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época de recurso
2- Apuramento da responsabilidade:
a) Relativamente a A: Responsabilização com fundamento na culpa. Verificação
da existência entre A e B de uma relação de comissão, pelo que é exigível a
colocação de duas hipóteses:
- Na hipótese de A conduzir no exercício das suas funções, aplicação da presunção
de culpa do 503.º n.º 3, que não sendo ilidida (já que conduzia com excesso de
velocidade) responsabilizaria igualmente B, como comitente, nos termos do art.º
500.º. Verificação dos pressupostos da responsabilidade do comitente.
- Na hipótese de A conduzir fora do exercício das suas funções, não haverá lugar à
aplicação da presunção de culpa do art.º 503, nº3. Ainda assim, no entanto, parece
possível aos beneficiários da indemnização fazer prova da culpa de A, tanto mais
que há violação de uma norma de proteção, já que o condutor circulava com excesso
de velocidade. Não havendo prova da culpa, A sempre responderá enquanto
detentor do veículo nos termos do art.º 503, nº1, para onde remete o nº3, parte final.
Nesse caso, igualmente B seria responsável enquanto detentor, a menos que a
utilização do veículo por A não houvesse sido autorizada.
II
a)
- Caraterização da obrigação de entrega das 1000 árvores de fruto como uma obrigação
genérica.
- Aplicação do disposto no art.º 540.º, admitindo apenas a exoneração (total ou parcial do
devedor) em caso de efetiva impossibilidade de cumprimento (total ou parcial). Na
medida em que restem ao devedor outras árvores de fruto (coisas do género estipulado)
não fica este exonerado pelo facto de perecerem aquelas com que se dispunha a cumprir.
Havendo impossibilidade total da prestação não imputável ao devedor, aplicação do art.º
790.º e em caso de impossibilidade parcial, aplicação do regime do art.º 793.º. Neste
último caso, tratando-se de impossibilidade não imputável, o devedor pode desonerar-se
mediante a entrega do que for possível, reduzindo-se proporcionalmente a
contraprestação, mas o credor se não tiver interesse no cumprimento parcial, pode recusar
a prestação e resolver o contrato.
- O problema do risco: pelo facto de não ter havido concentração da prestação nos termos
do art.541º, não se havia ainda transferido o risco para o adquirente (art.408º e art.796º),
pelo que a compradora fica igualmente desonerada (total ou parcialmente) da obrigação
de realizar a sua prestação (pagamento do preço).
b)
III