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a solução para o seu concurso!

SEE-SP
SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
DE SÃO PAULO

Professor de Ensino
Fundamental e Médio - FÍSICA

EDITAL DE ABERTURA DE INSCRIÇÕES


Nº 01/2023

CÓD: SL-115MA-23
7908433236610
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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INTRODUÇÃO

O concurso SEE-SP é uma oportunidade única para quem deseja ingressar no serviço público como servidor da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Por isso, é importante se preparar adequadamente para enfrentar
essa prova desafiadora. A Editora Solução se orgulha de apresentar uma apostila exclusiva para Conhecimentos
Específicos - Especialidade, a fim de auxiliar os estudantes a alcançar seus objetivos.
Nosso material foi organizado de forma a introduzir o aluno no que é cobrado pelo edital e nas principais
bibliografias indicadas para o concurso. Ressaltamos que a apostila é uma ferramenta introdutória e complementar
aos estudos. Para obter um conhecimento completo, é fundamental que o estudante vá atrás de cada bibliografia e
documento oficial indicado no edital.
Nossa apostila visa auxiliar na compreensão dos principais pontos cobrados no edital, assim como fornecer uma
base teórica sólida para a resolução de questões. Acreditamos que, com dedicação e empenho, nossos alunos terão
sucesso nesse desafio.
É importante lembrar que, além do conteúdo abordado na apostila, o edital do concurso SEE-SP também
exige conhecimentos específicos em outras áreas. Por isso, é fundamental que o estudante busque informações
complementares em outras fontes.
Por fim, ressaltamos a importância do estudo sério e constante, bem como a dedicação ao aprendizado.
Desejamos a todos um excelente preparo e sucesso no concurso SEE-SP. A Editora Solução está à disposição para
auxiliar no que for preciso.

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ÍNDICE

Conhecimentos
1. Das análises e representações das transformações e conservação de energia, Conservação da quantidade de movimento;
impulso; choques mecânicos; força............................................................................................................................................. 7
2. grandezas escalares e vetoriais para realizar previsões sobre seus comportamentos em situações cotidianas......................... 19
3. Das avaliações de sistemas térmicos que visem à sustentabilidade, considerando conhecimentos sobre: termometria; dilata-
ção térmica. Calorimetria. Processos de transmissão de calor. Condutibilidade térmica. Termodinâmica. Aquecimento global
e efeito estufa.............................................................................................................................................................................. 32
4. Do uso dos conhecimentos sobre as radiações, quantização de energia, radioatividade e suas origens para avaliar as poten-
cialidades e os riscos de sua aplicação em equipamentos de uso cotidiano, na saúde, no ambiente, na indústria, na agricul-
tura e na geração de energia elétrica.......................................................................................................................................... 36
5. Das análises e interpretações sobre os efeitos dos fenômenos naturais relacionados às ondas eletromagnéticas, aquecimen-
to global e efeito estufa para promover ações individuais e/ ou coletivas que minimizem consequências nocivas à vida........ 41
6. Das avaliações sobre: geradores e receptores elétricos, produção e consumo de energia elétrica, potência elétrica e proprie-
dade elétrica dos materiais para demandas que envolvem a geração, o transporte, a distribuição e o consumo de energia
elétrica, considerando a disponibilidade de recursos, a eficiência energética, a relação custo/benefício, a produção de resí-
duos e os impactos socioambientais e culturais.......................................................................................................................... 46
7. Das realizações e previsões qualitativas e quantitativas sobre o funcionamento de geradores, motores elétricos e seus com-
ponentes, bobinas, transformadores, pilhas, baterias e dispositivos eletrônicos, com base nos conhecimentos de eletrostá-
tica, propriedade elétrica dos materiais, força elétrica, magnetismo, eletromagnetismo, campo elétrico e campo magnético.
Eletrodinâmica. Geradores e receptores elétricos. Circuitos elétricos........................................................................................ 54
8. Das analises sobre teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o sur-
gimento e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com base na: Teoria do Big Bang; Modelos cosmológicos; Expansão do
universo; Modelo Padrão Relatividade geral............................................................................................................................... 64
9. Das avaliações sobre estudos relacionados as máquinas térmicas e radiação eletromagnética nas transformações e transfe-
rências de energia........................................................................................................................................................................ 72
10. Das explicações, previsões e cálculos a respeito dos movimentos de objetos na Terra, no Sistema Solar e no Universo com
base em conhecimento sobre: Cinemática; Estática, Hidrostática, Sistema Solar e Universo..................................................... 74
11. Da importância sobre preservação e conservação da biodiversidade, considerando sensoriamento remoto da superfície da
Terra............................................................................................................................................................................................. 84
12. Das analises a respeito evolução estelar ao surgimento de sistemas solares e planetários com base na astronomia, espec-
troscopia e radiação..................................................................................................................................................................... 93
13. Da elaboração de hipóteses, previsões e estimativas, empregando instrumentos de medição, representação e interpretação
de modelos explicativos, a respeito de: Ondas Sonoras, Óptica, Movimento harmônico e ondulatório.................................... 94
14. Das investigações e análises do funcionamento de equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e sistemas de automação para
compreender as tecnologias contemporâneas que utilizam: Circuitos elétricos; Eletromagnetismo e Efeito fotoelétrico......... 111
15. Das investigações e análise da hidrostática e hidrodinâmica relacionados a serviços básicos de saneamento a fim de avaliar
e/ou promover ações que contribuam para a melhoria na qualidade de vida da população..................................................... 111

Bibliografia Livros e Artigos


1. ABDALLA, M. C. O discreto charme das partículas elementares. São Paulo: Unesp, 2006......................................................... 113
2. CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (org.). Ensino de ciências por investigação: condições para implementação em sala de
aula. São Paulo: Cengage Learning, 2014................................................................................................................................... 113
3. RICARDO, Elio Carlos; SASSERON, Lucia Helena; ABIB, Maria Lucia Vital dos Santos; PIETROCOLA, Maurício. Ensino de física.
São Paulo: Cengage Learning, 2011............................................................................................................................................ 114
4. FEYNMAN, Richard Phillips. Há mais espaços lá embaixo. Parcerias Estratégicas, Brasília, v. 9, n. 18, p. 137- 155, 2004.......... 114
5. GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA. Física 1: mecânica. 7. ed. São Paulo: EDUSP, 2020. 6. ______. Física 2: física
térmica, óptica. 5. ed. São Paulo: EDUSP, 2015. 7. ______. Física 3: eletromagnetismo. 5. ed. São Paulo: EDUSP, 2022.......... 114

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ÍNDICE

6. LANGHI, Rodolfo ; RODRIGUES, Fábio Matos (org.). Interfaces da educação em astronomia: currículo, formação de professo-
res e divulgação científica; Ações dialógicas na prática de ensino de astronomia. São Paulo: Livraria da Física, 2022. v. 2...... 115
7. PIRES, Antonio Sergio Teixeira. Evolução das ideias da física. 2. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2011.................................... 115
8. TIPLER, Paul A.; LLEWELLYN, Ralph A. Física moderna. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014............................................................ 116
9. MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 1, 2 e 3............................................... 116

Publicações Institucionais
1. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo paulista. São Paulo: SEDUC, [2019]. p. 375-394................................. 119
2. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo paulista: etapa ensino médio. São Paulo: SEDUC, 2020. p. 133-137,
145-166, 218-228, 249-250........................................................................................................................................................ 119

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CONHECIMENTOS

Agora, se o ônibus estivesse em movimento e de repente freas-


DAS ANÁLISES E REPRESENTAÇÕES DAS TRANSFORMA- se, a pessoa cairia para frente. Graças à inércia, o passageiro exibe,
ÇÕES E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA, CONSERVAÇÃO DA nesse caso, sua vontade de continuar em movimento em relação ao
QUANTIDADE DE MOVIMENTO; IMPULSO; CHOQUES ME- solo terrestre: o ônibus para, o passageiro não.
CÂNICOS; FORÇA

DINÂMICA
O termo “Dinâmica” significa “forte”. Em física, a dinâmica é
um ramo da mecânica que estuda o movimento de um corpo e as
causas desse movimento. Em experiências diárias podemos obser- Ou seja: Todo corpo em equilíbrio mantém, por inércia sua ve-
var o movimento de um corpo a partir da interação dele com um locidade constante. Em resumo, podemos esquematizar o princípio
ou mais corpos. Como por exemplo, quando um jogador de tênis da inércia assim:
bate em uma bola, a raquete interage com ela e modifica o seu mo-
vimento. Outro exemplo é quando soltamos algum objeto de uma
certa altura do solo e ele cai, isso é resultado da interação da terra
com este.
Esta interação é convenientemente descrita por um conceito
chamado força. Os princípios de dinâmica foram formulados por
Galileu e Newton, porém foi Newton que os enunciou da forma que
conhecemos hoje. Exemplo:
Um elevador de um prédio encontra-se, durante um certo tem-
Leis de Newton po, sob a ação exclusiva de duas forças opostas: o peso e a tração do
As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais da cabo, ambas de intensidade igual a 2000 N. O elevador está parado?
Mecânica Clássica ou Newtoniana, sendo eles o Princípio da Inércia,
o Princípio da Dinâmica e o Princípio da Ação e Reação.

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia


A inércia consiste na tendência natural que os corpos possuem
em manter a velocidade constante. Assim, todo corpo em repouso
tende a permanecer em repouso e todo corpo em movimento ten-
de a permanecer em movimento retilíneo uniforme. No cotidiano,
notamos essas tendências ao observarmos uma pessoa de pé no
interior de um ônibus.
Exemplo: Quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia,
tende a permanecer em repouso em relação ao solo terrestre. Já a
pessoa que não está se segurando, quando o ônibus vai para frente,
ela cai para trás. Resposta:
Como a resultante das forças atuantes é nula, o elevador pode
se encontrar tanto em repouso (equilíbrio estático) quanto em mo-
vimento retilíneo uniforme (equilíbrio dinâmico), por inércia.

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica


Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de mas-
sas diferentes observamos que elas não produzem aceleração igual.
A 2ª lei de Newton diz que a força é sempre diretamente pro-
porcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa,
ou seja:

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CONHECIMENTOS

A equação “F = m . a” é uma equação vetorial. Tanto a força quanto a aceleração são vetores e devem possuir a mesma direção e
sentido.

A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a “kg.m/s²” (quilograma metro por segundo ao quadrado)
e “a” é a aceleração adquirida (em m/s²).
Como F = m.a é uma função do 1º grau, o gráfico da intensidade (F) da força aplicada a um corpo, em função de sua aceleração (a) é
uma reta inclinada cuja inclinação ou coeficiente angular representa a massa do corpo, que é uma constante de proporcionalidade.

Essa constante de proporcionalidade (m), que é característica de cada corpo recebe o nome de massa inercial ou simplesmente massa
e corresponde à medida da inércia do corpo, ou seja, da resistência que o corpo oferece à variação do vetor velocidade.
Observe na lei fundamental da Dinâmica (F = m.a) que, quanto maior a massa do corpo, maior será sua inércia, ou seja, devemos
aplicar uma força resultante maior para acelerar ou retardar um caminhão.

Exemplo:
Quando uma força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por ele?
F=12N, m=2kg, a=?

F = m.a
12 = 2.a
a = 6 m/s²

3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação


Quando uma pessoa empurra um caixa com uma força F, podemos dizer que esta é uma força de ação, mas conforme a 3ª lei de New-
ton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada força de
reação.
Este é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é:»As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força
de reação.”

Exemplo:
O homem de peso 700N, mostrado na figura, mantém-se em equilíbrio, suportando um corpo de massa 30kg, por meio de uma corda
e uma polia, ambas ideais. Considere g = 10m/s2. Calcule o módulo da força exercida pelos pés do homem sobre o assoalho.

(A) 300N
(B) 400N
(C) 600N
(D) 750N
(E) 1050N

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CONHECIMENTOS

No homem, atuam Peso (para baixo), Normal e Tensão (para cima). Como o sistema está em equilíbrio, N + T = Phomem.
Por outro lado, no contrapeso, a tensão é igual T= mg (onde m é a massa do contrapeso)
Deste modo = > N + mg = Phomem => N + 30x10 = 700 => N= 400N

Força de Tração
Dado um sistema onde um corpo é puxado por um fio ideal, ou seja, inextensível, flexível e tem massa desprezível.

Podemos considerar que a força é aplicada no fio, que por sua vez, aplica uma força no corpo, a qual chamamos Força de Tração .

Exemplo:
Dada a figura

Determine:
a) a aceleração do conjunto;
b) a força que o bloco A exerce sobre o bloco B.

Resolução:
- Separe os blocos A e B.
- Represente as forças de ação e reação sobre os blocos na direção do movimento.
- Aplique a 2ª Lei de Newton em cada bloco;

- Com as duas equações encontradas, resolva o sistema

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CONHECIMENTOS

Substitua o valor da aceleração em uma das equações acima, Força de Atrito


para que seja possível calcular o valor da força f. Até agora, para calcularmos a força, ou aceleração de um cor-
F = 3.a po, consideramos que as superfícies por onde este se deslocava,
F = 3 . 4 = 12 N não exercia nenhuma força contra o movimento, ou seja, quando
aplicada uma força, este se deslocaria sem parar.
Força Peso Mas sabemos que este é um caso idealizado. Por mais lisa que
Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um con- uma superfície seja, ela nunca será totalmente livre de atrito.
ceito de aceleração da gravidade, que sempre atua no sentido a Sempre que aplicarmos uma força a um corpo, sobre uma su-
aproximar os corpos em relação à superfície. Relacionando com a perfície, este acabará parando.
2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m, sofre a aceleração da
gravidade. É isto que caracteriza a força de atrito:
A esta força, chamamos Força Peso, e podemos expressá-la - Se opõe ao movimento;
como: - Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coefi-
P = m.g ciente de atrito);
- É proporcional à força normal de cada corpo;
O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo - Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de ener-
ser variável, quando a gravidade variar, ou seja, quando não esta- gia que é liberada ao meio.
mos nas proximidades da Terra. A massa de um corpo, por sua vez,
é constante, ou seja, não varia. Podemos perceber a existência da força de atrito e entender
Quando falamos no peso de algum corpo, normalmente, lem- as suas características através de uma experiência muito simples.
bramos do “peso” medido na balança. Mas este é um termo fisica- Vamos imaginar uma caixa bem grande, colocada no chão, e con-
mente errado, pois o que estamos medindo na realidade, é a nossa tendo madeira. Podemos até imaginar que, à menor força aplicada,
massa. ela se deslocará. Isso, no entanto, não ocorre. Quando a caixa ficar
Além da Força Peso, existe outra que normalmente atua na di- mais leve, à medida que formos retirando a madeira, atingiremos
reção vertical, chamada Força Normal. Esta é exercida pela superfí- um ponto no qual conseguiremos movimentá-la. A dificuldade de
cie sobre o corpo, podendo ser interpretada como a sua resistência mover a caixa é devida ao surgimento da força de atrito Fatrito entre
em sofrer deformação devido ao peso do corpo. Esta força sempre o solo e a caixa.
atua no sentido perpendicular à superfície, diferentemente da For-
ça Peso que atua sempre no sentido vertical. Analisando um corpo
que encontra-se sob uma superfície plana verificamos a atuação
das duas forças.

Várias experiências como essa levam-nos às seguintes proprie-


dades da força de atrito (direção, sentido e módulo):

Direção
As forças de atrito resultantes do contato entre os dois corpos
sólidos são forças tangenciais à superfície de contato. No exemplo
acima, a direção da força de atrito é dada pela direção horizontal.
Por exemplo, ela não aparecerá se você levantar a caixa.
Para que este corpo esteja em equilíbrio na direção vertical, ou
seja, não se movimente ou não altere sua velocidade, é necessário Sentido
que os módulos das forças Normal e Peso sejam iguais, assim, atu- A força de atrito tende sempre a se opor ao movimento relativo
ando em sentidos opostos elas se anularão. das superfícies em contato. Assim, o sentido da força de atrito é
Por exemplo, qual o peso de um corpo de massa igual a 10kg: sempre o sentido contrário ao movimento relativo das superfícies
(a) na superfície da Terra (g=9,8m/s²);
(b) na superfície de Marte (g=3,724m/s²).

(a) P=mg
P=10.9,8=98 N

(b) P=mg
P=10.3,724=37,24 N

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CONHECIMENTOS

Módulo Exemplo:
Sobre o módulo da força de atrito cabem aqui alguns esclareci- Um corpo de 10kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de
mentos. Enquanto a força que empurra a caixa for pequena, o valor uma mola, cuja constante elástica é 150N/m. Considerando g=10m/
do módulo da força de atrito é igual à força que empurra a caixa. Ela s², qual será a deformação da mola?
anula o efeito da força aplicada. Se o corpo está em equilíbrio, a soma das forças aplicadas a ela
será nula, ou seja:
A força de atrito é calculada pela seguinte relação: F – P = 0, pois as forças têm sentidos opostos, logo F = P
Fat = µ.N
Onde: K.x = m.g
μ: coeficiente de atrito (adimensional)
N: Força normal (N) 150x = 100
x = 0,66m
Atrito Estático e Dinâmico
Quando empurramos um carro, é fácil observar que até o carro Força Centrípeta
entrar em movimento é necessário que se aplique uma força maior Quando um corpo efetua um Movimento Circular, este sofre
do que a força necessária quando o carro já está se movimentando. uma aceleração que é responsável pela mudança da direção do mo-
Isto acontece pois existem dois tipos de atrito: o estático e o vimento, a qual chamamos de aceleração centrípeta, assim como
dinâmico. visto no MCU.
Sabendo que existe uma aceleração e sendo dada a massa do
a) Atrito Estático: É aquele que atua quando não há desliza- corpo, podemos, pela 2ª Lei de Newton, calcular uma força que as-
mento dos corpos. A força de atrito estático máxima é igual a força sim como a aceleração centrípeta, aponta para o centro da trajetó-
mínima necessária para iniciar o movimento de um corpo. Quando ria circular.
um corpo não está em movimento a força de atrito deve ser maior A esta força damos o nome: Força Centrípeta. Sem ela, um cor-
que a força aplicada, neste caso, é usado no cálculo um coeficiente po não poderia executar um movimento circular.
de atrito estático: µest. Então: Como visto anteriormente, quando o movimento for circular
Fat = µest.N uniforme, a aceleração centrípeta é constante, logo, a força centrí-
peta também é constante. Sabendo que:
b) Atrito Dinâmico: É aquele que atua quando há deslizamento acp =
dos corpos. Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela
força aplicada ao corpo, este entrará em movimento, e passaremos Ou
a considerar sua força de atrito dinâmico. A força de atrito dinâmico acp = ω2.R
é sempre menor que a força aplicada e no cálculo é utilizado o coe-
ficiente de atrito cinético: µd. Então: Então:
Fat = µd.N Fcp = m.acp = m = mω2.R

Força Elástica A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o
Imagine uma mola presa em uma das extremidades a um su- corpo, com direção perpendicular à trajetória.
porte, e em estado de repouso (sem ação de nenhuma força).
Quando aplicamos uma força F na outra extremidade, a mola Exemplo:
tende a deformar (esticar ou comprimir, dependendo do sentido da Um carro percorre uma curva de raio 100m, com velocidade
força aplicada). 20m/s. Sendo a massa do carro 800kg, qual é a intensidade da força
Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Ro- centrípeta?
bert Hooke (1635-1703), verificou que a deformação da mola au- Fcp= m
menta proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte Fcp= 800.
lei, chamada de Lei de Hooke, que é definida pela fórmula: Fcp= 800.4
F = K.x Fcp= 3200N

Onde: Força Centrífuga1


F: intensidade da força aplicada (N); Imagine-se girando num carrossel. Você tem a sensação de
k: constante elástica da mola (N/m); que está sendo atirado para fora. Essa sensação que o faz sentir-se
x: deformação da mola (m). compelido para fora, para fugir do centro, é o resultado da força
centrífuga. A força centrífuga surge sempre que nos movimentamos
A constante elástica da mola depende principalmente da na- fazendo curvas (ao longo de trajetórias não-retilíneas).
tureza do material de fabricação da mola e de suas dimensões. Sua
unidade mais usual é o N/m (newton por metro) mas também en-
contramos N/cm; kgf/m, etc.

1 https://bit.ly/2MrwnVb
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CONHECIMENTOS

Para um indivíduo num sistema em rotação ou que se movi- Um indivíduo no solo escreverá
menta numa curva surge uma força, nesse sistema, conhecida
como força centrífuga. Ela tem as seguintes características:

Direção Na direção normal ao movimento ele escreverá


Na direção perpendicular à curva por aquele ponto no qual o
objeto está.

Sentido Onde acp é a aceleração centrípeta. De acordo com o resultado


No sentido de “fuga do centro” (para fora). Fuga do centro da já conhecido, podemos escrever
circunferência osculadora (a circunferência que tangencia a curva
num dado ponto).

Módulo Plano Inclinado


O módulo de força centrífuga é dado por Dada uma rampa e considerando o atrito, podemos distribuir
as forças da seguinte forma:

Onde v é a velocidade escalar do corpo no ponto P e R é o raio


da circunferência osculadora pelo ponto P.

E R é a distância do objeto até o centro. Podemos então escre-


ver
Ao observarmos a figura acima, notamos que as forças que atu-
am sobre o corpo são:
P: Força peso = P = m.g
Px = P.senθ
Py = P.cosθ
Para o indivíduo sobre a plataforma, o objeto está em repouso N = Normal = Py
e ele escreverá para a aceleração na direção normal
Se o bloco estiver em repouso ou velocidade constante: Px=Fat
=0 Se estiver descendo: Px - Fat = m.a

Esse resultado é compatível com o anterior, desde que nos lem- Exemplo:
bremos da força centrífuga. Levando em conta a força centrífuga Um corpo de massa m=10kg está apoiado num plano de 30° em
podemos escrever na direção normal relação à horizontal, sem atrito. Considere g=10m/s², determine a
aceleração do bloco.

Donde concluímos que:

Que é exatamente o mesmo resultado dado acima.

Consideremos, a título de exemplo, o movimento de um objeto


de massa m sobre uma plataforma circular em movimento de rota-
ção em torno do seu eixo (um carrossel é um bom exemplo dessa Px = m.a
situação). O objeto está preso ao eixo da plataforma por um fio. m.g.senθ = m.a
a = g.senθ
Consideremos agora o movimento desse objeto descrito por a=10.sen30=10.0,5=5m/s²
dois observadores. Um localizado sobre o solo, em repouso (siste-
ma S), e outro localizado sobre a plataforma (S’).

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CONHECIMENTOS

Sistemas Separando os corpos e colocando as forças que estão envolvi-


das no movimento, tem-se:
Agora que conhecemos os princípios da dinâmica, a força peso,
elástica, centrípeta e de atito e o plano inclinado, podemos calcular
fenômenos físicos onde estas forças são combinadas.

Corpos em contato

Aplica-se a segunda lei de Newton para cada corpo e resolve


o sistema:
(corpo A) T2 = mA.a
(corpo B) T1-T2 = mB.a
(corpo C) F-T1= mC.a

F = ( mA+ mB+ mC).a

Quando uma força é aplicada aos corpos em contato existem Um dos corpos pendurados
“pares ação-reação” de forças que atuam entre eles e que se anu- Para efetuar este cálculo faz-se da mesma forma que apresen-
lam. tado anteriormente.
Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando: No exemplo a seguir, considerando a inexistência de atrito em
A, qualquer massa de B será suficiente para deslocar o conjunto.

Separando os corpos e colocando as forças que estão envolvi-


das no movimento, tem-se:
Depois de sabermos a aceleração, que é igual para ambos os
blocos, podemos calcular as forças que atuam entre eles, utilizando
a relação que fizemos acima:
F BA=mB.a

Exemplo:
Sendo mA=5Kg e mB = 3Kg e que a força aplicada ao sistema é
de 24N, qual é a intensidade da força que atua entre os dois blocos?
F = (mA+mB).a
24 = (5+3).a Aplicando a segunda lei de Newton nos dois corpos:
a=
a = 3m/s2

FBA = mB.a
FBA = 3.3
FBA= FAB= 9N

Blocos ligados por fio em superfície lisa Trabalho


Neste caso, também não será considerada a existência do atri- Na Física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no Tra-
to. Considere que os corpos sejam puxados por uma força F. balho realizado por uma força, ou seja, o Trabalho Mecânico. Uma
força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um
deslocamento no corpo.
Utilizamos a letra grega tau minúscula ( ) para expressar tra-
balho.
A unidade de Trabalho no Sistema Internacional (SI) é o Joule
(J).
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CONHECIMENTOS

Quando uma força tem a mesma direção do movimento o tra- Uma força de intensidade 30N é aplicada a um bloco formando
balho realizado é positivo: >0; um ângulo de 60° com o vetor deslocamento, que tem valor absolu-
Quando uma força tem direção oposta ao movimento o traba- to igual a 3m. Qual o trabalho realizado por esta força?
lho realizado é negativo: <0. τ= FII.∆S
O trabalho resultante é obtido através da soma dos trabalhos τ= F cosθ.∆S
de cada força aplicada ao corpo, ou pelo cálculo da força resultante τ=30. cos 60º.3
no corpo. τ = 45J
τR = τ1 + τ2 + τ3 + .......... + τN
Podemos considerar sempre este caso, onde aparece o cosseno
Força paralela ao deslocamento do ângulo, já que quando a força é paralela ao deslocamento, seu
Quando a força é paralela ao deslocamento, ou seja, o vetor ângulo é 0° e cos0°=1, isto pode ajudar a entender porque quando
deslocamento e a força não formam ângulo entre si, calculamos o a força é contrária ao deslocamento o trabalho é negativo, já que:
trabalho: O cosseno de um ângulo entre 90° e 180° é negativo, sendo
τ = F.∆S cos180°=-1

Exemplo: Trabalho da força Peso


Qual o trabalho realizado por uma força aplicada a um corpo de Para realizar o cálculo do trabalho da força peso, devemos con-
massa 5kg e que causa uma aceleração de 1,5m/s² e se desloca por siderar a trajetória como a altura entre o corpo e o ponto de ori-
uma distância de 100m? gem, e a força a ser empregada, a força Peso.
τ = F.∆S
τ = m.a. ∆S Então:
τ = 5.1,5.100 τP = P. ∆h
τ = 750J τP = m.g. ∆h

Força não-paralela ao deslocamento


Sempre que a força não é paralela ao deslocamento, devemos
decompor o vetor em suas componentes paralelas e perpendicu-
lares:

Potência
A potência é o trabalho realizado em determinado período de
tempo.

Exemplo: Dois carros saem da praia em direção a serra, com


uma altitude de 600m (h=600m). Um dos carros realiza a viagem
em 1hora, o outro demora 2 horas para chegar. Qual dos carros re-
Considerando a componente perpendicular da Força e alizou maior trabalho?
a componente paralela da força. Nenhum dos dois. O Trabalho foi exatamente o mesmo. Entre-
Ou seja: tanto, o carro que andou mais rápido desenvolveu uma Potência
cosθ = maior.
A unidade de potência no SI é o watt (W).
FII=F cosθ 1W =

Quando o móvel se desloca na horizontal, apenas as forças pa- Além do watt, usa-se com frequência as unidades:
ralelas ao deslocamento produzem trabalho. Logo: 1kW (1 quilowatt) = 1000W
1MW (1 megawatt) = 1000000W = 1000kW
1cv (1 cavalo-vapor) = 735W
1HP (1 horse-power) = 746W

Potência Média
Definimos a partir daí potência média relacionando o Trabalho
com o tempo gasto para realizá-lo:
Pot M =

τ = FII.∆S Como sabemos que:


τ = F cosθ.∆S τ = F.∆ S
Exemplo: Então:
Pot M = = v m
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CONHECIMENTOS

Podemos também fazer uma relação de potência de uma força Energia é a capacidade de executar um trabalho. Energia me-
com a intensidade da força e com o módulo da velocidade de um cânica é aquela que acontece devido ao movimento dos corpos ou
corpo sujeito a essa força, pela equação I: armazenada nos sistemas físicos. Dentre as diversas energias co-
Pméd = nhecidas, as que veremos no estudo de dinâmica são:
- Energia Cinética;
O trabalho de uma força constante é definido pela equação II: - Energia Potencial Gravitacional;
τ = F.d.cosθ - Energia Potencial Elástica.

Fazendo a substituição de II em I, teremos: Energia Cinética


Pméd = É a energia ligada ao movimento dos corpos. Resulta da trans-
ferência de energia do sistema que põe o corpo em movimento. Sua
Potência Instantânea equação é dada por:
Quando o tempo gasto for infinitamente pequeno teremos a τ= F.∆S
potência instantânea, ou seja: τ= m.a. ∆S

Utilizando a equação de Torricelli e considerando o início do


movimento sendo o repouso, teremos:
v2=v02+2a∆S
v2=0+2a∆S
Exemplo: Qual a potência média que um corpo desenvolve ∆S=
quando aplicada a ele uma força horizontal com intensidade igual
a 12N, por um percurso de 30m, sendo que o tempo gasto para Substituindo no cálculo do trabalho:
percorrê-lo foi de 10s?
Pot M=

Pméd =

E a potência instantânea no momento em que o corpo atingir


2m/s?
Pot = F.v = 12.2 = 24W

Rendimento2
Todas as vezes que uma máquina realiza um trabalho, parte de A unidade de energia é a mesma do trabalho: o Joule (J)
sua energia total é dissipada, seja por motivos de falha ou até mes-
mo devido ao atrito. Lembrando que essa energia dissipada não é Teorema da Energia Cinética
perdida, ela é transformada em outros tipos de energia (Lei de La- Considerando um corpo movendo-se em MRUV.
voisier). Assim sendo, considera-se a seguinte relação para calcular
o rendimento:

O Teorema da Energia Cinética (TEC) diz que:


Onde: “O trabalho da força resultante é medido pela variação da ener-
η é o rendimento da máquina; gia cinética.”
Pu é a potência utilizada pela máquina; τR=∆Ec= Ec - Eci
Pt é a potência total recebida pela máquina.
τR =-
A potência total é a soma das potências útil e dissipada.
Pt= Pu + Pd Exemplo:
Qual o trabalho realizado por um corpo de massa 10kg que ini-
Por se tratar de um quociente de grandezas de mesma uni- cia um percurso com velocidade 10m/s² até parar?
dade, rendimento é uma grandeza adimensional, ou seja, ele não τR =-
possui unidade. Rendimento é expresso em porcentagem e ele é
sempre menor que um e maior que zero 0< η<1. τR =-
Energia Mecânica
τR == -500 J

2 https://bit.ly/2P07Asp
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CONHECIMENTOS

Energia Potencial Exemplo:


Energia Potencial é a energia que pode ser armazenada em um Uma pedra que é abandonada de um penhasco. Em um primei-
sistema físico e tem a capacidade de ser transformada em energia ro momento, antes de ser abandonada, a pedra tem energia cinéti-
cinética. ca nula (já que não está em movimento) e energia potencial total.
Conforme o corpo perde energia potencial ganha energia ciné- Quando a pedra chegar ao solo, sua energia cinética será total, e a
tica ou vice-e-versa. energia potencial nula (já que a altura será zero).
Dizemos que a energia potencial se transformou, ou se conver-
Energia Potencial Gravitacional teu, em energia cinética.
É a energia que corresponde ao trabalho que a força Peso re- Quando não são consideradas as forças dissipativas (atrito, for-
aliza. ça de arraste, etc.) a energia E M, inicial= E M, final
É obtido quando consideramos o deslocamento de um corpo E C, inicial + E P, inicial= E C, final+ E P, final
na vertical, tendo como origem o nível de referência (solo, chão de
uma sala...). Para o caso de energia potencial gravitacional convertida em
energia cinética, ou vice-versa:
mv2 inicial+mgh inicial = mv2 final + mgh final

Para o caso de energia potencial elástica convertida em energia


Enquanto o corpo cai vai ficando mais rápido, ou seja, ganha cinética, ou vice-versa:
Energia Cinética, e como a altura diminui, perde Energia Potencial mv2 inicial+ Kx2= mv2 final+ Kx2inal
Gravitacional.
Exemplo:
Energia Potencial Elástica Uma maçã presa em uma macieira a 3 m de altura se despren-
Corresponde ao trabalho que a força Elástica realiza. de. Com que velocidade ela chegará ao solo?
E M, inicial= E M, final
E C, inicial + E PG, inicial= E C, final+ E PG, final
mv2 inicial + mgh inicial = mv2 final + mgh final

m.0+m.10.3= mv2 final = mg.0


30m= mv2 final
√60=v final
7,75 m/s ≅ v final

Como a força elástica é uma força variável, seu trabalho é ob- Gráficos de Energias Para um Sistema Conservativo3
tido através do cálculo da área do seu gráfico, cuja Lei de Hooke diz Seja um sistema de forças conservativo e os gráficos das ener-
ser: gias potencial (Ep) e cinética (Ec) em função do tempo (t) ou em
A= função de uma coordenada de posição (x).
Sabendo que a soma de Ep e Ec é constante, os gráficos serão si-
Então: métricos em relação a um eixo paralelo ao eixo dos tempos (ou das
τFel = Eel = posições) e correspondente a uma energia igual a (metade
da energia mecânica total).
Eel = =

Conservação de Energia Mecânica


A energia mecânica de um corpo é igual a soma das energias
potenciais e cinética dele.
Então:

Qualquer movimento é realizado através de transformação de


energia, por exemplo, quando você corre, transforma a energia quí-
mica de seu corpo em energia cinética, o mesmo que acontece para
a conservação de energia mecânica.

3 https://www.colegioweb.com.br/energia-mecanica/grafico-de-energias-para-um-
-sistema-conservativo.html
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CONHECIMENTOS

Onde: Como características da quantidade de movimento temos:


E1 = Energia Cinética - Módulo:
E2 = Energia Potencial - Direção: a mesma da velocidade
Em = Energia Mecânica - Sentido: a mesma da velocidade
- Unidade no SI: kg.m/s
Impulso
Como já vimos, para que um corpo entre em movimento, é ne- Exemplo:
cessário que haja uma interação entre dois corpos. Qual a quantidade de movimento de um corpo de massa 2kg a
Se considerarmos o tempo que esta interação acontece, tere- uma velocidade de 1m/s?
mos o corpo sob ação de uma força constante, durante um intervalo
de tempo muito pequeno, este será o impulso de um corpo sobre
o outro:

Teorema do Impulso
As características do impulso são: Considerando a 2ª Lei de Newton:
- Módulo: I = F. ∆t
- Direção: a mesma do vetor F
- Sentido: o mesmo do vetor F

A unidade utilizada para Impulso, no SI, é: N.s


No gráfico de uma força constante, o valor do impulso é nu- E utilizando-a no intervalo do tempo de interação:
mericamente igual à área entre o intervalo de tempo de interação:

Mas sabemos que: , logo:

Como vimos:
A = F.Δt = I

Exemplo:
Ao dar um chute na bola, num jogo de futebol, um jogador Então:
aplica uma força de intensidade 6,0 · 10² N sobre a bola, durante
um intervalo de tempo de 1,5 · 10-1 s. Determine a intensidade do
impulso da força aplicada pelo jogador.

Resolução:
Dados do enunciado
F = 6,0 · 10² N “O impulso de uma força, devido à sua aplicação em certo in-
t = 1,5 · 10-1 s tervalo de tempo, é igual a variação da quantidade de movimento
do corpo ocorrida neste mesmo intervalo de tempo.”
I = 90 N.s
Exemplo:
Quantidade De Movimento Quanto tempo deve agir uma força de intensidade 100N sobre
Se observarmos uma partida de bilhar, veremos que uma bo- um corpo de massa igual a 20kg, para que sua velocidade passe de
linha transfere seu movimento totalmente ou parcialmente para 5m/s para 15m/s?
outra.
A grandeza física que torna possível estudar estas transferências
de movimento é a quantidade de movimento linear , também
conhecido como quantidade de movimento ou momentum linear.
A quantidade de movimento relaciona a massa de um corpo
com sua velocidade:

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CONHECIMENTOS

Sistema de Partículas
Consideremos o caso mais simples de um sistema de partículas4. Aquele composto por apenas duas partículas. Nesse caso as equa-
ções se reduzem a apenas duas:

No caso do sistema constituído por apenas duas partículas definimos além do centro de massa

A coordenada relativa

Definimos, além da massa total,

A massa reduzida

A utilidade das grandezas físicas assim definidas podem ser entendidas ao adicionarmos e subtrairmos as equações. A adição nos leva
a

.
Ao passo que a subtração nos leva, depois de dividirmos a primeira equação por m1 e a segunda por m2, a

A primeira equação representa o resultado já conhecido de que o centro de massa se move de tal maneira que tudo se passa como se
todas as forças externas estivessem atuando sobre ele.
Para entendermos a relevância da coordenada relativa e de massa reduzida consideremos o caso em que o sistema de duas partículas
não está sujeito a forças externas. Nessas circunstâncias as equações se escrevem agora

4 http://efisica.if.usp.br/mecanica/avancado/multicorpo/sist_2_particulas/
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CONHECIMENTOS

Uma vez conhecida a força (ou forças) de interação entre as duas partículas podemos determinar a partir de ( ) e utilizando ( ).
Uma vez conhecidos e podemos determinar e utilizando ( ). Isto é

Colisões
Em Física, colisões5 entre dois corpos constituem uma interação rápida e violenta, pois as forças trocadas são de grande intensidade.
Nesse breve intervalo de tempo, os corpos trocam entre si forças de intensidades muito maiores do que as ações externas, o que nos per-
mite considerar que o sistema é isolado.
Como consideramos o sistema mecanicamente isolado, a quantidade de movimento do sistema conserva-se em toda colisão, ou seja,
a quantidade de movimento antes da colisão é igual à quantidade de movimento depois da colisão, isto independentemente do tipo de
colisão. Portanto, podemos escrever:
Qantes= Qdepois
mA.vA+mB.vB= mA.vA’+mB.vB’

Tipos de choques
- Choque perfeitamente elástico – assim denominamos as colisões em que as forças agentes na fase de interação são exclusivamente
elásticas e, portanto, conservativas. Nesse tipo de colisão, toda a energia cinética consumida na etapa de deformação reaparece na fase
de restituição. O coeficiente de restituição é, portanto, 100%, isto é, igual a 1.
|vafast |=| vaprox | ⇒ e=1
Ec i= Ec f

- Choque parcialmente elástico – colisão em que, além das forças elásticas, forças dissipativas oriundas de atritos internos agem na
fase de interação. Parte da energia cinética consumida na deformação dos corpos é dissipada como energia térmica. A maioria das colisões
do mundo macroscópico é desse tipo.
|vafast |<| vaprox | ⇒ 0 <e<1
Ec i> Ec f</e<1

- Choque inelástico – toda energia cinética consumida na deformação é perdida em outras formas de energia como a térmica e a so-
nora. Dessa forma, não ocorre restituição (e = 0), portanto os corpos seguem juntos com a mesma velocidade. Assim, temos:
|vafast |=0⇒ e=0
Ec i>>> Ec f
Resumindo, temos:

GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS PARA REALIZAR PREVISÕES SOBRE SEUS COMPORTAMENTOS EM SITUAÇÕES COTI-
DIANAS

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES


Para melhor interpretar o sistema internacional de unidades precisamos entender primeiro o que é notação científica e ordem de
grandeza.

5 https://alunosonline.uol.com.br/fisica/tipos-colisoes.html
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CONHECIMENTOS

Quando estamos trabalhando com números muito grandes, c) 0,2567 x 10-3 = 0,0002567
muitas vezes é mais fácil utiliza-los em notação científica, ou ordem 4 - Escrever o número 2014 em potência de 10.
de grandeza. Para isso, devemos conhecer as potências de 10. Todo
número positivo pode ser escrito como em potência de 10. Vejamos 201,4 . 101  20,14 . 102  2,014 . 103, observa-se que colo-
alguns exemplos: car um número na base 10, é o mesmo que o dividir por dez, ou
1=100 escrever o mesmo na forma decimal acrescido de vírgula. Para cada
10=101 divisão aumenta-se o expoente.
100=10²
1000=10³ A notação científica chega a sua parte final, quando a mantissa
tem seu módulo compreendido entre:
Ordem de Grandeza
A ordem de grandeza de um número serve para termos uma No exemplo acima, a = 2,014, logo esta compreendido entre os
noção da dimensão do número e onde podemos localizá-lo. Nos valores acima.
exemples acima temos então a ordem de grandeza de maneira cres-
cente, assim a ordem de grande do número 10 é 101, do número 5 - 1.500.000.000  1,5 x 109 ( deslocamos a vírgula 9 casas
100 é 102 e assim por diante. para esquerda);
6 - 0,000 000 000 256  2,56 x 10-10 ( deslocamos a vírgula 10
Notação Científica casa para direita);

Algarismos Significativos
Os algarismos significativos são os que representam a exatidão
de um número. Como por exemplo o número 28,72 tem 4 algaris-
mos significativos. Se caso o número fosse 28,7200 ele teria 6 al-
garismos significativos, pois a adição de zeros à direita, aumenta a
exatidão do número. Os seguintes exemplos tem 5 algarismos sig-
nificativos:
Observe os exemplos:
- 137,28
1 - Qual a ordem de grandeza do número 25347 e como ele
- 000000000000000467,96
ficaria escrito em notação científica?
- 0,51678
- 12.359
O número 25347 tem cinco casas, logo a ordem de grandeza
- 3,7589 x 10-2
dele é 104 que também possui cinco casas (pois 104 = 10000). 25347
escrito em notação cientifica é: 2,5347 x 104. Como observamos nesse último exemplo, é fácil determinar os
algarismos significativos em números escritos em notação científi-
2 - A distância do Sol a Terra é de 150 milhões de km ca. Todo o número com execção da potencia de dez são algarismos
(150.000.000 km), um número muito grande que pode ser expresso significativos.
por 150 x 106 ou 15 x 107 ou 1,5 x 108.
Erros e Desvios
Algumas grandezas possuem seus valores reais conhecidos e
outras não. Quando conhecemos o valor real de uma grandeza e
experimentalmente encontramos um resultado diferente, dizemos
que o valor obtido está afetado de um erro. 6

ERRO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma


grandeza e o valor real ou correto da mesma.

Matematicamente  Erro = Valor medido - Valor real

Entretanto, o valor real ou exato da maioria das grandezas fí-


sicas nem sempre é conhecido. Quando afirmamos que o valor da
3 - Quanto multiplicamos por 101 ,102 103, 104... estamos des- carga do elétron é e = 1,60217738 x 10-19 C, este é, na verdade, o
locando a vírgula quantas casas forem o expoente da base 10, para valor mais provável dessa grandeza, determinado por meio de ex-
a direita. perimentos com incerteza de 0,30 partes por milhão. Neste caso, ao
a) 2,53 x 101 = 25,3 efetuarmos a medida dessa grandeza e compararmos com e, fala-
b) 3,7589 x 102 = 37,589 mos em desvios e não erros.
c) 0,2567 x 103 = 256,7
DESVIO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma
Caso o expoente do 10 for negativo devemos deslocar a vírgula grandeza e um valor adotado que mais se aproxima do valor real.
para a esquerda. Na prática se trabalha na maioria das vezes com desvios e não
a) 2,53 x 10-1 = 0,253 erros.
b) 3,7589 x 10-2 = 0,037589 6 https://bit.ly/2OHVIvI
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CONHECIMENTOS

Desvio Médio - Valor Médio


Quando um mesmo operador efetua uma série de medidas de uma grandeza x, utilizando um mesmo instrumento, as medidas obti-
das (x1, x2, ... , xN) terão valores que, na maioria das vezes, poderão não coincidir. Isso ocorre devido aos erros experimentais inerentes a
qualquer processo de medida. Pode ser demonstrado que o valor que mais se aproxima do valor real da grandeza é a média aritmética dos
valores ( x ), denominado valor médio.
Suponha que um experimentador realize 10 vezes a medida do comprimento L de uma barra. Essas medidas foram realizadas com
uma régua cuja menor divisão era 1 mm, de modo que os décimos de milímetro foram avaliados (é costume fazer estimativas com aproxi-
mações até décimos da menor divisão da escala do instrumento).

Em qualquer das medidas efetuadas encontraram-se, como comprimento da barra, 5,3 cm completos mais uma fração avaliada da
menor divisão, de modo que as flutuações, neste caso, residem nas diferentes avaliações da menor divisão. A tabela abaixo mostra os
valores obtidos nas dez medidas realizadas.

Calculando-se a média aritmética das medidas efetuadas tem-se:

Que é o valor mais provável para o comprimento da barra.


O valor médio é mais preciso e exato quanto maior for o número N de medidas.
Define-se o desvio de uma medida do conjunto pela diferença entre o valor medido ( Li ) e o valor médio ( L ).

O desvio de cada medida, no caso do exemplo, está indicado na tabela. Desse conjunto deve- se extrair a incerteza que afeta o valor
adotado (valor médio). Considera-se, para esse fim, a média aritmética dos valores absolutos dos desvios denominada desvio médio (∆L):

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Esse desvio significa que o erro que se comete ao adotar o valor médio ( L = 5,37 cm) é de 0,01 cm. Em outras palavras, o valor real
deve estar entre 5,36 e 5,38 cm. Dessa maneira, o comprimento da barra pode ser expresso como:

Desvio Avaliado ou Incerteza


Se o experimentador realiza apenas uma medida da grandeza, o valor medido evidentemente será o valor adotado, já que não se tem
um conjunto de dados para ser analisado, como no caso anterior. Aqui, também, o valor adotado representa a grandeza dentro de certo
grau de confiança.
Não existe uma regra definida para determinar a incerteza de uma única medida, pois esta depende de vários fatores como: o ins-
trumento utilizado, as condições em que a medida se realiza, o método utilizado na medida, a habilidade do experimentador, a própria
avaliação do último algarismo (fração avaliada da menor divisão da escala do instrumento) etc.
Contudo, é costume tomar a incerteza de uma medida como sendo a metade da menor divisão da escala do instrumento utilizado,
denominando-a desvio avaliado ou incerteza.
Convém salientar que a avaliação da incerteza da medida depende, sobretudo, do bom senso do experimentador.

Desvio Relativo
O desvio relativo é igual ao quociente entre a incerteza e o valor adotado e é, freqüentemente expresso em termos percentuais.

O desvio relativo percentual é obtido, multiplicando-se o desvio relativo por 100%. O desvio relativo nos dá, de certa forma, uma
informação a mais acerca da qualidade do processo de medida e nos permite decidir, entre duas medidas, qual a melhor. Isto é, quanto
menor o desvio relativo, maior a precisão da medida.

Sistema Internacional de Unidades


O SI é um conjunto sistematizado e padronizado de definições para unidades de medida, utilizado em quase todo o mundo moderno,
que visa a uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais daí decorrentes.

Básicas

Grandeza Unidade Símbolo


Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampere A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Quantidade de matéria mol mol
Intensidade luminosa candela cd

Definiram-se sete grandezas físicas postas como básicas ou fundamentais. Por conseguinte, passaram a existir sete unidades básicas
correspondentes — as unidades básicas do SI — descritas na tabela, na coluna à esquerda. A partir delas, podem-se derivar todas as outras
unidades existentes.

Derivadas
Todas as unidades existentes podem ser derivadas das unidades básicas do SI. Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI
apenas aquelas que podem ser expressas através das unidades básicas do SI e sinais de multiplicação e divisão, ou seja, sem qualquer
fator multiplicativo ou prefixo com a mesma função. Desse modo, há apenas uma unidade do SI para cada grandeza. Contudo, para cada
unidade do SI pode haver várias grandezas. Às vezes, dão-se nomes especiais para as unidades derivadas.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

É, tão somente, uma apresentação organizada, tabelada, das unidades do SI das principais grandezas, acompanhadas dos respectivos
nomes e símbolos. Na primeira tabela, unidades que não fazem uso das unidades com nomes especiais:

Grandeza Unidade Símbolo


Área metro quadrado m²
Volume metro cúbico m³
Número de onda por metro 1/m
Densidade de massa quilograma por metro cúbico kg/m³
Concentração mol por metro cúbico mol/m³
Volume específico metro cúbico por quilograma m³/kg
Velocidade metro por segundo m/s2
Aceleração metro por segundo ao quadrado m/s²
Densidade de corrente ampere por metro ao quadrado A/m²
Campo magnético ampere por metro A/m

Na segunda tabela, as que fazem uso na sua definição das unidades com nomes especiais.

Dimensional Dimensional
Grandeza Unidade Símbolo
Analítica Sintética
Velocidade angular radiano por segundo rad/s 1/s Hz
Aceleração angular radiano por segundo ao quadrado rad/s² 1/s² Hz²
Momento de força newton metro N•m kg·m²/s² ----
Densidade de carga coulomb por metro cúbico C/m³ A·s/m³ ----
Campo elétrico volt por metro V/m kg·m/(s³·A) W/(A·m)
Entropia joule por kelvin J/K kg·m²/(s²·K) N·m/K
Calor específico joule por quilograma por kelvin J/(kg·K) m²/(s²·K) N·m/(K·kg)
Condutividade térmica watt por metro por kelvin W/(m·K) kg·m/(s³·K) J/(s·m·K)
Intensidade de radiação watt por esferorradiano W/sr kg·m²/(s³·sr) J/(s·sr)

Unidades aceitas pelo SI


O SI aceita várias unidades que não pertencem ao sistema. As primeiras unidades deste tipo são unidades muito utilizadas no coti-
diano:

Grandeza Unidade Símbolo Relação com o SI


Tempo minuto min 1 min = 60 s
Tempo hora h 1 h = 60 min = 3600 s
Tempo dia d 1 d = 24 h = 86 400 s
Ângulo plano grau ° 1° = π/180 rad
Ângulo plano minuto ‘ 1’ = (1/60)° = π/10 800 rad
Ângulo plano segundo “ 1” = (1/60)’ = π/648 000 rad
Volume litro l ou L 1 l = 0,001 m³
Massa tonelada t 1 t = 1000 kg
Argumento logarítmico ou Ângulo hiperbólico neper Np 1 Np = 1
Argumento logarítmico ou Ângulo hiperbólico bel B 1B=1
A relação entre o neper e o bel é: 1 B = 0,5 ln(10) Np. Outras unidades também são aceitas pelo SI, mas possuem uma relação com as
unidades do SI determinada apenas por experimentos:

Grandeza Unidade Símbolo Relação com o SI


Energia Elétron-volt eV 1 eV = 1,602 176 487(40) x 10−19 J
Massa Unidade de massa atômica u 1 u = 1,660 538 782(83) x 10−27 kg
Comprimento Unidade astronômica ua 1 ua = 1,495 978 706 91(30) x 1011 m

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23
a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Por fim, tem-se unidades que são aceitas temporariamente pelo SI. Seu uso é desaconselhado.

Grandeza Unidade Símbolo Relação com o SI


Comprimento milha marítima ---- 1 milha marítima = 1852 m
Velocidade nó ---- 1 nó = 1 milha marítima por hora = 1852/3600 m/s
Área are a 1 a = 100 m²
Área hectare ha 1 ha = 10 000 m²
Área acre ---- 40,47 a
Área barn b 1 b = 10−28 m²
Comprimento ångström Å 1 Å = 10−10 m
Pressão bar bar 1 bar = 100 000 Pa

Exceções:
- Unidades segundo e radiano: é necessário dobrar o r e o s. Exemplos: milissegundo, decirradiano, etc.
- Especiais: múltiplos e submúltiplos do metro: quilômetro (quilómetro), hectômetro (hectómetro), decâmetro, decímetro, centíme-
tro e milímetro; também nanômetro (nanómetro), picômetro (picómetro) etc..

Observações:
- O k usado em “quilo”, em unidades como quilômetro (km) e quilograma (kg), deve ser grafado em letra minúscula. É errado escre-
vê-lo em maiúscula.
- Em informática, o símbolo “K” que pode preceder as unidades bits e bytes (grafado em letra maiúscula), não se refere ao fator mul-
tiplicativo 1000, mas sim a 1024 unidades da grandeza citada (para correção a IEC definiu o chamado prefixo binário onde 1:1024 e o uso
dos prefixos da SI passaram a valer 1:1000).
- Em unidades como km² e km³ é comum ocorrerem erros de conversão.

1 km² = 1 000 000 m²,


porque 1 km × 1 km = 1 km², 1 km = 1000 m, 1000 m × 1000 m = 1 000 000 m².

Para fazer conversões nesses casos, devem-se colocar mais dígitos por casa numérica: em metros, cada casa tem um dígito (exemplo:
1000 m = 1 km); em metros quadrados (2), cada casa numérica tem dois dígitos (exemplo: 1000 m × 1000 m = 01 00 00 00 m² = 1 km²); em
metros cúbicos (3), cada casa numérica tem três dígitos (exemplo: 1000 m × 1000 m × 1000 m = 001 000 000 000 m³ = 1 km³).

Escrita correta de unidades SI - Nome de unidade


O nome das unidades deve ser sempre escrito em letra minúscula.

Exemplos:
- Correto: quilograma, Newton, metro cúbico.
- Exceção: quando o nome estiver no início da frase e em “grau Celsius”.

Somente o nome da unidade aceita o plural


É importante saber que somente o nome da unidade de medida aceita o plural. As regras para a formação do plural (no Brasil) para o
nome das unidades de medida seguem a Resolução Conmetro 12/88, conforme ilustrado abaixo:
Para a pronúncia correta do nome das unidades, deve-se utilizar o acento tônico sobre a unidade e não sobre o prefixo.
- Exemplos: micrometro, hectolitro, milissegundo, centigrama, nanômetro.
- Exceções: quilômetro, hectômetro, decâmetro, decímetro, centímetro e milímetro.

Ao escrever uma unidade composta, não se deve misturar o nome com o símbolo da unidade.

Certo Errado
quilômetro por hora km/h quilômetro/h; km/hora
metro por segundo m/s metro/s; m/segundo

Símbolo de Unidade
As unidades do SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de símbolos.

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CONHECIMENTOS

Símbolo não é abreviatura


Símbolo não é abreviatura. É um sinal convencional e invariável utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de significa-
dos - no caso, as unidades SI; logo, jamais deverá ser seguido de “ponto”.

Símbolo não admite plural


Símbolo não admite plural. Como sinal convencional e invariável que é, utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura de
significados, nunca será seguido de “s”.

Certo Errado
cinco metros 5m 5 ms ou mts
dois quilogramas 2 kg 2 kgs
oito horas 8h 8 hs

Representação
O resultado de uma medição deve ser representado com o valor numérico da medida, seguido de um espaço de até um caractere e,
em seguida, o símbolo da unidade em questão. Exemplo:

Para a unidade de temperatura grau Celsius, haverá um espaço de até um caractere entre o valor e a unidade, porém não se porá
espaço entre o símbolo do grau e a letra C para formar a unidade “grau Celsius”. Exemplo:

Os símbolos das unidades de tempo hora (h), minuto (min) e segundo (s) são escritas com um espaço entre o valor medido e o símbo-
lo. Também há um espaço entre o símbolo da unidade de tempo e o valor numérico seguinte. Exemplo:

Exceções
Para os símbolo da unidade de ângulo plano grau (°), minuto(‘) e segundo(“), não deve haver espaço entre o valor medido e as unida-
des, porém, deve haver um espaço entre o símbolo da unidade e o próximo valor numérico.

Conversão de Unidades
A conversão de medidas7 é importante para resolver questões de matemática, assim como de física. Quando um problema apresenta
diferentes unidades de medida, a conversão é necessária para solucionar a questão. As unidades de medidas estão presentes no nosso
cotidiano. Repare que muitas vezes vemos escrito nas caçambas espalhadas pelas ruas “5 m³” ou, no final dos rótulos de xampus, “100 ml”.
E até mesmo o bonito piso que gostaríamos de ter em nossas casas é vendido pelo “metro quadrado”. Mas, afinal, o que significam essas
medidas? Para facilitar, iremos tomar como base a unidade de comprimento: metro. Depois, veremos os demais casos que completam o
sistema métrico.

7 http://educacao.globo.com/matematica/assunto/matematica-basica/sistemas-de-unidades-de-medidas.html
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CONHECIMENTOS

Unidades de Comprimento
Ao medirmos a altura de uma pessoa, usamos a unidade conhecida como “metro”: 1,60m, 1,83m etc. Mas seria muito difícil se usás-
semos a mesma unidade para calcular a distância entre cidades ou países, pois são longas distâncias, ou seja, números que podem ser
muito grandes. Teríamos dificuldade também ao escrever a espessura de um fio de cabelo ou a tampa de uma caneta: pequenas distâncias,
pequenos números. Logo, para resolver esse problema, criou-se uma convenção para as unidades de comprimento. Do maior ao menor:
quilômetro, hectômetro, decâmetro, metro, decímetro, centímetro e milímetro. Seus símbolos são respectivamente: km, hm, dam, dam,
m, dm, cm, mm.
Tomando o metro como referência, temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro


km hm dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Unidades de Área
Mas e para medir o piso que gostaria de colocar na minha casa? Ou o terreno da minha casa? Lembre-se de que para calcular a área
de um quadrado, basta multiplicar comprimento de seu lado duas vezes (o que chamamos de elevar ao quadrado). Então a unidade de
área é basicamente elevar ao quadrado a unidade de comprimento. Portanto temos:

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Qua- Decímetro Centímetro Milímetro Qua-


Quadrado Quadrado Quadrado drado Quadrado Quadrado drado
km² hm² dam² m² dm² cm² mm²
1000m x 1000m 100m x 100m 10m x 10m = 1m x 1m = 0,1m x 0,1m 0,01m x 0,01m 0,001m x 0,001m
= 1.000.000m² =10.000m² 100m² 1m² = 0,01m² = 0,0001m² =0,000001m²

Unidades de Volume
Repare que, para descrever as unidades de área, multiplicamos as unidades duas vezes. O caso do volume será muito parecido. Basta
lembrar que para calcular o volume de um cubo, devemos fazer a multiplicação do comprimento de suas arestas três vezes (elevar ao
cubo), portanto, basta multiplicar essa quantidade de vezes a unidade de comprimento.

Quilômetro Cúbico Hectômetro Cú- Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro Cúbico
bico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
km³ hm³ dam³ m³ dm³ cm³ mm³
1000m x 1000m 100m x 100m x 10m x 10m x 1m x 1m 0,1m x 0,1m 0,01m x 0,01m 0,001m x 0,001m
x 1000m = 100 =1.000.000m³ 10m = 1000m³ x 1m x 0,1m = x 0,01m = x 0,001m =
1.000.000.000m³ = 1m³ 0,001m³ 0,000001m³ 0,000000001m³

Unidades de Tempo
Juntamente com o metro, as unidades de medição do tempo são, talvez, as mais comuns. Segundo (s). E as demais: minuto, hora, dia,
ano, década, século e milênio.
1 milênio = 1000 anos ; 1 ano = 365 dias ; 1 dia = 24horas ; 1 hora = 60 min ; 1 minuto = 60 segundos.

Grandezas Escalares e Vetoriais

Vetores
Para representar as grandezas vetoriais, são utilizados os vetores: entes matemáticos abstratos caracterizados por um módulo, por
uma direção e por um sentido. Representação de um vetor – Graficamente, um vetor é representado por um segmento orientado de reta:

Elementos de um vetor:
Direção – Dada pela reta suporte (r) do vetor.
Módulo – Dado pelo comprimento do vetor.
Sentido – Dado pela orientação do segmento.
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CONHECIMENTOS

Em física, podem ser consideradas como grandezas ou quantidades somente as propriedades de um fenômeno, corpo (física) ou subs-
tância. É necessário que essas propriedades possam ser expressas quantitativamente:

No caso das grandezas escalares: por meio de um número (sua magnitude) mais uma referência (sua unidade de medida);

No caso das grandezas vetoriais: por meio de um número (sua magnitude), de uma referência (sua unidade de medida), de uma dire-
ção e de um sentido.

A partir dessa definição podemos, por exemplo, dizer que o comprimento, a quantidade de matéria e a energia são grandezas físicas,
enquanto as notas de uma prova, o preço de um objeto e a intensidade de um sentimento não são.
Existem inúmeros tipos de grandezas físicas, cada qual associada a um diferente tipo de unidade de medida. Uma unidade de medida
tem um tamanho unitário arbitrariamente definido, e é por meio de um processo de comparação quantitativa (medição) com esse padrão
unitário que se determina a magnitude de uma grandeza física. Isto é, quantas vezes o tamanho unitário está contido na medida em que
está sendo feita. Podem, também, existir diferentes unidades de medida para um mesmo tipo de grandeza física; usa-se corriqueiramente
a polegada como medida de comprimento em favor do oficial metro. A união de determinadas unidades de medida dá origem a um sis-
tema de medida.

Conceituação de grandezas vetoriais e escalares


Grandeza é um conceito fundamental na ciência. Mas o que é uma grandeza? O conceito científico para grandeza é tudo o que pode
ser medido. Assim, o comprimento é uma grandeza? Sim, você pode medir o comprimento de uma mesa. A massa é uma grandeza? Sim,
você pode medir a massa do seu corpo. Amor é uma grandeza? Não, você não pode medir sentimentos. Não existe um “amorômetro”.
Vamos agora aprender a diferença entre uma grandeza escalar e uma grandeza vetorial.

Grandeza escalar - é aquela que fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número ou um número e uma unidade.
A massa é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número e uma unidade. A massa de
uma pessoa é 57 kg. A temperatura é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos um número e
uma unidade. A temperatura da sala de aula é 27ºC. O volume é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizado quando
conhecemos um número e uma unidade. O volume de uma caixa de leite é um litro. O intervalo de tempo é uma grandeza escalar porque
fica perfeitamente caracterizado quando conhecemos um número e uma unidade. A sessão de cinema durou 2 horas. O índice de refração
absoluto de um material é uma grandeza escalar porque fica perfeitamente caracterizado apenas por um número. Quando afirmamos que
o índice de refração absoluto do acrílico vale 2,0 esta grandeza fica perfeitamente caracterizada.

Grandeza Vetorial - é aquela que somente fica caracterizada quando conhecemos, pelo menos, uma direção, um sentido, um número
e uma unidade. O deslocamento de uma pessoa entre dois pontos é uma grandeza vetorial. Para caracterizarmos perfeitamente o des-
locamento entre a sua casa e a sua escola precisamos conhecer direção (Leste-Oeste), um sentido (indo para Oeste), um número e uma
unidade (10 km).

Como representar uma grandeza vetorial


Sabemos, da Matemática, que um segmento de reta é um trecho limitado de uma reta.

Desse modo, um segmento de reta não pode representar uma grandeza vetorial porque falta-lhe sentido. Não esqueça que um
segmento de reta não tem sentido, isto é, o segmento AB é igual ao segmento BA. Se colocarmos um sentido em um segmento de reta,
obteremos um vetor que é um segmento de reta orientado e pode ser utilizado para representar graficamente uma grandeza vetorial.

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CONHECIMENTOS

Operações Básicas Com Vetores

Vetor Soma
João e Maria estão juntos no centro de um campo de futebol. Maria anda 4,0m para leste e 3,0m para o norte, como mostra a figura
abaixo.

João deseja percorre a menor distância possível para reencontrar a sua amada. Como fazer? A figura abaixo mostra o caminho de João
para reencontrar Maria.

Nesta história, podemos considerar que os deslocamentos de Maria formam um conjunto de vetores e o deslocamento de João re-
presenta o vetor soma do conjunto de vetores, isto é, vetor soma de um conjunto de vetores é o vetor capaz de produzir o mesmo efeito
que o conjunto dos vetores.

Método Gráfico
Desejamos somar os vetores da figura abaixo.

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CONHECIMENTOS

Devemos definir uma origem (ponto O). A seguir vamos transportar o vetor a→ de modo que sua origem coincida com o ponto O.

Isso feito, vamos transportar o vetor b→ de modo que sua origem coincida com a extremidade do vetor a→.

E assim, sucessivamente, até terminarem os vetores que devem ser somados. É como se você estivesse encaixando os vetores.

O vetor soma s→ é obtido ligando-se a origem (ponto O) à extremidade do último vetor.

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CONHECIMENTOS

Vetor em Sistema de Eixos Coordenados


Desejamos projetar o vetor a→ sobre o eixo x, mostrado na figura abaixo.

Para isso devemos traçar pela extremidade do vetor a→ uma reta paralela ao eixo y.

Essa reta vai encontrar o eixo x no ponto P. A projeção do vetor a→ sobre o eixo x (a→x) é obtida ligando-se a origem do sistema de
eixos ao ponto P.

Procedendo de modo análogo podemos obter a projeção do vetor a→ sobre o eixo y (a→y). A figura abaixo mostra as projeções do
vetor a→ sobre o sistema de eixos coordenados.

a→x = projeção do vetor a→ sobre o eixo x


a→y = projeção do vetor a→ sobre o eixo y
a→x e a→y são as componentes do vetor a→.
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CONHECIMENTOS

Subtração
Para subtrairmos dois vetores, vamos utilizar o conceito de soma.

Como já foi dito na soma de vetores, o segundo vetor é sempre ligado na extremidade do primeiro.
Se temos dois vetores .
E se fizermos ?
Então, a subtração nada mais é que somarmos um vetor de mesma direção, mas sentido oposto.

Para fazer a subtração dos dois vetores, devemos ter

Portanto, .

Cinemática Vetorial
Na Cinemática Escalar, estudamos a descrição de um movimento em trajetória conhecida, utilizando as grandezas escalares. Agora,
veremos como obter e correlacionar às grandezas vetoriais descritivas de um movimento, mesmo que não sejam conhecidas previamente
as trajetórias.

Grandezas Escalares – Ficam perfeitamente definidas por seus valores numéricos acompanhados das respectivas unidades de medida.
Exemplos: massa, temperatura, volume, densidade, comprimento, etc.
Grandezas vetoriais – Exigem, além do valor numérico e da unidade de medida, uma direção e um sentido para que fiquem comple-
tamente determinadas. Exemplos: deslocamento, velocidade, aceleração, força, etc.

Resultante de vetores (vetor-soma) – Considere um automóvel deslocando-se de A para B e, em seguida, para C. O efeito desses dois
deslocamentos combinados é levar o carro de A para C. Dizemos, então, que o vetor é a soma ou resultante dos vetores e .

Regra do Polígono – Para determinar a resultante dos vetores e , traçamos, como na figura acima, os vetores de modo que a
origem de um coincida com a extremidade do outro. O vetor que une a origem de com a extremidade de é o resultante .

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CONHECIMENTOS

Regra do Paralelogramo – Os vetores são dispostos de modo Este fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação
que suas origens coincidam. Traçando-se um paralelogramo, que Fundamental da Calorimetria, que diz que a quantidade de calor
tenha e como lados, a resultante será dada pela diagonal sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, da variação da tem-
que parte da origem comum dos dois vetores. peratura e de uma constante de proporcionalidade dependente da
natureza de cada corpo denominada calor específico.
Assim:

Onde:
Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).
c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/
g°C ou J/kg°C).
m = massa do corpo (g ou kg).
Δθ = variação de temperatura (°C).
Componentes ortogonais de um vetor – A componente de um
vetor, segundo uma dada direção, é a projeção ortogonal (perpen- Quando:
dicular) do vetor naquela direção. Decompondo-se um vetor , en- Q>0: o corpo ganha calor.
contramos suas componentes retangulares, x e y, que conjunta- Q<0: o corpo perde calor.
mente podem substituí-lo, ou seja, = x + y.
Exemplo:
Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer
DAS AVALIAÇÕES DE SISTEMAS TÉRMICOS QUE VISEM À uma barra de ferro de 2kg de 20°C para 200 °C? Dado: calor especí-
SUSTENTABILIDADE, CONSIDERANDO CONHECIMENTOS fico do ferro = 0,119cal/g°C.
SOBRE: TERMOMETRIA; DILATAÇÃO TÉRMICA. CALORIME- 2 kg = 2000 g
TRIA. PROCESSOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR. CONDUTI- Q= c.m. ∆ϴ
BILIDADE TÉRMICA. TERMODINÂMICA. AQUECIMENTO Q= 0,119.2000.(200-20)
GLOBAL E EFEITO ESTUFA Q= 0,119.2000.180
Q=42840 cal=42,84 Kcal

CALORIMETRIA Calor latente


A calorimetria é o ramo da física que se ocupa dos fenômenos Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a
decorrentes da transferência dessa forma de energia chamada ca- modificar a temperatura dos corpos. Em alguns casos há mudança
lor. de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade
de calor calculada de calor latente.
Calor A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa
Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes do corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade (L).
em contato, podemos observar que a temperatura do corpo “mais Assim:
quente” diminui, e a do corpo “mais frio” aumenta, até o momento QL= m.L
em que ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta rea-
ção é causada pela passagem de energia térmica do corpo “mais A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de
quente” para o corpo “mais frio”, a transferência de energia é o que mudança de fase e se refere a quantidade de calor que 1 g da subs-
chamamos calor. tância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.
Calor é a transferência de energia térmica entre corpos com Além de depender da natureza da substância, este valor numé-
temperaturas diferentes. rico depende de cada mudança de estado físico.
A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua Por exemplo, para a água:
unidade no SI seja o joule (J). Uma caloria equivale a quantidade
de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de
água pura, sob pressão normal, de 14,5 °C para 15,5 °C. Calor latente de fusão 80cal/g
A relação entre a caloria e o joule é dada por: Calor latente de vaporização 540cal/g
1 cal = 4,186J
Calor latente de solidificação -80cal/g
Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades
usando regra de três simples Calor latente de condensação -540cal/g

Calor sensível Quando:


É denominado calor sensível, a quantidade de calor que tem Q>0: o corpo funde ou vaporiza.
como efeito apenas a alteração da temperatura de um corpo. Q<0: o corpo solidifica ou condensa.

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CONHECIMENTOS

Exemplo:
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água vaporize? Dado: densidade da água=1g/cm³ e calor latente de vapo-
rização da água = 540 cal/g.
1 litro= 1 dm3=103cm3
d=

m=d.V
m= d.V
m= 103g

Assim:
QL= m.Lv
QL= 103.540
QL= 540000 cal=540 Kcal

Curva de Aquecimento
Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes não dependem da variação de temperatura. Assim podemos elabo-
rar um gráfico de temperatura em função da quantidade de calor absorvida. Chamamos este gráfico de Curva de Aquecimento:

Trocas de Calor
Para que o estudo de trocas de calor seja realizado com maior precisão, este é realizado dentro de um aparelho chamado calorímetro,
que consiste em um recipiente fechado incapaz de trocar calor com o ambiente e com seu interior.
Dentro de um calorímetro, os corpos colocados trocam calor até atingir o equilíbrio térmico. Como os corpos não trocam calor com o
calorímetro e nem com o meio em que se encontram, toda a energia térmica passa de um corpo ao outro.
Como calor é energia, o Princípio da Conservação da Energia garante que a energia total envolvida nesse processo é constante. Além
disso, se um corpo cede calor e não muda de fase, a sua temperatura final (t) torna-se menor que a inicial (t0). Portanto, a variação de
temperatura (Δt = t – t0) e a quantidade de calor cedida (Qc) são negativas. Por raciocínio análogo, quando o corpo recebe calor, a variação
da temperatura e a quantidade de calor recebida (Qr) são positivas. Veja o esquema:

Assim, se o sistema for isolado e houver apenas trocas de calor entre os seus constituintes, a soma algébrica das quantidades de calor
cedidas (ΣQc) e recebidas (ΣQr) deve ser nula:
Como, ao absorver calor Q>0 e ao transmitir calor Q<0, a soma de todas as energias térmicas é nula, ou seja:
ΣQ=0

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

(lê-se que somatório de todas as quantidades de calor é igual a zero)

Sendo que as quantidades de calor podem ser tanto sensível como latente.

Exemplo:
Qual a temperatura de equilíbrio entre uma bloco de alumínio de 200g à 20°C mergulhado em um litro de água à 80°C? Dados calor
específico: água=1cal/g°C e alumínio = 0,219cal/g°C.

Capacidade Térmica
É a quantidade de calor que um corpo necessita receber ou ceder para que sua temperatura varie uma unidade.
Então, pode-se expressar esta relação por:

Sua unidade usual é cal/°C.


A capacidade térmica de 1g de água é de 1cal/°C já que seu calor específico é 1cal/g.°C.

Exemplo:
Ao fornecer 300 calorias de calor para um corpo, verifica-se como consequência uma variação de temperatura igual a 50 ºC. Determi-
ne a capacidade térmica desse corpo.
Calculando a capacidade térmica
C=

C=

C= 6 cal/ºC

Propagação do Calor
A propagação do calor entre dois sistemas pode ocorrer através de três processos diferentes: a condução, a convecção e a irradiação.
A condução ocorre dentro de uma substância ou entre substâncias que estão em contato físico direto. Na condução a energia cinética
dos átomos e moléculas (isto é, o calor) é transferida por colisões entre átomos e moléculas vizinhas. O calor flui das temperaturas mais
altas (moléculas com maior energia cinética) para as temperaturas mais baixas (moléculas com menor energia cinética). A capacidade
das substâncias para conduzir calor (condutividade) varia consideravelmente. Via de regra, sólidos são melhores condutores que líquidos
e líquidos são melhores condutores que gases. Num extremo, metais são excelentes condutores de calor e no outro extremo, o ar é um
péssimo condutor de calor. Consequentemente, a condução só é importante entre a superfície da Terra e o ar diretamente em contato com
a superfície. Como meio de transferência de calor para a atmosfera como um todo a condução é o menos significativo e pode ser omitido
na maioria dos fenômenos meteorológicos.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

A convecção somente ocorre em líquidos e gases. Consiste na transferência de calor dentro de um fluído através de movimentos do
próprio fluído. O calor ganho na camada mais baixa da atmosfera através de radiação ou condução é mais frequentemente transferido
por convecção. A convecção ocorre como consequência de diferenças na densidade do ar. Quando o calor é conduzido da superfície rela-
tivamente quente para o ar sobrejacente, este ar torna-se mais quente que o ar vizinho. Ar quente é menos denso que o ar frio de modo
que o ar frio e denso desce e força o ar mais quente e menos denso a subir. O ar mais frio é então aquecido pela superfície e o processo
é repetido.
Desta forma, a circulação convectiva do ar transporta calor verticalmente da superfície da Terra para a troposfera, sendo responsável
pela redistribuição de calor das regiões equatoriais para os polos. O calor é também transportado horizontalmente na atmosfera, por
movimentos convectivos horizontais, conhecidos por advecção. O termo convecção é usualmente restrito à transferência vertical de calor
na atmosfera.

Fluxo de Calor
Para que um corpo seja aquecido, normalmente, usa-se uma fonte térmica de potência constante, ou seja, uma fonte capaz de forne-
cer uma quantidade de calor por unidade de tempo.
Definimos fluxo de calor (Φ) que a fonte fornece de maneira constante como o quociente entre a quantidade de calor (Q) e o intervalo
de tempo de exposição (Δt):

Sendo a unidade adotada para fluxo de calor, no sistema internacional, o Watt (W), que corresponde a Joule por segundo, embora
também sejam muito usada a unidade caloria/segundo (cal/s) e seus múltiplos: caloria/minuto (cal/min) e quilocaloria/segundo (kcal/s).

Exemplo:
Uma fonte de potência constante igual a 100W é utilizada para aumentar a temperatura 100g de mercúrio 30°C. Sendo o calor espe-
cífico do mercúrio 0,033cal/g.°C e 1cal=4,186J, quanto tempo a fonte demora para realizar este aquecimento?

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Aplicando a equação do fluxo de calor:

DO USO DOS CONHECIMENTOS SOBRE AS RADIAÇÕES, QUANTIZAÇÃO DE ENERGIA, RADIOATIVIDADE E SUAS ORIGENS
PARA AVALIAR AS POTENCIALIDADES E OS RISCOS DE SUA APLICAÇÃO EM EQUIPAMENTOS DE USO COTIDIANO, NA SAÚDE,
NO AMBIENTE, NA INDÚSTRIA, NA AGRICULTURA E NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

RADIOATIVIDADE
Radioatividade (ou radiatividade) é a propriedade de determinados tipos de elementos químicos radioativos emitirem radiações, um
fenômeno que acontece de forma natural ou artificial. A radioatividade natural ou espontânea ocorre através dos elementos radioativos
encontrados na natureza (na crosta terrestre, atmosfera, etc.). Já a radioatividade artificial ocorre quando há uma transformação nuclear,
através da união de átomos ou da fissão nuclear. A fissão nuclear é um processo observado em usinas nucleares ou em bombas atômicas.
Em 1896, o francês Henri Becquerel percebeu que um sal de urânio era capaz de sensibilizar um filme fotográfico, mesmo quando este
era recoberto com papel preto ou até mesmo por lâminas metálicas finas. Becquerel, o descobridor do urânio, percebeu que esse material
emitia radiações semelhantes aos raios X, e essa propriedade ele chamou radioatividade.
Em 1897, Marie Sklodowska Curie (1867-1934) demonstrou que a intensidade da radiação é proporcional à quantidade de urânio na
amostra e concluiu que a radioatividade é um fenômeno atômico.
Nesse mesmo ano, Ernest Rutherford criou uma aparelhagem para estudar a ação de um campo eletromagnético sobre as radiações:

O esquema mostra o comportamento das radiações α, β e γ em um campo eletromagnético.


Rutherford concluiu que, como os raios alfa (α) e beta (β) sofrem desvio no campo magnético, logo devem apresentar carga elétrica,
ao passo que os raios gama (γ) não devem apresentar carga. Os raios β são atraídos pela placa positiva; devem, portanto, ter carga negati-
va. Com o mesmo raciocínio pode-se deduzir que os raios α têm carga positiva.
Os tipos de radiação que um elemento pode emanar são divididos, primeiramente, em duas formas: partículas ou ondas. Partículas
possuem massa e ondas são apenas energia. Isso é devido aos elementos que compõem esses tipos de radiação. Na categoria das partícu-
las, duas são as mais comuns: alfa e beta.

Partículas α (alfa): são partículas formadas por 2 prótons e 2 nêutrons − a mesma composição do Hélio – que são liberadas por ele-
mentos radioativos para fora de seu núcleo. Quando um átomo libera 2 prótons, muda seu número atômico e transforma-se em um novo
elemento, além de diminuir sua massa atômica em 4. Esse processo irá se repetir até que o núcleo do átomo esteja suficientemente está-
vel, transformando-se em um elemento que não é radioativo
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Partículas β (beta): são elétrons disparados para fora do átomo, em forma de radiação, quando um próton se transforma em nêutron
ou vice-versa. Com a conversão de um próton em nêutron há a mudança do seu número atômico e, consequentemente, a transformação
em outro elemento menos radiativo. Quando o núcleo possui menos nêutrons do que deveria para ser estável, pode transformá-lo em um
próton ou mudar a relação n/p e diminuir a instabilidade nuclear até alcançar um elemento não radioativo. Um átomo instável irá liberar
partículas alfa ou beta como radiação, mas isso não é a única coisa emitida por um elemento radioativo. Em qualquer um dos casos será
emitido um terceiro tipo de radiação.
Raios γ (gama): este tipo de radiação não possui massa, é uma onda eletromagnética, como muitos outros tipos de radiação, e é re-
sultante do decaimento radioativo (liberação de partículas alfa ou beta). Em outras palavras, quando um átomo dispara uma partícula alfa
ou beta, ainda continua instável, pois a emissão da partícula não foi suficiente para estabilizar o átomo. Esta instabilidade é reduzida pela
emissão de raios gama, ou seja, energia pura.

As partículas alfa, como são formadas por um agrupamento de partículas, têm uma dimensão maior impedindo que ela atravesse
mesmo materiais finos. As partículas beta conseguem atravessar materiais como o papel, mas são detidas pelo alumínio. E apenas as par-
tículas gama conseguem atravessar boa parte dos materiais, mas não aqueles muito densos como o chumbo, por exemplo.

Para uma melhor compreensão segueo quadro abaixo:

RADIAÇÃO ALFA BETA GAMA


Alto, A partícula alfa captura
Médio. Por possuírem carga
Poder de 2 elétrons do meio, se
elétrica menor possuem Pequeno. Não possuem carga
ionização transformando em átomo de
menos pode de ionização
Hélio. (He)
Pequenos. São detidos pela
Médio. Podem penetrar até Alto. Pode atravessar completamente o corpo
Dano ao ser camada de células mortas da
2cm e ionizar moléculas humano, causando danos irreparáveis como
humano pele, podendo no máximo
gerando radicais livres alteração na estrutura do DNA
causar queimaduras
Velocidade 5% da velocidade da luz 95% da velocidade da luz Igual a velocidade da luz 3000000 Km/s
Médio. É 50 a 100 vezes mais
Alto. Os raios gama são mais penetrantes que os
Poder de Pequeno. Uma folha de penetrante que a alfa. São
raios. São detidos por uma chapa de chumbo de
penetração papel pode deter detidos por uma chapa de
5cm
chumbo de 2mm

Benefícios da radioatividade
A radioatividade tem vários benefícios para o ser humano. Entre eles é importante realçar a sua utilização na produção de energia, na
esterilização de materiais médicos, no diagnóstico de doenças e no controle do câncer, através da radioterapia.
Em alguns alimentos, mais concretamente nas frutas, a radiação iônica emitida sobre elas, permite que a sua durabilidade aumente.
Essa radiação não altera o sabor e as qualidades nutritivas dos alimentos.

Leis da Radioatividade
1ª Lei: Lei de Soddy
A primeira lei da radioatividade, também conhecida como primeira lei de Soddy, tem relação com o decaimento alfa. Veja o que essa
lei diz:
“Quando um átomo sofre um decaimento alfa (α), o seu número atômico (Z) diminui duas unidades e o seu número de massa (A)
diminui quatro unidades”.

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CONHECIMENTOS

Genericamente, podemos representar essa lei pela seguinte O U235 é o elemento com meia-vida mais longa. Tem cerca de
equação: 7, 04.108anos.

] Exemplo de um gráfico de Meia-vida: Atividade x Tempo

Exemplo:
90Th232→+2α4+88Ra228
228 + 4 = 232
88 + 2 = 90

2ª Lei: Soddy, Fajans, Russel


Quando um átomo emite uma partícula β, o seu número atô-
mico aumenta de 1 unidade e o seu número de massa permanece
inalterado.
90Th234 → -1β0 + 91Pa234

Exemplo:
Dada a equação: 90X204 → xα + yβ + 92Y192
Determinar x e y

Resolução:
90X204 → x+2α4 + y-1β0 + 92Y192
Exemplo de decaimento do bismuto- 210
Montamos duas equações: Meia vida é a estimativa de tempo em que metade da massa
a) uma para os índices superiores: de um isótopo haverá decaído. Um exemplo é a própria técnica de
204 = 4x + 0y + 192 datação por Carbono 14. Reforce que a meia vida do isótopo radio-
x=3 ativo do Carbono, cuja massa é 14, é de cerca de 5700 anos. Isso
quer dizer que a concentração de Carbono 14, após 5700 anos, cai
b) uma para os índices inferiores: pela metade. Se esperarmos mais 5700 anos, haverá apenas 1/4
90 = 2x + (-1y) + 92 de Carbono 14, e assim sucessivamente. O tempo de meia vida de-
90 = 2(3) -1y +92 pende diretamente do quão instável é o elemento e as variações
y=8 são muito acentuadas, tendo elemento cuja meia vida pode ser de
alguns minutos (isótopo iodo-131) e elemento cuja meia vida pode
90X204 → 3+2α4 + 8-1β0 + 92Y192 ser de até milhões de anos (Urânio 238). É importante enfatizar que
meia vida não é a metade do tempo que o elemento radioativo leva
Isso acontece com todo elemento radioativo que emite uma para decair e desintegrar-se. O nome deste fenômeno é vida-média,
partícula alfa, pois, conforme mostrado no texto emissão alfa (α), este sim determina o tempo necessário para a transmutação do ele-
essa partícula é constituída por dois prótons e dois nêutrons — de mento radioativo.
forma semelhante ao que ocorre com o núcleo de um átomo de
hélio — e é representada por 2α4. Efeitos da Radioatividade Nos Organismos
Os efeitos da radioatividade no ser humano dependem da
Decaimento e Meia-Vida quantidade acumulada no organismo e do tipo de radiação. A ra-
Radioatividade – É a propriedade que os núcleos atômicos ins- dioatividade é inofensiva para a vida humana em pequenas doses,
táveis possuem de emitir partículas e radiações eletromagnéticas mas, se a dose for excessiva, pode provocar lesões no sistema ner-
para se transformarem em núcleos mais estáveis. Para este fenôme- voso, no aparelho gastrintestinal, na medula óssea, etc., Muitas ve-
no, damos o nome de reação de desintegração radioativa, reação zes pode levar a morte (em poucos dias ou num espaço de dez a
de transmutação ou reação de decaimento. quarenta anos, através de leucemia ou outro tipo de câncer).
Estar em contato com a radiação é algo sutil e impossível de
A reação só acaba com a formação de átomos estáveis. ser percebido imediatamente, já que no momento do impacto não
Exemplos: ocorre dor ou lesão visível.
U238 sofre decaimento até se transformar em Pb206. A radiação ataca as células do corpo, fazendo com que os áto-
O tempo que os elementos radioativos levam para ficarem es- mos que compõem as células sofram alterações em sua estrutura.
táveis, varia muito. As ligações químicas podem ser alteradas, afetando o funcionamen-
Meia-Vida – É o tempo necessário para a metade dos isótopos to das células. Isso provoca, com o tempo, consequências biológicas
de uma amostra se desintegrar. no funcionamento do organismo como um todo; algumas consequ-
Um conjunto de átomos radioativos pode estar se desintegran- ências podem ser percebidas a curto prazo, outras a longo prazo. Às
do neste instante. Outro átomo pode se desintegrar daqui há uma vezes vão apresentar problemas somente os descendentes (filhos,
hora. Outro, pode desintegrar daqui há três meses. netos) da pessoa que sofreu alguma alteração genética induzida
pela radioatividade.
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CONHECIMENTOS

Séries radioativas
A tabela a seguir indica a meia-vida de alguns isótopos radioativos

Isótopo radioativo Meia-vida (P)


13
O 8,7 . 10-3 segundos
80
Br 17,6 minutos
99
Tc 6,0 horas
140
Ba 12,8 dias
14
C 5.730 anos
238
U 4,5 bilhões de ano

O período de semidesintegração é aproximadamente 70% do valor da vida média (Vm):


P ≅ 0,7 Vm

Fissão Nucelar
A descoberta da reação de fissão nuclear ocorreu devido aos trabalhos de Enrico Ferni, Otto Hahn e Lise Meitner.
A fissão nuclear é uma reação que ocorre no núcleo de um átomo. Geralmente o núcleo pesado é atingido por um nêutron, que, após
a colisão, libera uma imensa quantidade de energia. No processo de fissão de um átomo, a cada colisão são liberados novos nêutrons. Os
novos nêutrons irão colidir com novos núcleos, provocando a fissão sucessiva de outros núcleos e estabelecendo, então, uma reação que
denominamos reação em cadeia.
Um parâmetro importante para analisar a estabilidade de um núcleo é a razão entre o número de prótons e o número de nêutrons.
Por um lado, a falta de nêutrons pode tornar a distância entre prótons tão pequena que a repulsão se torna inevitável, resultando na fis-
são do núcleo. Por outro lado, como a força nuclear é de curto alcance, o excesso de nêutrons pode acarretar uma superfície de repulsão
eletromagnética insustentável, que também resultaria na fissão do núcleo. Assim, um dos principais fatores para a estabilidade do núcleo
é que tenhamos N = Z.
Quando o isótopo urânio-235 (235U) recebe um nêutron, ele passa para um estado excitado que corresponde ao urânio-236 (236U).
Pouco tempo depois esse novo núcleo excitado se rompe em dois novos elementos. Esse rompimento, além de liberar novos nêutrons,
libera uma grande quantidade de energia.
Os nêutrons provenientes do rompimento do núcleo excitado vão encontrar novos núcleos, gerando, portanto, uma reação em cadeia.
A fim de que os novos nêutrons liberados encontrem novos núcleos, para assim manter a reação em cadeia, após a fissão do núcleo de
urânio, deve-se ter uma grande quantidade de urânio-235. Como a concentração de urânio-235 no mineral urânio é pouca, obtém-se o
urânio 235 em grande escala através do processo de enriquecimento do urânio.

A fissão nuclear de um átomo de urânio libera grande quantidade de energia, cerca de 200 Mev. Se for descontrolada, a reação será
explosiva – é o que acontece com as bombas atômicas.

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CONHECIMENTOS

Fusão Nuclear
Praticamente toda energia que a Terra recebe diariamente é proveniente do Sol, que libera energia por reações termonucleares.
As temperaturas elevadas no centro do Sol fornecem a energia necessária para que átomos de hidrogênio (H) se unam, num processo
chamado fusão nuclear.

Cinética Radioativa
Esta parte da Química nuclear nos mostra a diferença do tempo de desintegração entre os elementos, enquanto alguns se desintegram
lentamente, outros se desintegram de maneira rápida. As seguintes fórmulas são as bases para determinar as grandezas desse estudo.

- Velocidade de desintegração; é o número de átomos de um material radioativo que se desintegram em determinado tempo:
v = -∆n/∆t

Sua unidade de medida é chamada de desintegrações por segundo (dps), ou becquerel (Bq)

- Constante radioativa; comprova-se experimentalmente que a velocidade de desintegração é proporcional ao número de átomos
radioativos de um material radioativo:
v=C.n

Onde C é a constante de proporcionalidade chamada de constante radioativa. E para ∆t = 1, temos:


C = -∆n/n

- Intensidade radioativa; é o número de radiações alfa ou beta emitidas por um material radioativo na unidade de tempo:
i=C.n

- Vida média; é a média aritmética dos tempos de vida de todos os átomos radioativos de um material radioativo. A vida média é o
inverso da constante radioativa:
Vm = 1/C

Não é possível prever a duração de vida de determinado átomo, mas pode-se conhecer o tempo estatístico de sua duração.

Uso da energia nuclear e suas implicações ambientais


A Energia nuclear é aquela gerada a partir da quebra dos átomos de determinados elementos químicos, sendo o urânio o mais utiliza-
do na atualidade. O processo de produção de energia ocorre nas Usinas Nucleares. De acordo com dados atuais, cerca de 15% da energia
gerada no mundo é proveniente destas usinas nucleares.
Uma das vantagens da usina nuclear é a produção de uma energia mais limpa, já que 10 g de urânio é o suficiente para produzir a
mesma quantidade de energia de 700 kg de petróleo e 1.200 kg de carvão. Outra vantagem das usinas nucleares é que não emitem gases,
e não contribuem para o aquecimento global.
As desvantagens apresentadas são a respeito do lixo radioativo, uma vez que a energia elétrica produzida é por intermédio do pro-
cesso de fissão nuclear, e não pode ser deixado exposto devido à radiação, o que causaria problemas na fauna e flora da região. O lixo
radioativo deve ser muito bem acondicionado, pois pode demorar centenas de anos para perder suas propriedades radioativas.
Um outro fator de risco a ser considerado é a possibilidade de explosão da usina nuclear. O processo de fissão resulta em um alto
aquecimento do urânio, e caso não seja controlado pode causar fusão do reator causando acidente nuclear de grandes proporções como
as que acontecerem em Chernobyl na Ucrânia, e Fukushima no Japão.

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CONHECIMENTOS

CDAS ANÁLISES E INTERPRETAÇÕES SOBRE OS EFEITOS DOS FENÔMENOS NATURAIS RELACIONADOS ÀS ONDAS ELETRO-
MAGNÉTICAS, AQUECIMENTO GLOBAL E EFEITO ESTUFA PARA PROMOVER AÇÕES INDIVIDUAIS E/ OU COLETIVAS QUE
MINIMIZEM CONSEQUÊNCIAS NOCIVAS À VIDA

ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
É importante tomarmos consciência de como estamos imersos em ondas eletromagnéticas. Iniciando pelos Sol, a maior e mais impor-
tante fonte para os seres terrestres, cuja vida depende do calor e da luz recebidos através de ondas eletromagnéticas.
Além de outras, recebemos também: a radiação eletromagnética emitida, por átomos de hidrogênio neutro que povoam o espaço
interestelar da nossa galáxia; as emissões na faixa de radiofrequências dos “quasares” (objetos ópticos que se encontram a enormes dis-
tâncias de nós, muito além de nossa galáxia, e que produzem enorme quantidade de energia); pulsos intensos de radiação dos “pulsares”
(estrelas pequenas cuja densidade média é em torno de 10 trilhões de vezes a densidade média do Sol). As Ondas eletromagnéticas se
originam do movimento acelerado de cargas elétricas, consistem de campos elétricos e campos magnéticos que vibram nos planos per-
pendiculares entre si e em relação à direção de propagação, todas têm, no vácuo, a mesma velocidade etc. Por possuir a mesma descrição
física, as ondas eletromagnéticas diferem entre si apenas pelas frequências e correspondentes comprimentos da onda.
Essas frequências, porém, abrangem uma faixa enorme que denominamos espectro eletromagnético. A palavra espectro (do latim
“spectrum”, que significa fantasma ou aparição) foi usada por Isaac Newton, no século XVII, para descrever a faixa de cores que apareceu
quando, numa experiência, a luz do Sol atravessou um prisma de vidro em sua trajetória. Os nomes de vários tipos das ondas, que usamos
frequentemente no nosso dia-dia, são dados em acordo com a faixa das frequências que as mesmas ocupam no espectro eletromagnético
conforme a Figura 1 a seguir:

Figura1. Espectro eletromagnético apresentado na escala de frequência (esquerda) e dos comprimentos da onda (direita). Essas es-
calas são logarítmicas devido ao fato que os intervalos são muito elevados. As divisões entre os vários tipos das ondas não são definidas
precisamente, e devem ser consideradas como aproximadas. A energia das ondas eletromagnéticas é proporcional a sua frequência, i.e.,
cresce com aumento da frequência.

Velocidade de propagação: Depende do meio em que ela se propaga.


Maxwell mostrou que a velocidade de propagação de uma onda eletromagnética, no vácuo, é dada pela expressão:

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CONHECIMENTOS

onde   é a permissividade elétrica do vácuo e   é a permeabilidade magnética do vácuo.


Aplicando os valores de   e de   na expressão acima, encontra-se a velocidade:

ou

(valor exato) que é igual a velocidade da luz. Nisso Maxwell se baseou para afirmar que a luz também é uma onda eletromagnética.
Podemos resumir as características das ondas eletromagnéticas no seguinte:
- São formadas por campos elétricos e campos magnéticos variáveis.
- O campo elétrico é perpendicular ao campo magnético.
- São ondas transversais (os campos são perpendiculares à direção de propagação).
- Propagam-se no vácuo com a velocidade “c”.
- Podem propagar-se num meio material com velocidade menor que a obtida no vácuo.

Propriedades das ondas eletromagnéticas


Algumas propriedades podem ser observadas em todos as ondas eletromagnéticas, independente da forma como estas ondas foram
criadas, são elas:
- Os campos elétrico e magnético são perpendiculares à direção de propagação da onda;
- O campo elétrico é perpendicular ao campo magnético;
- Os campos variam sempre na mesma frequência e estão em fase.

Observe na figura abaixo o comportamento dos campos elétrico e magnético nestas ondas:

A figura mostra a direção do campo magnético, do campo elétrico e da propagação da onda eletromagnética

Veja que enquanto o campo magnético (B) se propaga na direção z, o campo elétrico (E) se propaga na direção y. Já a onda segue na
direção x todas perpendiculares entre si.
As ondas eletromagnéticas, assim como todas as ondas, são caracterizadas por três grandezas, são elas:
- Período: é o tempo que a onda leva para percorrer um ciclo;
- Frequência: é o número de ciclos por unidade de tempo, sendo a unidade de medida mais conhecida o Hertz, que corresponde a um
ciclo por segundo;
- Fase: representa o avanço ou atraso da onda em relação ao ponto de origem.

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CONHECIMENTOS

Propriedades básicas das ondas: amplitude, comprimento de onda e frequência


Como você já deve saber, uma onda tem um vale (ponto mais baixo) e uma crista (ponto mais alto). A distância vertical entre a extre-
midade de uma crista e o eixo central da onda é chamada de amplitude. Esta é a propriedade associada ao brilho, ou intensidade, da onda.
A distância horizontal entre dois vales ou cristas consecutivas é conhecida como comprimento de onda da onda. Essas medidas podem ser
vistas da seguinte maneira:

Lembre-se de que algumas ondas (inclusive as eletromagnéticas) também oscilam no espaço e, sendo assim, elas oscilam em uma
determinada posição conforme o tempo passa. A grandeza conhecida como frequência da onda diz respeito ao número de comprimen-
tos de onda completos que passam por um determinado ponto no espaço a cada segundo. A unidade do SI para frequência é Hertz (Hz).
Como você deve imaginar, o comprimento de onda e a frequência são inversamente proporcionais, isto é, quanto menor o comprimento
de onda, maior será a frequência, e vice-versa.

A relação é dada pela seguinte equação: c=λν


Em que λ (lambda, do alfabeto grego) é o comprimento de onda (em metros), e ν (nu do alfabeto grego) é a frequência (em Hertz) Seu
produto é a constante c a velocidade da luz, que é igual a 3,00×108m/s
Esta relação reflete um fato importante: toda radiação eletromagnética, independentemente de comprimento de onda ou frequência,
viaja à velocidade da luz.

Período
A última grandeza a ser considerada é o período de uma onda. O período de uma onda é a duração de tempo que leva para que um
comprimento de onda passe por um determinado ponto no espaço. Matematicamente, o período (T) é simplesmente o inverso da frequ-
ência da onda (f).

A radiação eletromagnética pode ser descrita por sua amplitude (brilho), comprimento de onda, frequência e período.

Quantização de Energia
De acordo com os físicos clássicos, a matéria seria composta de partículas que tinham massa e cuja posição no espaço poderia ser
conhecida. Por outro lado, considerava-se que as ondas de luz tinham massa igual a zero, e que sua posição no espaço não poderia ser
determinada.
Planck descobriu que a radiação eletromagnética emitida por corpos negros não poderia ser explicada pela física clássica, que con-
siderava que a matéria poderia absorver ou emitir qualquer grandeza de radiação eletromagnética. Planck observou que, na verdade, a
matéria absorvia ou emitia energia, apenas em múltiplos de números inteiros do valor hν,em que h é a constante de Planck,  6,626×10−34 J.s
e ν é a frequência da luz absorvida ou emitida
Pela equação E=hν, vimos como a frequência de uma onda de luz é proporcional à sua energia. No início do século XX, a descoberta
de que a energia é quantizada levou à revelação de que a luz não é só uma onda, mas que ela também pode ser descrita como uma cole-
ção de partículas chamadas de fótons. Os fótons carregam quantidades discretas de energia chamadas de quanta. Esta energia pode ser
transferida para átomos e moléculas quando os fótons são absorvidos.

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CONHECIMENTOS

Agora que conhecemos algumas propriedades básicas das ondas, vamos ver os diferentes tipos de radiação eletromagnética.
Todas as ondas no espectro eletromagnético exibem a mesma natureza física. Entretanto, a origem de vários tipos das ondas não é
a mesma. Ondas de rádio ou micro-ondas, por exemplo, são produzidas de maneira diferente do que as ondas luminosas ou de raios X.
Abaixo estão descritas cada tipo de onda eletromagnética.

- Ondas de rádio
Estas ondas são caracterizadas pelo λ , que pode variar de alguns quilômetros até aproximadamente 0,3 m, que corresponde às fre-
quências relativamente pequenas, até 108 Hz. As ondas de rádio são geradas por equipamentos eletrônicos (i.e. circuitos LC), e utilizadas
principalmente no sistema de rádio e TV.
As ondas longas de rádio, que vão de 104 Hz a 107 Hz, têm comprimento de onda grande, o que permite que elas sejam refletidas
pelas camadas ionizadas da atmosfera superior (ionosfera). Portanto, elas alcançam muito longe, seguindo a curvatura da Terra. Estas on-
das, além disso, têm a capacidade de contornar obstáculos como árvores, 160 edifícios, de modo que é relativamente fácil captá-las num
aparelho rádio receptor. As bandas FM são reservadas para ondas curtas de rádio, cuja frequência é acima de107 Hz, que carregam o som
da maior qualidade, mas não são refletidas pela ionosfera e, portanto, têm alcance muito mais curto do que as ondas longas.
- Micro-ondas
As micro-ondas são caracterizadas pelo λ , que varia de 0,3 m até 1 mm aproximadamente. Estas ondas possuem a faixa limite de fre-
quências que podem ser produzidas por equipamentos e circuitos eletrônicos. Para produzir frequências mais altas, precisam ser usados
osciladores moleculares e atômicos.
As micro-ondas são muito utilizadas em telecomunicações. As ligações de telefone e programas de TV recebidos “via satélite” de ou-
tros países são feitas com o emprego de micro-ondas. As micro-ondas também são utilizadas no funcionamento de um radar. Uma fonte
emite uma radiação que atinge um objeto e volta para o ponto onde a onda foi emitida. De acordo com a direção em que a radiação volta
pode ser descoberta a localização do objeto que refletiu a onda. Finalmente, uma utilização de micro-ondas bem comum é nos fornos de
micro-ondas, onde se esquentam os alimentos.

- Ondas infravermelhas
Os comprimentos de onda λ das ondas infravermelhas abrangem um intervalo entre 1,00 mm até7. 10−7 ⋅ m (700 nm) aproximada-
mente (um nanômetro (1 nm) = 10-9 m). Essas ondas são produzidas pelos corpos (objetos) quentes e usualmente chamadas radiação
térmica (calor). A origem das ondas infravermelhas são vibrações dos átomos e moléculas do corpo, cuja agitação depende da temperatura
do corpo. Como os átomos e moléculas são compostos de partículas eletricamente carregadas (elétrons, núcleos), sua vibração inclui um
movimento não uniforme de cargas, e, portanto, produz radiação eletromagnética.

- Luz visível
O olho humano tem condições de perceber somente frequências que vão de 4,3⋅ 1014 Hz a 7⋅ 1014 Hz (com λ entre 400 e 800 nm), pre-
enchendo uma faixa bem estreita do espectro eletromagnético, indicada como luz visível. A luz visível é produzida ou pelos corpos muito
quentes (fonte: vibração atômica), ou através das transições eletrônicas nos átomos que compõem o corpo. No último caso, a energia que
o átomo adquiriu de alguma maneira não se gasta na agitação da sua vibração, mas para promover os seus elétrons para o estado com a
energia mais alta. Quando os elétrons retornam para o estado da energia inicial, o excesso da energia é emitido na forma das ondas eletro-
magnéticas de luz visível ou ultravioleta. Para entender completamente este processo complexo, porém, precisa-se empregar a mecânica
quântica, uma disciplina de física que estuda as leis da física que se aplicam ao mundo microscópico.

Quando se trata de luz visível, o cérebro humano interpreta os comprimentos de onda diferentes como cores diferentes.

Faixas de comprimentos de onda e das frequências de luz visível que determinam as cores.

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CONHECIMENTOS

- Luz ultravioleta
A luz ultravioleta possui comprimentos de onda na faixa de 400 nm até 0,6 nm. Essa luz é produzida pelas transições eletrônicas que
ocorrem nos átomos e moléculas excitados, da mesma maneira como luz visível (somente as transições agora envolvem energias maiores).
A energia da radiação ultravioleta é grande, comparável com a energia suficiente para retirar elétrons dos átomos (digamos, para ionizar
os átomos). Portanto, essa radiação pode causar danos aos tecidos vivos, como por exemplo, à nossa pele. O Sol é uma fonte poderosa
da radiação ultravioleta (que vem junto com a radiação visível e infravermelha). Exatamente por causa dessa radiação, devemos utilizar
protetores solares para proteger a nossa pele.

Raios Gama
As ondas eletromagnéticas com frequência e energia acima da dos raios X recebem o nome de raios gama ( γ ). Os raios γ são produ-
zidos por desintegração natural ou artificial de elementos radioativos, então originam de mudança dos estados da energia nos núcleos
atômicos. Um material radioativo pode emitir raios γ durante muito tempo, até atingir uma forma mais estável.
Raios γ de alta energia podem ser detectados nos raios cósmicos que atingem a alta atmosfera terrestre em grande quantidade por
segundo. Eles são perigosos e podem causar graves danos às células, de modo que os cientistas que trabalham em laboratório de radiação
devem desenvolver métodos especiais de detecção e proteção contra doses excessivas dessa radiação.

Interação eletromagnética
Uma interação eletromagnética qualquer como, por exemplo, o afastamento de partículas portando cargas (positiva e negativa) ocor-
re com a interação entre as duas cargas mediante a troca de fótons (energia da radiação eletromagnética).  A fonte de radiação puder ser
vista como uma antena de transmissão (um emissor), a matéria (um receptor) com que a radiação interage pode ser vista como uma ante-
na receptora. A diferença essencial entre os receptores está apenas na frequência das ondas eletromagnéticas à qual respondem.

CASOS IMPORTANTES
1. Se v = 0 (partícula abandonada em repouso), a resultante  Fm é = 0.
Portanto, partículas eletrizadas abandonadas em repouso não sofrem ação do campo magnético.

2. Partícula eletrizada lançada paralelamente às linhas de indução de um campo magnético uniforme (v paralelo a B)
Neste caso, θ = 0 ou θ = 180º e sendo sen 0 = 0 e sen 180º = 0, concluímos que a força magnética é nula.
Portanto, a partícula desloca-se livre da ação de forças, realizando um movimento retilíneo e uniforme (MRU).

3. Partícula eletrizada lançada perpendicularmente às linhas de indução de um campo magnético uniforme (v perpendicular a B).

Neste caso, θ = 90º e sendo sen 90º = 1, resulta:

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CONHECIMENTOS

A força magnética é sempre perpendicular à velocidade v. Ela altera a direção da velocidade e não seu módulo. Sendo q, v e B cons-
tantes, concluímos que o módulo da força magnética Fm é constante. Logo, a partícula está sob ação de uma força de módulo constante e
que em cada instante é perpendicular à velocidade.

Portanto, a partícula realiza movimento circular uniforme (MCU).

Cálculo do raio da trajetória


Seja m a massa da partícula e R o raio da trajetória. Observando que a força magnética é uma resultante centrípeta, vem:

4. Partícula lançada obliquamente às linhas de indução. Neste caso, decompomos  a velocidade de lançamento v nas componen-
tes: v1 (paralela a B) e v2(perpendicular a B). Devido a v1 a partícula descreve MRU e devido a v2, MCU. A composição de um MRU com
um MCU é um movimento denominado helicoidal. Ele é uniforme
As ondas de rádios, TVs, raios X, micro-ondas e, principalmente, a luz do sol são exemplos de ondas eletromagnéticas.

DAS AVALIAÇÕES SOBRE: GERADORES E RECEPTORES ELÉTRICOS, PRODUÇÃO E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, POTÊN-
CIA ELÉTRICA E PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS MATERIAIS PARA DEMANDAS QUE ENVOLVEM A GERAÇÃO, O TRANSPORTE,
A DISTRIBUIÇÃO E O CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, CONSIDERANDO A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS, A EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA, A RELAÇÃO CUSTO/BENEFÍCIO, A PRODUÇÃO DE RESÍDUOS E OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS E CULTU-
RAIS

Eletricidade
Carga elétrica: propriedade das partículas subatômicas que determina as interações eletromagnéticas dessas. Matéria eletricamente
carregada produz, e é influenciada por, campos eletromagnéticos. Unidade SI (Sistema Internacional de Unidades): ampère segundo (A.s),
unidade também denominada coulomb (C).

Campo elétrico: efeito produzido por uma carga no espaço que a contém, o qual pode exercer força sobre outras partículas carrega-
das. Unidade SI: volt por metro (V/m); ou newton por coulomb (N/C), ambas equivalentes.

Potencial elétrico: capacidade de uma carga elétrica de realizar trabalho ao alterar sua posição. A quantidade de energia potencial
elétrica armazenada em cada unidade de carga em dada posição. Unidade SI: volt (V); o mesmo que joule por coulomb (J/C).
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CONHECIMENTOS

Corrente elétrica: quantidade de carga que ultrapassa determinada secção por unidade de tempo. Unidade SI: ampère (A); o mesmo
que coulomb por segundo (C/s).

Potência elétrica: quantidade de energia elétrica convertida por unidade de tempo. Unidade SI: watt (W); o mesmo que joules por
segundo (J/s).

Consumo de energia elétrica


Cada aparelho que utiliza a eletricidade para funcionar consome uma quantidade de energia elétrica.

Para calcular este consumo basta sabermos a potência do aparelho e o tempo de utilização dele, por exemplo, se quisermos saber
quanta energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos, seu consumo de energia será:
E=5500.0,25=1,375kWh

Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a apenas um
banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma casa com 4 moradores que tomam banho de 15 minutos todos os dias
no mês.

Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais prática podemos definir outra unidade de medida, que embora não
seja adotada no SI, é mais conveniente.

Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).- Energia elétrica: energia armazenada ou distribuída na forma elétrica. Unidade SI: a mesma
da energia, o joule (J).

Eletromagnetismo: interação fundamental entre o campo magnético e a carga elétrica, estática ou em movimento.
O uso mais comum da palavra “eletricidade” atrela-se à sua acepção menos precisa, contudo. Refere-se a: Energia elétrica (referindo-
-se de forma menos precisa a uma quantidade de energia potencial elétrica ou, então, de forma mais precisa, à energia elétrica por uni-
dade de tempo) que é fornecida comercialmente pelas distribuidoras de energia elétrica. Em um uso flexível, contudo comum do termo,
“eletricidade” pode referir-se à “fiação elétrica”, situação em que significa uma conexão física e em operação a uma estação de energia
elétrica. Tal conexão garante o acesso do usuário de “eletricidade” ao campo elétrico presente na fiação elétrica, e, portanto, à energia
elétrica distribuída por meio desse.
Embora os primeiros avanços científicos na área remontem aos séculos XVII e XVIII, os fenômenos elétricos têm sido estudados desde
a antiguidade. Contudo, antes dos avanços científicos na área, as aplicações práticas para a eletricidade permaneceram muito limitadas, e
tardaria até o final do século XIX para que os engenheiros fossem capazes de disponibilizá-la ao uso industrial e residencial, possibilitando
assim seu uso generalizado. A rápida expansão da tecnologia elétrica nesse período transformou a indústria e a sociedade da época. A
extraordinária versatilidade da eletricidade como fonte de energia levou a um conjunto quase ilimitado de aplicações, conjunto que em
tempos modernos certamente inclui as aplicações nos setores de transportes, aquecimento, iluminação, comunicações e computação. A
energia elétrica é a espinha dorsal da sociedade industrial moderna, e deverá permanecer assim no futuro tangível.
Eletrostática é o ramo da eletricidade que estuda as propriedades e o comportamento de cargas elétricas em repouso, ou que estuda
os fenômenos do equilíbrio da eletricidade nos corpos que de alguma forma se tornam carregados de carga elétrica, ou eletrizados.

Corrente Elétrica
Chama-se corrente elétrica o fluxo ordenado de elétrons em uma determinada secção. A corrente contínua tem um fluxo constante,
enquanto a corrente alternada tem um fluxo de média zero, ainda que não tenha valor nulo todo o tempo. Esta definição de corrente
alternada implica que o fluxo de elétrons muda de direção continuamente. O fluxo de cargas elétricas pode gerar-se em um condutor, mas
não existe nos isolantes. Alguns dispositivos elétricos que usam estas características elétricas nos materiais se denominam dispositivos
eletrônicos. A Lei de Ohm descreve a relação entre a intensidade e a tensão em uma corrente eléctrica: a diferença de potencial elétrico é
diretamente proporcional à intensidade de corrente e à resistência elétrica. Isso é descrito pela seguinte fórmula:
U = R.I

Onde:
V = Diferença de potencial elétrico I = Corrente elétrica R = Resistência

A quantidade de corrente em uma seção dada de um condutor se define como a carga elétrica que a atravessa em uma unidade de
tempo
I=Q/T

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CONHECIMENTOS

Numa corrente elétrica devemos considerar três aspectos: Corrente Contínua ou Alternada
A diferença entre uma e outra está no sentido do “caminhar”
Voltagem - (Que é igual a diferença de potencial) é a diferença dos elétrons. Na corrente continua os elétrons estão sempre no
entre a quantidade de elétrons nos dois polos do gerador. A volta- mesmo sentido. Na corrente alternada os elétrons mudam de di-
gem é medida em volts (em homenagem ao físico italiano Volta). O reção, ora num sentido, ora no outro. Este movimento denomina
aparelho que registra a voltagem denomina-se Voltímetro; Ciclagem.
Corrente Alternada - utilizadas nas residências e empresas.
Resistência - é a dificuldade que o condutor oferece á passa-
Corrente Contínua - proveniente das pilhas e baterias.
gem da corrente elétrica. A resistência é medida em ohms (em ho-
menagem ao físico alemão G.S. Ohms). Representamos a resistên- Condutores e Isolantes
cia pela letra grega (W). Em alguns tipos de átomos, especialmente os que compõem os
Intensidade - é a relação entre a voltagem e a resistência da metais - ferro, ouro, platina, cobre, prata e outros -, a última órbita
corrente elétrica. A intensidade é medida num aparelho chamado eletrônica perde um elétron com grande facilidade. Por isso seus
Amperímetro, através de uma unidade física denominada Ampére. elétrons recebem o nome de elétrons livres.
Estes elétrons livres se desgarram das últimas órbitas eletrôni-
Lei de Ohm pode ser assim enunciada: A intensidade de uma cas e ficam vagando de átomo para átomo, sem direção definida.
corrente elétrica é diretamente proporcional à voltagem e inversa- Mas os átomos que perdem elétrons também os readquirem com
mente proporcional à resistência. Assim podemos estabelecer suas facilidade dos átomos vizinhos, para voltar a perdê-los momentos
fórmulas: depois. No interior dos metais os elétrons livres vagueiam por entre
I = U/R os átomos, em todos os sentidos.

Devido à facilidade de fornecer elétrons livres, os metais são


usados para fabricar os fios de cabos e aparelhos elétricos: eles são
bons condutores do fluxo de elétrons livres. Já outras substâncias -
como o vidro, a cerâmica, o plástico ou a borracha - não permitem a
passagem do fluxo de elétrons ou deixam passar apenas um peque-
no número deles. Seus átomos têm grande dificuldade em ceder ou
receber os elétrons livres das últimas camadas eletrônicas. São os
chamados materiais isolantes, usados para recobrir os fios, cabos e
aparelhos elétricos.
Fonte: http://educacao.globo.com/

I = Intensidade (ampère)
U = Voltagem ou força eletromotriz
R = Resistência

Segunda lei de Ohm: A resistência de um condutor homogêneo


de secção transversal constante é proporcional ao seu comprimen-
to e da natureza do material de sua construção, e é inversamente
proporcional à área de sua secção transversal. Em alguns materiais
Essa distinção das substâncias em condutores e isolantes se
também depende de sua temperatura. aplica não apenas aos sólidos, mas também aos líquidos e aos gases.
Dentre os líquidos, por exemplo, são bons condutores as soluções
de ácidos, de bases e de sais; são isolantes muitos óleos minerais.
Os gases podem se comportar como isolantes ou como condutores,
dependendo das condições em que se encontrem.
R=resistência O que determina se um material será bom ou mau condutor
ρ=resistividade térmico são as ligações em sua estrutura atômica ou molecular. As-
L=comprimento da secção sim, os metais são excelentes condutores de calor devido ao fato de
A=área da secção possuírem os elétrons mais externos “fracamente” ligados, tornan-
do-se livres para transportar energia por meio de colisões através
do metal. Por outro lado temos que materiais como lã, madeira,
vidro, papel e isopor são maus condutores de calor (isolantes tér-
micos), pois, os elétrons mais externos de seus átomos estão firme-
mente ligados.

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CONHECIMENTOS

Os líquidos e gases, em geral, são maus condutores de calor. O ar, por exemplo, é um ótimo isolante térmico. Por este motivo quando
você põe sua mão em um forno quente, não se queima. Entretanto, ao tocar numa forma de metal dentro dele você se queimaria, pois, a
forma metálica conduz o calor rapidamente. A neve é outro exemplo de um bom isolante térmico. Isto acontece porque os flocos de neve
são formados por cristais, que se acumulam formando camadas fofas aprisionando o ar e dessa forma dificultando a transmissão do calor
da superfície da Terra para a atmosfera.

Aparelhos de medição elétrica (amperímetros, voltímetros)


Amperímetro – instrumento que mede a intensidade de corrente elétrica. Alguns amperímetros indicam também, além da intensida-
de da corrente, seu sentido que, quando a indicação for positiva ela circula no sentido horário e negativa, no sentido anti-horário.

Símbolo

Se você quer medir a intensidade da corrente na lâmpada L1 da figura, você deve inserir o amperímetro no trecho onde ela está, pois
ele “lê” a corrente que passa através dele.

Assim o amperímetro deve ser associado em série no trecho onde você deseja medir a corrente. Como o amperímetro indica a cor-
rente que passa por ele no trecho do circuito onde ele está inserido, sua resistência interna deve ser nula, caso contrário ele indicaria uma
corrente de intensidade menor que aquela que realmente passa pelo trecho. Então ele deve se comportar como um fio ideal, de resistên-
cia interna nula, ou seja, deve se comportar como se estivesse em curto circuito.

Um amperímetro ideal deve possuir resistência interna nula.

Voltímetro – instrumento que mede a diferença de potencial ou tensão


                                 
Símbolo

Como em qualquer ligação em paralelo à diferença de potencial (tensão) é a mesma, o voltímetro deve ser ligado em paralelo ao
aparelho em cujos terminais você quer determinar a ddp, assim o aparelho e o voltímetro indicarão a mesma ddp.

O voltímetro deve ser ligado em paralelo com o aparelho ou trecho cuja diferença de potencial (tensão) se deseja medir. Para que a
corrente que passa pelo aparelho cuja ddp se deseja medir não se desvie para o voltímetro, um voltímetro ideal deve possuir resistência
interna extremamente alta, tendendo ao infinito.

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CONHECIMENTOS

Um voltímetro ideal deve possuir resistência interna infinita.


Suponha que você deseja medir a corrente que passa pelo ponto B e a diferença de potencial entre os pontos C e D, da figura, dispon-
do de voltímetro e amperímetro, ambos ideais.

Para isso, você deve abrir o circuito em B e inserir aí o amperímetro, pois ele deve ficar em série com o trecho percorrido por iB, de
modo que iB passe por ele. Os terminais do voltímetro devem ser ligados aos pontos C e D de modo que o voltímetro fique em paralelo
com o trecho entre C e D, onde você quer medir a ddp. Observe que a resistência interna do amperímetro ideal dever ser nula de modo
que toda iB passe por ele e que a resistência interna do voltímetro deve ser infinita de modo que iCD não desvie para ele

Medidas Elétricas
É de vital importância, em eletricidade, a utilização de dois aparelhos de medidas elétricas: o amperímetro e o voltímetro.

Voltímetro
Aparelho utilizado para medir a diferença de potencial entre dois pontos; por esse motivo deve ser ligado sempre em paralelo com o
trecho do circuito do qual se deseja obter a tensão elétrica. Para não atrapalhar o circuito, sua resistência interna deve ser muito alta, a
maior possível. Se sua resistência interna for muito alta, comparada às resistências do circuito, consideramos o aparelho como sendo ideal.
Os voltímetros podem medir tensões contínuas ou alternadas dependendo da qualidade do aparelho.
Voltímetro Ideal → Resistência interna infinita.

Amperímetro
Aparelho utilizado para medir a intensidade de corrente elétrica que passa por um fio. Pode medir tanto corrente contínua como
corrente alternada. A unidade utilizada é o àmpere. O amperímetro deve ser ligado sempre em série, para aferir a corrente que passa por
determinada região do circuito. Para isso o amperímetro deve ter sua resistência interna muito pequena, a menor possível. Se sua resis-
tência interna for muito pequena, comparada às resistências do circuito, consideramos o amperímetro como sendo ideal.

Amperímetro Ideal → Resistência interna nula

Voltímetro não ideal Amperímetro Ideal

Circuitos Simples
Vamos verificar tal circuito através da de um “corte” em uma pilha, mostrando seus componentes, entretanto a diferença de potencial
entre os polos da pilha abaixo é mantida graças à energia liberada em reações químicas. Consideraremos também dois polos sendo um
positivo e um negativo, sendo que sem esses componentes a corrente elétrica jamais se formaria.
A voltagem que sempre é fornecida em uma pilha é de 1,5 V, entretanto há aparelhos que se utilizam mais do que essa quantidade de
Volts. Sendo assim é necessário que mais de uma pilha sejam colocadas para o devido funcionamento, onde a corrente elétrica é o valor
da pilha x o seu próprio número. Como exemplo, confira o seguinte raciocínio: Um carrinho de criança que se coloca 3 pilhas, o valor de
sua corrente elétrica se dá por: 1,5 V + 1,5 V + 1,5 V = 4,5 V
Já as baterias de automóvel vem com uma carga elétrica de 12 V, onde suas placas são mergulhadas em uma solução de ácido sulfúrico
e colocando-as dentro de um invólucro resistente, para que não ocorra seu vazamento. Se por acaso houver uma diferença de potencial
entre os seus polos, a voltagem será estabelecida nas extremidades dos fios, gerando assim um circuito elétrico simples.

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CONHECIMENTOS

Resistência Elétrica
Para um condutor AB, estando ele ligado a uma bateria, ocorrerá sempre que se estabelecer contato, uma diferença de potencial nas
extremidades, e consequentemente a passagem da corrente i através dele. As cargas realizarão colisões contra os átomos ou moléculas
havendo, então oposição a corrente elétrica, podendo ser maior ou menor, dependendo da natureza do fio ligado em A e B.
Portanto, quanto menor for o valor da corrente i, maior será o valor de R. A unidade de representação da medida de resistência é a do
sistema internacional, sendo que 1 volt/ampère = 1 V/A, sendo denominada como 1 ohm (ou representada pela letra grega Ω, em home-
nagem ao físico alemão do século passado, Georg Ohm.
Podemos concluir que: quando uma voltagem VAB é aplicada nas extremidades de um condutor, estabelecendo nele uma corrente
elétrica i, a resistência é dada pela fórmula acima descrita. Quanto maior for o valor de R, maior será a oposição que o condutor ofere-
cerá à passagem da corrente. O valor da resistividade pode ser considerada como sendo uma grandeza característica de todo material
que constitui um fio, sendo definida como: uma substância será tanto melhor condutora de eletricidade quanto menor for o valor de sua
resistividade.
Reostato segundo seus criadores, é um aparelho onde se pode variar a resistência de um circuito e, assim, tornando-se possível
aumentar ou diminuir, a intensidade da corrente elétrica. Dado um comprido fio AC, de grande resistência, um cursor B, que se desloca
através do fio, entrando em contato com A e C, observe a corrente que sai do polo positivo da bateria percorrendo o trecho AB do reosta-
to. Verifica-se que não há corrente passando no trecho BC, pois estando o circuito interrompido em C, a corrente não poderá prosseguir
através desse trecho.

Diferença de Potencial
Graças à força do seu campo eletrostático, uma carga pode realizar trabalho ao deslocar outra carga por atração ou repulsão. Essa ca-
pacidade de realizar trabalho é chamada potencial. Quando uma carga for diferente da outra, haverá entre elas uma diferença de potencial
(E). A soma das diferenças de potencial de todas as cargas de um campo eletrostático é conhecida como força eletromotriz. A diferença de
potencial (ou tensão) tem como unidade fundamental o volt(V).

Corrente
Corrente (I) é simplesmente o fluxo de elétrons. Essa corrente é produzida pelo deslocamento de elétrons através de uma ddp em um
condutor. A unidade fundamental de corrente é o ampère (A). 1 A é o deslocamento de 1 C através de um ponto qualquer de um condutor
durante 1 s.
I=Q/t

O fluxo real de elétrons é do potencial negativo para o positivo. No entanto, é convenção representar a corrente como indo do positivo
para o negativo.

Correntes e Tensões Contínuas e Alternadas


A corrente contínua (CC ou DC) é aquela que passa através de um condutor ou de um circuito num só sentido. Isso se deve ao fato
de suas fontes de tensão (pilhas, baterias,...) manterem a mesma polaridade de tensão de saída. Uma fonte de tensão alternada alterna
a polaridade constantemente com o tempo. Consequentemente a corrente também muda de sentido periodicamente. A linha de tensão
usada na maioria das residências é de tensão alternada.

Resistência Elétrica
Resistência é a oposição à passagem de corrente elétrica. É medida em ohms (W). Quanto maior a resistência, menor é a corrente
que passa. Os resistores são elementos que apresentam resistência conhecida bem definida. Podem ter uma resistência fixa ou variável.

Símbolos em eletrônica e eletricidade


Abaixo estão alguns símbolos de componentes elétricos e eletrônicos:

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CONHECIMENTOS

Associações de Resistores
Os resistores podem se associar em paralelo ou em série. (Na verdade existem outras formas de associação, mas elas são um pouco
mais complicadas e serão vistas futuramente).

Associação Série
Na associação série, dois resistores consecutivos têm um ponto em comum. A resistência equivalente é a soma das resistências indi-
viduais. Ou seja:
Req = R1 + R2 + R3 + ...

Exemplificando:
Calcule a resistência equivalente no esquema abaixo:

Req = 10000 + 1000000 + 470


Req = 1010470Ω

Associação Paralelo
Dois resistores estão em paralelo se há dois pontos em comum entre eles. Neste caso, a fórmula para a resistência equivalente é:
1/Req = 1/R1 + 1/R2 + 1/R3 + ...

Exemplo: Calcule a resistência equivalente no circuito abaixo:

Note que a resistência equivalente é menor do que as resistências individuais. Isto acontece pois a corrente elétrica têm mais um ramo
por onde prosseguir, e quanto maior a corrente, menor a resistência.
Resolução:
R=1+1+1=3Ω

Req=2Ω

As Leis de Kirchoff
Lei de Kirchoff para Tensão: A tensão aplicada a um circuito fechado é igual ao somatório das quedas de tensão naquele circuito.

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CONHECIMENTOS

Ou seja: a soma algébrica das subidas e quedas de tensão é Note que no exemplo abaixo ligamos um resistor em série com
igual à zero (SV). Então, se temos o seguinte circuito: podemos dizer o capacitor. Ele serve para limitar a corrente inicial (quando o capa-
que VA = VR1 + VR2 + VR3 citor funciona como um curto). O tempo de carga do capacitor é 5t,
onde t = RC (resistência vezes capacitância).
Lei de Kirchoff para Correntes: A soma das correntes que en-
tram num nó (junção) é igual à soma das correntes que saem desse
nó.

No exemplo abaixo, o tempo de carga é: Tc= 5 x 1000 x 10-6 =


5ms

Se aplicarmos no capacitor uma tensão alternada, ele vai ofe-


recer uma “oposição à corrente” (na verdade é oposição à variação
I1+I2= I3+I4+I5 As leis de Kirchoff serão úteis na resolução de de tensão) chamada reatância capacitiva (Xc).
diversos problemas. Xc=1/2pfC

Capacitor A oposição total de um circuito à corrente chama-se impedân-


O capacitor é constituído por duas placas condutoras paralelas, cia (Z). Num circuito composto de uma resistência em série com
separadas por um dielétrico. Quando se aplica uma ddp nos seus uma capacitância:
dois terminais, começa a haver um movimento de cargas para as Z = (R22+Xc2) 1/2 ou Z = Ö R22+XC2
placas paralelas. A capacitância de um capacitor é a razão entre a
carga acumulada e a tensão aplicada. Podemos imaginar a impedância como a soma vetorial de re-
C = Q/V sistência e reatância. O ângulo da impedância com a abscissa é o
atraso da tensão em relação à corrente.
Deve-se também ter em mente que a capacitância é maior
quanto maior for a área das placas paralelas, e quanto menor for Aplicações: Se temos um circuito RC série, a medida que au-
a distância entre elas. Desta forma: A (8,85 x 10-12 ) C= ------------ mentarmos a frequência, a tensão no capacitor diminuirá e a ten-
---------- k d são no resistor aumentará. Podemos então fazer filtros, dos quais
só passarão frequências acima de uma frequência estabelecida ou
Onde: C = capacitância A = área da placa d = distância entre as abaixo dela. Estes são os filtros passa alta e passa baixa.
placas k = constante dielétrica do material isolante
Frequência de corte: é a frequência onde XC=R.
Vamos agora estudar o comportamento do capacitor quando Quando temos uma fonte CA de várias frequências, um resistor
nele aplicamos uma tensão DC. Quando isto acontece, a tensão no e um capacitor em série, em frequências mais baixas XC é maior,
capacitor varia segundo a fórmula: Vc=VT(1-e-t/RC) desta forma, a tensão no capacitor é bem maior que no resistor. A
partir da frequência de corte, a tensão no resistor torna-se maior.
Isso gera o seguinte gráfico Vc X t Dessa forma, a tensão no capacitor é alta em frequências mais bai-
xas que a frequência de corte. Quando a frequência é maior que a
frequência de corte, é o resistor que terá alta tensão.

Filtro passa baixa:

Vsaída=It XC
Isto acontece porque a medida que mais cargas vão se acumu-
lando no capacitor, maior é a oposição do capacitor à corrente (ele
funciona como uma bateria).
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CONHECIMENTOS

Filtro passa alta: Se pudéssemos separar os prótons, nêutrons e elétrons de um


átomo, e lançá-los em direção à um imã, os prótons seriam desvia-
dos para uma direção, os elétrons a uma direção oposta a do desvio
dos prótons e os nêutrons não seriam afetados.
Esta propriedade de cada uma das partículas é chamada carga
elétrica. Os prótons são partículas com cargas positivas, os elétrons
tem carga negativa e os nêutrons tem carga neutra.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga
elétrica é o coulomb (C). O próton e o elétron, em módulo, possuem
a mesma quantidade de carga elétrica. O valor da carga do próton
DAS REALIZAÇÕES E PREVISÕES QUALITATIVAS E QUAN- e do elétron é denominado quantidade de carga elementar (e) e
TITATIVAS SOBRE O FUNCIONAMENTO DE GERADORES, possui o valor de: e=1,6 .10-19 C
MOTORES ELÉTRICOS E SEUS COMPONENTES, BOBINAS,
TRANSFORMADORES, PILHAS, BATERIAS E DISPOSITIVOS Como 1 C é uma quantidade de carga elétrica muito grande, é
ELETRÔNICOS, COM BASE NOS CONHECIMENTOS DE ELE- comum a utilização dos seus submúltiplos:
TROSTÁTICA, PROPRIEDADE ELÉTRICA DOS MATERIAIS, 1 mC (milicoulomb)= 10-3 C
FORÇA ELÉTRICA, MAGNETISMO, ELETROMAGNETISMO, 1 μC (microcoulomb)= 10-6 C
CAMPO ELÉTRICO E CAMPO MAGNÉTICO. ELETRODI- 1 nC (nanocoulomb)= 10-9 C
NÂMICA. GERADORES E RECEPTORES ELÉTRICOS. A quantidade de carga elétrica total (Q) será sempre um múlti-
CIRCUITOS ELÉTRICOS plo inteiro (n) vezes o valor da carga elementar (e). Essa quantidade
de carga pode ser determinada através da seguinte expressão:
Q=n . e
Cargas Elétricas8
Toda a matéria que conhecemos é formada por moléculas. Geralmente quando um corpo qualquer apresenta o número
Esta, por sua vez, é formada de átomos, que são compostos por de prótons igual ao de elétrons dizemos que esse corpo está ele-
três tipos de partículas elementares: prótons, nêutrons e elétrons. tricamente neutro, ou seja, o corpo possui carga total igual a zero.
Os átomos são formados por um núcleo, onde ficam os prótons Portanto, quando o corpo apresenta número de prótons diferente
e nêutrons e uma eletrosfera, onde os elétrons permanecem, em do número de elétrons, dizemos que o corpo se encontra eletriza-
órbita. do, ou seja, o corpo apresenta carga elétrica diferente de zero.
Os prótons e nêutrons têm massa praticamente igual, mas os Dessa forma, um corpo estará eletrizado quando perde ou re-
elétrons têm massa milhares de vezes menor. Sendo m a massa dos cebe elétrons.
prótons, podemos representar a massa dos elétrons como:
Corpo neutro np=ne
Corpo positivo np>ne Cedeu elétrons
Corpo negativo np< ne Recebeu elétrons

Ou seja, a massa dos elétrons é aproximadamente 2 mil vezes Corrente Elétrica


menor que a massa dos prótons. A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial
Podemos representar um átomo, embora fora de escala, por: elétrico (ddp / tensão). E ela é explicada pelo conceito de campo
elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B, nega-
tiva, então há um campo orientado da carga A para B. Ao ligar-se um
fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se deslocar
no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negati-
vas, lembrando que sinais opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido
oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido real da cor-
rente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha o
mesmo sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus
efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e este
é chamado o sentido convencional da corrente.
A carga elétrica é uma propriedade que está intimamente asso- Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção
ciada a certas partículas elementares que formam o átomo (prótons transversal de um condutor se considera o módulo da carga que
e elétrons). O modelo do sistema planetário é o modelo simples passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja:
mais adotado para explicar como tais partículas se distribuem no
átomo. De acordo com o modelo planetário, os prótons e nêutrons
localizam-se no núcleo, já os elétrons estão em uma região deno-
minada eletrosfera.
Considerando |Q|=n e
8 https://bit.ly/2PMSKX6
Editora
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CONHECIMENTOS

Eletrização9
Eletrizar um corpo significa basicamente tornar diferente o número de prótons e de elétrons (adicionando ou reduzindo o número de
elétrons).
A eletrostática é basicamente descrita por dois princípios, o da atração e repulsão de cargas conforme seu sinal (sinais iguais se re-
pelem e sinais contrários se atraem) e a conservação de cargas elétricas, a qual assegura que em um sistema isolado, a soma de todas as
cargas existentes será sempre constante, ou seja, não há perdas.

Corpo Eletrizado Positivamente


Quando um corpo possui uma maior quantidade de cargas positivas, dizemos que perdeu elétrons, e por isso está eletrizado positiva-
mente. Obs.: Um corpo nunca ganha prótons, porque está localizado na parte central do núcleo do átomo.

Corpo Eletrizado Negativamente


É quando um corpo possui mais cargas negativas que positivas, ou seja, quando ganha elétrons.

Atração dos Corpos


Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais contrários, se atraem.

Repulsão dos Corpos


Quando partículas estão eletrizadas com cargas de sinais iguais, se repelem.

Processos de Eletrização

Eletrização por Atrito


Quando dois corpos inicialmente neutros são atritados, se eletrizam e, em virtude do atrito ocasionado, um corpo ficará com carga
positiva e o outro com carga negativa.

Processo de eletrização por atrito ente o vidro e a lã

Eletrização por Contato


Quando dois corpos (um eletrizado e outro inicialmente neutro) entram em contato, o corpo neutro fica com a mesma carga do ele-
trizado.

9 https://bit.ly/2HCBXWR
Editora
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CONHECIMENTOS

Processo de Eletrização por contato

Por exemplo:
Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo neutro . Qual é a carga em cada um
deles após serem separados.

Um corpo condutor A com carga é posto em contato com outro corpo condutor B com carga , após serem
separados os dois o corpo A é posto em contato com um terceiro corpo condutor C de carga qual é a carga em cada um após
serem separados?

Ou seja, neste momento:

Após o segundo contato, tem-se:

E neste momento:

Ou seja, a carga após os contados no corpo A será +1C, no corpo B será -2C e no corpo C será +1C.
Um corpo eletrizado em contato com a terra será neutralizado, pois se ele tiver falta de elétrons, estes serão doados pela terra e se
tiver excesso de elétrons, estes serão descarregados na terra.

Eletrização por Indução


É quando a eletrização de um corpo inicialmente neutro (induzido) acontece por simples aproximação de um corpo carregado (indu-
tor), sem que haja contato entre os corpos. O induzido deve estar ligado a Terra ou a um corpo maior que possa lhe fornecer elétrons ou
que dele os receba num fluxo provocado pela presença do indutor.

Processo de eletrização por indução


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56
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CONHECIMENTOS

Lei de Coulomb
Esta lei, formulada por Charles Augustin Coulomb, refere-se às forças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas
puntiformes, ou seja, com dimensão e massa desprezível.
Lembrando que, pelo princípio de atração e repulsão, cargas com sinais opostos são atraídas e com sinais iguais são repelidas, mas
estas forças de interação têm intensidade igual, independente do sentido para onde o vetor que as descreve aponta.
O que a Lei de Coulomb enuncia é que a intensidade da força elétrica de interação entre cargas puntiformes é diretamente proporcio-
nal ao produto dos módulos de cada carga e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Ou seja:

Onde a equação pode ser expressa por uma igualdade se considerarmos uma constante k, que depende do meio onde as cargas são
encontradas. O valor mais usual de k é considerado quando esta interação acontece no vácuo, e seu valor é igual a:

Então podemos escrever a equação da lei de Coulomb como:

Onde: F → é a força elétrica entre as cargas k → é a constante eletrostática no vácuo (ko = 9 x 109 N.m2/C2)
Q → carga elétrica
d → distância

Unidades no SI:
Cargas Q1 e Q2 – coulomb (C)
Distância d – metro (m)
Força elétrica F – newton (N)
Constante eletrostática k – N.m2/C2
Para se determinar se estas forças são de atração ou de repulsão utiliza-se o produto de suas cargas, ou seja:

Campo Elétrico
O campo elétrico é o campo de força provocado pela ação de cargas elétricas, (elétrons, prótons ou íons) ou por um sistemas delas.
Cargas elétricas num campo elétrico estão sujeitas e provocam forças elétricas.
A fórmula usada para se calcular a intensidade do vetor campo elétrico (E) é dada pela relação entre a força elétrica (F) e a carga de
prova (q):

E as unidades de campo elétrico se dão em:

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CONHECIMENTOS

Vale notar que um campo elétrico só pode ser detectado a partir da interação do mesmo com uma carga de prova. Caso não haja
interação com a carga, podemos dizer que o campo não existe naquele local.
Quando o campo elétrico é criado em uma carga positiva ele, por convenção, terá um sentido de afastamento

Quando o campo elétrico é criado em uma carga negativa ele, por convenção, terá um sentido de aproximação.

A direção do campo elétrico é a mesma da força elétrica; seu sentido dependerá do sinal da carga q0:
• q0 > 0, o sentido do campo é o mesmo da força;
• q0< 0, o sentido do campo é contrário ao da força

Potencial Elétrico

Potencial elétrico é uma grandeza escalar que mede a energia potencial elétrica por unidade de carga de prova, ou seja, é a constante
de proporcionalidade na razão entre energia potencial elétrica e carga de prova.
De forma análoga ao Campo Elétrico, o potencial pode ser descrito como o quociente entre a energia potencial elétrica e a carga de
prova q. Ou seja:

Logo:

A unidade adotada, no SI para o potencial elétrico é o volt (V), em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta, e a unidade designa
Joule por coulomb (J/C).
Quando existe mais de uma partícula eletrizada gerando campos elétricos, em um ponto P que está sujeito a todas estes campos, o
potencial elétrico é igual à soma de todos os potenciais criados por cada carga, ou seja:

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CONHECIMENTOS

Uma maneira muito utilizada para se representar potenciais é através de equipotenciais, que são linhas ou superfícies perpendiculares
às linhas de força, ou seja, linhas que representam um mesmo potencial.

Trabalho de Uma Força Elétrica


O trabalho que uma carga elétrica realiza é análogo ao trabalho realizado pelas outras energias potenciais usadas no estudo de
mecânica, ou seja:
Se imaginarmos dois pontos em um campo elétrico, cada um deles terá energia potencial dada por:

Sendo o trabalho realizado entre os dois pontos:

Mas sabemos que, quando a força considerada é a eletrostática, então:

Considere dois pontos de um campo elétrico, A e B, cada um com um posto a uma distância diferente da carga geradora, ou seja, com
potenciais diferentes. Se quisermos saber a diferença de potenciais entre os dois devemos considerar a distância entre cada um deles.
Dessa maneira, teremos que sua tensão ou d.d.p (diferença de potencial) será expressa por U e calculada por:

Exemplo:
Uma partícula com carga q = 2. 10-7 C se desloca do ponto A ao ponto B, que se localizam numa região em que existe um campo elé-
trico. Durante esse deslocamento, a força elétrica realiza um trabalho igual a 4. 10-3 J sobre a partícula. Determine a diferença de potencial
VA – VB entre os dois pontos considerados.
Como o trabalho realizado pela força elétrica no deslocamento é igual à carga vezes a diferença de potencial, assim temos:

Como o exercício pede a diferença de potencial e nos fornece outros dados, temos:

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CONHECIMENTOS

Ímãs e Magnetos
Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta e pode ser natural ou artificial.
Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita, e um ímã artificial é feito de um
material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente ou instantaneamente características de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes, temporais ou eletroímãs.
Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após cessar o processo de imantação,
estes materiais são chamados ferromagnéticos.
Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro campo magnético, os materiais que
possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
Um eletroímã é um dispositivo composto de um condutor por onde circula corrente elétrica e um núcleo, normalmente de ferro. Suas
características dependem da passagem de corrente pelo condutor; ao cessar a passagem de corrente cessa também a existência do campo
magnético.

Propriedades dos ímãs


Polos magnéticos: São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um ímã é composto por dois polos magnéticos, norte e
sul, normalmente localizados em suas extremidades, exceto quando estas não existirem, como em um ímã em forma de disco, por exem-
plo. Por esta razão são chamados dipolos magnéticos.
Para que sejam determinados estes polos, se deve suspender o ímã pelo centro de massa e ele se alinhará aproximadamente ao polo
norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta forma, o polo norte magnético deve apontar para o polo norte geográ-
fico e o polo sul magnético para o polo sul geográfico.
Ao pegarmos dois ímãs e ao aproximarmos eles uns dos outros, eles podem atrair-se ou repelir-se. O fenômeno do atração ocorre
quando aproximamos dois ímãs e eles se unem devido a eles possuem polos de nomes diferentes, ou seja, os polos magnéticos de nomes
diferentes se atraem, sendo que estes “nomes” são os polos norte ou sul. Já o fenômeno da repulsão acontece quando aproximamos dois
ímãs com polos magnéticos de nomes iguais, ou seja polos magnéticos de mesmo nome se repelem.

(GUALTER; NEWTON; HELOU, Física, Vol.3, 1ªEd. São Paulo, Ed. Saraiva, 2010.)

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CONHECIMENTOS

Campo Magnético
Um campo magnético é criado pela influência das correntes elétricas que estão em movimento e pelos ímãs. Inicialmente, o magnetis-
mo era associado apenas aos ímãs, porém com o passar dos tempos estudiosos começaram a criar teorias sobre o assunto. James Maxwell
criou a teoria do eletromagnetismo, onde conseguiu identificar as causas da atração dos ímãs e também das correntes elétricas, após essas
descobertas ele uniu a eletricidade com o magnetismo.

As linhas de indução existem também no interior do ímã, portanto são linhas fechadas e sua orientação interna é do polo sul ao polo
norte. Assim como as linhas de força, as linhas de indução não podem se cruzar e são mais densas onde o campo é mais intenso.

Correntes Gerando Campos Magnéticos (Fios e Bobinas)


Um simples rolo de fios encontra diversos usos na eletrônica, desde o seus mais antigos desdobramentos. A sua aplicação mais evi-
dente é a de produzir magnetismo, tornando-se a bobina num ímã elétrico ou eletroímã. Bobinas são empregadas assim, como indutor, ou
seja, um dispositivo elétrico passivo que tem como utilidade armazenar energia em forma de um campo magnético.
Seu funcionamento parte do princípio de que, quando a corrente elétrica passa num enrolamento de fios, gera-se um campo mag-
nético e, inversamente, quando se interrompe um campo magnético, gera-se eletricidade em qualquer enrolamento de fio dentro das
linhas de força do campo magnético. Devido ao fato de que o campo magnético ao redor de um fio ser circular e perpendicular a este, uma
maneira fácil de amplificar o campo magnético produzido é enrolar o fio como uma bobina
Sua potência depende ainda da espessura e da quantidade de fio utilizado em sua composição. Em fios de maior espessura, a corrente
elétrica fluirá melhor, o mesmo ocorrendo em um conjunto de fio mais extenso, isso é claro, dependendo da potência que se deseja con-
seguir. No entanto, para as pequenas correntes usadas nos casos habituais, o magnetismo produzido pode ser muito fraco. A solução mais
comum para reforçar a potência da bobina é introduzir um peça de ferro macio em seu interior.

Modelo Microscópico Para Ímas E Propriedades Magnéticas Dos Materiais


Existem dois modelos diferentes para ímãs: os polos magnéticos e correntes atômicas.
Embora para muitos propósitos, é conveniente pensar em um ímã como tendo norte distinta e polos magnéticos sul, o conceito de
polos não deve ser tomado literalmente: é

O campo de um ímã de barra cilíndrica calculado com modelo de Ampère.


Apenas uma maneira de se referir às duas extremidades diferentes de um ímã. O imã não tem norte ou sul partículas distintas em
lados opostos. Se um ímã de barra é dividido em duas partes, em uma tentativa de separar os polos norte e sul, o resultado será dois ímãs
de barra, cada um dos quais tem tanto um polo norte e sul. No entanto, uma versão da abordagem magnético polos é usado por magne-
ticians profissionais para projetar ímãs permanentes.

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CONHECIMENTOS

Nesta abordagem, a divergência da magnetização ∇ • M dentro de um ímã e da superfície normal componente M • n são tratados
como uma distribuição de monopolos magnéticos. Esta é uma conveniência matemática e não implica que há realmente monopolos no
ímã. Se a distribuição de polos magnéticos é conhecido, então o modelo de polo dá o campo magnético H . Fora o íman, o campo B é pro-
porcional à H , enquanto que no interior da magnetização devem ser adicionados a H . Uma extensão deste método que permite cargas
magnéticas internas é usada em teorias de ferromagnetismo.
Outro modelo é o Ampère modelo, onde todos magnetização é devido ao efeito de microscópicos, ou atómicas, circulares correntes
ligadas, também chamados correntes Ampèrian, em todo o material. Para uma barra magnética cilíndrica uniformemente magnetizado, o
efeito líquido de as correntes microscópicas ligado é fazer com que os ímãs se comportam como se há uma folha macroscópica da corrente
eléctrica que flui ao redor da superfície, com a direção de fluxo local normal ao eixo do cilindro. Correntes microscópicas em átomos no in-
terior do material são geralmente cancelado por correntes em átomos vizinhos, por isso, apenas a superfície faz uma contribuição líquida;
raspar a camada exterior de um ímã não destruir o seu campo magnético, mas vai deixar uma nova superfície de correntes não cancelados
a partir das correntes circulares em todo o material. A regra da mão direita indica a direção que o fluxo de corrente.

Propriedades Magnéticas dos Materiais


Os materiais podem ser classificados, de acordo com as suas propriedades magnéticas, em três tipos: ferromagnéticos, diamagnéticos
e paramagnéticos.
O magnetismo é uma propriedade dos átomos que tem origem em sua estrutura atômica. É resultado da combinação do momento
angular orbital e do momento angular de spin do elétron. A forma como ocorre a combinação entre esses momentos angulares determina
como o material irá se comportar na presença de outro campo magnético. É de acordo com esse comportamento que as propriedades
magnéticas dos materiais são definidas. Elas podem ser classificadas em três tipos: diamagnéticos, paramagnéticos e ferromagnéticos.

Diamagnéticos:
São materiais que, se colocados na presença de um campo magnético externo, estabelecem em seus átomos um campo magnético
em sentido contrário ao que foi submetido, mas que desaparece assim que o campo externo é removido. Em razão desse comportamento,
esse tipo de material não é atraído por imãs. São exemplos: mercúrio, ouro, bismuto, chumbo, prata etc.

Paramagnéticos:
Pertencem a esse grupo os materiais que possuem elétrons desemparelhados, que, ao serem submetidos a um campo magnético
externo, ficam alinhados no mesmo sentido do campo ao qual foram submetidos, que desaparece assim que o campo externo é retirado.
São objetos fracamente atraídos pelos imãs, como: alumínio, sódio, magnésio, cálcio etc.

Ferromagnéticos:
Quando esses materiais são submetidos a um campo magnético externo, adquirem campo magnético no mesmo sentido do campo
ao qual foram submetidos, que permanece quando o material é removido. É como se possuíssem uma memória magnética. Eles são for-
temente atraídos pelos imãs, e esse comportamento é observado em poucas substâncias, entre elas estão: ferro, níquel, cobalto e alguns
de seus compostos.

Superfície Equipotencial
Uma superfície equipotencial constitui uma região do campo elétrico em que todos os seus pontos apresentam o mesmo potencial.
Chamamos uma superfície de equipotencial quando, numa região de campo elétrico, todos os seus pontos apresentam o mesmo
potencial. Uma superfície equipotencial pode apresentar diversas formas geométricas.
Ao colocarmos uma carga elétrica puntiforme em um ponto qualquer do espaço e longe de outras cargas elétricas, calculamos o po-
tencial elétrico em um ponto próximo a ela através da seguinte relação:

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CONHECIMENTOS

Onde k é a constante eletrostática, Q é o valor da carga puntiforme e d é a distância que separa as cargas. Através dessa equação po-
demos afirmar que todos os pontos próximos da carga elétrica geradora apresentam o mesmo potencial elétrico. Dessa maneira, também
podemos dizer que as superfícies possuem formas de esferas para cargas puntiformes isoladas do restante das cargas do universo.
Num campo elétrico uniforme, as superfícies equipotenciais são paralelas entre si. Isso acontece pelo fato de serem perpendiculares.

Uma superfície equipotencial é sempre interceptada perpendicularmente (90°) pelas linhas de força de um campo elétrico. Dessa
maneira, conhecendo-se as linhas de força de um campo elétrico, fica mais fácil representar as superfícies equipotenciais. Já numa região
onde o campo elétrico é uniforme, para serem perpendiculares às linhas de força, as superfícies equipotenciais devem ser planas.

Blindagem Eletrostática
A blindagem eletrostática ocorre quando o excesso de cargas em um condutor distribui-se uniformemente em sua superfície e o cam-
po elétrico em seu interior fica nulo. A blindagem eletrostática foi comprovada, em 1936, por Michael Faraday (1821-1867) através de um
experimento que ficou conhecido como a gaiola de Faraday. Nesse experimento, esse estudioso entrou dentro de uma gaiola e sentou-se
em uma cadeira feita de material isolante. Em seguida, essa gaiola foi conectada a uma fonte de eletricidade e submetida a uma descarga
elétrica, porém nada aconteceu com ele. Com isso, Faraday conseguiu provar que um corpo no interior de um condutor fica isolado e não
recebe descargas elétricas em virtude da distribuição de cargas na superfície.
Esse fenômeno é muito utilizado para proteger equipamentos que não podem ser submetidos a influências elétricas externas, como
é o caso de aparelhos eletrônicos. Se esses aparelhos forem submetidos a um campo elétrico externo, os seus componentes poderão ser
danificados. Além disso, é também graças à blindagem eletrostática que, se um carro ou um avião for atingido por um raio, as pessoas em
seu interior não sofrerão nenhum dano, pois a estrutura metálica faz a blindagem eletrostática de seu interior.

Devido à facilidade que os metais têm em fazer variar o campo elétrico dos objetos metálicos, estes podem servir também como
obstáculos para a propagação destas ondas. Depende da ordem do comprimento de onda da radiação incidente, e do tamanho dos es-
paçamentos livres no objeto metálico, de modo que a onda pode passar sem interagir. Ao efeito de blindagem da onda eletromagnética,
dá-se o nome de Gaiola de Faraday.
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CONHECIMENTOS

Poder das Pontas10


Relâmpago CéuO poder das pontas é o nome dado ao princípio físico que rege o funcionamento de alguns objetos do nosso cotidiano,
como os para-raios e as antenas. Ele foi utilizado por Benjamin Franklin, em 1752, em sua famosa experiência da pipa, que deu origem ao
para-raios. Ele pode ser feito com um catavento elétrico ou um torniquete eletrostático.
Segundo esse princípio, o excesso de carga elétrica em um corpo condutor é distribuído por sua superfície externa e se concentra nas
regiões pontiagudas ou de menor raio. É nas pontas que a energia é descarregada. Isso ocorre porque as extremidades são regiões muito
curvas e, como a eletricidade se acumula mais nessas áreas, um corpo eletrizado dotado de pontas acumula nelas sua energia. A densida-
de elétrica de um corpo será sempre maior nas regiões pontudas em comparação com as planas.
Sendo assim, uma ponta sempre será eletrizada mais facilmente do que uma região plana. Isso também explica o fato de um corpo já
eletrizado perder sua carga elétrica, principalmente pelas terminações, sendo difícil mantê-lo dessa forma. Além disso, essa extremidade
eletrizada tem sobre os outros corpos um poder muito maior do que as áreas que não são pontudas.
É devido a esse princípio que recomenda-se, em dias de tempestade, a não permanência embaixo de árvores ou em regiões descam-
padas, porque a árvore e o corpo humano atuam como pontas em relação à superfície do solo, atraindo os raios. Se estiver em um local
sem proteção é recomendado ficar abaixado, com os braços e pernas bem juntos, em forma de esfera, evitando que seu corpo funcione
como uma ponta.

DAS ANALISES SOBRE TEORIAS E LEIS PROPOSTOS EM DIFERENTES ÉPOCAS E CULTURAS PARA COMPARAR DISTINTAS EXPLI-
CAÇÕES SOBRE O SURGIMENTO E A EVOLUÇÃO DA VIDA, DA TERRA E DO UNIVERSO COM BASE NA: TEORIA DO BIG BANG;
MODELOS COSMOLÓGICOS; EXPANSÃO DO UNIVERSO; MODELO PADRÃO RELATIVIDADE GERAL

O SISTEMA SOLAR: EVOLUÇÃO HISTÓRICA E SEUS MODELOS


O Sistema Solar é o conjunto de planetas, planetas anões, asteroides e demais corpos celestes que orbitam ao redor do Sol, uma es-
trela de pequeno porte que orbita em um dos braços da galáxia da Via Láctea.
Os oito planetas que compõem o Sistema Solar são, em ordem de proximidade com o Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Sa-
turno, Urano e Netuno . Os quatro primeiros possuem uma proporção menor de gases em suas composições físicas, sendo formados
basicamente por rochas e, por isso, chamados de planetas rochosos. Os quatro últimos, em função da distância do sol, apresentam uma
quantidade maior de gases em suas composições estruturais, sendo por isso chamados de planetas gasosos ou até mesmo de gigantes
gasosos, graças ao diâmetro elevado que possuem em relação aos demais.
Na Grécia antiga apareceram as primeiras tentativas para, fazendo uso da grande quantidade de observações registadas ao longo dos
anos, criar um modelo geométrico que permitisse não só descrever o real movimento dos planetas de uma forma mais precisa, como tam-
bém dar capacidade de previsão sobre a sua posição futura. Este esforço culmina com o modelo de Ptolomeu, que é em muitos sentidos
a primeira teoria científica.

O modelo ptolomaico, que data do séc. II D.C., é o primeiro modelo da antiguidade capaz de prever o movimento dos planetas co-
nhecidos e a teoria que dominou a Astronomia durante mais de 14 séculos. No entanto, tratando-se de um modelo geocêntrico assente
na hipótese de que qualquer planeta segue um movimento circular composto, foi necessário introduzir uma geometria progressivamente
mais complexa para ir dando conta das observações cada vez mais precisas.
Muito mais tarde, no princípio do séc. XVI, Nicolau Copérnico (1473 – 1543) fez a proposta de um modelo parecido com o ptolemaico
nos seus métodos mas com o Sol no centro do sistema solar. O modelo copernicano teve o mérito de ter trazido uma nova hipótese, ainda
que polémica, para discussão nos círculos de astrônomos.

10 https://bit.ly/2CPHPY0
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CONHECIMENTOS

Esta discussão culminou com o trabalho de Johannes Kepler (1571 – 1630), o talentoso matemático, que após um longo escrutínio das
observações de grande precisão efetuadas por Tycho Brahe (1546 – 1601) chegou ao enunciado das suas famosas 3 leis. Kepler acreditava
que a divina harmonia se manifesta num Universo regido por leis matemáticas simples, e foi isso o que o levou a substituir os complicados
modelos de Copérnico e Ptolomeu pela lei simples que descobriu escondida nos registos astronómicos mais precisos da época: todos os
planetas descrevem elipses com o Sol num dos focos.

Força Gravitacional
Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que faz com que ela esteja constantemente em órbita é do mesmo tipo
que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas proximidades. A partir daí criou a Lei da Gravitação Universal.

Lei da Gravitação Universal de Newton:


“Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa seus
centros de gravidade.”

Onde:
F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos
G=Constante de gravitação universal

M e m = massa dos corpos


d=distância entre os centros de gravidade dos corpos.

Exemplo:
A intensidade da força gravitacional com que a Terra atrai a Lua é F. Se fossem duplicadas a massa da Terra e da Lua e se a distância
que as separa fosse reduzida à metade, a nova força seria:
(A) 16F
(B) 8F
(C) 4F
(D) 2F
(E) F

Resolução

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Lei da Gravitação Universal


A gravitação universal é uma força fundamental de atração que age entre todos os objetos por causa de suas massas, isto é, a quan-
tidade de matéria de que são constituídos. A gravitação mantém o universo unido. Por exemplo, ela mantém juntos os gases quentes no
sol e faz os planetas permanecerem em suas órbitas. A gravidade da Lua causa as marés oceânicas na terra. Por causa da gravitação, os
objetos sobre a terra são atraídos em seu sentido. A atração física que um planeta exerce sobre os objetos próximos é denominada força
da gravidade.
A lei da gravitação universal foi formulada pelo físico inglês Sir Isaac Newton em sua obra Philosophiae Naturalis Principia Mathema-
tica, publicada em 1687, que descreve a lei da gravitação universal e as Leis de Newton - as três leis dos corpos em movimento que se
assentaram como fundamento da mecânica clássica.

Formulação da Lei da Gravitação Universal

Dois corpos puntiformes m1 e m2 atraem-se exercendo entre si forças de mesma intensidade F1 e F2, proporcionais ao produto das duas
massas e inversamente proporcionais ao quadrado da distância (r) entre elas. G é a constante gravitacional.
A lei da gravitação universal diz que dois objetos quaisquer se atraem gravitacionalmente por meio de uma força que depende das
massas desses objetos e da distância que há entre eles. Dados dois corpos de massa m1 e m2, a uma distância r entre si, esses dois corpos se
atraem mutuamente com uma força que é proporcional à massa de cada um deles e inversamente proporcional ao quadrado da distância
que separa esses corpos. Matematicamente, essa lei pode ser escrita assim:

Onde
F1 (F2) é a força, sentida pelo corpo 1 (2) devido ao corpo 2 (1), medida em newtons;

é constante gravitacional universal, que determina a intensidade da força,


m 1 e m2 são as massas dos corpos que se atraem entre si, medidas em quilogramas; e r é a distância entre os dois corpos, medida em
metros;

o versor do vetor que liga o corpo 1 ao corpo 2.


A constante gravitacional universal foi medida anos mais tarde por Henry Cavendish. A descoberta da lei da gravitação universal se
deu em 1685 como resultado de uma série de estudos e trabalhos iniciados muito antes. Tomando como exemplo a massa de próton e um
elétron, a força da gravidade será de 3,6 × 10−8 N (Newtons) ou 36 nN. O estabelecimento de uma lei de gravitação, que unifica todos os
fenômenos terrestres e celestes de atração entre os corpos, teve enorme importância para a evolução da ciência moderna.
Contudo, podemos aprimorar a lei da gravitação universal adicionando sinais (+ ou -) à resposta, quando estivermos considerando
“massas de luz” ou “fótons”. A lei da gravitação universal assume o sinal (-) quando ocorre o deslocamento de fótons “massas de luz” de
uma fonte luminosa (Sol), ou melhor, assumindo característica de repulsão e não de atração. Por outro lado, a lei da gravitação universal
reassume o sinal (+) quando ocorre o deslocamento de fótons para locais de atração desta “massas de luz”, locais conhecidos como “Bu-
racos Negros”.

Exemplo:
1. Determine a força de atração gravitacional da Terra sobre a Lua, sendo dados: massa da Lua = 1.1023 kg; massa da Terra = 6.1024 kg;
distância do centro da Terra ao centro da Lua = 4.105km; G = 6,7. 10-11 N.m2/kg2.
Usando a Lei de Gravitação Universal, temos: 

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CONHECIMENTOS

substituindo os valores dados na equação, notando que 4.105 km = 4.108 m, obtemos:

Leis De Kepler
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma referência para identificar as épocas de plantio e colheita. Ao
observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns astros descrevem um movimento regular, o que propiciou a eles obter uma
noção de tempo e de épocas do ano. Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas observados giravam em torno da Terra.
Mas este modelo, chamado de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que incentivaram o estudo deste sistema por milhares
de anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no centro do uni-
verso, e os planetas descreviam órbitas circulares ao seu redor. No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que regem
o movimento planetário, utilizando anotações do astrônomo Tycho Brahe (1546-1601). Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas
como Leis de Kepler.

1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas


Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do Sol, que ocupa um dos focos da elipse.

2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas


O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos


O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas distâncias médias do sol é igual a uma constante k, igual a todos os planetas.

Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é equivalente ao tempo que este demora para percorrer uma volta em
torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta estiver do Sol, mais longo será seu período de translação e, em conse-
quência disso, maior será o “seu ano”.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Para uma melhor compreensão sobre Gravitação universal, segue abaixo um quadro com as fórmulas, mais importantes a serem
utilizadas.

Força gravitacional

Força Gravitacional

Constante de gravitação
universal

Leis de Kepler

1ª Lei de Kepler - Lei das "Os planetas descrevem órbitas elípticas em torno do Sol, que ocupa
Órbitas um dos focos da elipse."

2ª Lei de Kepler - Lei das "O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em
Áreas intervalos de tempo iguais."

3ª Lei de Kepler - Lei dos


Períodos

Movimento dos Corpos Celestes, Satélites e Naves no Espaço


O movimento dos corpos celestes ao redor das estrelas é dado pela lei da gravitação universal, em que o campo gravitacional da es-
trela atrai os demais corpos celestes. O mesmo ocorre com os satélites planetários: o campo gravitacional do sol e do planeta faz o satélite
o orbitar.
Conforme a primeira lei de Kepler, as orbitas dos planetas e dos satélites não são perfeitamente circulares. Elas apresentam excentri-
cidade, e sua trajetória aproxima-se a formatos elípticos. Além disso, as estrelas não se localizam exatamente no centro da órbita. Dá-se o
nome de afélio ao ponto em que o planeta está mais distante do sol, e periélio ao ponto onde o planeta está mais próximo ao sol. As órbitas
também podem ter inclinação, o que dá origem a diferentes temperaturas no decorrer do ano planetário, em diferentes hemisférios. Em
uma órbita perfeitamente circular, o deslocamento de um corpo celeste durante um ano astral é dado pela seguinte equação:

Na qual:
- S é o deslocamento;
- r é o raio da órbita.

Equação básica
As três equações que representam o movimento dos corpos celestes, são baseadas em uma equação básica. Nesta, considera-se que
a órbita dos corpos celestes é circularmente perfeita, e que somente a força da estrela define o movimento.
Ao mesmo tempo em que a estrela atrai o planeta para perto de si, o planeta faz uma força repulsória. No caso dos satélites, os pla-
netas os atraem. Já em um corpo celeste de órbita perturbada, este somente terá uma órbita imutável quando a força resultante for zero.
Assim:

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Velocidade de Escape
A velocidade que um corpo celeste segue em sua trajetória ao redor do sol ou de um planeta é variável. A segunda lei de Kepler
descreve a velocidade. A velocidade média de um corpo celeste, que tenha sua órbita perfeitamente circular, é dada pela resultante das
forças:

Então:

Eliminando-se as mesmas variáveis:

Logo,

Em que:
- v é a velocidade, em metros por segundo;
- G é a constante gravitacional, igual a 6,67 x 10-11;
- M é a massa da estrela, em quilogramas;
- r é o raio da órbita, em metros;

Campo Gravitacional
O campo gravitacional é gerado nas regiões próximas aos corpos que têm massa. Seu valor é proporcional à massa e inversamente
proporcional à distância ao centro do corpo.
A força da gravidade  que age sobre uma massa numa certa região está relacionada ao campo gravitacional produzido pela Terra
nesse local. 

Desse modo, o módulo do campo gravitacional pode ser definido como o quociente entre a força gravitacional e a massa do objeto. 

Utilizando a expressão da lei da gravitação universal e a expressão da força peso, 

é possível calcular o módulo do campo gravitacional na superfície da Terra, mesmo sem colocar uma massa nela, e medir seu peso. 

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Nas duas expressões, a letra m representa a massa do objeto As notícias, quase sempre, dão a impressão de que acabaram
colocado na superfície da Terra. Simplificando m, obtemos a expres- todos os mistérios, que não há mais dúvidas sobre o início e evolu-
são do valor do campo gravitacional.  ção do cosmo. Mas a verdade não é exatamente essa. Há dezenas
de anos, os jornais repetem as mesmas manchetes, com notícias di-
ferentes. Quem se der ao trabalho de consultar tudo o que já se pu-
blicou sobre o assunto, verá que os meios de comunicação revelam
sempre um enorme otimismo. O resultado de cada nova pesquisa é
apresentado como se tivesse sido conseguida a solução final. Mas
se a notícia de trinta anos atrás fosse correta, não poderiam ter
Substituindo-se os valores de G, M (massa da Terra) e r (raio da surgido todas as notícias dos anos seguintes - até hoje - repetindo
Terra), temos: sempre que certo cientista ou grupo de pesquisadores “acaba de
provar” que o universo começou assim e assim.
A ciência tem evoluído, isso é inegável. Durante o século XX,
nossos conhecimentos aumentaram de um modo inconcebível. En-
tretanto, nem todos os problemas foram resolvidos. A ciência ainda
não esclareceu a maior parte das dúvidas. As teorias sobre a origem
do universo ainda devem sofrer muitas mudanças, no futuro. Por
isso, ninguém deve esperar encontrar aqui a resposta final. A última
palavra ainda não foi dita.
A ciência não é o único modo de se estudar e tentar captar
a realidade. O pensamento filosófico e religioso possuem também
grande importância. As antigas indagações ressurgem sempre: será
possível que esse universo tenha surgido sem uma intervenção
divina? Até que ponto a ciência e a religião se contradizem ou se
Em síntese, o campo gravitacional é um modo de descrever a completam?
interação entre objetos em razão de suas massas. Ao longo da história da humanidade, desenrolou-se - e ainda
A constante de gravitação universal G não deve ser confundi- se desenrola - um enorme esforço para descobrir de onde veio tudo
da com g (em minúscula), que é o símbolo normalmente associado aquilo que existe. É a história desse esforço que será descrita neste
à variável que representa a intensidade da aceleração da gravida- livro. Apenas sabendo todas as fases pelas quais já passou o pen-
de terrestre junto à superfície do planeta, ou outro astro, quando samento humano, podemos tentar avaliar corretamente o estágio
explicitamente especificado. Em termos de G, g expressa-se como: atual de nossos conhecimentos. Para isso, não podemos nos limitar
apenas às investigações mais recentes, nem apenas à ciência. De-
vemos recuar a um passado distante, e acompanhar essa grandiosa
aventura intelectual da humanidade: a tentativa de entender a ori-
gem do universo, a sua própria origem e o seu próprio significado.
Em nossa viagem, encontraremos alguns dos maiores pensado-
onde M e r representam nesse caso a massa e o raio do astro res de toda a história. Muitas teorias são difíceis ou obscuras. É pre-
esférico. Para a Terra tem-se que a aceleração da gravidade vale por ciso certo esforço para entendê-las. Mas vale à pena esse esforço
volta de g = 9,81 m/s2. de elevar-se e poder dialogar com alguns dos maiores gênios da hu-
manidade. Nossa viagem pela história do pensamento humano nos
O Surgimento do Universo e Sua Evolução mostrou muitas tentativas realizadas para se compreender a ori-
A origem do universo é um tema que sempre interessou a toda gem de nosso universo. Essa busca existiu em todas as civilizações,
a humanidade. Em todos os povos, em todas as épocas, surgiram em todos os tempos. Mas a forma de buscar essa explicação variou
muitas e muitas tentativas de compreender de onde veio tudo o muito. O mito, a filosofia, a religião e a ciência procuraram dar uma
que conhecemos. No passado, a religião e a mitologia eram as úni- resposta às questões fundamentais: O universo existiu sempre, ou
cas fontes de conhecimento. Elas propunham certa visão de como teve um início? Se ele teve um início, o que havia antes? Por que o
um ou vários deuses produziram este mundo. Há mais de dois mil universo é como é? Ele vai ter um fim?
anos, surgiu o pensamento filosófico. Ele propôs novas ideias, mo- Nosso conhecimento moderno sobre o universo está muito dis-
dificando ou mesmo abandonando a tradição religiosa. Por fim, tante daquilo que era explicado pelos mitos e pela religião. Nenhum
com o desenvolvimento da ciência, apareceu outro modo de estu- mito ou religião descreveu o surgimento do sistema solar, do Sol,
dar a evolução do universo. das galáxias ou da própria matéria. Esperaríamos da ciência uma
Atualmente, a ciência predomina. É dessa ciência que muitos resposta às nossas dúvidas, mas ela também não tem as respostas
esperam obter a resposta às suas indagações sobre a origem do uni- finais. Por que não desistimos, simplesmente, de conhecer o início
verso. Muitas vezes, lemos notícias em jornais e revistas apresen- de tudo? Que importância pode ter alguma coisa que talvez tenha
tando pesquisas recentes sobre a formação do universo. Na tenta- ocorrido há 20 bilhões de anos?
tiva de chamar a atenção para uma nova descoberta, os jornalistas A presença universal de uma preocupação com a origem do
às vezes exageram sua importância e publicam manchetes do tipo: universo mostra que esse é um elemento importante do pensamen-
“Acaba de ser provado que o universo começou de uma explosão”. to humano. Possuir alguma concepção sobre o universo parece ser
Mas foi provado, mesmo? importante para que possamos nos situar no mundo, compreender

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CONHECIMENTOS

nosso papel nele. Em certo sentido, somos um microcosmo. O as- a construção de alguns elementos mais pesados até os mais leves.
trônomo James Jeans explicava o interesse dos cientistas por coisas Após a descoberta da radiação cósmica de fundo em micro-ondas
tão distantes de nossa vida diária, da seguinte maneira: em 1964, e especialmente quando seu espectro (ou seja, a quanti-
Ele quer explorar o universo, tanto no espaço quanto no tem- dade de radiação medida em cada comprimento de onda) traçou
po, porque ele próprio faz parte do universo, e o universo faz par- uma curva de corpo negro, muitos cientistas ficaram razoavelmente
te do homem. Essa busca de uma compreensão do universo e do convencidos pelas evidências de que alguns dos cenários propostos
próprio homem ainda não terminou. De uma forma ou de outra, pela teoria do Big Bang devem ter ocorrido.
todos participamos dessa mesma procura. Uma procura que tem A importância da descoberta da radiação cósmica de fundo é
acompanhado e que ainda deverá continuar a acompanhar todos que ela representa um “fóssil” de uma época em que o universo era
os passos da humanidade. muito novo, sendo a maior evidência da existência do Big Bang. Ela
é proveniente da separação da interação entre a radiação e matéria
Teoria do Big Bang (época chamada de recombinação).
O Big Bang, ou a Grande Explosão, é a teoria cosmológica do-
minante do desenvolvimento inicial do universo. Os cosmólogos Unidades Astronômicas
usam o termo “Big Bang” para se referir à ideia de que o universo No estudo de astronomia muitas vezes as unidades do Sistema
estava originalmente muito quente e denso em algum tempo fini- Internacional (SI) são ineficientes pois as distâncias que devem ser
to no passado e, desde então tem se resfriado pela expansão ao expressas são muito grandes.
estado diluído atual e continua em expansão atualmente. A teoria Por exemplo: A distância da Terra até Marte é de cerca de 75
é sustentada por explicações mais completas e precisas a partir de milhões de quilômetros, que no SI é expresso por 75 000 000 000
evidências científicas disponíveis e da observação. De acordo com metros.
as melhores medições disponíveis em 2010, as condições iniciais Devido à necessidade de unidades mais eficientes são utiliza-
ocorreram por volta de 13,3 a 13,9 bilhões de anos atrás. das: Unidade Astronômica (UA), Anos-luz (AL) e Parsec (Pc).
Georges Lemaître propôs o que ficou conhecido como a teo-
ria Big Bang da origem do Universo, embora ele tenha chamado Unidade Astronômica (UA)
como “hipótese do átomo primordial”. O quadro para o modelo É a distância média entre a Terra e o Sol. É empregada prin-
se baseia na teoria da relatividade de Albert Einstein e hipóteses cipalmente para descrever órbitas e distâncias dentro do Sistema
simplificadoras (como homogeneidade e isotropia do espaço). As Solar.
equações principais foram formuladas por Alexander Friedmann.
Depois Edwin Hubble descobriu em 1929 que as distâncias de galá-
xias distantes eram geralmente proporcionais aos seus desvios para
o vermelho, como sugerido por Lemaître em 1927. Esta observa-
ção foi feita para indicar que todas as galáxias muito distantes e
aglomerado de galáxias têm uma velocidade aparente diretamente
para fora do nosso ponto de vista: quanto mais distante, maior a
velocidade aparente.
Se a distância entre os aglomerados de galáxias está aumentan-
do hoje, todos deveriam estar mais próximos no passado. Esta ideia
tem sido considerada em detalhe volta no tempo para as densida-
des e temperaturas extremas, e grandes aceleradores de partículas
têm sido construídos para experimentar e testar tais condições, re-
sultando em significativa confirmação da teoria, mas estes acelera-
dores têm capacidades limitadas para investigar em tais regimes de
alta energia. O tamanho médio da órbita dos planetas do Sistema Solar, ou
Sem nenhuma evidência associada com a maior brevidade ins- seja, sua distância ao Sol é:
tantânea da expansão, a teoria do Big Bang não pode e não fornece
qualquer explicação para essa condição inicial, mas sim, que ela des- Planeta Distância ao Sol (UA)
creve e explica a evolução geral do Universo desde aquele instante.
As abundâncias observadas de elementos leves em todo o cosmos Mercúrio 0,39
se aproximam das previsões calculadas para a formação destes ele- Vênus 0,72
mentos de processos nucleares na expansão rápida e arrefecimento
dos minutos iniciais do Universo, como lógica e quantitativamente Terra 1,00
detalhado de acordo com a nucleossíntese do Big Bang. Marte 1,52
Fred Hoyle é creditado como o criador do termo Big Bang du- Júpiter 5,20
rante uma transmissão de rádio de 1949. Popularmente é relatado
que Hoyle, que favoreceu um modelo cosmológico alternativo cha- Saturno 9,53
mado “teoria do estado estacionário”, tinha por objetivo criar um Urano 19,10
termo pejorativo, mas Hoyle explicitamente negou isso e disse que
era apenas um termo impressionante para destacar a diferença en- Netuno 30,00
tre os dois modelos. Hoyle mais tarde ajudou consideravelmente no  
esforço de compreender a nucleossíntese estelar, a via nuclear para
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CONHECIMENTOS

Ano-Luz (al) A segunda lei da termodinâmica impõe restrições sobre a efi-


É a distância percorrida pela luz, no vácuo, no tempo de 1 ano ciência das máquinas térmicas. Ela afirma que nenhum processo
terrestre. termodinâmico pode ter como único resultado a transferência de
Sendo a velocidade da luz c = 299 792,458 km/s, temos que: calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Além disso,
1 al = 9 460 536 207 068 016 m = 63241,07710 UA a segunda lei estabelece que é impossível construir uma máquina
A estrela mais próxima do Sol é chamada Próxima Centauri, lo- térmica que opere em ciclo e converta integralmente o calor rece-
calizada na constelação de Centauro. A sua distância ao Sol é de bido em trabalho mecânico.
4,22 al
  Aplicações e Importância
Parsec (Pc) As máquinas térmicas têm uma ampla gama de aplicações em
É a distância na qual 1 UA é representada por 1’’ (1 segundo de diferentes setores da sociedade. Nos transportes, por exemplo, os
arco), em uma medição por paralaxe. motores de combustão interna são máquinas térmicas utilizadas
em veículos automotores, aviões e embarcações. Esses motores
convertem a energia liberada pela queima de combustíveis em tra-
balho mecânico, impulsionando os veículos.
Na indústria, as máquinas térmicas são utilizadas em proces-
sos de geração de energia elétrica, aquecimento, refrigeração e
produção de vapor para movimentar turbinas e geradores. Usinas
termelétricas, usinas nucleares e sistemas de cogeração são exem-
plos de instalações industriais que fazem uso intensivo de máquinas
térmicas.
Além disso, a eficiência das máquinas térmicas é de extrema
importância. Máquinas mais eficientes possibilitam um melhor
aproveitamento da energia térmica, reduzindo o consumo de com-
Esta unidade é usada para distância muito grandes, como a dis- bustíveis e os impactos ambientais relacionados à emissão de gases
tância entre estrelas, entre galáxias ou de objetos muito distantes, poluentes e ao aquecimento global.
como quasares. Em um contexto de transição energética e busca por fontes re-
nováveis, o desenvolvimento de máquinas térmicas mais eficientes
e sustentáveis se torna fundamental para uma matriz energética
mais limpa e sustentável.

DAS AVALIAÇÕES SOBRE ESTUDOS RELACIONADOS AS MÁ- Eficiência e Sustentabilidade


QUINAS TÉRMICAS E RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA NAS A eficiência das máquinas térmicas desempenha um papel cru-
TRANSFORMAÇÕES E TRANSFERÊNCIAS DE ENERGIA cial na otimização do aproveitamento da energia térmica e na re-
dução do consumo de combustíveis. Melhorar a eficiência significa
maximizar a conversão de calor em trabalho útil, minimizando as
As máquinas térmicas e a radiação eletromagnética desempe- perdas de energia durante o processo.
nham papéis fundamentais nas transformações e transferências de Uma estratégia comumente empregada para aumentar a efici-
energia. Neste texto, discutiremos as avaliações sobre estudos rela- ência das máquinas térmicas é a recuperação de calor. Por exemplo,
cionados a esses temas, destacando suas características, aplicações em uma usina termelétrica, o calor residual gerado durante a pro-
e impactos na sociedade. Abordaremos também as principais áreas dução de eletricidade pode ser aproveitado para aquecer água ou
de pesquisa e as perspectivas futuras nesse campo de estudo. fornecer calor para processos industriais, aumentando a eficiência
global do sistema.
— Máquinas Térmicas Além disso, o desenvolvimento de ciclos termodinâmicos avan-
çados é uma área de pesquisa em busca de maior eficiência. Ciclos
Conceito e Funcionamento como o ciclo de Rankine supercrítico e o ciclo combinado a gás e
As máquinas térmicas são dispositivos que operam com base vapor são exemplos de tecnologias que visam melhorar a eficiência
na transferência e transformação de energia térmica em energia na geração de energia.
mecânica. Esses sistemas utilizam um fluido de trabalho, como va- No entanto, a eficiência das máquinas térmicas não é a única
por d’água ou gases, para converter calor em trabalho útil. preocupação. A sustentabilidade também desempenha um papel
No funcionamento de uma máquina térmica, o fluido de tra- fundamental na atualidade. A busca por fontes de energia limpa e
balho passa por um ciclo termodinâmico, composto por diferentes renovável é essencial para mitigar os impactos ambientais negati-
etapas. Essas etapas incluem a admissão do fluido, a expansão, a vos associados ao uso de combustíveis fósseis.
liberação de calor e a exaustão. A transição para fontes de energia renováveis, como a energia
As máquinas térmicas seguem as leis da termodinâmica, em solar e a energia eólica, abre caminho para o desenvolvimento de
particular a primeira e a segunda lei. A primeira lei da termodinâ- máquinas térmicas mais sustentáveis. A utilização de energia solar
mica estabelece que a energia total de um sistema é conservada, concentrada em usinas termossolares e a combinação de ciclos ter-
ou seja, a energia fornecida ao sistema na forma de calor é igual à modinâmicos com fontes renováveis são exemplos de abordagens
energia fornecida pelo sistema na forma de trabalho e calor rejei- que buscam aliar eficiência e sustentabilidade.
tado.
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CONHECIMENTOS

Além disso, a adoção de políticas de incentivo à eficiência — Transformações e Transferências de Energia


energética, tanto por parte dos governos quanto das indústrias,
desempenha um papel fundamental na promoção de práticas mais Processos de Transformação de Energia
sustentáveis. A conscientização sobre a importância da eficiência As máquinas térmicas e a radiação eletromagnética estão dire-
energética e o investimento em pesquisa e desenvolvimento de tec- tamente relacionadas às transformações e transferências de ener-
nologias mais eficientes são passos essenciais para alcançar uma gia. Nesses processos, a energia é convertida de uma forma para
sociedade mais sustentável. outra, podendo ser transferida de um sistema para outro.
Em suma, a eficiência e a sustentabilidade das máquinas tér- Nas máquinas térmicas, a energia térmica proveniente da quei-
micas são aspectos interligados e de grande relevância. A busca ma de combustíveis ou de outras fontes de calor é convertida em
por maior eficiência na conversão de energia térmica em trabalho energia mecânica, que pode ser utilizada para realizar trabalho.
útil, aliada ao desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis e Essa transformação ocorre por meio do ciclo termodinâmico e das
à transição para fontes renováveis, são direcionamentos essenciais diferentes etapas que compõem o funcionamento da máquina.
para enfrentar os desafios energéticos e ambientais da atualidade. Já a radiação eletromagnética é uma forma de energia que se
propaga por meio de ondas eletromagnéticas. Essas ondas trans-
— Radiação Eletromagnética portam energia em diferentes formas, como luz, calor e radiação
ionizante. A radiação eletromagnética pode ser absorvida, refletida
Características e Propriedades ou transmitida pelos materiais com os quais interage, resultando
A radiação eletromagnética é uma forma de energia que se em transferência de energia.
propaga por meio de ondas eletromagnéticas, sem a necessidade
de um meio material para se propagar. Essas ondas possuem ca- Aplicações e Impactos na Sociedade
racterísticas específicas, como comprimento de onda, frequência e As transformações e transferências de energia têm diversas
energia associada. aplicações e impactos na sociedade. No caso das máquinas térmi-
O espectro eletromagnético abrange uma ampla gama de ra- cas, seu uso abrange desde a geração de energia elétrica até a pro-
diações, desde as de baixa energia, como as ondas de rádio e micro- pulsão de veículos e o aquecimento de ambientes. Essas máquinas
-ondas, até as de alta energia, como os raios gama. No meio desse desempenham um papel fundamental na indústria, no transporte
espectro estão a luz visível, o infravermelho e o ultravioleta. e na geração de energia, impactando diretamente a economia e a
Cada tipo de radiação eletromagnética possui propriedades qualidade de vida das pessoas.
distintas e aplicações específicas. A luz visível, por exemplo, é res- Já a radiação eletromagnética possui aplicações em diversas
ponsável pela percepção visual e é amplamente utilizada em ilumi- áreas, como a comunicação, a medicina, a indústria e a pesquisa
nação. O infravermelho é utilizado em aplicações de aquecimento, científica. Ela é utilizada em sistemas de telecomunicações, como
como em fornos e aquecedores. O ultravioleta é utilizado em pro- redes de celular e transmissão de dados, permitindo a comunicação
cessos de esterilização, fototerapia e fotossíntese. à distância. Na medicina, a radiação eletromagnética é emprega-
da em exames de imagem, como radiografias, tomografias e res-
Impactos Ambientais e Preocupações sonâncias magnéticas, auxiliando no diagnóstico e tratamento de
Embora a radiação eletromagnética seja amplamente utilizada doenças.
em várias áreas, também existem preocupações relacionadas aos Porém, é importante considerar os impactos desses processos
seus impactos ambientais e à saúde humana. na sociedade e no meio ambiente. O uso de combustíveis fósseis
Um dos principais impactos ambientais é a poluição lumino- nas máquinas térmicas contribui para a emissão de gases de efei-
sa, causada pelo excesso de iluminação artificial. Essa poluição tem to estufa e o aquecimento global. Por isso, a busca por fontes de
efeitos negativos sobre a fauna, interferindo nos ritmos biológicos energia renováveis e tecnologias mais eficientes é essencial para
de animais e insetos, e também contribui para o desperdício de minimizar esses impactos negativos.
energia. No caso da radiação eletromagnética, é necessário avaliar os
Além disso, certos tipos de radiação eletromagnética, como os riscos à saúde relacionados à exposição excessiva, especialmente
raios ultravioleta, estão associados a riscos à saúde. A exposição ex- a radiação ionizante, que pode causar danos ao material genético
cessiva aos raios UV pode causar danos à pele, como queimaduras e aumentar o risco de câncer. A regulamentação e o controle ade-
solares e aumento do risco de câncer de pele. Por isso, é importante quado do uso dessas tecnologias são importantes para garantir a
adotar medidas de proteção, como o uso de protetor solar e a re- segurança e minimizar os efeitos negativos.
dução da exposição direta ao sol em horários de maior intensidade. Em suma, as transformações e transferências de energia rela-
Outra preocupação são os efeitos do aquecimento global cau- cionadas às máquinas térmicas e à radiação eletromagnética têm
sado pela emissão de gases de efeito estufa. A radiação eletro- diversas aplicações e impactos na sociedade. É fundamental buscar
magnética, em particular a luz solar, é uma das principais fontes soluções mais eficientes, sustentáveis e seguras, visando a um uso
de energia responsáveis pelo aquecimento da Terra. O aumento da responsável e consciente dessas formas de energia.
concentração de gases de efeito estufa na atmosfera leva ao au-
mento da retenção dessa radiação, contribuindo para o aumento da O estudo das máquinas térmicas e da radiação eletromagnética
temperatura média do planeta. nas transformações e transferências de energia revela a importância
É importante que sejam adotadas medidas para reduzir a emis- desses temas no contexto atual. Tanto as máquinas térmicas quan-
são de gases de efeito estufa e promover o uso sustentável da radia- to a radiação eletromagnética desempenham papéis fundamentais
ção eletromagnética, incluindo o desenvolvimento de tecnologias em nossa sociedade, seja na geração de energia, na comunicação,
mais eficientes e a conscientização sobre os impactos ambientais. na medicina ou em outras áreas.

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CONHECIMENTOS

Ao analisar a eficiência e sustentabilidade das máquinas térmicas, percebemos a necessidade de buscar constantemente formas mais
eficientes de converter energia térmica em trabalho útil, além de adotar práticas sustentáveis, como a recuperação de calor e o uso de
fontes renováveis. Essas medidas visam minimizar o consumo de combustíveis fósseis e reduzir os impactos ambientais associados.
Já a radiação eletromagnética apresenta características e propriedades peculiares, sendo amplamente utilizada em diferentes cam-
pos. No entanto, é fundamental considerar os impactos ambientais, como a poluição luminosa, e os riscos à saúde, especialmente rela-
cionados à exposição excessiva à radiação ionizante. Medidas de proteção e conscientização são essenciais para garantir o uso seguro e
responsável dessas tecnologias.
Por fim, as transformações e transferências de energia estão intrinsecamente ligadas ao desenvolvimento da sociedade. A busca por
soluções inovadoras, eficientes e sustentáveis no processo de ensino-aprendizagem desses temas é essencial para formar profissionais
capacitados, conscientes dos impactos ambientais e aptos a contribuir para um futuro mais sustentável.
Portanto, é necessário fomentar a pesquisa, a discussão e a conscientização sobre as máquinas térmicas, a radiação eletromagnética
e suas implicações no contexto das transformações e transferências de energia. Somente assim poderemos desenvolver tecnologias mais
eficientes, promover práticas sustentáveis e garantir a utilização responsável desses recursos em benefício da sociedade e do meio am-
biente.

DAS EXPLICAÇÕES, PREVISÕES E CÁLCULOS A RESPEITO DOS MOVIMENTOS DE OBJETOS NA TERRA, NO SISTEMA SOLAR E
NO UNIVERSO COM BASE EM CONHECIMENTO SOBRE: CINEMÁTICA; ESTÁTICA, HIDROSTÁTICA, SISTEMA SOLAR E UNIVER-
SO

ESTÁTICA E HIDROSTÁTICA

Estática
A estática é a parte da física que se preocupa em explicar questões como:
Por que em uma mesa sustentada por dois pés, estes precisam estar em determinada posição para que esta não balance?
Por que a maçaneta de uma porta sempre é colocada no ponto mais distante das dobradiças dela?
Por que um quadro pendurado em um prego precisa estar preso exatamente em sua metade?
Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais do que por suas extremidades?

Princípio da Transmissibilidade as Forças


O efeito de uma força não é alterado quando esta é aplicada em diferentes pontos do corpo, desde que esta seja aplicada ao longo
de sua linha de atuação.

Nos três casos o efeito da força é o mesmo.

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CONHECIMENTOS

Estática de Um Ponto
Primeiramente vamos definir o que é Ponto Material, isto é:

Um corpo pode ser considerado um Ponto Material quando suas dimensões (comprimento, largura e profundidade) po-
dem ser desprezadas em um dado fenômeno em comparação as demais grandezas físicas que estão sendo estudadas.

Agora, para entendermos a estática no ponto material é necessário que saibamos a condição necessária para que esse ponto esteja
em equilíbrio, isto é, para que possamos afirmar que um ponto material está parado, em um dado referencial, temos que garantir que a
sua velocidade vetorial seja constante com o tempo, sendo assim a sua aceleração vetorial é zero (nula). Logo, como vimos na aula sobre
as Leis de Newton, a 2ª Lei de Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica) nos diz que , concluímos então que a força resul-
tante no sistema é zero.

Portanto, a condição necessária para afirmar que um ponto material está em equilíbrio quando a resultante das forças
aplicada nele for nula, isto é, .

Estudando a Força Aplicada em um Ponto Material:


Para verificar se a força resultante aplicada em um ponto material é nula utilizaremos o método da decomposição de vetores, isto é:

Logo, para fazer o cálculo da força resultante deveremos decompor os vetores nos eixos x e y, e verificar se a soma no eixo x é zero e
a do eixo y, também, é zero.

Exemplos:
Um ponto material está em equilíbrio sob a ação de três forças, conforme a figura abaixo. Demonstre que isso é verdade.

Resolução:
Para fazermos a demonstração é necessário provar que a resultante das forças no eixo x é zero e a resultante das forças no eixo y
também é zero.
Portanto, utilizaremos o que aprendemos na aula de decomposição de vetores, isto é, faremos um esquema só com os vetores no
sistema cartesiano, isto é:

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CONHECIMENTOS

Como mostra o esquema, podemos separar as forças que atu- Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estuda-
am nos dois eixos, isto é: das as forças que esses fluídos exercem sobre corpos neles imersos,
seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como
EIXO X: os totalmente submersos.
FRx = F1 + F2x , como as duas forças estão em sentido contrários Pode-se definir fluido como uma substância que se deforma
e estão em equilíbrio podemos concluir que F1 = F2x . Mas como continuamente, isto é, escoa, sob ação de uma força tangencial por
sabemos a F2X = F2 . cos , logo temos que: menor que ele seja.
F2X = F2 . cos F2X = 150 . cos 36,9º F2X = 150. 0,8
F2X = 120N

Provamos que a F2X = F1, isto é, F2X = F1 = 120N

EIXO Y:
FRY = F3 + F2Y, como as duas forças estão em sentido contrários e
estão em equilíbrio podemos concluir que F3 = F2Y. Mas como sabe-
mos a F2Y = F2 . sen , logo temos que:
F2Y = F2 . sen F2Y = 150 . sen 36,9º F2Y = 150. 0,6
F2X = 90N

Provamos que a F2Y = F3 , isto é, F2Y = F3 = 90N O conceito de fluidos envolve líquidos e gases, logo, é necessá-
2. Para que o ponto A, de massa 20kg, esteja em equilíbrio qual rio distinguir estas duas classes: “Líquidos é aquela substância que
deve ser a intensidade da força ? adquire a forma do recipiente que a contém possuindo volume de-
finido e, é praticamente, incompressível. Já o gás é uma substância
que ao preencher o recipiente não formar superfície livre e não tem
volume definido, além de serem compressíveis.

Sendo:

Ao se afirmar que a massa específica da água é de 1000 kg/m³


estamos informando que 1 m³ de água possui uma massa de 1000
Mas como a força Peso e a força Normal têm sentidos opostos, kg. Isto nos permite deduzir a definição de massa específica, que é a
estas se anulam. relação entre a massa e o volume ocupado por essa massa:
E, seguindo a condição de equilíbrio:

Hidrostática A massa específica é definida para corpos homogêneos. Já para


A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto os corpos não homogêneos essa relação é denominada densidade:
líquidos como os gasosos) em repouso, ou seja, que não estejam
em escoamento (movimento)
Além do estudo dos fluídos propriamente ditos, serão estuda-
das as forças que esses fluídos exercem sobre corpos neles imersos,
seja em imersão parcial, como no caso de objetos flutuantes, como
os totalmente submersos.
A Hidrostática é a parte da Física que estuda os fluídos (tanto
líquidos como os gasosos) em repouso, ou seja, que não estejam
em escoamento (movimento)

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Exemplo: Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente con-


1. Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é tendo um líquido de densidade d que ocupa o recipiente até uma
feito de ferro? altura h, em um local do planeta onde a aceleração da gravidade é
Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³ g.
Convertendo a densidade para o SI: A Força exercida sobre a área de contato é o peso do líquido.

Como:

Pressão A massa do líquido é:


Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela cor-
ta, a lâmina, é mais fina que o restante da tesoura. Também sabe-
mos que quanto mais fino for o que chamamos o “fio da tesoura”,
melhor esta irá cortar.
Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma
pressão diretamente proporcional a esta força e inversamente pro- mas , logo:
porcional a área da aplicação.
No caso da tesoura, quanto menor for o “fio da tesoura” mais
intensa será a pressão de uma força nela aplicada.
A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome ado-
tado para N/m².
Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do re-
resultante das forças perpendiculares à superfície de aplicação e a cipiente, apenas da densidade do fluido, da altura do ponto onde a
área desta superfície. pressão é exercida e da aceleração da gravidade.

Pressão Atmosférica
Atmosfera é uma camada de gases que envolve toda a super-
fície da Terra.
Aproximadamente todo o ar presente na Terra está abaixo de
Sendo: 18000 metros de altitude. Como o ar é formado por moléculas que
p = Pressão (Pa) tem massa, o ar também tem massa e por consequência peso.
F = Força (N) A pressão que o peso do ar exerce sobre a superfície da Terra é
A = Área (m²) chamada Pressão Atmosférica, e seu valor depende da altitude do
local onde é medida.
Exemplo: Quanto maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice-
1. Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmen- -versa.
te à superfície de um bloco de área 0,3m², qual a pressão exercida 1 atm = 101325 Pa = 10,2 mca = 760 mmHg
por esta força?
Exemplo:
Calcule em atm a pressão a que um submarino fica sujeito
quando baixa a uma profundidade de 100 metros. Para a água do
mar adote que a densidade vale 1000 kg/m3.

Resolução:
Supondo que a densidade da água do mar vale d = 1.000 kg/m3
e a pressão atmosférica na superfície da água Po = 1 atm, determi-
namos a pressão sobre o submarino da seguinte forma:
Pressão Hidrostática Colocando a pressão atmosférica em unidades do SI, temos:
Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluidos também Po=1 atm =1 .105 Pa
exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso.

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CONHECIMENTOS

Calculando a pressão para uma profundidade igual a h = 100 m, temos:

P=P0+dgh
P= 105+(103.10.100)
P= 1100000 Pa

Ou

P=  P=11 atm

Experiência de Torricelli11
Em 1643, ano em que Torricelli realizou a sua experiência não se acreditava que o vácuo (ausência de matéria) pudesse existir. Assim,
naquela época, explicava-se que a água subia por um tubo quando a ar era sugado por um dos lados, como uma tendência natural de se
evitar a formação do vácuo - ou seja, a água preencheria um tubo para ocupar o lugar do ar que foi retirado. Essa explicação até que é
razoável, mas não explica porque só é possível puxar água, por bomba de sucção, até uma altura de 10 metros…
Torricelli imaginou que talvez a água não subisse pelo cano para preencher o espaço vazio… mas que subia empurrada pelo ar fora
do cano. Aí vem o conceito de pressão. Segundo Torricelli, o ar exerce uma força sobre tudo que está imerso no ar, e essa força distribuída
por toda a parte se chama pressão. Pois bem, em um tubo ou cano com uma ponta mergulhada na água e a outra ponta no ar temos que
a pressão do ar fora do cano e dentro dele são iguais e fica tudo em equilíbrio.
Mas quando uma bomba de sucção retira o ar dentro do tubo a pressão lá dentro fica menor do que a pressão do ar fora do tubo. Aí
o equilíbrio se desfaz e surge uma força sobre a superfície o líquido empurrando a água para dentro do tubo. Bom, até aqui não parece
muito diferente da explicação anterior não é? Mas tem uma diferença fundamental… acontece que a pressão atmosférica tem um valor
limite (não vou dizer fixo, porque condições meteorológicas podem afetar em pequena escala). A pressão do ar consegue empurrar a água
para cima somente até a altura de 10 metros, e se no lugar de água usarmos o mercúrio, o ar só vai conseguir empurrar para cima até 76
centímetros. Se o cano for até uma altura de 12 metros, a bomba vai puxar a água até 10 metros e teremos mais 2 metros de vácuo (ou
quase) - ou seja, a água não vai preencher o espaço vazio.

A experiência que Torricelli fez demonstrou que estava certo - ele preencheu um tubo com mercúrio, emborcou o tubo numa vasilha
cheia de mercúrio, destampou o tubo e a coluna baixou até 76 centímetros, restando vácuo no espaço acima. Percebeu até que a altura
da coluna variava conforme a hora do dia ou as condições do tempo.
Então Torricelli demonstrou que:
1 - o vácuo pode existir
2 - o ar exerce pressão
3 - é possível determinar o valor da pressão comparando com a coluna de um líquido.

Teorema de Stevin
Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente qualquer.
Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.

As pressões em Q e R são:

11 https://bit.ly/2LjsK2w
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CONHECIMENTOS

A diferença entre as pressões dos dois pontos é:

Teorema de Stevin:
"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração
da gravidade e a diferença entre as profundidades dos pontos."

Através deste teorema podemos concluir que todos os pontos a uma mesma profundidade, em um fluido homogêneo (que tem sem-
pre a mesma densidade) estão submetidos à mesma pressão.

Teorema de Pascal
Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se distribui integralmente e igualmente em todas as direções e sentidos.
Pelo teorema de Stevin sabemos que:

Então, considerando dois pontos, A e B:

Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A e B sofrerão um acréscimo:

Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compressão, então a distância h, será a mesma após a aplicação da força.

Assim:

Teorema:
“O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido ideal em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos desse
líquido e às paredes do recipiente que o contém.”

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CONHECIMENTOS

Exemplo:
Determine a pressão hidrostática no fundo de um reservatório de água, aberto em sua superfície, que possui 4m de profundidade.
Dados: γH2O = 10000N/m3 e g = 10m/s2.
Para determinar a pressão hidrostática no fundo do reservatório, utilizamos o Teorema de Stevin:
∆P = γ ⋅ ∆h
∆P = 10000. 4
∆P = 40000 Pa
Logo, a pressão no fundo do reservatório de água é de 40000 Pascal.

Prensa Hidráulica
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa hidráulica.
Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B, interligados por um tubo, no seu interior existe um líquido que sus-
tenta dois êmbolos de áreas diferentes e .
Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área , exerceremos um acréscimo de pressão sobre o líquido dado por:

Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão será transmitido integralmente a todos os pontos do líquido, inclusi-
ve ao êmbolo de área , porém transmitindo um força diferente da aplicada:

Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões podemos igualá-las:

Exemplo:
1. Considere o sistema a seguir:

Dados:

Qual a força transmitida ao êmbolo maior?

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CONHECIMENTOS

Princípio do Empuxo
Ao entrarmos em uma piscina, nos sentimos mais leves do que quando estamos fora dela.
Isto acontece devido a uma força vertical para cima exercida pela água a qual chamamos Empuxo, e a representamos por .
O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre um corpo. Como tem sentido oposto à força Peso, causa o efeito
de leveza no caso da piscina.
A unidade de medida do Empuxo no SI é o Newton (N).

Exemplo:
1. Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro do líquido encontra-se um corpo de volume 1000cm³, que está
totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado g=10m/s²

Saiba mais... O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que é imerso no fluido, mas podemos usá-la para
saber se o corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o fluido:
Se:
• densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo afunda
• densidade do corpo = densidade do fluido: o corpo fica em equilíbrio com o fluido
• densidade do corpo < densidade do fluido: o corpo flutua na superfície do fluido

Exemplo:
1. Um bloco de massa de 60kg e densidade de 3,0 . 10ᵌ kg/mᵌ imerso em um líquido de densidade d = 0,90 . 10ᵌ kg/mᵌ e preso por um
fio ideal a um dinamômetro. Calcule a intensidade do empuxo exercido pelo líquido sobre o bloco.
Primeiramente precisamos encontrar o volume do bloco, o qual é representado por V.
d = m/V
V = m/d = 60/3,0 . 10ᵌ
V = 2,0 . 10-² mᵌ

A intensidade do empuxo é igual ao peso do líquido que caberia no volume ocupado pelo bloco:
E = Pf= mf . g = df . V. g = (0,90 . 10ᵌ). (2,0 . 10-²) . (10)
E = 180N

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CONHECIMENTOS

Princípio de Arquimedes
Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equilíbrio, sofre a ação de uma força vertical, para cima, aplicada pelo fluido.
Essa força é denominada empuxo, cuja intensidade é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.

E = Pfd = mfd . g E = df . Vfd . g

Assim, quando um barco está flutuando na água, em equilíbrio, ele está recebendo um empuxo cujo valor é igual ao seu próprio peso,
isto é, o peso do barco está sendo equilibrado pelo empuxo que ele recebe da água: E = P.

Aplicação
Um mergulhador e seu equipamento têm massa total de 80kg. Qual deve ser o volume total do mergulhador para que o conjunto
permaneça em equilíbrio imerso na água?

Solução: Dados: g = 10m/s2; dágua = 103kg/m3; m = 80kg. Como o conjunto deve estar imerso na água, o volume de líquido deslocado
(Vld) é igual ao volume do conjunto (V).

Condição de equilíbrio:
E=P
d . Vld . g = m . g
103 x V x 10 = 80 x 10
V = 8 x 10-2 m3

Equação de Bernoulli
A equação leva este nome em homenagem ao autor que a publicou, Daniel Bernoulli. Este foi um excelente físico suíço que desenvol-
veu suas equações ao longo do século XVIII, que até os dias atuais são referências e muito utilizadas no ramo da mecânica dos fluidos12.
A Equação de Bernoulli é aplicada para descrever o comportamento de um fluido ao longo de um escoamento qualquer, que pode
envolver elevações diferentes ou mudanças de área, que implicarão na velocidade do escoamento estudado. Para dar início ao estudo da
equação, vamos considerar a seguinte situação de escoamento:

Note que o escoamento demonstrado possui as variações que são cobertas pela equação, tais como a diferença entre alturas h1 e h2,
além da diferença dimensional entre as áreas A1 e A2, resultando em velocidades diferentes v1 e v2 e também diferentes pressões nas
seções de análise, p1 e p2.
12 https://bit.ly/2S6O8M5
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CONHECIMENTOS

Para a obtenção da equação de Bernoulli são necessárias algumas considerações. Estas considerações servem para delimitar as con-
dições principais para o escoamento, uma vez que uma grande gama de variáveis pode aumentar consideravelmente a complexidade do
problema, sem apresentar um ganho de precisão relevante. Deste modo, vamos considerar as seguintes situações:
Escoamento incompressível: Para um escoamento incompressível, as propriedades do fluido se mantêm constantes durante todo o
escoamento. Assim, a densidade do fluido escoante será a mesma para ambos os pontos.
Ausência das forças de viscosidade: Essa consideração descarta as forças provindas da viscosidade do fluido, principalmente as forças
de atrito entre o fluido e a parede, que causariam um aumento na complexidade do problema para incluir forças que não serão relevantes.

Escoamento irrotacional: A consideração de escoamento irrotacional implica na ausência de rotação do fluido tanto na entrada e saída
como ao longo do escoamento. Esta consideração é importante pois a presença de um movimento de rotação do escoamento dificultaria
(e muito!) a modelagem das equações.

Escoamento linear: Como consequência das considerações anteriores, quando retiramos o efeito da viscosidade, aliado a ausência de
rotação no escoamento, temos uma velocidade uniforme ao longo do tubo. Note que a velocidade não é igual para o tubo, é igual apenas
ao longo de uma seção transversal do escoamento!

Com isso, podemos escrever a equação de Bernoulli através da energia mecânica entre os pontos 1 e 2, dadas por:

Sabemos também que a diferença entre as energias pode ser escrita como a multiplicação do volume do fluido, que chamaremos V,
pela diferença de pressão no escoamento

Então:

Ainda podemos escrever a massa como sendo:

E substituindo novamente:

Como o volume é comum a todos os termos, pode ser retirado, e reagrupando:

Que é a equação de Bernoulli como conhecemos. Esta equação é considerada a principal equação da mecânica dos fluidos e explica
diversos fenômenos presentes em nossas vidas. Estudar essa equação é um passo fundamental para compreender os fenômenos da me-
cânica dos fluidos.

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CONHECIMENTOS

Este resumo, muito breve, de alguns aspectos da história da


DA IMPORTÂNCIA SOBRE PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO conservação do Brasil concentra-se em quatro áreas: a liderança
DA BIODIVERSIDADE, CONSIDERANDO SENSORIAMENTO na criação de um sistema nacional de unidades de conservação, o
REMOTO DA SUPERFÍCIE DA TERRA desenvolvimento de listas nacionais e estaduais de espécies amea-
çadas, o surgimento de organizações não-governamentais conser-
vacionistas fortes e influentes e, finalmente, o avanço da ciência
MANEJO E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE da conservação no país e o importante papel que ela tem exercido.

Uma breve história da conservação da biodiversidade no Bra- O desenvolvimento do sistema nacional de unidades de con-
sil servação
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em megadiversi- O agrônomo Wanderbilt Duarte de Barros (1916-1997), diretor
dade, concorrendo com a Indonésia pelo título de nação biologica- do Parque Nacional do Itatiaia em 1940, escreveu um livro influente
mente mais rica do nosso planeta. Privilegiado como é, todavia, ra- em 1946 (publicado em 1952) lamentando a existência de meros
ramente atrai atenção pelo que possui; particularmente, é criticado três parques nacionais, que totalizavam apenas 2.258km2 (Urban,
pelo que está perdendo através do desmatamento; da conversão 1998). Por volta de 1970, existiam 14 parques nacionais, num total
das paisagens naturais em reflorestamentos, plantações de soja e de 27.565km2 , mas somente um na Amazônia (o Parque Nacional
pastagens; e da expansão industrial e urbana. Embora as ameaças do Araguaia, na época com 20.000 km2 , agora com 5.000km2 ) e
à vida silvestre e às paisagens naturais do país sejam dramáticas, o nenhum no Pantanal.
Brasil também tem se tornado um líder mundial em conservação da Utilizando o levantamento fotográfico aéreo de 1958- 1959,
biodiversidade, principalmente por causa de seu, sempre crescen- da Força Aérea dos Estados Unidos, o agrônomo Alceo Magnanini
te, quadro de profissionais de conservação. (1962) realizou a primeira avaliação nacional da extensão dos tipos
A destruição da Mata Atlântica brasileira, e de sua vida silves- de vegetação natural do Brasil, estimando as perdas desde 1500.
tre, começou no início do século XVI (Dean, 1995; Coimbra-Filho & Restavam 5% da Mata Atlântica no Nordeste do país. Apenas o es-
Câmara, 1996), e a taxa e gravidade dessa destruição alarmou até tado de Alagoas mantinha florestas significativas (cerca de 16% do
mesmo a Rainha de Portugal, que ordenou, em 1797, ao governa- Estado), e Coimbra-Filho & Câmara (1996) documentaram sua des-
dor da Capitania da Paraíba, que tomasse as medidas necessárias truição posterior nas décadas de 1960 e 1970. A situação no Sudes-
te do Brasil estava, apenas, ligeiramente melhor.
para parar a destruição das florestas de sua colônia (Jorge Pádua &
Em 1974, foi criado o Parque Nacional da Amazônia (10.000km2,
Coimbra-Filho, 1979). Os primeiros parques criados no Brasil - Ita-
ao longo do rio Tapajós) sob a influência da, pequena, divisão de
tiaia, em 1937; e Iguaçu, Serra dos Órgãos e Sete Quedas, em 1939
unidades de conservação do Instituto Brasileiro de Desenvolvimen-
- protegiam paisagens extraordinárias, mas a consciência da neces-
to Florestal (IBDF), dirigida por Magnanini e Maria Tereza Jorge
sidade de conservar a vida silvestre do Brasil ainda era incipiente
Pádua (Urban, 1998). A crescente preocupação nacional e interna-
até a primeira metade do século XX. Somente nos últimos 30 anos
cional com o futuro da Amazônia resultou em um programa para
o Brasil experimentou um avanço maior na ação de conservação
identificação de áreas prioritárias para a biodiversidade, o primei-
e no desenvolvimento da capacidade de conservação. Um estímu- ro deste tipo, baseado em uma análise biogeográfica - a ciência da
lo-chave foi a ocupação da Amazônia, que acompanhou o milagre conservação. O programa foi conduzido por Jorge Pádua e Gary
econômico brasileiro (1964-1980), impulsionada, inicialmente, Wetterberg, na época, do Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Es-
pela construção de uma rede de rodovias, no início da década de tados Unidos, um parceiro no empreendimento. A análise utilizou
70, que incluía a Transamazônica (Goodland & Irwin, 1975). Vozes regiões fitogeográficas (Duke & Black, 1953; modificado por Prance,
poderosas que soaram o alarme incluíam, na época, Harald Sioli 1973), tipos vegetacionais (Murça-Pires, 1974) e o conceito de refú-
(1910-2004), fundador da limnologia amazônica, que foi incons- gios do pleistoceno (veja Whitmore & Prance, 1987) - comumente
cientemente responsável pelo mito do papel da Amazônia como os equiparados aos centros de endemismo - para determinar as áreas
“pulmões do mundo” (Junk, 2001), o geneticista especializado em prioritárias para a conservação amazônica (Wetterberg et al., 1976,
abelhas Warwick Kerr (Kerr, 1976), então diretor do Instituto Nacio- 1981). De 1979 até 1989, cinco parques nacionais e quatro reservas
nal de Pesquisas da Amazônia e o geógrafo Orlando Valverde, da (80.871km2) foram criadas em nove das 25 áreas prioritárias, intei-
influente Campanha Nacional de Defesa e pelo Desenvolvimento da ramente ou parcialmente dentro do Brasil, resultando na primeira
Amazônia (Valverde & Freitas, 1980). estruturação formal de um sistema de unidades de conservação
A evidência mais tangível do rápido crescimento da consciên- (MA/IBDF & FBCN, 1979).
cia de conservação e da ciência da conservação no Brasil desde o Um esforço paralelo estava ocorrendo na Secretaria Especial de
início da década de 70, pode ser vista na proliferação dos parques Meio Ambiente (SEMA), criada no Ministério do Interior, em 1973,
e reservas. De 1976 até a década de 1990, o Brasil fez um grande in- e dirigida por outro grande pioneiro da conservação no Brasil, Paulo
vestimento em parques e outras unidades de conservação federais, Nogueira-Neto (Urban, 1998). Advogado e pesquisador de abelhas
estaduais, municipais e privadas - bem maior que qualquer outro sem ferrão, ele reconheceu a necessidade do desenvolvimento de
país tropical e comparável ao de países em desenvolvimento. Coin- estações de pesquisa e de capacidade, e criou uma série de esta-
cidentemente, o Brasil experimentou um crescimento importante ções ecológicas (nome que ele atribui a Magnanini); unidades de
na capacidade de conservação não-governamental e desenvolveu conservação representando todos os ecossistemas brasileiros prin-
uma comunidade forte de cientistas e profissionais de conservação cipais (Nogueira-Neto & Carvalho, 1979). Nogueira-Neto trabalhou
de classe mundial. Tais elementos são a base de uma conservação junto à Magnanini e Jorge Pádua, e o resultado hoje são 30 estações
bem-sucedida. ecológicas federais por todo o Brasil, cobrindo 71.706km2, a maio-
ria criada enquanto Nogueira-Neto era secretário (Nogueira-Neto,
1992).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS

Esse período de rápido desenvolvimento do sistema de par- entre os muitos que merecem reconhecimento pela promoção de
ques do Brasil foi verdadeiramente histórico, e pode ser comparado um compromisso estadual, sem precedentes, com a conservação.
à explosão da atividade de conservação no governo do presidente José Carlos de Carvalho, em particular, ocupou vários cargos esta-
Theodore Roosevelt, nos Estados Unidos, no início do século XX. A duais e federais, e liderou importantes iniciativas de conservação,
combinação de esforços da SEMA e do IBDF, de 1974 a 1989, levou que atraíram fundos internacionais significativos. José Pedro de Oli-
à criação de 22 parques nacionais, 20 reservas biológicas e 25 esta- veira Costa também trabalhou junto à União Mundial para a Natu-
ções ecológicas, num total de 144.180km² - o tamanho do Suriname reza (IUCN), por muitos anos, e foi a força motriz atrás da criação da
e do estado de New England, nos Estados Unidos, e semelhante à Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no Brasil.
área do estado do Ceará, no Brasil. Iniciativas regionais, muitas originadas dos governos estaduais,
Esse esforço, iniciado e conduzido por Jorge Pádua e Nogueira- incluem o conceito da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e da
-Neto, criou uma tradição que foi mantida pelo Instituto Brasileiro Reserva da Biosfera do Cerrado, entre as maiores já reconhecidas
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), su- pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
cessor do IBDF e da SEMA, a partir de 1989. Em 1988, a organiza- a Cultura (UNESCO). Elas são uma estratégia importante, na escala
ção não-governamental (ONG) Fundação Pró-Natureza (Funatura, da paisagem, para ações em sítios específicos, assim como o fazem
criada por Jorge Pádua), com sede em Brasília, foi solicitada a for- os mais recentes corredores ecológicos ou de biodiversidade, em
mular um Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) muitas regiões. Essas iniciativas se espalharam para outros estados
consolidado. Nogueira-Neto, Almirante Ibsen de Gusmão Câmara e, recentemente, tornaram-se a principal característica da conser-
e muitos outros proeminentes líderes conservacionistas estavam vação da Amazônia. A chave para a proteção, em nível estadual na
diretamente envolvidos. Em 2000, após mais de dez anos, o SNUC Amazônia, foi o conceito de reserva de desenvolvimento susten-
foi oficialmente instituído por lei, o que representou um momento tável, tendo como pioneiro José Márcio Ayres, em Mamirauá, no
histórico para a conservação da biodiversidade no Brasil, definindo início da década de 90. A abordagem inédita, sustentada por um
e regulamentando as categorias das unidades de conservação em programa intenso e prolongado de pesquisa, que envolve e apoia
níveis federal, estadual e municipal. O SNUC reconheceu o sistema comunidades locais, mostrou que a conservação pode estar rela-
de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), criado no cionada ao desenvolvimento apropriado em escala local, e levar à
Ibama, em 1990, que tem demonstrado enorme sucesso no incen- inúmeras novas iniciativas de conservação (Sociedade Civil de Ma-
tivo de iniciativas do setor privado. Essas reservas são incluídas em mirauá, 1996). O resultado é o compromisso maior de diversos es-
um cadastro nacional e, até a presente data, existem cerca de 450, tados amazônicos, desde 2002. Particularmente, exemplos notáveis
cobrindo, aproximadamente, 5.000km2. Embora essa área seja rela- incluem o estado do Amapá, onde as unidades de conservação e as
tivamente pequena, ela cumpre uma função altamente estratégica reservas indígenas cobrem, agora, impressionantes 65% do Estado.
de proteção de habitats-chave de espécies ameaçadas de extinção Em 2003, o governador Waldez Góes anunciou os planos de criar
na Mata Atlântica, no Cerrado e no Pantanal. As RPPNs são, fre- mais áreas, conectando-as para estabelecer um corredor ecológico
quentemente, melhor protegidas que as unidades federais ou es- que cobre 71% dos 14.028km2 do Estado.
taduais. Até 1989, não existiam unidades de conservação estaduais no
O estado do Acre foi o berço da reserva extrativista - uma Amazonas. As primeiras seis unidades, totalizando 30.646km2, fo-
consequência do movimento dos seringueiros, liderado por Chico ram decretadas pelo governador Amazonino Mendes, em 1990. Em
Mendes. Esse tipo de reserva surgiu, primeiramente, em 1987, não 2003, o governador Eduardo Braga criou sete unidades, cobrindo
como unidade de conservação, mas como um instrumento para 42.155km2 e, em 2004, mais 30.637km2 tornaram-se protegidos em
assegurar os direitos de uso da terra, atendendo, particularmente, nove reservas e parques estaduais. Tais ações resultaram nas atuais
às comunidades que sofrem invasão e destruição de suas florestas 29 unidades de conservação estaduais, num total de 155.858km2.
com a construção de rodovias e a criação de gado no sudoeste da Sob a liderança do governador Jorge Viana, cujo compromisso
Amazônia. O conceito, promovido em nível nacional e internacional com o desenvolvimento sustentável data dos dias da luta de Chico
por Mary Allegretti (que mais tarde ocupou cargos importantes no Mendes, o estado do Acre tem promovido o que é chamado de “go-
Ministério do Meio Ambiente), reflete a vontade popular como uma verno da floresta”, que se constrói sob a necessidade de manter a
maneira de combinar as necessidades do povo amazônico com a floresta como base para o desenvolvimento econômico. Isso inclui
proteção e uso sustentável dos recursos dos quais sua subsistência a criação de inúmeras unidades de conservação, que, em dezembro
depende. O Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), criado em de 2003, cobriam 40.662km2.
1985, durante os estágios iniciais do movimento, continua promo- As terras indígenas demarcadas no Brasil, que agora somam
vendo a expansão e defendendo os interesses das reservas extrati- 820.000km2, ou 16,4% da Amazônia Legal, uma área igual a duas ve-
vistas no nível político. Embora ainda um fenômeno principalmente zes o tamanho do estado da Califórnia e consideravelmente maior
amazônico, existem agora reservas extrativistas marinhas e terres- que aquelas das reservas e parques voltados para a conservação
tres por todo o Brasil. da biodiversidade, são também de grande importância para a con-
Os estados também criaram unidades de conservação. São servação. Aproximadamente a metade foi demarcada nos últimos
Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul foram os pionei- dez anos, sob a liderança da Fundação Nacional do Índio (Funai),
ros, instituindo alguns parques estaduais nas décadas de 1940 e com financiamento do Programa Piloto para a Proteção das Flores-
1950. A maioria dos quase 180 parques estaduais existentes hoje tas Tropicais do Brasil (PPG-7). Muitas dessas áreas têm densidade
foi criada a partir do início da década de 1980. Nogueira-Neto foi populacional muito baixa e estão, ainda, completamente intactas,
particularmente ativo em incentivar o estabelecimento das secreta- tornando-as um importante complemento para as reservas e par-
rias estaduais de meio ambiente, durante a década de 1980. Célio ques nacionais e estaduais. O melhor exemplo é o território indí-
Valle e José Carlos de Carvalho, em Minas Gerais, e José Pedro de gena Kayapó, que cobre 11 milhões de hectares, com apenas 4.500
Oliveira Costa, Fábio Feldman e Clayton Lino, em São Paulo, estão pessoas.
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CONHECIMENTOS

A lista das espécies ameaçadas de extinção do brasil crescimento das unidades de conservação e no estabelecimento,
Em 1964, Adelmar F. Coimbra-Filho e Alceo Magnanini defini- através da SEMA, do atual Sistema Nacional de Meio Ambiente
ram o status de ameaça de extinção de numerosas espécies no Bra- (Sisnama) (MMA, 1999). A FBCN foi a principal parceira no rápido
sil, detalhando as causas de seu declínio e as medidas de conserva- crescimento do programa do WWF no Brasil, conduzido por R. A.
ção necessárias (Coimbra-Filho & Magnanini, 1968; Urban, 1998). Mittermeier e Thomas Lovejoy (na época, ambos do WWF). Câmara
Isso formou a base da primeira lista das espécies ameaçadas de deixou o cargo em 1986, e a importância da FBCN foi, gradualmen-
extinção do Brasil, preparada por José Cândido de Melo Carvalho, te, suplantada por outras organizações conservacionistas nacionais.
da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza (FBCN) (Car- O crescente interesse em conservação, a transição para um go-
valho, 1968). Essa lista continha 86 táxons e foi publicada em 1973. verno democrático, o foco sobre as novas unidades de conservação
Um ano antes, publicou-se o primeiro livro vermelho (ABC, 1972). e o interesse internacional crescente (encabeçado pelo WWF-EUA
Junto com Mittermeier, Coimbra-Filho também foi responsável por e, mais tarde, pela The Nature Conservancy) também resultaram em
todas as fichas de dados sobre os mamíferos do Brasil entregues à inúmeras novas ONGs conservacionistas. Em 1988, as novas ONGs
IUCN para o livro vermelho das espécies ameaçadas em nível glo- incluíam a Fundação SOS Mata Atlântica, inspirada por José Pedro
bal, em 1974. A Lei de Proteção à Fauna Brasileira (nº. 5197, de 3 de Oliveira Costa, Fábio Feldmann e outros colegas em São Paulo
de janeiro de 1967) proibiu a captura, caça, compra, venda e expor- (1983); a Funatura, fundada por Jorge Pádua, em Brasília (1986);
tação de todas as espécies ameaçadas de extinção e de qualquer a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambien-
produto feito a partir delas. A lista das espécies brasileiras ameaça- tal (SPVS), liderada por Clóvis Borges, em Curitiba, Paraná (1984);
das foi revisada em 1989 - uma iniciativa do Ibama e da Sociedade a SOS Amazônia, em Rio Branco, Acre (1988); e a Fundação Bio-
Brasileira de Zoologia (SBZ) - e coordenada por Angelo Machado diversitas, criada por Célio Valle, Gustavo Fonseca, Sônia Rigueira
(Bernardes et al., 1990). O número de espécies aumentou para 218 e Angelo Machado (agora responsável, entre outras contribuições,
(principalmente porque os insetos foram incluídos). A última rea- pela lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção), em Mi-
valiação, com a realização de um workshop em 2002, coordenado nas Gerais (1988). Fábio Feldmann foi eleito para o Congresso, em
pela Fundação Biodiversitas, utilizou as categorias e os critérios da 1986, como o primeiro representante ambientalista, e reeleito por
IUCN (2001) e aumentou o número de espécies terrestres para 395, três mandatos consecutivos. No Congresso, ele coordenou o grupo
e de espécies aquáticas para 239 (79 invertebrados e 160 peixes; que escreveu o capítulo sobre meio ambiente para a Constituição
Fundação Biodiversitas, 2003). de 1988. Uma segunda geração de ONGs surgiu entre o início e a
O IBDF listou 13 plantas como ameaçadas de extinção, em metade da década de 1990. Elas incluem o Instituto de Pesquisas
1968, e adicionou a décima quarta, em 1980. Uma revisão, em Ecológicas (IPÊ), criado por Suzana e Cláudio Pádua, em São Paulo
1989, resultou na lista oficial de 108 espécies ameaçadas, mas, (1992); o Instituto Socioambiental (1994); o Instituto do Homem
como ressaltado por Giulietti e colaboradores (2005 e este volu- e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON; 1990); a Fundação Vitó-
me), indubitavelmente, existem muito mais - 405 das espécies de ria Amazônica (FVA; 1990); e o Instituto de Pesquisa Ambiental da
árvores ameaçadas de extinção mundialmente, listadas pela IUCN Amazônia (IPAM; 1995). Essas ONGs tomaram para si papéis com-
(Oldfield et al., 1998), ocorrem no Brasil, e as plantas ameaçadas de plementares muito importantes, desenvolvendo fortes capacidades
extinção do estado de Minas Gerais, sozinhas, totalizam 537 (Men- científica, analítica e política, além de estimular a conservação em
donça & Lins, 2000). nível regional e nacional. Elas estabeleceram fortes parcerias com
Diversos estados brasileiros, reconhecendo a utilidade de tais organizações internacionais e com o governo, principalmente para
listas, começaram a realizar suas próprias avaliações - o primeiro foi manejo e pesquisa em unidades de conservação. A Funatura, por
o Paraná - e a fornecer livros vermelhos cada vez mais sofisticados exemplo, é ativa no Parque Nacional Grande Sertões Veredas, a
para o planejamento da conservação e definição de prioridades (p. FVA, no Parque Nacional do Jaú, e a SOS Amazônia, no Parque Na-
ex., Machado et al., 1998; Fontana et al., 2002; Mikich & Bérnils, cional da Serra do Divisor. Muitos dos seus líderes, periodicamente,
2004). ocupam cargos-chave do governo, o que contribui para a maior in-
fluência dessas organizações. Além disso, essas organizações tam-
O surgimento de ONGs conservacionistas bém auxiliaram a base científica da conservação, frequentemente
Nas últimas três décadas houve o surgimento de um forte mo- apoiando o manejo das unidades de conservação, os levantamen-
vimento de ONGs voltadas para a conservação da biodiversidade tos e outras pesquisas em longo prazo, necessários para assegurar
no Brasil. Em 1970, existia apenas um pequeno número de ONGs uma sólida sustentação científica. Outra importante tendência foi
conservacionistas. A mais importante, a FBCN, foi a primeira desse a criação de redes de ONGs, que têm pressionado, de forma efe-
tipo na América do Sul. Ela foi fundada no Rio de Janeiro, em 1958, tiva em nível regional, por mudanças políticas: o Grupo de Traba-
por um grupo de agrônomos, incluindo Wanderbilt Duarte de Bar- lho Amazônico, a Rede Mata Atlântica e a Rede Cerrado. Algumas
ros, que estavam preocupados com a erosão do solo e a destruição poucas fundações financiadoras também surgiram. A mais notável
das florestas do país. A FBCN foi particularmente ativa de 1980 a é a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, da empresa de
1986, sob a lideran- ça do Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, que cosméticos O Boticário. Esse fundo é dirigido por Miguel Milano,
passou a ocupar a sua presidência em 1981. A fundação trabalhou cujas realizações incluem a organização bienal do Congresso Bra-
junto às ONGs internacionais, em especial o World Wildlife Fund sileiro de Unidades de Conservação, desde 1997. Estimamos que
(WWF), para criar uma das mais influentes organizações privadas o Brasil tenha, agora, mais de 500 organizações privadas voltadas
de conservação no mundo tropical. Por meio do Almirante Ibsen, para a conservação da biodiversidade.
paleontólogo e conservacionista nato (um líder em pesquisas de
mamíferos marinhos e a força motriz atrás da proibição da caça
às baleias no Brasil), a FBCN foi altamente influente na década de
80, colaborando com Jorge Pádua e Nogueira-Neto na explosão do
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CONHECIMENTOS

Desenvolvimento de capacidade Conservação dos primatas e espécies-bandeira


O Brasil lutou para construir seu programa de conservação so- Os primatas desempenharam um papel inicial particularmente
bre uma sólida base científica. Os profissionais que atuam na área importante no desenvolvimento de uma forte capacidade de con-
são, frequentemente, os próprios cientistas da biologia da conser- servação no Brasil. Em 1971, existia somente um primatólogo de
vação, o que nem sempre é o caso nos países desenvolvidos. campo no Brasil - Adelmar F. Coimbra-Filho, que vinha estudando o
mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), desde o início da dé-
Parcerias - Governo, ONGs e comunidade acadêmica cada de 1960. Um visionário, Coimbra-Filho reconheceu o grande
As ONGs são as intermediárias - as catalisadoras - que unem valor da ciência dos primatas e tinha planos ambiciosos de desen-
a pesquisa da conservação (comunidade acadêmica) e sua aplica- volver um centro de primatas (o Centro de Primatologia do Rio de
ção (governo e, de modo crescente, corporações e indústrias). For- Janeiro foi inaugurado em 1979). Ele uniu forças à R.A. Mittermeier,
necemos aqui poucos exemplos de alguns projetos que têm sido no início da década de 1970, publicando sua pesquisa pioneira so-
enormemente influentes na ciência da conservação e sua aplicação bre saguis e micos-leões, e organizando o primeiro levantamento
no Brasil e no mundo. Um dos mais notáveis é o Projeto da Dinâ- dos primatas da Amazônia, em 1973. Em 1978, junto com Célio Val-
mica Biológica dos Fragmentos Florestais, da Smithsonian Institu- le, da Universidade Federal de Minas Gerais, iniciou uma pesquisa
tion e do Instituto Nacional para Pesquisa da Amazônia, em Ma- de dez anos sobre os primatas e as unidades de conservação da
naus (originalmente, o Projeto de Áreas Mínimas, iniciado com o Mata Atlântica, colocando a região na pauta da conservação inter-
WWF-EUA). O projeto começou em 1979, por inspiração de Thomas nacional (Mittermeier et al., 1982). A Mata Atlântica foi uma das
Lovejoy, um pioneiro e persistente batalhador pela conservação da prioridades máximas na Campanha dos Primatas e das Florestas
Amazônia brasileira. Especificamente, o projeto conduz pesquisas Tropicais do WWF, em 1982, e, como resultado, trouxe o que, na
sobre o destino, em longo prazo, de fragmentos florestais de dife- época, foi uma verba significativa para a conservação para muitas
rentes tamanhos e das paisagens florestais que foram cortadas e das mais importantes unidades de conservação da Mata Atlântica,
queimadas para serem transformadas em pastagens para o gado complementando investimentos procedentes do governo brasilei-
(Bierregaard et al., 2001). ro.
O Programa Piloto para Conservação das Florestas Tropicais Esse programa de pesquisa treinou jovens primatólogos e sedi-
Brasileiras (PPG-7), que teve início em 1997, possui componentes mentou os alicerces de alguns projetos de longo prazo, notavelmen-
de desenvolvimento de capacidade, política, pesquisa e manejo, re- te, o Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado (GLTCP), ini-
lacionando-os com parques e reservas (incluindo terras indígenas), ciado, em 1983, por Devra Kleiman (National Zoo, Washington, D.C.)
manejo florestal e controle de incêndios florestais, entre outros. e Coimbra-Filho, na Reserva Biológica de Poço das Antas. Embora
Uma mudança particularmente inédita foi a adoção de um modelo com a colaboração inicial da FBCN, em 1992, o projeto deu origem
de planejamento e conservação da paisagem regional, baseado no à sua própria ONG, a Associação Mico-Leão-Dourado. Atualmen-
conceito de corredores ecológicos ou de biodiversidade (inspirado te dirigida por Denise Rambaldi, a associação está, cada vez mais,
por um estudo realizado pelo Ibama, Sociedade Civil Mamirauá e desempenhando um importante papel na conservação da Mata
Conservação Internacional do Brasil; Ayres et al., 1997). Esse mode- Atlântica no Sudeste do Brasil - incluindo grandes programas de res-
lo é, agora, um elemento importante do planejamento da conser- tauração da paisagem e educação ambiental - tendo o mico-leão
vação no Brasil, e resultou, internacionalmente, em um interesse como espécie-bandeira. Incluindo os componentes de criação em
maior sobre os corredores. cativeiro, pesquisa demográfica, estudos de campo, reintrodução,
O Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), do Mi- translocação e educação ambiental, o GLTCP tornou-se um modelo
nistério do Meio Ambiente e do WWF-Brasil, apoiado pelo Ban- mundial para programas com espécies ameaçadas (Rylands et al.,
co Mundial e pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), foi 2002). Três reservas biológicas e uma estação ecológica foram cria-
oficialmente lançado na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento das especialmente para os micos-leões e os diferentes programas
Sustentável (Johannesburgo, em 2002). Ele objetiva aumentar a inspirados pelas quatro espécies otimizaram os esforços de conser-
área da floresta tropical da Amazônia sob proteção federal para vação regional e local na Mata Atlântica nos estados do Rio de Ja-
500.000km2 (12%), baseado na representatividade das 23 ecorregi- neiro, Paraná, São Paulo e Bahia.
ões amazônicas identificadas pelo WWF, e apóia o desenvolvimento O Programa Muriqui (Brachyteles hypoxanthus), em Caratinga,
de planos de manejo e medidas de proteção para algumas unidades Minas Gerais, foi iniciado, em 1982, por Karen Strier (Universidade
existentes (Serra da Cutia, Parque Nacional Montanhas do Tumucu- de Wisconsin-Madison), em colaboração com Célio Valle, Gustavo
maque e Reserva Extrativista de Cautário). Fonseca e, mais recentemente, Sérgio Mendes, da Universidade Fe-
Entre 1998 e 2002, em colaboração com muitas organizações - deral do Espírito Santo. O programa é um estudo de caso notável
particularmente, a Conservação Internacional do Brasil - o governo de monitoramento e pesquisa, consistente e produtivo, em longo
realizou uma ampla consulta junto aos pesquisadores e às ONGs prazo, além de ser um sucesso incomparável em proporcionar está-
para definir e identificar as áreas prioritárias para a conservação da gios e treinamento em campo (Strier, 1999). O uso do muriqui como
biodiversidade no Cerrado e no Pantanal (1998), na Mata Atlânti- espécie-bandeira resultou em muitos programas de conservação e
ca e Campos Sulinos (1999), na Amazônia (1999), nos ecossistemas na criação de inúmeras unidades de conservação, além de incenti-
marinho e costeiro (1999) e na Caatinga (2000) (MMA, 2002). A var a intensificação e melhoria do manejo das, agora numerosas,
avaliação foi uma obrigação dos signatários da Convenção sobre Di- unidades de conservação onde eles ocorrem.
versidade Biológica (MMA, 1999, 2005), mas também foi um ponto
alto importante nas relações entre governo, ONGs, conservacionis-
tas e cientistas, com o governo financiando e as ONGs organizando,
compilando e analisando os resultados.

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CONHECIMENTOS

Capacitação A ameaça da diversidade biológica estava entre os tópicos mais


A instituição, em 1988, do primeiro curso de pós-graduação importantes discutidos na Conferência Mundial da ONU para o De-
em conservação do país - Ecologia, Conservação e Manejo de Vida senvolvimento Sustentável, na esperança de ver a fundação da Glo-
Silvestre - na Universidade Federal de Minas Gerais foi de grande bal Conservation Trust para ajudar a manter as coleções de plantas.
significado para a conservação brasileira (Lacher et al., 1991). Esse Segundo Wilson, 1997, é fundamental que se atentem alguns
programa treinou cerca de 150 estudantes, muitos dos quais agora aspectos tais como: “A causa básica da decomposição da diversi-
ocupam cargos-chave na conservação brasileira e internacional. Os dade orgânica não é a exploração ou a maldade humana, mas a
cursos de especialização em primatologia, oferecidos anualmente destruição de habitats, que resulta da expansão das populações
(o primeiro, em 1983) por Milton Thiago de Mello, um cientista ve- humanas e de suas atividades. Muitos desses organismos, menos
terinário da Universidade de Brasília, também foram muito impor- atraentes ou espetaculares, que o Homo sapiens está destruindo,
tantes. Embora os primatas fossem o foco do programa, muitas pes- são mais importantes para o futuro da humanidade do que a maio-
soas proeminentes na conservação hoje, beneficiaram-se da teoria ria das espécies sabidamente em perigo de extinção. As pessoas
e experiência de campo que adquiriram nesses cursos. precisam mais de plantas e insetos do que precisam de leopardos
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnoló- e baleias (sem com isso menosprezar o valor dos dois últimos). Ou-
gico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ní- tros organismos supriram a humanidade com a base da civilização
vel Superior (Capes) devem ser reconhecidos pelo apoio à formação em forma de plantações, animais domésticos, uma grande varie-
e educação superior no exterior, que possibilitou a capacitação de dade de produtos industriais e muitos remédios importantes. Não
muitos dos profissionais que, por fim, criaram ou juntaram-se aos obstante, a razão antropocêntrica mais importante para se preser-
programas de pós-graduação nas universidades brasileiras e que var a diversidade é o papel que os micro-organismos, as plantas e
expandiram a experiência da conservação de espécies, com a inclu- os animais desempenham no fornecimento de serviços livres ao
são de muitos outros grupos de vertebrados. As instituições inter- ecossistema, sem os quais a sociedade, em sua forma atual, não
nacionais, que exerceram um papel particularmente marcante por poderia durar. A perda de populações geneticamente distintas den-
receber estudantes brasileiros em conservação, pesquisa e manejo tro de Espécies é, no momento, pelo menos tão importante quanto
de vida silvestre, incluem o Program for Studies in Tropical Conser- o problema da perda de toda a espécie. Uma vez que a espécie seja
vation, da Universidade da Flórida, Gainesville (J. F. Eisenberg, J. G. reduzida a um resto, sua capacidade de beneficiar a humanidade
Robinson e K. H. Redford); o Museu de Zoologia de Vertebrados, da diminui bastante, e sua extinção total, em um futuro próximo, tor-
Universidade da Califórnia, Berkeley (J. Patton); o Centro de Treina- na-se muito mais provável. No momento em que se reconhece que
mento do Durrell Wildlife Conservation Trust, Jersey, Ilhas Britâni- um organismo está em perigo de extinção, geralmente, já é tarde
cas (J. J. C. Mallinson, D. Waugh e J. Fa) e, cada vez mais, o Durrell demais para salvá-lo.”
Institute for Conservation Ecology, da Universidade de Canterbury, Um aspecto que deve ser levado em conta ao se trabalhar com
Kent; o Wildlife Research Group, da Universidade de Cambridge, áreas de elevada Biodiversidade, é o de que quando se altera signi-
no Reino Unido (D. J. Chivers); a Universidade de East Anglia, no ficativamente um ecossistema, o custo econômico decorrente des-
Reino Unido (C. Peres); e o Centro para Pesquisa e Conservação da ta alteração pode ser muito elevado, e o custo ambiental pode ser
Smithsonian Institution, em Front Royal, Virginia (R. Rudran). Tais irreparável. O uso de métodos adequados para a compatibilização
instituições e pessoas desempenharam um papel inquestionável e da sustentabilidade das comunidades humanas, conservação da
crucial no desenvolvimento da competência na ciência e na prática Biodiversidade e consequente melhoria da qualidade de vida, exige
da conservação no Brasil. o estabelecimento de estratégias amplas que envolvam análises de
fatores climáticos, edáficos, socioeconômico-culturais e bióticos.
Manejo da Biodiversidade: Conservação, Preservação e Pro- O Brasil, em função de suas dimensões continentais, detém uma
teção enorme Biodiversidade, incluindo-se neste contexto a variabilidade
A conservação da diversidade biológica tornou-se uma preo- cultural e paisagística. Entretanto, apesar destes fatores, é consi-
cupação global. Apesar de não haver consenso quanto ao tamanho derado um País em desenvolvimento, caracterizando a sub-valora-
e ao significado da extinção atual, a Biodiversidade é considerada ção que se dá aos seres vivos. Paradoxalmente, é um dos locais que
essencial. mais cobiça apresenta, justamente em virtude do grande potencial
Há dois tipos principais de opções de conservação: conserva- que estes mesmos elementos apresentam.
ção in-situ e conservação ex-situ. A in-situ é geralmente vista como É inegável que a Biodiversidade tem um valor intrínseco real e,
uma estratégia de conservação elementar, entretanto, sua imple- por isso, é fundamental que sejam tomadas medidas no sentido de
mentação é, às vezes, impossível. Por exemplo, a destruição de ha- se preservarem estes recursos. O valor de um grupo de organismos
bitats de espécies raras ou ameaçadas de extinção, algumas vezes, é intrínseco, e não se pode aguardar ter um efetivo conhecimento
requer um esforço de conservação  ex-situ. Além disso, a conser- de seu uso a fim de o valorar.
vação ex-situ pode dar uma solução reserva para projetos de con- Garay e Dias, 2001, relatam que, com referência à utilização
servação in-situ. Alguns acham que ambos os tipos são necessários da biodiversidade, devem-se destacar aspectos relacionados com
para assegurar uma preservação apropriada. as causas e formas de suas perdas.
Um exemplo de esforço de conservação in-situ é a construção
de áreas de proteção. Um exemplo de conservação ex-situ, ao con- Seis causas básicas de deterioração da biodiversidade:
trário, seria a plantação de germoplasma em bancos de sementes. - A aceleração insustentável do crescimento da população e do
Tais esforços permitem a preservação de grandes populações de consumo dos recursos naturais;
plantas com o mínimo de erosão genética. - Um espectro cada vez maior de produtos agrícolas, florestas e
pesqueiros comercializados;

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CONHECIMENTOS

- Distribuição desigual da propriedade, da gestão e do fluxo dos benefícios e conservação dos recursos biológicos;
- Insuficiência de conhecimentos e falhas em sua aplicação;
- Sistemas jurídicos e institucionais que promovem uma exploração não sustentável.
- Sistemas e políticas econômicas que não atribuem o devido valor ao ambiente e a seus recursos.

Mecanismos de deterioração da biodiversidade:


- Deterioração e fragmentação do habitat;
- Introdução de espécies;
- Exploração excessiva de espécies vegetais e animais;
- Poluição do solo, água e da atmosfera;
- Modificações climáticas globais;
- Silvicultura e agroindústrias.

Tendo-se em conta inúmeros estudos existentes, pode-se afirmar que, para o manejo adequado de distintos sistemas ambientais, é
necessário dispor de informações sobre seu funcionamento. Para tanto, é necessário realizar inventários e investigações, implantar ativi-
dades de monitoramento, promover a formação de pessoal, tendo em conta aspectos de:
- tipificação espacial (locais, regiões);
- temas a serem abordados;
- sazonalidade;
- público alvo.

Manejo para Conservação

A Coordenação Geral de Manejo para Conservação (CGESP) está ligada à Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Bio-
diversidade (DIBIO) e conta com três coordenações - de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (COABIO), de Análise e
Prognóstico de Risco à Biodiversidade (COAPRO), e de Planos de Ação de Espécies Ameaçadas de Extinção (COPAN), que avalia o risco de
extinção das espécies brasileiras, identifica cenários de perda dessa biodiversidade no país, e traça ações estratégicas para a conservação
dessa biodiversidade.

Coordenação geral de manejo e conservação:


Propor a normatização das ações de regulamentação para o manejo e conservação das espécies da biodiversidade brasileira;
Aprovar e supervisionar ações que são desempenhadas pelas unidades de conservação (UCs) federais, Coordenações Regionais, e
Centros nacionais de Pesquisa e Conservação, visando à conservação das espécies da fauna brasileira;
Supervisionar ações de ordenamento das informações sobre as espécies da biodiversidade brasileira, executadas pelas demais uni-
dades do ICMBio;
Supervisionar ações relacionadas à avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira, realizadas pelas demais uni-
dades do ICMBio;
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CONHECIMENTOS

Supervisionar o estudo de possíveis cenários de risco para a perda da biodiversidade;


Coordenar ações desenvolvidas pelos Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação na atuação como autoridade científica da Conven-
ção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna Selvagem em Perigo de Extinção (CITES),
Supervisionar a elaboração e a implementação, em articulação com órgãos governamentais, não governamentais e entidades priva-
das, de
- Planos de ação nacionais (PANs) para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, ou do patrimônio espeleológico, e espécies
dependentes de conservação;
- Programas de conservação de espécies relevantes para a biodiversidade, especialmente aquelas ameaçadas de extinção no Brasil, e
- Programas de manejo em cativeiro de espécies ameaçadas.

Coordenação de avaliação do estado de conservação da biodiversidade:


Coordena atividades relacionadas à avaliação do estado de conservação das espécies da fauna brasileira, realizadas pelos Centros
Nacionais de Pesquisa e Conservação;
Coordena atividades de publicação das informações sobre o estado de conservação das espécies da fauna brasileira, em especial
daquelas ameaçadas de extinção;
Analisa informações sobre a biodiversidade brasileira para subsidiar a atualização das listas nacionais oficiais de espécies ameaçadas
de extinção;
Elabora atos normativos relativos à avaliação do estado de conservação da biodiversidade;

Coordenação de análise e prognóstico de risco à biodiversidade:


Coordena atividades de geração, ordenamento, e análise de dados e informações qualificados sobre as espécies da biodiversidade
brasileira e sobre as ameaças à biodiversidade;
Avalia as pressões exercidas sobre as espécies da biodiversidade brasileira e sobre os ambientes, em especial em unidades de conser-
vação (UCs) federais;
Propõe o estabelecimento de estudos de possíveis cenários futuros sobre a conservação das espécies a fim de subsidiar o processo
decisório de gestão;
Elabora atos normativos relativos à análise e prognóstico de risco à biodiversidade.

Coordenação de planos de ação de espécies ameaçadas de extinção:


Coordena e monitora atividades de elaboração e implementação de planos de ação nacionais (PANs) para a conservação de espécies
ameaçadas de extinção, ou do patrimônio espeleológico, e espécies dependentes de conservação;
Coordena atividades de publicação dos planos de ação nacionais (PANs) para a conservação de espécies ameaçadas de extinção, ou
do patrimônio espeleológico, em articulação com os Centros Nacionais de Pesquisa e Conservação;
Acompanha o estabelecimento e a execução dos programas de manejo em cativeiro de espécies ameaçadas;
Elabora atos normativos relativos ao manejo das espécies ameaçadas de extinção;

Como obter recursos - Conservação e Manejo da Biodiversidade


O núcleo apoia a execução de projetos que contribuam para a conservação e uso sustentável da diversidade biológica e dos recursos
genéticos, bem como contribuam para a expansão e consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, para conser-
vação da natureza e utilização sustentável do entorno dessas unidades e outras legalmente protegidas.

Área de Atuação: Gestão Participativa de Unidades de Conservação


Esta área de atuação visa contribuir para a implementação de Unidades de Conservação de âmbito municipal, estadual e federal,
auxiliando o processo de planejamento e implementação das unidades e seu entorno em conformidade com as diretrizes estabelecidas
pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9.985/00 e Decreto nº 4.340/02), dando prioridade a práticas de processos
participativos de gestão.
As ações apoiadas devem buscar resultados que contribuam para a implementação das diferentes categorias de manejo das Unida-
des de Conservação descritas na Lei nº 9.985/00 e regulamentadas pelo Decreto nº 4.340/02, nas diferentes esferas de governo, tornado
possíveis ações de estruturação, planejamento e o manejo destas, para que, além de cumprir com os seus objetivos de criação, busque-se
integração dos órgãos gestores das unidades com a sociedade civil.

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CONHECIMENTOS

Ações

Apoio à Criação de Conselhos das Unidades de Conservação


Fortalecimento e Implementação de Conselhos de Unidades de Conservação
Elaboração de Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Revisão de Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Revisão de Áreas Protegidas para Adequá-las ao SNUC
Implementação das Ações Previstas nos Planos de Manejo de Unidades de Conservação
Implementação de Programas de Voluntariado
Elaboração ou Revisão de Memorial Descritivo (perímetro) de Ucs com Base de Dados Georreferenciados

Área de Atuação: Áreas Protegidas


Orientar o fomento de estratégias de proteção, implantação e implementação de sítios históricos e culturais, corredores ecológicos e
áreas outras protegidas por atos internacionais e atos públicos (mosaicos, corredores ecológicos, reservas da Biosfera, Sítios Ramsar, entre
outras).
Implementar estas Áreas Protegidas fomentando a execução de projetos que contribuam para o desenvolvimento das ações do Pro-
grama Áreas Protegidas no Brasil.
As ações desta área somente serão atendidas por meio de demanda induzida.

Área de Atuação: Conservação e Manejo da Biodiversidade


A área de atuação apoia projetos que contribuam para o conhecimento e a conservação de espécies silvestres, considerando, se
possível, preencher as lacunas de informação sobre estas espécies, a identificação das causas que levaram ao seu processo de extinção, a
geração de informações práticas sobre manejo, bem como informações que permitam a elaboração de políticas públicas específicas para
as espécies manejadas.

Ações

Elaboração de Planos de Ação para Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção


Elaboração de Planos de Ação para Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
Implementação de Planos de Ação para Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção
Implementação de Planos de Ação para Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção
Elaboração de Planos de Manejo de Espécies Invasoras
Implementação de Planos de Manejo de Espécies Invasoras
Caracterização / Diagnóstico da Biodiversidade

Área de Atuação: Uso Sustentável dos Recursos da Biodiversidade


Esta área de atuação apoia projetos que enfoquem a utilização de recursos da biodiversidade em forma e em ritmo tais que não levem
à diminuição da diversidade biológica em longo prazo, gerando alternativas econômicas para as comunidades envolvidas na área de atua-
ção, promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades com vistas à gestão ambiental responsável e à melhoria de qualidade
de vida destas comunidades.

Ações

Desenvolvimento Comunitário com Base Conservacionista

Importância da Biodiversidade
Resultados de pesquisas mostram que as caraterísticas e os rendimentos de ecossistemas dependem criticamente de sua biodiver-
sidade. A estabilidade dos ecossistemas depende, entre outras coisas, das relações complexas dos habitantes. Maciças intervenções hu-
manas em grande escala incomodam a constelação de espécies. Algumas espécies são dizimadas ou exterminadas, outras reproduzem-se
fortemente, imigram ou são introduzidas pelo homem. Os ecossistemas transformam-se ou são destruídas;

Principais ameaças a biodiversidade


Os impactos diretos e indiretos sobre a biodiversidade são resultantes da crescente ocupação humana sendo estas: a poluição, o uso
excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial além
da visível degradação de ambientes naturais remetendo desse modo à grande perda nos serviços ambientais, aos quais as sociedades são
altamente dependentes. Dessa maneira mudanças efetivas que levem à redução dos impactos causados no âmbito ambiental tornam se
essenciais. O que requer ações locais e gerais, grandes projetos e atividades, abordagem econômica e cultural, que podem ser conseguidos
através de práticas educação ambiental.
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CONHECIMENTOS

Importância de se preservar a biodiversidade


Razões de vária ordem estão na base deste princípio mundialmente aceite - da preservação:
- Motivos éticos, pois o ser humano tem o dever moral de proteger outras formas de vida, como espécie dominante no Planeta;
- Motivos estéticos, uma vez que as pessoas apreciam a natureza e gostam de ver animais e plantas no seu estado selvagem;
- Motivos económicos; a diminuição de espécies pode prejudicar atividades já existentes (pesca de uma espécie com elevado valor
comercial que está a desaparecer, como o Sável e Lampreia). Pode ainda comprometer a sua utilização futura (ex. para produção de medi-
camentos). Não podemos esquecer que pelo menos 40% da economia mundial e 80% das necessidades dos povos dependem dos recursos
biológicos;
- Motivos funcionais da natureza, dado que a redução da biodiversidade leva a perdas ambientais. Isto acontece porque as espécies
estão interligadas por mecanismos naturais com importantes funções (ecossistemas), como a regulação do clima; purificação do ar; prote-
ção dos solos e das bacias hidrográficas contra a erosão; controlo de pragas; etc.

Distribuição da biodiversidade
A biodiversidade aumenta dos polos em direção aos trópicos, embora os desertos representam uma exceção. As florestas tropicais em
terra e os recifes de corais estão entre os ecossistemas mais diversos e complexos do mundo. Em um mapa-múndi do grupo de trabalho
ao redor do Prof. Barthlott da Universidade Bonn mostra-se que as áreas com a flora mais diversa se encontram principalmente nos Andes
tropicais e no Sudeste Asiático, mas também na bacia do Amazonas, em Madagáscar e em partes da África Central e do Sul. Isto pode-se
aplicar mais ou menos à fauna também. No Parque Nacional Yasuni no Ecuador encontram-se, por exemplo, mais espécies de árvores por
hectare do que nos EUA e no Canadá juntos. Num único hectare vivem 100 mil espécies de insetos. Na Amazônia existem 40 mil espécies
vegetais, das quais 30 mil só encontram-se ali. Num só hectare até 20 mil espécies de besouros e 456 espécies de árvores foram classifica-
das. Na Amazônia, 95 espécies de formigas vivem em uma árvore só. Estas cifras quebram todos os recordes!

Formas de medir a biodiversidade


A biodiversidade mede-se através do número das espécies que existem por unidade de superfície. Quanto mais alto o número de es-
pécies por área, tanto maior a biodiversidade que se pode calcular com certos métodos, por exemplo através de um índice de diversidade.

O que é um hotspot da biodiversidade?


O conceito dos hotspots da biodiversidade foi elaborado por cientistas para controlar e unir os esforços de proteção de uma forma me-
lhor. Qualificam-se de hotspots da biodiversidade todas aquelas regiões do mundo nas quais existe um grande número de espécies animais
e vegetais endêmicas (ver abaixo as regiões demarcadas) e cuja natureza está particularmente ameaçada. Já no ano de 2000, cientistas
identificaram na revista científica “Nature” mais de 25 hotspots da biodiversidade, que ocupam só cerca de 1,4 por cento da superfície
terrestre, o que equivale aproximadamente a 2,1 milhões de metros quadrados. Contudo, quase a metade (44 %) de todas as espécies
vegetais conhecidas no mundo cresce aqui, mas só cerca de um terço destas áreas foi declarada Zona de Proteção Especial. Todos estes
hotspots são ameaçados por muitos fatores como, por exemplo, desmatamento em massa, queimadas e plantações industriais. Entre as
razões para isso estão a grande demanda de madeira tropical, a extensão da mineração e o cultivo de culturas agrícolas como dendezeiros,
cana-de-açúcar e soja. A caça furtiva comercial em aumento representa mais um problema grave.13

13 www.salveaselva.org
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CONHECIMENTOS

• Discos Protoplanetários: Berçários Planetários A partir da


DAS ANALISES A RESPEITO EVOLUÇÃO ESTELAR AO SURGI- evolução das nuvens moleculares, surgem os discos protoplanetá-
MENTO DE SISTEMAS SOLARES E PLANETÁRIOS COM BASE rios, compostos por gás, poeira e grãos sólidos. Nesses discos, ocor-
NA ASTRONOMIA, ESPECTROSCOPIA E RADIAÇÃO rem processos como a acreção, em que os grãos se unem e formam
planetesimais, que por sua vez podem colidir e dar origem a pla-
netas. Através da análise da radiação emitida por esses discos e da
— Evolução Estelar: Uma Jornada Cósmica espectroscopia, os astrônomos investigam as propriedades físicas e
A evolução estelar é um processo fascinante que nos permite químicas desses materiais em formação.
compreender a origem, a vida e o destino das estrelas no universo.
Por meio da astronomia, da espectroscopia e da análise da radia- • Planetas em Formação: Modelando o Nascimento dos Mun-
ção, os cientistas têm desvendado os segredos por trás da forma- dos À medida que planetesimais e planetas se formam nos discos
ção, do desenvolvimento e da transformação das estrelas ao longo protoplanetários, surgem sistemas planetários complexos. Utilizan-
do tempo. do técnicas como a espectroscopia e a análise da radiação, os cien-
tistas são capazes de estudar as atmosferas, composições químicas
• Formação Estelar: O Nascimento das Estrelas e características físicas desses planetas em formação. Além disso, a
A formação estelar ocorre em densas nuvens de gás e poeira detecção de exoplanetas tem proporcionado informações valiosas
interestelar. Sob a influência da gravidade, essas nuvens colapsam, sobre a diversidade planetária e os processos de formação em dife-
dando origem a regiões de alta densidade chamadas de nebulosas. rentes ambientes estelares.
Nesses ambientes, ocorrem fenômenos como a fragmentação e a
contração do material, levando à formação de um núcleo protos-
telar. • Habitabilidade e Busca por Vida
Um dos principais objetivos da pesquisa de sistemas solares
• Fusão Nuclear e Estrelas de Sequência Principal e planetários é identificar planetas potencialmente habitáveis e
Uma vez que o núcleo protostelar atinge condições extremas buscar sinais de vida fora da Terra. Através da espectroscopia, os
de temperatura e pressão, a fusão nuclear tem início. Através desse astrônomos analisam a composição atmosférica desses planetas
processo, os átomos de hidrogênio se combinam para formar hélio, em busca de gases indicativos de atividade biológica. A radiação
liberando uma quantidade imensa de energia. Esse estágio, conhe- eletromagnética desempenha um papel fundamental na detecção
cido como estrela de sequência principal, é quando a estrela está de exoplanetas e na investigação de suas características essenciais
em equilíbrio, produzindo energia a partir da fusão nuclear em seu para a habitabilidade.
núcleo.
Através da análise de dados coletados por telescópios espaciais
• Estágios Posteriores e Morte Estelar e terrestres, juntamente com avanços na tecnologia de espectros-
Conforme o hidrogênio no núcleo da estrela é consumido, ela copia e o estudo da radiação, os cientistas têm feito progressos
passa por mudanças estruturais e entra em novos estágios evolu- significativos na compreensão da formação e evolução de sistemas
tivos. Estrelas de massa baixa, como o nosso Sol, se expandem e solares e planetários. Essas descobertas nos permitem ampliar nos-
se tornam gigantes vermelhas antes de se transformarem em anãs so conhecimento sobre a diversidade de mundos existentes no uni-
brancas. Já estrelas de massa alta podem se tornar supernovas, li-
verso e explorar a possibilidade de vida além da Terra.
berando uma quantidade colossal de energia e formando objetos
compactos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros. Astronomia, espectroscopia e a análise da radiação são ferra-
mentas fundamentais para investigar os segredos cósmicos e ex-
Através da observação de estrelas em diferentes estágios evo- pandir nossa compreensão sobre a origem, evolução e habitabili-
lutivos, da análise do espectro de luz emitida e da investigação das dade de sistemas solares e planetários. O estudo desses fenômenos
propriedades da radiação, os astrônomos são capazes de recons- nos permite vislumbrar a complexidade e a beleza do universo, bem
truir a história da evolução estelar e entender os processos físicos como nossa própria conexão com o cosmos.
que ocorrem dentro das estrelas.
Ao explorar a evolução estelar, avançamos em nossa compre- — Desvendando o Universo através da Astronomia, Espec-
ensão do Universo e de nosso lugar nele. Esses estudos nos per- troscopia e Radiação
mitem investigar a formação de elementos químicos, a geração de A astronomia, a espectroscopia e o estudo da radiação desem-
campos magnéticos, a influência das estrelas na formação de sis- penham papéis fundamentais na exploração e compreensão do uni-
temas solares e planetários, e até mesmo buscar indícios de vida verso. Por meio dessas disciplinas, os cientistas podem analisar e
extraterrestre. Através da astronomia e de suas ferramentas de interpretar dados coletados de objetos celestes, revelando informa-
análise, continuamos a desvendar os mistérios cósmicos e a ampliar ções valiosas sobre a sua composição, estrutura e comportamento.
nossos horizontes no vasto universo estelar.
• Astronomia: A Observação do Universo A astronomia é a ciên-
— Surgimento de Sistemas Solares e Planetários: O Papel da
cia que estuda os corpos celestes, suas propriedades físicas, movi-
Astronomia, Espectroscopia e Radiação
mentos e interações. Utilizando telescópios e outros instrumentos,
O surgimento de sistemas solares e planetários é um dos fe-
nômenos mais intrigantes da astronomia. Por meio da análise de os astrônomos observam e registram dados sobre estrelas, galáxias,
dados obtidos por telescópios e sondas espaciais, combinada com nebulosas e outros objetos cósmicos. Essas observações fornecem
técnicas avançadas de espectroscopia e o estudo da radiação, os informações cruciais sobre a estrutura do universo, a formação e
cientistas têm desvendado os processos envolvidos na formação e evolução das estrelas, galáxias e sistemas planetários.
evolução desses sistemas.

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CONHECIMENTOS

• Espectroscopia: Decodificando a Luz Estelar A espectroscopia


é uma técnica que permite analisar a luz emitida ou absorvida por DA ELABORAÇÃO DE HIPÓTESES, PREVISÕES E ESTIMA-
objetos celestes. Ao decompor a luz em diferentes comprimentos TIVAS, EMPREGANDO INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO,
de onda, os astrônomos podem identificar elementos químicos pre- REPRESENTAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE MODELOS EXPLI-
sentes em estrelas, nebulosas e outras estruturas cósmicas. A aná- CATIVOS, A RESPEITO DE: ONDAS SONORAS, ÓPTICA,
lise espectral também fornece informações sobre a temperatura, MOVIMENTO HARMÔNICO E ONDULATÓRIO
velocidade e composição desses objetos, ajudando a compreender
os processos físicos que ocorrem no universo.
ÓPTICA
• Radiação: Uma Janela para o Cosmos A radiação eletromag- A óptica é um ramo da Física que estuda a luz ou, mais ampla-
nética é uma forma de energia que viaja pelo espaço e permite aos mente, a radiação eletromagnética, visível ou não. A óptica explica
astrônomos estudarem o universo. Diferentes comprimentos de os fenômenos de reflexão, refração e difração, a interação entre a
onda da radiação, como raios gama, raios-X, luz visível e ondas de luz e o meio, entre outras coisas. Geralmente, a disciplina estuda
rádio, revelam diferentes aspectos do cosmos. Por exemplo, a ra- fenômenos envolvendo a luz visível, infravermelha, e ultravioleta;
diação infravermelha é usada para detectar a formação de estrelas entretanto, uma vez que a luz é uma onda eletromagnética, fenô-
e planetas, enquanto a radiação de micro-ondas é utilizada para menos análogos acontecem com os raios X, micro-ondas, ondas de
investigar a radiação cósmica de fundo e estudar a estrutura do uni- rádio, e outras formas de radiação eletromagnética. A óptica, nesse
verso em grande escala. caso, pode se enquadrar como uma subdisciplina do eletromagne-
tismo. Alguns fenômenos ópticos dependem da natureza da luz e,
Através da astronomia, espectroscopia e do estudo da radia- nesse caso, a óptica se relaciona com a mecânica quântica. Segundo
ção, os cientistas avançam em seu conhecimento sobre a origem e o modelo para a luz utilizada, distingue-se entre os seguintes ra-
evolução do universo, a formação de sistemas solares e planetários, mos, por ordem crescente de precisão (cada ramo utiliza um mode-
e a busca por vida extraterrestre. Essas disciplinas nos permitem lo simplificado do empregado pela seguinte):
desvendar os mistérios cósmicos, expandir nossa compreensão do - Óptica geométrica: Trata a luz como um conjunto de raios que
universo e vislumbrar nossa própria existência dentro de um con- cumprem o princípio de Fermat. Utiliza-se no estudo da transmis-
texto cósmico mais amplo. são da luz por meios homogêneos (lentes, espelhos), a reflexão e a
Ao analisar dados astronômicos, decodificar espectros de luz refração.
e investigar a radiação eletromagnética, os cientistas continuam a - Óptica ondulatória: Considera a luz como uma onda plana,
explorar o cosmos e a desvendar os segredos do universo. Essas tendo em conta sua frequência e comprimento de onda. Utiliza-se
abordagens nos permitem desbravar o desconhecido, revelando a para o estudo da difração e interferência.
beleza e a complexidade do universo em constante evolução. - Óptica eletromagnética: Considera a luz como uma onda ele-
tromagnética, explicando assim a reflexão e transmissão, e os fenô-
menos de polarização e anisotrópicos.
Por meio da análise de dados astronômicos, o estudo da es-
- Óptica quântica ou óptica física: Estudo quântico da interação
pectroscopia e a investigação da radiação eletromagnética, a hu-
entre as ondas eletromagnéticas e a matéria, no que a dualidade
manidade tem alcançado avanços significativos na compreensão da
onda-corpúsculo joga um papel crucial.
evolução estelar, surgimento de sistemas solares e planetários, e
nos mistérios do cosmos em geral. A astronomia nos permite explo-
Modelo Corpuscular da Luz
rar a vastidão do universo, revelando informações sobre a estrutura
Influenciado pelo trabalho desenvolvido pelos gregos, o Isaac
do espaço, a formação e o destino das estrelas, além de desvendar Newton elaborou um modelo para explicar a natureza da luz, hoje
a diversidade de planetas e a possibilidade de vida extraterrestre. A popularizado como “a teoria da natureza corpuscular da luz.” Este
espectroscopia nos fornece uma ferramenta essencial para identifi- modelo sobre a luz baseia-se num fluxo de partículas muito micros-
car os elementos químicos presentes nas estrelas e outros objetos cópicas que são emitidas por meio de fontes luminosas. A ideia de
celestes, além de revelar detalhes sobre sua temperatura, veloci- partícula foi muito satisfatória a Newton, pois encaixava-se em seu
dade e composição. A análise da radiação eletromagnética em di- conceito de mundo, isto é, um modelo mecânico, determinista,
ferentes comprimentos de onda nos permite investigar fenômenos com corpos materiais em movimento, onde seria possível determi-
astrofísicos e obter insights valiosos sobre a origem e evolução do nar diversas grandezas ao mesmo tempo. Além disso, através do
universo. modelo corpuscular sobre a natureza da luz, Newton conseguia ex-
plicar fenômenos físicos como a reflexão e a refração, já conhecidos
na época.
A base de sustentação da teoria formulada por Newton esta-
va, justamente, na reputação que conquistou perante a sociedade
científica de sua época e de gerações de cientistas depois dele. A
obra de Newton é considerada uma das mais importantes formu-
lações científicas já elaboradas pelo homem e, certamente, o mo-
delo corpuscular foi sustentado devido a este enorme prestígio. No
entanto, não apenas fama e prestígio conquistou Newton. Houve
ferrenhos debates científicos, discussões envolvendo Newton e sua
teoria corpuscular, principalmente, com seu maior desafeto: Robert
Hooke. Dessa relação cientificamente conturbada com Hooke nas-
ceu a discussão sobre a natureza da luz.
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CONHECIMENTOS

Luz - Comportamento e princípios Roemer observou que o início do eclipse ocorria cada vez mais tar-
A luz, ou luz visível como é fisicamente caracterizada, é uma de à medida que T se afastava de J e encontrou um atraso máximo
forma de energia radiante. É o agente físico que, atuando nos ór- Dt = 996 s correspondente às posições T2 e J2, isto é, na oposição
gãos visuais, produz a sensação da visão. da Terra e Júpiter.
Energia radiante é aquela que se propaga na forma de ondas Este atraso Dt é o tempo gasto pela luz para percorrer o diâme-
eletromagnéticas, dentre as quais se pode destacar as ondas de rá- tro D da órbita terrestre.
dio, TV, micro-ondas, raios X, raios gama, radar, raios infravermelho, O mesmo método foi retomado por Glasenapp que encontrou
radiação ultravioleta e luz visível. Dt = 1 002 s. O erro mais importante vem do diâmetro da órbita
Uma das características das ondas eletromagnéticas é a sua ve- terrestre (2,99.108 km com um erro da ordem de 0,5%).
locidade de propagação, que no vácuo tem o valor de aproximada- Vê-se que a velocidade da luz no vácuo é cerca de 300 000
mente 300 mil quilômetros por segundo, ou seja:C=3.108 m/s km/s.

Podendo ter este valor reduzido em meios diferentes do vácuo. Método da roda dentada - (H. I. Fizeau, em 1849)
A luz que percebemos tem como característica sua frequência A luz de uma fonte S refletida por um vidro sem espelhamento
que vai da faixa de 4.1014 Hz (vermelho) até 8.1014 Hz(violeta). Esta G, conforme ilustramos, passa entre os dentes de uma roda denta-
faixa é a de maior emissão do Sol, por isso os órgãos visuais de to- da R e se reflete, a uma distância D da ordem de alguns quilôme-
dos os seres vivos estão adaptados a ela, e não podem ver além tros, em um espelho plano M. Uma lente concentra o feixe lumi-
desta, como por exemplo, a radiação ultravioleta e infravermelha. noso sobre a roda dentada, uma outra fornece um feixe de raios
sensivelmente paralelos e, por fim, uma terceira concentra os raios
Velocidade da luz. Princípio dos métodos ópticos sobre o espelho M.
Admitindo-se que a luz se propaga em movimento uniforme,
sua velocidade c é o quociente da distância percorrida D pelo inter-
valo de tempo Dt gasto em percorrê-la: c = D/Dt
É suficiente, portanto, medir D e Dt.
A velocidade da luz foi medida por diferentes métodos dos
quais exporemos apenas os principais.

Método Astronômico
Baseado na observação dos eclipses dos satélites de Júpiter,
por Olaus Roemer, em 1672 (1675 segundo outros autores), traba-
lhando no Observatório de Paris. Seja N o número de dentes da roda dentada, os quais apresen-
A Terra e Júpiter giram em torno do Sol, sendo as suas durações tam a mesma largura que os intervalos ou vazios. Façamos a roda
de revolução, respectivamente, um e doze anos. A ilustração a se- girar lentamente, com uma freqüência n tal que:
guir representa as órbitas da Terra (T) e de Júpiter (J) em torno do 1/N.n > 1/10 de segundo
Sol (S) assim como a órbita de um dos satélites de Júpiter (o mais sendo 1/10 de segundo a duração da persistência das impres-
próximo). sões luminosas (persistência retiniana). Em 1/10 de segundo a luz
pode percorrer 30 000 km, em conseqüência, o observador coloca-
do atrás do vidro sem espelhamento G não percebe a luz de retorno
senão periodicamente.
Aumentemos a freqüência (1/N.n < 1/10 de segundo) ; devido
à persistência das impressões luminosas, o observador vê a luz de
retorno de maneira contínua. Aumentando ainda mais a freqüência
da roda, dando-se a n um valor tal que durante o tempo Dt, gasto
pela luz para realizar a ida e a volta 2D, um dente assuma o lugar de
um vazio: o feixe luminoso de retorno é interceptado, diz-se que há
eclipse. A velocidade procurada é portanto:
c = 2D/Dt com Dt = 1/2N.n vem c = 4NnD
Nas experiências, quando se faz n variar, o clarão da imagem
de retorno passa, em realidade, por um mínimo, disto resultando
alguma imprecisão quanto ao valor de n.
Sendo o erro relativo Dn/n tanto menor quanto maior for n,
Em cada uma de suas revoluções este satélite entra no cone aumenta-se a freqüência a fim de obter um outro eclipse corres-
de sombra de Júpiter e desaparece para o observador terrestre; ele pondente à passagem de:
gira com velocidade constante e pode-se medir o intervalo de tem- k dentes, k vazios e um dente,
po t entre duas entradas consecutivas no cone de sombra. em lugar de um dente. Por outro lado há interesse em aumen-
Se a distância TJ fosse fixa, o desaparecimento do satélite seria tar a distância D para não ser necessário dar à roda uma freqüência
observado sempre a intervalos de tempo iguais. Ora, esta distância perigosa.
varia entre um mínimo e um máximo. Determina-se então t1, pe- Nas experiências de Perrotin (1902) utilizou-se k = 32 e D = 46
ríodo do satélite para a posição T1J1 (conjunção), e calculam-se as km.
horas em que deveriam ser observados todos os eclipses seguintes.
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CONHECIMENTOS

Método do espelho girante


Um delgado feixe de raios de luz, saído de uma fenda S, atravessa um vidro sem espelhamento G e uma lente (não representados na
ilustração abaixo) sendo em seguida refletido por um espelho girante msituado no centro de um espelho côncavo M, fixo.

Sejam S1 a imagem que se obteria da fenda S se o espelho não cortasse os raios luminosos e S’ a imagem de S no espelho côncavo.
Quando o espelho m não gira, o raio refletido pelo espelho côncavo M volta segundo S’OS.
E.Mail-Autoremos por Dt o intervalo de tempo gasto pela luz para percorrer a distância 2D; teremos:
Dt = 2D/c
A seguir, dá-se ao espelho uma freqüência assaz grande para que ele tenha girado de um ângulo aapreciável duran-
te o intervalo de tempo Dt. A luz que se reflete em m no instante zero continua seu caminho para M independentemen-
te do movimento do espelho m, reflete-se em M e, na volta, não mais encontrara no mesmo lugar o espelho m que terá gira-
do de um ângulo a. Então o espelho m fornece de S’ uma imagem S2 tal que S1OS2 = 2a, de acordo com uma propriedade bem
conhecida dos espelhos girantes (“para um raio incidente fixo, quando o espelho gira de a o correspondente raio refletido gira de 2a”).
O raciocínio que terminamos de fazer para a posição inicial m do espelho girante permanece valida para uma posição inicial qualquer; S’
mudaria de posição, mas ainda encontraríamos a imagem S2 tal que S1OS2 = 2a desde que, bem entendido, a freqüência do espelho seja
mantida constante.
Em conseqüência, enquanto S’ varre o espelho M, a imagem S” permanece fixa.
O feixe de raios OS” reflete-se no vidro sem espelhamento (ilustrado acima) e sua direção é marcada por meio de uma luneta. Do
ângulo 2a medido deduz-se a velocidade da luz c.
E.Mail-Autoremos por n a freqüência do espelho. O ângulo a descrito durante o tempo Dt tem o valor:
a = 2pnDt
de outro lado: Dt = 2D/c
vem, portanto:
2a = 8pnD/c
Nas experiências de Foucault os valores adotados eram n = 800 Hz, D = 20 m, donde 2a = 0,001 4 rad, ou seja, 4,8’ (ângulo perfeita-
mente determinável).

Fonte: www.profcordella.com.br
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CONHECIMENTOS

Divisões da Óptica Fontes secundárias: Também chamadas de corpos ilumina-


Óptica Física: estuda os fenômenos ópticos que exigem uma dos, são os corpos que enviam a luz que recebem de outras fontes,
teoria sobre a natureza das ondas eletromagnéticas. como por exemplo, a Lua, os planetas, as nuvens, os objetos visíveis
que não têm luz própria.
Óptica Geométrica: estuda os fenômenos ópticos em que apre-
sentam interesse as trajetórias seguidas pela luz. Fundamenta-se Quanto às suas dimensões, uma fonte pode ser classificada
na noção de raio de luz e nas leis que regulamentam seu compor- como:
tamento.
Pontual ou puntiforme: uma fonte sem dimensões considerá-
Conceitos Básicos veis que emite infinitos raios de luz.
Raios de luz: são a representação geométrica da trajetória da
luz, indicando sua direção e o sentido da sua propagação. Por exem-
plo, em uma fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz,
embora apenas alguns deles cheguem a um observador. Represen-
ta-se um raio de luz por um segmento de reta orientado no sentido
da propagação.

Feixe de luz: é um conjunto de infinitos raios de luz; um feixe


luminoso pode ser:
Cônico convergente: os raios de luz convergem para um ponto;
Extensa: uma fonte com dimensões consideráveis em relação
ao ambiente.

Cônico divergente: os raios de luz divergem a partir de um pon-


to;

Meios de Propagação da Luz


Os diferentes meios materiais comportam-se de forma diferen-
Cilíndrico paralelo: os raios de luz são paralelos entre si. te ao serem atravessados pelos raios de luz, por isso são classifica-
dos em:

Meio transparente: é um meio óptico que permite a propaga-


ção regular da luz, ou seja, o observador vê um objeto com nitidez
através do meio. Exemplos: ar, vidro comum, papel celofane, etc.

Meio translúcido: é um meio óptico que permite apenas uma


propagação irregular da luz, ou seja, o observador vê o objeto atra-
Fontes de Luz vés do meio, mas sem nitidez.
Tudo o que pode ser detectado por nossos olhos, e por outros
instrumentos de fixação de imagens como câmeras fotográficas, é a Meio opaco: é um meio óptico que não permite que a luz se
luz de corpos luminosos que é refletida de forma difusa pelos cor- propague, ou seja, não é possível ver um objeto através do meio.
pos que nos cercam. Fonte de luz são todos os corpos dos quais se
podem receber luz, podendo ser fontes primárias ou secundárias. Fenômenos Ópticos
Ao incidir sobre uma superfície que separa dois meios de pro-
Fontes primárias: Também chamadas de corpos luminosos, são pagação, a luz sofre algum, ou mais do que um, dos fenômenos a
corpos que emitem luz própria, como por exemplo, o Sol, as estre- seguir:
las, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa.

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CONHECIMENTOS

Reflexão regular: a luz que incide na superfície e retorna ao mesmo meio, regularmente, ou seja, os raios incidentes e refletidos são
paralelos. Ocorre em superfícies metálicas bem polidas, como espelhos.

Reflexão difusa: a luz que incide sobre a superfície volta ao mesmo meio, de forma irregular, ou seja, os raios incidentes são paralelos,
mas os refletidos são irregulares. Ocorre em superfícies rugosas, e é responsável pela visibilidade dos objetos.

Refração: a luz incide e atravessa a superfície, continuando a se propagar no outro meio. Ambos os raios (incidentes e refratados) são
paralelos, no entanto, os raios refratados seguem uma trajetória inclinada em relação aos incididos. Ocorre quando a superfície separa
dois meios transparentes.

Absorção: a luz incide na superfície, no entanto não é refletida e nem refratada, sendo absorvida pelo corpo, e aquecendo-o. Ocorre
em corpos de superfície escura.

Princípio da independência dos raios de luz


Quando os raios de luz se cruzam, estes seguem independentemente, cada um a sua trajetória.

Princípio da propagação retilínea da luz


Todo o raio de luz percorre trajetórias retilíneas em meios transparentes e homogêneos.

Um meio homogêneo é aquele que apresenta as mesmas características em todos os elementos de volume.

Um meio isótropo, ou isotrópico, é aquele em que a velocidade de propagação da luz e as demais propriedades ópticas independem
da direção em que é realizada a medida.

Um meio ordinário é aquele que é, ao mesmo tempo, transparente, homogêneo e isótropo, como por exemplo, o vácuo.

Propagação Retilínea da Luz: Em um meio homogêneo e transparente a luz se propaga em linha reta. Cada uma dessas “retas de luz”
é chamada de raio de luz.

Reversibilidade dos Raios de Luz: Se revertermos o sentido de propagação de um raio de luz ele continua a percorrer a mesma traje-
tória, em sentido contrário.

O terceiro princípio pode ser verificado, por exemplo, na situação em que um motorista de táxi e seu passageiro, este último no banco
de trás, conversam, um olhando para o outro através do espelho central retrovisor.
O domínio de validade da óptica geométrica é o de a escala em estudo ser muito maior do que o comprimento de onda da luz conside-
rada e em que as fases das diversas fontes luminosas não têm qualquer correlação entre si. Assim, por exemplo é legítimo utilizar a óptica
geométrica para explicar a refração mas não a difração. Todos os três princípios podem ser derivados do Princípio de Fermat, de Pierre
de Fermat, que diz que quando a luz vai de um ponto a outro, ela segue a trajetória que minimiza o tempo do percurso (tal princípio foi
utilizado por Bernoulli para resolver o problema da braquistócrona. Note a semelhança entre os enunciados do princípio e do problema).
A óptica geométrica fundamentalmente estuda o fenômeno da reflexão luminosa e o fenômeno da refração luminosa. O primeiro
fenômeno tem sua máxima expressão no estudo dos espelhos, enquanto que o segundo, tem nas lentes o mesmo papel. Durante sua
propagação no espaço, a onda propicia fenômenos que acontecem naturalmente e frequentemente.
O conhecimento dos fenômenos ondulatórios culminou em várias pesquisas de importantes cientistas, como Christiaan Huygens e
Thomas Young, estes defendiam que a luz tinha características ondulatórias e não corpusculares como Isaac Newton acreditava, isso foi
possível mediante a uma importante experiência feita por Young, a da “Dupla fenda”, baseada no fenômeno de interferência e difração,
inerente às ondas. Mais tarde, outro cientista célebre chamado Heinrich Rudolf Hertz, runescape fotoelétrico que foi muito bem entendido
e explicado pelo físico Albert Einstein, o que lhe rendeu o Nobel de Física.
Essa contradição permitiu à luz ter caráter dualista, ou seja, ora se comporta como onda ora como partícula. Outro exemplo importan-
te foi o de Gauss, no campo da óptica, com suas descobertas e teorias sobre a reflexão da luz em espelhos esféricos e criador das fórmulas
que permite calcular a altura e distância de uma imagem do espelho com relação ao objeto.
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CONHECIMENTOS

Reflexão
Há muitos séculos, curiosos gregos como Heron de Alexandria tentavam desvendar os mistérios da natureza, em especial a ele a
reflexão luminosa. Atualmente os conhecimentos adquiridos sobre este campo culminaram, em parte, na contemporânea mecânica quân-
tica, cientistas como Niels Bohr (com seu modelo atômico mais complexo) perpassaram por estudos na área da reflexão, quando um de
seus postulados dizia que fótons poderiam interagir com os elétrons da camada mais exterior da eletrosfera de um átomo, excitando-os
e proporcionando-os a estes os chamados saltos quânticos que resultariam na “devolução” da radiação(pacote destes fótons) incidente.
A reflexão, no entanto, não vale só para as ondas luminosas e sim para todas as ondas, ou seja, acústica, do mar, etc. Tomando como
exemplo ondas originadas de inúmeras perturbações superficiais (pulsos) periódicas em um balde largo e comprido de água inerte (para-
da), percebe-se que as ondas se propagam no meio “batem” nas paredes do recipiente e “voltam” sem sofrerem perdas consideráveis de
energia, esse fenômeno é chamado de reflexão.
Os estudos do grego Alexandria resultaram na conclusão de que as ondas luminosas, natureza de onda estudada por ele, incidiam
sobre um espelho e eram refletidas, e ainda que o ângulo de incidência é igual ao de reflexão. Esta teoria, aceita até os dias atuais, é válida
para todas as naturezas de onda, com exceção à acústica, por se propagar em todas as direções (tridimensional).

Quando são refletidos em uma superfície rugosa:

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CONHECIMENTOS

Refração

Leis da Refração
1. Os raios de onda incidente, refratado e normal são coplanares.
2. Lei de Snell - Descartes: a frequência e a fase não variam. A velocidade de propagação e o comprimento de onda variam na mesma
proporção.

Fonte: osfundamentosdafisica.blogspot.com

Difração
Uma onda quando perpassa um obstáculo que possui a mesma ordem de grandeza de seu comprimento de onda, apresenta um
fenômeno denominado difração, modificando sua direção de propagação e contornando um obstáculo. Esse fenômeno foi estudado pelo
físico Thomas Young e representado em sua experiência junto ao de interferência - utilizado pra provar a característica ondulatória da luz.
Se uma pessoa tentar se comunicar com outra, sendo estes separados por uma parede espessa e relativamente alta, os dois se ouvirão
em uma conversa, isso é possível graças ao fenômeno de difração, pois como a onda sonora possui um comprimento de onda na escala
métrica, esta contornar a parede e atingir os ouvidos dos indivíduos. A luz não poderia contornar a parede, pois possui um comprimento
de onda na escala manométrica o que faz os indivíduos não se verem apenas se escutarem.

Absorção
No fenômeno de Absorção a luz incidente em um corpo não se reflete e nem se refrata. A luz, que é uma forma de energia radiante,
é absorvida em S, aquecendo-a. Ocorre, por exemplo, nos corpos de superfície preta (corpos negros).

Interferência
É quando duas ondas, simultaneamente, se propagam no mesmo meio. Denomina-se então uma superposição de ondas. Quando
ocorre o encontro entre duas cristas ambas aumentam sua amplitude. Quando dois vales se encontram sua amplitude é igualmente au-
mentada e os dois abaixam naquele ponto. Quando um vale e uma crista encontram-se, ambos irão querer puxar cada elevação para o seu
lado. Se as amplitudes forem iguais elas se cancelam (a=0). Se as amplitudes foram diferentes elas se subtraem.

Polarização
A polarização é um fenômeno que pode ocorrer apenas com ondas transversais, aquelas em que a direção de vibração é perpendicular
à de propagação, como a produzida em uma corda esticada. A onda é chamada polarizada quando a vibração ocorre em uma única direção.
Polarizar uma onda significa orientá-la em uma única direção ou plano.

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CONHECIMENTOS

Dioptro
É todo o sistema formado por dois meios homogêneos e transparentes. Quando esta separação acontece em um meio plano, chama-
mos então, dioptro plano.

A figura acima representa um dioptro plano, na separação entre a água e o ar, que são dois meios homogêneos e transparentes.

Formação de imagens através de um dioptro


Considere um pescador que vê um peixe em um lago. O peixe encontra-se a uma profundidade H da superfície da água. O pescador o
vê a uma profundidade h. Conforme mostra a figura abaixo:

A fórmula que determina esta distância é:

Onde n é o índice de refração

Prisma
Um prisma é um sólido geométrico formado por uma face superior e uma face inferior paralelas e congruentes (também chamadas de
bases) ligadas por arestas. As laterais de um prisma são paralelogramos. No entanto, para o contexto da óptica, é chamado prisma o ele-
mento óptico transparente com superfícies retas e polidas que é capaz de refratar a luz nele incidida. O formato mais usual de um prisma
óptico é o de pirâmide com base quadrangular e lados triangulares.

A aplicação usual dos prismas ópticos é seu uso para separar a luz branca policromática nas sete cores monocromáticas do espectro
visível, além de que, em algumas situações poder refletir tais luzes.

Funcionamento do prisma
Quando a luz branca incide sobre a superfície do prima, sua velocidade é alterada, no entanto, cada cor da luz branca tem um índice
de refração diferente, e logo ângulos de refração diferentes, chegando à outra extremidade do prima separadas.

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CONHECIMENTOS

Tipos de prismas
- Prismas dispersivos são usados para separar a luz em suas cores de espectro.

- Prismas refletivos são usados para refletir a luz.


- Prismas polarizados podem dividir o feixe de luz em componentes de variadas polaridades.

Efeito Fotoelétrico14
O efeito fotoelétrico ocorre quando uma placa metálica é exposta a uma radiação eletromagnética de frequência alta, por exemplo,
um feixe de luz, e este arranca elétrons da placa metálica.
efeito fotoelétrico parece simples, mas intrigou bastantes cientistas, só em 1905 Einstein explicou devidamente este efeito e com isso
ganhou o Prêmio Nobel.
Uma das dúvidas que se tinha a respeito era que quanto mais se diminuía a intensidade do feixe de luz o efeito ia desaparecendo e a
respeito da frequência da fonte luminosa também intrigava muito os cientistas, pois ao reduzir a frequência da fonte abaixo de um certo
valor o efeito desaparecia (chamado de frequência de corte), ou seja, para frequências abaixo deste valor independentemente de qualquer
que fosse a intensidade, não implicava na saída de nenhum único elétron que fosse da placa metálica.
Mais tarde Einstein com a teoria dos fótons explicou que, a intensidade de luz é proporcional ao número de fótons e que como
consequência determina o número de elétrons a serem arrancados da superfície da placa metálica e, quanto maior a frequência maior
é a energia adquirida pelos elétrons assim eles saem da placa e abaixo da frequência de corte, os elétrons não recebem nenhum tipo de
energia, assim não saem da placa.

Placa metálica incidida por luz e perdendo elétrons devido o efeito fotoelétrico.

Espelhos Planos

Fonte:www.infoescola.com

Características da imagem:
-mesma distância que o objeto
-mesma altura
-direita (mesmo sentido que o objeto)
-inversa
-virtual

14 https://www.infoescola.com/fisica/efeito-fotoeletrico/
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CONHECIMENTOS

Espelhos Esféricos
É uma calota esférica que possui uma de suas partes polida e com alto poder de reflexão. Esse espelho pode ser classificado de acordo
com a superfície refletora. Se essa for interna, o espelho é côncavo; e se a superfície refletora é a externa, o espelho é convexo. Os espe-
lhos esféricos, tanto côncavos quanto convexos, são muito utilizados em nosso cotidiano. Nos estojos de maquiagem, nos refletores atrás
das lâmpadas de sistema de iluminação e projeção (lanternas e faróis, por exemplo), nas objetivas de telescópios, etc., são utilizados os
espelhos esféricos côncavos. Já os espelhos esféricos convexos são utilizados, por exemplo, em retrovisores de automóveis.

Espelhos Côncavos: É toda e qualquer superfície espelhada (refletora), na forma de uma calota esférica. O espelho esférico pode ser
côncavo ou convexo, dependendo da face onde se encontra a superfície refletora.
Se a parte espelhada for interna, o espelho chama-se côncavo.
Se a parte espelhada for externa, então o espelho é convexo.

Vejamos como devem ser feitos os raios de luz para a formação da imagem:

Fonte:www.infoescola.com

Vamos analisar cada caso


Objeto entre o centro de curvatura e o foco

Características da imagem
-invertida
-depois do centro de curvatura
-maior que o objeto
-real
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CONHECIMENTOS

Objeto depois do centro de curvatura

Características da imagem
-entre o centro de curvatura e o foco
-menor que o objeto
-invertida
-real

Objeto no centro de curvatura

Características da imagem:
-Real
-invertida
-imagem no centro de curvatura
-mesmo tamanho do objeto

Objeto entre o foco e o vértice

Características da imagem:
-virtual
-direita
-maior que o objeto

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CONHECIMENTOS

Espelhos Convexos
Proporcionam um amplo campo de visão

Fonte:www.infoescola.com

Características da imagem:
-virtual
-menor
-direita

Lentes esféricas convergentes


- Em uma lente esférica com comportamento convergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando direções que
convergem a um único ponto.
- Tanto lentes de bordas finas como de bordas espessas podem ser convergentes, dependendo do seu índice de refração em relação
ao do meio externo.
- O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração do meio externo. Nesse caso, um exemplo
de lente com comportamento convergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):

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CONHECIMENTOS

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo de lente com
comportamento convergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):

Lentes esféricas divergentes


Em uma lente esférica com comportamento divergente, a luz que incide paralelamente entre si é refratada, tomando direções que di-
vergem a partir de um único ponto. Tanto lentes de bordas espessas como de bordas finas podem ser divergentes, dependendo do seu ín-
dice de refração em relação ao do meio externo. O caso mais comum é o que a lente tem índice de refração maior que o índice de refração
do meio externo. Nesse caso, um exemplo de lente com comportamento divergente é o de uma lente bicôncava (com bordas espessas):

Já o caso menos comum ocorre quando a lente tem menor índice de refração que o meio. Nesse caso, um exemplo de lente com
comportamento divergente é o de uma lente biconvexa (com bordas finas):

Fonte: www.brasilescola.com

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CONHECIMENTOS

Óptica da Visão
Na Física, o estudo do comportamento dos raios luminosos em relação ao globo ocular é conhecido como óptica da visão. Para enten-
der a óptica da visão será necessário estudar, anteriormente, a estrutura do olho humano.
Nossos olhos são constituídos de vários meios transparentes que levam os raios luminosos até a retina (onde se formam as imagens).
Observe a figura abaixo:

Na óptica da visão é importante entender a função das partes mais importantes na formação de imagens no globo ocular. Vamos ver
estas partes e suas funções:
O cristalino funciona como uma lente convergente biconvexa.
A pupila funciona como um diafragma, controlando a quantidade de luz que penetra no olho.
Os músculos ciliares alteram a distância focal do cristalino, comprimindo-o.
A retina é a parte do olho sensível à luz. É nesta região que se formam as imagens.
Para que o olho consiga formar uma imagem com nitidez, um objeto é focalizado variando-se a forma do cristalino. Essa variação da
distância focal do cristalino é feita pelos músculos ciliares, através de uma maior ou menor compressão destes sobre o cristalino. Esse
processo é chamado de acomodação visual.
O sistema óptico do globo ocular forma uma imagem real e invertida no fundo do olho, mais precisamente na retina. Como esta re-
gião é sensível à luz, as informações luminosas são transformadas em sinais elétricos que escoam pelo nervo óptico até o centro da visão
(região do cérebro). O cérebro trata de decodificar estes sinais elétricos e nos mostrar a imagem do objeto focalizado.

Fonte: www.fisioterapiaparatodos.com

Pela figura acima, nota-se que as pessoas que possuem miopia, tem um olho mais longo, formando a imagem antes e com a lente
divergente, forma a imagem no foco.
As pessoas que tem hipermetropia, tem olhos longos, formando a imagem depois do foco e com a lente convergente a imagem fica
correta.
E o astigmatismo torna a imagem distorcida.

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CONHECIMENTOS

Adaptação visual
Chama-se adaptação visual a capacidade apresentada pela pupila de se adequar a luminosidade de cada ambiente, comprimindo-se
ou dilatando-se. Em ambientes com grande luminosidade a pupila pode atingir um diâmetro de até 1,5mm, fazendo com que entre menos
luz no globo ocular, protegendo a retina de um possível ofuscamento. Já em ambientes mais escuros, a pupila se dilata, atingindo diâmetro
de até 10mm. Assim a incidência de luminosidade aumenta no globo ocular, possibilitando a visão em tais ambientes.

Acomodação visual
As pessoas que tem visão considerada normal, emétropes, têm a capacidade de acomodar objetos de distâncias de 25 cm em média,
até distâncias no infinito visual.

Ponto próximo
A primeira distância (25cm) corresponde ao ponto próximo, que é a mínima distância que um pessoa pode enxergar corretamente. O
que caracteriza esta situação é que os músculos ciliares encontram-se totalmente contraídos.
Neste caso, pela equação de Gauss:

Considerando o olho com distância entre a lente e a retina de 15mm, ou seja, p’=15mm:

Neste caso, o foco da imagem será encontrado 14,1mm distante da lente.

Ponto remoto
Quanto à distância infinita, corresponde ao ponto remoto, que a distância máxima alcançada para uma imagem focada. Nesta situação
os músculos ciliares encontram-se totalmente relaxados.
Da mesma forma que para o ponto próximo, podemos utilizar a equação de Gauss, para determinar o foco da imagem.

No entanto, é um valor indeterminado, mas se pensarmos que infinito corresponde a um valor muito alto, veremos que esta divi-
são resultará em um valor muito pequeno, podendo ser desprezado. Assim, teremos que:

Muitas vezes não temos muitos dados no exercício, fala simplesmente em ampliação. Ex: o objeto foi aumentado em 2 vezes.
Para isso, utilizamos a fórmula:

Onde:
I=tamanho da imagem
O=tamanho do objeto
P’=distância da imagem até o vértice
P=distância do objeto até o vértice
F=distância focal

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CONHECIMENTOS

Ilusão de Óptica
Ilusão de óptica são imagens que enganam momentaneamente o cérebro deixando o inconsciente confuso e fazendo com que este
capte ideias falsas, preenchendo espaços que não ficam claros à primeira vista. Podem ser fisiológicas quando surgem naturalmente ou
cognitivas quando se cria com artifícios visuais. Uma das mais famosas imagens, que causa ilusão de óptica, foi criada em 1915 pelo cartu-
nista W. E. Hill. Nesta figura duas imagens podem ser vistas. Uma é uma garota, posicionada de perfil olhando para longe, a outra é o rosto
de uma senhora idosa que olha para o chão.

Instrumentos Ópticos15

Lupa

É o instrumento óptico de ampliação mais simples que existe. Sua principal finalidade é a obtenção de imagens ampliadas, de tal
maneira que seus menores detalhes possam ser observados com perfeição. A lupa, também é chamada de microscópio simples e consiste
em uma lente convergente, logo, cria imagens virtuais. Em linhas gerais, qualquer lente de aumento pode ser considerada como uma lupa.
Há tipos que constam de um suporte contendo a lente, uma armação articulada, onde é colocada a lâmina que contém o objeto a ser
observado e um espelho convergente (o condensador) para concentrar os raios luminosos sobre o objeto. Este deve ser colocado a uma
distância da lente, menor que a distância focal da mesma. Há uma condição para que a imagem formada seja nítida. De acordo com o foco
objeto da lente usada como lupa, temos uma distância mínima de visão nítida. Se a lente for colocado próximo a um objeto numa distância
menor que a sua distância mínima de visão nítida, a imagem não será visível.

Luneta

As lunetas astronômicas são instrumentos ópticos de aproximação, são usadas na observação de objetos muitos distante. As lunetas
astronômicas são instrumentos formados por dois sistemas ópticos distintos: uma lente objetiva de grande distância focal que proporciona
uma imagem real e invertida do objeto observado, e uma lente ocular com distância focal menor que proporciona uma imagem virtual e
invertida do objeto. Os dois sistemas são colocados nas extremidades opostos de um conjunto de tubos concêntricos, que se encaixam
um nos outros fazendo variar à vontade o comprimento do conjunto a fim de focar melhor objeto a ser observado. As lunetas de grande
porte e alta capacidade de ampliação são dotadas de uma luneta menor pesquisadora, já que as primeiras possuem um campo de visão. A
principal diferença entre as lunetas astronômicas e terrestres é, além do porte, a posição da imagem. Aquelas apresentam a imagem final
invertida, e essas apresentam a imagem na posição real do objeto já que possuem sistemas de lentes adicionais entre a objetiva e a ocular.

15 Por ZILZ, Denis


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CONHECIMENTOS

Microscópio Binóculos

É um instrumento de óptica, com lentes, que possibilitam um


grande alcance da visão. É composto por um par de tubos, interli-
gados por um sistema articulado, sendo que cada tubo possui igual-
O microscópio composto, ou simplesmente, microscópio, é mente uma lente objetiva (que fica na extremidade do binóculos,
um instrumento óptico utilizado para observar regiões minúsculas mais próxima do objeto a ser visto) e uma lente ocular (que fica
cujos detalhes não podem ser distinguidos a olho nu. É baseado no mais próxima dos olhos) e entre elas, um sistema de prismas. Há
conjunto de duas lentes. A primeira é a objetiva que é fortemente ainda um sistema de foco, situado entre os tubos do binóculo.
convergente (fornece uma imagem real e invertida) e possui peque- Há dois tipos de prisma, que definem a qualidade da imagem
na distância focal, fica voltada para o objeto e forma no interior do e o preço do binóculo. O prisma Roof é o tipo mais complexo e é
aparelho a imagem do mesmo. A segunda é ocular também com mais caro. Os binóculos que possuem este sistema, tem os tubos
pequena distância focal, menos convergente que a objetiva, permi- retos, como os telescópios. O prisma Porro é mais simples, mas tem
te ao observador ver essa mesma imagem, ao formar uma imagem melhor percepção da profundidade, isto porque as objetivas não
final virtual e direita. Essas lentes são colocadas diametralmente em estão alinhadas com as oculares. Elas ficam mais afastadas entre si.
extremidades opostas de um tubo, formando o conjunto chamado O binóculo primitivo era de uma objetiva com uma lente con-
de canhão. O sistema que permite o afastamento ou aproximação vergente no meio de duas lentes divergentes e uma lente ocular de
do conjunto ocular – objetiva permite uma melhor visualização do sentido inverso. Atualmente é constituído de uma lente ocular e de
campo observado ao focalizá-lo. outra objetiva baseada nas lunetas astronômicas, onde é utilizado
o método poli prisma. Esse equipamento é adequado para visuali-
Câmera Fotográfica zação terrestre, marítima e, em alguns casos, astronômica. Como é
utilizada a visão dos dois olhos em simultâneo, ao olhar-se por um
binóculo tem-se uma percepção da profundidade da cena, ou seja,
visão tridimensional: pode-se notar a largura, altura e profundida-
de. As lunetas e telescópios não tem essa capacidade.
- A qualidade da imagem de um binóculo depende de cinco
fatores:
- Alinhamento da ótica
- Qualidade das lentes
- Qualidade dos prismas
- Tratamento dado às superfícies dos óticos
- Estabilidade mecânica do corpo e do mecanismo de focaliza-
A câmera fotográfica como um instrumento óptico de projeção, ção.
se baseia no princípio de que um objeto visto através de uma len-
te convergente, a uma distância maior que a distância da mesma, Os binóculos possuem dois números impressos em seu corpo,
produz uma imagem real e invertida, e mais ainda: seu tamanho é do tipo: 7x50, 12x60, 20x70. O primeiro número significa a magni-
inversamente proporcional à distância foco objeto. A lente ou siste- ficação (ou aumento) e o segundo, o tamanho (em milímetros) da
ma de lente empregada recebe o nome de objetiva. É importante objetiva. Quanto maior a objetiva, mais luz entra e melhor será a vi-
que a imagem seja projetada sobre o filme, se a mesma se formar sualização das imagens. Os modelos que possuem lentes coloridas
antes ou depois do filme teremos uma foto fora de foco. Por isso, (vermelhas) recebem esse acabamento para diminuir a reflexão,
ajusta-se as lentes objetivas a fim de que obtenha-se uma imagem sendo um tratamento antirreflexo, permitindo diminuir as aberra-
nítida. Quando em foco, a imagem que formada no filme fotográfi- ções cromáticas. No máximo, apenas ajudam a “quebrar” o excesso
co é real e invertida. de luz em ambientes como praia ou montanhas com neve.
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CONHECIMENTOS

• Planejamento e projeto: Necessidade de considerar os princí-


DAS INVESTIGAÇÕES E ANÁLISES DO FUNCIONAMENTO pios da hidrostática e hidrodinâmica no planejamento e projeto de
DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS E/OU ELETRÔNICOS E SIS- novos sistemas de saneamento, visando a eficiência, a segurança e
TEMAS DE AUTOMAÇÃO PARA COMPREENDER AS TECNO- a sustentabilidade.
LOGIAS CONTEMPORÂNEAS QUE UTILIZAM: CIRCUITOS
ELÉTRICOS; ELETROMAGNETISMO E EFEITO FOTOELÉ- • Intervenções e melhorias: Exploração de técnicas e ações
TRICO para promover melhorias nos sistemas de saneamento, como a
manutenção preventiva, a otimização de redes, a identificação de
pontos de estrangulamento e a implementação de tecnologias mais
Prezado candidato, o tema supracitado já foi abordado em tó- eficientes.
picos anteriores
A investigação e análise da hidrostática e hidrodinâmica em
serviços básicos de saneamento são fundamentais para garantir o
DAS INVESTIGAÇÕES E ANÁLISE DA HIDROSTÁTICA E HI- funcionamento adequado dos sistemas de água, esgoto e drena-
DRODINÂMICA RELACIONADOS A SERVIÇOS BÁSICOS gem pluvial. Compreender os princípios e fenômenos hidráulicos é
DE SANEAMENTO A FIM DE AVALIAR E/OU PROMOVER essencial para avaliar e promover ações que contribuam para a me-
AÇÕES QUE CONTRIBUAM PARA A MELHORIA NA QUALI- lhoria na qualidade de vida da população. A manutenção adequada
DADE DE VIDA DA POPULAÇÃO desses sistemas, considerando os aspectos hidrostáticos e hidrodi-
nâmicos, é fundamental para garantir a eficiência, a segurança e a
sustentabilidade dos serviços de saneamento.
Neste tema, abordaremos a importância da investigação e
análise da hidrostática e hidrodinâmica em serviços básicos de sa-
neamento. Compreender os princípios e fenômenos relacionados QUESTÕES
à água e aos sistemas hidráulicos é fundamental para avaliar e pro-
mover ações que contribuam para a melhoria na qualidade de vida
da população. Discutiremos os conceitos de hidrostática e hidrodi- 1.Qual é a principal forma de energia convertida em uma má-
nâmica, sua aplicação nos serviços de saneamento e a importância quina térmica?
da manutenção adequada desses sistemas. (A)Energia cinética.
(B)Energia elétrica.
—Conceitos básicos (C)Energia térmica.
• Hidrostática: Exploração dos princípios da hidrostática, in- (D)Energia potencial.
cluindo a pressão hidrostática, o princípio de Pascal e a lei de Ste-
vin, e sua relação com o funcionamento dos sistemas de água em 2.A radiação eletromagnética se propaga por meio de quê?
saneamento. (A)Partículas carregadas.
(B)Ondas sonoras.
• Hidrodinâmica: Compreensão dos princípios da hidrodinâmi- (C)Ondas eletromagnéticas.
ca, como a velocidade do fluxo, a lei de Bernoulli e a perda de carga, (D)Ondas mecânicas.
e sua aplicação na análise e no projeto de sistemas hidráulicos.
3.Qual é a principal preocupação relacionada à radiação ultra-
— Investigação e análise de sistemas de saneamento violeta?
• Abastecimento de água: Exploração dos aspectos hidrostáti- (A)Poluição luminosa.
cos e hidrodinâmicos relacionados ao abastecimento de água po- (B)Aquecimento global.
tável, incluindo a análise de pressões, vazões, perdas de carga e a (C)Riscos à saúde, como queimaduras solares e câncer de pele.
avaliação do desempenho de redes de distribuição. (D)Emissão de gases de efeito estufa.

• Sistemas de esgoto: Discussão sobre os fenômenos hidrostá- 4.Qual é a principal função da espectroscopia na astronomia?
ticos e hidrodinâmicos envolvidos nos sistemas de esgoto, como o (A)Estudar o movimento das estrelas.
escoamento em tubulações, as elevatórias e a análise de vazões e (B)Identificar a presença de exoplanetas.
pressões. (C)Analisar a composição química dos objetos celestes.
(D)Medir a distância entre as galáxias.
• Drenagem pluvial: Análise dos princípios hidrostáticos e hi-
drodinâmicos relacionados à drenagem pluvial, incluindo a avalia- 5.Por que a análise da radiação eletromagnética é importante
ção de vazões, dimensionamento de galerias e a importância da na astronomia?
drenagem adequada para prevenir inundações. (A)Permite estudar o comportamento dos planetas.
(B)Revela a existência de buracos negros.
— Manutenção e melhoria dos sistemas de saneamento (C)Ajuda a compreender a formação das estrelas.
• Inspeção e monitoramento: Importância da inspeção regular (D)Identifica a presença de vida extraterrestre.
e do monitoramento dos sistemas de saneamento, considerando
aspectos hidrostáticos e hidrodinâmicos, a fim de identificar proble-
mas e realizar intervenções corretivas.
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CONHECIMENTOS

6.O que são discos protoplanetários? ______________________________________________________


(A)Estruturas formadas por estrelas recém-nascidas.
(B)Regiões de alta densidade no espaço intergaláctico. ______________________________________________________
(C)Aglomerados de estrelas em uma galáxia.
(D)Materiais em formação ao redor de estrelas jovens, onde ______________________________________________________
planetas podem se formar.
______________________________________________________

______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

______________________________________________________
1 C
2 C ______________________________________________________
3 C ______________________________________________________
4 C
______________________________________________________
5 C
6 D ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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BIBLIOGRAFIA LIVROS E ARTIGOS

• Aplicações práticas: O livro destaca as aplicações práticas da


ABDALLA, M. C. O DISCRETO CHARME DAS PARTÍCULAS física de partículas em diversas áreas, como medicina, tecnologia e
ELEMENTARES. SÃO PAULO: UNESP, 2006 pesquisa científica avançada, evidenciando como o estudo dessas
partículas contribui para o desenvolvimento da sociedade.

O livro “O Discreto Charme das Partículas Elementares” é uma É de extrema importância que os estudantes interessados na
obra escrita por M. C. Abdalla, publicada em 2006 pela editora UN- área de física ou que buscam se preparar para concursos públicos
ESP. Trata-se de uma obra que mergulha no fascinante mundo da que envolvam essa disciplina tenham acesso ao livro «O Discreto
física de partículas, apresentando ao leitor os principais conceitos e Charme das Partículas Elementares» na íntegra. Estudar essa obra
descobertas nessa área do conhecimento. de forma completa proporcionará uma base sólida e atualizada
Em seu conteúdo, o livro aborda diversos temas relevantes sobre a física de partículas, permitindo um entendimento mais
para compreender a natureza e o funcionamento das partículas el- profundo dos conceitos, teorias e aplicações dessa área do
ementares. Entre esses temas, destacam-se a estrutura do átomo, conhecimento.
a classificação das partículas, as forças fundamentais da natureza, Além disso, a leitura integral do livro contribui para expandir o
a teoria quântica de campos, a interação das partículas e as apli- horizonte de conhecimento do estudante, estimulando sua curiosi-
cações práticas da física de partículas. dade científica e despertando o interesse pela física de partículas.
Ao longo da obra, o autor explora de maneira didática e Ao compreender os fundamentos e as descobertas dessa disciplina,
acessível esses temas complexos, oferecendo ao leitor uma com- o estudante estará preparado para enfrentar desafios acadêmicos e
preensão mais clara e aprofundada dos fundamentos da física de profissionais relacionados à área, além de estar atualizado com os
partículas. Além disso, o livro apresenta os avanços científicos mais avanços científicos mais recentes.
recentes nessa área, contextualizando as descobertas e os experi- Portanto, o livro “O Discreto Charme das Partículas Elementa-
mentos que contribuíram para a ampliação do nosso conhecimento res” é uma leitura indispensável para aqueles que desejam apro-
sobre as partículas elementares. fundar seus estudos em física de partículas e para os estudantes
Principais temas: que buscam se destacar em concursos públicos que abordam essa
temática. Através desse livro, é possível adquirir conhecimentos
• Estrutura do átomo: O livro explora a composição e organi- fundamentais e atualizados, ampliando as possibilidades de suces-
zação dos átomos, destacando a importância dos prótons, nêutrons so em suas trajetórias acadêmicas e profissionais.
e elétrons na constituição da matéria.

• Classificação das partículas: São apresentadas as diferentes CARVALHO, ANNA MARIA PESSOA DE (ORG.). ENSINO DE
categorias de partículas, como léptons, mésons, bárions, quarks e CIÊNCIAS POR INVESTIGAÇÃO: CONDIÇÕES PARA IMPLE-
outros, com ênfase em suas características e interações. MENTAÇÃO EM SALA DE AULA. SÃO PAULO: CENGAGE LE-
ARNING, 2014
• Forças fundamentais da natureza: São discutidas as quatro
forças fundamentais da natureza: gravitacional, eletromagnética,
forte e fraca. O livro explora suas propriedades e importância na O livro “Ensino de Ciências por Investigação: condições para
compreensão das interações entre as partículas. implementação em sala de aula” é uma obra coletiva organizada
por Anna de Carvalho, professora da Universidade Estadual Paulista
• Teoria quântica de campos: A teoria quântica de campos é (UNESP), juntamente com outros especialistas na área de ensino de
abordada como uma estrutura teórica que descreve as partículas ciências. A obra apresenta uma abordagem inovadora para o ensino
elementares e suas interações. O livro explora os conceitos e os cál- de ciências, que busca envolver os alunos em atividades investiga-
culos envolvidos nessa teoria. tivas, permitindo que eles sejam protagonistas de seu próprio pro-
cesso de aprendizagem.
• Interação das partículas: São apresentadas as interações en- Os autores defendem que a abordagem de investigação em
tre as partículas, como colisões, decaimentos e outras formas de sala de aula pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades
interação, elucidando como esses processos ocorrem em nível mi- e competências importantes, como a capacidade de formular e te-
croscópico. star hipóteses, de trabalhar em equipe, de comunicar ideias científi-
cas de forma clara e coerente, entre outras.
O livro traz uma descrição detalhada das etapas do processo
investigativo e oferece orientações práticas para a implementação
dessa abordagem em sala de aula. Além disso, os autores desta-
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a solução para o seu concurso!
BIBLIOGRAFIA LIVROS E ARTIGOS

cam a importância da formação de professores para o uso efetivo um conhecimento aprofundado sobre os temas abordados, além
da metodologia de investigação, apresentando exemplos de ativi- de fornecer subsídios valiosos para o aprimoramento da prática
dades formativas que podem contribuir para a melhoria da prática docente e o sucesso na aprendizagem dos alunos.
pedagógica.
Em suma, “Ensino de Ciências por Investigação: condições para
implementação em sala de aula” é uma obra relevante para pro- FEYNMAN, RICHARD PHILLIPS. HÁ MAIS ESPAÇOS LÁ
fessores, coordenadores pedagógicos e pesquisadores interessados EMBAIXO. PARCERIAS ESTRATÉGICAS, BRASÍLIA, V. 9, N.
em repensar suas práticas de ensino de ciências, buscando tornar o 18, P. 137- 155, 2004
processo de aprendizagem mais participativo, criativo e significativo
para os alunos.
O artigo “Há Mais Espaços Lá Embaixo” é uma publicação do
renomado físico Richard P. Feynman na revista “Parcerias Estratégi-
RICARDO, ELIO CARLOS; SASSERON, LUCIA HELENA; cas”. Neste artigo, Feynman aborda um tema intrigante e desa-
ABIB, MARIA LUCIA VITAL DOS SANTOS; PIETROCOLA, fiador: a exploração do mundo microscópico, particularmente o
MAURÍCIO. ENSINO DE FÍSICA. SÃO PAULO: CENGAGE estudo das partículas elementares e das leis que regem o universo
LEARNING, 2011 em escalas subatômicas.
Feynman apresenta uma visão fascinante sobre a física de
partículas e explora conceitos complexos relacionados às interações
O livro “Ensino de Física” aborda de forma abrangente e detal- entre partículas, como as forças eletromagnéticas, forças nucleares
hada os principais aspectos relacionados ao ensino dessa disciplina. e o papel dos campos quânticos. Ele oferece uma perspectiva clara
Com base em sólidos fundamentos teóricos e práticas pedagógicas, e acessível para aqueles interessados em compreender o funciona-
os autores apresentam uma visão atualizada e eficiente para o en- mento do universo em suas escalas mais fundamentais.
sino da Física, considerando os desafios enfrentados pelos profes- Ao longo do artigo, Feynman compartilha sua notável capaci-
sores nessa área. dade de transmitir ideias complexas por meio de explicações sim-
Principais temas abordados no livro: ples e exemplos ilustrativos. Ele desafia os leitores a exvplorar o
desconhecido e questionar os limites do conhecimento humano,
• Fundamentos do ensino de Física: Nesse tema, são explora- mostrando que há ainda muito a ser descoberto e compreendido
dos os princípios e conceitos fundamentais que orientam o ensi- sobre o mundo subatômico.
no de Física, levando em consideração as características dos estu- Nesse sentido, a leitura completa do artigo “Há Mais Espaços
dantes, as abordagens metodológicas e as tendências educacionais Lá Embaixo” é fundamental para os estudantes interessados em
contemporâneas. física e ciências relacionadas. A obra oferece uma oportunidade
única de mergulhar nas fascinantes descobertas e teorias da física
• Planejamento e organização do ensino: Esse tema aborda de partículas, abrindo caminho para uma compreensão mais pro-
estratégias e técnicas de planejamento e organização das aulas de funda dos mistérios do universo.
Física, incluindo a seleção de conteúdos, a definição de objetivos Portanto, é altamente recomendado que os estudantes
educacionais, a escolha de recursos didáticos adequados e a aval- busquem o artigo completo de Feynman, disponível na revista “Par-
iação do processo de ensino-aprendizagem. cerias Estratégicas”, para explorar de forma abrangente e aprofun-
dada os temas abordados, ampliando seus conhecimentos no cam-
• Metodologias e recursos didáticos: Aqui são apresentadas po da física de partículas e expandindo sua compreensão sobre as
diferentes metodologias e recursos didáticos que podem ser utiliza- leis fundamentais que governam o universo em suas escalas mais
dos no ensino de Física, como experimentos, simulações, uso de microscópicas.
tecnologias educacionais, atividades práticas e abordagens interdis-
ciplinares.
GRUPO DE REELABORAÇÃO DO ENSINO DE FÍSICA. FÍ-
• Contextualização do ensino de Física: Esse tema enfatiza a SICA 1: MECÂNICA. 7. ED. SÃO PAULO: EDUSP, 2020. 6.
importância de relacionar os conceitos da Física com situações do ______. FÍSICA 2: FÍSICA TÉRMICA, ÓPTICA. 5. ED. SÃO
cotidiano dos estudantes, buscando tornar o aprendizado mais sig- PAULO: EDUSP, 2015. 7. ______. FÍSICA 3: ELETROMAG-
nificativo e aproximando a disciplina da realidade dos alunos. NETISMO. 5. ED. SÃO PAULO: EDUSP, 2022

• Formação do professor de Física: Nesse tópico, são discuti-


das questões relacionadas à formação inicial e continuada dos pro- O livro “Física” é uma obra elaborada pelo Grupo de Reelabo-
fessores de Física, destacando a importância do aprimoramento ração do Ensino de Física e publicada pela EDUSP. Trata-se de uma
profissional e da reflexão sobre práticas pedagógicas. referência no ensino da disciplina, abordando os principais con-
ceitos e fenômenos físicos de maneira didática e acessível.
É fundamental ressaltar a importância de buscar o livro na O livro apresenta uma abordagem abrangente sobre os fun-
íntegra para estudar, pois ele oferece um embasamento teórico damentos da física, abrangendo os tópicos essenciais que os estu-
consistente, estratégias pedagógicas eficientes e exemplos práticos dantes precisam compreender para desenvolver uma base sólida
que auxiliam os estudantes e professores no processo de ensino e nessa área do conhecimento. Desde a mecânica clássica até a física
aprendizagem da Física. A leitura completa do livro proporcionará

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moderna, passando pela termodinâmica, eletricidade e magnetis- • Recursos Didáticos em Astronomia: Aqui são explorados os
mo, óptica e física nuclear, o livro explora de forma detalhada os recursos e materiais didáticos utilizados no ensino de astronomia,
diversos aspectos da física. como observatórios, planetários, softwares, aplicativos, telescópios,
Um dos pontos fortes da obra é sua proposta de ensino base- entre outros, que auxiliam no processo de ensino-aprendizagem.
ada na contextualização dos conceitos e na aplicação prática dos
princípios físicos. O Grupo de Reelaboração do Ensino de Física bus- • Tecnologias Digitais no Ensino de Astronomia: Neste capítulo,
ca despertar o interesse dos estudantes e promover uma apren- são apresentadas as possibilidades de uso das tecnologias digitais,
dizagem significativa ao relacionar os fenômenos físicos com situ- como simulações computacionais, realidade virtual, vídeos, jogos
ações do cotidiano e com aplicações tecnológicas. educativos, para enriquecer o ensino de astronomia.
Além disso, o livro apresenta uma abordagem atualizada da
física, levando em consideração os avanços científicos e tecnológi- • Astronomia e Cultura: Este tema explora as relações entre
cos mais recentes. Os autores enfatizam a importância da inter- a astronomia e a cultura, abordando aspectos históricos, sociais,
disciplinaridade, mostrando como a física se relaciona com outras artísticos e culturais relacionados ao conhecimento astronômico.
áreas do conhecimento, como a matemática, a química, a biologia
e a engenharia. • Pesquisa em Ensino de Astronomia: Neste capítulo, são apre-
Portanto, a leitura completa do livro “Física” é fundamental sentadas pesquisas recentes no campo do ensino de astronomia,
para os estudantes de física, seja no ensino médio ou no ensino su- discutindo metodologias de pesquisa e resultados relevantes para
perior, assim como para professores e profissionais da área. A obra a área.
oferece uma base sólida de conhecimento e uma visão abrangente
sobre os princípios e aplicações da física, contribuindo para uma Esses temas abrangentes e interligados proporcionam uma
compreensão mais ampla do mundo ao nosso redor e estimulando visão ampla e atualizada sobre a educação em astronomia, trazen-
o interesse pela ciência. do reflexões e contribuições para professores, pesquisadores e in-
teressados no ensino dessa disciplina.

LANGHI, RODOLFO ; RODRIGUES, FÁBIO MATOS (ORG.). Além disso, é de suma importância que os estudantes busquem
INTERFACES DA EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA: CURRÍ- o livro “Interfaces da Educação em Astronomia: Currículo, For-
CULO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E DIVULGAÇÃO mação de Professores e Divulgação Científica - Ações Dialógicas na
CIENTÍFICA; AÇÕES DIALÓGICAS NA PRÁTICA DE ENSI- Prática de Ensino de Astronomia” na íntegra. A leitura completa da
NO DE ASTRONOMIA. SÃO PAULO: LIVRARIA DA FÍSI- obra permitirá um aprofundamento maior nos temas abordados,
CA, 2022. V. 2. possibilitando uma compreensão mais ampla e detalhada sobre as
práticas de ensino e a interação entre a astronomia e a educação.
A obra serve como uma fonte de referência valiosa, oferecendo
No livro “Interfaces da Educação em Astronomia: Currículo, embasamento teórico e prático para os interessados em aprimorar
Formação de Professores e Divulgação Científica - Ações Dialógicas sua prática educacional relacionada à astronomia, seja no contexto
na Prática de Ensino de Astronomia”, organizado por Roberto Nardi escolar ou em atividades de divulgação científica. Através da leitura
Langhi e Fabio Augusto Rodrigues, são abordados diversos temas do livro, os estudantes terão acesso a insights, reflexões e perspec-
relacionados à educação em astronomia. Segue abaixo a lista de tivas inovadoras, contribuindo para uma educação em astronomia
temas principais presentes no livro, com uma breve descrição de mais significativa e contextualizada.
cada um:

• Currículo em Astronomia: Neste capítulo, são discutidos os PIRES, ANTONIO SERGIO TEIXEIRA. EVOLUÇÃO DAS
fundamentos teóricos e práticos para a elaboração de um currículo IDEIAS DA FÍSICA. 2. ED. SÃO PAULO: LIVRARIA DA FÍ-
de ensino de astronomia, levando em consideração as especifici- SICA, 2011
dades dessa disciplina.

• Formação de Professores de Astronomia: O foco deste tema A obra “Evolução das Ideias da Física” de Antonio Sergio Teix-
é a formação inicial e continuada de professores para o ensino de eira Pires é um livro que aborda a história e o desenvolvimento
astronomia, destacando as competências necessárias, as metod- das principais ideias e teorias da física ao longo do tempo. O autor
ologias de ensino e as práticas pedagógicas mais efetivas. apresenta um panorama desde os primórdios da física, passando
por importantes descobertas e revoluções científicas, até chegar às
• Divulgação Científica em Astronomia: Neste capítulo, são teorias modernas.
apresentadas estratégias e práticas de divulgação científica em as- Entre os temas abordados no livro, destacam-se:
tronomia, com o objetivo de popularizar e tornar acessível o conhe-
cimento astronômico para o público em geral. • Fundamentos da física clássica: O autor explora os princípios
da física clássica, incluindo a mecânica newtoniana e a teoria eletro-
• Aprendizagem Significativa em Astronomia: Este tema aborda magnética de Maxwell. São apresentados os conceitos fundamen-
as teorias e abordagens pedagógicas que favorecem a construção tais dessas áreas e sua relevância no desenvolvimento da física.
de significados e a compreensão dos conceitos astronômicos pelos
estudantes, promovendo uma aprendizagem mais profunda.

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• Revolução científica e física moderna: Pires analisa as trans-


formações ocorridas na física a partir do final do século XIX, com MOSCA, GENE. FÍSICA PARA CIENTISTAS E ENGENHEI-
a emergência da teoria da relatividade de Einstein e a mecânica ROS. 6. ED. RIO DE JANEIRO: LTC, 2009. V. 1, 2 E 3
quântica. Ele explora os desafios teóricos e experimentais enfren-
tados pelos cientistas e as novas concepções de espaço, tempo e
matéria. O livro “Física para Cientistas e Engenheiros” de Paul A. Tipler
e Gene Mosca, em sua 6ª edição, é uma obra amplamente utilizada
no ensino da física para estudantes universitários e profissionais das
• Avanços recentes e fronteiras da física: O autor discute os áreas de ciências e engenharia. Dividido em três volumes, abrange
avanços mais recentes da física, como a teoria das cordas, a cosmo- os principais tópicos da física de forma abrangente e detalhada.
logia e a física de partículas. Ele apresenta as questões em aberto e Temas principais:
as fronteiras da pesquisa científica, mostrando como a física conti-
nua a se desenvolver e a desvendar os mistérios do universo. • Mecânica: Neste volume, são apresentados os princípios fun-
damentais da mecânica clássica, incluindo cinemática, dinâmica,
É fundamental que o estudante busque a leitura completa do trabalho e energia, conservação de momento linear, sistemas de
livro «Evolução das Ideias da Física» para obter uma compreensão partículas e movimento circular.
aprofundada sobre a história e a evolução dos conceitos
físicos. A obra oferece uma perspectiva histórica que auxilia no • Oscilações e Ondas: No segundo volume, são abordados os
entendimento das teorias atuais e possibilita uma visão mais ampla conceitos de oscilações e ondas, incluindo osciladores harmônic-
e contextualizada da física como disciplina científica. os, ondas mecânicas, ondas sonoras e interferência e difração de
ondas.
TIPLER, PAUL A.; LLEWELLYN, RALPH A. FÍSICA MODER- •Eletromagnetismo e Ótica: O terceiro volume trata do eletro-
NA. 6. ED. RIO DE JANEIRO: LTC, 2014 magnetismo, incluindo cargas e campos elétricos, leis de Gauss,
potencial elétrico, capacitância, corrente elétrica, magnetismo, in-
dução eletromagnética, circuitos elétricos, ótica geométrica e ótica
É um livro de referência amplamente utilizado para o estu- ondulatória.
do da física moderna. Nesta sexta edição, os autores abordam os
princípios fundamentais e as teorias mais recentes da física moder- É fundamental buscar o livro «Física para Cientistas e
na, proporcionando uma visão abrangente e atualizada do assunto. Engenheiros» na íntegra, pois ele oferece uma abordagem
Os temas principais abordados no livro incluem: completa e aprofundada dos conceitos fundamentais da física. Ao
• Mecânica quântica: apresenta os princípios fundamentais da estudar o livro em sua totalidade, os leitores têm acesso a uma
mecânica quântica, explorando a dualidade onda-partícula, os esta- gama abrangente de tópicos e exemplos práticos que auxiliam na
dos quânticos e as equações de Schrödinger. compreensão dos princípios físicos e sua aplicação em diversas
• Física atômica: discute a estrutura atômica, os espectros áreas da ciência e engenharia. Além disso, o livro apresenta uma
atômicos, o modelo de Bohr e as transições eletrônicas. linguagem clara e didática, facilitando o aprendizado e a assimilação
• Física nuclear: explora os princípios da radioatividade, os pro- dos conceitos.
cessos de decaimento nuclear, a fissão e a fusão nuclear.
• Física de partículas: abrange as partículas elementares, as in-
terações fundamentais e os aceleradores de partículas. QUESTÕES
• Relatividade: apresenta os conceitos de espaço-tempo,
dilatação temporal, contração espacial e a teoria da relatividade
restrita. 1. Qual é o tema principal abordado no livro “O Discreto
• Cosmologia: explora os fundamentos da cosmologia moder- Charme das Partículas Elementares”?
na, incluindo o Big Bang, a expansão do universo e a radiação cós- (A) Estrutura do átomo
mica de fundo. (B) Teoria da relatividade
É importante ressaltar a importância de procurar o livro na (C) Geometria das partículas
íntegra para um estudo aprofundado. A obra oferece uma base (D) Astronomia galáctica
sólida para compreender os princípios da física moderna e sua
aplicação em diversas áreas da ciência e da tecnologia. A leitura 2. Quais são as quatro forças fundamentais da natureza discuti-
completa do livro permitirá ao estudante explorar de forma mais das no livro?
abrangente os conceitos, teorias e aplicações da física moderna. (A) Gravitacional, eletrostática, magnética e nuclear
(B) Gravitacional, eletromagnética, forte e fraca
(C) Gravitacional, cinética, magnética e nuclear
(D) Gravitacional, eletrostática, cinética e nuclear

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3. A teoria quântica de campos é mencionada no livro como: (C) Abordar exclusivamente os princípios da física clássica.
(A) Uma teoria que descreve a relação entre partículas e anti- (D) Promover a interdisciplinaridade entre a física e outras
partículas áreas do conhecimento.
(B) Uma teoria que explica a origem do universo
(C) Uma teoria que descreve a interação entre partículas ele- 9.O livro “Física” aborda quais áreas da física?
mentares (A) Mecânica clássica e termodinâmica.
Uma teoria que estuda a relação entre a luz e o som (B) Eletricidade e magnetismo.
(C) Óptica e física moderna.
4. Qual é a importância da física de partículas na sociedade (D) Todas as alternativas estão corretas.
moderna?
(A) Contribui para o desenvolvimento de medicamentos 10.Qual é a proposta de ensino do livro “Física”?
(B) Auxilia no avanço da tecnologia de comunicação (A) Apresentar conceitos físicos de forma isolada e teórica.
(C) Possibilita a pesquisa em energia renovável (B) Relacionar os fenômenos físicos com o cotidiano e apli-
(D)Todas as alternativas anteriores estão corretas cações práticas.
(C) Focar exclusivamente na resolução de exercícios e prob-
5. Quais são os principais temas abordados no livro “Ensino de lemas.
Física”? (D) Ignorar a interdisciplinaridade da física com outras áreas do
(A) Fundamentos do ensino de Física, contextualização do ensi- conhecimento.
no de Física, formação do professor de Física.
(B) Metodologias e recursos didáticos, planejamento e organi- 11.Qual é o objetivo principal do livro “Evolução das Ideias da
zação do ensino, formação do professor de Física. Física”?
(C) Fundamentos do ensino de Física, planejamento e organi- (A) Apresentar as leis da física clássica de forma simplificada.
zação do ensino, contextualização do ensino de Física. (B) Explorar as aplicações da física no cotidiano.
(D) Metodologias e recursos didáticos, formação do professor (C) Discutir os avanços e as transformações da física ao longo
de Física, contextualização do ensino de Física. da história.
(D) Expor os fundamentos matemáticos da física moderna.
6. Qual a importância da contextualização no ensino de Física?
(A) A contextualização permite a aplicação dos conceitos da 12.Qual evento marcou o início da revolução científica na físi-
Física em situações reais, tornando o aprendizado mais signifi- ca?
cativo e aproximando a disciplina da realidade dos estudantes. (A) VA descoberta da eletricidade por Benjamin Franklin.
(B) A contextualização não possui relevância no ensino de Físi- (B) A publicação do livro “Princípios Matemáticos da Filosofia
ca, uma vez que os conceitos devem ser abordados de forma Natural” por Isaac Newton.
teórica e isolada. (C) A teoria da relatividade de Albert Einstein.
(C) A contextualização é importante apenas para os estudantes (D) A criação da mecânica quântica por Max Planck.
mais avançados, que conseguem fazer a conexão entre a teoria
e a prática. 13.Quais são os temas abordados no livro “Evolução das Ideias
(D) A contextualização é útil apenas em disciplinas relacionadas da Física”?
à Física aplicada, não sendo relevante para o ensino tradicional (A) A evolução das ideias da física clássica.
da Física. (B) A descrição detalhada das leis da termodinâmica.
(C) A aplicação da física na engenharia civil.
7. Qual a importância da formação do professor de Física dis- (D) A história e o desenvolvimento das principais ideias e teo-
cutida no livro? rias da física.
(A) A formação do professor de Física é irrelevante, uma vez
que a maioria dos conteúdos é transmitida aos alunos por meio
de livros didáticos. GABARITO
(B) A formação do professor de Física é importante apenas para
aprimorar seus conhecimentos teóricos, não impactando dire-
tamente a prática docente.
1 A
(C) A formação do professor de Física é essencial para o desen-
volvimento de competências pedagógicas e o aprimoramento 2 B
da prática docente. 3 C
(D) A formação do professor de Física é importante apenas para
o desenvolvimento de pesquisas científicas na área. 4 D
5 C
8.Qual é o objetivo principal do livro “Física” do Grupo de
Reelaboração do Ensino de Física? 6 A
(A) Apresentar conceitos complexos de física de forma simpli- 7 C
ficada.
8 D
(B) Contextualizar os conceitos físicos com situações do coti-
diano.
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9 D ______________________________________________________

10 B ______________________________________________________
11 C ______________________________________________________
12 B
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13 D
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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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tantes para a formação integral dos estudantes, preparando-os para


SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. os desafios do mundo contemporâneo e para futuros estudos ou
CURRÍCULO PAULISTA. SÃO PAULO: SEDUC, [2019]. P. inserção no mercado de trabalho.
375-394 Portanto, o Currículo Paulista de Física é uma referência essen-
cial para os professores e gestores educacionais, fornecendo um
direcionamento claro e consistente para o ensino da disciplina. Ele
O Currículo Paulista, elaborado pela Secretaria da Educação do visa garantir uma educação de qualidade, possibilitando aos estu-
Estado de São Paulo em 2019, traz diretrizes e orientações para a dantes a compreensão dos fenômenos físicos, o desenvolvimento
disciplina de Física no contexto educacional. Esse documento é de de habilidades científicas e o estímulo ao pensamento crítico e cri-
extrema importância, pois estabelece os objetivos de aprendiza- ativo.
gem, os conteúdos a serem abordados e as competências a serem
desenvolvidas pelos estudantes.
Dentre os principais temas abordados no Currículo Paulista de SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. CUR-
Física, destacam-se: RÍCULO PAULISTA: ETAPA ENSINO MÉDIO. SÃO PAULO: SE-
DUC, 2020. P. 133-137, 145-166, 218-228, 249-250
• Mecânica: Nesse tema, são estudados os princípios funda-
mentais do movimento, como cinemática, dinâmica, leis de New-
ton, energia, trabalho e potência. O objetivo é compreender o O Currículo Paulista para a etapa do Ensino Médio, elaborado
funcionamento e os fenômenos relacionados ao movimento dos pela Secretaria da Educação de São Paulo, é um documento que es-
corpos. tabelece as diretrizes, competências e habilidades a serem desen-
volvidas na disciplina de Física. Ele tem como objetivo fornecer um
• Termologia: Esse tema trata do estudo das propriedades direcionamento claro para o ensino dessa ciência, garantindo uma
térmicas da matéria, como calor, temperatura, dilatação térmica, formação consistente e de qualidade aos estudantes paulistas.
propagação de calor, leis da termodinâmica e transformações de No Currículo Paulista de Física para o Ensino Médio, são abor-
energia térmica. O objetivo é compreender os processos de trans- dados diversos temas fundamentais para o entendimento dos
ferência de calor e as manifestações da energia térmica. princípios e fenômenos físicos. Alguns dos principais temas contem-
plados no documento são:
• Óptica: Nesse tema, são explorados os fenômenos relacio-
nados à luz, como reflexão, refração, formação de imagens em es- • Mecânica: Estuda os conceitos de cinemática, dinâmica, leis
pelhos e lentes, dispersão da luz e interferência. O objetivo é com- de Newton, energia, trabalho e potência, entre outros. É uma base
preender as propriedades e os princípios básicos da óptica. importante para o entendimento dos movimentos e das interações
entre corpos.
• Eletromagnetismo: Esse tema aborda os princípios e as leis
que regem os fenômenos elétricos e magnéticos, incluindo a elet- • Termologia: Aborda os conceitos de temperatura, calor,
ricidade estática, corrente elétrica, circuitos elétricos, magnetismo, dilatação térmica, propagação de calor e termodinâmica. Permite
indução eletromagnética e ondas eletromagnéticas. O objetivo é compreender os processos de transferência de energia térmica e os
compreender os princípios e aplicações da eletricidade e do mag- comportamentos dos sistemas em diferentes temperaturas.
netismo.
• Óptica: Explora os princípios e fenômenos relacionados à
O Currículo Paulista de Física é fundamental para o desenvolvi- luz, como reflexão, refração, formação de imagens em espelhos e
mento dos estudantes, pois além de fornecer os conteúdos espe- lentes, óptica da visão e interferência luminosa. Compreender a óp-
cíficos da disciplina, ele também busca desenvolver habilidades e tica é fundamental para entender a formação de imagens e o fun-
competências essenciais. Entre essas competências estão a capaci- cionamento de dispositivos ópticos.
dade de investigação, o raciocínio lógico, a resolução de problemas,
a interpretação de fenômenos físicos e a utilização adequada de • Eletromagnetismo: Aborda os princípios e leis relacionados
ferramentas e instrumentos científicos. aos campos elétricos e magnéticos, corrente elétrica, circuitos
Além disso, o documento também incentiva o desenvolvimen- elétricos e eletromagnetismo. Esse tema é essencial para entend-
to de habilidades socioemocionais, como trabalho em equipe, co- er o funcionamento de dispositivos eletrônicos e a interação entre
municação, pensamento crítico e ética. Tais habilidades são impor- cargas elétricas e campos magnéticos.

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O Currículo Paulista de Física para o Ensino Médio tem grande 5.Quais são alguns dos principais temas abordados no Currícu-
importância, pois serve como um guia para os professores plane- lo Paulista de Física para o Ensino Médio?
jarem suas aulas e desenvolverem atividades adequadas aos estu- (A) Geometria e trigonometria.
dantes. Além disso, proporciona uma base sólida de conhecimentos (B) Biologia e química.
e competências, contribuindo para a formação de cidadãos críticos (C) História e geografia.
e preparados para os desafios do mundo contemporâneo. (D) Mecânica, termologia, óptica e eletromagnetismo.
Ao estudar e seguir o Currículo Paulista de Física, os estudantes
têm a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos e práticos, 6.Qual é a importância do Currículo Paulista de Física para os
desenvolver habilidades de investigação científica, raciocínio lógico, estudantes?
análise de dados e resolução de problemas. Além disso, o docu- (A) Proporcionar uma base sólida de conhecimentos e com-
mento incentiva a integração da Física com outras áreas do conhe- petências.
cimento, promovendo uma visão interdisciplinar e contextualizada (B) Determinar as notas dos estudantes na disciplina.
da ciência. (C) Limitar o aprendizado apenas à teoria, sem experimentos
Dessa forma, o Currículo Paulista de Física para o Ensino Médio práticos.
desempenha um papel fundamental na formação dos estudantes, (D) Reduzir a autonomia dos professores na escolha dos con-
contribuindo para o desenvolvimento de competências científicas, teúdos.
a compreensão do mundo físico ao seu redor e a preparação para
o prosseguimento dos estudos ou inserção no mercado de trabalho
em áreas relacionadas à ciência e tecnologia. GABARITO

QUESTÕES
1 B
2 D
1. Qual é o objetivo do Currículo Paulista de Física? 3 A
(A) Estabelecer diretrizes para a formação de professores de
4 B
Física.
(B) Fornecer um direcionamento claro para o ensino da disci- 5 D
plina de Física. 6 A
(C) Promover a integração da Física com outras disciplinas do
currículo.
(D) Padronizar os conteúdos programáticos de todas as escolas
ANOTAÇÕES
do estado de São Paulo.
______________________________________________________

2. Quais são os principais temas abordados no Currículo Pau- ______________________________________________________


lista de Física?
(A) Biologia, Química e Física Nuclear. ______________________________________________________
(B) Cinemática, Termodinâmica e Ondulatória.
(C) Fotossíntese, Equilíbrio Químico e Eletromagnetismo. ______________________________________________________
(D) Mecânica, Termologia, Óptica e Eletromagnetismo. ______________________________________________________

______________________________________________________
3. Além dos conteúdos específicos, quais outras competências
são desenvolvidas pelo Currículo Paulista de Física? ______________________________________________________
(A) Competências socioemocionais, como trabalho em equipe
e comunicação. ______________________________________________________
(B) Competências de matemática e raciocínio lógico.
(C) Competências de pesquisa científica e experimentação. ______________________________________________________
(D) Competências linguísticas, como leitura e escrita.
______________________________________________________

______________________________________________________
4.Qual é o objetivo principal do Currículo Paulista de Física para
o Ensino Médio? ______________________________________________________
(A) Estabelecer competições entre os estudantes.
(B) Fornecer diretrizes para o ensino de física. ______________________________________________________
(C) Promover atividades recreativas relacionadas à física.
(D) Substituir os conteúdos tradicionais da disciplina. ______________________________________________________

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