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SEMINÁRIO PSICOLOGIA - UNIDADE 2

Na visão de Freud, os instintos são como poderosas forças impulsivas e inconscientes


(vindas do id) que buscam satisfação através das partes do corpo relacionadas ao prazer. Essas
forças não têm mente nem inteligência, são simplesmente impulsos cegos. Logo, quando os
adolescentes entram nessa fase, sua tarefa é aprender a lidar com essas forças poderosas usando
sua capacidade de pensar de forma mais madura (ego e superego). É como se fosse a segunda vez
em nosso desenvolvimento em que enfrentamos essas forças do id, mas agora com mais
autocontrole e compreensão. Isso não necessariamente significa proibir, mas sim aprender a
equilibrar essas forças de maneira saudável e responsável.
Ademais, existe uma divergência de opiniões entre Jung e Freud sobre os instintos, Jung
argumenta que os instintos naturais enfrentam uma forte resistência de um princípio espiritual. Ele
critica Freud por ver esse princípio espiritual como secundário aos instintos, atribuindo seu poder
restritivo à influência da educação e repressão.
Jung e Freud também discordaram sobre como nossa consciência e as regras morais se
formam. Jung questiona a ideia de Freud de que o superego é adquirido conscientemente dos
códigos morais da sociedade, ele argumenta que a consciência precede e transcende o código
moral. Portanto, enquanto Freud acredita que o superego se desenvolve através da internalização
das proibições parentais, Jung sugere que essa internalização é possível devido a uma função
autorreguladora pré-existente de inibição na estrutura da psique.
Conforme Jung, a capacidade de a mente se regular é essencial no processo de
individuação. Ele vê isso como uma união entre instintos e espírito, ambos autorreguladores. Na
psicologia adolescente, teóricos usam proibições para conter impulsos, enquanto isso James Hillman
sugere que a própria natureza dos impulsos contém mecanismos autorreguladores, similar à visão de
Jung. Esses impulsos são controlados por regras externas e proibições e se tornam parte do nosso
autorregramento (superego). Nessa visão, ressalta-se a ideia de que nossa mente tem um sistema
interno de equilíbrio em oposição às defesas do ego que apenas protegem contra impulsos do id.
No texto a consciência é retratada como um “alarme que soa quando o que a cultura diz ser
certo entra em conflito com o que a pessoa sente ser certo”. Isso acontece muito na adolescência
quando as ações do adolescente desafiam as regras impostas pelos pais. O adolescente, ao agir de
forma diferente do que é esperado, começa a ouvir a sua própria voz interior. Isso marca a transição
de seguir cegamente as regras dos outros para desenvolver uma consciência do certo e errado. É
uma mudança da obediência para a autonomia. Lê o último tópico do slide 16.
Na terapia com adolescentes, o terapeuta enfrenta o desafio de lidar com a voz proibitiva que
o adolescente traz para a sessão. Alguns adolescentes tentam escapar da responsabilidade,
culpando os pais por falhas nas regras. Dessa forma, no texto é destacado que o terapeuta deve
equilibrar empatia e direção, evitando identificação excessiva com a vítima ou imposição moralista. O
objetivo é ajudar o adolescente a encontrar sua própria voz de autoridade interna e aceitar a
responsabilidade por suas ações.
A análise psicológica dessa expressão envolve vários elementos como, a rebeldia de
desafiar as normas e valores impostos, questionando autoridades e regras. Expressão de raiva, uma
emoção comum na adolescência devido a mudanças hormonais, pressões sociais e conflitos
pessoais, logo, a "voz do foda-se" pode ser uma expressão dessa raiva. Além de uma necessidade
de orientação, embora seja importante que os adolescentes desenvolvam sua independência, ainda
precisam de orientação e limites saudáveis para evitar riscos prejudiciais. A tarefa dos pais e
terapeutas é ajudá-los a equilibrar essa busca por independência com uma compreensão das
responsabilidades e consequências.
"Acting in" e "acting out" são termos usados na psicologia para descrever diferentes
maneiras de expressar ou lidar com emoções e conflitos internos. O "acting in" refere-se a emoções
ou conflitos internalizados e podem se manifestar de maneira negativa. Isso pode incluir repressão
de emoções, autocrítica e isolamento, muitas vezes levando a consequências negativas para a
saúde mental e emocional. Por outro lado, o "acting out" é uma forma de expressão de conflitos
internos através de comportamentos externos e muitas vezes impulsivos, sem considerar as
consequências. Na terapia e aconselhamento psicológico, os profissionais ajudam os indivíduos a
entender seus padrões de "acting in" ou "acting out" e a desenvolver estratégias mais saudáveis de
enfrentamento e expressão de emoções.

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