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INICIAÇÃO À PESQUISA
CIENTÍFICA
UNIDADE 7
Assim, o próximo passo seriam as definições específicas sobre os dias que passariam
nesse país tão desconhecido para eles, mas que em breve poderiam explorar da manei-
ra que quisessem. Mas espera um pouco: como fazer tanta coisa em tão pouco tempo?
Precisaria ter dias de aventura para Júlia, conhecimento gastronômico para João e um
refrigério na alma como o Pedro queria. Para fazer tudo isso em tão pouco, eles sabiam
que teriam que se organizar e muito para dar certo. Qual o melhor caminho para isso?
Nesse ponto, os amigos tinham a certeza de que nada era melhor que uma ferramenta
específica que os ajudassem a centralizar e organizar as informações, fosse de fácil
acesso para todos e consequentemente auxiliasse na melhora da comunicação e ali-
nhamento do time. Mas qual?
1.1 OS 5 PORQUÊS
Os 5 porquês (VIEIRA et al., 2019) é um método conhecido e usado, primordialmente,
para identificar as principais causas de um problema, ou seja, as causas raízes que
estão gerando esse. Por ser uma ferramenta simples e eficiente, desde que foi criada,
vem sendo cada vez mais usada, em todas as áreas de pesquisa e que envolvem um
problema. Devido a sua simplicidade, é recomendada para algo mais dinâmico e que
precisa de uma rápida resposta. Em análises mais complexas, essa ferramenta deve
ser utilizada em combinação com outras, como por exemplo o diagrama de Ishikawa
(espinha de peixe).
1
U7 Por que usar ferramentas para organizar a pesquisa científica?
A ferramenta dos 5 porquês consiste em se perguntar cinco vezes “porquê”, o que ajuda
a realizar uma investigação da causa do problema e porque ele vem acontecendo. Ou
seja, se perguntar “Porquê? Porquê? Porquê? Porquê? Porquê?”, da forma que mostra
a Figura 01.
Fonte: 123RF.
Assim, se chegará não apenas nas causas que têm gerado o problema, mas na causa
raiz, que deve ser tratada para que o problema não aconteça novamente no futuro.
SAIBA MAIS
No vídeo “Por que os seus problemas sempre voltam? [TÉCNICA DOS 5 PORQUES]”
você pode verificar como essa técnica é aplicada em um problema de desgaste que
aconteceu no memorial de Lincoln, do distrito de Columbia. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=KDxeme6AO5I. Acesso em: maio/2022.
1.2. 5W2H
O método 5W2H é muito conhecido por ser um método de qualidade, em especial,
muito usado em fábricas que exigem um maior controle de qualidade, assim como em
processos de melhorias contínuas dentro de um ambiente.
O método carrega esse nome por estar ligado a sete perguntas que devem ser res-
pondidas em cada parte do processo ou do plano de ação. Podemos ver os 5W2H na
Figura 2, que mostra que essa organização é como uma construção cíclica, cheia de
decisões a serem realizadas; ela agrupa as principais ideias de um projeto, porém deve
ser sempre reavaliada ao longo do processo. As perguntas que dão nome ao método,
vem do inglês e são: What, Why, Who, Where, When, How e How Much.
Fonte: 123RF.
O primeiro “W” é o What, que significa “o que”, e é onde se responde o que será feito,
qual a atividade, qual a atividade que começa tudo. O segundo “W” é o Why, o porquê,
qual a razão para se desejar resolver um problema ou ainda atingir uma meta (LISBÔA;
GODOY, 2012).
O terceiro “W” é o Who, onde se anota quais os responsáveis da ação, lembrando que de-
vem ser escolhidas pessoas chaves para as etapas. Outro “W” é Where, onde se coloca
onde será conduzida toda a operação que está sendo proposta (LISBÔA; GODOY, 2012).
Como último “W”, e em parceria com todos os outros vem o When, que trata da questão
temporal de quando isso será feito e resolvido. Cada literatura lista uma ordem certa de
cada “W”, não existindo assim uma maneira correta, mas sendo sempre esse iniciado
com o What (LISBÔA; GODOY, 2012).
Depois vem os “H”, How e How Much, ou seja, como e quanto vai custar, dois pontos
muito importantes e totalmente necessários para a aprovação e execução da atividade
em si. Ou seja, sem essas duas respostas, o projeto não conseguirá ser dimensionado
de forma concreta e nem concluído de forma completa (LISBÔA; GODOY, 2012).
Esse método é muito usado para planos de ação em geral, assim como ser usado ao se
criar um plano de ação para se realizar uma pesquisa, com um cronograma, envolvendo
prazos, pessoas e recursos a serem utilizados e gerenciados.
SAIBA MAIS
O modelo do Canvas de Projeto nada mais é do que um papel, com diversas “caixas”
a serem preenchidas. A palavra canvas em inglês significa tela trazendo a ideia de ter
um papel em branco e construir algo em cima disso, na tentativa de organizar o que se
tem pensado sobre determinado projeto, incluindo os recursos. Ele inclui diversas in-
formações que se encontram também nos 5 porquês, porém de uma forma mais visual.
Na Figura 03 podemos ver a ideia dessa “tela” a ser preenchida, trazendo pontos liga-
dos ao problema e agrupados: Por quê? (justificativa, objetivos SMARt e benefícios),
O quê? (produtos e requisitos), Quem? (Stakeholders e equipe), Como? (premissas,
grupos de entrega e restrições), Quando? Quanto? (riscos, linha do tempo e custo). O
modelo normalmente preenchido em reunião de equipe por post-it pode ser também
preenchido por ferramenta digital.
Figura 03. Canvas de Projeto
EQUIPE GRUPO DE
ENTREGAS LINHA DO TEMPO
BENEFÍCIOS
Futuro
CUSTOS
RESTRIÇÕES
Assim, essa é uma ferramenta muito importante para compreender todos os tempos:
passado, presente e futuro. Você olha para o passado, entendendo o que estava acon-
tecendo, o presente vendo o que se tem hoje e todas as alterações que aconteceram,
porém, já pensando no futuro e em como resolver o problema.
SAIBA MAIS
No vídeo “Conheça o Project Model Canvas e tire seu projeto do papel” você pode
aprender mais sobre a aplicação dessa ferramenta. Disponível em: https://www.youtu-
be.com/watch?v=7oc3wuu7DQo . Acesso em: maio/2022.
1.3. TRELLO
O Trello® é uma ferramenta online, podendo ser acessada também por aplicativo e lis-
tada aqui para mostrar como a gestão de atividades pode ser feita de maneira simples
e organizada, permitindo seu acesso a qualquer momento, em qualquer ambiente e por
todos os membros da sua equipe. Existem outros softwares online que fazem coisas
parecidas a do Trello®, como por exemplo o Asana®.
De forma bem simplificada, no Trello® você pode desenvolver seu próprio quadro de
gestão de algo (projeto, vida pessoal, alguma área específica, dentre outros), ou pode
usar um modelo já pronto, como o apresentado na Figura 04, dentre todos os modelos
pré-disponíveis pelo próprio Trello®.
Figura 04. Trello
Depois de criar um quadro de projeto, você deverá elaborar as listas do que fazer no
projeto. No caso de usar um dos modelos, é preciso já ter pré-determinado uma ideia
das atividades metodológicas que serão realizadas. No exemplo da imagem 4, existem
6 listas determinadas para esse quadro (projeto). O mais comum a ser usado em pes-
quisas é partir de três listas: a fazer, fazendo e concluído. Dentro de cada lista, acres-
centam-se então cartões onde se coloca os detalhes de cada atividade como prazos,
responsáveis, arquivos e conversas. Ao mudar a situação do cartão, basta arrastá-lo
para o lado.
Além disso, em geral são criados alguns outros campos, mais ligados ao Brainstorming,
no sentido de que eles sempre estão abertos para serem preenchidos sempre que neces-
sário, normalmente ligado a recursos e a dúvidas que vão surgindo no meio do caminho.
Dessa forma, o Trello® (ou qualquer outro software de gestão do projeto) tem sido cada
vez mais usado, especialmente para otimizar equipes e etapas de projetos, sendo pos-
sível controlar aquilo que está acontecendo no momento e o que ainda deve ser feito no
curto ou longo prazo, otimizando a execução desse projeto e garantindo que o projeto
será entregue no prazo estipulado.
SAIBA MAIS
No vídeo “O que é Trello? Como usar o Trello em 2022? TUDO QUE VOCÊ PRECISA
SABER sobre como funciona o Trello” você pode aprender mais sobre o que é e como
funciona a aplicação dessa ferramenta. Disponível em: https://www.youtube.com/wat-
ch?v=JxhwXrKYWKI. Acesso em: maio/2022.
1.5. CONSIDERAÇÕES
Se para as aulas da faculdade e os projetos de cada componente curricular essas fer-
ramentas eram úteis, com certeza poderiam ser para a viagem de Júlia, Pedro e João.
Pensando assim, eles se organizaram para poder usá-las da melhor maneira possível,
afinal, essas ferramentas são usadas tanto nas universidades, quanto em empresas, e
projetos pessoais ajudando equipes a andarem mais alinhadas em relação a objetivos
e atividades para alcançá-los.
Eles começaram com os 5 porquês e apesar da discussão inicial gerada, eles puderam
chegar à causa raiz da viagem: não era o destino em si, nem roteiro, nem a economia,
era simplesmente porque juntos era melhor! Entender isso abriu os olhos de cada um de
que os diferentes objetivos da viagem não poderiam mais desfocá-los dessa causa raiz.
Além de estarem mais prontos e seguros para a viagem, o que os amigos gostaram é
que depois de praticar tanto com a viagem, poderia chegar o dia da avaliação de pes-
quisa científica que a nota da prova ia ser a mesma da viagem: 10!
Mapa Conceitual
O QUÊ
(what)
local, motivo,
departamento benefício
5W2H
QUANDO QUEM
(when) (who)
data, responsável,
cronograma COMO QUANTO equipe
(how) (how much)
atividades, custo,
processo quantidade
Link
Existem diversas ferramentas de projeto das quais o Trello® é apenas uma delas. Que tal
experimentar outras? Você pode testar o https://www.notion.so/pt-br. Basta se cadastrar gra-
tuitamente no primeiro acesso e verificar quais as vantagens e desvantagens em relação ao
Trello® ou outra ferramenta de gestão de projeto.
Filme ou Documentários:
O filme sugerido é “O vôo da fênix” (de título original “Flight of The Phoenix”). Nesse filme,
depois de uma pane geral que fez o avião posar com 11 tripulantes no deserto da Mongólia,
surge a ideia de construir outro avião com os destroços. Você deve imaginar que o planeja-
mento das ações, trabalho em equipe, e gerenciamento de conflitos vão ser fundamentais
para a execução (e com certeza seria mais simples como uma das ferramentas estudadas!).
Aprenda mais sobre ferramentas de gestão de projeto, com destaque para o Trello, baseado
na metodologia Kanban
https://nppg.org.br/revistas/boletimdogerenciamento/article/view/35/59
Casos de Aplicação:
http://stat.necat.incubadora.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/1585/pdf
https://svr-net20.unilasalle.edu.br/bitstream/11690/1541/1/%C3%82NGELO%20HENRI-
QUE%20LOUZADA.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HONG, Y. C.; FAUVEL, C. Criticisms, variations and experiences with business model canvas. European
Journal of Agriculture and Foresty Research, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 26-37, dez. 2013.
LISBÔA, M. da G. P.; GODOY, L. P. Aplicação do método 5W2H no processo produtivo do produto: a joia.
Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, [s. l.], v. 4, n. 7, p. 32-47, 2012.
NAKAGAWA, M. 5W2H. Movimento Empreenda. [S. l.]: SEBRAE/Editora Globo, [s. d.]. Disponível em: https://
www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/5W2H.pdf. Acesso em: 10 mar. 2022.
VIEIRA, A. F.; SOARES, M. H. C.; SILVA, M. B.; AMORIM, N. S. Estudo analítico sobre a aplicação das
ferramentas 5s e 5 porquês: uma revisão literária. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE ENGENHARIA DE
PRODUÇÃO. 2., 2019, Dourados. Anais [...]. Dourados: SINEP, 2019.