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RELAÇÕES

INTERPESSOAIS NO
CONTEXTO EDUCACIONAL
Curso Andragogia e Formação de Adultos
Disciplina 2: Relações Interpessoais no Contexto
Educacional

Equipe Gestora

Diretor geral: Me. Eber Liessi


Diretora acadêmica: Me. Lilian Anabel Becerra de Oliveira
Coordenador da Pós-graduação: Me. Mérlinton Pastor de Oliveira

Coordenação do programa

Esp. Caio Beck., Andragogia Brasil


Me. Cláudio Silva de Sousa

Professor

Ana Marar

Núcleo de Tecnologias Educacionais- FADBA

Esp. Jean Magno Rodrigues do Ouro


Esp. Emerson Kiekow de Britto Rodrigues Alves

Produtores e Revisores

Produção e edição de vídeo: Juliano Luts Antunes


Revisão de língua portuguesa: Dr. Maria Rita Sousa Barbosa
Revisão de texto e vídeo: Me. Daniella Barbosa Silva
Revisão da diagramação: Esp. Kézia Ferreira Campos

Diagramação

Anthony Gregory Alves de Abreu


Relações Interpessoais, Psicologia do Desenvolvimento Humano e
Aprendizagem – História, Conceitos Básicos, Correntes e Teorias
Aula 01

Prof. Ana Marar

Apresentação

Nesta aula será desenvolvido o tema relações interpessoais e


sociais, e qual a relação entre aprendizado e educação.
Introduziremos a psicologia do desenvolvimento discorrendo as
diversas correntes e teorias da aprendizagem.

Relações Interpessoais

Para entender melhor o processo de aprendizagem da criança,


adolescente e do adulto, primeiro se faz necessário entendermos
um pouco mais do que é uma relação interpessoal.

Relacionamento interpessoal - conceito do âmbito da sociologia e


psicologia que é a capacidade de uma pessoa em estabelecer e
manter interações sociais produtivas e satisfatórias com diferentes
interlocutores, situações e ambientes. Também estuda a aptidão de
uma pessoa de se relacionar com os seus próprios sentimentos e
emoções (relação intrapessoal) quando é confrontada com as
situações de aprendizagem que podem ocorrer tanto dentro do
ambiente acadêmico quanto nas relações do dia a dia.

Para ter um relacionamento intrapessoal saudável, um indivíduo


deve exercitar áreas como a autoafirmação, automotivação,
autodomínio e autoconhecimento.

Para melhorar as relações interpessoais e chegar aos objetivos da


aprendizagem, o professor pode trabalhar em sala de aula ou fora
dela, estabelecendo programas de treinamento em habilidades
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sociais que visem avaliar o repertório inicial dos alunos, de modo a


identificar necessidades ou dificuldades e as variáveis a elas
associadas; definir objetivos de intervenção em termos de
habilidades específicas e seus componentes comportamentais
(verbais e não verbais) e cognitivo- -afetivos; planejar e
implementar sessões de treinamento de acordo com esses
objetivos; avaliar a efetividade, a validade social e a generalização
dos efeitos do treinamento.

Como veremos posteriormente, as propostas pedagógicas


sociointeracionistas de Vygotsky têm uma concepção de ensino
baseada na participação ativa do aluno, viabilizada por interações
sociais construtivas entre o professor e alunos em torno do
objetivo da aquisição de determinado conhecimento.

A atuação do professor no sentido de conduzir, mediar e participar


dessas interações requer um conjunto de habilidades interpessoais
profissionais. Portanto, podemos perceber que as relações
interpessoais no ambiente acadêmico se referem a todos os
envolvidos: professor e aluno, aluno e outros alunos, aluno consigo
mesmo e também professor consigo mesmo.

Para compreendermos um pouco mais como essas relações se


estabelecem, iremos estudar o desenvolvimento da criança e do
adolescente em diversos aspectos, desde a Psicanálise de Freud,
que explica a estrutura da mente e como o indivíduo desenvolve
toda esta relação pessoal com o mundo, até as teorias clássicas do
desenvolvimento da criança e as teorias de aprendizagem.

Psicologia do Desenvolvimento

A Psicologia do Desenvolvimento pretende explicar de que


maneiras o indivíduo vai mudando, ao decorrer do tempo, nos
aspectos biológicos, intelectuais, afetivos e sociais. Quais fatores
podem influenciar esse desenvolvimento tais como:
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hereditariedade, crescimento, maturação biológica


(neurofisiológica) e o meio onde se desenvolve. Para efeito de
estudo, o desenvolvimento humano tem sido abordado em quatro
aspectos básicos:

1- Aspecto físico-motor (biológico) (– refere-se ao crescimento


orgânico, à maturação neurofisiológica, à capacidade de
manipulação de objetos e de exercício do próprio corpo. Exemplo:
por ato instintivo, o bebê recém-nascido abocanha e suga o que se
aproxima de sua boca; quando é o seio, suga o leite. Ao redor de 7
meses, já consegue segurar uma mamadeira, pois já coordena os
movimentos das mãos.

2- Aspecto intelectual (pensamento) — a capacidade de


pensamento, raciocínio. Por exemplo: a criança de 2 anos puxar a
toalha da mesa para alcançar uma fruta ou o adolescente
planejando o que dá para comprar com sua mesada.

3- Aspecto afetivo-emocional — é o modo particular de o indivíduo


integrar suas experiências e sua relação com os outros. É o sentir.
A sexualidade faz parte desse aspecto. Exemplos: a vergonha ao
falar na frente da turma em sala de aula ou a sensação do
adolescente quando está perto de sua paquera.

4- Aspecto social — é a maneira como o indivíduo reage diante das


situações que envolvem outras pessoas. Por exemplo: como uma
pessoa se comporta ao chegar a um lugar onde não conhece as
outras. Pode ser a criança na pracinha indo convidar outra criança
para brincar ou um adulto que chega em uma festa e se apresenta
ou não ao grupo de pessoas a sua frente.

Através de estudos científicos, a Psicologia do Desenvolvimento


humano busca observar, explicar e descrever tais mudanças. Mas a
preocupação com esse assunto é bastante recente na história da
humanidade. Até quase o século XX, as crianças eram tratadas
como pequenos adultos, recebiam cuidados especiais apenas nos
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primeiros anos de vida. A partir de 4 a 5 anos, já participavam das


atividades dos adultos, trabalhavam nos campos, vendiam produtos
nas cidades, participavam dos enforcamentos e até de orgias, além
de serem vítimas dos desequilíbrios dos adultos.

A partir do século XVII, a Igreja interferiu nesse assunto,


apontando como eram inadequadas essas vivências à formação do
caráter e da moral dos indivíduos. Abriram escolas onde a
preocupação básica era o ensino da moral e da religião, além da
escrita, leitura, matemática, etc.

Essa atuação da Igreja foi muito importante no sentido de mostrar


as diferenças entre criança e adulto e despertar a consciência das
pessoas para uma reflexão a respeito do assunto. Assim, nos
séculos XVII e XVIII, tivemos grandes filósofos discutindo aspectos
da natureza humana, incluindo a criança. Dentre esses se pode
citar: John Locke (1632-1704), David Hume (1711-1776), René
Descartes (1596-1650).

Esses pensadores chegaram a teorias do desenvolvimento e


aprendizagem do ser humano que têm sido pesquisadas, estudadas
e desenvolvidas até os dias de hoje. A primeira grande divisão das
teorias do desenvolvimento é entre a Teoria Empirista, também
chamada de Ambientalista ou Associacionista e a Teoria
Racionalista.

Teoria Enpirista (Ambientalista ou Associacionista) – O nome


empirismo vem do latim: empiria (experiência) e -ismo (sufixo que
determina, entre outras coisas, uma corrente filosófica). Temos,
assim, a “corrente filosófica da experiência”. Empirismo é uma
teoria filosófica que acredita nas experiências humanas como
únicas responsáveis pela formação das ideias e conceitos
existentes no mundo. O ser humano constrói seu conhecimento
através da interação com o meio ambiente, ou seja, através dos
cinco sentidos.
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Esta teoria foi defendida, nos séculos XVII e XVIII, principalmente


por:
John Locke que diz que a mente de uma pessoa ao nascer é uma
tábula rasa, ou seja, uma espécie de folha em branco. As
experiências que essa pessoa passa pela vida é que vão
formando seus conhecimentos e personalidade. A experiência,
para Locke, não são as experiências de vida, são as nossas
sensações (sentidos): ouvimos, enxergamos, tocamos,
saboreamos e cheiramos. Cada um dos cinco sentidos leva
informações para o cérebro e nossas ideias vêm daquilo que
nossos sentidos perceberam do mundo.
David Hume que diz que a experiência e a observação são os
fundamentos sólidos para a ciência.

O empirismo se preocupa mais com a percepção do indivíduo em


relação ao estímulo dado do que com o que esse está pensando
naquele momento; portanto, independente de seus objetivos ou
significados. Coloca um peso maior na interação com os cinco
sentidos e não no raciocínio lógico.

Parte do princípio de que a pessoa “descobre” algo que já existe, já


estava presente na realidade exterior, ou seja, todo o processo do
conhecer, do saber e do agir é aprendido pela experiência, pela
tentativa e erro.

Ao se opor à Teoria Racionalista, o empirismo critica conceitos


como os de causa e substância (termo cunhado por Aristóteles, em
sua obra “Metafísica”). A Teoria Empirista ainda se subdivide em
Behaviorista e Conexionista.

Teoria Behaviorista – O Behaviorismo tem suas raízes no início do


séc. XX, com os experimentos e teorias dos psicólogos Ivan Pavlov
(1848-1936) e John Watson (1878-1958), porém alcança a
educação mundial com um professor de Harvard, B. F. Skinner
(1904-1989). A teoria se pauta em produzir estímulos e condicionar
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as respostas, gravando as respostas corretas e eliminado as


incorretas. Para influenciar as respostas, utiliza reforços positivos
ou negativos, respectivamente.

Para essa teoria, quando se introduz no processo de aprendizagem


um reforço positivo após uma resposta desejada, tende a aumentar
a frequência daquela reposta. Isso gera o condicionamento.

Para o Behaviorista, as pessoas reagem às condições ambientais, o


que significa dizer que o ambiente é que determina o homem.
Altere o ambiente em que a pessoa vive e isso alterará seus
pensamentos, os sentimentos e os comportamentos. Por natureza,
o homem não é bom nem mal; ele será o resultado do ambiente em
que está. Um ambiente defeituoso, ou seja, que produz reforços
positivos para ações erradas, gerará um indivíduo com problemas
pessoais e de socialização.

Teoria Racionalista – a aquisição do conhecimento é feita através


da análise de proposições lógicas e possíveis de serem analisadas
pelo ser humano. Seu precursor, René Descartes, escreveu sua
obra principal “O Discurso Sobre o Método” em 1637. Nesse livro
ele apresenta o seu método de raciocínio. Sua frase “Penso, logo
existo” é base de toda a sua filosofia e do futuro racionalismo
científico. Descartes estabelece um sistema baseado
exclusivamente no raciocínio dedutivo, guiando-se pela razão, e
que rejeita a percepção como fonte primária de conhecimento. A
teoria racionalista se subdivide em Inatista (ainda chamado de
nativista ou apriorismo) e Interacionista.

Teoria Inatista – Diz que o conhecimento é fruto da herança


genética, ou seja, é inato ao ser humano. De acordo com essa
corrente de pensamento, ao nascer já temos, pela hereditariedade,
as qualidades e capacidades básicas. Os fatores inatos são mais
poderosos na determinação das aptidões individuais e do grau em
que essas podem se desenvolver do que a experiência, o meio
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social e a educação. O papel do meio social, segundo essa


perspectiva, se restringe a impedir ou a permitir que as aptidões se
manifestem.

Teoria Interacionista – Nesta teoria a relação entre a pessoa e o


meio ambiente é primordial para o desenvolvimento e a aquisição
do conhecimento. As experiências anteriores preparam o indivíduo
para novos conhecimentos e as interações com o meio vão
construindo o pensamento abstrato.

Os principais pensadores e suas correntes interacionistas são: Jean


Piaget com a teoria cognitivista, Lev Vygotsky com a teoria
sociointeracionista e Henri Wallon com a teoria socioafetiva. Pela
importância dessas três teorias, as estudaremos mais
profundamente. Existem, porém, outras correntes, como a
Humanista (Carl Rogers), Aprendizagem Significativa (David
Ausubel), Gestalt (Fritz Pearls), entre outras.

Hoje as teorias ambientalistas e racionalistas se completam, mas


historicamente elas eram consideradas antagônicas. Em resumo,
podemos dizer que as teorias Empiristas ou Ambientalistas definem
que a aprendizagem ocorre pelas consequências comportamentais
e enfatizam as condições ambientais como forças propulsoras da
aprendizagem, que é a conexão entre o estímulo e a resposta. As
teorias racionalistas definem a aprendizagem como um processo de
relação do sujeito com o mundo externo tendo consequências na
organização interna do conhecimento.

As teorias ambientalistas e as racionalistas interacionistas, apesar


de diferentes em suas bases, têm muitos pontos em comum; tanto
em uma quanto em outra o ambiente exerce influência sobre o
indivíduo. O tipo do ambiente e as condições do meio influenciam
na aquisição do conhecimento e no desenvolvimento humano e
utilizam essa influência para planejar as melhores condições do
entorno para que esse desenvolvimento aconteça da forma mais
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saudável e tendo os melhores resultados.

Então, no que essas teorias diferem? Diferem em como acontece


essa influência, enquanto nas teorias empiristas ou ambientalistas
o caminho é somente do ambiente externo, que exerce influência e
transforma o indivíduo. Nas teorias interacionistas, o indivíduo
recebe o estímulo que gera também uma aprendizagem e
transformação, mas esse indivíduo transformado irá exercer uma
influência no ambiente, transformando este que, por sua vez,
exerce uma nova influência no indivíduo e assim sucessivamente.

Se compararmos as teorias Behaviorista e Interacionista, podemos


perceber que ambas discordam em pelo menos três pontos
importantes:
1. Na teoria Behaviorista aprendem-se hábitos, aprende- -se a
associação entre estímulo e resposta, aprende-se praticando.
Para a teoria Interacionista aprende-se a relação entre ideias e
conceitos com o entorno, aprendendo e abstraindo a partir da
própria experiência.
2. Para a teoria Behaviorista o comportamento é mantido pelo
sequenciamento de respostas. Exemplo: ao aprender a dirigir
um carro, percebe-se que na realidade antes se aprende o que é
um carro, o que é dirigir, como pegar uma chave e abrir a porta
desse carro e assim sucessivamente até chegar ao ato de dirigir
o veículo. São as diversas respostas a esses estímulos que, bem
sucedidas e então reforçadas, preparam a etapa seguinte:
aprender a dirigir, mantendo uma cadeia de respostas até o
objetivo ser alcançado. Para os interacionistas, o que mantém
um comportamento são os processos cerebrais centrais, tais
como a atenção e a memória, que são integradores dos
comportamentos.
3. Para o Behaviorismo os hábitos passados são requisitados para
a resposta de um novo problema e responde-se de acordo com
os elementos já aprendidos ou através de aspectos já
conhecidos e parecidos com essa nova situação. Exemplo:
quando uma criança aprende a pentear seu cabelo, pode
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pentear o pelo do cachorro ou o cabelo da boneca. Para os


interacionistas, o aprender a solucionar uma questão dependerá de
como o problema será apresentado, mesmo que se tenha a
experiência prévia para solucioná-la e, a partir do momento em que
se aprende a estrutura do raciocínio, a pessoa tem a compreensão
interna das relações essenciais do caso em questão. Por exemplo,
quando se é capaz de completar uma peça em determinado quebra-
cabeça sem ter feito várias tentativas, o sujeito olha o todo e
conclui que determinada peça encaixa em determinado espaço.

A apresentação geral das diversas teorias tem como importância


saber do que trata cada uma, quais os pontos que o professor pode
utilizar de cada uma, qual se aproxima mais do seu pensamento e
como construirá um modelo de aprendizagem mais apropriado para
seus alunos. A fim de fixar melhor esse conhecimento, o esquema a
seguir mostra como essas diversas teorias se dividem:

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO
TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO CONHECIMENTO

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO


CONHECIMENTO CONHECIMENTO

TEORIAS DE AQUISIÇÃO DO
CONHECIMENTO
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Leituras Recomendadas

Para Reflexão

Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel


branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias;
como ela será suprida? De onde lhe provém esse vasto estoque que
a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma
variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da
razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela
deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada
tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas
de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas,
nossa observação supre nosso entendimento com todos os
materiais do pensamento. Dessas duas fontes de conhecimento
jorram todas as nossas ideias, ou as que possivelmente teremos.

Primeiro, nossos sentidos, familiarizados com os objetos sensíveis


particulares, levam para a mente várias e distintas percepções das
coisas, segundo os vários meios pelos quais aqueles objetos a
impressionaram. Recebemos, assim, as ideias de amarelo, branco,
quente, frio, mole, duro, amargo, doce e todas as ideias que
denominamos qualidades sensíveis. Quando digo que os sentidos
levam para a mente, entendo com isso que eles retiram dos objetos
externos para a mente o que produziu estas percepções. A essa
grande fonte da maioria de nossas ideias, bastante dependente de
nossos sentidos, dos quais se encaminham para o entendimento,
denomino sensação.

A outra fonte pela qual a experiência supre o entendimento com


ideias é a percepção das operações de nossa própria mente, que se
ocupa das ideias que já lhe pertencem. Tais operações, quando a
alma começa a refletir e a considerar, suprem o entendimento com
outra série de ideias que não poderia ser obtida das coisas
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externas, tais como a percepção, o pensamento, o duvidar, o crer,


o raciocinar, o conhecer, o querer e todos os diferentes atos de
nossas próprias mentes.

[ ... ] Mas, como denomino a outra de sensação, denomino esta de


reflexão: ideias que se dão ao luxo de serem tais apenas quando a
mente reflete sobre as próprias operações.

Fonte: Locke, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Tradução Anoar Aiex e E. Jacy
Monteiro. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1983. (Os Pensadores).

Leituras Recomendadas

- DESCARTES, René – Discurso do método – Editora Hemus, 1978


Publicado originalmente em 1637. Considerado o livro que
inaugurou a filosofia moderna.

- HUME, David – Investigação sobre o entendimento humano –


Editora Escala, 2006 Publicado originalmente em 1748. Aborda a
questão da epistemologia humana, a ciência do homem enquanto
base de todos os ramos do saber.

- LOCKE, John – Ensaio acerca do entendimento humano – Editora


Nova Cultural, 2000. Foi publicado originalmente em 1690 e tem
como tema o pensamento e conhecimento humano. Esse ensaio foi
uma das principais fontes do Empirismo britânico, influenciando
muitos filósofos do Iluminismo, como David Hume.

- NEILL, Alexander Sutherland – Liberdade sem medo (Summerhill),


editora: Instituição Brasileira de Difusão e Cultura S,A (IBRASA),
primeira edição em 1960.

Livro interessante para quem quer saber mais a respeito do


Inatismo e aplicações na metodologia escolar. Trata sobre o
modelo de educação do autor, que pautava acima de tudo a
liberdade dos alunos como mecanismo de aprendizagem, o aluno
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era responsável pelo que gostaria de aprender, e desenvolvia-se no


seu próprio ritmo. Foi colocado em prática na escola Summerhill
School (Inglaterra), fundada no ano de 1921, pelo próprio Neill.

- SKINNER, B.F. – Sobre o Behaviorismo - Editora Cultrix, 1982.


Apresenta a visão do autor a respeito do Behaviorismo, expondo-
lhe os conceitos básicos, discutindo as implicações mais gerais no
campo do conhecimento e refutando as interpretações distorcidas
dele, veiculadas por seus opositores.

Filmes Recomendados

O experimento de Milgram (título original – Experimenter) 2015.

O filme aborda a biografia deste cientista e seu experimento mais


controverso. Importante filme para ser visto e criticado, dentro do
aprendizado o que é autoridade e obediência? Independente do
experimento, qual o papel do professor diante de respostas
erradas? Qual a melhor atitude para punição: como na teoria
estímulo-resposta ou estabelecer um programa para suprir
determinado déficit?

Laranja Mecânica (título original – Clockwork Orange) 1972.

O personagem principal vira cobaia de experimentos destinados a


refrear os impulsos destrutivos do ser humano, mas acaba se
tornando impotente para lidar com a violência que o cerca. Uma
crítica ao condicionamento usado para “melhorar” o ser humano,
exemplo para o Behaviorismo.

Sociedade dos poetas mortos (título original – Dead poets society)


1989.

Filme a respeito do processo educacional conservador dos anos 50


e como um professor rompe com esta visão tradicional. É uma
opção para um debate de como um professor pode influenciar seus
alunos e sobre o processo de motivação na aprendizagem.

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