Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Recrutamento e Selecção
Recrutamento: corresponde a um conjunto de técnicas e métodos destinados a atrair candidatos
capazes de ocupar determinados cargos ou desenvolver determinadas tarefas na organização. O
recrutamento pode fazer-se no interior da organização (recrutamento interno) ou no exterior
da organização (recrutamento externo).
Selecção: É a fase que se segue ao recrutamento e corresponde à escolha das pessoas conforme as
necessidades da organização e as aspirações das próprias pessoas. Pode dizer-se que a selecção
corresponde à comparação entre os perfis dos candidatos e as exigências do cargo ou função.
Avaliação de Desempenho
Após o exercício da função para a qual o funcionário foi seleccionado, torna-se necessária a avaliação
do desempenho. A avaliação de desempenho consiste na sistemática apreciação do comportamento
do indivíduo na função que ocupa, suportada na análise objectiva do seu comportamento e
comunicação ao mesmo do resultado da avaliação.
A actividade da avaliação implica as seguintes fases:
PARTE-1
A Área de Recursos Humanos para leigos e iniciantes.
Recursos Humanos é uma área relativamente nova, surgiu em torno do início do século XX.
Seu primeiro nome foi Relações Industriais. Sua criação deveu-se por força do impacto da
Revolução Industrial nas relações empregador versus empregado e, de lá para cá, foi crescendo
e agregando em si mesma uma série de desafios e responsabilidades que antes não se
supunham existir.
Em sua forma embrionária, porém já estruturada, começou a articular as expectativas e as
perceções desses atores econômicos (empregador e empregado), bem como serviu de
interface entre o capital e o trabalho, que muitas das vezes são faces de uma mesma moeda;
porém, muitas das vezes, altamente divergentes e conflitan-tes.
Muitas empresas, a partir da década de 90, decidiram designar suas áreas de RH com outros
nomes. Porém, o que importa não é um nome, mas o sentido, a essência, o significado íntimo
que este nome adquire dentro das organizações. O importante, no limite, é a percepção que o
empresário e o trabalhador têm dessa área.
A percepção do empresário, normalmente, está associada ao que esta área pode agregar de
valor a seu capital financeiro e econômico; e, pelo lado do trabalhador, que valor vai agregar a
sua carreira, sua vida e a vida de sua família.
Desde a primeira Teoria Administrativa, onde se pregava a racionalização do trabalho, até os
dias de hoje, onde o imperativo é a administração do trabalho dentro de um ambiente
altamente tecnológico e competitivo, o homem é um dos principais elementos dessa equação.
Aliás, alguns autores são categóricos e afirmam que o homem é o principal elemento dessa
equação.
Não cabe aqui esta discussão, o que cabe é discutirmos que o homem (o trabalhador) atua, em
qualquer cenário, na equação do trabalho, da produção, da inovação, do talento e da
criatividade.
É por conta disto, que a área de RH vem sofrendo frequentes mudanças e aprimoramentos de
toda ordem. Estas mudanças são de dentro para fora do RH, bem como de fora do RH para
dentro dele.
E, no decorrer de todos esses anos, vem recebendo enriquecimentos de diversas áreas do
conhecimento. Tais como: marketing, medicina, psicologia, sociologia, psiquiatria, arquitetura,
fisioterapia, economia, pedagogia, entre tantas outras, bem como de técnicas de diversas
naturezas, tais como: a astrologia, a numerologia, o tai chi chuan, o feng shue, etc.
Tudo com o objetivo de melhor ajustar a “lente” dessa área (e da organização) à realidade de
seu cliente maior: o trabalhador (o cliente interno).
Sim, trabalhador, que antes não passava de mão de obra. Que só tinha esta serventia: a de
emprestar suas mãos para o trabalho diário em uma empresa qualquer num lugar qualquer no
planeta, eram meras extensões das máquinas, como alguns acreditavam (Bowdith e Buono,
2002).
Hoje, modernamente, não é só a área de RH que deve reconhecer esta realidade, que o
trabalhador é muito mais que isto. Todos têm que ter a correta perceção que o trabalhador é
um ser que pensa, que tem sonhos, desejos, expectativas e que é dotado de inteligência e
vontade.
Para tal, a área de RH teve que “largar” aquele papel que assumira no início do Século XX, para
um papel mais pró-ativo e de acordo com os novos tempos.
Passou a olhar as pessoas como seres diferentes e únicos, bem como dotados de habilidades,
competências, histórias, desejos e emoções.
Ainda, a área se conscientizou de que as pessoas são dotadas de entusiasmo e de desejo por
crescimento e novas responsabilidades; e que querem ser parceiros das organizações as quais
fazem parte.
Para isso teve que ir se aprimorando em seus processos internos. Estruturou-se em grandes
áreas gerais:
Administração de Pessoal, Recrutamento e Seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Cargos e
Salários, Higiene e Segurança no Trabalho, Bem-Estar Social, Relações Sindicais (ou Relações
Trabalhistas) e Avaliação de Desempenho.
Essas áreas no decorrer desses anos, vem sofrendo significativas mudanças, bem como têm
idades diferentes. A primeira área a existir foi a Administração de Pessoal. O famoso
Departamento Pessoal ou simplesmente DP.
As áreas mais recentes de RH estão ligadas à remuneração e a benefícios, por conta do alto
grau de volatilidade do mercado geral e, especificamente, o mercado de trabalho. Fazendo com
que as empresas criem estratégias de fidelização de seus colaboradores.
Outras áreas estão sendo incorporadas ao RH. São elas: Endomarketing* e Responsabilidade
Social. E, para finalizar, se você me perguntar se o RH vai acabar. Eu te responderei assim: O RH
sofrerá fortes mudanças tanto na sua forma quanto no seu conteúdo. Porém, sempre será
imprescindível à administração das organizações, porque elas não podem prescindir do
Homem. O Homem é seu início e sua finalidade.
*Endomarketing é uma das mais novas áreas da administração e busca adaptar estratégias e
elementos do marketing tradicional, normalmente utilizado no meio externo às empresas, para
uso no ambiente interno das corporações. É uma área diretamente ligada à de comunicação
interna, que alia técnicas de marketing a conceitos de Recursos Humanos na Organização.
Na gestão organizacional, é chamado recursos humanos o conjunto dos empregados ou dos
colaboradores dessa “organização”. A Gestão de Recursos Humanos frequente é atribuída à
função que ocupa para adquirir, desenvolver, usar e reter os colaboradores da organização.
Estas tarefas podem ser realizadas por uma pessoa ou um departamento (profissionais em
recursos humanos) junto dos diretores da organização.
O objetivo básico que persegue a função de Recursos Humanos (RH) com estas tarefas é alinhar
as políticas de RH com a “estratégia” da organização, que reservará para implantar a estratégia
através dos trabalhadores.
Durante muito tempo ficou associada à forma coerciva como organização tratava os seus
trabalhadores. Depois de algum tempo adquiriu o nome de Administração de Recursos
Humanos e só depois Gestão de recursos humanos (GRH).
Após os anos 90, com a designação de Gestão de Pessoas, designação mais atual e melhor
aceita, trouxe uma lufada de ar fresco, mais flexibilidade e, acima de tudo, começou a
preocupar-se com os trabalhadores, a dar importância e reconhecer o mérito do talento
humano de cada organização, capacitando e desenvolvendo os trabalhadores com a
preocupação no profissional e na pessoa. Levando-se em conta que se a pessoa estiver bem, o
profissional será mais produtivo e contribuirá para o crescimento organizacional e
consequentemente seu desenvolvimento profissional.
Toda organização é formada por pessoas, recursos e objetivos. As organizações estão
procurando contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional de seus colaboradores,
através da capacitação e do incentivo para o ingresso e conclusão de Cursos de Graduação, pois
a valorização do capital humano, passou a ser uma prioridade dentro das organizações visto
que, se agregarmos valor às pessoas, estas se sentirão motivadas, valorizadas e
consequentemente contribuirão de forma produtiva, para o alcance dos objetivos estratégicos
da organização.
RECURSOS HUMANOS
PARTE-2
A Mudança do Perfil do Profissional de Recursos Humanos
Partindo-se de uma idade mínima de 25 anos, sem limitação quanto a idade máxima, a idade
média é de 40 anos, sendo 42 anos entre os homens e 39 anos entre as mulheres. Entre todas
as faixas etárias, há maior concentração de mulheres com 30 a 39 anos, e de homens com 40 a
49 anos. A moda (fato que ocorre com maior frequência), é a faixa etária masculina com 40 a
49.
O profissional de Recursos Humanos e seu perfil, surgidos no início dos anos 70, também foram
se modificando com o tempo, recebendo os impactos das mudanças sociais, econômicas,
políticas e tecnológicas desses cerca de 30 anos. A Área de Recursos Humanos das empresas já
viu ênfases em Desenvolvimento, Remuneração, Tecnologia da Informação, Comunicações,
Clima, Competências e muitas outras e atravessou momentos dramáticos de Reengenharia,
Downsizing* e Terceirização.
*DOWNSIZING- É uma técnica aplicada pelas abordagens contemporâneas da Administração
voltada a eliminar a burocracia, redução de números de funcionários da empresa, redução de
níveis hierárquicos visando aproximação dos níveis operacionais a alta direção. Técnica de
redução do tamanho da empresa controlada para aumentar a lucratividade. Diminuição de mão
de obra, cliente, processo de reestruturação para a redução de dimensões da empresa e
abandonando negócios que não estejam relacionados com a competência.
A maioria das empresas hoje reconhece em Recursos Humanos uma função organizacional
estratégica, voltada efetivamente para a gestão de pessoas e equipes. É uma atividade que,
embora operacional, é também de nível estratégico e contribui para os resultados das
empresas, a partir de uma consciência de que sem pessoas qualificadas e motivadas, nenhuma
organização tem sucesso. O perfil desse novo profissional, no nível regencial ou de direção,
deve incluir competências nas áreas de: Desenvolvimento de Recursos Humanos, Remuneração
e Administração de Recursos Humanos. Incluem-se, aí, as atividades de Panejamento,
Recrutamento, Seleção, Treinamento, Avaliação de Desempenho, Competências e Potencial,
Desenvolvimento Gerência, Cargos e Salários, Benefícios, Relações Trabalhistas e Administração
de Pessoal, entre outras.
A formação mais adequada, para os dias atuais, é em Ciências Humanas ou Administração de
Empresas com ênfase ou MBA em Gerência.
Origem do Conceito de Competência
A utilização do termo competência vem do fim da idade média. Inicialmente estava restrito à
linguagem jurídica, significava que determinada corte, tribunal ou indivíduo era “competente”
para realizar um dado julgamento. Posteriormente, o termo passou a ser utilizado também para
designar alguém capaz de pronunciar-se sobre certos as-suntos. Com o tempo, começou-se a
utilizar a expressão para qualificar pessoas capazes de realizar um trabalho bem feito.
O conceito de competência utilizado nas organizações contemporâneas não é recente. Vem
desde a época de Taylor, quando se apregoava a necessidade das empresas possuírem
“trabalhadores eficientes”. O princípio taylorista de seleção e treinamento de pessoas
enfatizava o aperfeiçoamento das habilidades técnicas e específicas ao desempenho das tarefas
operacionais do cargo. Somente após a eclosão de pressões sociais, reivindicando melhores
condições no ambiente de trabalho, as organizações passaram a considerar nas relações de
trabalho outros aspectos de maior complexidade e pertinentes às dimensões sociais e
comportamentais. A conceituação de competência passou, então, a possuir uma abrangência
maior, englobando conhecimentos, habilidades e experiências voltadas para o exercício de uma
função na empresa.
Competência na Atualidade
Na atualidade, a noção de competência tem evoluído para o entendimento de que não se
restringe somente às fronteiras do ambiente de trabalho, em certa medida, deixando de
limitar-se à execução das tarefas de um cargo. A evolução do mundo do trabalho —
caracterizada por flexibilidade, incertezas, transitoriedade, transversalidade — contribuiu para
a formação desse conceito mais dinâmico. Em consequência dessa revisão conceitual, ainda em
curso, o componente afetivo e o caráter individualizante passaram a incorporar-se ao conjunto
de elementos que compõem a natureza da competência. Nesse aspecto, há uma tendência
convergente entre as diferentes abordagens que aponta para noção de competência,
compreendendo-se as dimensões, cognitiva, profissional e individual.
A partir da concepção do aprendizado individual de Pestalozzi, head, hand e heart, (cabeça,
mão e coração), Durand (1998) elaborou o conceito de competência, englobando
conhecimentos, habilidades e atitudes. Essas di-mensões são interdependentes e moldam-se às
características específicas de cada situação de trabalho. A abordagem de Durand é amplamente
aceita nas empresas e no meio acadêmico. Sem negar a simplificação de sua teoria, vale de
qualquer modo ressaltar que acrescenta ao aprendizado a perspetiva de ocorrer tanto ao nível
individual quanto coletivo
Competência Profissional
Nossa abordagem sobre competências é resultado, principalmente, da conceituação de Duram
acrescida da teoria de Le Bortef (1994). Este autor amplia a noção de competência da dimensão
individual no território do saber coletivo, aprofundando-a teoricamente em relação aos demais
autores. Além disso, estabelece uma vinculação da competência ao fazer, ao realizar, à
habilidade de concretizar uma ação. A competência profissional, dessa forma, passa a existir
somente na prática do trabalho. É fundamental para os, profissionais da área de RH, refletir
sobre o significado que esse enfoque representa para a carreira e, como não podia deixar de
ser, também, para as práticas de avaliação das competências nas organizações. Pois, nessa
perspetiva, a competência profissional não será decorrência direta dos resultados obtidos na
escola, nem do nível do ensino, nem da qualidade e quantidade dos conhecimentos adquiridos,
mas sim da capacidade de saber obter resultados com esses conhecimentos. Só haverá
competência após a ocorrência da ação de transformação de conhecimentos.
Outro elemento importante identificado na abordagem de Le Bordef refere-se à seleção de
conhecimentos para integrá-los a diferentes circunstâncias situacionais. O ser competente
significa o indivíduo ser capaz de selecionar para transferir os conhecimentos de acordo com as
exigências do contexto em que estiver atuando. Transportando para o nosso tema, uma das
mais importantes competências do profissional de RH será possuir a flexibilidade suficiente
para intervir adequadamente nas diferentes realidades organizacionais vivenciadas por ele.
Agora, não basta o saber e o saber-fazer. Há necessidade do querer fazer. Neste aspecto, o
perfil psicológico do indivíduo é um fator preponderante.
O sistema da competência proposto por Le Bortef, na realidade, assemelha-se a de outros
autores. É composto ainda de mais duas dimensões. O saber-agir, que é a capacidade de
agrupar elementos isolados que resultem em ações efetivas. E a dimensão cultural que vincula
a competência à capacidade de ajustar-se aos fatores condicionantes — políticos, culturais e
sociais — das ações dirigidas ao meio ambiente.
Aquisição da Competência
Essas concepções contemporâneas de competência induzem uma série de questionamentos a
respeito do valor dos títulos e especializações reconhecidas socialmente e pela comunidade
empresarial. E servem de base para reavaliarmos a ênfase do tecnicismo de RH em detrimento
da aplicação do conhecimento para resultados. Porque tem-se observado que as experiências
não acadêmicas, assim como as ocorridas fora do ambiente do trabalho, podem também
contribuir com parcela significativa na aquisição da competência.
Evidente que não se está negando o papel da educação formal e acadêmica. Está-se ressaltando
indicadores que sinalizam tendências de mudança em certos paradigmas da administração de
RH e que perduram desde a revolução industrial, vigorando, portanto, há mais de um século.
Quem sabe a emergência de um “novo iluminismo”? E o que é mais importante: como a
aquisição da competência somente se completará através da experiência prática, a carreira
profissional será desenhada pelo próprio indivíduo.
RECURSOS HUMANOS
PARTE-3