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CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA: DO MODELO

TRADICIONAL AO CONTEMPORÂNEO
Para iniciarmos nossa conversa, propomos algumas
indagações que poderão nortear o diálogo que se propõe
construir entre o autor e os leitores deste texto, tais como:
para que serve a escola? Como a escola se organiza no
contexto atual? Se a escola está a serviço da sociedade, por
que a participação da comunidade na gestão da escola ainda
é tão pequena? Por que a escola pública atual é tão criticada?
MEDIANTE NOSSO DIÁLOGO…
• Como se vê, quando nos propomos a falar de escola e,
consequentemente, de gestão, os questionamentos são muitos.
Portanto, não importa se você é ou pretende ser um gestor da
educação; entendemos que, independente de nossa vontade, as
questões inerentes ao ato educativo, quer nos espaços escolares ou
não, fazem parte do cotidiano de todas as pessoas, embora nem
sempre percebamos isso.Dessa forma, acreditamos que, ao buscar
respostas às indagações propostas no início desta conversa,
adentraremos em um campo bastante fecundo que diz respeito à
gestão da educação, tanto nos espaços escolares quanto nos não
escolares.
ENTENDA SOBRE

• Entretanto, neste primeiro momento, ateremo-nos mais à gestão da


educação nos ambientes escolares, que são os mais conhecidos por
todos, e mais à frente trataremos da gestão da educação em
ambientes não escolares.
• Alonso (2003), ao tentar caracterizar a escola atual, mostra-nos que
por muito tempo ela esteve estruturada sobre um modelo
burocrático de concepção funcionalista, fayolista, com ênfase na
produção, entendida aqui como acumulação de “conhecimento”
(informações/reproduções); era fechada para o meio exterior e não
estabelecia trocas com ele.
OS GRUPOS DE FUNÇÕES
• Essa arquitetura empregada nas escolas tradicionais foi inspirada na ideia
defendida pelo engenheiro Henry Fayol, segundo o qual, com previsão científica e
métodos adequados de gerência, os resultados desejados poderiam ser
alcançados. Dessa forma, Fayol propôs que toda empresa fosse dividida em seis
grupos de funções, a saber:
• 1) Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens e serviços da empresa.
• 2) Funções comerciais: relacionadas com a compra e venda.
• 3) Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais.
• 4) Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e
das pessoas.
• 5) Funções contábeis: relacionadas com os inventários, registros, balanços e
estatísticas.
• 6) Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das outras
cinco funções.
• Fayol sugeriu que a função administrativa era a mais importante de todas e
definiu cada um de seus componentes da seguinte forma (MAXIMIANO,
2006):
• Planejamento: examinar o futuro e traçar um plano de ação a médio e
longo prazos.
• Organização: montar uma estrutura humana e material para realizar o
empreendimento.
• Comando: manter o pessoal em atividade em toda a empresa.
Coordenação: reunir, unificar e harmonizar toda a atividade de esforço.
• Controle: cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos e as
ordens.
Depreende-se, portanto, que nenhuma das cinco funções essenciais tem o
encargo de formular o programa geral da empresa, pois essa atribuição
compete à sexta função administrativa, visto que é essa função que constitui,
propriamente, a administração
Ademais, Fayol deixou claro em sua obra que a administração não se
refere apenas ao topo da organização, pois existe uma
proporcionalidade da função administrativa, que não é privativa da alta
cúpula, mas, ao contrário, se distribui por todos os níveis hierárquicos.
Ainda segundo o autor, tudo em administração é questão de medida,
de ponderação e de bom senso. Os princípios que regulam a empresa
devem ser flexíveis e maleáveis, e não rígidos.Com a escola organizada
nos moldes faiolistas, sabemos que os termos concepção e execução
constituem atividades distintas, requerendo competências também
diferentes. Em decorrência disso, alguns planejam, decidem, enquanto
outros executam, obedecem. Dessa forma, as dimensões
administrativas e pedagógicas estão separadas, independentes,
constituindo níveis de ação e de autoridade distintas.
Segundo Alonso (2003), os fundamentos psicopedagógicos desse
modelo podem ser assim definidos: aprender é adquirir
conhecimentos, de fora para dentro. Para tanto, o professor deve ser
um bom transmissor, deve dominar o conteúdo da matéria; a avaliação
consiste na verificação de quanto o aluno aprendeu, quantidade de
noções (conhecimento); o aluno tem atitude passiva diante do
conhecimento; o professor é o transmissor, e valores e atitudes não
constituem parte de suas intenções de ensino: espera-se que
aconteçam como decorrência.A função da escola é ser reprodutora do
modelo de sociedade existente; guardiã do patrimônio cultural, a sua
qualidade é medida em função de sua competência propedêutica, ou
seja, da preparação para os níveis superiores de ensino, única via de
acesso ao conhecimento e de ascensão social. A avaliação consiste na
mensuração do que foi “aprendido”, o mais objetivamente possível,
limitando-se ao aspecto cognitivo.
O PAPEL DO DIRETOR(A) DA ESCOLA
O papel do diretor da escola tradicional resume-se em manter a ordem,
cumprir a legislação, garantir o cumprimento das obrigações
estabelecidas oficialmente (papéis e funções), resolver problemas que
não podem ser solucionados pelo professor ou que envolvam outras
instâncias, representar a escola junto aos níveis superiores do sistema
de ensino (no caso da escola da rede pública especialmente) e da
mantenedora (no caso da escolar particular). OrientaçãO e Prática de
Gestão da educação.
Entretanto, esse modelo de escola ainda é aclamado por muitas
pessoas. Para elas, “escola boa era a escola de antigamente”. Em geral,
essas pessoas dizem isso porque ainda têm uma concepção tradicional
de educação e não conseguem compreender a escola nos moldes
atuais. Ou seja, a escola democrática, inclusiva; a escola para todos e
todas.
Portanto, a escola que se pretende hoje e que Alonso (2003, p. 31-32)
chama de “renovada” é uma escola que assume como ponto de partida
as concepções psicopedagógicas provenientes do socioconstrutivismo e
requer uma base organizacional totalmente oposta àquela definida
pelo modelo burocrático, do qual se originou. Alguns aspectos
socioconstrutivistas estão relacionados a seguir, de modo a permitir um
confronto com a situação anterior:

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