54 do Superior Tribunal de Justiça que: “os juros moratórios fluem a partir do evento
danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”.

Enunciado 4 da III Jornada de Direito Civil: “A regra do art. 405 do novo Código Civil aplica-se somente à
responsabilidade contratual, e não aos juros moratórios na responsabilidade extracontratual, em face do
disposto no art. 398 do novo Código Civil, não afastando, pois, o disposto na Súmula 54 do STJ”.

Se, por exemplo, o passageiro de um ônibus sofre danos em decorrência de um acidente com o coletivo, os
juros moratórios são devidos a partir da citação inicial, por se tratar de responsabilidade contratual (contrato
de adesão celebrado com a transportadora). Mas se a vítima é um pedestre que foi atropelado, os juros são
contados desde a data do fato (responsabilidade extracontratual).

16. (CESPE / TJ-SC – 2019) A multa estipulada em contrato que tenha por objeto evitar o
inadimplemento da obrigação principal é denominada

(A) multa penitencial.

(B) cláusula penal.

(C) perdas e danos.

(D) arras penitenciais.

(E) multa pura e simples.

Comentários:

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A alternativa A errada. Multa penitencial é estabelecida em favor do devedor. Caracteriza-se sempre que
as partes convencionam que este terá a opção de cumprir a prestação devida ou pagar a multa. Entende-se
que, neste caso, pode o devedor, em vez de cumprir a prestação, exonerar-se mediante o pagamento de
importância previamente fixada de comum acordo.

A alternativa B correta. Cláusula penal é obrigação acessória pela qual se estipula pena ou multa destinada
a evitar o inadimplemento da principal ou o retardamento de seu cumprimento.

A alternativa C errada. Perdas e danos é o nome dado à indenização pecuniária que cabe ao credor, com a
finalidade de recompor o patrimônio das perdas sofridas pelo não adimplemento da obrigação pelo devedor,
conforme dispõe o art. 402 do Código Civil:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem,
além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

A alternativa D errada. Nas Arras penitenciais as partes podem convencionar o direito de arrependimento.
Neste caso, as arras denominam-se penitenciais, porque atuam como pena convencional, como sanção à
parte que se vale dessa faculdade.

As arras penitenciais adquirem essa qualificação sempre que as partes houverem convencionado
expressamente o direito de arrependimento, ou seja, de desistir do contrato, valendo as arras, no caso, como
indenização pré-fixada: quem deu, perde; quem recebeu, devolve em dobro. Independem, as arras
penitenciais, de haver ou não inadimplemento da obrigação, uma vez que os contratantes podem escolher
entre cumprir ou não cumprir o contrato, já estando a indenização pré-fixada. Se o contrato não se
concretizar por caso fortuito ou força maior, não incidirá o disposto neste artigo. Quem deu as arras, as
receberá de volta, acrescidas apenas da atualização monetária pertinente.

A alternativa E errada. Multa pura e simples é constituída de determinada importância, que deve ser paga
em caso de infração de certos deveres, como a imposta pelo empregador ao empregado e ao infrator das
normas de trânsito. Não tem a finalidade de promover o ressarcimento de danos, nem possui relação com o
inadimplemento contratual.

17. (CESPE / EBSERH – 2018) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos
institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue.

A cobrança de encargos e parcelas abusivas não impede a caracterização da mora do devedor, que deverá
realizar o pagamento e reclamar, posteriormente, indenização por perdas e danos.

Comentários:

A assertiva está errada, pois a obrigação de reparar o prejuízo depende de existência de culpa do devedor
moroso ou inadimplente, conforme dispõe o art. 396 do Código Civil:

Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.

Enunciado 354 da IV Jornada de Direito Civil: “A cobrança de encargos e parcelas indevidas ou abusivas
impede a caracterização da mora do devedor”.

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Não há mora, por falta de culpa do devedor, quer quando o retardamento é devido a fato fortuito ou de
força maior, quer quando seja imputável a fato de terceiro ou do credor, quer mesmo quando proceda de
fato do devedor, não culposo (ignorância desculpável da dívida ou da data do vencimento etc.)”

18. (CESPE / DPE-PE – 2018) Joaquim fez com Norberto contrato de promessa de compra e venda para
adquirir deste um imóvel por R$ 200.000: Joaquim deu R$ 150.000 de sinal e pretendia conseguir
financiamento dos R$ 50.000 restantes em uma instituição bancária. Segundo cláusula do contrato que
regulava o negócio, em caso de inexecução por culpa do comprador, este perderia o sinal em favor do
vendedor. Por desídia de Joaquim, que não apresentou todos os documentos exigidos pela instituição
bancária, o financiamento não foi aprovado, de maneira que o contrato não pôde ser cumprido. Joaquim
buscou ajuda na justiça comum.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a legislação pertinente e a
posição dos tribunais superiores.

(A) Joaquim deverá alegar prejuízo para exigir de Norberto a devolução do sinal, mesmo existindo previsão
contratual.

(B) Já que Norberto recebeu os R$ 150.000 adiantados e teve a oportunidade de aplicá-los no mercado de
capitais, Joaquim deverá ser restituído do valor dado de sinal acrescido de correção com base no rendimento
da caderneta de poupança.

(C) Mesmo que comprove perdas e danos pelo negócio não concluído, Norberto não poderá exigir
indenização suplementar.

(D) Joaquim perderá os R$ 150.000 para Norberto e não há, por parte do juiz da causa, a possibilidade de se
reduzir o montante perdido.

(E) Conforme o STJ, é possível reduzir a perda de Joaquim, já que, nesse caso, a diferença entre o valor inicial
pago e o total do negócio pode gerar enriquecimento sem causa para Norberto.

Comentários:

A alternativa A errada. Lembre-se que, segundo cláusula do contrato que regulava o negócio, em caso de
inexecução por culpa do Joaquim, este perderia o sinal em favor do Norberto. Ainda, o financiamento não
foi aprovado, por culpa do Joaquim, de maneira que o contrato não pôde ser cumprido.

As arras constituem a importância em dinheiro ou a coisa dada por um contratante ao outro, por ocasião da
conclusão do contrato, com o escopo de firmar a presunção de acordo final e tornar obrigatório o ajuste; ou
ainda, excepcionalmente, com o propósito de assegurar, para cada um dos contratantes, o direito de
arrependimento.

A principal função das arras é confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Estas
provam o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente.
Quem o fizer responderá por perdas e danos, nos termos dos artigos 418 e 419 do Código Civil:

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Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as;
se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir
sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, juros e honorários de advogado.

As arras representam o mínimo de indenização e que pode ser pleiteada a reparação integral do prejuízo.
Não havendo nenhuma estipulação em contrário, as arras consideram-se confirmatórias.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras
como taxa mínima.

A alternativa B errada. Lembre-se que, segundo cláusula do contrato que regulava o negócio, em caso de
inexecução por culpa do Joaquim, este perderia o sinal em favor do Norberto. Ainda, o financiamento não
foi aprovado, por culpa do Joaquim, de maneira que o contrato não pôde ser cumprido.

A principal função das arras é confirmar o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Estas
provam o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente.
Quem o fizer responderá por perdas e danos, conforme dispõe o art. 418 do Código Civil:

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as;
se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir
sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, juros e honorários de advogado.

A alternativa C errada. Trata-se de arras confirmatório, e neste caso, poderá ser pedido uma indenização
suplementar, conforme dispõe o art. 419 do Código Civil:

Art. 419. A parte inocente PODE PEDIR INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR, se provar maior prejuízo, valendo as
arras como taxa mínima.

À parte que não deu causa ao descumprimento da obrigação pode pleitear indenização suplementar,
provando que o seu prejuízo foi maior que o valor das arras.

A alternativa D errada. "É admissível a redução equitativa das arras quando manifestamente excessivas,
mediante a aplicação analógica do art. 413 do Código Civil". (REsp 1669002/RJ, DJe 02/10/2017)

Tratando-se de cláusula penal compensatória, estipulada para a hipótese de descumprimento total da


obrigação, mas ocorrendo de a obrigação ser descumprida apenas em parte, é óbvio que a cláusula penal
também só será devida em parte, cabendo ao juiz, de ofício, proceder à redução, conforme dispõe o art. 413
do Código Civil:

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz SE A OBRIGAÇÃO PRINCIPAL TIVER SIDO
CUMPRIDA EM PARTE, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.

A disposição é de ordem pública, podendo a redução ser determinada de ofício pelo magistrado. O art. 413
não dispõe que a penalidade “poderá”, mas, sim, que “deve” ser reduzida pelo magistrado nas hipóteses

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mencionadas, retirando o caráter facultativo da redução e acentuando a natureza pública e o caráter cogente
da norma.

A alternativa E correto. Segundo o STJ: "DIREITO CIVIL. DESPROPORÇÃO ENTRE A QUANTIA PAGA
INICIALMENTE E O PREÇO AJUSTADO. Se a proporção entre a quantia paga inicialmente e o preço total
ajustado evidenciar que o pagamento inicial englobava mais do que o sinal, não se pode declarar a perda
integral daquela quantia inicial como se arras confirmatórias fosse, sendo legítima a redução equitativa do
valor a ser retido. Quanto às arras, deve-se destacar que elas têm duas funções: a) confirmatória (principal);
e b) penitencial (secundária). As arras confirmatórias podem significar princípio de pagamento, na medida
em que o negócio efetivamente se concretizar. Marcam, portanto, o início da execução do negócio. Convém
esclarecer que o valor dado a título de arras confirmatórias deve ser integralmente perdido, ou seja, quando
a parte que deu as arras não executar o contrato, não terá direito à devolução do "sinal" por ter dado causa
à rescisão. Mas, se o valor do pagamento inicial englobava mais do que o sinal, o percentual de retenção
deve ser reduzido. Isso porque não é razoável o entendimento de que todo o referido valor inicial pago seja
enquadrado como sinal ou arras confirmatórias e, em consequência, sujeite-se ao perdimento em prol do
vendedor. Entender de forma diversa implicaria onerar excessivamente a parte que deu as arras, ainda que
a ela tenha sido atribuída culpa pela rescisão do contrato, e beneficiar a parte que as recebeu. Em outras
palavras, seria uma fonte de enriquecimento desproporcional. Observe-se que a orientação jurisprudencial
do STJ é no sentido de que a fixação das arras confirmatórias se dá em percentual inferior a 20% do valor do
bem, variando, mais precisamente, entre 10% e 20% (AgRg no REsp 1.013.249-PE, Quarta Turma, DJe de
8/6/2010; e REsp 355.818-MG, Quarta Turma, DJ 13/10/2003). Nessa linha intelectiva, convém mencionar o
Enunciado n. 165 da III Jornada de Direito Civil do CJF: "Em caso de penalidade, aplica-se a regra do art. 413
ao sinal, sejam as arras confirmatórias ou penitenciais". Esclareça-se que o art. 413 do CC estabelece que "a
penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em
parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a
finalidade do negócio". REsp 1.513.259-MS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 16/2/2016, DJe
22/2/2016". Ainda, "RECURSO ESPECIAL. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL RURAL. CONTRATO PRELIMINAR.
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. JULGAMENTO EXTRA PETITA E INOBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO TANTUM DEVOLUTUM, QUANTUM APPELLATUM. NÃO OCORRÊNCIA. VALIDADE DO ATO
JURÍDICO. REQUISITOS. SÚMULAS N. 5 E 7 DO STJ. EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO. REEXAME DE
FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CONFISSÃO. INVALIDADE. SÚMULA N. 284 DO STF. AÇÃO RESCISÓRIA.
REQUISITOS. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. ARRAS E SINAL. PECULIARIDADE DO CASO. PAGAMENTO
INICIAL REALIZADO EM MONTANTE CONSIDERÁVEL. PERDA EM PROL DO VENDEDOR. VEDAÇÃO AO
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. NECESSIDADE DE ADEQUAÇÃO DO VALOR. [...] 6. O comprador que dá causa
à rescisão do contrato perde o valor do sinal em prol do vendedor. Esse entendimento, todavia, pode ser
flexibilizado se ficar evidenciado que a diferença entre o valor inicial pago e o preço final do negócio é
elevado, hipótese em que deve ser autorizada a redução do valor a ser retido pelo vendedor e determinada
a devolução do restante para evitar o enriquecimento sem causa. Aplicação do Enunciado n. 165 das
Jornadas de Direito Civil do CJF. 7. Recurso especial parcialmente conhecido e provido em parte. (REsp
1.513.259 /MS, DJe 22/02/2016)".

19. (CEBRASPE – TRE/BA - 2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a
Pedro. Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira
Carlos da relação obrigacional. O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa
situação hipotética denomina-se

a) novação.

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b) assunção de dívida.

c) confusão.

d) compensação.

e) dação em pagamento.

Comentários

A alternativa A está correta, dado que, de fato, se configura a novação na hipótese.

A novação é uma forma de pagamento indireto em que ocorre a substituição de uma obrigação anterior por
uma obrigação nova, diferente da primeira criada pelas partes. Seu principal efeito é a extinção da dívida
primitiva, com todos os acessórios e garantias, sempre que não houver estipulação em contrário. Seus
elementos essenciais: existência de uma obrigação anterior/antiga; existência de uma nova obrigação;
intenção de novar (animus novandi).

A alternativa B está incorreta, pois não se configura na hipótese a assunção de dívida.

Assunção de dívida se configura como um negócio jurídico bilateral, pelo qual o devedor, com a anuência do
credor e de forma expressa ou tácita, transfere a um terceiro a posição de sujeito passivo da relação
obrigacional, disposto pelo Art. 299 do CC:

Artigo 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor,
ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
ignorava.

Nesse instituto, quem cala não consente, dado que o silêncio é tido como recusa, conforme parágrafo único
do artigo citado.

A alternativa C está incorreta, visto que não se configura, no caso, a confusão.

A confusão é configurada quando na mesma pessoa confundem-se as qualidades de credor e devedor, em


decorrência de um ato inter vivos ou mortis causa (art 381, CC). É decorrente de um ato bilateral ou de um
negócio jurídico, no qual deve ela ser incluída como forma de pagamento indireto.

Por exemplo: Empresa X deve à empresa Z 100 mil reais. Se a empresa Z adquirir a primeira, a dívida será
extinta. Trata-se de confusão total; mas se essa aquisição for declarada nula, por ilicitude do objeto, volta a
dívida a existir

A alternativa D está incorreta, dado que não se configura a compensação, na hipótese.

A compensação se configura quando duas ou mais pessoas forem ao mesmo tempo credoras e devedoras
umas das outras, extinguindo-se as obrigações até o ponto em que se encontrarem, onde se equivalerem
(artigo 368, CC). Os artigos 369 a 380 também tratam dessa forma de pagamento indireto, que depende de

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duas manifestações de vontade, pelo menos (negócio jurídico). Deve-se entender que a compensação
constitui um aspecto material do princípio da economia, fundado na ordem pública.

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.

A alternativa E está incorreta, pois não se configura, no caso apresentado, a dação em pagamento.

A dação em pagamento se configura como uma forma de pagamento indireto em que há um acordo privado
entre o sujeitos da relação obrigacional, pactuando-se a substituição do objeto obrigacional por outro. Deste
modo, é necessário o consentimento expresso do credor, o que caracteriza o negócio como jurídico bilateral.
O objeto pode se dar em forma de uma prestação qualquer, não sendo necessariamente dinheiro. Poderá
ser entregue um bem móvel, imóvel, conteúdo fatos e abstenções.

20. (CEBRASPE – TRT7 – 2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no vencimento
da dívida, para adimplir a obrigação, um veículo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida foi, então,
quitada. Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimplemento se deu
por:

a) compensação.

b) pagamento em consignação.

c) dação em pagamento.

d) imputação do pagamento.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que não se configura a compensação, na hipótese.

A compensação se configura com a extinção recíproca de obrigações até a concorrência dos respectivos
valores entre pessoas que são devedoras uma da outra. O artigo 368 do Código Civil dispõe que, na hipótese
em que duas pessoas forem, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra, haverá extinção das
obrigações até o montante da compensação. Até o ponto da equivalência haverá extinção das obrigações.

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.

A alternativa B está incorreta, pois não se configura o pagamento em consignação no caso.

O pagamento em consignação é o meio pelo qual o devedor extingue a sua obrigação perante o credor, no
caso de este se recusar a receber o pagamento, não tomar a iniciativa de recebê-lo ou ainda quando seu
paradeiro for desconhecido.

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A alternativa C está correta, visto que ocorre, no caso, a dação em pagamento.

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

A dação em pagamento se configura quando o devedor, com a anuência (concordância) do credor, solve sua
obrigação mediante a entrega de outro bem que não seja dinheiro, em substituição da prestação
originariamente acordada, extinguindo a obrigação. Após a apuração do preço da coisa a ser dada em
pagamento, a relação entre credor e devedor será regulamentada pelas normas do contrato de compra e
venda.

A alternativa D está incorreta, dado que não se configura a imputação do pagamento, no caso.

A imputação do pagamento se configura quando o pagamento é insuficiente para saldar todas as dívidas
junto ao credor. Nesse caso, sendo a pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só
credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

21. (CESPE / TJ-DFT – 2019) Joana, em crise de depressão, contratou Jacinto para matá-la no dia
21/4/2018. Para tanto, foi convencionado como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana,
o qual foi entregue a Jacinto em 15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e
comunicou a decisão a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e
requereu a restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de pagamento,
ou a destinação do valor a entidade de beneficência.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) O objeto imediato da obrigação pactuada entre as partes é lícito, mas está impedida a produção de
efeitos.

(B) No caso, uma vez que foi dada coisa para obtenção de fim ilícito, o juiz reverterá o valor pago por Joana
em proveito de uma entidade de beneficência, a seu critério.

(C) A situação retrata a prática de promessa de recompensa por Joana.

(D) Joana terá direito à repetição do que pagou, pois o ordenamento jurídico brasileiro veda o
enriquecimento ilícito.

(E) Joana deverá demonstrar o erro pelo pagamento indevido para que lhe seja restituído o pagamento
efetuado.

Comentários:

A alternativa A errada. A promessa de recompensa é um negócio jurídico unilateral e deve atender aos
pressupostos de validade dos negócios jurídicos em geral. Para que uma promessa de recompensa se torne
obrigatória, faz-se mister a concorrência de quatro requisitos: a) Publicidade da Recompensa; b) Objeto

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Lícito, Possível e Determinado (ou Determinável); c) Promessa Emanada de Sujeito Capaz; d) Manifestação
de Vontade Livre e de Boa-fé.

O objeto imediato da obrigação pactuada entre as partes é ilícito.

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

Para que uma promessa de recompensa se torne obrigatória é necessário que o objeto seja lícito. Como
requisito de validade do negócio jurídico em geral, não se admite que, por exemplo, que Joana contrate
Jacinto para matá-la.

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:

II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;

A alternativa B correta. No caso, uma vez que foi dada coisa para obtenção de fim ilícito, o juiz reverterá o
valor pago por Joana em proveito de uma entidade de beneficência, a seu critério, conforme dispõe o art.
150 do Código Civil:

Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou
reclamar indenização.

Pode haver dolo de ambas as partes que agem dolosamente, praticando ato comissivo ou configurando-se
torpeza bilateral. Se o ato negocial foi realizado em virtude de dolo principal ou acidental de ambos os
contratantes, não poderá ser anulado, nem se poderá pleitear indenização; ter-se-á uma neutralização do
delito porque há compensação entre dois ilícitos; a ninguém caberá se aproveitar do próprio dolo. Se ambas
as partes contratantes se enganaram reciprocamente, uma não poderá invocar contra a outra o dolo, que
ficará paralisado pelo dolo próprio.

Não poderá pleitear a quantia que pagou indevidamente, quando fez o pagamento para obter fim Ilícito ou
proibido por lei ou ainda imoral. A quantia envolvida nesses negócios escusos será, a critério do juiz, doada
a estabelecimentos beneficentes, conforme dispõe o art. 883 do Código Civil:

Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido
por lei.

Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.

A alternativa C errada. A situação retrata contrato de prestação de serviço e NÃO promessa de recompensa.

No contrato de prestação de serviços toda espécie de serviço ou trabalho lícito pode ser objeto do contrato,
pelo qual o prestador recebe, em contraprestação devida, a remuneração que atende a natureza ou
especificidade do serviço ajustado, conforme dispõe o art. 594 do Código Civil:

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Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada mediante
retribuição.

A promessa de recompensa é o ato obrigacional de alguém que, por anúncio público, se compromete a
recompensar, ou gratificar, pessoa que preencha certa condição ou desempenhe certo serviço. É uma das
formas de obrigação resultante de declaração unilateral da vontade.

A alternativa D errada. Joana não terá direito à repetição do que pagou, pois o ordenamento jurídico
brasileiro veda aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei, conforme
dispõe o art. 883 do Código Civil:

Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido
por lei.

A alternativa E errada. O caso em questão não se trata de erro. Erro é um vício de consentimento que
consiste na falsa noção da realidade, sendo causa de anulabilidade do negócio jurídico, conforme dispõe o
art. 138 do Código Civil:

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do
negócio.

O erro é uma noção inexata sobre um objeto, que influência a formação da vontade do declarante, que a
emitirá de maneira diversa da que a manifestaria se dele tivesse conhecimento exato. Para viciar à vontade
e anular o ato negocial, deste deverá ser substancial, escusável e real. Escusável, no sentido de que há de ter
por fundamento uma razão plausível ou ser de tal monta que qualquer pessoa de atenção ordinária seja
capaz de cometê-lo em face da circunstância do negócio. Real, por importar efetivo dano para o interessado.
O erro substancial é erro de fato por recair sobre circunstância de fato, ou seja, sobre as qualidades essenciais
da pessoa ou da coisa. Poderá abranger o erro de direito relativo à existência de uma norma jurídica
dispositiva, desde que afete a manifestação da vontade, caso em que viciará o consentimento.

22. (CESPE / TRE-TO – 2017) Ana, aflita com a fuga de seu cão, espalhou, nas imediações de sua
residência, avisos públicos prometendo pagar recompensa em dinheiro no valor de R$ 1.000 para quem
fornecesse informações seguras a respeito do paradeiro do animal.

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) O ato de promessa de recompensa praticado por Ana tem natureza bilateral.

(B) Ana poderá revogar a promessa, mesmo após o animal ser localizado, pois a promessa constitui ato
unilateral.

(C) Se duas pessoas informarem a Ana, ao mesmo tempo, a respeito da localização do cão, deverá ser
realizado sorteio do valor da recompensa.

(D) Caso Ana receba de dois indivíduos, de forma sucessiva, a mesma informação que leve ao resgate do cão,
o valor da recompensa deverá ser dividido entre eles.

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(E) Alguém que, ignorando a promessa de recompensa, encontre o cão e o entregue a Ana poderá, ao tomar
conhecimento dos avisos, exigir dela o pagamento do valor prometido.

Comentários:

A alternativa A errada. O ato de promessa de recompensa é unilateral, como a gestão de negócio, do


pagamento indevido e do enriquecimento sem causa.

A alternativa B errada. Só é possível a revogação entes de prestado o serviço ou preenchida a condição,


conforme dispõe o art. 856 do Código Civil:

Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a promessa,
contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-
á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.

Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.

Uma vez emitida a promessa, dirigida a pessoa indeterminada, o promitente fica vinculado
obrigacionalmente, se não revogá-la com a mesma publicidade com que a fez.

A alternativa C errada. Se duas pessoas informarem a Ana, ao mesmo tempo, a respeito da localização do
cão, a cada uma tocará quinhão igual na recompensa.

Havendo simultaneidade na execução, a cada um dos executantes, cabe quinhão igual na recompensa, pois
não há razão para preferência, conforme dispõe o art. 858 do Código Civil:

Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual na recompensa; se esta não for
divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu quinhão.

Sendo impossível a divisão da recompensa e ocorrendo a simultaneidade na execução decidirá a sorte a


quem deve esta caber, sendo certo que quem for sorteado deverá dar aos outros os respectivos quinhões.

A alternativa D errada. Caso Ana receba de dois indivíduos, de forma sucessiva, a mesma informação que
leve ao resgate do cão, terá direito à recompensa o que primeiro o executou, conforme dispõe o art. 857 do
Código Civil:

Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá direito à
recompensa o que primeiro o executou.

Havendo pluralidade de pessoas no cumprimento de uma tarefa ou condição, aquele que a pratica em
primeiro lugar tem o direito de exigir a prestação da recompensa, sobrepujando-se aos demais.

A alternativa E correta. Alguém que, ignorando a promessa de recompensa, encontre o cão e o entregue a
Ana poderá, ao tomar conhecimento dos avisos, exigir dela o pagamento do valor prometido, conforme
dispõe o art. 855 do Código Civil:

Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, ainda
que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.

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A promessa feita com publicidade é dirigida a qualquer pessoa. Se alguém apresentar aquilo que foi
publicamente pedido, o promitente (aquele que se obriga, por promessa, a dar, fazer ou não fazer alguma
coisa) vinculado por sua promessa tem de aceitar a prestação, ou cumprir o que prometeu. Não é necessário
que o serviço tenha sido realizado no interesse da recompensa. Basta que corresponda às condições do
anúncio, a não ser que o promitente haja, de modo expresso, exigido um ato que se realize por causa de sua
solicitação.

23. (CESPE / PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – 2017) Acerca de atos unilaterais, responsabilidade civil e
preferências e privilégios creditórios, julgue o item subsequente.

Na hipótese de enriquecimento sem causa, a restituição do valor incluirá atualização monetária,


independentemente do ajuizamento de ação judicial.

Comentários:

A assertiva está certa, pois quando uma parte está sendo lesada por outra, e funda-se na equidade, ninguém
pode enriquecer-se à custa de outrem, sem causa que a justifiquem, conforme dispõe o art. 884 do Código
Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

O sistema jurídico não admite que alguém obtenha um proveito econômico às custas de outrem, sem que
esse proveito decorra de uma causa juridicamente reconhecida.

Súmula 43 do STJ: “incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”.

24. (CESPE / TCE-PA – 2016) A respeito das obrigações, dos contratos e dos atos unilaterais, julgue o
item que se segue.

Não terá direito à repetição do indébito o devedor que saldar dívida prescrita.

Comentários:

A assertiva está certa, já que, o devedor que pagar dívida prescrita não pode reaver o valor pago, pois
segundo se depreende da redação do artigo 882 do Código Civil, não se pode pedir a repetição do pagamento
de dívidas prescritas.

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.

FCC

ADIMPLEMENTO E INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES. ATOS UNILATERAIS

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

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25. (FCC / DPE-MA – 2018) Lucas e Bruno realizaram um contrato de trato sucessivo em que se
estampava uma obrigação portável. Entretanto, reiteradamente, o pagamento era feito de forma diversa
da que fora pactuada, sem que os envolvidos apresentassem objeção. Neste caso, os pagamentos
realizados são:
a) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela constante do instrumento da avença, e o credor
poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do instrumento da avença, uma vez
que não há fundamento para se presumir a renúncia ao previsto no contrato nessas circunstâncias.
b) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que se presume que o credor renunciou ao previsto no contrato.
c) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela constante do instrumento da avença, mas o credor
não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do instrumento da avença,
uma vez que se presume que o credor renunciou ao previsto no contrato.
d) válidos, mas o credor poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que não há fundamento para se presumir a renúncia ao previsto no contrato
nessas circunstâncias.
e) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que, apesar de não existir fundamento para a renúncia, é caso de duty to
mitigate the loss.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o Art. 330 do Código Civil presume que o credor renúncia relativamente
ao previsto na avença, não havendo mais a possibilidade deste exigir que o pagamento passe a ser realizado
de forma constante do instrumento do acordo.

Art. 330 - O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente
ao previsto no contrato.

As regras sob pagamento não são absolutas e podem se alterar conforme as circunstâncias. Assim, caso o
credor ou devedor receba ou efetue o pagamento da obrigação em local diverso de forma reiterada,
presume-se a renúcia a eventual benefício relativo ao local do cumprimento da obrigação.

A alternativa B está correta, visto que confere com o Art. 330 do Código Civil, que dispõe: “O pagamento
reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.”

A alternativa C está incorreta, dado que o fato de ocorrer de forma diversa daquela constante do
instrumento da avença não faz com que os pagamentos sejam invalidados, mas sim que o credor não tenha
o direito de que o pagamento passe a ser realizado de forma constante do instrumento do acordo.

A alternativa D está incorreta, o credor não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma
constante do instrumento da avença, pois, o Art. 330 do CC dispõe que há a presunção de que o credor
renunciou da forma avençada no contrato.

Art. 330 - O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente
ao previsto no contrato.

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Temos, com a análise do Art. 330, que as regras sob pagamento não são absolutas e podem se alterar
conforme as circunstâncias Desta forma, se o credor ou devedor receba ou efetue o pagamento da obrigação
em local diverso de forma reiterada, é presumida a renúncia a eventual benefício relativo ao local do
cumprimento da obrigação.

A alternativa E está incorreta, dado que não se trata do instituto “duty to mitigate the loss” que, traduzindo,
significa “dever de mitigar as próprias perdas” ou seja, que os contratantes tem o dever de tomar medidas
necessárias e possíveis para não agravar um dano, e ainda, credores não podem permanecer inertes diante
do dano, não podendo ocorrer o agravamento do prejuízo, em razão da inercia do credor. Se trata do
instituto supressio, sendo este a supressão de um direito ou de prerrogativas contratuis em decorrência do
transcurso do tempo, associado à boa-fé. A supressio indica a possibilidade de redução do conteúdo
obrigacional pela inércia qualificada de alguma das partes, ao longo da relação, em exercer um direito,
criando para a outra parte uma expectativa de ter havido renúncia àquela prerrogativa.

26. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre o adimplemento e extinção das obrigações:
a) Considera-se sub-rogação legal quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe
transfere todos os seus direitos.
b) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar, sub-rogando-se nos direitos do credor.
c) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar
aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
d) O pagamento feito à credor putativo, ainda que de boa-fé, não é válido.
e) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito e ação executiva
promovida por terceiro, o pagamento não valerá contra este, que poderá constranger o devedor a pagar de
novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois a sub-rogação é convencional e não legal quando o credor recebe o
pagamento de terceiros e expressamente lhe transfere todos os seus direitos, como expressa o Art. 347 do
CC:

Art. 347. A sub-rogação é convencional:

I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;

Na sub-rogação convencional quem determina a substituição é o contrato, já no pagamento com sub-


rogação legal quem determina a substituição é a lei, independente da vontade das partes.

Casos de sub-rogação legal:

1) Do credor que paga a dívida do devedor comum;

2) Do adquirente de imóvel hipotecado, que paga ao credor hipotecário - como do terceiro que efetiva o
pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;

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3) Do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

Casos de sub-rogação convencional:

1) Quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;

2) Quando a terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

A alternativa B está incorreta, uma vez que não se sub-roga do direito do credor, de acordo com o Art. 305:

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Em razão da afirmativa que “é lícito a qualquer um pagar pelo devedor que ignora ou que se recusa ao
pagamento, assim como é lícito tornar melhor a condição do devedor, na sua ignorância ou contra a sua
vontade”, o pagamento, havendo oposição do devedor, poderá mesmo assim se realizar, dependendo da
vontade do credor de aceitar ou não a oferta do terceiro. No entanto, em decorrência da mesma regra, que
não cabe consignação se ambos o devedor e o credor se opuserem ao pagamento pelo terceiro ainda que
este tenha se apresentado para pagar em nome da conta do devedor.

A alternativa C está incorreta, pois, de acordo com o Art. 306: “não obriga a reembolsar aquele que pagou.”

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

De acordo com o dispositivo, nos casos em que o devedor desconhecer ou se opuser que o pagamento seja
efetuado por um terceiro, a este será dado ser reembolsado apenas da porção que efetivamente lhe
beneficiar. Pois pode ocorrer que o devedor se elida da cobrança do credor por meio de exceções pessoais
ou extintivas da obrigação, não auferindo vantagens reais com o pagamento efetuado pelo terceiro.

A alternativa D está incorreta, pois o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido.

Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

O credor putativo é aquele que se apresenta como o verdadeiro credor. Recebe tal denominação quem
aparenta ser credor, como é o caso do herdeiro aparente. Se, por exemplo, o único herdeiro conhecido de
uma pessoa abonada, e que veio a falecer, é o seu sobrinho, o pagamento a ele feito de boa-fé é válido,
mesmo que se apure, posteriormente, ter o “de cujus” (falecido), em disposição de última vontade, nomeado
outra pessoa como seu herdeiro testamentário.

A boa-fé tem, assim, o condão de validar atos que, em princípio, seriam nulos. A boa fé pode ser eliminada
se provado que o devedor tinha ciência de que era um credor putativo.

A alternativa E está correta, conforme dispõe o art. 312 do Código Civil.

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Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da
impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o
devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

De acordo com o artigo, quando o devedor houver sido intimado de penhora ou de impugnação oposta por
terceiro sobre o crédito por ele devido, o pagamento que venha efetuar ao credor será considerado ineficaz.
Na penhora e na impugnação, o credor tem expropriado o poder de receber o crédito em favor do juízo.
Desse modo, uma vez que o devedor for intimado, a solutio ficará condicionada à consignação em
pagamento ou ao depósito perante o juízo da execução.

Se o devedor efetuar o pagamento ao credor, por negligência ou malicia, continuará ele obrigado pelo
pagamento perante o terceiro, dado que terá efetuado pagamento a credor que não detém poder de receber
e quitar, sendo, neste caso, ineficaz a solutio.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

27. (FCC / DPE-AM – 2018) No tocante ao adimplemento e extinção das obrigações, considere as
afirmações a seguir:

I. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir,
retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

II. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal, mas não contra os fiadores, por se tratar
a fiança de contrato acessório e benéfico.

III. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital; essa
regra não se aplica às hipóteses de compensação tributária.

IV. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas ou não, mas desde que fungíveis entre
si.

V. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
ou extintas.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II, III, IV e V.
b) I, II, III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e) I, II e IV.

Comentários

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A afirmação I correta, pois sua redação está de acordo com o conteúdo do art.321 do Código Civil.

Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir,
retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

Analisando o Art. 321, temos que desconsiderando que o dispositivo poderá determinar que o devedor possa
reter o pagamento até que o credor passe a declaração que inutilize o título, a realidade é que o devedor
poderá reter o pagamento até que o título seja encontrado ou ainda poderá efetuar o depósito da obrigação
em juízo para se libertar da prestação, pedindo a citação do credor e dos terceiros interessados por edital.
Tais cautelas são necessárias, dado que a simples declaração do credor não poderá ser oponível a terceiro
de boa-fé que tenha reduzido um título negociável por endosso.

A afirmação II está incorreta, pois a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos em relação à
dívida, contra o devedor principal e também cos fiadores, e a alternativa exclui os fiadores alegando por se
tratar a fiança de contrato acessório benéfico.

Com base no Art. 349, temos que:

Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo,
em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

Tratando-se da substituição da titularidade ativa da obrigação, permanecem ao solvens todos os direitos,


ações, privilégios e garantis do credor original com relação ao que diz respeito ao credor e aos fiadores.
Ainda, por se tratar de um mesmo crédito, o devedor poderá opor ao terceiro todas as exceções legais que
detinha em face do sub-rogante.

No ato sub-rogação convencional, pode ser aposta cláusula que permita ao sub-rogatório reembolsar-se do
sub-rogante no caso de insolvência do devedor. E criando-se a hipótese de inexistência do débito, o sub-
rogatório poderá ajuizar ação de repetição de débito em face sub-rogante.

A afirmação III está correta, de acordo com o conteúdo disposto na súmula 464 do STJ, na qual a regra de
imputação de pagamento não se aplica às hipóteses de compensação tributária.

Súmula 464 STJ - A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica
às hipóteses de compensação tributária.

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital,
salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.

Analisando-se o Art. 354, temos que é direito do credor que a quitação parcial do débito imutado se dê,
primeiramente, na parcela tocante aos juros vencidos, salvo se for convencionado de forma diversa entre as
partes ou se houver quitação pelo capital.

A afirmação IV está incorreta, vide art. 369 do Código Civil.

Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

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Tem-se, com o Art. 369, que a liquidez da dívida não exige a menção expressa de seu valor no título, depende
somente que este título tenha sua existência confirmável, independente de processo de apuração. Nem
mesmo a contestação do devedor, em eventual ação judicial, compromete a liquidez da dívida.

Nas obrigações de coisa incerta, poderá somente haver a compensação se a escolha couber aos devedores
em ambas as obrigações. O vencimento da dívida pode se dar tanto pelo escoar do prazo quanto por um
vencimento antecipado.

A afirmação V correta, uma vez que está em concordância com o art.367 do CC.

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
ou extintas.

Analisando o Art. 367, temos que não há dúvida na possibilidade de novação de obrigações anuláveis, dada
a possibilidade de que sejam ratificadas pelo devedor, nos casos de defeito sanável. Quando ocorre a
novação de obrigações anuláveis, há uma confirmação de vínculo no ato, sendo desnecessário que as partes
deem uma declaração expressa sobre o fato.

Tratando-se das obrigações nulas ou extintas, a impossibilidade de novação decorre do caráter extintivo e
substitutivo do instituto em si. Nessas hipóteses, não há obrigação ser extinta e substituída, desta forma
não há como operar a extinção.

A alternativa D está correta, visto que traz as afirmações I, III e V.

Alternativas A, B, C e E incorretas, consequentemente.

28. (FCC / DPE-MA – 2018) No direito das obrigações, a novação


a) exige a inequívoca intenção de novar, mas ela pode ser expressa ou tácita.
b) somente se configura caso se refira a todos os elementos da obrigação anterior, pois inexiste novação
parcial.
c) é presumida diante da modificação unilateral da forma de cumprimento da obrigação originalmente
estatuída.
d) pode ser utilizada licitamente como meio de validar obrigações nulas ou extintas.
e) da obrigação principal não tem reflexos sobre as obrigações acessórias, tal como a fiança.

Comentários

A alternativa A está correta, uma vez que no direito das obrigações, a novação exige a inequívoca intenção
de novar, mas ela pode ser expressa o tácita.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
simplesmente a primeira.

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A intenção de novar é um dos requisitos da novação e pode ser expresso no instrumento, e também decorrer
das circunstâncias concretas. Se não há a intenção de novar, ocorre somente a confirmação da obrigação
original. Sendo assim, a novação nunca pode ser presumida, devendo sempre resultar da vontade expressa
das partes.

A alternativa B está incorreta, dado que, havendo a “previsão em contrário, autorizada pela própria lei,
haverá novação parcial.”, como dispõe o Art. 364:

Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens
dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.

O dispositivo decorre da regra que dispõe que o acessório segue o principal. Os acessórios e garantias
poderão ser mantidos na nova obrigação se houver a concordância de todos os envolvidos. Para as garantias
de terceiros permaneçam durante o processo de novação, deve haver a anuência expressa destes.

A alternativa C está incorreta, visto que é preciso que tenha o ânimo de novar para que ocorra a novação.
Assim, se somente uma das partes modificar o contrato, não estará caracterizada a novação.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma
simplesmente a primeira.

Tal intenção de novar é um dos requisitos da novação pois sem este há a mera confirmação da obrigação
original. Portanto, uma novação nunca pode ser presumida, devendo sempre ser resultado da vontade das
partes.

A alternativa D está incorreta, uma vez que a novação não pode ser usada como objeto de obrigações nulas
ou extintas.

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
ou extintas.

Se tratando da novação das obrigações anuláveis há uma confirmação automática do vínculo no ato da
novação. Mas, por sua vez, nas obrigações nulas ou extintas ocorre a impossibilidade da novação, qual
decorre do caráter extintivo: se a obrigação não irá existir, não há como ocorrer o processo de novação.

A alternativa E está incorreta, pois é fato que a novação tem reflexo sobre as obrigações acessórias: ela
extingue os acessórios e garantias da dívida.

Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em
contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens
dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.

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O artigo parte do princípio de que o acessório segue o principal. Os acessórios e garantias poderão ser
mantidos na nova obrigação se houver a concordância de todos os envolvidos. Para que as garantias de
terceiros permaneçam durante o processo de novação, deve haver a anuência expressa destes.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

29. (FCC / PGE-AP – 2018) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
a) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora e, sendo indivisível a obrigação,
todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar
integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota, contudo, a penalidade
deve se reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o
montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio
b) independentemente de culpa ou dolo, deixe de cumprir a obrigação e, sendo indivisível a obrigação, todos
os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena, todavia, o valor da sanção imposta na cláusula
penal não pode exceder o da obrigação principal.
c) independentemente de culpa ou dolo, deixe de cumprir a obrigação e, sendo solidária a obrigação, todos
os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena, todavia, o valor da soma imposta na cláusula
penal não pode exceder o da obrigação principal e a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz
se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
d) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora, e, quando se estipular a cláusula
penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do
credor, poderá exceder o valor da obrigação principal e o juiz não poderá reduzi-la.
e) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora e, se o prejuízo exceder ao previsto
na cláusula penal, independentemente de estipulação no contrato, o credor poderá exigir indenização
suplementar, até o montante do prejuízo e, neste caso, o juiz poderá reduzir o valor estabelecido a título de
pena contratual.

Comentários

A alternativa A está correta, conforme disposto nos arts. 408, 414 e 413 do Código Civil:

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

A cláusula penal é uma promessa condicionada e acessória, que impõe uma sanção econômica, seja em
dinheiro ou em outro bem que possa ser estimado financeiramente, à parte inadimplente de uma obrigação
principal. Ainda que seja comum que a estipulação seja feita em conjunto com a obrigação principal, nada
impede que seja feita a formalização de forma separada, desde que haja um valor fixo antes do
inadimplemento. Nos casos da obrigação indivisível, a pena pode ser aplicada até a quem não agiu com
culpa, que posteriormente terá direito à ação regressiva contra quem teve culpa. Conforme dispõe o art.
414.

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Por ser uma obrigação acessória, a clausula penal não se fixa na esfera contratual, podendo ser aplicada em
outras modalidades obrigacionais. O devedor que viola uma obrigação com termo para cumprimento
incorrerá na clausula penal.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a cláusula penal não é indivisível, dado que geralmente pode
ser estipulada financeiramente. Dado os fatos, cada devedor deverá ser responsável por sua quota parte.
Outrossim, se a cláusula penal contiver uma obrigação indivisível, a pena poderá ser cobrada de qualquer
um dos codevedores, ao qual caberá o devido direito de regresso contra o culpado pelo descumprimento.
Se o caso for de solidariedade entre os codevedores, aplica-se a legislação pertinente (arts. 264 a 685 do
Código civil), ficando, desta forma, todos os devedores responsáveis pela integralidade da cláusula penal.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.

O artigo em questão dispõe que o juiz o dever de reduzir de forma equitativa o valor da clausula penal em
caso de cumprimento parcial da obrigação pelo devedor ou quando o montante estipulado estiver em
excesso em relação à natureza e à finalidade do negócio. Entretanto, o juiz não deve agir de forma extrema
a ponto de escassear o valor da clausula civil, de forma que impossibilitaria o exercício de suas funções de
garantia e de liquidação prévia de perdas e danos.

A alternativa B está incorreta, dado que não é independente de culpa ou dolo, é culposamente.

Conforme dispõe o art. 408

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

A cláusula penal é uma promessa condicionada e acessória, que impõe uma sanção econômica, seja em
dinheiro ou em outro bem que possa ser estimado financeiramente, à parte inadimplente de uma obrigação
principal. Ainda que seja comum que a estipulação seja feita em conjunto com a obrigação principal, nada
impede que seja feita a formalização de forma separada, desde que haja um valor fixo antes do
inadimplemento. Nos casos da obrigação indivisível, a pena pode ser aplicada até a quem não agiu com
culpa, que posteriormente terá direito à ação regressiva contra quem teve culpa.

Por ser uma obrigação acessória, a clausula penal não se fixa na esfera contratual, podendo ser aplicada em
outras modalidades obrigacionais. O devedor que viola uma obrigação com termo para cumprimento
incorrerá na clausula penal. Conforme dispõe o art. 414:

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

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A alternativa C está incorreta, pois o termo a ser utilizado não é independente de culpa ou dolo, deve ser
culposo, de acordo com o Art. 408:

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

A obrigação também foi conceituada errada: não é solidária. É indivisível, e sendo assim, no caso todos
respondem, cada um com sua quota, e integralmente do culpado, cabendo ação regressiva dos não culpados.

Obrigação solidária: pelas perdas e danos só responde o culpado, de acordo com o art. 279 do Código Civil:
“Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo
de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.”

A alternativa D está incorreta, pois a cláusula penal não pode exceder o valor da obrigação principal.

E também o juiz tem o dever de reduzir a prestação da cláusula quando há o cumprimento parcial da
obrigação por parte do devedor, não dependendo de provocação para fazê-lo. As

A afirmação baseia-se também no Enunciado 356 do CJF, que dispõe: “Nas hipóteses previstas no art. 413
do Código Civil, o juiz deverá reduzir a cláusula penal de ofício.”

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.

A alternativa E está incorreta, pois o credor não pode exigir indenização suplementar se assim não for
convencionado, com base no que dispõe o Art. 416:

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Dado sua função assecuratória, a prova contrária que for produzida pelo devedor com o intuito de
demonstrar ausência de prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para sua exigibilidade,
basta que haja prova do descumprimento da obrigação garantida.

Em via de regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal,
dado que a primeira se configura alternativa do credor à segunda. No entanto, por não se tratar de matéria
de ordem pública podem as partes estipular de modo contrário, havendo a possibilidade de ser exigida a
compensação das perdas e danos incluso à cláusula penal. Se assim for, cabe ao credor demonstrar que o
valor estipulado na cláusula penal não é o suficiente para sanar todos os prejuízos causados pelo devedor.

30. (FCC / SEFAZ-SC – 2018) Em caso de inadimplemento da obrigação estabelecida em contrato de


doação pura e simples, o doador tem responsabilidade
a) quando houver caso fortuito ou força maior, no silêncio do contrato.

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b) apenas por conduta dolosa.


c) por conduta dolosa ou culposa, de qualquer grau.
d) apenas por conduta dolosa ou culposa, de grau grave.
e) nos mesmos termos da responsabilidade do donatário.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois se afasta a responsabilidade do contratante por aplicação do art. 393: “O
devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se
houver por eles responsabilizado”.

A alternativa B está correta, dado que o art. 392 (“Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o
contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos,
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei”) esclarece que o contratante a
quem o contrato não favoreça (no caso, o doador) responde apenas no caso de dolo.

A alternativa C está incorreta, igualmente, tendo em vista o supracitado art. 392, pois a culpa se aplica
apenas ao donatário.

A alternativa D está incorreta,

A alternativa E está incorreta, evidentemente, dada a previsão do art. 392, que distingue claramente a
responsabilidade do favorecido (donatário) e de quem não se favorece.

31. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) Marília celebrou com Cristiano, seu vizinho, contrato de compra e
venda de um piano, pelo qual ele lhe pagou a importância de R$ 1.000,00. No contrato, ajustaram que
Marília entregaria o piano a Cristiano em data certa. Antes da tradição da coisa, mas depois de vencido o
prazo para que ela fosse entregue a Cristiano, houve uma inesperada enchente, que inundou a casa de
Marília e destruiu o piano. De acordo com o Código Civil, Marília, que estava em mora,
a) não responde pela impossibilidade da prestação, eis que decorrente de caso fortuito.
b) responde pela impossibilidade da prestação, mesmo se provar isenção de culpa.
c) não responde pela impossibilidade da prestação, eis que decorrente de força maior.
d) responde pela impossibilidade da prestação, mesmo se provar que o dano sobreviria ainda que a
obrigação fosse oportunamente desempenhada.
e) responde pela impossibilidade da prestação, salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria
ainda que a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado o fato de que Marília estava em mora, sendo este o que atrai sua
responsabilização.

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A alternativa B está incorreta, pois a prova da isenção de culpa exonera Marilia de ter que dar uma
indenização para Cristiano.

A alternativa C está incorreta, pois há distinção do caso fortuito de força maior.

O caso fortuito é o evento que provém de um ato humano, sendo este imprevisível e inevitável, e impede o
cumprimento de uma obrigação, como a greve, por exemplo.

A força maior, por sua vez, é um evento previsível ou imprevisível, mas inevitável, e decorre das forças da
natureza, de acordo com Silvio de Salvo Venosa.

A alternativa D está incorreta, pois a prova da isenção de culpa exonera Marilia de ter que dar uma
indenização para Cristiano.

A alternativa E está correta, pois de acordo com a redação do art. 399: “O devedor em mora responde pela
impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se
estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando
a obrigação fosse oportunamente desempenhada”.

Com o artigo, temos que se o credor anuir com o levantamento do bem após a procedência do depósito,
este perde a preferência e garantia que se referirem ao objeto depositado. Nesse caso, há a necessidade de
concordância dos fiadores e codevedores, eis que estes poderão sofrer prejuízos com o eventual
levantamento do objeto cujo deposito já foi previamente autorizado pelo juiz. Caso concordem com o
levantamento, continuam responsáveis pela dívida. Caso não concordem ou não sejam ouvidor e a coisa seja
levantada, os fiadores e codevedores ficam livres da obrigação.

32. (FCC / TST – 2017) Abelardo celebrou contrato com a Papelaria P Ltda., por meio do qual aquele se
comprometeu a solicitar e comprar desta, pelo período de vinte meses, uma quantidade mensal de
quinhentas resmas de papel A4, razão pela qual o valor de cada resma tornou-se bastante convidativo
para o comprador, que utilizava o papel como matéria-prima para o seu exercício profissional. Restou
acordado, também, que, se o comprador deixasse de efetuar as compras mensais antes do término do
prazo avençado, teria que pagar multa correspondente a cinco mensalidades. Abelardo solicitou e
comprou as resmas por dezesseis meses, momento em que deixou de as requerer, rompendo o contrato.
A Papelaria P Ltda. ajuizou ação postulando o pagamento das cinco mensalidades previstas
contratualmente. Nesse caso hipotético, Abelardo
a) terá que pagar apenas quatro mensalidades, pois estas seriam as correspondentes para completar a
vigência total do contrato, independentemente do fornecimento de resmas pela Papelaria P Ltda.
b) fará jus à redução equitativa do montante da penalidade, em face da manutenção do equilíbrio da relação
contratual e tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
c) terá que pagar as cinco mensalidades contratualmente previstas, considerando que o valor da penalidade
não excede o valor da obrigação principal do contrato e que a autonomia da vontade autoriza a livre
estipulação da penalidade.
d) não precisará pagar o valor da penalidade, em face do adimplemento substancial do contrato.

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e) terá que pagar o valor correspondente ao preço de mercado equivalente a duas mil resmas.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado o fato de que a reponsabilidade principal foi cumprida, visto que o
contrato perdurou por dezesseis meses, e como expresso no art. 413 do CC: “ficará a cargo do juiz reduzir a
penalidade equitativamente, e determinar quantas mensalidades devem ser pagas.”

A segunda parte da alternativa evidência que é independente o fornecimento de ramas pela papelaria P Ltda,
no entretanto se Aberlado pagar os quatro meses que estão em falta, ele tem direito a mercadoria, visto que
ele terminou seu contrato.

Consiste como em dever do juiz e direito do devedor a aplicação dos princípios da função social do contrato,
da boa-fé objetiva e do equilíbrio econômico entre as prestações, os quais convivem harmonicamente com
a autonomia da vontade e o princípio pacta sunt servanda.

A alternativa B está correta, pois como expressa o Código Civil em seu art. 413, a penalidade deve ser
reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante
da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

Nessa hipótese considera-se justa pelo legislador a redução do montante da multa, compensatória ou
moratória quando ocorrer o cumprimento parcial da obrigação e excessividade da cláusula penal.

A disposição é de ordem pública, podendo a redução ser determinada de ofício pelo magistrado. O art. 413
não dispõe que a penalidade “poderá”, e sim que “deve” ser reduzida pelo juiz nas hipóteses mencionadas,
não havendo, portanto, o caráter facultativo da redução.

Tem se também a orientação da IV Jornada de Dir. Civil (STJ-CJF), Enunciado 356 o qual relata que nas
hipóteses previstas no art. 413 do Código Civil, o juiz deverá reduzir a cláusula penal de ofício.

Sendo assim, a redução equitativa do montante da cláusula penal só deve ocorrer ex officio na primeira
hipótese prevista no mencionado art. 413, ou seja, em caso de cumprimento parcial da obrigação. Se o
montante da penalidade for manifestamente excessivo, deve ser aberta a dilação probatória, tendo em vista
a necessidade de se apurar e analisar a natureza e a finalidade do negócio.

De acordo com os dispositivos supracitados, é verídico atestar que Aberlado fará jus à redução equitativa do
montante da penalidade, em face da manutenção de equilíbrio da relação contratual e tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.

A alternativa C está incorreta, dado que o contrato foi cumprido quase que em sua totalidade, e a multa
pela quebra contratual apresenta-se excessiva em face da quantidade de meses que restam para o
cumprimento do contrato portanto aferida nos termos do artigo 413 do CC, a penalidade deverá ser reduzida
razoavelmente para que obtenha-se equidade nos seus fins.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido
cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a
natureza e a finalidade do negócio.

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A alternativa D está incorreta, pois haverá o pagamento de penalidade, contudo esta penalidade fará jus à
redução equitativa do montante, ou seja, não serão pagas as cinco mensalidades, no entanto isso não
significa que a penalidade foi extinta, e sim reduzida.

A teoria do adimplemento substancial sustenta que não se deve considerar resolvida a obrigação quando a
atividade do devedor, embora não tenha sido perfeita ou não atingindo plenamente o fim proposto,
aproxima-se consideravelmente de seu resultado final, no caso mencionado aproxima-se do resultado final,
entretanto como exposto previamente no princípio supracitado não se deve considerar resolvida a atividade,
por isso não é correto afirmar que o devedor está suspenso de penalidades.

O credor fica impedido se rescindir o contrato, caso haja cumprimento da parte essencial da obrigação,
assumida pelo devedor, porém não perde o direito de obter o restante do crédito, podendo ajuizar ação de
cobrança para tanto. A perda do direito à resolução do contrato ocorre devido ao valor da penalidade (cinco
mensalidades) prevista contratualmente ser maior do que se o contrato fosse até o fim, como chegou
próximo ao fim, a anulação do pacto seria uma medida exagerada, desproporcional, ferindo assim a boa-fé
objetiva.

A alternativa E está incorreta, pois deve-se levar em conta que o contrato entre a papelaria e Abelardo se
trata de uma necessidade profissional, aonde o comprador utiliza-se do material obtido para exercício da
sua função, é incorreto afirmar que a valor a ser pago deve ser correspondente ao preço de mercado.
Incumbe ao juiz determinar o valor da cláusula penal, já que houve o cumprimento parcial da obrigação
contratual pelo devedor.

33. (FCC / TJ-SC – 2017) A cláusula penal


a) pode ter valor excedente ao da obrigação principal, ressalvado ao juiz reduzi-lo equitativamente.
b) incide de pleno direito, se o devedor, ainda que isento de culpa, deixar de cumprir a obrigação ou se
constituir-se em mora.
c) incide de pleno direito, se o devedor, culposamente, deixar de cumprir a obrigação ou se constituir-se em
mora.
d) exclui, sob pena de invalidade, qualquer estipulação que estabeleça indenização suplementar.
e) sendo indivisível a obrigação, implica que todos os devedores, caindo em falta um deles, serão
responsáveis, podendo o valor integral ser demandado de qualquer deles.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois o valor da multa contratual não pode ser excedente ao valor da obrigação
principal, de acordo com o Art. 412:

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.

Tal regra é fixada para evitar que a clausula penal se torne fonte de enriquecimento sem causa. A lógica é
evidente: se a cláusula penal contém uma presunção absoluta de dano, ou seja, é devida ainda que não exista
prejuízos, seu valor não pode exceder ao da obrigação principal. Se assim fosse, haveria uma autorização do
Código Civil ao enriquecimento injustificado do credor.

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A alternativa B está incorreta, dado que incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que
culposamente. E a alternativa alude ainda que isento de culpa.

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

A cláusula penal é uma promessa condicionada e acessória, que impõe uma sanção econômica, seja em
dinheiro ou em outro bem que possa ser estimado financeiramente, à parte inadimplente de uma obrigação
principal. Ainda que seja comum que a estipulação seja feita em conjunto com a obrigação principal, nada
impede que seja feita a formalização de forma separada, desde que haja um valor fixo antes do
inadimplemento. Nos casos da obrigação indivisível, a pena pode ser aplicada até a quem não agiu com
culpa, que posteriormente terá direito à ação regressiva contra quem teve culpa.

Por ser uma obrigação acessória, a clausula penal não se fixa na esfera contratual, podendo ser aplicada em
outras modalidades obrigacionais. O devedor que viola uma obrigação com termo para cumprimento
incorrerá na clausula penal.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

A alternativa C está correta, pois sua redação está em harmonia com a do art. 408 do Código Civil, que
dispõe:

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

A alternativa D está incorreta, dado que se tiver sido convencionado, a pena vale como o mínimo de
indenização e cabe ao credor provar o prejuízo excedente, de acordo com o art. 416, parágrafo único, do
Código Civil:

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

A alternativa E está incorreta, pois se a obrigação for indivisível, todos os devedores incorrerão na pena,
contudo só poderá demandar integramente do culpado ou seja não é permitido que o valor integral seja
demandado sobre qualquer um deles.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na
pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros
somente pela sua quota.

Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação
da pena.

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Neste artigo, parte-se do pressuposto de que a cláusula penal não é indivisível, dado que geralmente pode
ser estipulada financeiramente. Dado os fatos, cada devedor deverá ser responsável por sua quota parte.
Outrossim, se a cláusula penal contiver uma obrigação indivisível, a pena poderá ser cobrada de qualquer
um dos codevedores, ao qual caberá o devido direito de regresso contra o culpado pelo descumprimento.
Se o caso for de solidariedade entre os codevedores, aplica-se a legislação pertinente (arts. 264 a 685 do
Código civil), ficando, desta forma, todos os devedores responsáveis pela integralidade da cláusula penal.

34. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre a cláusula penal no caso de inadimplemento das obrigações,
à luz do Código Civil, é INCORRETO afirmar:
a) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.
b) Sendo indivisível a obrigação, caindo em falta um dos devedores, a pena poderá ser exigida apenas do
culpado, isentados os demais devedores.
c) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação pode referir-se à alguma cláusula especial da
obrigação.
d) Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-
se-á em alternativa a benefício do credor.
e) Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Comentários

A alternativa A está correta, literalidade do art. 408 do Código Civil, que rege:

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.

Conceituando-se, a cláusula penal é uma promessa condicionada e acessória, que impõe uma sanção
econômica, seja em dinheiro ou em outro bem que possa ser estimado financeiramente, à parte
inadimplente de uma obrigação principal. Ainda que seja comum que a estipulação seja feita em conjunto
com a obrigação principal, nada impede que seja feita a formalização de forma separada, desde que haja um
valor fixo antes do inadimplemento. Nos casos da obrigação indivisível, a pena pode ser aplicada até a quem
não agiu com culpa, que posteriormente terá direito à ação regressiva contra quem teve culpa.

Por ser uma obrigação acessória, a clausula penal não se fixa na esfera contratual, podendo ser aplicada em
outras modalidades obrigacionais. O devedor que viola uma obrigação com termo para cumprimento
incorrerá na clausula penal.

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

A alternativa B está incorreta, uma vez que se indivisível a obrigação todos os devedores, caindo em falta
um deles incorrerão na pena.

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Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação
da pena.

A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível de divisão,
por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante de negócio jurídico. Se
havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. O
devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.

A alternativa C está correta, vide art. 409: A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou
em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou
simplesmente à mora.

A alternativa D está correta, mesma redação do art. 410 do Código Civil.

Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta
converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

Trata-se de uma cláusula penal compensatória, em que o credor escolhe exigir a prestação devida ou o valor
da cláusula penal. A escolha por uma exclui a possibilidade de se exigir a outra sob pena de enriquecimento
injustificado. Ela corresponde à fixação antecipada de eventuais prejuízos. Como ensina Washington de
Barros Monteiro sua utilidade prática repousa na predeterminação das perdas e danos. O credor se isenta
de provar o valor do dano.

A alternativa E está correta, conforme regra estabelecida no art. 416 do Código Civil.

Art. 416. Para se exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo de
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Dada a função assecuratória da prova contrária, esta não pode ser produzida pelo devedor que queira
apontar a ausência de prejuízos do credor, não ilidindo a aplicação da cláusula penal. Para que ocorra a
exigência do cumprimento da cláusula, basta que haja prova do descumprimento da obrigação garantida.
Em via de regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal,
dado que a primeira se configura alternativa do credor à segunda. No entanto, não se tratando de matéria
de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, criando a possibilidade de serem exigidas
as perdas e danos adicionais na clausula penal compensatória, devendo o credor demonstrar que somente
o valor da clausula não supre os prejuízos que obteve com o descumprimento da obrigação.

ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

35. (FCC / SEFAZ-PI – 2015) Com relação à inexecução das obrigações, de acordo com o Código Civil,

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a) O devedor responde pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior se por eles houver
expressamente se responsabilizado.
b) Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo correção monetária mas não
juros nem honorários de advogado.
c) Nos contratos onerosos, as partes respondem apenas em caso de culpa, sem exceção.
d) Nos contratos benéficos, responde apenas por dolo o contratante a quem o contrato aproveita.
e) Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo juros e correção monetária
porém não honorários de advogado.

Comentários

A alternativa A está correta, pois está em conformidade com a redação do art. 393, que rege:

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.

A alternativa B está incorreta, pois de acordo com o Art. 389: uma vez que não cumprida a obrigação,
responde também por juros e pelos honorário do advogado.

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

A alternativa C está incorreta, dado que a parte final do art. 392 estabelece uma exceção para o caso:

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite,
e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa,
salvo as exceções previstas em lei.

O dispositivo distingue o comportamento doloso do culposo, ao impor o dever de indenizar apenas ao


devedor que descumpre contrato benéfico de que não seja favorecido, de forma dolosa.

A alternativa D está incorreta, uma vez que o art. 392 estipula que nos contratos benéficos, reponde por
simples culpa e não apenas dolo.

De acordo com o Código Civil:

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite,
e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa,
salvo as exceções previstas em lei.

O artigo apresenta uma distinção no comportamento doloso do culposo, ao impor o dever de indenizar
apenas ao devedor que descumpre contrato benéfico de que não seja favorecido, de forma dolosa.

A alternativa E está incorreta, o devedor responde também pelos honorários de advogado, pois de acordo
com o Código Civil:

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Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

36. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação ao pagamento indevido,


a) se aquele que tiver recebido indevidamente um imóvel o tiver alienado em boa-fé, gratuitamente,
responde somente pela quantia recebida; mas, se o alienou onerosamente ainda que de boa-fé, além do
valor do imóvel responde por perdas e danos.
b) àquele que voluntariamente recebeu o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro ou dolo.
c) não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral ou proibido por lei;
nesse caso, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência a critério do juiz.
d) pode-se repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, mas não o valor pago para cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
e) todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
também àquele que recebe dívida condicional, antes ou após cumprida a condição.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois, mesmo que em boa-fé, o título oneroso responde somente pela quantia
recebida e se agiu de má-fé além do valor do imóvel responde por danos e perdas, como dispõe o Art. 879:

Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, por título oneroso,
responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde por
perdas e danos.

De acordo com o dispositivo, quando a obrigação consiste na transferência da propriedade de bem imóvel e
o cumprimento dela é feito com erro, configurando pagamento indevido e o enriquecedor pode requerer a
repetição do indébito.

A alternativa B está incorreta, pois àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo
feito apenas por erro, e alternativa menciona erro e dolo.

Art. 877 - Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.

O pagamento indevido é uma espécie de enriquecimento seu causa, exigindo para sua configuração que haja
o enriquecimento de uma pessoa e o prejuízo evidente de outra, bem como seja injustificável a atribuição
de patrimônio da parte enriquecida.

A alternativa C está correta, pois sua redação está em conformidade com o conteúdo expresso no art. 883
do Código Civil, que dispõe:

Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido
por lei. Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de
beneficência, a critério do juiz.

A alternativa D está incorreta, pois não pode ser repetido o que se pagou para solver dívida prescrita, como
dispõe o Art. 882:

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Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.

Não se caracteriza como pagamento indevido aquele que se faz para solver obrigação natural. São
obrigações naturais as dívidas de jogo e de aposta, pois são judicialmente inexigíveis.

A alternativa E está incorreta, pois incumbe àquele que recebe dívida antes de cumprida a obrigação. Sendo
errado afirmar antes ou após, como expresso na alternativa.

Baseando-se no Código Civil, temos que:

Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.

O pagamento indevido é o realizado por erro de quem supõe a existência de uma obrigação inexistente,
sendo indevido nos casos de desacordo sobre a causa, ilicitude e pagamento realizado anterior à realização
da condição suspensiva.

37. (FCC / TJ-AL – 2015) Um agricultor encontrou um carneiro perdido depois de evadir do aprisco e
recusando-se as autoridades a abrigá-lo, passou a alimentá-lo e dele cuidar. Passados seis meses, o dono,
descobrindo seu paradeiro, foi buscá-lo, sendo-lhe imediatamente entregue, porém cobrado das despesas
comprovadamente realizadas, por quem o encontrara. Nesse caso, o dono do carneiro
a) apenas terá de pagar uma recompensa a seu critério, mas não as despesas.
b) nada terá de pagar ao agricultor, porque a hipótese configura obrigação natural, cujo ressarcimento não
pode ser coercitivamente exigido.
c) deverá ressarcir o agricultor das despesas que teve, porque houve gestão de negócio, que não se presume
gratuita.
d) deverá pagar ao agricultor as despesas que teve, e este poderá cobrá-las com fundamento na vedação de
enriquecimento sem causa.
e) só terá de ressarcir o agricultor, se houver feito publicamente promessa de recompensa.

Comentários

A alternativa A está incorreta, porque o dono do carneiro deverá pagar ao agricultor as despesas.

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

O enriquecimento sem causa é o fato gerado pelo enriquecimento de alguém em face do empobrecimento
da outra parte, sem uma causa justificadora da atribuição patrimonial.

A alternativa B está incorreta, uma vez que o dono do carneiro deverá pagar pelas despesas. Vide art.844
do CC, que dispõe:

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Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente
auferido, feita a atualização dos valores monetários.

De acordo com o dispositivo, temos o conceito de enriquecimento sem causa, que configura o
enriquecimento de alguém em face do empobrecimento de outro alguém, sem comprovação do porquê do
seu aumento patrimonial.

A alternativa C está incorreta, dado que além de não ser o caso de gestão de negócio, ainda há a afirmativa
de que a gestão de negócio "não se presume gratuita", sendo errônea.

De acordo com a doutrina de Tartuce: "a posição do gestor é delicada, pois, além de não ter direito a
qualquer remuneração pela atuação (negócio jurídico benévolo), deve agir conforme a vontade presumível
do dono do negócio, sob pena de responsabilização civil (art. 861 do CC)".

A alternativa D está correta, dado o fato de que o dono do carneiro deverá pagar ao agricultor as despesas
que teve, e este poderá cobrá-las com fundamento na vedação de enriquecimento sem causa, como disposto
pelo Art. 884 do Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

A alternativa E está incorreta, uma vez que deve ressarcir pelas despesas, não por uma recompensa.

38. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) A ação de restituição por enriquecimento sem causa
a) é cabível para repetir o que se pagou para solver dívida prescrita.
b) tem os mesmos requisitos da ação de restituição por pagamento indevido.
c) é cabível quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas não é cabível quando esta
deixou de existir.
d) não é cabível, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.
e) não pode ter por objeto a restituição de coisa determinada, mas somente quantia em dinheiro.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado o fato de que não é cabível ação de restituição por enriquecimento sem
causa, no caso de pagamento de dívida prescrita, pelo fato de existir causa jurídica. A dívida prescrita não
deixa de existir, e sendo assim, há uma causa jurídica, um débito, no entanto, ocorre a prescrição, a obrigação
torna-se judicialmente inexigível. Assim permanece o débito, mas não existe a responsabilidade. Como
disposto pelos arts. 882 e 884 do Código Civil:

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente
inexigível.

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

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A alternativa B está incorreta, pois o pagamento indevido é uma espécie de enriquecimento sem causa, com
requisitos a mais para configurá-lo, como o pagamento voluntário e a realizado por erro, como disposto pelo
Art. 887:

Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incube a prova de tê-lo feito por erro.

A alternativa C está incorreta, dado o fato de que a restituição por enriquecimento sem causa também é
cabível se este deixou de existir, de acordo com o Art. 885 do Código Civil:

Art. 885. A restituição é devida não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas
também se esta deixou de existir.

A alternativa D está correta, pois é característica da ação de restituição por enriquecimento sem causa.

A ação de restituição por enriquecimento sem causa não é cabível, se a lei conferir ao lesado outros meios
para se ressarcir do prejuízo sofrido.

De acordo como Código Civil:

Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se
ressarcir do prejuízo sofrido.

A alternativa E está incorreta, pois o enriquecimento pode ter por objeto a coisa determinada, de acordo
com o art. 884 do Código Civil:
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a
restitui-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.

39. (FCC / TRT - 18ª REGIÃO – 2014) Em relação ao enriquecimento sem causa, examine o quanto segue:

I. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

II. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-
la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi
exigido.

III. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento,
mas também se esta deixou de existir.

IV. Caberá a restituição por enriquecimento, ainda que a lei confira ao lesado outros meios para se
ressarcir do prejuízo sofrido.

Está correto o que consta APENAS em


a) I, III e IV.

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b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e III.
e) I e III.

Comentários

O item I está correto, literalidade do art.884.

De acordo como Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

O item II está correto, conforme o art.884 Parágrafo Único.

De acordo como Código Civil:

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a
restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.

O item III está correto, em concordância com o art.855.

De acordo como Código Civil:

Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas
também se esta deixou de existir.

O item IV está incorreto, uma vez que não caberá a restituição por enriquecimento se a lei conferir ao lesado
outros meios.

De acordo como Código Civil:

Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se
ressarcir do prejuízo sofrido.

A alternativa D está correta.

As alternativas A, B, C e E estão incorretas, consequentemente.

FGV

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

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40. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR-BA – 2018) Carlos, devedor de Paula, oferece à sua credora, na data
prevista para o pagamento, o automóvel XYZ para solver a dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Paula
aceita a oferta, mas, após 60 (sessenta) dias da tradição e registro da transferência do veículo na autarquia
de trânsito, o bem veio a ser apreendido pela autoridade policial.

No dia seguinte, Paula descobriu que, após o registro da transferência, a autarquia de trânsito recebeu
ordem judicial de apreensão do veículo, por força de sentença transitada em julgado que reconhecera ser
Joaquim o proprietário do automóvel.

Diante desses fatos, Paula faz jus:

a) à indenização a ser paga por Joaquim, que corresponderá ao valor da dívida extinta;

b) ao valor da dívida, acrescida de juros legais incidentes a partir da data da perda do bem, a ser cobrada de
Carlos;

c) à retenção do veículo, até recebimento da indenização pelo valor do veículo, a ser paga por Carlos ou
Joaquim;

d) ao pagamento do valor da dívida por Carlos, acrescido dos encargos moratórios a partir do vencimento;

e) a reaver o valor da dívida de Carlos, sob pena de enriquecimento sem causa do ex-devedor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que Paula faz jus ao pagamento do valor da dívida por Carlos, acrescido
dos encargos moratórios a partir do vencimento, e não à indenização a ser paga por Joaquim, que
corresponderia ao valor da dívida extinta, conforme disposto pelo Art. 359 do CC:

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

A alternativa B está incorreta, pois Paula não faz jus ao valor da dívida acrescidos de juros incidentes a partir
da data do bem, e sim de tal valor acrescido de encargos moratórios, de acordo com o que dispõe o Art. 359
do CC:

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

A alternativa C está incorreta, dado que Paula não dispõe da possibilidade de reter o veículo até o
recebimento da indenização, e sim do direito de recebimento do valor da dívida, com acréscimo dos encargos
moratórios, sendo estes contados a partir da data de vencimento, conforme dispõe o Art. 359 do CC:

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

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A alternativa D está correta, pois caso em questão trata da dação em pagamento, na qual o credor aceita
receber coisa diversa da que lhe é devida. E ocorre também a evicção, sendo esta a perda da coisa que foi
dada como pagamento. Como base para questão, dispõe o art. 359 do CC/02 que:

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

O artigo supracitado dispõe que quando ocorre a anulação da quitação, é reestabelecida toda a obrigação
primitiva, incluindo no que diz respeito às suas garantias. Tanto a evicção total quanto a parcial têm a
qualidade de anular por inteiro a quitação conferida ao débito.

A evicção se trata de uma garantia legal ofertada ao adquirente, já que se ele vier a perder a propriedade, a
posse ou o uso em razão de uma decisão judicial ou de um ato administrativo, que reconheça tal direito à
terceiro, possa ele recobrar de quem lhe transferiu esse domínio, ou que pagou pela coisa. No caso de ser o
contrato oneroso, o alienante responde pela evicção. Tal garantia subsiste ainda que a aquisição se tenha
realizado em hasta pública.

A alternativa E está incorreta, dado que Paula não terá o direito de reaver somente o valor da dívida, e sim
de tal valor acrescido dos encargos moratórios, sendo este contado a partir da data do vencimento, sendo
que também Carlos não se torna um “ex-devedor”, dado que na evicção ocorrida na dação em pagamento a
dívida é reestabelecida, e não extinta, conforme dispõe o Art. 359 do CC:

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

41. (FGV / MPE-AL – 2018) Josimar, pecuarista, adquiriu dos irmãos Alberto e Rodrigo, um touro
reprodutor. Por conveniência das partes, o preço foi antecipadamente pago, fixaram data para a entrega
do animal e, na hipótese de perecimento do touro, uma multa de 10% sobre o valor adiantado. No dia de
entrega do animal, Rodrigo, ao conduzir o veículo de transporte, empreende manobra arriscada onde não
era possível ultrapassar e, ao sair da pista, tomba com o veículo, vindo a falecer o touro. Rodrigo sobrevive.
Diante desta situação, Josimar faz jus

a) à cláusula penal convencionada, apenas, que deverá ser rateada pelos irmãos.

b) ao valor antecipado e à multa, que serão rateados pelos vendedores, cabendo a Alberto o regresso dos
valores.

c) ao valor antecipado, devido por qualquer dos irmãos e à multa, devida apenas por Rodrigo.

d) à multa, devida por inteiro por Alberto e Rodrigo e ao preço por eles rateado.

e) ao preço, rateado pelos vendedores e à multa, devida em sua integralidade por Rodrigo e na metade, por
Alberto.

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Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que Josimar faz jus ao preço, sendo este rateado pelos vendedores, bem
como à multa, devida em sua integralidade por Rodrigo e na metade por Alberto e não à clausula penal
convencionada, conforme dispõe o Art. 414 do CC:

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

Considera-se do dispositivo supracitado que a clausula penal é indivisível, dado que em geral é estipulada
em pecúnia (dinheiro). Por assim ser, cada um dos codevedores deve ser responsável por sua quota-parte.
Porém, caso se trate de uma cláusula penal que contenha uma obrigação indivisível, a pena poderá ser
cobrada de qualquer um dos codevedores, ao qual caberá o devido direito de regresso contra o culpado pelo
descumprimento.

A alternativa B está incorreta, pois Josimar faz jus ao direito do recebimento do preço, rateado pelos
devedores, e à multa em sua integralidade, e não ao valor antecipado, sendo o pagamento de
responsabilidade integral por Rodrigo e em sua metade por Alberto.

A alternativa C está incorreta, dado que Josimar não faz jus ao valor antecipado, e sim ao preço que for
rateado pelos devedores, e não apenas Rodrigo é devedor, sendo Rodrigo o devedor integral e Alberto o
devedor parcial (da metade).

A alternativa D está incorreta, pois Josimar não dispõe apenas do direito à multa, e sim do direito ao preço,
sendo de fato rateado pelos devedores, mas sendo Rodrigo o devedor integral e Alberto respondendo pela
metade.

A alternativa E está correta, dado que Josimar dispõe do direito do recebimento ao preço que for rateado
pelos vendedores, bem como o direito de recebimento da multa, sendo cobrada de forma integral de Rodrigo
e de forma parcial de Alberto, tendo como base o disposto pelo art. 414 do CC:

Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena;
mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela
sua quota.

Para melhor entendimento acerca do dispositivo, pode-se dizer que o pressuposto tido para a firmação do
artigo é que a clausula penal é indivisível, dado que em geral é estipulada em pecúnia (dinheiro). Portanto,
cada um dos codevedores deve ser responsável por sua quota-parte. Porém, caso se trate de uma cláusula
penal que contenha uma obrigação indivisível, a pena poderá ser cobrada de qualquer um dos codevedores,
ao qual caberá o devido direito de regresso contra o culpado pelo descumprimento.

Se o caso for de solidariedade entre os codevedores, será aplicado o regramento pertinente, disposto pelo
Código Civil, ficando, se assim for, todos os devedores responsáveis pela integralidade da cláusula penal.

42. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Médici celebra contrato de comissão com Borracharia Seringueiras Ltda.
com prazo de três anos, fixando-se uma comissão anual no valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais)

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em favor do comissário. O contrato contém cláusula de exclusividade que impede Médici de atuar como
comissário para qualquer concorrente de Borracharia Seringueiras Ltda., bem como cláusula penal que
estipula o pagamento de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) para o descumprimento contratual, não
prevendo direito à indenização suplementar.

Durante o segundo ano de vigência do contrato, Médici recebe proposta para atuar como comissário de
sociedade concorrente de Borracharia Seringueiras Ltda. A concorrente oferece expressamente o quádruplo
do valor anual pago a Médici, que aceita a proposta, descumprindo a cláusula de exclusividade. Pelo
descumprimento, Médici paga à Borracharia Seringueiras Ltda. o montante estipulado de R$ 700.000,00.

Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.

a) Se o prejuízo exceder o previsto na cláusula penal, pode a Borracharia Seringueiras Ltda. exigir indenização
suplementar de Médici, mesmo não tendo sido convencionado.

b) Ainda que o prejuízo exceda o previsto na cláusula penal, não pode a Borracharia Seringueiras Ltda. exigir
indenização suplementar de Médici, porque assim não foi convencionado.

c) A cláusula penal é o limite máximo indenizatório pré-fixado; portanto, a Borracharia Seringueiras Ltda. não
poderia exigir indenização suplementar de Médici, ainda que o prejuízo superior tivesse sido demonstrado
e convencionado.

d) A cláusula penal é o limite mínimo indenizatório pré-fixado; portanto, para a Borracharia Seringueiras
Ltda. exigir a pena convencional, é necessário que alegue prejuízo.

e) Como foi estipulada a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, e a prestação
pode ser superior ao prejuízo pré-fixado, com ou sem convenção, a obrigação se converte em alternativa em
benefício de Médici.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que mesmo que o prejuízo tenha excedido o valor previsto na cláusula
penal, a Borracharia Seringueiras não poderia exigir a indenização suplementar de Médici se esta não foi
convencionada, conforme dispõe o Art. 416 do CC:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Para melhor entendimento, considera-se a cláusula penal como sendo uma obrigação acessória em que se
estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da obrigação principal ou o retardamento de
seu cumprimento. Evidencia-se que também é denominada pena convencional ou multa contratual. É
inserida nos contratos em geral e pode também nos negócios jurídicos unilaterais, como o testamento.
Embora geralmente seja fixada em dinheiro, algumas vezes, toma outra forma, como a entrega de uma coisa,
a abstenção de um fato ou a perda de algum benefício. A cláusula penal tem, portanto, dupla função, atua
como meio de coerção (intimidação), para compelir o devedor a cumprir a obrigação e, assim, não ter de

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pagá-la; e ainda, como prefixação das perdas e danos (ressarcimento) devidos em razão do inadimplemento
do contrato.

A alternativa B está correta, visto que com a estipulação da cláusula penal, expressam os contratantes a
intenção de se livrar dos incômodos da comprovação dos prejuízos e de sua liquidação. Basta ao credor
provar o inadimplemento, ficando dispensado da prova do prejuízo, conforme dispõe o caput do Art. 416.:
“Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.”

Já o parágrafo único do mesmo artigo estabelece que “ainda que o prejuízo exceda ao do previsto na
cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver
sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente”.

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

A alternativa C está incorreta, visto que no caso de ter sido convencionada uma cláusula penal
compensatória, esta se faz exigível, conforme dispõe o parágrafo único do Art. 416 do CC:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

A alternativa D está incorreta, dado que não é necessária a alegação de prejuízo por parte do credor para
que seja exigida uma pena convencional, conforme dispõe o Art. 416 do CC:

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

A pena convencional citada no artigo é um pacto acessório, portanto inserta no contrato, através da qual se
estipulam penas ou multas contra a parte que retardou ou deixou de cumprir a obrigação a que se
comprometeu. Sendo assim, considera-se como cláusula penal a cláusula imposta para a segurança e
garantia da execução ou cumprimento de uma obrigação principal, ajustada no contrato. É tida como meio
coercitivo para que o devedor tenha interesse em cumprir a obrigação.

A cláusula penal pode referir-se à inexecução completa ou incompleta ou simplesmente à mora e,


geralmente, é recíproca, visando garantir ambas as partes.

Em regra, prevalece o princípio da liberdade de contratar para as partes, ou seja, podem estipular valores e
o objeto da pena, seja dinheiro, coisas, fatos ou abstenções, no entanto essa liberdade sofre algumas
restrições quando a penalidade for excessiva ou exceder o valor da obrigação principal ou quando o devedor
tiver cumprido parcialmente a obrigação.

A alternativa E está incorreta, dado que quando ocorre o total inadimplemento da obrigação, esta será
convertida em uma alternativa a benefício do credor, e não poderá ser superior ao juízo pré fixado não sendo
assim convencionado, conforme disposto pelos Arts. 410 e 416 do CC:

Art. 410. Quando se estipula a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação esta
converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

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Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

43. (FGV / TRT - 12ª REGIÃO – 2017) Ingrid havia prometido entregar a Graziela um automóvel usado
em determinada data. Ocorre que, por motivo não revelado, Ingrid não possuía o veículo na data que havia
sido acertada e, assim, propôs entregar 3 motocicletas novas em substituição ao automóvel, com o que
Graziela concordou. A hipótese retrata, de acordo com o Código Civil, o seguinte fenômeno jurídico:

a) compensação;

b) sub-rogação;

c) dação em pagamento;

d) remissão;

e) transação

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que o ocorrido no caso não é a compensação, e sim a dação em
pagamento.

Para melhor entendimento, considera-se a compensação como sendo a extinção de duas obrigações, cujos
credores são ao mesmo tempo devedores um do outro. Pode-se a compensação ser dividida em três formas:
a legal, a convencional e a judicial. Respectivamente, uma se opera em pleno direito e sem a interferência
das partes, a outra tem origem na autonomia privada e na vontade das partes e a última ocorre por meio de
reconvenção, quando a ação do autor propõe o réu uma outra ação ao encontro da que lhe é intentada.

Por sua vez, a dação em pagamento é um acordo convencionado entre credor e devedor, onde o credor pode
consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Quando ocorre desta forma, o credor não é
obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, mesmo que esta seja mais valiosa.

A alternativa B está incorreta, pois o ocorrido no caso não foi a sub-rogação, e sim a dação em pagamento.

Para melhor diferenciar, considera-se a sub-rogação como sendo o instrumento utilizado para se efetuar o
pagamento de uma dívida, substituindo-se o sujeito da obrigação, mas sem extingui-la, dado que a dívida
será considerada extinta somente em face do antigo credor, mas seguem permanentes os direitos
obrigacionais do novo titular do crédito.

A alternativa C está correta, dado que o fenômeno ocorrido no caso foi a dação em pagamento, que é
disposto pelo Código Civil da seguinte forma:

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.

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Ocorre a dação em pagamento quando o devedor, com a anuência do credor, entrega, como pagamento,
prestação diversa da que foi acordada. A dação em pagamento pode então ser corretamente definida como
um acordo entre o credor e o devedor, com o objetivo de extinguir a obrigação, no qual consente o credor
em receber coisa diversa da devida, em substituição à prestação que lhe era originalmente objeto do pacto.

Conforme o disposto pelo artigo, considera-se que, havendo o consentimento do credor, pode ocorrer a
substituição da coisa a ser entregue por outra, por meio da transferência de propriedade de um bem móvel
ou imóvel. Esse negócio, sendo de caráter translativo oneroso, exige uma dupla capacidade das partes: a
capacidade de dispor da coisa pelo devedor e a capacidade de dar consentimento necessário para a
substituição da coisa a ser entregue pelo credor. A coisa a ser entregue pelo credor pode ser um bem móvel
ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo, ou um direito. A coisa que for dada em pagamento deve ser existente
no momento, e se for versado sobre o compromisso de entregar algo no futuro é criada uma nova obrigação,
sendo configurada a novação da dívida no caso de a obrigação original ser extinta e substituída. A coisa
também pode se dar pela substituição de uma coisa por dinheiro, de uma coisa por outra coisa, de uma coisa
por um fato, de um fato por um outro fato, etc.

A dação em pagamento pode referir-se apenas à quitação parcial da dívida.

A alternativa D está incorreta, pois não é a remissão que ocorre no caso, e sim a dação em pagamento.

Para fazer-se a diferenciação, temos que a remissão é tida como uma forma de extinção da obrigação,
implicando na extinção da relação obrigacional por meio do perdão. O credor perdoa o devedor do que é
devido e a obrigação se extingue. Pode ocorrer de duas formas, sendo parcial ou total: a remissão parcial
ocorre quando apenas por uma parte da dívida, já a total se perdoa a dívida em sua forma integral.

Por sua vez, a dação em pagamento é o que ocorre quando o credor aceita que o devedor dê fim à relação
de obrigação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o
pagamento na forma de algo que não estava originalmente na obrigação estabelecida, mas que extingue-a
da mesma forma.

A alternativa E está incorreta, dado que no caso não ocorre a transação, e sim a dação em pagamento.

Para melhor diferenciar, considera-se que a transação é um negócio jurídico onde os interessados previnem
ou terminam litígio mediante concessões recíprocas. A obrigatoriedade da transação flui do acordo de
vontades expedido com o fito de extinguir as relações obrigacionais controvertidas anteriormente.

Por sua vez, a dação em pagamento ocorre com o consentimento do credor em receber coisa diversa da
prestação que lhe é devida. Sendo assim, é um acordo liberatório, realizado entre devedor e credor, no qual
este último consente na entrega de uma coisa diversa da avençada. Portanto, seu objeto pode ser de
qualquer natureza: bem móvel ou imóvel, fatos e abstenções. Ou seja, a prestação em dinheiro é substituída
pela entrega de um objeto que o credor não recebe por preço certo e determinado.

VUNESP

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

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44. (VUNESP - Prefeitura de São Roque - SP – Advogado 2020) Acerca do pagamento das obrigações,
assinale a alternativa correta.

a) O terceiro não interessado pode pagar a dívida se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição
deste, e se pagar a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-
roga nos direitos do credor.

b) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor; se
o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele
oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de
novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

c) É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas e são nulas as convenções de


pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta
e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.

d) Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou


se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias, e, se designados dois ou mais
lugares, cabe ao devedor escolher entre eles.

e) Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato, no caso
de falência do devedor, recuperação judicial ou estado notório de insolvência.

Comentários

A alternativa A está correta, dado que, de fato, o terceiro não interessado pode pagar a dívida se o fizer em
nome e à conta do devedor, salvo oposição deste, e se pagar a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Dispõe desta forma o Art. 305 do
CC:

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Considera-se, conforme o artigo supracitado, que o terceiro não interessado que paga uma obrigação devida
pelo devedor não se sub-roga na posição do credor original. Ocorrendo desta forma, há apenas o direito de
o terceiro pleitear o reembolso do que foi despendido para pagar a dívida do devedor, pois, de modo
contrário, haveria o enriquecimento sem causa do devedor. No caso de o terceiro não interessado realizar o
pagamento da dívida antes de estar vencida, deverá esperar o vencimento para que o reembolso seja
cobrado.

A sub-rogação configura-se quando a dívida de alguém é paga por um terceiro que adquire o crédito e satisfaz
o credor, mas não extingue a dívida e nem libera o devedor, que passa a dever a esse terceiro.

A alternativa B está incorreta, pois o pagamento que for efetuado de boa-fé ao credor putativo é válido,
mesmo que seja provado depois que não era credor. Dispõe desta forma o Art. 309 do CC:

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Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

O credor putativo é aquele que tem, diante de todos, a aparência de ser o titular do crédito. O pagamento
que for feito a este credor putativo, havendo boa-fé do devedor, é eficaz e exonera o devedor. Sendo assim,
o credor original não poderá exigir a prestação do devedor nem mesmo nos casos em que demonstre em
juízo sua qualidade de titular do crédito.

A alternativa C está incorreta, visto que são nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados
os casos previstos na legislação especial. Conforme disposto pelo Art. 318 do CC:

Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para
compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação
especial.

Ainda, não é ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

Considera-se que o pagamento em dinheiro deve ser realizado na moeda do local em que a obrigação for
cumprida, por via de regra.

A nulidade do ato ocorre sempre que este for exercido por meio da violação da lei, a ordem pública, bons
costumes ou com inobservância da forma legal, mesmo que reúna os elementos que configuram sua
existência.

A alternativa D está incorreta, dado que se designados dois ou mais lugares, cabe ao credor, e não ao
devedor, escolher entre eles. Dispõe deste modo o Parágrafo único do Art. 327 do CC:

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem


diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Podem as partes convencionarem o local de cumprimento da obrigação. No caso de não haver tal convenção,
é presumido que o cumprimento será feito no domicílio do devedor, exceto se houverem circunstâncias que
indiquem a renúncia deste direito. No caso de as partes terem adotado mais de um local para o cumprimento
da obrigação, o credor é quem deverá optar entre os locais dispostos.

A alternativa E está incorreta, pois ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo
estipulado no contrato, somente nos casos dispostos pelos incisos do Art. 333 do CC:

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou
marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;

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III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor,


intimado, se negar a reforçá-las.

Nas hipóteses dispostas pelo Art. 333. decai o benefício do devedor de realizar o pagamento da dívida em
determinado termo. Além delas, podem as partes estabelecerem outras situações em que tal benefício
poderia decair. Nas obrigações a termo, o credor não pode realizar a cobrança enquanto o termo não tiver
sido verificado, sob pena de ser responsabilizado pela exigência antecipada.

A obrigação a termo configura-se como a obrigação cujo cumprimento só é exigível após o transcurso de um
prazo certo ou fixado no próprio contrato.

45. (VUNESP/ PREFEITURA DE GUARULHOS-SP – 2019) Acerca do pagamento realizado por terceiros, é
correto afirmar que

a) qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor.

b) o terceiro não interessado pode pagar a dívida, utilizando-se dos meios conducentes à exoneração do
devedor, se o fizer em nome e à conta do devedor, mesmo com oposição deste.

c) o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar e se sub-roga nos direitos do credor.

d) se o terceiro não interessado pagar antes de vencida a dívida terá direito ao reembolso a partir da data
do pagamento, mesmo que anterior ao vencimento.

e) o pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar
aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

Comentários

A alternativa A está correta, dado que de fato qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, e
caso o se o credor se opuser, poderá se utilizar dos meios conducentes à exoneração do devedor, conforme
disposto pelo Art. 304 do CC:

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor.

Conforme o Art. 304, considera-se que se tratando de uma obrigação intuito personae debitoris, somente
ao devedor cabe a efetuação do adimplemento do débito se o caso for de uma obrigação infungível. A
obrigação infungível trata da obrigação que não apenas o resultado final importa, também importa quem irá
realizar a operação. Nesse caso, se exige que uma pessoa específica realize a prestação de contas em
questão. Se não for o caso de obrigação infungível, qualquer outro interessado na extinção da dívida poderá
quitá-la. São considerados terceiros interessados todo aquele que for vinculado à obrigação ou em quem
esta venha a repercutir. Não há ao credor, nesses casos, o direito de rejeitar o pagamento, havendo inclusive
o dever de recebê-lo. Sendo assim, na recusa do credor no recebimento da prestação, o terceiro interessado
terá as prerrogativas de se valer da consignação em pagamento, na colocação da coisa à disposição do credor

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ou até mesmo na simples abstenção. Na hipótese de haver o pagamento por terceiro, a ordem do devedor,
ou por terceiro interessado, há a sub-rogação daquele que efetuou o pagamento na posição do credor, com
todas as suas qualidades, privilégios e vantagens.

Quando o pagamento for efetuado por um terceiro interessado, não cabe a recusa por parte do devedor.

A alternativa B está incorreta, dado que é incorreta a afirmativa de que o terceiro não interessado pode
pagar a dívida, utilizando-se dos meios conducentes à exoneração do devedor, se o fizer em nome e à conta
do devedor, mesmo com oposição deste.

Primeiramente, deve-se entender que o terceiro não interessado fica impedido de realizar o pagamento da
dívida, se há a oposição do devedor, conforme disposto pelo Art 304 do CC, que dispõe:

Art 304. Parágrafo único.CC Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do
devedor, salvo oposição deste.

Conforme disposto pelo parágrafo único do Art. 304, o terceiro não interessado, ou seja, aquele que não
está vinculado à obrigação, nem sofre seus efeitos, mas que dispõe de interesse de ordem moral no
cumprimento da obrigação, poderá pagar em nome por conta do devedor, caso este não se oponha ao ato.
Nesse caso, o credor também não poderá recusar a prestação. Havendo oposição do credor, o terceiro não
interessado disporá dos mecanismos para compeli-lo a receber.

A alternativa C está incorreta, visto que o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome,
tem direito a reembolsar-se do que pagar, no entanto não irá se sub-rogar nos direitos do credor, conforme
disposto pelo Art. 305 do CC:

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Conforme o Art. 305, considera-se que o terceiro não interessado que realizou o pagamento da obrigação
devida pelo devedor não se sub-roga na posição do credor original. Quando ocorre desta forma, há somente
ao terceiro o direito de pleitear o reembolso do que foi dispendido em favor do devedor. Ocorre desta forma
pois, caso fosse de modo contrário, haveria o enriquecimento sem causa do devedor.

A alternativa D está incorreta, pois se o terceiro não interessado pagar antes de vencida a dívida não terá
direito ao reembolso a partir da data do pagamento, sendo expresso pelo Art. 305 em seu parágrafo único
que o direito do reembolso só irá ocorrer quando for dado o vencimento.

Conforme o Código Civil:

Art. 305 Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.

Considera-se, conforme o parágrafo único do artigo em disposição, que caso o terceiro não interessado
pague a dívida antes do seu vencimento, ele deverá aguardar o seu termo para cobrar o reembolso do
devedor.

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A alternativa E está incorreta, pois no caso de o pagamento ter sido feito por terceiro, com desconhecimento
ou oposição do devedor, não há a obrigação de reembolsar aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha
meios para ilidir a ação, conforme disposto pelo Art. 306 do CC:

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a
reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

Considera-se, conforme o Art. 306, que nos casos em que o devedor desconhecer ou expressar oposição ao
pagamento de sua dívida por um terceiro, a este será dado o reembolso apenas da porção que lhe for
efetivamente benéfica. É disposto dessa forma pois podem ocorrer casos em que o devedor, por meio de
exceções pessoais ou extintivas da obrigação, poderia se elidir da cobrança do credor e, desta forma, não
auferindo reais vantagens com o pagamento efetuado pelo terceiro.

46. (VUNESP/ CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – 2019) Acerca do pagamento das obrigações, assinale a
alternativa correta.

a) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar, bem como se sub-roga nos direitos do credor.

b) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor ao
tempo do pagamento.

c) Designados dois ou mais lugares, cabe ao devedor escolher entre eles onde irá realizar o pagamento.

d) É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

e) As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao devedor a prova


de que deste teve ciência o credor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que não se sub-roga nos direitos do credor o reembolso do pagamento
ao terceiro interessado, conforme disposto pelo Art. 305 do CC:

Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se
do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.

Considera-se, conforme o disposto pelo Art. 305, que o terceiro não interessado que tiver realizado o
pagamento da obrigação devida pelo devedor não irá se sub-rogar na posição do credor original. Quando for
este o caso, há apenas a disposição ao terceiro do direito de pleitear o reembolso do que foi despendido em
favor do devedor. É mantido desta forma pois, se fosse de modo contrário, haveria o enriquecimento sem
causa do devedor.

A alternativa B está incorreta, dado que o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, mesmo
que seja provado depois que não era credor ao tempo do pagamento, conforme disposto pelo Art. 309 do
CC:

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Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.

O credor putativo citado no artigo é aquele que confere aos demais a aparência de ser o titular do crédito.
De forma ilustrativa, pode-se mencionar o credor primitivo se o devedor não tomou conhecimento da cessão
de crédito, o portador do título de crédito, o herdeiro aparente, o legatário cujo legado não prevaleceu ou
caducou. É obvio que a análise da aparência do credor deverá ser feita casuisticamente, sempre averiguando
a boa-fé do devedor e existência de uma suposição razoável da qualidade creditícia.

O pagamento que for feito ao credor putativo, pelo devedor de boa-fé, é eficaz e exonera o devedor. Nesses
casos, o credor original não poderá exigir a prestação do devedor sequer nos casos em que tenha
demonstrado em juízo sua qualidade como titular do crédito.

A alternativa C está incorreta, visto que no caso de serem designados dois ou mais lugares, cabe ao credor
escolher entre eles onde irá realizar o pagamento, conforme disposto pelo Art. 327 do CC, em seu parágrafo
único:

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem


diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.

Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

Conforme o dispositivo supracitado, as partes podem convencionar o local onde a obrigação deverá ser
cumprida de forma libre. Quando não ocorre a convenção, fica presumido que o cumprimento será feito no
domicílio do devedor, exceto se houverem circunstâncias que indiquem que o devedor renunciou a esse
benefício ou se a lei dispuser de forma diversa. O devedor não pode, desta forma, ser compelido a pagar em
local diverso de seu domicílio ou daquele acordado entre as partes. Entretanto, dado que se trata de um
favorecimento ao solvens, eventual pagamento feito pelo devedor em local diverso do acordado não tem o
condão de invalidar o negócio, sendo uma representação de renúncia ao benefício.

Na disposição do ordenamento brasileiro, é presumido que exceto se as partes houverem feito combinação
diversa, cabe ao credor que busque o cumprimento da obrigação, não cabendo ao devedor o encargo de
oferecer o pagamento ao credor. Quando se trata de dívida quesível, não poderá o credor alegar o
inadimplemento do devedor, caso não evidencie que tenha buscado o devedor para o cumprimento da
obrigação, no local onde esta deveria ter sido executada. De forma inversa, quando se trata de dívida
portável, haverá inadimplemento no caso de o devedor não buscar o credor para que cumpra a obrigação
no local adequado.

A alternativa D está correta, pois de fato é lícito que se convencione o aumento progressivo de prestações
sucessiva, de acordo com o disposto pelo Art. 316 do CC:

Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

Conforme o dispositivo, permite-se a atualização monetária das dívidas em dinheiro e daquelas de valor,
mediante índice previamente escolhido, utilizando-se as partes, para tanto, da aludida cláusula de escala
móvel. Importante não confundir esta, que é critério de atualização monetária proveniente de prévia
estipulação contratual, com a teoria da imprevisão, decorrente de fatos extraordinários.

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A alternativa E está incorreta, pois não cabe ao devedor a prova, e sim ao credor, conforme disposto pelo
Art. 332 do CC:

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a
prova de que deste teve ciência o devedor.

Considera-se, de acordo com o Art. 332, que nos casos em que for estabelecida uma condição para o
cumprimento da obrigação, caberá ao credor aguardar seu implemento, bem como a prova de que o devedor
tomou conhecimento de referido implemento, para que a cobrança da prestação possa ser realizada. Caso
ocorra de o devedor efetuar o pagamento antes do implemento da condição, poderá ele exigir a repetição
do que pagou antecipadamente. Afinal, até o implemento, não se sabe se a prestação será devida ao credor,
de forma efetiva.

47. (VUNESP/ TJ-RS – 2019) A respeito da cláusula penal e as arras, assinale a alternativa correta.

a) Sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, pode o credor exigir indenização
suplementar.

b) Se o contrato previu arras penitenciais, não haverá direito a indenização complementar.

c) A parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras confirmatórias.

d) O valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, não
pode o credor exigir uma indenização suplementar se desta forma não tiver sido convencionado, conforme
disposto pelo Art. 416 em seu parágrafo único:

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Conforme o Art. 416, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no sentido de ausência de
prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível, basta somente que haja a
prova do descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado
que a primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar
de uma matéria de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade
da exigência de perdas e danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que
demonstre que o valor estipulado à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador
pelo descumprimento da obrigação.

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Para melhor entendimento, deve-se considerar que a cláusula penal compensatória é uma disposição
facultativa em um contrato que possibilita aos contratantes ajustar o montante de indenização que a parte
inocente poderá exigir da outra no caso de descumprimento contratual total ou parcial.

A alternativa B está correta, dado que de fato se o contrato previu arras penitenciais, não há o direito a
indenização complementar, conforme disposto pelo Art. 420 do CC:

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou
sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra
parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a
indenização suplementar.

De acordo com o dispositivo, as arras penitenciais deverão ser estipuladas de forma expressa pelas partes
no título da obrigação. Do contrário, as arras terão apenas um aspecto confirmatório. A diferença entre tais
classificações é a impossibilidade de se exigir uma indenização suplementar, dado que as arras penitenciais
são consideradas uma estimativa convencionada entre as partes de perdas e danos.

Conforme a Súmula 412 do STF e precedentes do STJ: “Tratando-se penitenciais, a restituição em dobro do
devidamente corrigido pelo promitente vendedor exclui indenização maior a título de perdas e danos”.

A alternativa C está incorreta, dado que a parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras
confirmatórias, conforme disposto pelo Art. 419 do CC:

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras
como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos,
valendo as arras como o mínimo da indenização.

O dispositivo supracitado expressa um termo a respeito da possibilidade de se exigir, de forma cumulativa,


a indenização e o recebimento das arras, em caso de inexecução do contrato. É válido também lembrar que
o caso em questão somente se aplica às hipóteses de arras confirmatórias. No caso de descumprimento da
prestação, não há a necessidade de prova do prejuízo, para o recebimento das arras. O ônus em questão
impõe-se apenas nas hipóteses de cobrança de prejuízo suplementar.

A alternativa D está incorreta, dado que para que o valor da cominação imposta na cláusula penal pode
exceder o da obrigação principal, conforme disposto pelo Art. 412 do CC:

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.

Perante o ordenamento brasileiro, o dispositivo em questão faz-se inócuo, pois as partes podem estabelecer
a possibilidade de, a despeito de uma limitada cláusula penal ao valor da obrigação principal, a cobrança de
perdas e danos adicionais. Considera-se ainda que a ausência de limite à fixação do valor da cláusula penal
não acarreta qualquer sorte de prejuízo ao devedor, dado que o juiz pode reduzir, de forma equitativa, as
penas que forem fixadas em um montante excessivo.

Conforme disposto pela Súmula 616 do SFT: “ é permitida a cumulação da multa contratual com os
honorários de advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente”.

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A alternativa E está incorreta, pois para que seja exigível a pena convencional, é necessário que o credor
alegue o prejuízo, conforme disposto pelo Art. 416 do CC:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

De acordo com o artigo supracitado, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no sentido
de ausência de prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível, basta
somente que haja a prova do descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado
que a primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar
de uma matéria de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade
da exigência de perdas e danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que
demonstre que o valor estipulado à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador
pelo descumprimento da obrigação.

Para melhor entendimento, deve-se considerar que a cláusula penal compensatória é uma disposição
facultativa em um contrato que possibilita aos contratantes ajustar o montante de indenização que a parte
inocente poderá exigir da outra no caso de descumprimento contratual total ou parcial.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

48. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa que
representa hipótese de novação, no contexto do direito das obrigações.

a) O credor se recusa ao recebimento de determinado pagamento, sem justa causa.

b) A pessoa obrigada por dois débitos indica a qual deles oferece pagamento.

c) Em relação a uma mesma obrigação, mais de uma pessoa fica obrigada ao pagamento da totalidade da
dívida.

d) Novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor.

e) Duas pessoas tornam-se, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que apresenta a hipótese de pagamento em consignação, que se
encontra disposto pelo Art. 335, inciso I do CC:

Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida
forma;

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No caso de não haver só o direito como também o dever do credor em receber a prestação, o devedor poderá
consignar a coisa devida, na hipótese de recusa injustificada do recebimento ou mesmo no silêncio ou
omissão do sujeito ativo da obrigação. Deve-se evidenciar ainda que o credor somente será compelido a
receber, caso não tenha algum motivo legítimo para recusar o recebimento da coisa. Em regra, é somente
durante a demanda judicial que se verificará se a recusa foi justa ou injusta.

A delonga do credor em adotar as providencias para o recebimento da coisa permite ao devedor que
consigne o objeto da prestação. Quando ocorre desta forma, o devedor se exonera dos efeitos da mora,
especialmente no que tange ao risco de perecimento da coisa, que é transferido ao credor.

Nesses casos, a consignação tem lugar, dado que o devedor não pode ficar eternamente vinculado ao credor,
pelas dificuldades que a condição deste impõe ao recebimento.

A dúvida deve ser sanada durante o procedimento judicial, decidindo o juiz quem é o credor legítimo da
obrigação. Nesses casos, se ninguém comparecer para reivindicar a titularidade do bem depositado, o
depósito converte-se em arrecadação de bens de ausentes.

A consignação fica autorizada nos casos em que o próprio objeto a ser depositado for objeto de discussão
judicial ou se, acerca dele, mais de uma pessoa estiver envolvida na discussão. É litigioso ainda o objeto em
relação ao qual o devedor é intimado por terceiro a não entregar ao credor.

Quem adquire bens de insolvente pode evitar as consequências da fraude contra credores depositando,
judicialmente, o preço da coisa adquirida e citando todos os interessados.

A alternativa B está incorreta, dado que a hipótese apresentada é a da imputação do pagamento, disposta
pelo Art. 352 do CC:

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de
indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

Conforme disposto pelo artigo, a imputação ao pagamento é a faculdade que a lei confere ao devedor de,
quando há mais de uma obrigação de natureza fungível a um mesmo credor, apontar qual das dívidas
pretende fazer. Referido direito é extensível aos terceiros que pagam a dívida do devedor, quando a lei lhes
permitir.

São requisitos da imputação ao pagamento: a diversidade de débitos, a identidade de sujeitos, as dívidas


sendo de mesma natureza líquidas e exigíveis, e a prestação oferecida deve ser em valor suficiente para
quitar algum dos débitos, dado que o credor não é obrigado a receber pagamento parcial.

O devedor pode se recusar a receber a dívida ilíquida e não exigível. Entretanto, as dívidas com termo não
vencido estipulado em favor do devedor podem ser imputadas a pagamento, dado que tal ato seria encarado
como renúncia do devedor a determinado privilégio. De outro lado, caso o termo seja fixado em benefício
do credor, não poderá o devedor dele dispor, permanecendo o débito inimputável. Da mesma forma, as
dívidas condicionais são inimputáveis antes do implemento da condição suspensiva. É ato bilateral a
imputação a pagamento convencional.

A alternativa C está incorreta, visto que apresenta uma hipótese de obrigação solidária, expressa pelo Art.
264 do CC:

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Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Na solidariedade, cada um dos devedores tem a obrigação de solver a dívida por inteiro e cada um dos
credores tem o direito de receber a prestação. A solidariedade somente é possível quando coexistem mais
de um devedor ou mais de um credor. Havendo apenas um credor e um devedor, a obrigação é simples,
dado que apenas um sujeito deve de forma integral a prestação. Deve também a prestação ser cumprida ou
exigida por inteiro e não de modo fracionado, configurando uma unidade objetiva.

A solidariedade é compatível com todo gênero de obrigação, pouco importando sua natureza ou objeto

A alternativa D está correta, pois de fato a hipótese apresentada se configura como a novação, conforme
disposto pelo Art. 360 do CC:

Art. 360 - Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;

II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite
com este.

Para melhor entendimento acerca do dispositivo, deve-se considerar que a novação é uma modalidade de
extinção da obrigação sem pagamento, por meio da qual há a constituição de uma nova dívida em lugar de
uma outra que é extinta. Dado que encerra a criação de uma nova obrigação, considera-se que a novação
tem causa geradora. Na novação, devem estar presentes os requisitos de consentimento das partes
envolvidas, sendo pressuposto a capacidade dos agentes tanto à pratica dos atos jurídicos quanto ao ato ou
contrato a ser novado, a existência de obrigação antiga, que pode ser judicialmente inexigíveis, jamais sendo
nulas, e a nova obrigação deve surgir no mesmo instante que a primitiva é extinta, e a intenção de novar.

No caso de a obrigação ser nula, declarada anulável ou não tenha eventual condição suspensiva
implementada, a obrigação velha sobrevive e o credor poderá, se o caso, exigi-la. Caso contrário, haveria o
enriquecimento sem causa do devedor.

Quando ocorre a novação, uma obrigação pura e simples pode ser substituída por outra condicional ou a
termo e vice-versa.

Em toda novação, há algo de novo que pode atingir a obrigação em seu aspecto subjetivo ou objetivo. Sendo
assim, a novação é objetiva nas hipóteses em que houver uma modificação quantitativa, qualitativa ou causal
da obrigação, sendo alterada a prestação, mas mantendo-se as partes envolvidas, é subjetiva quando há uma
alteração das partes na relação obrigacional, porém se mantém o mesmo objeto, e subjetiva-objetiva
quando ambos os caracteres (objeto e partes) são alterados.

Nem o perecimento do bem, quando se trata de novação objetiva, nem a insolvência do devedor, na novação
subjetiva, são fundamentos para que o credor exija a obrigação antiga. Afinal, quando ocorre a novação, há
a extinção da obrigação antiga que não pode ressurgir pela impossibilidade de cumprimento da obrigação
nova, exceto se houver ressalvas expressas.

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Dada a extinção da obrigação antiga, não poderão ser opostas à obrigação nova todas as ações pertinentes
à anterior. Desta forma, não poderão ser opostas à nova anulabilidade da antiga, não poderão ser opostas à
nova anulabilidade da antiga, eventual exceção do contrato não cumprido caso a obrigação antiga fosse
decorrente de contrato bilateral, por exemplo.

A alternativa E está incorreta, pois a hipótese se configura como a confusão, disposta pelo Art. 381 do CC:

Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e
devedor.

Conforme o Art. 381, deve-se considerar que qualquer obrigação pressupõe uma relação de sujeição entre
um sujeito ativo e outro passivo, de forma que seu desaparecimento, independentemente de estre ocorrer
por força das circunstâncias ou pela comunhão de patrimônio, dá cabo à obrigação. Os casos mais comuns
de confusão correm quando há a sucessão de causa mortis, quando o titular passa a ser titular do crédito
que o falecido possuía, ou ainda de união patrimonial entre cônjuges que mantinham relação obrigacional
entre si antes do matrimonio.

A confusão configura uma forma de extinção da obrigação, mas não tem efeitos de pagamento, dado que a
relação obrigacional ocorre sem a efetivação de uma prestação.

Para que ocorra, são necessários três requisitos: a unidade da relação obrigacional, a reunião das qualidades
de credor e devedor perante o mesmo indivíduo e a ausência da separação de patrimônios.

Uma vez configurada a confusão, irão se extinguir também as obrigações acessórias.

49. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) A consignação em pagamento é


caracterizada pelo depósito judicial ou em estabelecimento bancário, da coisa devida, nos casos e formas
legais, extinguindo a obrigação.

Sobre o tema, assinale a alternativa correta.

a) O depósito requerer-se-á no domicílio do credor, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os
juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.

b) Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, o devedor poderá requerer o levantamento,
ficando a cargo do credor o pagamento das despesas.

c) Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de
acordo com os outros devedores e fiadores.

d) As despesas com o depósito correrão sempre à conta do devedor.

e) Se a dívida vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, apenas o
credor principal poderá requerer a consignação.

Comentários

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A alternativa A está incorreta, dado que o depósito requerer-se-á no local do pagamento, e não no domicílio
do credor, conforme disposto pelo Art. 337 do CC:

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o
depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente

Considera-se, conforme o dispositivo, que nem o credor nem o devedor podem ser compelidos a se
deslocarem para um local diverso do determinado no momento original, para o cumprimento da obrigação.
Desta forma, o foro competente para o ajuizamento da ação de consignação é aquele do local do pagamento
da obrigação. Como a consignação é uma modalidade especial de pagamento, o depósito da coisa libera o
devedor dos efeitos da mora, e afasta, consequentemente, os juros do débito e os riscos pelo perecimento
da coisa. Na improcedência da demanda, o devedor irá responder de forma integral por todos os efeitos que
decorrerem da mora no período em que tramitou na ação de consignação judicial.

O devedor que estiver em mora não pode efetuar a consignação da coisa. Contudo, até o último dia do prazo
o devedor poderá receber a coisa, e é válido o ajuizamento da consignação judicial em dia imediato ao
vencimento do termo da obrigação.

A alternativa B está incorreta, dado que enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, o devedor
poderá requerer o levantamento, mas as despesas não irão ficar a cargo do credor, e sim do próprio devedor,
conforme disposto pelo Art. 338 do CC:

Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor
requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
consequências de direito.

Conforme o artigo supracitado, considera-se que antes de o credor declarar se aceita ou não a coisa
depositada, o devedor está autorizado a efetuar seu levantamento, desde que arque com as respectivas
despesas processuais. Se for desta forma, não tendo havido o pagamento, o devedor continua responsável
por todos os efeitos decorrentes do inadimplemento.

Na hipótese apresentada pelo dispositivo, a dívida subsiste de forma integral, inclusive com seus acessórios,
não cabendo aos fiadores e mesmo codevedores oporem-se ao levantamento pelo devedor.

A alternativa C está correta, visto que é correto dizer que se for julgado procedente o depósito, o devedor
já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores,
pois se coincide com a redação do Art. 339 do CC, que dispõe:

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta,
senão de acordo com os outros devedores e fiadores

Caso o credor expresse anuência sobre o levantamento do bem após a procedência do depósito, perderá ele
a preferência e garantia referentes ao objeto depositados. Nesses casos, há a necessidade de concordância
dos fiadores e codevedores, eis que estes poderão sofrer prejuízos com o eventual levantamento do objeto
cujo depósito já foi autorizado pelo juiz. Caso concordem com o levantamento, continuam responsáveis pela
dívida. Caso não concordem, ou não sejam ouvidos e a coisa seja levantada, ficarão liberados da obrigação.0,

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A alternativa D está incorreta, pois as despesas com o depósito não irão correr sempre à conta do devedor.
Se as despesas com o depósito forem julgadas procedentes, irão correr à conta do credor, conforme disposto
pelo Art. 343 do CC:

Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso
contrário, à conta do devedor.

Conforme o dispositivo, é ônus do devedor, antes do recebimento espontâneo do bem pelo credor ou da
procedência da ação, o recolhimento das despesas inerentes à distribuição da demanda judicial. Será
somente no caso de haver o levantamento do bem pelo credor ou da procedência da ação que este ficará
responsabilizado pelas despesas processuais.

A alternativa E está incorreta, pois se a dívida vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem
mutuamente excluir, não será apenas o credor principal poderá requerer a consignação, havendo abertura
expressa para que o requerimento seja feito por qualquer um dos dois, sendo expresso no Art. 345 do CC:

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir,
poderá qualquer deles requerer a consignação.

Conforme o artigo supracitado, deve-se considerar que os próprios credores poderão fazer o requerimento
de consignação do bem, quando disputarem sua titularidade, a fim de evitar o risco de que o devedor efetue
o pagamento a qualquer um deles.

50. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa correta
sobre a compensação, no contexto do adimplemento e extinção das obrigações.

a) A diferença de causa nas dívidas, em regra, impede a compensação.

b) É nula a cláusula contratual que exclua a possibilidade de compensação.

c) É lícito ao fiador compensar sua dívida em relação ao credor, com a dívida que tal credor tem em relação
ao afiançado.

d) Ocorrendo a cessão de determinado crédito a terceiro, sem oposição pelo devedor devidamente
notificado sobre a cessão, este poderá opor ao cessionário a compensação que, antes da cessão, poderia
opor ao cedente.

e) Em regra, duas dívidas que não são pagáveis no mesmo lugar não podem ser compensadas.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que a diferença de causa nas dívidas, não impede a compensação,
conforme disposto pelo Art. 373 do CC:

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:

I - se provier de esbulho, furto ou roubo;

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II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;

III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.

De acordo com o artigo, em via de regra, os únicos requisitos para a compensação são os previstos pelo Art.
362 do CC;

Nesse sentido, a causa da dívida não interessa para os casos gerais de compensação, excetuados o disposto
no artigo em questão.

Restringe-se, portanto, a possibilidade de compensação nesses casos, não podendo ninguém invocar
conduta própria antijurídica, para dela se beneficiar. Há uma extensão da fungibilidade recíproca, sendo
exigido para além do gênero e qualidade, também a homogeneidade quanto à origem do débito. No que
toca os alimentos, é compreensível que, em se tratando de verba destinada à sobrevivência do devedor, haja
restrição a compensação de débitos;

A alternativa B está incorreta, dado que não é nula a cláusula contratual que exclua a possibilidade de
compensação, conforme disposto pelo Art. 375 do CC:

Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia
prévia de uma delas.

Por não se tratar de instituto de ordem pública, é facultada a renúncia à compensação. Esta renúncia pode
se dar tanto de modo expresso, como de modo tácito.

A alternativa C está correta, visto que de fato é lícito ao fiador compensar sua dívida em relação ao credor,
com a dívida que tal credor tem em relação ao afiançado, conforme disposto pelo Art. 371 do CC:

Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.

Como exceção ao princípio da personalidade, há a hipótese de o fiador poder opor ao credor o crédito do
afiançado. A recíproca, no entanto, não é verdadeira.

A alternativa D está incorreta, pois não se pode afirmar que ocorrendo a cessão de determinado crédito a
terceiro, sem oposição pelo devedor devidamente notificado sobre a cessão, este poderá opor ao cessionário
a compensação que, antes da cessão, poderia opor ao cedente, já que o Art. 377 dispõe da seguinte forma:

Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não
pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a
cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha
contra o cedente.

De acordo com o disposto pelo artigo, o princípio da personalidade não é afrontado pela cessão de crédito.
Desta forma, o devedor cedido pode opor, em compensação, crédito que tenha em face do cedente perante
o cessionário, desde que este seja anterior à transferência da obrigação. Tal oposição deve ser feita no
momento em que o devedor for notificado da cessão, sob pena de não poder fazê-lo posteriormente.

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A alternativa E está incorreta, pois no caso de duas dívidas que não são pagáveis no mesmo lugar, estas
podem ser compensadas apenas havendo a compensação sem dedução das despesas necessárias à
operação, conforme disposto pelo Art. 378:

Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução
das despesas necessárias à operação

O artigo em questão dispõe que os vencimentos em locais diversos não impõem qualquer restrição à
compensação das obrigações, devendo as partes tão somente arcarem com as despesas que forem
necessárias para tanto.

51. (VUNESP/ MPE-SP – 2018) Considere as seguintes situações hipotéticas: i) em compromisso de


compra e venda, foi previsto um pagamento inicial de 10% do valor do bem, a ser descontado dos
pagamentos a serem feitos posteriormente; ii) em contrato de compra e venda foi previsto que o atraso
no pagamento sujeitaria o devedor à multa de 10% do valor do contrato; iii) em contrato de compra e
venda foi previsto que se uma das partes não cumprir a avença deverá ressarcir a outra em valor
equivalente a 50% do valor do contrato; iv) em compromisso de compra e venda foi previsto que, caso
uma das partes desista de firmar o contrato definitivo, a outra pode reter o sinal recebido ou ter que
devolver o recebido, mais o equivalente.

As situações retratam, respectivamente:

a) arras confirmatórias, multa compensatória, multa moratória, arras penitenciais.

b) multa compensatória, arras penitenciais, arras confirmatórias, multa moratória.

c) arras penitenciais, multa moratória, multa compensatória, arras confirmatórias.

d) arras penitenciais, multa compensatória, multa moratória, arras confirmatórias.

e) arras confirmatórias, multa moratória, multa compensatória, arras penitenciais.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que o item I se trata de arras confirmatórias, popularmente
denominadas de sinal, sendo estas as que marcam o início da execução do contrato, não garantindo direito
de arrependimento, não conferem direito de arrependimento; o item II se trata da multa moratória, sendo
esta estipulada para desestimular o devedor de incorrer em mora para evitar que deixe de cumprir
determinada cláusula especial da obrigação principal, é a cominação contratual de uma multa para o caso
de mora; o item III se trata da multa compensatória, sendo esta estipulada para servir como indenização no
caso de total inadimplemento da obrigação principal (inadimplemento absoluto); e o item IV trata das arras
penitenciais, sendo estas, diferentemente das confirmatórias, garantem o direito de arrependimento, a
parte de se arrependeu não é considerada inadimplente.

A alternativa B está incorreta, dado que o item I trata das arras confirmatórias, sendo estas aquelas que,
quando prestadas, marcam o início da execução do contrato, firmando a obrigação pactuada, de maneira a

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não permitir direito de arrependimento. Por não permitir o direito de arrependimento, cabe indenização
suplementar, valendo as arras como taxa mínima.

O Item II trata da multa moratória, sendo sua finalidade primordial desestimular o cumprimento da
obrigação fora de prazo. Elas são devidas quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um
débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício e nem sobre as multas por
atraso na entrega de declarações.

O item III trata da multa compensatória, qual constitui uma medida cominatória em forma de multa
pecuniária contra o devedor de obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa. É fixada pelo juiz em sentença
ou na concessão de tutela antecipatória (art. 461, §4º e art. 461-A) e dura enquanto permanece a
inadimplência. A multa é imposta de forma a compelir o devedor a cumprir a obrigação e, por este motivo,
seu valor ( sempre fixado pelo juiz) deve ser considerável, de forma a forçar o devedor a cumpri-la o quanto
antes.

Já o item IV trata das arras penitenciais, sendo estas aquelas que, quando estipuladas, garantem o direito de
arrependimento e possuem um condão unicamente indenizatório. Nas arras penitenciais, exercido o direito
de arrependimento, não haverá direito a indenização suplementar.

A alternativa C está incorreta, visto que dado que o item I trata das arras confirmatórias, sendo estas aquelas
que, quando prestadas, marcam o início da execução do contrato, firmando a obrigação pactuada, de
maneira a não permitir direito de arrependimento. Por não permitir o direito de arrependimento, cabe
indenização suplementar, valendo as arras como taxa mínima. o item II se trata da multa moratória, sendo
esta estipulada para desestimular o devedor de incorrer em mora para evitar que deixe de cumprir
determinada cláusula especial da obrigação principal, é a cominação contratual de uma multa para o caso
de mora; o item III se trata da multa compensatória, sendo esta estipulada para servir como indenização no
caso de total inadimplemento da obrigação principal (inadimplemento absoluto); e o item IV trata das arras
penitenciais, sendo estas, diferentemente das confirmatórias, garantem o direito de arrependimento
(devolução do valor pago à título de SINAL), a parte de se arrependeu não é considerada inadimplente.

A alternativa D está incorreta, pois o item I se trata de arras confirmatórias, popularmente denominadas de
sinal, marcam o início da execução do contrato, não garantindo direito de arrependimento, não conferem
direito de arrependimento; o item II se trata da multa moratória, sendo esta estipulada para desestimular o
devedor de incorrer em mora para evitar que deixe de cumprir determinada cláusula especial da obrigação
principal, é a cominação contratual de uma multa para o caso de mora; O item III trata da multa
compensatória, qual constitui uma medida cominatória em forma de multa pecuniária contra o devedor de
obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa. É fixada pelo juiz em sentença ou na concessão de tutela
antecipatória (art. 461, §4º e art. 461-A) e dura enquanto permanece a inadimplência. A multa é imposta de
forma a compelir o devedor a cumprir a obrigação e, por este motivo, seu valor ( sempre fixado pelo juiz)
deve ser considerável, de forma a forçar o devedor a cumpri-la o quanto antes. Já o item IV trata das arras
penitenciais, sendo estas aquelas que, quando estipuladas, garantem o direito de arrependimento e
possuem um condão unicamente indenizatório. Nas arras penitenciais, exercido o direito de
arrependimento, não haverá direito a indenização suplementar.

A alternativa E está correta, pois o item I se trata de arras confirmatórias, popularmente denominadas de
sinal, marcam o início da execução do contrato, não garantindo direito de arrependimento, não conferem
direito de arrependimento; o item II se trata da multa moratória, sendo esta estipulada para desestimular o
devedor de incorrer em mora para evitar que deixe de cumprir determinada cláusula especial da obrigação

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principal, é a cominação contratual de uma multa para o caso de mora; o item III se trata da multa
compensatória, sendo esta estipulada para servir como indenização no caso de total inadimplemento da
obrigação principal (inadimplemento absoluto); e o 0 IV trata das arras penitenciais, sendo estas,
diferentemente das confirmatórias, garantem o direito de arrependimento (devolução do valor pago à título
de SINAL), a parte de se arrependeu não é considerada inadimplente.

52. (VUNESP/ UNICAMP – 2018) Considere as seguintes situações: i) novo devedor assume a dívida de
terceiro, com consentimento deste, que continua obrigado; ii) novo devedor assume a dívida de terceiro,
com consentimento deste, que fica desobrigado; iii) novo devedor, sem consentimento de terceiro,
assume a dívida deste, com consentimento do credor, desobrigando o devedor primitivo.

É correto afirmar que as situações retratadas representam, respectivamente:

a) novação subjetiva por delegação perfeita, novação subjetiva passiva por delegação imperfeita e novação
passiva por expromissão.

b) novação passiva por expromissão, novação subjetiva por delegação imperfeita e novação subjetiva passiva
por delegação perfeita.

c) novação subjetiva por delegação imperfeita, novação subjetiva passiva por delegação perfeita e novação
passiva por expromissão.

d) novação passiva por expromissão, novação subjetiva por delegação perfeita e novação subjetiva passiva
por delegação imperfeita.

e) novação subjetiva por delegação imperfeita, novação passiva por expromissão e novação subjetiva passiva
por delegação perfeita.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que a expromissão é a substituição do devedor de forma independente
do seu consentimento (artigo 362 do CC) e até mesmo contra a sua vontade, desde que não subsista
interesse do devedor na manutenção do vínculo, conforme disposto pelo CC:

Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento
deste.

Conforme disposto pelo artigo supracitado, deve-se considerar que de forma independente da admissão da
ausência de consentimento do devedor, dá-se prioridade ao consentimento do credor, ainda que este se dê,
posteriormente, à declaração de vontade do primeiro.

A novação subjetiva pode se dar ainda com a substituição do credor em criação de uma nova obrigação que
substitui a antiga. Mesmo que haja certa semelhança com a cessão de crédito, com essa não se pode
confundir. Para melhor diferenciar, deve-se considerar que na cessão há uma transferência do vínculo, nessa
modalidade de novação ocorre a efetiva extinção da obrigação e a criação de uma nova. Portanto, são
necessárias as manifestações de vontade do antigo e novo credor, bem como do devedor.

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A alternativa B está incorreta, dado que por delegação se entende que o antigo devedor (delegante) indica
um novo devedor (delegado) para substitui-lo frente ao credor (delegatário). Logo, caracteriza-se por haver
nela, ao contrário da expromissão, a vontade do devedor de ser substituído, tanto que indica quem o faça.

A Novação por Delegação ainda se subdivide em: perfeita e imperfeita.

A alternativa C está correta, visto que há de fato a novação, sendo um encargo cometido pelo devedor
primitivo (delegante) ao devedor (delegado) para adimplir a prestação devida ao credor.

A alternativa D está incorreta, pois não há novação, uma vez que o credor aceita o novo devedor, porém
permanece com o devedor primitivo, permanecendo na relação obrigacional dois devedores.

A alternativa E está incorreta, pois as duas situações representam, respectivamente, a novação subjetiva por
delegação imperfeita, novação subjetiva passiva por delegação perfeita e novação passiva por expromissão.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

53. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP – 2019) Fátima e Nanci celebraram um
contrato de depósito, no qual Fátima receberia o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para guardar, pelo
prazo de 1 (um) ano, os móveis pertencentes ao apartamento de Nanci, que seria locado para fins
comerciais. Ao final do prazo, Fátima se recusou a devolver os bens, alegando que os bens não pertenciam
a Nanci. Passaram-se 4 (quatro) anos da recusa em devolver os móveis objeto do contrato.

Diante da situação hipotética, considerando a possibilidade de obter a reparação pelo inadimplemento


contratual, assinale a alternativa correta.

a) A ação está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 3 (três) anos.

b) A ação está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 3 (três) anos, mas
Fátima responde caso o prejuízo seja resultante de caso fortuito ou força maior.

c) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 5 (cinco) anos, e
respondem pelo inadimplemento todos os bens de Fátima.

d) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 5 (cinco) anos, e
Fátima responde pelas perdas e danos, mais juros e atualização monetária.

e) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 10 (dez) anos para
os casos de inadimplemento contratual.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que a ação não está prescrita, e o prazo prescricional de 3 anos se
relaciona à responsabilidade civil extracontratual, conforme disposto pelo Art. 206. §3, inciso V:

Art. 206. Prescreve:

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§ 3o Em três anos:

V - a pretensão de reparação civil;

Com relação a pretensão da reparação civil, deve-se considerar que a responsabilidade contratual e a
responsabilidade aquiliana apresentam certas diferenças entre si. O inadimplemento contratual depende da
prévia constituição do devedor em mora, a responsabilidade fundada em culpa extracontratual atua de
forma independente de interpelação. Como consequência, os juros de mora de uma ação fundada em
responsabilidade contratual contam-se apenas a partir da citação, enquanto na ação fundada ilícito
extracontratual os juros de mora contam-se desde o evento danoso. A lei que rege o contrato e, por
consequência os efeitos do inadimplemento, é aquela em que o negócio foi proposto. Já a lei aplicável às
situações do dano extracontratual é a do local do dano. No entanto, no tocante à contagem do prazo
prescricional, tanto a responsabilidade contratual quanto a responsabilidade aquiliana prescrevem em três
anos, amoldando-se ao disposto no Art. 206.

Ainda, a este respeito, dispõe o enunciado n, 419 da V Jornada de Direito Civil que: “o prazo prescricional de
três anos para a pretensão de reparação civil aplica-se tanto à responsabilidade contratual quanto à
responsabilidade extracontratual”.

Para melhor entendimento, o termo “responsabilidade aquiliana” trata da responsabilidade objetiva


extracontratual. É a responsabilidade que decorre da inobservância de norma jurídica, por aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causa dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral.

A alternativa B está incorreta, dado que a ação não está prescrita, e o prazo prescricional para a pretensão
de reparação civil não é de 3 anos, e sim de 10 anos.

A responsabilidade civil extracontratual fica regida sob o Art. 206 do CC, que dispõe:

Art. 206. Prescreve:

§ 3o Em três anos:

V - a pretensão de reparação civil;

Entretanto, a questão trata da responsabilidade contratual, qual tem o prazo prescricional de 10 anos,
conforme disposto pelo Art. 205 do CC, que dispõe:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

A alternativa C está incorreta, visto que o prazo estabelecido no problema em questão é de 10 anos, pois se
trata de responsabilidade contratual, sendo regido sob o Art. 205 do CC:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Desta forma, pode-se afirmar que de fato a ação ainda não está prescrita, porém o prazo disposto está
incorreto.

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Conforme disposto pelo artigo, configura-se o prazo geral de prescrição, configurando que a ausência de
fixação de um prazo prescricional não significa que a pretensão é imprescritível, sendo regido pelo Art. 205
e prescrevendo em 10 anos.

A alternativa D está incorreta, pois o prazo prescricional ainda não foi ultrapassado de fato, no entanto, este
é disposto conforme o Art. 205 do CC, sendo configurado o prazo de 10 anos, e não como 5, como disposto
pela alternativa.

Conforme o CC:

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Ainda, Fátima não irá responder pelas perdas e danos acrescidos de juros e correção monetária.

A alternativa E está correta, pois o Superior Tribunal de Justiça pôs fim a uma celeuma que vinha causando
grande insegurança jurídica no mundo negocial: a aplicação do prazo prescricional de três anos a
indenizações resultantes de violações contratuais.

O prazo prescricional de 3 anos se aplica apenas para a responsabilidade extracontratual. No caso de


responsabilidade contratual, o prazo prescricional é de 10 anos, nos termos do art. 205 do CC/2002.

Neste sentido:

"A pretensão indenizatória decorrente do inadimplemento contratual sujeita-se ao prazo prescricional


decenal (art. 205 do Código Civil), se não houver previsão legal de prazo diferenciado". STJ. Corte Especial.
EREsp 1.281.594-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em 15/05/2019 (Info
649).

54. (VUNESP/ TJ-RS – 2019) A respeito da cláusula penal e as arras, assinale a alternativa correta.

a) Sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, pode o credor exigir indenização
suplementar.

b) Se o contrato previu arras penitenciais, não haverá direito a indenização complementar.

c) A parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras confirmatórias.

d) O valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, não pode o
credor exigir uma indenização suplementar se desta forma não tiver sido convencionado, conforme disposto pelo Art.
416 em seu parágrafo único:

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

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Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização
suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo
ao credor provar o prejuízo excedente.

Conforme o Art. 416, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no sentido de ausência de prejuízos
do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível, basta somente que haja a prova do
descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado que a
primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar de uma matéria
de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade da exigência de perdas e
danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que demonstre que o valor estipulado
à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador pelo descumprimento da obrigação.

Para melhor entendimento, deve-se considerar que a cláusula penal compensatória é uma disposição facultativa em
um contrato que possibilita aos contratantes ajustar o montante de indenização que a parte inocente poderá exigir da
outra no caso de descumprimento contratual total ou parcial.

A alternativa B está correta, dado que de fato se o contrato previu arras penitenciais, não há o direito a indenização
complementar, conforme disposto pelo Art. 420 do CC:

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão
função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu
devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

De acordo com o dispositivo, as arras penitenciais deverão ser estipuladas de forma expressa pelas partes no título da
obrigação. Do contrário, as arras terão apenas um aspecto confirmatório. A diferença entre tais classificações é a
impossibilidade de se exigir uma indenização suplementar, dado que as arras penitenciais são consideradas uma
estimativa convencionada entre as partes de perdas e danos.

Conforme a Súmula 412 do STF e precedentes do STJ: “Tratando-se penitenciais, a restituição em dobro do
devidamente corrigido pelo promitente vendedor exclui indenização maior a título de perdas e danos”.

A alternativa C está incorreta, dado que a parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras
confirmatórias, conforme disposto pelo Art. 419 do CC:

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa
mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como
o mínimo da indenização.

O dispositivo supracitado expressa um termo a respeito da possibilidade de se exigir, de forma cumulativa, a


indenização e o recebimento das arras, em caso de inexecução do contrato. É válido também lembrar que o caso em
questão somente se aplica às hipóteses de arras confirmatórias. No caso de descumprimento da prestação, não há a
necessidade de prova do prejuízo, para o recebimento das arras. O ônus em questão impõe-se apenas nas hipóteses
de cobrança de prejuízo suplementar.

A alternativa D está incorreta, dado que para que o valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da
obrigação principal, conforme disposto pelo Art. 412 do CC:

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Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.

Perante o ordenamento brasileiro, o dispositivo em questão faz-se ineficaz, pois as partes podem estabelecer a
possibilidade de, a despeito de uma limitada cláusula penal ao valor da obrigação principal, a cobrança de perdas e
danos adicionais. Considera-se ainda que a ausência de limite à fixação do valor da cláusula penal não acarreta
qualquer sorte de prejuízo ao devedor, dado que o juiz pode reduzir, de forma equitativa, as penas que forem fixadas
em um montante excessivo.

Conforme disposto pela Súmula 616 do SFT: “ é permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de
advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente”.

A alternativa E está incorreta, pois para que seja exigível a pena convencional, é necessário que o credor alegue o
prejuízo, conforme disposto pelo Art. 416 do CC:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização,
competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

De acordo com o artigo supracitado, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no sentido de ausência
de prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível, basta somente que haja a prova
do descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado que a
primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar de uma matéria
de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade da exigência de perdas e
danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que demonstre que o valor estipulado
à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador pelo descumprimento da obrigação.

Para melhor entendimento, deve-se considerar que a cláusula penal compensatória é uma disposição facultativa em
um contrato que possibilita aos contratantes ajustar o montante de indenização que a parte inocente poderá exigir da
outra no caso de descumprimento contratual total ou parcial.

55. (VUNESP/ PREFEITURA DE ITAPEVI-SP – 2019) Miguel e Thais firmaram um contrato de compra e
venda de um automóvel, sem direito de arrependimento, no qual restou estipulado que, além da entrega
de uma moto, a título de sinal, Miguel pagaria 6 (seis) parcelas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a Thais.
Depois de pagos o sinal e duas parcelas, Miguel deixa de executar a sua parte do contrato.

Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta.

a) O sinal dado por Miguel tem função unicamente indenizatória.

b) Thais não pode pedir indenização suplementar, ainda que prove que teve maior prejuízo.

c) Thais pode exigir a execução do contrato, com as perdas e os danos, valendo a moto como o mínimo da
indenização.

d) Miguel pode exigir a devolução da moto com juros e atualização monetária.

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e) Thais apenas pode reter a moto e ter o contrato por desfeito.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que não se trata de função indenizatória, dado que não se trata de arras
penitencial, dado que não houve no caso o direito de arrependimento, conforme amparado pelo Art. 420 do CC:

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão
função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu
devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

A alternativa B está incorreta, dado que Thais, se provasse que teve um prejuízo maior, poderá pedir uma indenização
suplementar, conforme amparado pelo Art. 419 do CC:

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa
mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como
o mínimo da indenização.

O Art. 419 expressa a possibilidade de se exigir, de forma cumulativa, a indenização e o recebimento das arras, em
caso de inexecução do contrato. É válido também lembrar que o caso em questão somente se aplica às hipóteses de
arras confirmatórias. No caso de descumprimento da prestação, não há a necessidade de prova do prejuízo, para o
recebimento das arras. O ônus em questão impõe-se apenas nas hipóteses de cobrança de prejuízo suplementar.

A alternativa C está correta, visto que Miguel não pode exigir a devolução da moto com juros e correção monetária,
pois a parte inocente no caso é Thais, e não Miguel, sendo a parte inocente a amparada para o pedido de perdas e
danos com correção monetária, conforme disposto pelo Art. 418 CC:

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a
inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução
mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários
de advogado.

O dispositivo supracitado evidencia que se a prestação se tornar impossível, sem culpa de qualquer uma das partes,
nenhuma delas pode ser punida. Nesse caso, ocorre apenas a restituição das arras, anteriormente entregues, sob pena
de enriquecimento sem causa.

A alternativa D está incorreta, pois Miguel perderá em favor de Thais neste caso. Conforme disposto pelo Art. 418,
poderá ela dar o contrato por desfeito e exigir sua devolução e mais o equivalente com a correção monetária.
Conforme o CC:

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a
inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução
mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários
de advogado.

O Art. 418 evidencia que se a prestação se tornar impossível, sem culpa de qualquer uma das partes, nenhuma delas
pode ser punida. Sendo assim, ocorre apenas a restituição das arras, anteriormente entregues, sob pena de
enriquecimento sem causa.

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A alternativa E está incorreta, pois Thais não poderá exigir “apenas” a moto e desfazer o contrato, bem como pode
exigir o equivalente a moto com a correção monetária, segundo o Art. 418 do CC:

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a
inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução
mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários
de advogado.

De acordo com o Art. 418 do CC, fica em evidência que se a prestação se tornar impossível, sem culpa de qualquer
uma das partes, nenhuma delas pode ser punida. Nesse caso, ocorre apenas a restituição das arras, anteriormente
entregues, sob pena de enriquecimento sem causa.

56. (VUNESP/ PREFEITURA DE PONTAL-SP – 2018) Assinale a alternativa correta sobre o


inadimplemento das obrigações, de acordo com as disposições do Código Civil de 2002.

a) É nula a cláusula contratual pela qual o devedor de determinada obrigação se responsabiliza pelos
prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior.

b) A penalidade estabelecida em cláusula penal pode ser equitativamente reduzida pelo juiz se o montante
da penalidade for manifestamente excessivo, considerando a natureza e finalidade do negócio.

c) Para exigir lucros cessantes, o credor deverá comprovar, cabalmente, o quanto deixou de lucrar.

d) O valor da cominação imposta em cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) O valor estipulado a título de arras não pode ser superior a 30% (trinta por cento) do valor total da
obrigação.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que somente é nula a cláusula contratual pela qual o devedor de determinada
obrigação não se responsabiliza pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior, conforme disposto pelo
Art. 393 do CC:

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não
se houver por eles responsabilizado.

Conforme o Art. 393, deve-se considerar que a lei não distingue o caso fortuito (casus) da força maior (vis maior) em
razão do extenso debate doutrinário acerca da diferença entre tais. De modo tradicional, se diz que o caso fortuito é
o acontecimento natural, ou um evento derivado da força da natureza, ou o fato das coisas, como o raio do céu, a
inundação ou o terremoto. Considera-se, portanto, que a força maior consiste em um fato de outrem, como a invasão
do território, a guerra, a revolução, o ato emanado da autoridade, a desapropriação, o furto, etc.

De forma geral, para que a inimputabilidade do devedor seja verificada, a falta de prestação deve decorrer de um
obstáculo intransponível ao cumprimento da obrigação, sendo estranho ao poder do devedor e oriundo de um
acontecimento natural ou fato de terceiro. Desta forma, o caso fortuito ou de força maior representam excludentes
de responsabilidade, uma vez que causam o rompimento do nexo de causalidade.

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Deve-se ainda considerar que tais excludentes de responsabilidade são aplicados até mesmo nos casos em que a
responsabilidade for objetiva. No entanto, quando a relação é de consumo, há a responsabilidade pela ocorrência de
determinados riscos assumidos pelo fornecedor para atingir determinado resultado. Nesse aspecto, pode-se
mencionar, por exemplo, os riscos de delito para uma empresa de segurança.

A alternativa B está correta, dado que a de fato a penalidade estabelecida em cláusula penal pode ser equitativamente
reduzida pelo juiz se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, considerando a natureza e finalidade
do negócio, conforme disposto pelo Art. 413 do CC:

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em
parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio.

O Art. 413 dispõe como mais que uma possibilidade, e sim como um dever, que o juiz reduza, de forma equitativa, o
valor da cláusula penal em caso de cumprimento parcial da obrigação por parte do devedor ou no caso de o montante
estipulado se apresentar de forma excessiva em relação à natureza e à finalidade do negócio. Entretanto, o juiz não
deve agir de modo extremo, não podendo minguar o valor da cláusula penal, pois se ocorrer desta forma, será
impossibilitado o exercício de suas funções de garantia e de liquidação prévia de perdas e danos.

A alternativa C está incorreta, visto que para exigir lucros cessantes, o credor deverá comprovar, cabalmente, o quanto
deixou de lucrar, tanto quanto o que ele efetivamente perdeu, conforme disposto pelo Art. 402 do CC:

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do
que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

A alternativa D está incorreta, pois o valor da cominação imposta em cláusula penal não pode exceder o da obrigação
principal, conforme disposto pelo Art. 412 do CC:

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.

Perante o ordenamento brasileiro, o dispositivo em questão faz-se ineficaz, pois as partes podem estabelecer a
possibilidade de, a despeito de uma limitada cláusula penal ao valor da obrigação principal, a cobrança de perdas e
danos adicionais. Considera-se ainda que a ausência de limite à fixação do valor da cláusula penal não acarreta
qualquer sorte de prejuízo ao devedor, dado que o juiz pode reduzir, de forma equitativa, as penas que forem fixadas
em um montante excessivo.

Conforme disposto pela Súmula 616 do SFT: “ é permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de
advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente”.

A alternativa E está incorreta, pois o valor estipulado a título de arras pode ocorrer de ser superior a 30% (trinta por
cento) do valor total da obrigação, dado que as arras podem ser restituídas ou computadas na prestação devida se
ocorrer de uma parte dar para a outra parte dinheiro ou outro bem móvel a título de arras, conforme disposto pelo
Art. 417 do CC:

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem
móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo
gênero da principal.

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Conforme disposto pelo artigo, as arras constituem uma convenção acessória real, com a finalidade de assegurar a
conclusão de um determinado contrato, evitando o arrependimento de uma das partes para a conclusão do contrato.
As arras somente podem ser convencionadas em contratos bilaterais de transferência de domínio. Podem as arras
serem confirmatórias, sendo quando inexiste o direito de arrependimento e o valor estipulado atua como uma
prefixação de perdas e danos, caso a parte que deu as arras deixe de cumprir com a prestação confirmada, ou
penitenciais, sendo assim quando é expressamente estipulado o direito de arrependimento. A distinção mais evidente
entre ambas reside na possibilidade de a parte que deu as arras se arrepender da obrigação principal. Quando se trata
de arras confirmatórias, e há o descumprimento da parte que deu as arras, a contraparte poderá reter as arras e, de
forma alternativa, exigir a cobrança de indenização suplementar, se demonstrar que o valor das perdas supera o sinal,
ou exigir o cumprimento da obrigação. Se o caso for de que as arras sejam penitenciais, o sinal dado terá a função de
reparar os danos acarretados, pelo arrependimento e nada mais será devido pela parte que as deu.

Sendo assim, pode-se apontar 3 funções das arras: confirmam o contrato, servem de prefixação das perdas e danos e
integram o preço, se forem do mesmo gênero da obrigação principal. As arras se diferenciam da cláusula penal, pois
enquanto a cláusula penal há, desde sua constituição, a entrega de determinado valor ou bem móvel à contraparte,
visando à confirmação do negócio, na segunda, o valor só é pago posteriormente, em caso de descumprimento
contratual pela parte infratora.

57. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa correta
sobre a mora, no contexto do inadimplemento das obrigações.

a) O devedor em mora, em regra, não responde pela impossibilidade da prestação, se esta decorreu de caso
fortuito ocorrido durante o atraso.

b) Purga-se a mora, por parte do devedor, oferecendo este o valor nominal da prestação, ainda que sem os
encargos decorrentes da mora.

c) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial, ao ofensor.

d) Não havendo termo para cumprimento da obrigação, a mora se constitui exclusivamente pela via judicial.

e) O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o
devedor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que o devedor em mora responde sim pela impossibilidade da prestação,
se esta decorreu de caso fortuito ocorrido durante o atraso, conforme disposto pelo Art. 399:

Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade
resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de
culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

O dispositivo em questão se refere à perpetuação da obrigação, sendo este um dos efeitos da constituição
do devedor em mora. Desta forma, o devedor continua obrigado pela danificação da coisa, mesmo em
hipótese de caso fortuito e força maior. A exclusão de responsabilidade, nesse aspecto, somente pode se dar
com a prova de que o dano teria sobrevindo, ainda que o devedor tivesse cumprido, oportunamente com a

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obrigação. Trata-se portanto de uma presunção relativa de culpabilidade do devedor, mas que pode ser
ilidida com a prova em contrátio.

A alternativa B está incorreta, dado que se purga a mora, por parte do devedor, oferecendo este o valor
nominal da prestação, no entanto não ocorre ainda que sem os encargos decorrentes da mora, devendo ser
acrescida da importância dos prejuízos decorrentes, conforme disposto pelo Art. 401:

Art. 401. Purga-se a mora:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia
da oferta;

A purgação da mora, tanto do credor quanto do devedor, ocorre com a assunção do inadimplente das
respectivas consequências que houver gerado à contraparte na relação obrigacional. Tal emenda somente
poderá ser efetuada nos casos em que, a despeito do cumprimento não se dar no termo aprazado, a
prestação ainda é útil. A purgação da mora também não ocorre nos casos em que, por lei ou por convenção,
a consequência da mora for a resilição do contrato.

A alternativa C está incorreta, visto que nas obrigações provenientes de ato ilícito, a mora não se constitui
mediante interpelação judicial ou extrajudicial, ao ofensor, sendo este considerado em mora desde a data
em que praticou o ato, conforme disposto pelo Art. 398 do CC:

Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.

O artigo supracitado trata, de forma expressa, de uma hipótese legal de mora ex re. Conforme súmula 154
do STJ: “Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”.

A alternativa D está incorreta, pois não havendo termo para cumprimento da obrigação, a mora não se
constitui exclusivamente pela via judicial, podendo ser também por via extrajudicial, conforme disposto pelo
Art. 397:

Art. 397. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial.

Considera-se, acerca do parágrafo único, que o protesto de título de crédito também é admitido como forma
de constituição em mora.

A alternativa E está correta, pois de fato o inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo,
constitui de pleno direito em mora o devedor, conforme disposto pelo Art. 397 do CC:

Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em
mora o devedor.

Para que seja configurada a mora do devedor, são necessários três requisitos: a exigibilidade imediata da
obrigação, inexecução culposa e constituição em mora. Acerca disso, vale destacar que é o requisito da
exigibilidade que requer que a obrigação seja líquida e certa.

58. (VUNESP/ TJ-SP – 2018) Com relação à mora, é correto afirmar:

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a) havendo retardo no cumprimento da obrigação, sempre estará caracterizada a mora.

b) o cumprimento integral e tempestivo da obrigação pode configurar mora na hipótese de o devedor,


culposamente, cumprir a obrigação fora do lugar ou de forma diversa do estabelecido.

c) por regra de boa-fé objetiva, a purgação da mora sempre é possível, ainda que a prestação seja inútil ao
credor.

d) o instituto da mora não se aplica ao credor.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que o retardo não caracteriza a mora, ela é caracterizada somente pelos
tópicos apontados no artigo 394 do CC, e quando não há termo, irá se constituir mediante uma interpelação
judicial ou extrajudicial, conforme disposto pelo Art. 397 do CC:

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-
lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

Art. 397. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial.

A alternativa B está correta, dado que o artigo 394 do código civil prevê em sua primeira parte que o devedor
que não efetuar o pagamento no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer estará em mora.

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-
lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

A mora citada no dispositivo acima se dá com o retardamento não justificado por uma das partes na relação
obrigacional, no que se refere ao cumprimento e/OU ao recebimento da prestação que ainda seja possível e
útil. É também chamada de inadimplemento relativo.

Tal inadimplemento relativo ocorre nos casos em que o devedor ainda pode honrar a sua prestação.

A alternativa C está incorreta, visto que o que é ocorre é a rejeição da mora pelo credor e a posterior
compensação por perdas e danos, conforme disposto pelo Art. 395 do CC:

Art. 395. Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e
exigir a satisfação das perdas e danos.

A alternativa D está incorreta, pois o credor que não quiser receber o pagamento no tempo, lugar e forma
que a lei ou a convenção estabelecer também se encontrará em mora, conforme disposto pelo Art. 394 do
CC:

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-
lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.

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A mora se dá com o retardamento não justificado por uma das partes na relação obrigacional, no que se
refere ao cumprimento e/ou ao recebimento da prestação que ainda seja possível e útil. É também chamada
de inadimplemento relativo. Tal inadimplemento relativo ocorre nos casos em que o devedor ainda pode
honrar a sua prestação.

59. (VUNESP/ FAPESP – 2018) Não cumprida a obrigação, responde o devedor

a) apenas pelo cumprimento atrasado da obrigação, com juros e correção monetária convencionais.

b) pelo pagamento do terceiro que a cumprir, no preço que este a tiver estipulado.

c) pelo pagamento da cláusula penal, por ter esta a natureza compensatória.

d) pelo cumprimento da obrigação, além de perdas e danos.

e) por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que o devedor irá responder também por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado,
conforme disposto pelo Art. 389 do CC:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

A alternativa B está incorreta, dado que o devedor não irá responder pelo pagamento do terceiro que a
cumprir, no preço que este a tiver estipulado, e sim por perdas e danos, mais juros e atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado, conforme expressa o Art.
389 do CC:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

A alternativa C está incorreta, visto que o pagamento será realizado pelas por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado, e não
pelo pagamento da cláusula penal, por ter esta a natureza compensatória, conforme amparado pelo Art. 389
do CC:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

A alternativa D está incorreta, pois o devedor não irá responder somente pelo cumprimento da obrigação,
além de perdas e danos, e sim pelas perdas e danos mais juros e atualização monetária, de acordo com o
expresso no Art. 389 do CC:

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Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

A alternativa E está correta, pois de fato o devedor irá responder pelas perdas e danos, acrescidos de juros
e atualização monetária e honorários de advogados, conforme disposto pelo Art. 389 do CC:

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Conforme o Art. 389, o inadimplemento da obrigação é a falta da prestação resultante de ato de


responsabilidade do devedor. Pode este ser absoluto, quando a prestação tiver faltado completamente e
não houver mais a possibilidade de ser executada, ou relativo, nos casos em que, embora o devedor não
tenha cumprido a prestação quando houve oportunidade, esta ainda possa ser realizada (mora). Em ambos
os casos, o devedor responde pelas perdas e danos acarretados ao credor pelo descumprimento. No
inadimplemento, a obrigação não irá se extinguir. Há apenas sua transformação, com a alteração da
prestação, impondo ao devedor o dever de ressarcir os prejuízos gerados à contraparte. Nem sempre há a
conversão da prestação original no dever de indenizar, pois a prestação pode ser passível de execução,
mesmo que ocorra de modo compulsório ou coercitivo. Desta forma, nesses casos, irá subsistir de forma
conjunta a prestação original e o dever de indenizar pelos danos verificados.

Nas obrigações de fazer, a execução da prestação original pode ser determinada, judicialmente, quando a
obrigação for de caráter fungível. Não sendo este o caso, há a conversão da obrigação de fazer em perdas e
danos, sob pena de se atentar contra a liberdade do devedor.

60. (VUNESP/ TJ-SP – 2017) Em relação à cláusula penal decorrente da inexecução de obrigação,
assinale a alternativa correta.

a) A exigibilidade da cláusula penal perante pessoa jurídica está condicionada à comprovação de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial.

b) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue o prejuízo e que este não exceda o valor
da obrigação principal.

c) O prejuízo excedente à cláusula penal poderá ser exigido se houver expressa convenção contratual nesse
sentido.

d) Sempre que o prejuízo exceder a pena convencional, o credor poderá exigir indenização suplementar,
competindo-lhe provar o prejuízo excedente.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que no caso de comprovação de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, teremos a desconsideração da
personalidade jurídica, conforme art. 50 do CC/02:

Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe

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couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

A alternativa B está incorreta, dado que para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue o
prejuízo e que este não exceda o valor da obrigação principal.

Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

Conforme o Art. 416, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no sentido de ausência de
prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível, basta somente que haja a
prova do descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado
que a primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar
de uma matéria de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade
da exigência de perdas e danos adicionais à clausula penal compensatória.

A alternativa C está correta, pois o prejuízo excedente à cláusula penal poderá ser exigido se houver expressa
convenção contratual nesse sentido, conforme disposto pelo Art. 416 do CC:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor
exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

De acordo com o disposto pelo Art. 416, considera-se que a prova contrária produzida pelo devedor no
sentido de ausência de prejuízos do credor não ilide a aplicação da cláusula penal. Para que seja exigível,
basta somente que haja a prova do descumprimento da obrigação garantida.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado
que a primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar
de uma matéria de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade
da exigência de perdas e danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que
demonstre que o valor estipulado à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador
pelo descumprimento da obrigação.

Para melhor entendimento, deve-se considerar que a cláusula penal compensatória é uma disposição
facultativa em um contrato que possibilita aos contratantes ajustar o montante de indenização que a parte
inocente poderá exigir da outra no caso de descumprimento contratual total ou parcial.

A alternativa D está incorreta, visto que mesmo quando o prejuízo exceder a pena convencional, o credor
não poderá exigir indenização suplementar, conforme disposto pelo Art. 416:

Art. 416. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir
indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.

Em regra, a cláusula penal compensatória não pode ser exigida em conjunto com a obrigação principal, dado
que a primeira se configura como uma alternativa do credor perante a segunda. Contudo, por não se tratar

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de uma matéria de ordem pública, as partes podem estipular de modo contrário, instituindo a possibilidade
da exigência de perdas e danos adicionais à clausula penal compensatória. Sendo assim, cabe ao credor que
demonstre que o valor estipulado à clausula penal não é suficiente para indenizar os prejuízos acarretador
pelo descumprimento da obrigação.

61. (VUNESP/ CÂMARA DE COTIA – SP – 2017) Assinale a alternativa correta sobre o inadimplemento
das obrigações e suas consequências.

a) Não havendo termo para adimplemento da obrigação, a constituição do devedor em mora exige
interpelação judicial.

b) Considera-se purgada a mora do devedor quando este paga o principal da dívida, ainda que sem os
encargos decorrentes da mora.

c) A exigência de juros moratórios, pelo credor, depende de prévia estipulação contratual ou demonstração
de prejuízo.

d) É nula a cláusula contratual por meio da qual um dos contratantes assume os riscos decorrentes de caso
fortuito ou força maior.

e) O valor de cominação imposta por meio de cláusula penal não pode exceder o valor da obrigação principal.

Comentários

A alternativa A está incorreta, visto que é incorreto afirmar que não havendo termo para adimplemento da
obrigação, a constituição do devedor em mora exige interpelação judicial, pois há a constituição também por
meio extrajudicial, conforme disposto pelo Art. 397 do CC:

Art. 397. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial.

Para que seja configurada a mora do devedor, são necessários três requisitos: a exigibilidade imediata da
obrigação, inexecução culposa e constituição em mora. A esse respeito, vale destacar que é o requisito da
exigibilidade que requer que a obrigação seja líquida e certa.

A alternativa B está incorreta, pois não se considera purgada a mora do devedor quando este paga o principal
da dívida, ainda que sem os encargos decorrentes da mora.

Conforme o rol disposto pelo Art. 401 do CC:

Art. 401. Purga-se a mora:

I - por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia
da oferta;

II - por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até
a mesma data.

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A purgação da mora, tanto do credor quanto do devedor, dá-se com a assunção pelo inadimplente das
respectivas consequências que houver gerado à contraparte na relação obrigacional. Tal emenda somente
poderá ser efetuada nos casos em que, a despeito do cumprimento, não se dar no termo aprazado, a
prestação ainda é útil. A purgação da mora também não poderá ocorrer nos casos em que, pela lei ou por
convenção, a consequência da mora for a resilição do contrato.

A alternativa C está incorreta, dado que a exigência de juros moratórios, pelo credor, não depende de prévia
estipulação contratual ou demonstração de prejuízo, conforme disposto pelos arts. 395 e 406 do CC:

Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores
monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando
provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do
pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Conforme disposto pelo Art. 395, deve-se considerar que na mora o devedor fica obrigado a indenizar o
credor, seja pagando os juros moratórios ou convencionais, seja ressarcindo-lhe das perdas e danos que lhe
houver causado. Entretanto, a indenização moratória não substitui a prestação devida, a qual ainda pode ser
exigida se for útil ao credor.

A alternativa D está incorreta, pois não é nula a cláusula contratual por meio da qual um dos contratantes
assume os riscos decorrentes de caso fortuito ou força maior, conforme ampara o Art. 393 do CC:

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram
possíveis de se evitar ou impedir.

A lei não distingue o caso fortuito da força maior em razão do debate doutrinário acerca da diferença entre
os dois conceitos. De forma tradicional, se diz que o caso fortuito é o acontecimento natural ou evento
derivado da natureza, enquanto a força maior é um fato de outrem.

A alternativa E está correta, dado que o valor de cominação imposta por meio de cláusula penal não pode
exceder o valor da obrigação principal.

Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal.

No entanto, na atual configuração do ordenamento brasileiro, o dispositivo em questão faz-se inócuo, pois
as partes podem estabelecer a possibilidade de, a despeito de uma limitada cláusula penal ao valor da
obrigação principal, a cobrança de perdas e danos adicionais. Considera-se ainda que a ausência de limite à
fixação do valor da cláusula penal não acarreta qualquer sorte de prejuízo ao devedor, dado que o juiz pode
reduzir, de forma equitativa, as penas que forem fixadas em um montante excessivo.

Conforme disposto pela Súmula 616 do SFT: “ é permitida a cumulação da multa contratual com os
honorários de advogado, após o advento do Código de Processo Civil vigente”.

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ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

62. (VUNESP/ TJ-RS – 2018) André devia a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em dinheiro a
Mateus. Maria era fiadora de André. Mateus aceitou receber em pagamento pela dívida um imóvel urbano
de propriedade de André, avaliado em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) com área de 200 m2 e deu regular
quitação. Entretanto, o imóvel estava ocupado por Pedro, que o habitava há mais de cinco anos, nele
estabelecendo sua moradia. Pedro ajuizou ação de usucapião para obter a declaração de propriedade do
imóvel que foi julgada procedente. Na época em que se evenceu, o imóvel foi avaliado em R$ 65.000,00
(sessenta e cinco mil reais). A respeito dos efeitos da evicção sobre a obrigação originária, é possível
afirmar que a obrigação originária

a) foi extinta com a dação em pagamento. André será responsável perante Mateus pelo valor
correspondente ao bem imóvel perdido, na época em que se evenceu. Maria está liberada da fiança
anteriormente prestada.

b) foi extinta com a dação em pagamento. André será responsável perante Mateus pelo valor
correspondente ao bem imóvel perdido, na época em que houve a dação em pagamento. Maria está liberada
da fiança anteriormente prestada.

c) é restabelecida, mas não contará mais com a garantia pessoal prestada por Maria. Em razão da evicção, a
obrigação repristinada terá por objeto o valor equivalente ao bem na época em que se evenceu.

d) é restabelecida, pelo seu valor original, em razão da evicção da coisa dada em pagamento, mas sem a
garantia pessoal prestada por Maria, tendo em vista que o credor aceitou receber objeto diverso do
constante na obrigação originária.

e) é restabelecida, em razão da evicção da coisa dada em pagamento, inclusive com a garantia pessoal
prestada por Maria. Contudo, em razão da evicção, a obrigação repristinada terá por objeto o valor
equivalente ao bem na época em que se evenceu.

Comentários

A alternativa A está incorreta, dado que em face da evicção, a dação em pagamento fica sem efeito.
Portanto, a obrigação originária é reestabelecida nos mesmos moldes iniciais (com seu valor originário, por
exemplo). Nesse sentido: “Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-
á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.”. Em relação
a fiadora (Maria) esta será liberada, nos termos do inciso III do artigo 838 do CC: “Art. 838. O fiador, ainda
que solidário, ficará desobrigado: III – se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do
devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. ”

A alternativa B está incorreta, dado que conforme dito no enunciado “a”, a obrigação é reestabelecida.
Portanto, André continua responsável perante Mateus. Maria está liberada da fiança.

A alternativa C está incorreta, visto que o erro está somente em relação ao valor. Não será o valor do bem
na época em que se evenceu, mas o valor da obrigação originária.

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A alternativa D está correta, pois a obrigação é de fato restabelecida, pelo seu valor original, em razão da
evicção da coisa dada em pagamento, mas sem a garantia pessoal prestada por Maria, tendo em vista que o
credor aceitou receber objeto diverso do constante na obrigação originária.

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva,
ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

Art. 450. Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que
se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:

III - se o credor, em pagamento da dívida aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção.

A alternativa E está incorreta, dado que a garantia fidejussória da Maria é restabelecida e o valor
restabelecido é aquele inerente ao bem na época em que se evenceu (quando foi objeto da dação em
pagamento). O valor restabelecido, repita-se, é o da dívida original (R$ 50.000,00).

LISTA DE QUESTÕES
CESPE

ADIMPLEMENTO E INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES. ATOS UNILATERAIS

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

1. (CESPE / STM – 2018) De acordo com o Código Civil e considerando o entendimento doutrinário
acerca das pessoas naturais, das obrigações e da prescrição e decadência, julgue o item a seguir.

Nas obrigações de prestações sucessivas, a quitação da última parcela acarreta a presunção absoluta de que
as anteriores foram pagas.

2. (CESPE / TRE-TO – 2017) No que se refere ao adimplemento das obrigações, assinale a opção
correta.

(A) Será inválido pagamento de dívida de menor que seja efetuado, de forma ciente, pelo pai dele, ainda que
demonstre que o benefício foi efetivamente revertido em favor do incapaz.

(B) O pagamento da dívida deverá ser feito, em qualquer caso, exclusivamente ao credor.

(C) Caso seja ofertada prestação diversa da que lhe é devida, o credor deverá consentir em recebê-la, desde
que seja mais valiosa que a original.

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(D) Devedor cuja dívida seja paga por terceiro e que, tendo ciência da perda da pretensão do credor, se
opuser ao adimplemento, não estará obrigado a reembolsar o pagador.

(E) Terceiro não interessado que pague dívida em nome próprio se sub-rogará nos direitos do credor.

3. (CESPE / PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG – 2017) João celebrou contrato de locação de


imóvel residencial com determinada imobiliária, que realizou negócio jurídico de administração do bem
com Júlio, proprietário do referido imóvel. Conforme convencionado entre João e a imobiliária, o aluguel
deveria ser pago a Carlos, um dos sócios da imobiliária, o qual costumeiramente recebia os aluguéis e dava
quitação. Em determinado momento, João foi surpreendido com uma ação de despejo, na qual se
argumentava que alguns pagamentos efetuados a Carlos não extinguiram a obrigação locatícia, porquanto
ele tinha se retirado da sociedade no curso do contrato e o locatário não havia observado a alteração
societária.

De acordo com o Código Civil, nessa situação,

(A) João deverá demonstrar que o pagamento foi revertido em favor da sociedade, para se eximir das
cobranças.

(B) os pagamentos efetuados por João são válidos, pois Carlos é considerado credor putativo.

(C) a validade dos pagamentos realizados por João depende de ratificação por Júlio, proprietário do imóvel.

(D) João terá de pagar novamente o valor cobrado.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

4. (CEBRASPE/ ISS- Aracajú - 2021) A fim de ajudar seu filho Gabriel, Pedro o substituiu em uma dívida,
com o consentimento do credor. Novo título foi emitido. Nessa situação hipotética, ocorreu

a) a substituição do devedor com sub-rogação.

b) a novação da obrigação contraída originalmente.

c) a cessão do direito do credor.

d) a remissão de dívida.

e) a imputação de pagamento para terceiro.

5. (CESPE / PREFEITURA DE BOA VISTA-RR – 2019) Acerca de responsabilidade civil, de negócio jurídico
e de transmissão e extinção de obrigações, julgue o item seguinte.

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Tanto no caso de assunção de dívida quanto no caso de novação de dívida, enquanto a obrigação original
não for totalmente adimplida, o devedor originário manterá sua responsabilidade com o credor e a obrigação
permanecerá inalterada.

6. (CESPE / TJ-PR – 2019) De acordo com o Código Civil, nas consignações em pagamento, o ato de
depósito efetuado pelo devedor faz cessar

(A) os riscos, mas os juros da dívida continuam a correr até a declaração de aceitação do credor.

(B) os riscos e os juros da dívida, podendo o devedor requerer o levantamento do depósito mesmo após a
aceitação do credor.

(C) os juros da dívida e impede o levantamento do valor depositado pelo devedor até que seja aceito ou
impugnado pelo credor.

(D) os riscos e os juros da dívida; uma vez declarada a aceitação pelo credor, o depósito não mais pode ser
levantado pelo devedor.

7. (CESPE / SEFAZ-RS – 2019) Pedro tem uma dívida líquida, certa e vencida com Carlos, que reside
em lugar incerto. Maria, amiga de Pedro e terceira não interessada na relação jurídica de Pedro e Carlos,
resolveu efetuar o pagamento da dívida. Como Maria não localizou Carlos, ela efetuou depósito judicial
em nome e à conta de Pedro, que não se opôs e, assim, a dívida foi extinta.

Considerando o disposto no Código Civil, Maria procedeu a um(a)

(A) pagamento com sub-rogação.

(B) dação em pagamento.

(C) novação.

(D) imputação do pagamento.

(E) pagamento em consignação.

8. (CESPE / PGM - JOÃO PESSOA – 2018) Paulo tem uma dívida de R$ 1.000 com Pedro; este, por sua
vez, também tem uma dívida de R$ 1.000 com Paulo, de modo que ambas as dívidas são líquidas e
exigíveis.

Nesse caso, a extinção da obrigação poderá ocorrer por

(A) dação.

(B) compensação.

(C) sub-rogação.

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(D) confusão.

(E) imputação.

9. (CESPE / MPU – 2018) A respeito de interpretação de lei, pessoas jurídicas e naturais, negócio
jurídico, prescrição, adimplemento de obrigações e responsabilidade civil, julgue o item a seguir.

Para a imputação do pagamento, os débitos devem ser relativos a coisas fungíveis entre si e consistir em
obrigações líquidas e vencidas.

10. (CESPE / PGE-PE – 2018) Uma obrigação foi extinta em virtude da constituição de uma nova
obrigação — com novo devedor — que ocupou o lugar da primeira.

Nesse caso,

(A) a nova obrigação será inválida se o débito primitivo estiver sujeito a termo.

(B) a nova obrigação representará renúncia a sua invocação se estiver prescrito o débito primitivo.

(C) será lícito ao novo devedor alegar as exceções que beneficiariam o devedor anterior.

(D) a dívida será satisfeita pelo devedor primitivo em caso de insolvência do novo devedor.

(E) a exigência do primeiro débito ficará suspensa até a extinção da dívida atual.

11. (CESPE / TRE-BA – 2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a Pedro.
Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira Carlos
da relação obrigacional.

O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa situação hipotética denomina-se

(A) novação.

(B) assunção de dívida.

(C) confusão.

(D) compensação.

(E) dação em pagamento.

12. (CESPE / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) Na hipótese de um credor aceitar, em vez do valor prometido, a
entrega de um bem móvel pelo devedor, ocorrerá a

(A) sub-rogação convencional.

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(B) dação em pagamento.

(C) novação.

(D) compensação.

(E) sub-rogação objetiva.

13. (CESPE / DPE-AC – 2017) No que se refere à extinção das obrigações, julgue os itens a seguir.

I. O segurador, por reparar ato danoso suportado pelo segurado, o sub-roga legalmente no direito contra o
autor do dano.

II. Havendo recusa no recebimento de valores, o devedor poderá realizar o depósito da quantia devida em
estabelecimento bancário, em nome do credor, e garantir a extinção da obrigação.

III. A dação em pagamento constitui direito subjetivo do devedor.

Assinale a opção correta.

(A) Apenas o item I está certo.

(B) Apenas os itens I e II estão certos.

(C) Apenas os itens I e III estão certos.

(D) Apenas os itens II e III estão certos.

(E) Todos os itens estão certos.

14. (CESPE / TRT - 7ª REGIÃO – 2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no
vencimento da dívida, para adimplir a obrigação, um veículo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida
foi, então, quitada.

Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimplemento se deu por

(A) compensação.

(B) pagamento em consignação.

(C) dação em pagamento.

(D) imputação do pagamento.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

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15. (CESPE / DPE-DF – 2019) Tendo como referência as disposições do Código Civil a respeito de
sucessão provisória, perdas e danos e venda com reserva de domínio, julgue o item subsecutivo.

As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, devem compreender as custas e os honorários
advocatícios e, além da atualização monetária, os juros de mora a partir do descumprimento contratual.

16. (CESPE / TJ-SC – 2019) A multa estipulada em contrato que tenha por objeto evitar o
inadimplemento da obrigação principal é denominada

(A) multa penitencial.

(B) cláusula penal.

(C) perdas e danos.

(D) arras penitenciais.

(E) multa pura e simples.

17. (CESPE / EBSERH – 2018) Considerando o que dispõe o Código Civil acerca das obrigações e dos
institutos da prescrição e da decadência, julgue o item que se segue.

A cobrança de encargos e parcelas abusivas não impede a caracterização da mora do devedor, que deverá
realizar o pagamento e reclamar, posteriormente, indenização por perdas e danos.

18. (CESPE / DPE-PE – 2018) Joaquim fez com Norberto contrato de promessa de compra e venda para
adquirir deste um imóvel por R$ 200.000: Joaquim deu R$ 150.000 de sinal e pretendia conseguir
financiamento dos R$ 50.000 restantes em uma instituição bancária. Segundo cláusula do contrato que
regulava o negócio, em caso de inexecução por culpa do comprador, este perderia o sinal em favor do
vendedor. Por desídia de Joaquim, que não apresentou todos os documentos exigidos pela instituição
bancária, o financiamento não foi aprovado, de maneira que o contrato não pôde ser cumprido. Joaquim
buscou ajuda na justiça comum.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com a legislação pertinente e a
posição dos tribunais superiores.

(A) Joaquim deverá alegar prejuízo para exigir de Norberto a devolução do sinal, mesmo existindo previsão
contratual.

(B) Já que Norberto recebeu os R$ 150.000 adiantados e teve a oportunidade de aplicá-los no mercado de
capitais, Joaquim deverá ser restituído do valor dado de sinal acrescido de correção com base no rendimento
da caderneta de poupança.

(C) Mesmo que comprove perdas e danos pelo negócio não concluído, Norberto não poderá exigir
indenização suplementar.

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(D) Joaquim perderá os R$ 150.000 para Norberto e não há, por parte do juiz da causa, a possibilidade de se
reduzir o montante perdido.

(E) Conforme o STJ, é possível reduzir a perda de Joaquim, já que, nesse caso, a diferença entre o valor inicial
pago e o total do negócio pode gerar enriquecimento sem causa para Norberto.

19. (CEBRASPE – TRE/BA - 2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a
Pedro. Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira
Carlos da relação obrigacional. O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa
situação hipotética denomina-se

a) novação.

b) assunção de dívida.

c) confusão.

d) compensação.

e) dação em pagamento.

20. (CEBRASPE – TRT7 – 2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no vencimento
da dívida, para adimplir a obrigação, um veículo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida foi, então,
quitada. Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimplemento se deu
por:

a) compensação.

b) pagamento em consignação.

c) dação em pagamento.

d) imputação do pagamento.

ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

21. (CESPE / TJ-DFT – 2019) Joana, em crise de depressão, contratou Jacinto para matá-la no dia
21/4/2018. Para tanto, foi convencionado como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana,
o qual foi entregue a Jacinto em 15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e
comunicou a decisão a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e
requereu a restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de pagamento,
ou a destinação do valor a entidade de beneficência.

Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.

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(A) O objeto imediato da obrigação pactuada entre as partes é lícito, mas está impedida a produção de
efeitos.

(B) No caso, uma vez que foi dada coisa para obtenção de fim ilícito, o juiz reverterá o valor pago por Joana
em proveito de uma entidade de beneficência, a seu critério.

(C) A situação retrata a prática de promessa de recompensa por Joana.

(D) Joana terá direito à repetição do que pagou, pois o ordenamento jurídico brasileiro veda o
enriquecimento ilícito.

(E) Joana deverá demonstrar o erro pelo pagamento indevido para que lhe seja restituído o pagamento
efetuado.

22. (CESPE / TRE-TO – 2017) Ana, aflita com a fuga de seu cão, espalhou, nas imediações de sua
residência, avisos públicos prometendo pagar recompensa em dinheiro no valor de R$ 1.000 para quem
fornecesse informações seguras a respeito do paradeiro do animal.

Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta.

(A) O ato de promessa de recompensa praticado por Ana tem natureza bilateral.

(B) Ana poderá revogar a promessa, mesmo após o animal ser localizado, pois a promessa constitui ato
unilateral.

(C) Se duas pessoas informarem a Ana, ao mesmo tempo, a respeito da localização do cão, deverá ser
realizado sorteio do valor da recompensa.

(D) Caso Ana receba de dois indivíduos, de forma sucessiva, a mesma informação que leve ao resgate do cão,
o valor da recompensa deverá ser dividido entre eles.

(E) Alguém que, ignorando a promessa de recompensa, encontre o cão e o entregue a Ana poderá, ao tomar
conhecimento dos avisos, exigir dela o pagamento do valor prometido.

23. (CESPE / PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – 2017) Acerca de atos unilaterais, responsabilidade civil
e preferências e privilégios creditórios, julgue o item subsequente.

Na hipótese de enriquecimento sem causa, a restituição do valor incluirá atualização monetária,


independentemente do ajuizamento de ação judicial.

24. (CESPE / TCE-PA – 2016) A respeito das obrigações, dos contratos e dos atos unilaterais, julgue o
item que se segue.

Não terá direito à repetição do indébito o devedor que saldar dívida prescrita.

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FCC

ADIMPLEMENTO E INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES. ATOS UNILATERAIS

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

25. (FCC / DPE-MA – 2018) Lucas e Bruno realizaram um contrato de trato sucessivo em que se
estampava uma obrigação portável. Entretanto, reiteradamente, o pagamento era feito de forma diversa
da que fora pactuada, sem que os envolvidos apresentassem objeção. Neste caso, os pagamentos
realizados são:
a) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela constante do instrumento da avença, e o credor
poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do instrumento da avença, uma vez
que não há fundamento para se presumir a renúncia ao previsto no contrato nessas circunstâncias.
b) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que se presume que o credor renunciou ao previsto no contrato.
c) inválidos, porque realizado de forma diversa daquela constante do instrumento da avença, mas o credor
não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do instrumento da avença,
uma vez que se presume que o credor renunciou ao previsto no contrato.
d) válidos, mas o credor poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que não há fundamento para se presumir a renúncia ao previsto no contrato
nessas circunstâncias.
e) válidos, e o credor não poderá exigir que o pagamento passe a ser realizado da forma constante do
instrumento da avença, uma vez que, apesar de não existir fundamento para a renúncia, é caso de duty to
mitigate the loss.

26. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre o adimplemento e extinção das obrigações:
a) Considera-se sub-rogação legal quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe
transfere todos os seus direitos.
b) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar, sub-rogando-se nos direitos do credor.
c) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar
aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
d) O pagamento feito à credor putativo, ainda que de boa-fé, não é válido.
e) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito e ação executiva
promovida por terceiro, o pagamento não valerá contra este, que poderá constranger o devedor a pagar de
novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

27. (FCC / DPE-AM – 2018) No tocante ao adimplemento e extinção das obrigações, considere as
afirmações a seguir:

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I. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir,
retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.

II. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal, mas não contra os fiadores, por se tratar
a fiança de contrato acessório e benéfico.

III. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital; essa
regra não se aplica às hipóteses de compensação tributária.

IV. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas ou não, mas desde que fungíveis entre
si.

V. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas
ou extintas.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) II, III, IV e V.
b) I, II, III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e) I, II e IV.

28. (FCC / DPE-MA – 2018) No direito das obrigações, a novação


a) exige a inequívoca intenção de novar, mas ela pode ser expressa ou tácita.
b) somente se configura caso se refira a todos os elementos da obrigação anterior, pois inexiste novação
parcial.
c) é presumida diante da modificação unilateral da forma de cumprimento da obrigação originalmente
estatuída.
d) pode ser utilizada licitamente como meio de validar obrigações nulas ou extintas.
e) da obrigação principal não tem reflexos sobre as obrigações acessórias, tal como a fiança.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

29. (FCC / PGE-AP – 2018) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
a) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora e, sendo indivisível a obrigação,
todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar
integralmente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota, contudo, a penalidade
deve se reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o
montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do
negócio

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b) independentemente de culpa ou dolo, deixe de cumprir a obrigação e, sendo indivisível a obrigação, todos
os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena, todavia, o valor da sanção imposta na cláusula
penal não pode exceder o da obrigação principal.
c) independentemente de culpa ou dolo, deixe de cumprir a obrigação e, sendo solidária a obrigação, todos
os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena, todavia, o valor da soma imposta na cláusula
penal não pode exceder o da obrigação principal e a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz
se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
d) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora, e, quando se estipular a cláusula
penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do
credor, poderá exceder o valor da obrigação principal e o juiz não poderá reduzi-la.
e) culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora e, se o prejuízo exceder ao previsto
na cláusula penal, independentemente de estipulação no contrato, o credor poderá exigir indenização
suplementar, até o montante do prejuízo e, neste caso, o juiz poderá reduzir o valor estabelecido a título de
pena contratual.

30. (FCC / SEFAZ-SC – 2018) Em caso de inadimplemento da obrigação estabelecida em contrato de


doação pura e simples, o doador tem responsabilidade
a) quando houver caso fortuito ou força maior, no silêncio do contrato.
b) apenas por conduta dolosa.
c) por conduta dolosa ou culposa, de qualquer grau.
d) apenas por conduta dolosa ou culposa, de grau grave.
e) nos mesmos termos da responsabilidade do donatário.

31. (FCC / TRF - 5ª REGIÃO – 2017) Marília celebrou com Cristiano, seu vizinho, contrato de compra e
venda de um piano, pelo qual ele lhe pagou a importância de R$ 1.000,00. No contrato, ajustaram que
Marília entregaria o piano a Cristiano em data certa. Antes da tradição da coisa, mas depois de vencido o
prazo para que ela fosse entregue a Cristiano, houve uma inesperada enchente, que inundou a casa de
Marília e destruiu o piano. De acordo com o Código Civil, Marília, que estava em mora,
a) não responde pela impossibilidade da prestação, eis que decorrente de caso fortuito.
b) responde pela impossibilidade da prestação, mesmo se provar isenção de culpa.
c) não responde pela impossibilidade da prestação, eis que decorrente de força maior.
d) responde pela impossibilidade da prestação, mesmo se provar que o dano sobreviria ainda que a
obrigação fosse oportunamente desempenhada.
e) responde pela impossibilidade da prestação, salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria
ainda que a obrigação fosse oportunamente desempenhada.

32. (FCC / TST – 2017) Abelardo celebrou contrato com a Papelaria P Ltda., por meio do qual aquele se
comprometeu a solicitar e comprar desta, pelo período de vinte meses, uma quantidade mensal de
quinhentas resmas de papel A4, razão pela qual o valor de cada resma tornou-se bastante convidativo
para o comprador, que utilizava o papel como matéria-prima para o seu exercício profissional. Restou

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acordado, também, que, se o comprador deixasse de efetuar as compras mensais antes do término do
prazo avençado, teria que pagar multa correspondente a cinco mensalidades. Abelardo solicitou e
comprou as resmas por dezesseis meses, momento em que deixou de as requerer, rompendo o contrato.
A Papelaria P Ltda. ajuizou ação postulando o pagamento das cinco mensalidades previstas
contratualmente. Nesse caso hipotético, Abelardo
a) terá que pagar apenas quatro mensalidades, pois estas seriam as correspondentes para completar a
vigência total do contrato, independentemente do fornecimento de resmas pela Papelaria P Ltda.
b) fará jus à redução equitativa do montante da penalidade, em face da manutenção do equilíbrio da relação
contratual e tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
c) terá que pagar as cinco mensalidades contratualmente previstas, considerando que o valor da penalidade
não excede o valor da obrigação principal do contrato e que a autonomia da vontade autoriza a livre
estipulação da penalidade.
d) não precisará pagar o valor da penalidade, em face do adimplemento substancial do contrato.
e) terá que pagar o valor correspondente ao preço de mercado equivalente a duas mil resmas.

33. (FCC / TJ-SC – 2017) A cláusula penal


a) pode ter valor excedente ao da obrigação principal, ressalvado ao juiz reduzi-lo equitativamente.
b) incide de pleno direito, se o devedor, ainda que isento de culpa, deixar de cumprir a obrigação ou se
constituir-se em mora.
c) incide de pleno direito, se o devedor, culposamente, deixar de cumprir a obrigação ou se constituir-se em
mora.
d) exclui, sob pena de invalidade, qualquer estipulação que estabeleça indenização suplementar.
e) sendo indivisível a obrigação, implica que todos os devedores, caindo em falta um deles, serão
responsáveis, podendo o valor integral ser demandado de qualquer deles.

34. (FCC / TRT - 24ª REGIÃO – 2017) Sobre a cláusula penal no caso de inadimplemento das obrigações,
à luz do Código Civil, é INCORRETO afirmar:
a) Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a
obrigação ou se constitua em mora.
b) Sendo indivisível a obrigação, caindo em falta um dos devedores, a pena poderá ser exigida apenas do
culpado, isentados os demais devedores.
c) A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação pode referir-se à alguma cláusula especial da
obrigação.
d) Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-
se-á em alternativa a benefício do credor.
e) Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.

ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

35. (FCC / SEFAZ-PI – 2015) Com relação à inexecução das obrigações, de acordo com o Código Civil,

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a) O devedor responde pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior se por eles houver
expressamente se responsabilizado.
b) Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo correção monetária mas não
juros nem honorários de advogado.
c) Nos contratos onerosos, as partes respondem apenas em caso de culpa, sem exceção.
d) Nos contratos benéficos, responde apenas por dolo o contratante a quem o contrato aproveita.
e) Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo juros e correção monetária
porém não honorários de advogado.

36. (FCC / DPE-AM – 2018) Em relação ao pagamento indevido,


a) se aquele que tiver recebido indevidamente um imóvel o tiver alienado em boa-fé, gratuitamente,
responde somente pela quantia recebida; mas, se o alienou onerosamente ainda que de boa-fé, além do
valor do imóvel responde por perdas e danos.
b) àquele que voluntariamente recebeu o indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro ou dolo.
c) não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral ou proibido por lei;
nesse caso, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência a critério do juiz.
d) pode-se repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, mas não o valor pago para cumprir obrigação
judicialmente inexigível.
e) todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe
também àquele que recebe dívida condicional, antes ou após cumprida a condição.

37. (FCC / TJ-AL – 2015) Um agricultor encontrou um carneiro perdido depois de evadir do aprisco e
recusando-se as autoridades a abrigá-lo, passou a alimentá-lo e dele cuidar. Passados seis meses, o dono,
descobrindo seu paradeiro, foi buscá-lo, sendo-lhe imediatamente entregue, porém cobrado das despesas
comprovadamente realizadas, por quem o encontrara. Nesse caso, o dono do carneiro
a) apenas terá de pagar uma recompensa a seu critério, mas não as despesas.
b) nada terá de pagar ao agricultor, porque a hipótese configura obrigação natural, cujo ressarcimento não
pode ser coercitivamente exigido.
c) deverá ressarcir o agricultor das despesas que teve, porque houve gestão de negócio, que não se presume
gratuita.
d) deverá pagar ao agricultor as despesas que teve, e este poderá cobrá-las com fundamento na vedação de
enriquecimento sem causa.
e) só terá de ressarcir o agricultor, se houver feito publicamente promessa de recompensa.

38. (FCC / SEFAZ-PE – 2015) A ação de restituição por enriquecimento sem causa
a) é cabível para repetir o que se pagou para solver dívida prescrita.
b) tem os mesmos requisitos da ação de restituição por pagamento indevido.
c) é cabível quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas não é cabível quando esta
deixou de existir.
d) não é cabível, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.

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e) não pode ter por objeto a restituição de coisa determinada, mas somente quantia em dinheiro.

39. (FCC / TRT - 18ª REGIÃO – 2014) Em relação ao enriquecimento sem causa, examine o quanto segue:

I. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.

II. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-
la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi
exigido.

III. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento,
mas também se esta deixou de existir.

IV. Caberá a restituição por enriquecimento, ainda que a lei confira ao lesado outros meios para se
ressarcir do prejuízo sofrido.

Está correto o que consta APENAS em


a) I, III e IV.
b) I, II e IV.
c) II, III e IV.
d) I, II e III.
e) I e III.

FGV

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

40. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR-BA – 2018) Carlos, devedor de Paula, oferece à sua credora, na data
prevista para o pagamento, o automóvel XYZ para solver a dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Paula
aceita a oferta, mas, após 60 (sessenta) dias da tradição e registro da transferência do veículo na autarquia
de trânsito, o bem veio a ser apreendido pela autoridade policial.

No dia seguinte, Paula descobriu que, após o registro da transferência, a autarquia de trânsito recebeu
ordem judicial de apreensão do veículo, por força de sentença transitada em julgado que reconhecera ser
Joaquim o proprietário do automóvel.

Diante desses fatos, Paula faz jus:

a) à indenização a ser paga por Joaquim, que corresponderá ao valor da dívida extinta;

b) ao valor da dívida, acrescida de juros legais incidentes a partir da data da perda do bem, a ser cobrada de
Carlos;

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c) à retenção do veículo, até recebimento da indenização pelo valor do veículo, a ser paga por Carlos ou
Joaquim;

d) ao pagamento do valor da dívida por Carlos, acrescido dos encargos moratórios a partir do vencimento;

e) a reaver o valor da dívida de Carlos, sob pena de enriquecimento sem causa do ex-devedor.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

41. (FGV / MPE-AL – 2018) Josimar, pecuarista, adquiriu dos irmãos Alberto e Rodrigo, um touro
reprodutor. Por conveniência das partes, o preço foi antecipadamente pago, fixaram data para a entrega
do animal e, na hipótese de perecimento do touro, uma multa de 10% sobre o valor adiantado. No dia de
entrega do animal, Rodrigo, ao conduzir o veículo de transporte, empreende manobra arriscada onde não
era possível ultrapassar e, ao sair da pista, tomba com o veículo, vindo a falecer o touro. Rodrigo sobrevive.
Diante desta situação, Josimar faz jus

a) à cláusula penal convencionada, apenas, que deverá ser rateada pelos irmãos.

b) ao valor antecipado e à multa, que serão rateados pelos vendedores, cabendo a Alberto o regresso dos
valores.

c) ao valor antecipado, devido por qualquer dos irmãos e à multa, devida apenas por Rodrigo.

d) à multa, devida por inteiro por Alberto e Rodrigo e ao preço por eles rateado.

e) ao preço, rateado pelos vendedores e à multa, devida em sua integralidade por Rodrigo e na metade, por
Alberto.

42. (FGV / SEFIN-RO – 2018) Médici celebra contrato de comissão com Borracharia Seringueiras Ltda.
com prazo de três anos, fixando-se uma comissão anual no valor de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais)
em favor do comissário. O contrato contém cláusula de exclusividade que impede Médici de atuar como
comissário para qualquer concorrente de Borracharia Seringueiras Ltda., bem como cláusula penal que
estipula o pagamento de R$ 700.000,00 (setecentos mil reais) para o descumprimento contratual, não
prevendo direito à indenização suplementar.

Durante o segundo ano de vigência do contrato, Médici recebe proposta para atuar como comissário de
sociedade concorrente de Borracharia Seringueiras Ltda. A concorrente oferece expressamente o quádruplo
do valor anual pago a Médici, que aceita a proposta, descumprindo a cláusula de exclusividade. Pelo
descumprimento, Médici paga à Borracharia Seringueiras Ltda. o montante estipulado de R$ 700.000,00.

Com base nessas informações, assinale a afirmativa correta.

a) Se o prejuízo exceder o previsto na cláusula penal, pode a Borracharia Seringueiras Ltda. exigir indenização
suplementar de Médici, mesmo não tendo sido convencionado.

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b) Ainda que o prejuízo exceda o previsto na cláusula penal, não pode a Borracharia Seringueiras Ltda. exigir
indenização suplementar de Médici, porque assim não foi convencionado.

c) A cláusula penal é o limite máximo indenizatório pré-fixado; portanto, a Borracharia Seringueiras Ltda. não
poderia exigir indenização suplementar de Médici, ainda que o prejuízo superior tivesse sido demonstrado
e convencionado.

d) A cláusula penal é o limite mínimo indenizatório pré-fixado; portanto, para a Borracharia Seringueiras
Ltda. exigir a pena convencional, é necessário que alegue prejuízo.

e) Como foi estipulada a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, e a prestação
pode ser superior ao prejuízo pré-fixado, com ou sem convenção, a obrigação se converte em alternativa em
benefício de Médici.

43. (FGV / TRT - 12ª REGIÃO – 2017) Ingrid havia prometido entregar a Graziela um automóvel usado
em determinada data. Ocorre que, por motivo não revelado, Ingrid não possuía o veículo na data que havia
sido acertada e, assim, propôs entregar 3 motocicletas novas em substituição ao automóvel, com o que
Graziela concordou. A hipótese retrata, de acordo com o Código Civil, o seguinte fenômeno jurídico:

a) compensação;

b) sub-rogação;

c) dação em pagamento;

d) remissão;

e) transação

VUNESP

ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 304 AO 333)

44. (VUNESP - Prefeitura de São Roque - SP – Advogado 2020) Acerca do pagamento das obrigações,
assinale a alternativa correta.

a) O terceiro não interessado pode pagar a dívida se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição
deste, e se pagar a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-
roga nos direitos do credor.

b) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor; se
o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele
oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de
novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

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c) É ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas e são nulas as convenções de


pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta
e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.

d) Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou


se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias, e, se designados dois ou mais
lugares, cabe ao devedor escolher entre eles.

e) Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato, no caso
de falência do devedor, recuperação judicial ou estado notório de insolvência.

45. (VUNESP/ PREFEITURA DE GUARULHOS-SP – 2019) Acerca do pagamento realizado por terceiros,
é correto afirmar que

a) qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios
conducentes à exoneração do devedor.

b) o terceiro não interessado pode pagar a dívida, utilizando-se dos meios conducentes à exoneração do
devedor, se o fizer em nome e à conta do devedor, mesmo com oposição deste.

c) o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar e se sub-roga nos direitos do credor.

d) se o terceiro não interessado pagar antes de vencida a dívida terá direito ao reembolso a partir da data
do pagamento, mesmo que anterior ao vencimento.

e) o pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar
aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação.

46. (VUNESP/ CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – 2019) Acerca do pagamento das obrigações, assinale a
alternativa correta.

a) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que
pagar, bem como se sub-roga nos direitos do credor.

b) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, salvo se provado depois que não era credor ao
tempo do pagamento.

c) Designados dois ou mais lugares, cabe ao devedor escolher entre eles onde irá realizar o pagamento.

d) É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.

e) As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao devedor a prova


de que deste teve ciência o credor.

47. (VUNESP/ TJ-RS – 2019) A respeito da cláusula penal e as arras, assinale a alternativa correta.

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a) Sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, pode o credor exigir indenização
suplementar.

b) Se o contrato previu arras penitenciais, não haverá direito a indenização complementar.

c) A parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras confirmatórias.

d) O valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo.

MEIOS ALTERNATIVOS DE PAGAMENTO (ARTS. 334 AO 388)

48. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa que
representa hipótese de novação, no contexto do direito das obrigações.

a) O credor se recusa ao recebimento de determinado pagamento, sem justa causa.

b) A pessoa obrigada por dois débitos indica a qual deles oferece pagamento.

c) Em relação a uma mesma obrigação, mais de uma pessoa fica obrigada ao pagamento da totalidade da
dívida.

d) Novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor.

e) Duas pessoas tornam-se, ao mesmo tempo, credor e devedor uma da outra.

49. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) A consignação em pagamento é


caracterizada pelo depósito judicial ou em estabelecimento bancário, da coisa devida, nos casos e formas
legais, extinguindo a obrigação.

Sobre o tema, assinale a alternativa correta.

a) O depósito requerer-se-á no domicílio do credor, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os
juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.

b) Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, o devedor poderá requerer o levantamento,
ficando a cargo do credor o pagamento das despesas.

c) Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de
acordo com os outros devedores e fiadores.

d) As despesas com o depósito correrão sempre à conta do devedor.

e) Se a dívida vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, apenas o
credor principal poderá requerer a consignação.

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50. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa correta
sobre a compensação, no contexto do adimplemento e extinção das obrigações.

a) A diferença de causa nas dívidas, em regra, impede a compensação.

b) É nula a cláusula contratual que exclua a possibilidade de compensação.

c) É lícito ao fiador compensar sua dívida em relação ao credor, com a dívida que tal credor tem em relação
ao afiançado.

d) Ocorrendo a cessão de determinado crédito a terceiro, sem oposição pelo devedor devidamente
notificado sobre a cessão, este poderá opor ao cessionário a compensação que, antes da cessão, poderia
opor ao cedente.

e) Em regra, duas dívidas que não são pagáveis no mesmo lugar não podem ser compensadas.

51. (VUNESP/ MPE-SP – 2018) Considere as seguintes situações hipotéticas: i) em compromisso de


compra e venda, foi previsto um pagamento inicial de 10% do valor do bem, a ser descontado dos
pagamentos a serem feitos posteriormente; ii) em contrato de compra e venda foi previsto que o atraso
no pagamento sujeitaria o devedor à multa de 10% do valor do contrato; iii) em contrato de compra e
venda foi previsto que se uma das partes não cumprir a avença deverá ressarcir a outra em valor
equivalente a 50% do valor do contrato; iv) em compromisso de compra e venda foi previsto que, caso
uma das partes desista de firmar o contrato definitivo, a outra pode reter o sinal recebido ou ter que
devolver o recebido, mais o equivalente.

As situações retratam, respectivamente:

a) arras confirmatórias, multa compensatória, multa moratória, arras penitenciais.

b) multa compensatória, arras penitenciais, arras confirmatórias, multa moratória.

c) arras penitenciais, multa moratória, multa compensatória, arras confirmatórias.

d) arras penitenciais, multa compensatória, multa moratória, arras confirmatórias.

e) arras confirmatórias, multa moratória, multa compensatória, arras penitenciais.

52. (VUNESP/ UNICAMP – 2018) Considere as seguintes situações: i) novo devedor assume a dívida de
terceiro, com consentimento deste, que continua obrigado; ii) novo devedor assume a dívida de terceiro,
com consentimento deste, que fica desobrigado; iii) novo devedor, sem consentimento de terceiro,
assume a dívida deste, com consentimento do credor, desobrigando o devedor primitivo.

É correto afirmar que as situações retratadas representam, respectivamente:

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a) novação subjetiva por delegação perfeita, novação subjetiva passiva por delegação imperfeita e novação
passiva por expromissão.

b) novação passiva por expromissão, novação subjetiva por delegação imperfeita e novação subjetiva passiva
por delegação perfeita.

c) novação subjetiva por delegação imperfeita, novação subjetiva passiva por delegação perfeita e novação
passiva por expromissão.

d) novação passiva por expromissão, novação subjetiva por delegação perfeita e novação subjetiva passiva
por delegação imperfeita.

e) novação subjetiva por delegação imperfeita, novação passiva por expromissão e novação subjetiva passiva
por delegação perfeita.

INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES (ARTS. 389 AO 420)

53. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP – 2019) Fátima e Nanci celebraram um
contrato de depósito, no qual Fátima receberia o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para guardar, pelo
prazo de 1 (um) ano, os móveis pertencentes ao apartamento de Nanci, que seria locado para fins
comerciais. Ao final do prazo, Fátima se recusou a devolver os bens, alegando que os bens não pertenciam
a Nanci. Passaram-se 4 (quatro) anos da recusa em devolver os móveis objeto do contrato.

Diante da situação hipotética, considerando a possibilidade de obter a reparação pelo inadimplemento


contratual, assinale a alternativa correta.

a) A ação está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 3 (três) anos.

b) A ação está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 3 (três) anos, mas
Fátima responde caso o prejuízo seja resultante de caso fortuito ou força maior.

c) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 5 (cinco) anos, e
respondem pelo inadimplemento todos os bens de Fátima.

d) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 5 (cinco) anos, e
Fátima responde pelas perdas e danos, mais juros e atualização monetária.

e) A ação não está prescrita, considerando que o prazo estabelecido pelo Código Civil é de 10 (dez) anos para
os casos de inadimplemento contratual.

54. (VUNESP/ TJ-RS – 2019) A respeito da cláusula penal e as arras, assinale a alternativa correta.

a) Sempre que o prejuízo exceder ao previsto na cláusula penal, pode o credor exigir indenização
suplementar.

b) Se o contrato previu arras penitenciais, não haverá direito a indenização complementar.

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c) A parte inocente não pode pedir indenização complementar às arras confirmatórias.

d) O valor da cominação imposta na cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue prejuízo.

55. (VUNESP/ PREFEITURA DE ITAPEVI-SP – 2019) Miguel e Thais firmaram um contrato de compra e
venda de um automóvel, sem direito de arrependimento, no qual restou estipulado que, além da entrega
de uma moto, a título de sinal, Miguel pagaria 6 (seis) parcelas de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a Thais.
Depois de pagos o sinal e duas parcelas, Miguel deixa de executar a sua parte do contrato.

Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta.

a) O sinal dado por Miguel tem função unicamente indenizatória.

b) Thais não pode pedir indenização suplementar, ainda que prove que teve maior prejuízo.

c) Thais pode exigir a execução do contrato, com as perdas e os danos, valendo a moto como o mínimo da
indenização.

d) Miguel pode exigir a devolução da moto com juros e atualização monetária.

e) Thais apenas pode reter a moto e ter o contrato por desfeito.

56. (VUNESP/ PREFEITURA DE PONTAL-SP – 2018) Assinale a alternativa correta sobre o


inadimplemento das obrigações, de acordo com as disposições do Código Civil de 2002.

a) É nula a cláusula contratual pela qual o devedor de determinada obrigação se responsabiliza pelos
prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior.

b) A penalidade estabelecida em cláusula penal pode ser equitativamente reduzida pelo juiz se o montante
da penalidade for manifestamente excessivo, considerando a natureza e finalidade do negócio.

c) Para exigir lucros cessantes, o credor deverá comprovar, cabalmente, o quanto deixou de lucrar.

d) O valor da cominação imposta em cláusula penal pode exceder o da obrigação principal.

e) O valor estipulado a título de arras não pode ser superior a 30% (trinta por cento) do valor total da
obrigação.

57. (VUNESP/ PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018) Assinale a alternativa correta
sobre a mora, no contexto do inadimplemento das obrigações.

a) O devedor em mora, em regra, não responde pela impossibilidade da prestação, se esta decorreu de caso
fortuito ocorrido durante o atraso.

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b) Purga-se a mora, por parte do devedor, oferecendo este o valor nominal da prestação, ainda que sem os
encargos decorrentes da mora.

c) Nas obrigações provenientes de ato ilícito, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou
extrajudicial, ao ofensor.

d) Não havendo termo para cumprimento da obrigação, a mora se constitui exclusivamente pela via judicial.

e) O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o
devedor.

58. (VUNESP/ TJ-SP – 2018) Com relação à mora, é correto afirmar:

a) havendo retardo no cumprimento da obrigação, sempre estará caracterizada a mora.

b) o cumprimento integral e tempestivo da obrigação pode configurar mora na hipótese de o devedor,


culposamente, cumprir a obrigação fora do lugar ou de forma diversa do estabelecido.

c) por regra de boa-fé objetiva, a purgação da mora sempre é possível, ainda que a prestação seja inútil ao
credor.

d) o instituto da mora não se aplica ao credor.

59. (VUNESP/ FAPESP – 2018) Não cumprida a obrigação, responde o devedor

a) apenas pelo cumprimento atrasado da obrigação, com juros e correção monetária convencionais.

b) pelo pagamento do terceiro que a cumprir, no preço que este a tiver estipulado.

c) pelo pagamento da cláusula penal, por ter esta a natureza compensatória.

d) pelo cumprimento da obrigação, além de perdas e danos.

e) por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.

60. (VUNESP/ TJ-SP – 2017) Em relação à cláusula penal decorrente da inexecução de obrigação,
assinale a alternativa correta.

a) A exigibilidade da cláusula penal perante pessoa jurídica está condicionada à comprovação de abuso da
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial.

b) Para exigir a pena convencional, é necessário que o credor alegue o prejuízo e que este não exceda o valor
da obrigação principal.

c) O prejuízo excedente à cláusula penal poderá ser exigido se houver expressa convenção contratual nesse
sentido.

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d) Sempre que o prejuízo exceder a pena convencional, o credor poderá exigir indenização suplementar,
competindo-lhe provar o prejuízo excedente.

61. (VUNESP/ CÂMARA DE COTIA – SP – 2017) Assinale a alternativa correta sobre o inadimplemento
das obrigações e suas consequências.

a) Não havendo termo para adimplemento da obrigação, a constituição do devedor em mora exige
interpelação judicial.

b) Considera-se purgada a mora do devedor quando este paga o principal da dívida, ainda que sem os
encargos decorrentes da mora.

c) A exigência de juros moratórios, pelo credor, depende de prévia estipulação contratual ou demonstração
de prejuízo.

d) É nula a cláusula contratual por meio da qual um dos contratantes assume os riscos decorrentes de caso
fortuito ou força maior.

e) O valor de cominação imposta por meio de cláusula penal não pode exceder o valor da obrigação principal.

ATOS UNILATERAIS (ARTS. 854 AO 886)

62. (VUNESP/ TJ-RS – 2018) André devia a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) em dinheiro a
Mateus. Maria era fiadora de André. Mateus aceitou receber em pagamento pela dívida um imóvel urbano
de propriedade de André, avaliado em R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) com área de 200 m2 e deu regular
quitação. Entretanto, o imóvel estava ocupado por Pedro, que o habitava há mais de cinco anos, nele
estabelecendo sua moradia. Pedro ajuizou ação de usucapião para obter a declaração de propriedade do
imóvel que foi julgada procedente. Na época em que se evenceu, o imóvel foi avaliado em R$ 65.000,00
(sessenta e cinco mil reais). A respeito dos efeitos da evicção sobre a obrigação originária, é possível
afirmar que a obrigação originária

a) foi extinta com a dação em pagamento. André será responsável perante Mateus pelo valor
correspondente ao bem imóvel perdido, na época em que se evenceu. Maria está liberada da fiança
anteriormente prestada.

b) foi extinta com a dação em pagamento. André será responsável perante Mateus pelo valor
correspondente ao bem imóvel perdido, na época em que houve a dação em pagamento. Maria está liberada
da fiança anteriormente prestada.

c) é restabelecida, mas não contará mais com a garantia pessoal prestada por Maria. Em razão da evicção, a
obrigação repristinada terá por objeto o valor equivalente ao bem na época em que se evenceu.

d) é restabelecida, pelo seu valor original, em razão da evicção da coisa dada em pagamento, mas sem a
garantia pessoal prestada por Maria, tendo em vista que o credor aceitou receber objeto diverso do
constante na obrigação originária.

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e) é restabelecida, em razão da evicção da coisa dada em pagamento, inclusive com a garantia pessoal
prestada por Maria. Contudo, em razão da evicção, a obrigação repristinada terá por objeto o valor
equivalente ao bem na época em que se evenceu.

GABARITO

CESPE

1. STM – 2018 E
2. TRE-TO – 2017 D
3. PREF. DE BELO HORIZONTE-MG – 2017 B
4. CEBRASPE/ ISS- Aracajú – 2021 B
5. PREF. DE BOA VISTA-RR – 2019 E
6. TJ-PR – 2019 D
7. SEFAZ-RS – 2019 E
8. PGM - JOÃO PESSOA – 2018 B
9. MPU – 2018 C
10. PGE-PE – 2018 B
11. TRE-BA – 2017 A
12. TRF - 5ª REGIÃO – 2017 B
13. DPE-AC – 2017 B
14. TRT - 7ª REGIÃO – 2017 C
15. DPE-DF – 2019 E
16. TJ-SC – 2019 B
17. EBSERH – 2018 E
18. DPE-PE – 2018 E
19. TRE/BA - 2017 A
20. TRT7 – 2017 C
21. TJ-DFT – 2019 B
22. TRE-TO – 2017 E
23. PREFEITURA DE FORTALEZA-CE – 2017 C
24. TCE-PA – 2016 C

FCC

25. DPE-MA – 2018 B


26. TRT - 24ª REGIÃO – 2017 E

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27. DPE-AM – 2018 D


28. DPE-MA – 2018 A
29. PGE-AP – 2018 A
30. SEFAZ-SC – 2018 B
31. TRF - 5ª REGIÃO – 2017 E
32. TST – 2017 B
33. TJ-SC – 2017 C
34. TRT - 24ª REGIÃO – 2017 B
35. SEFAZ-PI – 2015 A
36. DPE-AM – 2018 C
37. TJ-AL – 2015 D
38. SEFAZ-PE – 2015 D
39. TRT - 18ª REGIÃO – 2014 D

FGV

40. CÂMARA DE SALVADOR-BA – 2018 D


41. MPE-AL – 2018 E
42. SEFIN-RO – 2018 B
43. TRT - 12ª REGIÃO – 2017 C

VUNESP

44. Prefeitura de São Roque - SP – Advogado 2020 A


45. PREFEITURA DE GUARULHOS-SP – 2019 A
46. CÂMARA DE SERTÃOZINHO-SP – 2019 D
47. TJ-RS – 2019 B
48. PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018 D
49. PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018 C
50. PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018 C
51. MPE-SP – 2018 E
52. UNICAMP – 2018 C
53. PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP – 2019 E
54. TJ-RS – 2019 B
55. PREFEITURA DE ITAPEVI-SP – 2019 C
56. PREFEITURA DE PONTAL-SP – 2018 B
57. PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP – 2018 E
58. TJ-SP – 2018 B
59. FAPESP – 2018 E
60. TJ-SP – 2017 C
61. CÂMARA DE COTIA – SP – 2017 E
62. TJ-RS – 2018 D

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