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TERAPIA PULPAR

EM
DENTES DECÍDUOS

Profa. Dra. L lian Paiva


Introdução

• Importância do dente decíduo


• Como preservar o dente decíduo?

Particularidades do Diagnóstico
em Odontopediatria
• Aspectos Inerentes aos Dentes
OBJETIVOS DE Decíduos
APRENDIZAGEM • Diagnóstico do Estado de Saúde da
Polpa

Opções de Tratamento em
Terapia Pulpar

• Tratamentos Conservadore
• Odontologia Minimamente Invasiv
• Capeamento Pulpa

• Tratamentos Radicais
• Pulpectomi
• Instrumentação Rotatóri

Atualidades na Endodontia de Decíduos


a

INTRODUÇÃO
IMPORTÂNCIA DO DENTE
DECÍDUO?

• Mastigação
• Fonação
• Estética
• Oclusão da dentição permanente.
;

COMO PRESERVAR O DENTE


DECÍDUO?

Prevenção

Odontologia Minimamente Invasiva


Restaurações

…SEMPRE com
Terapia Pulpar evidência clínica
e radiográfica!
;

PARTICULARIDADES DO
DIAGNÓSTICO PULPAR

EM ODONTOPEDIATRIA
ASPECTOS INERENTES AOS
DENTES DECÍDUOS

• Ciclo biológico
• dente permanente devido à rizólise
fisiológica
• Diferenças anatômicas: ampla câmara pulpar
• Presença de germe do permanente na região
de molares muito próxima à raiz do decíduo;

(Aboujaoude et al., 2015)


;

◇ Dente de Turner uma hipoplasia localizada


de esmalte, caracterizada por um defeito na
qualidade e na espessura do esmalte.

(de Campos et al., 2015)



DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE
SAÚDE DA POLPA

ANAMNES

• Grau de colaboração/possibilidade de comunicação do paciente (idade)

• História da dor (SINTOMAS):

provocada x espontâne

momentânea x duradour

Hiperemia à necrose podem ser assintomáticos;


E

DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE
SAÚDE DA POLPA

EXAME CLÍNIC

• Testes térmicos e percussivos; Não!!!

• Exame clínico visual:


• Lesões de cárie, restaurações
• Tecidos de suporte: tumefações, abcesso, fístula
• Mudanças de coloração

• Exame de mobilidad
• processo patológico x fisiológico

(Fuks e Peretz, 2016)


O

DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE
SAÚDE DA POLPA

EXAME RADIOGRAFICO:
• Lesão periapica
• Espessamento do ligamento periodonta
• Rompimento da cripta óssea do dente permanent
• Calcificação pulpar
• Uma das reações causadas por trauma

• Rarefação do osso de suporte


• Região de furca

(Cadioli et al., 2010)

(Aboujaoude et al., 2015)


l

ATENÇÃO!!

A sobreposi o de imagem nas radiografias dificulta a identifica o


da presen a ou aus ncia de les o e a visualiza o do est gio do
ciclo biol gico no qual o dente se encontra.











DIAGNÓSTICO DO ESTADO DE
SAÚDE DA POLPA

Condições prévias ao tratamento:


• Condição física do paciente

• Aspectos funcionais e estágio de desenvolvimento dentário

• Em geral, observar que dentes decíduos com mais de 1/3 de raiz reabsorvida
respondem mal aos processos reparativos

• Grau de colaboração do paciente e dos responsáveis

• Atividade de cárie do paciente e prognóstico geral do tratamento

• O grau previsto de dificuldade para a realização do procedimento: possibilidade de


isolamento e restauração;

• Considerações sobre o controle do espaço.


;

ANATOMIA DA CÂMARA PULPAR


E CONDUTOS RADICULARES
DE DECÍDUOS
DIFERENÇAS ENTRE
PERMANENTES E DECÍDUOS
ANATOMIA DA CÂMARA
PULPAR DE DECIDUOS

• Incisivo
• Molares Superiore
• Molares inferiores
s

MEDIA DOS COMPRIMENTOS DE


CANAIS RADICULARES NOS DECIDUOS
OPÇÕES DE TRATAMENTO

EM TERAPIA PULPAR
CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA
CÁRIE

Google imagens

Avaliação do risco de desenvolvimento e progressão de lesõe


Estabelecer modalidade de tratamento apropriad
Aplicação de programa preventivo

(Xiao et al., 2019)


a

REMOÇÃO SELETIVA DA
LESAO DE CÁRIE

O in cio da remo o deve ser pelas paredes


circundantes da cavidade, tendo especial aten o com a
remo o de tecido cariado at atingir a dentina dura
nas paredes laterais. Posteriormente, acessa-se a
parede pulpar ou axial, com bastante cuidado, em
especial em cavidades profundas, para evitar exposi es
pulpares acidentais.

Schwendicke F, Splieth C, Breschi L, Banerjee A, Fontana M et al.


When to intervene in the caries process? An expert Delphi
consensus statement. Clin Oral Investig 2019; 23:3691-3703.










Até Dentina Amolecid

Até Dentina Firme (coriácea

FONTE: dentalblog.3m.co
Caries zones – Image
courtesy of Prof. Leandro
Hilgert and Prof. Soraya Leal,
University of Brasilia (UnB),
Brazil.
a

CAPEAMENTO PULPAR
INDIRETO

Objetivo

• Proteger a polpa da difusão pelos


túbulos dentinários de monômeros não
polimerizados, remanescentes do
sistema adesivo
• Induzir a formação de dentina
reparador
• Manter a vitalidade pulpar

■ Indicações: ■ Contra-indicação:
■ Cárie profunda ■ Evidência clínica ou radiológica de alteração
■ Dor Somente à mastigação patológica da polpa
■ (pulpite reversível

• Trauma atingindo dentina profunda


a

CAPEAMENTO PULPAR
INDIRETO

Protocolo Clínico
(Sequência Operatória
• Isolamento relativo ou absolut
• Remoção da cári
• Limpeza da cavidad
• Capeamento Pulpar Indireto
- CI
- CIV resinos
• SELAMENTO DA CAVIDADE
(RESTAURAÇAO) COM RESINA
OU CIV (convencional ou
resinoso)
V

CAPEAMENTO PULPAR
DIRETO

Objetivos
• Formar dentina reparador
• Manter a vitalidade da polp

Indicações (todas as situacões presentes)


• Pequena exposição acidental
• Pouca ou nenhuma inflamação pulpar*
• Dentina sem cárie na periferia da exposiçã
• Sem contaminação por saliv
• Dor somente à mastigação (?

CONTRA-INDICADA EM DENTES DECÍDUOS !


• Antes de 4 anos: reabsorção fisiológic
• Ca(OH)2: estimula neoformação de dentina, mas também de
osteoclasto
• MTA

(Çelik e Sarj, 2016)


:

CAPEAMENTO PULPAR EM
PERMANENTE
CAPEAMENTO PULPAR
DIRETO

Protocolo Clínico (Sequência


Operatória
■ Isolamento absolut
■ Remoção da cári
■ Limpeza da cavidad
■ Capeamento/curativo
- Ca(OH)2 PA* + Ca(OH)2 de
presa rápid
- MT
■ Selamento da cavidade
- CIV (convencional ou
resinoso Acompanhamento a
- Resina Composta cada 3 meses!
A

PULPOTOMIA ???

Pulpotomia do dente 75 com cimento


Portland (sucesso radiogr fico).
a) a) Rx inicial;
b) b) Rx p s-operat rio imediato;
c) c) Rx 3 meses p s-operat rio;
d) d) Rx 6 meses p s-operat rio;
e) e) Rx 12 meses p s-operat rio

(Fornetti et al., 2009)











PULPECTOMIA

Objetivos
• Reduzir ou eliminar os microorganismos infectante
• Permitir que o ciclo biológico de reabsorção siga naturalmente

INDICAÇOE CONTRA INDICAÇOE

■ Dor espontânea (Pulpite Irreversível ■ Reabsorção radicular > 1/


■ Sinais radiográfico ■ Lesão em região de assoalh
■ Fístula ou abcesso (Necrose Pulpar ■ Dentes irrestaurávei
■ Reabsorção óssea envolvendo cripta
(CASSOL et al., 2019) do permanente sucessor
■ Falta de colaboraçã
■ Saúde geral comprometida
:

PULPECTOMI
INDICAÇÕES
A

PULPECTOMIA ?
PULPECTOMIA

• Técnica Tradicional: Instrumentação dos canai

• Técnica simplificada sem instrumentação:


Lesion Sterilization and Tissue Repair -LST

CTZ : Cloranfenicol, Tetraciclina e Óxido de Zinco


3 MIX-MP: Ciprofloxacina, Metronidazol e Minociclina

PULPECTOMIA
• Anestesi
• Isolamento absolut
• Acesso cavitári
• Irrigação farta com Soro fisiológic
• Irrigação com Hipoclorito a 1% e/ou 2,5
• Comprimento de trabalho (CT) = Comprimento real
(CR) – 1 m
PROTOCOL • Instrumentação com Limas Kerr de 3 tamanhos
CLÍNICO sequenciai
• PQM termina quando a solução apresenta-se branca,
sem turvaçã
• Irrigação final com EDTA 17
• Secagem por meio de sucção e cones de pape
• Obturação dos canais com pasta obturadora levada
aos canais com limas, lentugo ou sering
• Colocação de uma pequena camada de guta-percha
nas entradas dos canai
• Preenchimento da cavidade com cimento apropriad
• Radiografia final do dent
• Restauração definitiva
a

ANESTESIA
ISOLAMENTO ABSOLUTO
ACESSO

Broca esférica: movimentos de


bicad

Broca tronco-c nica sem corte


na ponta (3082) ou Endo Z

Acesso em Molares: Ponto de elei o deve ser


na fosseta central e a dire o de trepana o
para a regi o de maior volume pulpar, sendo a
palatina nos superiores e a distal nos inferiores.
a









PULPECTOMIA

3 ETAPAS

1. Instrumentação ou Preparo Químico-Mecânico


(PQM
2. Irrigação com soluções detergentes/
antibacteriana
3. Obturação do canal com materiais antibacteriano

Material obturador ideal ✓ NENHUM MATERIAL OBTURADOR NO


MERCADO POSSUI TODAS ESSAS
• Reabsorver-se de forma similar à raiz do dent CARACTERISTICAS!
• Não ser nocivo aos tecidos periapicais ou germe do sucesso
• Reabsorver facilmente se ocorre extravazament
• Ser antisséptic
• Obturar facilmente os canais radiculare
• Aderir-se às paredes radiculare
• Ser radiopac
• Não manchar o dente

(Fuks e Peretz, 2016)


)

IRRIGAÇÃO:

HIPOCLORITO DE S DIO A 1% + ENDO PTC



ASPIRAÇÃO
ODONTOMETRIA

1) Odontometria Radiográfic

2) Medir o comprimento aparente do dente


(CAD) - 1 mm = CT (comprimento d
trabalho)

Pode usar o localizador apical depois da instrumentação do terço cervical!!


a

INSTRUMENTAÇÃO

• K File 15 no C
• + 2 (polpa viva
• + 3 (polpa necrosada)
T

PRO AF BABY TOOTH FILE


KEDO-SG BLUE
IRRIGAÇÃO FINAL
MEDICAMENTOS UTILIZADOS NA
PULPECTOMIA

Materiais Obturadores

•Obturações incompletas ou em excesso


À Base de •Taxa de reabsorção diferente da raiz
OZE

Pasta Cale
VitapexTM : Ca(OH)2 + Iodofórmio + Óleo de silicone

À Base de
Ca(OH)2 *Similares: FEAPEX, DiapexTM ou MetapexTM

•KRI (Iodofórmio + PMCC) + Mentol:


• Pasta de Maisto (KRI + OZE + Timol + Lanolina)
•Pasta Guedes-Pinto*
• Propriedades antissépticas e antibióticas
• Radiopaco
À Base de • Estimulação biológica
Iodofórmio
• Ação antinflamatória nas primeiras fases de reparo
• Mais de 95% de sucesso
n

PULPECTOMIA
TECNICA CTZ
LASERTERAPIA NA ENDODONTIA

• Irrigação ativada por LASER - LAI (Laser-activated Irrigation), PIPS (Photon


Induced Photoacoustic Streaming), ou SWEEPS (Shock Wave Enhanced
Emission Photoacoustic Streaming)

• Terapia Fotodinâmica : Antimicrobial Photodynamic Therapy (aPDT) – com


fotossensibilizantes:

• azul de metileno (660 nm),


• azul de toluidina (635 nm) e
• indocianina verde (810 nm)

ENDODONTIA REGENERATIVA?
FOTOBIOMODULAÇÃO (FBM), OU LASER DE BAIXA
POTÊNCIA (VERMELHO E INFRAVERMELHO)

❖ minimizar o desconforto da anestesia (além


da melhorar na sua absorção),
❖ reparação dos tecidos após uma cirurgia
oral,
❖ alívio de dor,

❖ redução da sensibilidade dental,

❖ atua de forma protetora evitando possíveis


irritações pulpares durante e após o
tratamento restaurador.


CASO CLÍNICO 1
CASO CLÍNICO 1

• Paciente do sexo feminino de 4 anos de idade foi referida ao


Departamento de Odontopediatria com queixa de dor na região de
molares inferiores esquerdos nos últimos 7 dias.

• A dor era fraca, localizada e presente durante a noite. A criança estava


sob analgésico há sete dias.
• Seu histórico médico foi considerado não contributivo. O exame clínico
dos primeiros e segundos molares decíduos inferiores esquerdos
apresentou lesão cariosa profunda. Nenhum inchaço ou seio da face
estava presente.
• Ambos os dentes estavam sensíveis à percussão. Radiografia periapical
revelou radioluscência envolvendo a polpa em relação aos primeiros e
segundos molares mandibulares esquerdos.
PÓS-OPERATÓRIO

KEDO S

Ganesh Jeevanandan, 2017.


CASO CLÍNICO 2
CASO CLÍNICO 2

• Uma criança de quatro anos foi encaminhada ao Serviço de


Odontopediatria, com queixa de dor em região posterior
inferior esquerda há cinco dias.
• A dor era aguda, localizada e presente durante a noite.
Nenhum tratamento foi prestado nos últimos cinco dias. Seu
histórico médico foi considerado não contributivo.
• O exame clínico do segundo molar inferior esquerdo revelou
cárie dentária envolvendo o esmalte e a dentina com
sensibilidade à percussão. A radiografia periapical intraoral
da região do dente cariado mostrou radioluscência
envolvendo esmalte, dentina e polpa no segundo molar
decíduo inferior esquerdo.

PO IMEDIATO

Com base na interpretação


clínica e radiográfica, foi
feito o diagnóstico de cárie
dentária com pulpite
irreversível sintomática e o
procedimento de
pulpectomia foi planejado.
PO 6 MESES
CASO CLÍNICO 3

Paciente B.A.C., sexo masculino, 11


anos de idad

Queixa: assintomátic

Exame físico EO: NA

Exame IO: Lesão papular na gengiva


inserida próxima à UD 55, que
apresentava lesão cariosa extensa e
profunda em dentina. Não apresentou
mobilidade na UD 55, nem
sensibilidade à percussão
e

REFERÊNCIAS

1. REFER NCIAS BASICAS


CORRÊA, Maria Salete Nahás Pires. Odontopediatria na primeira infância. 3. ed., reimpr. São Paulo, SP: Liv.
Santos, 2011. 923 p
GUEDES-PINTO, Antonio Carlos. Odontopediatria. 9. ed. reimp. São Paulo, SP: Liv. Santos, 2016. 818 p.

2. REFER NCIAS COMPLEMENTARES


IMPARATO, José Carlos Pettorossi et al. Odontopediatria: baseada em evidências científicas. São Paulo, SP:
Santos, 2010. 134 p.
FUKS, A.B.; PERETZ, B. (eds.) Pediatric Endodontics: Current Concepts in Pulp Therapy for Primary and Young
Permanent Teeth. Springer International Publishing Switzerland, 2016.
KRAMER, P.F.; FELDENS, C.A. Traumatismos na denti o dec dua – preven o, diagn stico e tratamento. S o
Paulo: Santos, 2005.
MCDONALD, R.E.; AVERY, D. R. Odontopediatria. 7ed. Rio de Janeiro, 2001.

3. REFERENCIAS DAS IMAGEN


ABOUJAOUDE, S. ;NOUEIRI, B.; BERBARI, R.; KHAIRALLA, A.; SFEIR, E. Evaluation of a modifed Pulpotec
endodontic approach on necrotic primary molars: a one-year follow-up. European Journal of paediatric dentistry vol. 16/2-2015.
CADIOLI, Isabela Capparelli; RODRIGUES, Célia Regina Martins Delgado; NOGUEIRA, Gesse Eduardo Calvo  e 
WANDERLEY, Márcia Turolla. Uso da fluxometria laser doppler em dentes decíduos traumatizados. RGO, Rev. gaúch. odontol.
(Online) [online]. 2010, vol.58, n.2, pp. 263-268. ISSN 1981-8637.
CAMPOS, Priscila Hern ndez; SANTOS, Vania D’Angelo Rodrigues Antunes; GUARE, Renata de Oliveira,DINIZ,
Michele Baffi. Dente hipopl sico de Turner: relato de casos cl nicos. RFO, Passo Fundo, v. 20, n. 1, p. 88-92, jan./abr. 2015
CELIK, Burku Nihan e SARJ, Faziye. Carious Exposure versus Mechanical Exposure for MTA Pulpotomy in Primary
Teeth. BioMed Research International, v. 2016, Article ID 2753429, 6 p.
FDI. Recommended Standard Practices for Biological Evaluation of Dental Materials, Commission of Dental
Materials, Instruments, Equipment and Therapeutics. Int Dent J 30 (2), 140-188. 6 1980
ZHANG,Weibo and YELICK, Pamela.Vital Pulp Therapy—Current Progress of Dental Pulp Regeneration and
Revascularization. International Journal of Dentistry Volume 2010, Article ID 856087, 9 pages doi:10.1155/2010/856087



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