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O comportamentismo

de Skinner, Pavlov e
Watson
Algumas elucidações iniciais
➢ A insistência em classificar a abordagem comportamental a educação como
tecnicista e redutora do homem, a despeito de diversos trabalhos que
demonstraram o contrário (Carmo; Baptista , 2003; Carrara, 2005; Luna , 2000;
Teixeira, 2006; Todorov ; Moreira, 2008; RODRIGUES, 2011; Skinner, 1969,
1972 [1968], 1991 [1989]), cria barreiras a um dialogo proveitoso e ao
desenvolvimento e implementação de propostas viáveis que podem colaborar
com os diferentes esforços empreendidos para ajudar a educação brasileira a
melhorar.

➢ Do ponto de vista da psicologia comportamental, segundo Skinner (1972 [1968]),


para que seja possível contribuir com as praticas de ensino, faz-se necessário
estudar o comportamento humano por meio de uma analise experimental para que
sejam identificados princípios do comportamento que permitam a proposição e
aplicação de práticas de ensino eficientes e eficazes.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 706-707)
O que é o Behaviorismo Radical
➢ Análise do Comportamento é uma abordagem em psicologia, produto do
intercruzamento do Behaviorismo Radical (pressupostos teóricos, filosóficos
e históricos), da Análise Experimental do Comportamento (método de
investigação científica do comportamento – dados empíricos) e da Análise
Aplicada do Comportamento (criação e administração de recursos de
intervenção social) (Tourinho, 1999).

➢ O termo radical significa raiz ou aquilo que e básico e essencial. Ao


qualificar a expressão “behaviorismo”, esse termo traz o significado de que o
comportamento é o objeto de estudo por excelência do psicólogo
comportamental. Significa também que todos os fenômenos e processos
psicológicos são interpretados como comportamentos.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 707-708)


O que é o Behaviorismo Radical
➢ O Behaviorismo radical, corrente comportamentalista de Skinner,
surgiu em oposição ao behaviorismo metodológico.

➢ Os behavioristas acreditam que os comportamentos podem ser


aprendidos por meio do condicionamento. Isto é, as condições do
ambiente têm influência direta no comportamento do indivíduo ou
animal.

➢ O comportamento não é consequência do livre arbítrio, mas sim


das consequências dos seus atos, sejam positivos ou negativos.
O que é o Behaviorismo Radical
➢ Essa abordagem estuda o comportamento, entendido como
relação entre classes de estímulos (público e privado, histórico e
imediato, social e não social) e classes de respostas de um
organismo biologicamente constituído, ambas definidas por suas
funções.

➢ O comportamento é um processo (muda ao longo do tempo).

➢ Comportamentos apresentados em diferentes momentos podem


ser similares em termos de forma e função. Contudo, não são
iguais.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 708)
Classe, Estímulo e Resposta
➢ O termo classe enfatiza justamente essa característica do
comportamento.

➢ O que pode ser dito é que uma variedade de estímulos (uma


classe) possui determinada função em relação a um conjunto de
respostas (outra classe).

➢ O termo resposta é utilizado para destacar um dos componentes


da relação comportamental; diz respeito a uma determinada ação
do organismo num determinado momento. Portanto, é menos
abrangente que o termo comportamento.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 708)


O Comportamento
➢ O comportamento e entendido como evento natural e multideterminado em
três níveis de variação e seleção: (a) filogenético, (b) ontogenético e (c)
cultural.

➢ O comportamento operante pode ser explicado funcionalmente e estudado


em termos de eventos antecedentes, respostas do individuo e eventos
consequentes (Todorov , 2007).

➢ Uma relação reflexa, por seu turno, é estudada em termos de eventos


antecedentes e respostas eliciadas por esses eventos antecedentes. Em
poucas palavras, os analistas estudam relações organismo-ambiente,
denominadas comportamento.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 708)


A Análise do Comportamento
➢ Segundo Skinner (1998 [1953]), a Análise do
Comportamento tem o papel de gerar conhecimento que
nos capacite a lidar com o comportamento (seja ele de
humanos ou não humanos) de modo mais eficiente.

➢ No jargão técnico dos analistas do comportamento, isso


pode ser descrito como o compromisso da ciência
comportamental com a previsão e o controle do
comportamento.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 708)


A Análise do Comportamento
➢ Falar em previsão e controle do comportamento parece ser algo que coloca em
risco ou nega a liberdade e criatividade humana; e sugere que o homem e uma
máquina, que o comportamento humano e simples e não complexo, linear e não
mutável.

➢ Pensar assim e um equivoco. Ao contrario do que se acredita, previsão e controle


podem gerar liberdade.

➢ Quando se diz que e possível prever um comportamento, não significa


propriamente dizer qual será o futuro da pessoa, mas da probabilidade de se
produzir um tipo de interação.

➢ Quanto mais soubermos quais e como as variáveis afetam nosso comportamento,


maior será a nossa “liberdade” de mudar nossos caminhos e alterar o nosso futuro
(Skinner, 1998 [1953], 1999 [1974]).
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 708)
O Comportamento Humano para o BR
➢ O Behaviorismo Radical adota os seguintes pressupostos:

a) O comportamento humano esta submetido a leis universais, mas cada pessoa


e singular na exata medida em que possui uma dotação genética específica e
uma história idiossincrática de aprendizagem no contexto de uma
determinada cultura;

b) O comportamento humano pode ser conhecido e explicado; não se trata de


um fenômeno espontâneo ou desordenado;

c) O comportamento humano e uma relação: ele constrói o mundo a sua volta e,


nesse processo, também esta se construindo, pois as consequências
(mudanças produzidas no mundo) de seu comportamento o alteram como um
todo.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 711)
A relação entre o Humano e o Mundo
➢ Nem o homem nem o mundo são absolutos, mas são
interdependentes no que diz respeito a como se modificam ao
longo do tempo.

➢ A cada nova relação, teremos, portanto, um homem e um


mundo diferentes.

➢ Assim, o homem é visto como sujeito ativo e não como


receptáculo que sofre passivamente as influencias do ambiente.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 711)


Alguns Conceitos
➢Comportamento Respondente (Reflexos):
Compreende todas respostas de seres humanos, e outros organismos, que são
eliciadas (“produzidas”), involuntariamente, frente a determinados estímulos.

➢Comportamento operante:
Inclui uma gama muito mais ampla de respostas. Na realidade, a maior parte do
comportamento humano é operante. O indivíduo atua (OPERA) sobre o meio.
Esses podem ou não ser exibidos por indivíduos em presença de certos
estímulos.

➢Condicionamento Respondente:
No condicionamento Respondente, um estímulo reforçador é aquele que
seguramente elicia uma dada resposta, mas não precisa aumentar a frequência
da resposta a qual segue.
Alguns Conceitos
➢Condicionamento Operante:
É o processo no qual um REFORÇADOR vem imediatamente APÓS uma
resposta, sendo o reforçador definido como evento ou OBJETO que aumenta a
frequência de uma resposta a qual se seguiu. É adquirida a maior parte da conduta
humana.

➢Condicionamento:
É o procedimento de introduzir um reforçador positivo imediatamente APÓS uma
resposta, resultando um aumento na frequência daquela resposta. Se diz de uma
resposta cuja frequência foi aumentada desta maneira, que foi CONDICIONADA
(aprendida).

➢Aprendizagem:
É definida como uma mudança relativamente duradoura no comportamento,
induzida pela experiência.
Alguns Conceitos
➢ Reforço Positivo:
O reforçamento positivo é geralmente definido como o fortalecimento de uma resposta
devido à apresentação de determinado estímulo a ela contingente (quando algo desejável é
adicionado).

➢Reforço Negativo:
O reforçamento negativo consiste no aumento na frequência de uma resposta por causa da
remoção contingente de um estímulo (quando algo indesejável é removido).

➢ Punição:
A punição é um "procedimento" definido pela apresentação de um estímulo reforçador
negativo ou pela retirada de um reforçador positivo, cujo efeito supressor se deve à
ocorrência de respostas competitivas (quando algo indesejável é adicionado ou algo
desejável é retirado).
O lugar da Experiência e do Reforço
➢ Associação, reforço e conduta se apresenta como base do Behaviorismo (p. 46-47).
Apenas por meio dos sentidos que as experiências acontecem e que o sujeito aprende.

➢ As ações do homem só podem ser compreendidas por meio da análise de experiências


passadas (p. 47).

➢ Skinner supervalorizava, também, o valor da RECOMPENSA (reforço positivo), a


fim de produzir aprendizagem permanente; chamou atenção para a regularidade da
recompensa (reforço contínuo e intermitente) e propôs que se estendesse aos seres
humanos o conjunto de regras obtido na pesquisa com animais (p. 49).

➢ As Obras de Skinner: destacamos duas:


1938 – O comportamento dos organismos por apresentar o conceito de
condicionamento operante.
1968 – A tecnologia do ensino, nela Skinner faz duras críticas aos métodos tradicionais
de ensino.

(Iris B. GOULART, 2015, p. 46-49)


A Cultura e Controle do Comportamento
➢ Para Skinner o homem é controlado pelo ambiente ao passo que também controla este
mesmo ambiente. Com essa visão Skinner traz a atenção para o Grupo e Cultura, pois
por meio delas/es é possível compreender o comportamento humano (p. 52).

➢ A cultura se compõe de todas as variáveis que afetam o indivíduo e que são dispostas
por outras pessoas. Uma cultura é, pois, enormemente complexa, e
extraordinariamente poderosa, mas não é unitária, pois as inúmeras agências de
controle que determinam sua formação costumam entrar em conflito (P.53).

➢ A análise experimental do comportamento proposta por Skinner transfere a


determinação do comportamento do homem autônomo para o ambiente (P.53).

➢ Para Skinner é o homem o responsável por influenciar, modificar, modelar,


CONTROLAR o comportamento humano (p. 54)

(Iris B. GOULART, 2015, p. 52-54)


A Cultura e Controle do Comportamento
➢ Para refletir a respeito do controle Skinner selecionou três áreas para
exemplificar como ele ocorre, são elas: o controle pessoal, o controle
pela educação e o controle pelo governo (p. 54-56).

➢ Para Skinner todos os homens controlam e são controlados, mas


chama a atenção para a técnica/método que será empregado para esse
controle.

➢ Skinner traz que a ciência deveria limitar-se a estabelecer relações


funcionais entre classes de fenômenos, ou seja, cabe a ciência a
análise funcional dos eventos (p. 57-58).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 54-58)


Algumas críticas ao Behaviorismo
➢ Os psicólogos tentaram reduzir o estudo da vida humana a uma
situação de laboratório, onde ela se torna incomparavelmente
diferente de sua forma natural (p. 58).

➢ Não há como explicar o comportamento humano em sua


complexidade trazendo apenas causa e efeito (eventos antecedentes e
consequentes) (p.58-59).

➢ O que é percebido como estímulo para um sujeito pode não ser


percebido assim por outro (p.59).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 58-59)


Algumas críticas ao Behaviorismo
➢ O homem é influenciado pelas suas ideologias, crenças e valores
pessoais (p.60).

➢ A teoria Behaviorista Aplicada é uma tecnologia que busca apenas


levar as pessoas a fazerem o que desejamos (p.61).

➢ Quem define o que é o “desejável” ou “adequado”? (p.61).


É preciso que se tenha uma discussão moral e política a respeito disto.

➢ O condicionamento Operante está estabelecido como um jogo de


poder e traz consigo o risco do autoritarismo (p.61).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 60-61)


Algumas críticas ao Behaviorismo
➢ É por isso que os críticos admitem que a psicologia skinneriana é a essência
da psicologia alienada na prática (p. 62).

➢ O Pensamento Positivista se coloca numa posição tecnicista ao tratar as


pessoas como máquinas (p. 63).

➢ Analisando o caráter anti-ideológico e supra-histórico que o positivismo


tenta conferir à ciência, numerosos críticos sugeriram que houve uma
influência deste radicalismo sobre os intelectuais, no período compreendido
entre as duas guerras, o que contribui para a ascensão do fascismo e para
justificar as relutâncias desses intelectuais, incluindo os cientistas em tomar
partido nas lutas políticas (p. 63).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 62-63)


Algumas críticas ao Behaviorismo
➢ O homem não é um ser estático, ele tende a buscar alterar o ambiente
constantemente para que ele (o ambiente) se ajuste as suas necessidades
(p.64).

➢ Cabe demarcar que a sociedade não é algo independente do homem, mas


uma criação deste (p. 65).

➢ Quando a psicologia positivista mostra sua preferência por considerar os


seres humanos como indivíduos isolados, estranhos ao mundo das forças
sociais e econômicas que exercem influência sobre suas vidas, ela é, a um só
tempo, alienadora e alienante e, por isso, é ideológica (p. 65).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 64-65)


Aplicabilidade do Behaviorismo à Educação

➢ O Behaviorismo trouxe grandes contribuições para o desenvolvimento da


tecnologia educacional.

➢ A expressão tecnologia educacional é usada para designar “aplicação


sistemática de conhecimentos científicos à solução de problemas da
educação” (OFIESH, 1971) (p. 66).

➢ As contribuições do comportamentismo são:


o O determinismo ambiental;
o O objetivo da ciência psicológica é o comportamento;
o O caráter mensurável dos fenômenos comportamentais (p. 66).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 66)


Aplicabilidade do Behaviorismo à Educação
➢ As consequências de tais conclusões para a educação são evidentes: a
aprendizagem deve ser diretamente observável, a partir das respostas emitidas
pelo aluno (p. 66).

➢ O Papel do professor reside na Sua competência para manipular as condições do


ambiente do aluno, a fim de assegurar a aprendizagem (p. 66).

➢ O papel do aluno passa a ser o de receptor do conhecimento e dele se espera a


aceitação de metas preestabelecidas (p. 66).

➢ A avaliação dessas metas se faz pela medida das respostas (ou mudanças de
comportamento do aluno) que são diretamente observáveis e passíveis de serem
medidas (p. 66).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 66)


Aplicabilidade do Behaviorismo à Educação
➢ O modelo tecnológico de ensino inspirado no comportamentismo inclui:

a) A explicitação de objetivos em termos comportamentais, ou seja, em termos de


respostas observáveis a estímulos que são apresentados ao aluno (p. 66).

b) A definição de estratégias de ensino a partir dos objetivos explicitados, levando-


se em conta sobretudo os resultados objetivados (e não as variações individuais)
(p. 67).

c) A avaliação objetiva, isto é, a medida de resultados observáveis antes da


aprendizagem (avaliação diagnóstica), durante a aprendizagem (avaliação
formativa), ou após o período de ensino-aprendizagem (avaliação somativa) (p.
67).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 66-67)


Aplicabilidade do Behaviorismo à Educação
d) O ensino programado, que visa reforçar as respostas que se pretende fixar,
porque são consideradas corretas, extinguindo as respostas inadequadas.
Incluem-se aqui a instrução programada, constituída de simples texto com
lacunas que devem ser preenchidas e cujas respostas são incluídas logo
abaixo para verificação. As máquinas de ensinar de modelos diversos e
também baseados o reforçamento através do acerto; alguns tipos de
instrução por meio do computador (p. 67).

➢ O controle só é assegurado quando se tem objetivos de ensino nítidos e se


tem condições de fazer o processo de medicação deste de forma adequada.

(Iris B. GOULART, 2015, p. 67)


Aplicabilidade do Behaviorismo à Educação
➢ A Abordagem Comportamentista pode ser útil quando estamos ensinando
habilidades e competências bem específicas, como aprender a ler, a escrever, a
calcular, etc. Mas quando são deslocados para atividades mais complexas, tais
como o desenvolvimento da criatividade, não se apresenta como satisfatória (p.
68).

➢ Uma problemática que podemos ter com a Abordagem Comportamentista é que


ela pode direcionar a aprendizagem para a busca de respostas certas e assim
desprezar respostas inovadoras, criativas (p. 69).

➢ Ela pode ainda reduzir o processo de ensino-aprendizagem apenas a perseguição


de objetivos mensuráveis e com isso contribuir com a desumanização da
educação (p. 69).

(Iris B. GOULART, 2015, p. 68-69)


O papel da Escola para o Behaviorismo
➢ A escola tem o papel fundamental de ensinar comportamentos
significativos para os alunos e para o seu grupo.

➢ O objetivo último da educação é o desenvolvimento de


comportamentos que serão vantajosos no futuro.

➢ Isso envolve ensinar comportamentos como autocontrole,


resolução de problemas e tomada de decisão, os quais devem
dar chances ao indivíduo de contribuir com a sobrevivência de
sua cultura.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 712)
O Behaviorismo e o Fracasso Escolar
➢ Explicações do comportamento que apelem para construtos hipotéticos e/ou
metáforas e que não avancem na identificação das variáveis das quais o
comportamento e função podem encobrir as reais causas do fracasso de um aluno
e de seu professor.

➢ Devemos tomar cuidado ao colocar no aluno a causa de seu fracasso.

➢ A rigor, dizer que o aluno não esta motivado significa apenas dar uma falsa
explicação.

➢ A motivação não e intrínseca ao aluno; depende de variáveis ambientais, como o


tipo da tarefa que o professor requisita, as consequências que o aluno produz com
a realização da tarefa, a clareza da tarefa ou das instruções para a sua realização
etc.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 712)
A Aprendizagem para o Behaviorismo
➢ Aprender refere-se ao que acontece com o aluno em
decorrência da ação do professor de ensinar.

➢ A mudança de comportamento do aluno (alteração de suas


relações com o meio) e o que, fundamentalmente, evidencia
aprendizagem.

➢ Aprendizagem diz respeito a aquisição ou o processo pelo qual


se adquire certo comportamento; trata-se de uma mudança
relativamente permanente naquilo que a pessoa e capaz de
fazer ou como e capaz de fazer (CATANIA, 1999).
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 713)
A Aprendizagem para o Behaviorismo
➢ Quando o aluno enfrenta uma situação-problema que não
e capaz de resolver e o procedimento de ensino do
professor faz com que ele passe a ser capaz de soluciona-
la, isso e o que evidencia a ocorrência de aprendizagem.

➢ Se o aluno persiste não conseguindo solucionar um


problema e porque o ensino não ocorreu, já que ensinar
envolve a ação do professor e a aprendizagem do aluno.
Dessa definição deduz-se que ensinar e aprender são dois
processos interdependentes.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 713)
O papel do aluno para o Behaviorismo
➢ O aluno não e passivo. E esperado que ele se disponha a realizar as atividades
propostas pelo professor e que, ao estabelecer contato com materiais e procedimentos
de ensino, se comporte em relação a eles.

➢ São as mudanças (ou não) no comportamento do aluno em relação aos procedimentos


de ensino que deverão indicar ao professor se seus métodos estão sendo efetivos ou
não.

➢ Se o aluno recusar-se a participar do processo de ensino, ficara muito difícil para o


professor conseguir manejar esta situação em sala de aula, exceto se o problema estiver
exclusivamente na relação professor-aluno ou no uso de algum tipo de material.

➢ Nas demais situações, a colaboração dos pais, coordenadores pedagógicos e do


psicólogo escolar será essencial para levar o aluno a participar das aulas, de modo que
o professor possa, a partir disso, começar seu trabalho.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 713)


O Ensinar para o Behaviorismo
➢ Ensinar exige planejamento e tomada de decisões. O primeiro passo e
identificar e descrever com clareza e precisão o que será ensinado. Em
termos comportamentais, significa especificar os comportamentos que o
aluno deve ser capaz de apresentar ao final do ensino e os critérios que
serão utilizados para atestar que o aluno de fato aprendeu.

➢ O ensino deve ser planejado com base na definição de comportamentos


que constituirão os objetivos a serem alcançados por meio do ensino.

➢ É possível identificar quais os comportamentos básicos ou pré-requisitos


para o alcance do comportamento final que se pretende ensinar.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 713-714)


O Ensinar para o Behaviorismo
➢ O processo de ensino pode ser mais efetivo se ocorrer de forma
gradual.

➢ A hierarquia de ensino e importante para garantir a adesão do aluno


ao longo do processo de ensino-aprendizagem porque
comportamentos mais simples são mais fáceis de aprender e,
inclusive, podem ate já fazer parte do repertorio do aluno.

➢ Começar ensinando algo muito difícil pode ser um grave equívoco,


pois, em lugar de desafiar o aluno e motivá-lo, fará com que evite a
disciplina.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 714)


A relevância de conhecer o Aluno
➢ De posse dessas definições, o próximo passo e conhecer o máximo possível
sobre o aluno:
a) Qual seu repertorio acadêmico e de interação social (ou seja, o que ele já
sabe fazer), sobretudo, em relação ao que se pretende ensinar;
b) Do que ele gosta e que pode ser usado como reforçador;
c) Qual o contexto social em que esta inserido e quais as situações-problema
que se espera que consiga resolver etc.

➢ Adicionalmente, não basta conhecer o aluno no início do período letivo. É


preciso registrar e monitorar seu desenvolvimento ao longo de todo o
processo de ensino.

➢ Todas essas informações ajudarão no planejamento do material de ensino e


das contingências de reforçamento.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 714)
O uso de reforçadores
➢ Reforçar e essencial, mas o professor precisa tomar cuidado com o tipo de reforço
que utiliza e com os comportamentos que são reforçados.

➢ No processo de ensino, o reforço deve ser condicionado a apresentação, pelo


aluno, de comportamentos que se aproximem dos comportamentos-objetivo
estabelecidos pelo professor, ou que efetivamente sejam demonstrações desses
comportamentos-objetivo.

➢ Podemos dizer, então, que o professor precisa ter critérios claros de reforçamento,
de modo a fortalecer apenas demonstrações reais de evolução e/ou de
aprendizado.

➢ E preciso desenvolver procedimento de ensino para realizar a transferência do


controle do comportamento por reforçadores artificiais para reforçadores naturais.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 714-715)


A problemática do Controle Aversivo
➢ Para além da analise dos erros cometidos em situações de ensino-aprendizagem,
Skinner (1972 [1968]) realiza uma reflexão muito lúcida sobre o uso do controle
aversivo em sala de aula.

➢ Ele relata que, antigamente, os professores conseguiam a atenção e o respeito de


seus alunos por meio de castigos corporais e sistemas rígidos de ensino que
privilegiavam a memorização de informações, sem considerar a relevância desses
conhecimentos para a vida do aluno e para a sua cultura.

➢ Para Skinner (1972 [1968]), embora circunstancialmente essas práticas


produzissem alunos obedientes (o que era satisfatório apenas para os professores),
a médio e longo prazo era visível que elas também geravam pessoas ansiosas, que
não toleravam a escola e os professores; e que haviam aprendido muito pouco dos
conteúdos trabalhados em sala de aula.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 716)


A problemática do Controle Aversivo
➢ Segundo Luna (2000), e preciso considerar quatro argumentos contra o uso da
punição:
a) pode ter efeito apenas temporário, de modo que o comportamento punido voltara
a ocorrer quando a estimulação aversiva terminar;

b) pode produzir efeitos colaterais indesejados, como esquiva e fuga das situações
de ensino e, inclusive, da escola, como também pode gerar respostas emocionais,
algumas delas componentes da ansiedade;

c) a punição não tem papel instrutivo, pois punir indica o que esta errado, mas não o
que e o certo;

d) a punição geralmente beneficia mais o agente punidor do que a pessoa punida; se


o comportamento do aluno esta sendo aversivo para o professor, puni-lo pode
reforçar o comportamento do professor de brigar, tirar ponto, passar tarefas extras
etc.
(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 717)
O objetivo central da Educação para a AC
➢ Este é um dos objetivos centrais da educação, isto é, que os
comportamentos aprendidos nos contextos de sala de aula e nas
tarefas propostas possam se generalizar para contextos fora da sala de
aula e para outras tarefas.

➢ Portanto, o que se espera e ensinar “casos gerais”: conjuntos de


situações com propriedades comuns entre si (e dessemelhantes em
relação a outros conjuntos) diante das quais certos tipos de responder
são apropriados e/ou conjuntos de respostas com funções comuns, ou
seja, que podem igualmente produzir certos tipos de consequência.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 717)


O uso de reforçadores
➢ Reforçar e essencial, mas o professor precisa tomar cuidado com o tipo de reforço
que utiliza e com os comportamentos que são reforçados.

➢ No processo de ensino, o reforço deve ser condicionado a apresentação, pelo


aluno, de comportamentos que se aproximem dos comportamentos-objetivo
estabelecidos pelo professor, ou que efetivamente sejam demonstrações desses
comportamentos-objetivo.

➢ Podemos dizer, então, que o professor precisa ter critérios claros de reforçamento,
de modo a fortalecer apenas demonstrações reais de evolução e/ou de
aprendizado.

➢ E preciso desenvolver procedimento de ensino para realizar a transferência do


controle do comportamento por reforçadores artificiais para reforçadores naturais.

(MARCELO H. O. HENKLAIN; JOÃO DOS S. CARMO, 2013, 714-715)


Os impactos do Behaviorismo na Educação

➢ Ao final desses comentários, o que nos parece é que a


abordagem de objetivos comportamentais, aplicada a
situações para as quais ela é apropriada, tem uma
importante contribuição a oferecer, mas, se aplicada a
aspectos mais complexos da educação ou mesmo se
utilizada sem uma compreensão mais clara de suas
limitações, seus efeitos sobre nosso sistema educacional
poderão ser desperdício, ineficiência ou mesmo ter efeito
destrutivo sobre nosso trabalho (p. 70).
(Iris B. GOULART, 2015, p. 70)
Referências
➢ GOULART, Íris Barbosa. O Comportamentalismo. In: psicologia da
educação: fundamentos teóricos e aplicações à prática pedagógica / Íris
Barbosa Goulart. —21. ed. — Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. p. 36-71.

➢ Henklain, M. H. O., & Carmo, J. dos S.. (2013). Contribuições da análise do


comportamento à educação: um convite ao diálogo. Cadernos De Pesquisa,
43(Cad. Pesqui., 2013 43(149)). https://doi.org/10.1590/S0100-
15742013000200016.

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