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INTRODUÇÃO

• Micose sistêmica.
• Doença de curso
subagudo e crônico.
• Tropismo pelo SNC
• Doença predominante
em pacientes
imunodeprimidos

Diferente da paracoco, a criptococose tem preferência por


imunocomprometidos;

Gravem: todo paciente com diagnóstico de criptococose, de


qualquer orgão, temos que rastrear para ver se não tem
comprometimento do SNC

A doença raramente vai acontecer de forma aguda (com


excessões em imunocomprometidos, em casos graves, que pode
acontecer, mas é raro)
*TOS: transplantes de órgãos sólidos
EPIDEMIOLOGIA

• Descrito pela 1ª vez em 1890. TRANSMISSÃO


• Carga global: 1 milhão de casos. Fonte animal que dispersa o fungo no meio → pulverizam o
• > 600 mil mortes anualmente fungo através das fezes → ocorre inalação desses conídeos
• Década de 90 (HIV) > 1000 casos/anos de meningite infectantes (formas fúngicas filamentosas – hifas) →
em N. Iorque → observou-se que muitos pacientes dependendo do grau de comprometimento ocorre um rearranjo
com HIV, pelo grau de imunossupressão severa, imunológico (uma vez que tem uma resposta th1 efetiva,
estavam desenvolvendo uma forma de basicamente você se infecta, controla a infecção e não
desenvolve a doença)
meningoencefalite criptocócica severa
• Esquema HAART (HIV): ↓ casos
IMUNOPATOGÊNESE
A principal causa de meningocefalite, depois de toxoplasmose,
• Mecanismos de defesa pulmonares em
é a criptococose; hoje ainda vê alguns casos, porém não se
imunocompetentes ↑ efetivo (infecção comum /
compara com a época em que não existia a terapia antiretroviral
doença rara) → ou seja, em imunocompetentes na
ETIOLOGIA maioria das vezes o indivíduo vai conseguir conter a
infecção
• Cryptococcus neoformans (grubii - A e neoformans - D) • Latência (são granulomas) → semelhante ao que
e Cryptococcus gattii (B e C). ocorre na tuberculose
• C. neoformans: fezes pombos, pássaros de cativeiro, • Invasão de outros tecidos (macrófagos)
madeiras e restos vegetais peridomiciliares • Cápsula criptocócica → antifagocítica.
(distribuição cosmopolita no mundo) → • Polissacarídeos → inibição da resposta imune (↓
imunossuprimidos (AIDS com TCD4<200; TOS; AR; resposta inflamatória tecidual)
LES).
• C. gattii: ocos de árvores (áreas tropicais e Em especial o criptococos tem algumas particularides: a própria
subtropicais das Américas e Austrália) → capsula tem ação antifagocítica (é um mecanismo de defesa),
além disso ele tem polissacarídeos em sua membrana, fazendo
imunocompetente
com que ocorra uma inibição da resposta imune, com
consequente diminuição da resposta celular, facilitando a
infecção sistêmica
QUADRO CLÍNICO Figura B: lesões muito semelhantes ao molusco contagioso,
então muitas vezes temos que lançar mão de biópsia para fazer
• C. neoformans: o diagnóstico.
► Imunocomprometidos
Figura A: lesão ulcerada e figura C: lesão mais invasiva
► Disseminada
► Aguda (mas na maioria das vezes é subaguda)
► Fungemia
► comprometimento pulmonar e pele.
• C. gattii:
► Imunocompetentes
► evolução arrastada
► massa tumorais pulmões e SNC.
• Principal apresentação: meningite ou
meningoencefalite subaguda ou crônica (95% AIDS e
50% outras condições de base) PULMONAR
• Principal complicação: HIC → cefaleia, vômitos em Criptococoma em
jatos, papiledema → é uma das poucas meningites imunocompetente,
que responde a um esvaziamento liquórico para faz diangóstico
equilibar a pressão intracraniana, é a unica coisa que diferncial com
melhora a cefaleia do paciente neoplasia
• Imunocompetentes: ocorre a formação dos pulmonar.
criptococomas (massas fúngicas) com aumento de
sequela e ↑ resp. inflamatória.
• Outros sítios: pulmões e pele → então basicamente
temos 3 sítios: SNC, pulmão e pele
• Pulmões: imunocompetentes 40% isolados /
imunocomprometidos lesões multifocais ou difusas e
outros sítios).
• PELE: 10 – 20% (face / pescoço / extremidades). AIDS
múltiplas, papulares ou pustulosas (≠ m. contagioso).
• SNC: sinais de meningite crônica (cefaleia / febre / Comprometimento intertício-alveolar difuso: pode ser
letargia / déficits sensoriais, memória e visuais / pneumonia, tuberculose, paracoco, histoplasmose; observe que
alteração de pares cranianos / meningismo). tem um baita de um broncograma aéreo
• PULMONAR (criptococoma): tosse / ↑ escarro / dor
torácica / febre (minoria) → nos imunocompetentes CEREBRAL
geralmente se desenvolve na forma de criptococoma,
já nos imunocomprometidos ela se desenvolve na
forma disseminada
• CUTÂNEA: polimorfismo e disseminado (muito difícil
fazer diagnóstico apenas pela lesão da pele)

CUTÂNEA

RM: captação do processo inflamatório e na outra foto


tem-se lesões induzidas por criptococos
TRATAMENTO (NEUROCRIPTOCOCOSE)

FUNDAMENTOS:
TC: lesão pouco • Início da terapia com anfotericina B → exceto em
específica, pode casos com lesão pulmonar isolada ou lesão cutânea
fazer diagnóstico
isolada, caso contrário o tratamento sempre irá se
com AVC ou
baser no SNC
neoplasia também
• Esterilização do LCR com 2 drogas: Anfotericina B + 5-
FC (opção Anf. B + Fluconazol em ↑ doses
(basicamente 800mg/dia).
• Terapia com fluconazol se 2 culturas – do LCR após uso
de Anf. B.

Translocação da anfotericina para o fluconazol: quando tenho 2


RM: desvio de
culturas negativas após o uso da anfotericina B – na prática
linha média, HIC
clínica isso é complicado, principalmente devido as restrições
laboratoriais. Normalmente o professor trata por 2-3 semanas,
dependendo da tolerancia a anfotericina pelo paciente, para
que depois faça a translocação para o fluconazol em altas doses

• Controle da HIC: punções de alívio ou DVP (se não


responsivo a punções)

Poucas são as doenças que isso fornece benefício, e uma delas é


a criptococose; se nem isso melhorar, tem que colocar derivação
ventriculoperitoneal por um neurocirurgião
DIAGNÓSTICO
• TERAPIA DE INDUÇÃO:
• SNC: LCR com pleocitose linfomonocitária e discreta
proteinorraquia → lembrando que: meningites virais Anfotericina B: 0,7 – 1,0 mg/Kg (ou Anf. B lipossomal 3-
e fúngicas tendem a levar um aumento da 4mg/Kg/dia) + 5-FC 100mg VO 6/6h = por no mínimo 2
celularidade com predomínio linfomonocitário, semanas ou até melhora clinica, estabilização da HIC e 2
porém não é patognomônico, não ocorre perda de culturas LCR -. Ausência de 5-FC (fluconazol 800mg/d).
glicose e nem de proteína de forma importante.
• Fungos: coloração pelo nanquin (tinta da china; 30 a Quando não tem a 5-FC (que é difícil de ter no brasil), você
faz a anfotericina B + altas doses de fluconazol.
50% falso – na AIDS) ou cultura → pesquisa com tinta
da china em pacientes com HIV fica bem ruim, dá • TERAPIA DE CONSOLIDAÇÃO:
muito falso negativo
• Pesquisa do antígeno criptocócico (látex – Fluconazol 400mg/d (AIDS) e 800mg/d (TOS ou
polissacarídeo capsular), seja no sangue ou LCR; - mas imunocompetentes) por mínimo 8 semanas
não serve para diagnóstico pulmonar → é oque mais
• TERAPIA DE MANUTENÇÃO:
se faz na prática clínica
• Biópsia e cultura: confirmação cutânea / pulmonar e Fluconazol 200-400mg/d 6 – 12 meses. No caso de AIDS
outras vísceras → formas pulmonares e cutâneas o até TCD4> 100 e PCR HIV indetectável por no mínimo 3
diangóstico é apenas por biópsia meses.

OUTRAS FORMAS (PULMONAR OU CLINICAMENTE


ESTÁVEIS):

Fluconazol 400mg/dia VO ou EV 8 semanas a 6 meses.


Formas graves: Anfotericina até melhora clinica e depois
fluconazol 400mg/d 8 – 10 semanas.

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