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DEFINIÇÃO
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma enfermidade respiratória prevenível e tratável,
caracterizada pela limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível
A limitação do fluxo aéreo geralmente é progressiva e associada a uma resposta inflamatória crônica das vias
aéreas e do pulmão, a inalação de partículas ou gases nocivos
As exacerbações e as comorbidades contribuem para a gravidade dos pacientes individualmente
MRCm
CAT
ABCD do GOLD
1
Ana Carolina de S. Cerqueira
Se houver discrepância entre a classificação entre o mMRC e o CAT, considerar a pior classificação
A: menos grave
D: mais grave
ESTADIAMENTO DO DPOC
A DPOC comumente apresenta-se pela primeira vez ao médico como uma exacerbação da doença
2. Escarro Purulento
3. Dispneia
EPIDEMIOLOGIA
2
Ana Carolina de S. Cerqueira
Há um elevado consumo de fármacos e até 10% requerem hospitalização
Os pacientes mais graves apresentam maior número de exacerbações
Maior número de exacerbações está associado a maior declínio da função pulmonar e maior mortalidade
O maior preditor de exacerbações que terá no ano seguinte é o número de exacerbações no ano anterior
Um evento de início agudo caracterizado por acentuação dos sintomas respiratórios basais além das
variações do dia a dia e que leva à mudança no uso de medicações
O aumento dos sintomas deve ocorrer por pelo menos 2 dias consecutivos
Um evento de início agudo caracterizado por acentuação dos sintomas respiratórios basais além das
variações do dia a dia e que leva a mudança no uso de medicações
o Difícil reconhecimento de todos esses eventos na prática clínica
o E se o paciente não usar ou necessitar de mais medicação (esforço físico excessivo)
o Mas a piora pode ser por causa de comorbidade ou outra doença (PNM, embolia pulmonar, insuficiência
cardíaca (equivalente anginoso= dispneia), síndrome coronariana aguda, PNTX)
CASO CLÍNICO
Mulher, 60 anos, ex-tabagista (30a/m), diagnóstico de DPOC (espirometria com IVO, sem resposta ao BD
com VEF1 pós-BD = 57%), MRCm 1-2; usa formoterol + budesonida e ipratrópio spray S.N; no último ano
apresentou 2 episódios semelhantes ao atual, tendo melhorado com o aumento do uso de
broncodilatadores, prednisona e antibióticos.
Há 03 dias com piora do quadro de falta de ar (MRCm3) associado a aumento da tosse e da expectoração
que agora está amarelada, apresentou picos febris e leucocitose 14.000/ mm³
Ao exame: consciente, FR 26 irpm, tiragem intercostal, presença de roncos e sibilos difusos. Discutível
crepitação 1//3 inferior D. Sat 02 95%, PA 130 x 70 mmhg
HD: Exacerbação da DPOC + Pneumonia
Características clínicas da pneumonia em paciente DPOC x exacerbações da DPOC:
ETIOLODGIA EADPOC
80%: infecções -> sintomas sistêmicos como febre, calafrios, taquicardia, vasodilatação e/ou mal-estar
o Bacteriana: 40-50%
o Atípicos/Co-infecção Bactétia-vírus: 5-10%
o Virais: 40-50%
20%: não infecciosas, fatores ambientais (baixas temperaturas, poluição), tabagismo, subtratamento e falta
de remédio/aderência -> produção mucóide
A causa de 1/3 das exacerbações graves podem não ser identificada as causas
Os pacientes com maior função pulmonar geralmente as exacerbações são causadas por S. pneumoniae +
CGP (cocos gram +)
A medida que a função respiratória declina (VEF1) -> H. influenzae + M. catarrhalis
Função pulmonar baixíssima -> Enterobactérias + Pseudomonas spp
Tipo 1 = Bacteriana
o Aumento do volume de escarro
o Purulência do escarro
o Aumento da dispneia
Tipo 2:dois dos três sintomas
Tipo 3: um dos três sintomas = Viral ou Causas não Infecciosas
Uso de ATB em tipo 1 sempre e tipo 2, se houver purulência do escarro
Não fazer: paciente com exacerbação, mas sem catarro purulento, não é necessário tratamento com
antibiótico a não ser que haja consolidação à radiografia de tórax ou sinais clínicos inequívocos de PNM
(sinais e sintomas de infecção de vias aéreas inferiores + infiltrado novo ao raio x de tórax).
ESTUDO
Eclipse: quanto pior a função pulmonar, maior o número de exacerbações e maior o número de
hospitalizações.
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Na recaída, pode ser o mesmo germe
Na recorrência pode ser um novo germe
Falha do tratamento: trocar ATB
Maior idade
Maior gravidade da DPOC (VEF1 baixo, baixo pO2)
História de exacerbações anteriores – melhor preditor para exacerbações futuras
Maior inflamação
Carga bacteriana (fase estável)
Hipersecreção brônquica crônica
Comorbidade/ manifestações extra-pulmonares
o Asma
o Cardiovascular
o Miopatia
o Ansiedade-depressão
o Doença do refluxo gastroesofágico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As causas mais comuns de exacerbações da DPOC são infecções virais do trato respiratório superior e da
árvore traqueobrônquica e/ou infecções bacterianas
O diagnóstico baseia-se exclusivamente na apresentação clínica do paciente que se queixa de uma alteração
aguda dos sintomas que está além da variação normal do dia a dia
O objetivo do tratamento é minimizar o impacto da exacerbação atual e prevenir o desenvolvimento de
exacerbações subsequentes
O fenótipo ‘’exacerbador frequente’’ é estável ao longo do tempo e existe em todos os estágios do GOLD
O beta2-agonistas inalatórios de curta ação com ou sem anticolinérgicos de curta duração são geralmente os
broncodilatadores usados para tratamento de uma exacerbação (evidência C)
Corticosteroides sistêmicos (evidência A) e antibióticos (evidência B) (5 dias) podem reduzir o tempo de
recuperação, melhorar a função pulmonar (VEF1) e a hipoxemia arterial (PaO2) e reduzir o risco de recaída
precoce, falha do tratamento e tempo de internação hospitalar
Exacerbações da DPOC podem ser prevenidas e uma modificação do esquema de tratamento deve ser
encorajada especialmente com a adição de broncodilatador de longa ação colinérgicos como Spiriva
(tiotrópio
Os anticolinérgicos de longa duração reduzem e previnem as exacerbações bacterianas
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Ana Carolina de S. Cerqueira
22/02/2022: Tromboembolia venosa TEV
Dra. Renato Maciel
TEV (Tromboembolia Venosa) = TVP (Trombose Venosa Profunda) + TEP (Tromboembolismo Pulmonar)
Coágulo na coxa -> Veia Cava Inferior -> AD -> VD -> Circulação Pulmonar -> Impacta em uma artéria e o
tecido distal a ela isquemia
Pulmão tem uma circulação dupla: A. Pulmonar (VD) + Aa Brônquicas (A. Aorta – circulação sistêmica). Dessa
forma, a necrose do tecido pulmonar é incomum. Falar em infarto pulmonar nem sempre é correto.
TEV: 0,83
TVP: 0,52
TEP: 0,31
Aumenta a partir dos 40 anos
> 80 anos: 5 a 6 casos por 1000 hab
TEP: DIAGNÓSTICO
630.000 casos de TEP nos EUA, sendo que 11% morrem na 1ª hora.
30% de mortalidade onde não se faz o diagnóstico
O tratamento reduz drasticamente a mortalidade
QUADRO CLÍNICO: Tríade-> dispneia + taquipneia + dor torácica pleurítica (raio x de tórax + ECG)
REGRA PREDITIVA:
o Score de Wells (canadense)
DIRETIZ DA SBPT
o Exames de apoio diagnóstico
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Ana Carolina de S. Cerqueira
RX
ECG
Ecocardiograma
-Coágulo dentro da A.
pulmonar – aumenta a
RVP
-Quando há estes
achados, confere alto
suporte de alta suspeita
clínica de embolia
pulmonar
- Quando há disfunção de
VD, a mortalidade é de
10% -> é um marcador
prognóstico
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Dímero D:
O dímero D é um produto específico da degradação da fibrina que é formado após a
plasmina lesar a rede de fibrina
Os níveis de dímero D estão elevados em condições em que ocorre lise de coágulos
como TEP, TVP, IAM, AVC, CID, parto, cirurgia recente e outras, portanto a
especificidade do teste é baixa
Entretanto a sua alta sensibilidade pode torná-lo um instrumento importante para
exclusão de TEP
S: 98% / E: 40% / VPP: 44% / VPN (quem não tem o dímero D elevado, não tem embolia):
98%
Dímero D >500
Não existem evidências suficientes para se interromper a investigação de TEP em
pacientes com suspeita clínica alta (nem precisa pedir o dímero)
Faz-se o dímero D em paciente com suspeita clínica baixa ou intermediária
o Exames de confirmação
Indiretos
Cintilografia (não vê o trombo, vê-se a consequência do trombo)
-Cintilografia de perfusão e de ventilação. Onde teve a TEP não existe perfusão, mas existe ventilação
-Diagnóstico Diferencial mais importante é a pneumonia, mas nesta a perfusão está hiperêmico, há perfusão e
devido à consolidação, não ventila. É o contrário
-PIOPED: a combinação de quadro clínico e cintilografia V/Q permitiu um diagnóstico não invasivo ou a exclusão
diagnóstica de TEP em apenas 27% dos pacientes: cintilografia V/Q não diagnóstica -> 73% dos casos (rendimento
baixo)
Diretos
Angio TC
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Angio RM
Arteriografia Pulmonar: era o PADRÃO-OURO
-Cateterizar o VD – A.
pulmonar
-Caro
TRATAMENTO
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Ana Carolina de S. Cerqueira
23/02/2022: Espirometria
Prof. Paulo Cesar Rodrigues Pinto Correa
INTRODUÇÃO
‘’Em um check-up médico, principalmente em um paciente tabagista, é extremamente útil a realização de
espirometria, exame que informa de maneira mais precoce o acometimento pulmonar em doenças
frequentes... este teste teve seus princípios descritos em 1846, sendo portanto mais antigo que a própria
radiografia (1895), medida da pressão arterial (1896) e o eletrocardiograma (1903)11.
CONTRAINDICAÇÕES:
FVC = Capacidade Vital Forçada (CVF): inspiração máxima e uma expiração máxima forçadas
FEV1: volume de ar expirado no 1 segundo da CVF. Este está contido na CVF
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Ana Carolina de S. Cerqueira
o Na pessoa não doente, o valor de FEV1 corresponde a 75-80% da CVF
Na espirometria com prova broncodilatadora, o FEV1 pré-broncodilatador é menor do que pós-
broncodilatador
o Critério para saber se tem prova broncodilatadora positiva: aumento de 12% e 200 ml no FEV1
-Eixo Y: CVF
-Fluxo: volume/tempo
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Pico do Fluxo Expiratório (PFE) ou Fluxo Expiratório Forçado Máximo (FEFmax): fluxo máximo gerado nas vias
aéreas de grande calibre (acompanhamento da asma)
Indicações do Peak-Flow: (reflete o calibre das vias aéreas proximais) (VR> 80% conforme sexo, idade e raça)
o Monitorizar a evolução da asma e registrar dados objetivos e regulares que servirão para verificar a
resposta à medicação ao longo do tempo
o Identificação adequada das crises (diminuição do valor que vinha mantendo ou do melhor valor que o
doente já teve)
o Critérios de alta do paciente da sala de emergência (na crise)
o O ritmo circadiano do peak-flow pode ser usado para diagnosticar asma/asma ocupacional.
Variação do peak-flow >30% nas crianças e >20% nos adultos
Anotar valor de PF ao acordar, meio-dia e a noite. Pegar maior valor – menor valor / média
Suspender broncodilatadores de ação curta e prolongada por 4 e 12 horas antes do exame, respectivamente
Não é necessário jejum
Refeições volumosas e café devem ser evitadas
Proibido fumar 2 horas antes do exame
Álcool não deve ser ingerido nas últimas 4 horas
Não usar roupas apertadas
CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Término:
o Platô no último segundo
o Desconforto acentuado ou risco de síncope
CRITÉRIOS DE REPRODUTIBILIDADE
Para CVF e CEF1 os dois maiores valores devem diferir < 0,15 L (=150 ML)
Se estes critérios não são preenchidos após oito tentativas, interrompa o exame e siga com a interpretação
usando os três melhores testes
Diferença entre os três maiores valores do PFE<10% ou 0,5L/s, o que for maior
CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DO DV
EXEMPLOS DE ESPIROMETRIA
Espirometria Normal
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Ana Carolina de S. Cerqueira
-Espirometria pré-broncodilatador normal
-Diagnóstico de asma
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Ana Carolina de S. Cerqueira
08/03/2022: Asma
Dr. Renato Maciel
Asma é uma doença heterogênea caracterizada por uma inflamação (não só broncoespasmo) crônica
definida pela história clínica de chiado, aperto no peito, respiração curta, tosse, que variam com no tempo e
na intensidade levando uma limitação variada do fluxo aéreo. A limitação ao fluxo aéreo pode se tornar
persistente (remodelamento brôquico).
OMS
ICEBERG
Sem asmae(A): Epitélio pseudoestratificado ciliado com células caliciformes que produzem muco
Asma Leve (B): Hipertrofia das células caliciformes que produzem muco + hipertrofia muscular lisa +
celularidade na submucosa aumentada + depósito de substâncias na membrana basal do epitélio brônquico
(ex: colágeno, que endurece o brônquio)
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Ana Carolina de S. Cerqueira
CONSEQUÊNCIAS DA INFLAMAÇÃO DE LONGA DURAÇÃO
Aumento da massa muscular lisa- hipertrofia -> broncoespasmo grave durante exacerbação
Aumento da glândula mucosa-hipertrofia -> secreção mucosa importante durante exacerbação
Persistência de células inflamatórias -> progressão da inflamação
Liberação de fator de crescimento fibrogênico -> deposição de colágeno na membrana basal
(remodelamento)
A asma a longo prazo faz com que perca função pulmonar, reflexo do remodelamento
MANEJO DA ASMA
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Objetivos do controle da asma:
o Função pulmonar
o Sintomas diurnos
o Despertares noturnos
o Terapia de resgaste
o Auto-manifestação do controle
o Absenteísmo (aula/trabalho)
o Status funcional
o Satisfação com o cuidado (relacionamento com o médico)
o Utilização dos recursos da saúde
o Inflamação
Avaliação do controle da asma (GINA 2019):
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Ana Carolina de S. Cerqueira
10% Asma bem controlada
56,5% Asma parcialmente controlada
34,2% Asma não controlada
*CONTROLE DA ASMA
Incapacidade de acessar medicamentos eficazes para asma em alguns países em desenvolvimento (no BRA
isso não se aplica, custo zero)
Sem prescrição do tratamento de controle- corticoide
Os medicamentos são prescritos de forma adequada, mas não são usados pelo paciente (não adesão). 50%
não adere após 3 meses
Os medicamentos são usados pelo paciente, mas com técnica inalatória inadequada
Fatores medicamentosos:
o Dificuldade com uso do inalador
o Regimes complicados
o Efeitos adversos (tremor, disfonia, candidíase oral)
o Dificuldade de acesso
Fatores não medicamentosos:
o Falta de informação
o Preocupação com efeitos adversos
o Expectativas inapropriadas
o Fatores culturais
o Sub-estimação da gravidade
o Falta de comunicação (relação médico-paciente)
ERS
58% dos pneumologistas souberam usar o dispositivo inalatório corretamente – possível complicador do
tratamento da asma
Dois tipos de dispositivo inalatório
1. Inalador Dosimetrado pressurizado (bombinha faz o fluxo ao ser acionada)
2. Inalador de Pó (é a inspiração que faz o fluxo da medicação)
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Asma não controlada:
o Diagnóstico incorreto (bronquiectasia, outras bronquiolites)
o Rinite: o não tratamento da rinite complica o controle da asma
o Cigarro: resistência ao CI
09/03/2022: DRC
Dra. Natália de Paula S. Vecchio
DEFINIÇÃO
Lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais
o Principais etiologias: nefropatia hipertensiva e diabética
Afeta 01 em cada 10 pessoas no mundo e com taxas crescentes de acometimento na população
o Diminuição do limiar de tolerância de HAS e DM
o Maior taxa de diagnóstico
Mesmo com a estimativa de que em 2040 a doença renal crônica possa ser a 5ª maior causa de morte no
mundo, existe uma persistente lacuna de conhecimento sobre a doença, que não tem sido preenchida.
Dano renal, conforme definido por anormalidades estruturais ou anormalidade funcionais que não a TGF
diminuída:
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Qual o problema de cada fórmula?
o Cockcroft-Gault:
Leva em consideração que a produção de creatinina diminui com o avançar da idade, sendo
maior em indivíduos com maior peso
No entanto, essa equação foi desenvolvida em um momento da história em que a obesidade era
muito menos comum
Na era atual, maior peso pode significar maior massa gorda e não maior massa muscular
Para as mulheres, a fórmula requer a multiplicação por 0,85 para contabilizar a massa muscular
menor em comparação com os homens
Pode ocorre uma seperestimativa de 10 a 40% da depuração de creatinina
o MDRD:
A equação do estudo MDRD foi derivado principalmente de indivíduas brancos (idade média de
51 anos mais/menos 12,7 anos) que tinham doença renal não diabética, com TGF média de
40mL/min por 1,73m²
Posteriormente, houve extensa avaliação do desempenho da equação em outras populações,
incluindo afro-americanos (fator de proteção renal), europeus e asiáticos com doença renal não
diabética, pacientes diabéticos com e sem doença renal, pacientes com doença hepática,
receptores de transplante renal e potenciais doadores de rim
Problema: métodos de medidas em laboratório não padronizados e não atualizados desde o
estudo da criação da fórmula
Superestima a TFG
Quando a evidência de dano renal ou função diminuída é aparente, a confirmação da cronicidade pode ser
obtida por um dos seguintes:
o Revisão de medições anteriores ou estimativas de TGF
o Revisão de medições anteriores de albuminúria ou proteinúria
o Revisão de exames de urina e sedimentos anteriores (cilindros, hematúria, proteinúria de 24 hrs)
o Achados de imagem, como volume renal reduzido e redução da espessura cortical ou presença de
múltiplos cistos
o Obtenção de medicações repetidas dentro e além do ponto de três meses
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Se hematúria, pedir dismorfismo eritrocitário (doença renal ou do trato urinário baixo)
COMPLICAÇÕES
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Ana Carolina de S. Cerqueira
intervenções para prevenir ou tratar a doença. As setas horizontais apontando da esquerda para a direita
enfatizam a natureza progressiva da DRC. Setas tracejadas apontando da direita para a esquerda significam
que a remissão é menos frequente do que a progressão.
Razão albumina/creatinina na urina (ACR) > ou igual 300 mg/g (34 mg/mmol), incluindo síndrome nefrótica
Hematúria não secundária a condições urológicas
Incapacidade de identificar uma causa presumida de DRC
Declínio da TGF mais de 30% em menos de quatro meses sem uma explicação óbvia
Complicações de difícil manejo, como anemia que requer terapia com eritropoetina e anormalidades do
metabolismo ósseo e mineral que requerem aglutinantes de fósforo (hiperparatireoidismo) ou preparações
de vit D
Potássio sérico maior 5,5 mEq/L – doença tubular?
Difícil de gerenciar complicações medicamentosas
Pacientes menores de 18 anos >> nefropediatria
Hipertensão resistente
Nefrolitíase recorrente ou extensa
Doença renal hereditária confirmada ou presumida, como doença renal policística, síndrome de Alport ou
doença renal intersticial autossômica dominante
O que é IRA:
o É a perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue
o Redução da taxa de filtração glomerular e redução do débito urinário
o Pode desenvolver-se rapidamente ao longo de algumas horas (intoxicações aguda, rabdomiólise,
exercício físico, choque elétrico) ou mais lentamente, durante alguns dias
Etiologia da IRA:
o Pré-renal: doentes clínicos: hemorragia, diarreia, queimaduras (perda de volume antes de chegar ao rim)
o Renal: drogas, infecções, sepse
o Pós-renal (obstrução): cálculo ureteral, tumores
Diagnóstico:
o Medição da produção de urina
o Exames de urina
o Exames de sangue (íons, eletrólitos, Cr, Ur)
o Exames de imagem, como ultrassom e tomografia computadorizada (evitar contraste)
o Remoção de uma amostra de tecido de rim para o teste (biópsia)
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Ana Carolina de S. Cerqueira
o KDIGO:
Estágio 1: aumento de creatinina sérica >0.3 mg/dL ou 1,5x o valor basal (último valor de cr que
não no estado em que está com vc na internação ou no consultório com a queixa atual) OU
produção de urina reduzida a 0,5ml/kg/ hr nas últimas 6-12 horas
Estágio 2: aumento de creatinina sérica 2,0 a 2,9x o valor basal OU produção de urina reduzida a
0,5ml/kg/ hr nas últimas 12-24 horas
Estágio 3 – início da terapia de substituição renal - aumento de creatinina sérica >3,0x o valor
basal OU aumento da Cr sérica >4mg/dL OU produção de urina < 0,3ml/kg/ hr por mais de 24 hrs
OU anúria >12hrs
Sintomas urêmicos: náusea, vômito, confuso, sonolento, enfraquecimento muscular, parestesia de MMII,
soluço isolado,
1. Hemodiálise (aguda)
Indicações absolutas:
o Hipervolemia
o Hipercalemia
o Uremia (sintomática)
o Acidose metabólica importante
o Intoxicações agudas (drogas, medicamentosas, metais pesados)
o Anúria
Cateter de Curta permanência: menor tempo possível, maior risco de infecção, alto risco de endocardite
(AD)
Cateter de Longa permanência: 2 anos, menor risco de infecção
Fístula arteriovenosa: perspectiva de hemodiálise de longa data, cirurgião vascular ou cardiovascular
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Hipotensão Arterial (vômito, tontura)
Cefaleia (alteração osmótica da ureia, sódio)
Hipertensão arterial (refratária)
Arritmia cardíaca
Precordialgia
Hipoglicemia
Fraqueza
Cãibras
Sudorese (hipotensão, hipoglicemia)
Dor hipogástrica
Evento coronariano agudo
Dispneia
2. HEMODIAFILTRAÇÃO (HDF):
É uma forma de terapia de substituição renal que utiliza depuração convectiva e difusiva. Em comparação
com a hemodiálise, a HDF permite maior depuração de toxinas de peso molecular maior e pode estar
associada a melhores resultados clínicos
Vantagens:
o Retirada de moléculas médias. Ex; beta2microglobulinas
o Menor risco de hipotensão nos pacientes com necessidade de grandes retiradas de líquido e portadores
de cardiopatias
Desvantagens:
o Preço
o Indisponibilidade via SUS
o Somente em 2021 incluído no rol da ANS pagamento via convênios
o Somente possível com bons acessos vasculares (FAV e PCTH)
3. Hemodiálise/Hemodiafiltração contínua
Alto custo, não é realidade
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Ana Carolina de S. Cerqueira
Diálise peritoneal funciona por difusão e osmose
Difusão para troca de meio mais concentrado para menos concentrado em escórias renais e íons
Osmose para carreamento de água usando a concentração de glicose para drenagem do excesso de água
corporal (quanto mais concentrado em glicose, maior quantidade de líquido consegue retirar)
-Ambiente higienizado
Complicações:
o Mecânicas: dor, sangramento, drenagem inadequada, vazamento dialisado (interno ou externo),
perfuração da víscera (na instalação do cateter), distensão abdominal
o Infecciosas: restrição ventilatória, peritonite, infecção de parede abdominal
o Metabólicas: hiperglicemia, hipoglicemia, perda proteica e de aminoácidos, hipocalemia, dificuldade de
controle do balanço hídrico (hipovolemia ou hipervolemia)
Diagnóstico diferencias do efluente turvo:
o Peritonite infecciosa com cultura positiva (se não sepse, ATB intraperitoneal)
o Peritonite infecciosa com cultura negativa
o Peritonite química
o Eosinofilia do efluente
o Hemoperitônio
o Malignidade - raro
o Efluente quiloso (fístula) - raro
5. Transplante Renal
As indicações são as mesmas para as outras terapias renais substitutivas
Os benefícios são não depender de terapia diária mecânica de substituição, porém requer contínuo de
imunossupressores e requer cuidados redobrados com infecções oportunistas e chance de perda do enxerto
renal
Contraindicações absolutas:
o Infecções ativas
o Malignidade ativa
o Abuso de substâncias ilícitas
o Insuficiência renal reversível
o Doença psiquiátrica não controlada
o Não adesão ao tratamento ativo e contínuo documentado
o Uma expectativa de vida significativamente reduzida
Contraindicações relativas:
o Idade (paciente até 70 anos. De 70-75 se eutrófico e controle de comorbidades)
o Desnutrição
o Doenças sistêmicas ativas que podem ter causado insuficiência renal (como vasculites associadas ao
anticorpo citoplasmático antineutrófilo (ANCA) ou lúpus eritematoso sistêmico – reversível
Só retira os rins nativos se tumor ou rim policístico que aumentou muito de tamanho
Rim transplantado entra na FID, bexiga ou FIE- fica palpável
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Ana Carolina de S. Cerqueira
24/03/2022: Pancreatite Aguda e Crônica
Prof. Dr. André do Couto e Dr Gennaro Antonucci
CONCEITO
Pancreatite é uma inflamação do pâncreas associada a uma disfunção em seu parênquima exócrino
Inflamação pancreática aguda caracterizada por dor abdominal súbita e elevação das enzimas pancreáticas
As manifestações clínicas variam desde sintomas leves (maioria) a mais graves (15-25%), oscilando desde uma
doença autolimitada a um processo inflamatório agudo com risco de vida
Aguda: reversível, sendo que a glândula pode voltar ao normal quando a causa subjacente for solucionada ->
RIA: Resposta Inflamatória Aguda
Crônica: perda irreversível do parênquima pancreático exócrino -> RIC: Resposta Inflamatória Crônica
o Inflamação leve, nem sempre eleva as enzimas pancreáticas, dor recorrente, substituição do tecido
pancreático por fibrose, podendo evoluir com hiperglicemia e síndromes disabsortivas
ANATOMIA
ETIOLOGIAS PRINCIPAIS
Doenças dos tratos biliares e alcoolismo (pp crônica) são responsáveis por aproximadamente 80% dos casos
nos países ocidentais
Os cálculos estão presentes entre 35% a 60% dos casos de pancreatite aguda, e cerca de 5% dos pacientes
com cálculos biliares desenvolvem pancreatite aguda. Sendo que os cálculos geram uma obstrução do sistema
de ductos pancreáticos
Distúrbios metabólicos: hipecalcemia, hipertrigliceridemia e hiperparatireoidismo
Traumas: abdominais fechados, lesões iatrogênicas durante cirurgias ou colangiopancreatografia endocóspica
retrógada
Lesões isquêmicas por choque, trombose vascular, embolia pulmonar e vasculite
Outras etiologias:
o Neoplasias: como diagnóstico diferencial na pancreatite arrastada (1 semana)
o Pâncreas divisum
o Coledococeles (dilatação cística do ducto biliar comum)
o Lama biliar e parasitas (em especial Ascarides lumnbricoides e Clonorchis sinensis)
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Ana Carolina de S. Cerqueira
o Medicações
o Pancreatite hereditária (alterações em genes que codificam enzimas pancreáticas e seus inibidores)
o Infecções (ex caxumba)
HISTOPATOLOGIA
SIRS (Resposta Inflamatória Sistêmica): 2 de 4 para caracterizar uma SIRS e indícios de uma forma grave -CTI
1. FC > 90
2. FR >30/32 OU PCO2 < 30 (hiperventilação)
3. Leucocitose > 11.000/ leucopenia < 4.000
4. Febre > 38° ou hipotermia < 35°
DIAGNÓSTICO
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dor constante e intensa: região epigástrica, quadrante superior direito e/ou esquerdo, parte superior das
costas, com irradiação aos flancos em faixa
Possível distensão abdominal
Ocasionalmente, pode estar associada a uma dor no ombro esquerdo
Variação da dor: leve e desconfortável a grave e incapacitante e que piora com a alimentação
Anorexia, náusea e vômitos podem acompanhar a dor
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Ana Carolina de S. Cerqueira
EXAME FÍSICO
Distensão abdominal
Diminuição ou ausência na eliminação de gases e/ou fezes
Equimose periumbilical – Sinal de Cullen (sinal de necrose pancreática)
Equimose em flancos – Sinal de Grey-Turner (sinal de necrose pancreática)
EXAMES LABORATORIAIS
EXAMES DE IMAGEM
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
TRATAMENTO
Três pilares:
1. Dieta precoce
o Restrição total da ingesta oral? Não. A evolução do paciente é melhor quando não há suspensão da dieta
o Dieta conforme tolerância do paciente. Quanto mais precoce, melhor o prognóstico.
o Paciente no CTI e sedado: sondagem nasoentérica em 24 hrs no estômago ou pós-pilórica (depende da
aceitabilidade do paciente)
o Quanto mais grave o paciente, maior a preocupação em iniciar a dieta de forma precoce
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Ana Carolina de S. Cerqueira
2. Flúidos e eletrólitos intravenosos:
o De 5 a 10 ml/kg/hr nas primeiras 6 a 12 horas. O excesso de líquido pode ser prejudicial
o Pacientes críticos: 15 a 20 ml/kg/hr
o Paciente idosos e cardiopatas: ressuscitação guiada por metas de perfusão, diurese
Antibiótico:
o Nos pacientes que evoluem mal (formas graves)
o Nunca profilático, sempre terapêutico
o Com documentação de infecção
o Cipro e metronidazol ou Meropenen
Indicação de drenagem e abordagem cirurgia:
o Nunca antes de 2 semanas
o Evolução grave
o Com complicações (pseudocistos)
COMPLICAÇÕES
Hipovolemia
Necrose pancreática
Necrose extra-pancreática
SARA
IRA
Íleo adinâmico
Choque
SIRS – sepse
Coleções líquidas agudas (necrose estéril ou infectada)
Pseudocisto: após 4 semanas. A princípio tratamento conservador
Abscesso pancreático – drenagem
Hemorragia (úlcera de estresse, necrose vascular e TVP)
Obstrução intestinal
Obstrução do colédoco – CPRE
Fístula pancreática interna
PANCREATITRE CRÔNICA