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SEPSE E MENINGITE NEONATAL - sintomas neurológicos: apatia/irritabilidade, hipoto-

Dra. Lia Bastos DEFINIÇÃO nia/hipertonia, convulsão, fontanela tensa; Medidas terapêuticas
- trata-se também de uma infecção generalizada grave; - fase tardia: - o leite materno é fundamental para auxiliar na resposta
- indica germes que se originaram de hospital ou visitantes - sinais hematológicos: icterícia, hepatoesplenomegalia, imune, por isso que não se suspende!!
que manipulam o bebê; purpura, hemorragias; - ATB:
- um fator de risco INTIMAMENTE LIGADO AQUI seria au- - sinais cardiocirculatórios: palidez, cianose, pulso débil, - quando houver dx clinico → ATB logo após coleta de
DEFINIÇÃO mento de permanência hospitalar, essencialmente por hipotensão; culturas;
prematuridade; - sempre que possível fazer esquema especifico para o
Envolve uma série de sinais sistêmicos de infecção e/ou iso-
- agentes: Klebsiella, E. coli, Staphylococcus coagulase ATENÇÃO!! germe!
lamento no sangue de agente patogênico. Com isso, a
taxa de mortalidade de casos não-tratados em tempo há- negativo, Staphylococcus aureus, Pseudomonas, Entero- Diagnostico precoce para evitar tratamento com pct ins- - empírico → sempre cubro gram+ e gram- e quando sair
bacter, Candida, Serratia, Acinetobacter, Anaeróbios; tável. a HMCT eu mudo o esquema para um especifico
bil é de 50%.
Não requer obrigatoriamente SIRS + agente patogênico - sepse precoce: ampicilina ou penicilina cristalina +
3. EXAMES LABORATÓRIAIS amicacina ou gentamicina;
confirmado ou suspeito. Essa maior flexibilização se dá por DIAGNÓSTICO - isolamento do germe: hemocultura, urocultura [punção - sepse tardia: oxacilina ou vancomicina + cefotaxima
maior risco de mortalidade, indicando demanda por tria-
- fatores de risco maternos e neonatais + manifestações cli- supra púbica], cultura de outras secreções; ou ceftazidima ou meropenem;
gem + exame físico + laboratório.
nicas do RN + exames laboratoriais; - isolamento é o padrão ouro → alta especificidade,
baixa sensibilidade; falso positivos podem acontecer Medidas de suporte
FISIOPATOLOGIA Obs: mãe com ITU é um clássico fator de risco materno; por contaminação; método obrigatório; - assegurar suporte ventilatório;
Considera-se o RN como imunodeprimido, por isso é sus- - início precoce de ATB, principalmente após a coleta - controle da temperatura corporal;
1.1. FATORES DE RISCO MATERNOS de hemocultura; - monitorização da pressão arterial, frequência cardí-
ceptível à infecções:
- Baixa imunidade celular, ação ineficiente de linfócitos T e
- febre materna - exame líquor: citologia [análise de infecção], bioquí- aca, frequência respiratória, vigilância diurese;
baixa produção de citocinas:
- ITU materna suspeita ou confirmada; mica [análise de consumo glicêmico], cultura [padrão- - saturação O2, controle de glicemia, avaliar necessi-
- também tem baixa de imunidade humoral [passada de
- infecção/ colonização materna por EGB; ouro]; dade de infusão soluções hidroeletrolíticas ou correção
- RAMO → especialmente se >18hrs; - meningite bacteriana: pleocitose [>300cels], glicose acidose, suporte nutricional;
mãe para filho] que se mantém por alguns meses;
Por isso que toda infecção deve ser vista como grave por - gestação múltipla; baixa [<1/2 glicemia], aumento proteínas [>200mg/dL]; - tratar convulsões;
seu risco de evoluir rapidamente para bacteremia e cho- - infecções do trato genital → corioamionite, líquido ami-
que com falência orgânica. niótico fétido, leucorréia, HPV, hipertonia uterina; ATENÇÃO!!
Um primeiro líquor negativo não descarta a doença, por-
1.2. FATORES DE RISCO NEONATAIS que pode positivar tardiamente;
INTRODUÇÃO - taquicardia fetal → >160bpm; FISIOPATOLOGIA
- deve ser tratada de modo precoce → modificar o - asfixia; - teste não específicos: leucograma, alterações morfológi-
bacteremia → lesionando capilares e se disseminando
curso dessa doença; - sexo masculino → tem maior fragilidade do sistema imune; cas neutróficas, plaquetas, VHS/PCR, Rx tórax, EAS;
pela corrente sanguínea → posteriormente ao SNC [ima-
- SEPSE PRECOCE → entre 2-5 DDV - prematuridade; turidade de barreira] → morte das bactérias e ativação
- procedimentos invasivos; PRA VIDA J
- bactérias do ambiente intra-uterino ou do canal de imunológica [↑neutrófilos com enzimas proteolíticas → le-
- ventilação mecânica; - faço HMCT, preferencialmente antes do ATB
parto; - mas posso fazer o ATB e HMCT, esperar resultado e vando à necrose] → gerando meningite, ventriculite e
- ATB de amplo espectro;
- SEPSE TARDIA → entre 5-8 DDV mudar esquema de ATB; abscessos;
- longa permanência UTI;
- patogenicidade do ambiente hospitalar; - HMCT + urocultura + outras secreções [quanto mais cul- - pode aumentar muito chance de surdez, hidrocefalia e
tura, melhor] + líquor [meningite neonatal] retardos cognitivos;
2. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO RN
SEPSE PRECOCE
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
- associada à fatores gestacionais e/ou periparto → com- - cardiopatias congênitas, TORCHS, infecção fúngica, er-
prometimento multissistêmico e ter curso clínico fulminante; ros inatos do metabolismo, hipotireoidismo, infecções lo-
- decorre de germes advindos do trato genital materno; cais;
- por ser muito inespecífico a nível propedêutico, pode-
mos ter um diagnóstico difícil; - instabilidade térmica pode ser tanto febre como hipoter- ATENÇÃO!!
- exames laboratoriais possuem baixa sensibilidade e es- mia [mas comum em RN → hipotermia]; Na duvida de dx, sempre trato para sepse;
pecificidade - irritação e letargia, sintomas gastrointestinais como regur-
- porque, basta nascer que já se espera um aumento gitação e recusa alimentar são importantes; CONDUTA
100% fisiológico de PCR, VHS e leucócitos; - história natural da doença FOCO NA SEPSE PRECOCE!!
- agentes: Estreptococo grupo B [EGB], E. coli, Staphylo- - começa com sinais iniciais como desregulação da Medidas de prevenção
coccus coagulase negativo, H. influenza, Lysteria mono- temperatura, dificuldade alimentar, apatia e taquicardia; - antibioticoterapia materna intra-parto:
cytogenes; - fase sintomática: - bolsa rota>18h;
- sintomas digestivos: recusa dieta, vômitos/diarreia, dis- - corioaminionite;
ATENÇÃO!! tensão abdominal, hepatomegalia; - trabalho de parto prematuro sem causa estabelecida;
Por não haver localização de infecção, deve-se intervir - sintomas respiratórios: gemência, retrações, respiração - colonização / infecção Estreptococo grupo B
com sinais inespecíficos mesmos e evitar agravamento. irregular, taquipnéia/ apnéia, cianose; - orientações de higiene;

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