Você está na página 1de 11

DELEGAÇÃO DE NAMPULA

UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de ensino à distância = CEAD =

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

Licenciatura em Ensino Básico

NOME: PEDRO ANTÓNIO JOÃO

RELATÓRIO DE OBSERVAÇÃO

Relatório de observação apresentado na


cadeira de Praticas pedagógicas da
universidade pedagógica de Moçambique
a doutora Dulce João Nunes Langa.

RIBÀUÉ 2018

1
INTRODUÇÃO

O presente relatório é uma síntese das observações realizadas na Escola primaria do 1º e


2º graus de chuabo. A escola esta localizada no bairro de Mirrere, atende os alunos do
ensino fundamental possui 11 turmas e aproximadamente 300 alunos por turno.

O que motivou a escolha desta escola não foi somente por razões territoriais, já que são
dois professores do grupo que trabalham nesta instituição, mas também estão a tanto
tempo naquela instituição de ensino. a Escola é muito organizada, completamente
diferente das demais que são conhecidas como desorganizadas exageradamente.

Actuo como professor daquela escola e afirmo categoricamente que é uma escola
peculiar, solo fértil para uma boa observação. A observação é um instrumento que

nos permite realizar uma análise da metodologia, interessa-nos a observação porque ela
permite fazer um estudo dentro de um contexto determinado.

Os objectivos principais desta observação são conhecer as normas e regras de


funcionamento que regem a escola, para adequar as nossas análises ao contexto dentro
do qual serão postos em prática e conhecer a dinâmica, comunicação e relação entre o
aluno e o professor no ensino da língua materna. não só mas principalmente para
conhecer das condições das salas; casas de banho; pátio; e outros. que permitira ao
alcance dos objectivos traçados, isto é, a elaboração de uma guia de observação.

2
ÍNDICE pág.

INTRODUÇÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 2

ÍNDICE --------------------------------------------------------------------------------------------- 3

REATO DAS OBSEVAÇÕES ------------------------------------------------------------------ 4

AMBIENTE FÍSICO --------------------------------------------------------------------------- 4.1

SAÚDE E SEGURANÇA ----------------------------------------------------------------------- 5

CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS E MATERIAIS -- 5.1

ADMINISTRAÇÃO ------------------------------------------------------------------------------ 6

INTERAÇÃO TÉCNICA-FAMÍLIA ---------------------------------------------------------- 7

INTERAÇÃO TÉCNICA-CRIANÇAS ----------------------------------------------------- 7.1

COMPORTAMENTO OBSERVÁVEL NAS CRIANÇAS -------------------------------- 8

ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES ----------------------------------------------------------- 8.1

CONCLUSÃO ----------------------------------------------------------------------------------- 9

REFERÊNCIAS --------------------------------------------------------------------------------- 10

ANEXOS ----------------------------------------------------------------------------------------- 11

3
4 RELATO DAS OBSERVAÇÕES

O contacto com a escola foi muito fácil porque, como já citado, trabalho na escola.
Conversei com a Directora sobre o trabalho e a mesma se mostrou animada com a
escolha. Marcamos vários dias e em todos ocorreram contratempos comigo e com ela.
Finalmente no dia 04 de Setembro consegui fazer a primeira observação com duração
de 80 minutos, o tempo dedicado para saber o numero de docentes assim como não
docentes daquela instituição, e numero total de alunos inscritos. a Directora foi muito
hospitaleira, me recebeu muito bem e disponibilizou toda informação referente ao meu
objectivo naquele dia.

A escola insta 5km da vila Sede do distrito de Lalaua, composta de 1ª à 7ª classe e está
dividida em quatro blocos contando com uma sala anexa localizada a 3km da escola
mãe. As primeiras actividades realizadas são denominadas actividades de integração
que consistem em pedir o historial e os dados de forma detalhada da escola.

4.1 AMBIENTE FÍSICO


A escola estudada foi de Chuabo, que é bastante ampla e espaçosa. Essa dispõe de 11
salas, pátio, campo, quadra, e sector administrativo. Os ambientes, de um modo geral,
são limpos e organizados, à excepção dos sanitários, que não contam com papel
higiénico e nem sabonete para a higienização das mãos das crianças. Todas as salas de
aula são iluminadas e bem ventiladas, com pelo menos quatro janelas amplas, em cada
uma delas.

Os estudantes têm acesso à escola por meio de um portão principal. As áreas de lazer e
circulação são seguras e o pátio e as quadras oferecem um amplo espaço para a
realização de actividades recreativas. Durante as actividades de educação física, estão
disponíveis para as crianças materiais e equipamentos adequados, como bolas, cordas e
bambolês.

Os ruídos que se ouvem na escola são das crianças rindo e conversando de forma
animada e também dos adultos, os quais transmitem um sentimento positivo por meio
de suas vozes.

4
Quando as crianças estão sozinhas, permanecem no campo de visão dos adultos na
maior parte do tempo, embora algumas consigam burlar a vigilância e ir para locais
onde não há funcionários observando.

5 SAÚDE E SEGURANÇA
Neste aspecto, a escola apresentou um lauto que comprova a higienização da caixa da
água e relata que realiza o controle de vectores e pragas rurais. Em contraponto, a escola
não exige exames periódicos de saúde dos funcionários. Já em relação às crianças,
existem prontuários de saúde, daquelas cujos pais autorizaram o acompanhamento pelo
MISAU.

No caso de emergências médicas, a escola tenta resolver o problema e os pais são


comunicados do ocorrido, por meio de um bilhete na agenda da criança. Não há na
escola um estojo de primeiros socorros, mas estão disponíveis materiais de uso para
pequenos procedimentos, como gazes e algodão.

A equipe da escola acompanha atentamente as condições de saúde e desenvolvimento


das crianças e, caso seja necessário, uma enfermeira da UBS de referência da escola faz
um encaminhamento para assistência especializada. Neste caso, os pais são avisados por
meio da agenda escolar e por telefone.

Os membros da equipe ainda não são treinados em primeiros socorros, mas já fizeram
uma solicitação ao MISAU para que o curso seja realizado. No entanto, alguns cuidados
já são tomados, os produtos perigosos, como medicamento e produtos de limpeza, são
armazenados fora do alcance das crianças.

Ademais, a escola possui vedação e um portão, além de funcionários responsáveis por


monitorar as crianças na hora do intervalo.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS E


MATERIAIS
A escola possui aproximadamente 844 alunos, destes 395 são mulheres, tendo uma
média de 35 a 45 por sala de aula, dependendo do ciclo e abrange o ensino fundamental
de 1ª a 7ª classe com faixa etária entre 6 a 17 anos de idade. O nível sócio económico
médio/baixo predomina entre os alunos desta escola.

5
A escola possui 17 profissionais, destes 6 são mulheres sendo que um professor que é
director têm ensino superior e o resto não.

As crianças são distribuídas em dois turnos, sendo o primeiro período da manhã


composto por alunos da 1ª, 2ª, 3ª, e 5ª classe, o segundo turno período da tarde
composto por alunos da 4ª, 6ª e 7ª classe. O primeiro turno compreende o período de
06:30hs às 12:00hs, sendo que de 09:00hs às 09:20hs ocorre o intervalo, já o segundo
turno funciona das 12:30hs às 17:00hs, sendo de 15:00hs às 15:20hs o intervalo.

O material escolar disponibilizado aos alunos é um kit escolar da prefeitura composto


por caderno, lápis, cola, entre outros. A intervenção pedagógica é oferecida tanto aos
alunos da escola integrada quanto da regular, no entanto outras actividades extras são
exclusivas para a integrada. Foi possível observar que alguns alunos pegam livros no
intervalo e devolvem, e ainda alguns a utilizam para fazer trabalho em grupo.

6 ADMINISTRAÇÃO
A equipe da escola não realiza estudo de autoavaliação para identificar os pontos fortes
e fracos do programa de ensino não estabelecendo a partir destes, objectivos para o ano
seguinte. Porém, há reuniões pedagógicas mensais junto à coordenação que visam a
melhoria das actividades internas e a qualidade do trabalho do professor dentro da
escola. Ademais, há registos com os fatos relevantes sobre a história e o funcionamento
da escola.

A escola não possui funcionários temporários nem mesmo voluntários, sendo estatutário
o vínculo dos professores com a escola. Em função disso, não há muito rodízio de
professores, sendo que alguns deles trabalham oito horas por dia, enquanto outros
apenas um turno.

Todos os professores dispõem de um horário de projecto de estudo, em que se mantém


afastados das crianças, em momentos apropriados do dia. No entanto, são realizadas
mensalmente reuniões para discutir a situação de cada criança, os planos do programa
de ensino, o funcionamento da escola, salário e as condições de trabalho. As
actualizações de conhecimentos para favorecer melhoria no trabalho com as crianças e a
família ocorrem aproximadamente quatro vezes ao ano, devido á falta de tempo e de
conciliação de horário dos professores.

6
De acordo com a direcção, não falta verba para realizar as actividades na escola, porém
há muita burocracia para seu uso, principalmente em se tratando das verbas federais. Já
o recurso da comunidade utilizado é o serviço de saúde do Centro de Saúde Lalaua-sede
e não há rede de apoio social na região da escola.

A directora informou que possui de formação em técnicas de gestão.

A equipe realiza reuniões com os pais uma vez a cada trimestre, porém eles participam
pouco.

7 INTERAÇÃO TÉCNICA-FAMÍLIA
Segundo as informações fornecidas por funcionários da escola a interacção com a
família é boa, uma vez que a maioria dos pais e responsáveis comparecem quando
solicitados, individualmente e apresentam interesse pelas actividades da escola. É
seguido um processo para apresentar aos o programa da escola por meio de cartilhas e
bilhetes no início do ano lectivo. Além disso, durante o ano são enviados circulares e
comunicados e são realizadas conversas regulares.

Observa-se ainda que os pais e familiares são encorajados a estarem envolvidos com o
programa, sendo que não há nenhuma regra proibindo a visita dos pais. No momento da
chegada e saída das crianças os monitores e coordenadores se encontram disponíveis
para orientar e conversar com os pais.

7.1 INTERAÇÃO TÉCNICA-CRIANÇAS


A observação do espaço escolar, bem como diálogo junto a coordenadores, permitiu
identificar que os profissionais encorajam as crianças a partilharem experiências e
sentimentos e buscam, sempre que possível, atender às necessidades das mesmas.

Além disso, os profissionais utilizam técnicas positivas de orientação, como reforço


positivo e encorajamento, incentivando certa independência, compatível com o grau de
desenvolvimento da criança.

Observou-se ainda que os antecedentes culturais das crianças são respeitados, havendo,
por parte dos técnicos, uma adaptação do ambiente de aprendizagem desses estudantes.

Quanto ao comportamento das crianças frente aos técnicos, nota-se que em situações de
“bagunça”, os estudantes respeitam esses profissionais, na maioria das vezes,

7
reconhecendo sua autoridade. Essa característica por parte dos estudantes se repete
frente a tarefas de casa enviadas pelos professores.

8 COMPORTAMENTO OBSERVÁVEL NAS CRIANÇAS


O comportamento observável nas crianças foi bastante positivo, elas parecem estar
confortáveis, relaxadas, felizes e activas. Elas em grande maioria respeitam as
necessidades, os sentimentos e a propriedade dos outros, porém observamos episódios
de uma criança pegar o celular de outra criança, de falar palavrões com os colegas, e
quando acontece isso são levadas para a coordenação e suspensas, só voltando em
presença do responsável.

Elas demonstram respeito pelos vigilantes e pelos superiores na escola. No intervalo


estão envolvidas com materiais da escola e umas com as outras. Observou-se que no
intervalo o som é ligado com músicas agradáveis e as crianças se relacionam umas com
as outras ou vão para biblioteca. Durante a maior parte do tempo, as crianças são
amigáveis com os técnicos, umas com as outras e com os visitantes, demonstraram
curiosidade com a nossa presença e são receptivas ao oferecer até temperos artificiais
aos visitantes na hora da refeição. Porém, as crianças se desorganizam um pouco nos
momentos de mudança de uma actividade para outra, demoram um pouco para entrarem
nas salas.

8.1 ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES


Com base nos estudos realizados sobre o ambiente da escola observei algumas
características que merecem consideração. As actividades de integração dos alunos com
necessidades educativas especiais e realização de jogos de vários modelos envolvem os
alunos na escola e também a sua permanência naquele estabelecimento de ensino
criando assim um bom ambiente e propício para a aprendizagem.
A aprendizagem da classe não ocorre de maneira homogénea, há uma preocupação em
adaptar as actividades proposta para cada aluno de acordo com a fase de
desenvolvimento da escrita que eles se encontram. Os ambientes, de um modo geral, são
limpos e organizados, à excepção dos sanitários, que não contam com papel higiénico e
nem sabão para a higienização das mãos das crianças. Todas as salas de aula são bem
ventiladas, com pelo menos quatro janelas amplas, em cada uma delas.

8
CONCLUSÃO
A actividade de observação nos permite analisar contextos diferentes dos nossos e nos
dar base para fazermos inferências. Essa actividade foi uma experiência de prazer e
acrescentou muito a minha formação como pedagogo constatei que é possível sim, aliar
a teoria à prática. Não é nada fácil, mas quando se faz a preparação, se tem coragem e
boa vontade as coisas se tornam possíveis. Os Parâmetros Curriculares Nacionais são
muito importantes para desenvolver uma prática pedagógica eficiente. Não podemos
valorizar a teoria em detrimento da prática nem fazer o inverso.

A teoria será a sinalizadora da prática, é claro, que muitas vezes o professor terá que
fazer adaptações, mas até mesmo para fazer essas adaptações ele precisará da teoria. o
papel do professor não é o de transmissor de conhecimentos e o aluno não é apenas o
receptor desse conhecimento, os dois são atores principais do processo de ensino –
aprendizagem.

9
REFERÊNCIAS
MANHIQUE, Belmira da Sorte. Administração: Directora de EP1/2 Chuabo. Lalaua,
Moçambique Lda 2018;

JOÃO, Pedro António. Docência: Professor de EP1/2 Chuabo. Lalaua, Moçambique


Lda 2018.

10
ANEXOS

11

Você também pode gostar