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Responsabilidade pessoal - liderança

Cultura da autorresponsabilidade
Muitas são as mudanças que o ser humano vem passando nos últimos anos dentro das
empresas. Novas competências e habilidades vem sendo solicitadas e para se firmar em qualquer
área de atuação, os funcionários devem estar sempre antenados com o mercado de trabalho.
Nas últimas décadas, os gestores têm percebido a importância do desenvolvimento das
habilidades interpessoais e da cultura da autorresponsabilidade. Diante das imposições dos
negócios atuais, nós devemos estar sempre preparados para os desafios do dia a dia. Todos
dentro das organizações precisam ter objetivos definidos, fazendo com que cada membro
conheça o seu papel, coopere com os demais e “vista a camisa” da empresa em prol da busca
por resultados (ROBBINS, 2010).
A responsabilidade pessoal corresponde ao quanto o indivíduo traz para si a responsabilidadde
daquilo que ele faz, seja de forma individual ou em grupo. Em organizações podemos observar
que é muito difícil as pessoas assumirem responsabilidade dentro de suas funções. Para que uma
empresa consiga ter um grande impacto, é essencial que suas equipes saibam assumir
responsabilidades.

A pesquisa de ROTTER - Teoria da Atribuição


O psicólogo Rotter desenvolveu a Teoria da Atribuição que estabelece as duas formas como as
pessoas explicam os seus resultados: lócus de controle externo e lócus de controle interno.
A Teoria da Atribuição foi uma “tentativa de determinar se o comportamento de um indivíduo tem
causa interna ou externa” (ROBBINS, 2010, p. 161).
Rotter parte do princípio de que objetivos inanimados, tais como cadeiras, prédios ou carros,
estão sujeitos às leis da natureza, não possuindo motivações, crenças ou intenções. Já nós, seres
humanos, possuímos. A partir desse entendimento, surge a teria da atribuição, sendo “proposta
para explicar por que julgamos as pessoas de modo distinto, dependendo do significado que
atribuímos a dado comportamento” (ROBBINS, 2010, p. 161).
A teoria sugere que as causas podem ser internas ou externas. “Os comportamentos motivados
por alguma causa interna são aqueles vistos como sob o controle do indivíduo. O comportamento
por causas externas é aquele que imaginamos ter sido provocado por uma situação enfrentada
pelo indivíduo” (ROBBINS, 2010, p. 161).
Observe a figura a seguir que apresenta a teoria.
Fonte: ROBBINS, 2010, p.162.
Conforme é possível observar na figura, o comportamento do indivíduo depende de três fatores:
(1) Diferenciação: se refere à questão de o indivíduo mostrar, ou não, comportamentos diferentes
em situações diversas;
(2) Consenso: corresponde ao fato de o indivíduo enfrentar as situações de maneira semelhante.
(3) Consistência: está relacionada ao fato de o indivíduo reagir sempre da mesma forma.

“Uma das descobertas mais interessantes na pesquisa da teoria da atribuição é que existem erros
e vieses que podem distorcer as atribuições. Quando julgamos o comportamento dos outros,
tendemos a subestimar a influência dos fatores externos e superestimar a influência daqueles
internos ou pessoais” (ROBBINS, 2010, p.163).
Após interpretar esses fatores, o ser humano realiza uma atribuição de causa, que pode ser
interna ou externa. Ao fazer isso, Rotter entende que o indivíduo começa a querer se explicar,
levando para o que ele chama de lócus de controle interno ou externo.

O Lócus de Controle
O Locus de Controle "é a expectativa do indivíduo sobre a medida em que os seus reforçamentos
se encontram sob controle interno (esforço pessoal, competência, etc.), ou externo (as outras
pessoas, sorte, chance, etc.)" (O’BRIEN, 1984, s.p.).
O autor XX define o locus de controle como “ um construto que diz respeito a uma tendência
relativamente estável das pessoas em explicar a causalidade dos eventos que ocorrem em suas
vidas em termos de um contínuo entre internalidade e externalidade” (BANDEIRA, et al, 2005,
p.113).
- A internalidade se refere a explicações em que o sujeito percebe a fonte de controle dos eventos
de sua vida como de sua própria responsabilidade.
- A externalidade envolve explicações nas quais a fonte de controle dos eventos está localizada
fora do sujeito.
Ao definir o que significa e como se apresenta cada lócus, chegamos a conclusão de que Líderes
Empreendedores assumem responsabilidade pessoal por suas atitudes, escolhas e, portanto, por
seus resultados. Ou seja, o lócus de controle interno é uma prática que nos ajuda a nos
desenvolvermos de forma contínua em qualquer situação do dia a dia.

Impacto da responsabilidade pessoal no dia a dia


A organização de uma empresa tem seu início com a definição dos objetivos da empresa, que
irão direcionar as ações dos gestores e dos funcionários. Cada uma dessas pessoas precisam
entender que elas fazem parte do todo e que suas ações impactam no dia a dia da instituição.
Dessa forma, podemos elencar alguns pontos importantes acerca da responsabilidade pessoal:
- É importante que os funcionários entendam que os interesses organizacionais devem estar
acima dos interesses individuais;
- Os gestores e funcionários não devem ficar buscando culpados, mas sim entender o que se
passou e corrigir o mais rápido possível;
- É essencial focar nos objetivos;
- O trabalho em equipe precisa ser sempre estimulado;
- Equipes engajadas buscam sempre os próximos desafios;
- A inovação é estimulada, visto que o insucesso faz parte do processo de aprendizado;
- Equipes com foco no lócus de controle interno tendem a conquistar maiores e melhores
resultados organizacionais.

Fica evidenciado que a prática da auto responsabilidade (lócus interno) por todos os
colaboradores acarreta numa série de benefícios para a empresa e para esses colaboradores.

Os líderes empreendedores
A liderança é um dos papeis mais importantes dentro de uma empresa no mundo atual. No
entanto, mesmo com todas as técnicas e teorias, muitas pessoas não conseguem obter bons
resultados com sua equipe.
“Líderes eficazes confiam nos apelos emocionais para ajudar a transmitir suas mensagens”
(ROBBINS, 2010, p. 109).
Observamos que verdadeiros líderes empreendedores assumem a responsabilidade e criam
ambientes voltados para desafios, estimulando as pessoas para esse tipo de comportamento
também de busca por desafios.
“Os líderes que focam objetivos inspiradores também criam mais otimismo e entusiasmo em seus
funcionários, levando-os a interações sociais mais positivas com seus colegas e clientes”
(ROBBINS, 2010,p. 110).

Transformando o seu ambiente


Nas últimas décadas, as organizações têm percebido a importância do desenvolvimento das
habilidades interpessoais e técnicas, tema que tem conquistado maior relevância. Diante das
imposições dos negócios atuais, nós devemos estar preparados para os desafios cotidianos
impostos pela competição organizacional.
Nesse momento dos estudos é necessário refletir como você próprio pode experimentar a criação
de um ambiente no trabalho onde as pessoas assumam responsabilidade pessoal, começando
por você, sendo um exemplo para os demais.
Para que seja possível exercer suas atividades da melhor forma possível, é necessário dispor de
algumas características, como:
· Integridade;
· Capacidade de comunicação;
· Liderança;
· Competência.
Os rumos assumidos por uma organização caracterizam-na e revelam sua postura estratégia no
mundo dos negócios, inclusive sobre sua liderança. “Por um lado, são os líderes nas
organizações e nos departamentos que fazem as coisas acontecerem e fazem a diferença entre o
sucesso e o fracasso. Por outro lado, o modo como eles fazem isso pode diferir amplamente”
(ROBBINS, 2014, p. 248).

Atividade extra
Nome da atividade: Autorresponsabilidade e lócus de controle
Link para assistir a atividade: https://www.youtube.com/watch?v=-CCOQrJ7Y00

Referência Bibliográfica
BANDEIRA, M.; et al. Comportamento assertivo e sua relação com ansiedade, locus de controle e
auto-estima em estudantes universitários. Estudos de Psicologia. Campinas I 22(2) I 111-121 I
abril – junho, 2005.
OBRIEN, G.E. Locus of control, work and retirement. Em: H. M. Lefcourt (Ed.), Research with the
Locus of control construct: Extensions and limitations (Vol. 3). Orlando, FL: Academic Press,
1984.
ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional: teoria e práica no contexto brasileiro. 14ª.
Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
SOBRAL, F.; PECI, A. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. 2. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2013.

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